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Os grupos étnicos e suas fronteiras – Fredrik Barth

O autor inicial o texto narrando sobre como o tema de etnicidades e

fronteiras é negligenciado pelo público em geral afeto ao tema, contudo, ressalta

a importância do tema para a antropologia social.

Nota-se uma referência quanto a importante percepção de que a variação

cultura se manifesta de forma descontínua. Outrossim, quando nos referimos ao

termo “cultura” tentamos designar uma forma de organização ou descrição do

animus daquele povo ou grupo social, segundo o autor “uma vez que a cultura

nada mais é do que uma maneira de descrever o comportamento humano”

Entretanto, o autor relata uma problemática que os antropólogos segundo

ele, tem evitado de tratar o tema da constituição dos grupos étnicos e a natureza

das fronteiras que se formal junto a estes grupos étnicos.

Narra que ainda vigora a crença, pelos investigadores, que a “visão

simplista” que o isolamento social e geográfico são fatores cruciais para a

continuidade da diversidade cultural, fato este, refutado pelo autor.

O autor sugere que para superar tal controvérsia, requer-se uma

investigação empírica acerca das fronteiras étnicas, bem como, outros elementos

formadores no que ele chama de “elementos interconectados”.

Em seguida, o autor trás o conceito de grupo étnico típico-ideal sendo que

resume da seguinte forma, uma raça=cultura=uma língua e de que uma

sociedade= unidade que rejeita ou discrimina outros.

E tal conceituação acima exposta, segundo o autor, se aproxima de situações

etnográficas empíricas, uma ferramenta antropológica de análise social.

Portanto, o autor passa a tecer críticas a essa forma de compreensão,

sugerindo que é necessária uma ressignificação dessa forma de análise

antropológica, pois, da forma como está posta o antropólogo pode ficar impedido

de compreender o fenômeno dos grupos étnicos e seu lugar na cultura e

sociedade.

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.


Os grupos étnicos e suas fronteiras – Fredrik Barth

Outro fator apresentado no texto é que essa percepção empírica pode

apresentar uma visão preconcebida dos fatores imprescindíveis para conceber o

que é a gênese, estrutura e função de tais grupos estudados.

Compreende-se que a perspectiva típico-ideal pode trazer uma

subjetividade desmedida aos grupos estudados, onde ficam por terra elementos

importantes a serem analisados de forma mais precípua.

Compreende-se que tal visão empírica não analisa com assiduidade os

motivos e contextos de transição entre os grupos, os fatores de movimentação

cultura, concebe esses tais grupos estudados como estagnados e apartados dos

demais, logo, tal fato é problemático para percepção os povos, desta forma, narra

o autor da seguinte forma “essa história produziu um mundo de povos separados, cada

um com sua cultura e organizado em uma sociedade, passível de ser legitimamente isolada

para descrição como se fosse uma ilha”

Desta feita, outro ponto relevante trazido pelo autor é o estudo das

fronteiras dos grupos étnicos, logo, aqui a análise se debruça para fronteira étnica

encontrada em determinado grupo e não mais somente o conteúdo cultural por

ele exercido, praticado ou continuado.

E o que seria essa fronteira étnica senão os aspectos socioculturais,

entretanto, sem deixar observar os contextos territoriais que são inerentes a

qualquer povo.

Ressalta o autor que um dos elementos fundantes para determinação do

pertencimento se perfaz pela manutenção da sua respectiva identidade quando

ocorrem as interações com outros grupos étnicos.

Outrossim, também ressalta o autor sobre a questão de as fronteiras étnicas

serem um desdobramento da vida social do grupo, neste sentido Barth aduz “a

fronteira étnica canaliza a vida social”. Logo, um fator importante para manutenção

de tais fronteiras é a existência de situações de contrato social entre pessoas de

diferentes contextos culturais, coexistindo com as diferenças culturais

persistentes.

Aluno – Gabriel Matheus Serra Maia de Souza.

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