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OFICIAIS EM PORTUGAL
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................2
ENQUADRAMENTO HISTÓRICO....................................................................................................3
Acordo de Schengen.................................................................................................................3
LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS NA UE.........................................................................5
A TRADUÇÃO OFICIAL EM PORTUGAL..........................................................................................7
CONCLUSÃO.................................................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................10
Referências Bibliográficas.......................................................................................................10
Fontes Digitais – Internet.......................................................................................................10
Outras fontes.........................................................................................................................10
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INTRODUÇÃO
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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Acordo de Schengen
No início do século XX, a Europa era um continente com um excesso populacional, levando
muitas pessoas a emigrar para as então colónias dos seus respectivos países de origem
(Espanha, Portugal, Holanda, França, Grã-Bretanha, apenas para citar alguns), países que
tinham conseguido esse domínio em territórios fora do continente europeu graças a uma
época de elevada expansão nos séculos anteriores e que mantinham o seu domínio até à data
da II Guerra Mundial (ainda que tenha tido o seu impacto, a Europa acabou por não se
ressentir muito com a I Guerra Mundial ao nível da densidade populacional). Assim, no período
do pós-guerra, o continente acabaria por se ressentir da sua agora falta de mão-de-obra para a
sua reconstrução (incentivada pelo Plano Marshall americano) dadas as elevadas baixas
durante o conflito, o que serviu de impulso à imigração vinda do Norte de África, Europa de
Leste e Turquia.
Um dos acordos mais importantes neste sentido foi o Acordo de Schengen (1985), instituído
por diversos países (Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Luxemburgo) para abolir fronteiras
dentro do espaço europeu e facilitar a mobilidade de cidadãos dentro dos Estados-membros.
O acordo seria ratificado na Convenção de Schengen (1990) pelos membros que inicialmente o
desenvolveram e entrou em 1995, sendo que Acordo e Convenção passaram a fazer parte do
quadro jurídico e institucional da União Europeia (UE) em 1999, sendo que as regulamentações
estipuladas no Acordo têm de ser aceites por qualquer Estado que futuramente se queira
juntar à UE. Ao longo dos anos que seguiram a sua instituição e até 2007, vários países foram-
se juntando progressivamente à lista de Estados-membros do chamado “espaço Schengen”,
sendo que Portugal o fez em 1992, a par de Espanha.
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contexto, o Sistema de Informação de Schengen (SIS) assume particular importância, já que
permite uma emissão mais eficiente de mandatos de captura, comunicados de furto e
comunicados de desaparecimento de cidadãos.
Contudo, o controlo fronteiriço pode ser reinstituído pelos Estados caso alguma situação
especial assim o exija, como um evento internacional de grande dimensão ou um período após
uma situação de emergência (como, por exemplo, os atentados de Londres em 2005).
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LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS NA UE
O Acordo de Schengen foi, então, a principal referência para o actual conceito de liberdade de
circulação de pessoas na UE, inicialmente estabelecido pelo Tratado sobre o Funcionamento
da União Europeia (TFUE) e que se via agora reforçado para a sua política com Estados fora do
território da União. O direito da imigração assumia, assim, um papel fundamental no
quotidiano jurídico europeu e o conceito da livre circulação de pessoas dentro da União era o
seu principal pilar.
No entanto, esta liberdade exige que algum tipo de controlo seja feito para não permitir uma
circulação indiscriminada e que possa prejudicar a sociedade de um determinado país; assim,
seriam aprovadas Directivas para reforçar as estipulações dos artigos 45º, nº 3, e 52º, nº1, do
Tratado, que remetem para a limitação da liberdade de circulação de pessoas por razão de um
potencial atentado à ordem, saúde e segurança públicas do país no qual se pretendam
estabelecer. Sendo estas três noções muito ambíguas, Directivas como a 64/221 de 25-2-1964
(agora revogada pela Directiva 2004/38/CE) serviam para especificar, neste caso, quais as
doenças ou enfermidades que poderiam servir de base a um Estado recusar a entrada ou
expulsar cidadãos do seu território.
No entanto, existem limitações quanto à limitação deste direito de entrada e residência por
razões de segurança ou ordem públicas. Um Estado-membro não pode, por exemplo, impedir
a entrada ou expulsar um cidadão meramente por interesses económicos nem pelo simples
facto de este ter um registo criminal prévio; cada situação de entrada ou pedido de residência
num país que faça parte da União deve ser avaliada apenas com base no padrão
comportamental do cidadão. Esta medida, ainda que proteja alguma eventual situação de
discriminação por parte de um Estado-membro para com um cidadão não-nacional de outro
país da União, teve necessariamente de permitir que fosse atribuído a um Estado o direito de
anulação de uma concessão de entrada ou residência no seu território por abuso de direito ou
fraude do cidadão em causa, como é a situação dos casamentos de conveniência,
frequentemente utilizados para permitir a cidadãos de países terceiros a obterem o direito de
residência, permanência e, até, nacionalidade nos Estados da UE com uma maior celeridade.
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Um outro grande problema que surge frequentemente com a liberdade de circulação de
pessoas é o da imigração ilegal, bastante frequente no sul da Europa. Ainda que algumas
situações de imigração ilegal representem a procura de asilo dos cidadãos nos países da União
Europeia, a entrada de cidadãos de países terceiros em busca de melhores condições de vida é
bastante mais frequente. Assim, uma série de medidas foram implementadas para lidar com
este tipo de situações, principalmente no que toca à documentação legal necessária para a
circulação e permanência de pessoas num dado território da UE.
Um dos principais aspectos em que o SEF assume um papel indispensável prende-se com a
expulsão administrativa (ou seja, não por ordem judicial) de imigrantes. Nestas situações, o
SEF é o organismo responsável pela gestão e coordenação de todo o processo, a partir do
momento em que o imigrante ilegal seja detido e apresentado perante um juiz; entre os vários
aspectos do processo coordenados pelo SEF encontram-se a apresentação periódica do
imigrante nas instalações ou a detenção no centro de detenção do SEF, onde o imigrante
poderá permanecer durante um prazo máximo de 60 dias. No caso da expulsão judicial, o
processo pode processar-se de forma inversa, sendo o SEF a apresentar o pedido de expulsão a
um tribunal ou sendo o imigrante condenado por um crime que envolva uma pena de prisão
superior a 6 meses. Entre os vários motivos possíveis apresentados para a condenação estão a
obtenção ilegal de um visto de entrada/residência ou a entrada em território nacional feitas
ilegalmente, atentados contra a segurança ou ordem públicas e a constituição de uma ameaça
para o Estado, entre outras.
Qualquer uma das ordens de expulsão é passível de recurso, ainda que este tenha apenas um
efeito devolutivo e a expulsão se acabe sempre por efectivar. No entanto, as ordens e
processos de expulsão não são nunca aplicáveis a cidadãos com direito de asilo, sendo, ao
invés disso, verificada a validade desse direito do cidadão estrangeiro antes de se determinar
se lhe será garantida a autorização para permanecer em território nacional por motivos de
asilo.
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A TRADUÇÃO OFICIAL EM PORTUGAL
Apesar de apenas ser feita uma abordagem superficial à temática da entrada, permanência e
expulsão de imigrantes neste trabalho, é possível perceber a complexidade deste tipo de
processos e, consequentemente, algumas das exigências que estes acarretam. Sendo que os
imigrantes vêem sempre garantidos os seus direitos integrais de defesa quando estão
envolvidos em processos judiciais, é fácil compreender a importância da tradução e
interpretação para garantir que estes decorram da maneira mais correcta e justa possível.
Em Portugal, a legislação existente acerca deste tema, estipulada no Código de Processo Penal
(C.P.P.), começa por realçar que a língua oficial a utilizar nos processos é o português – o que
implica, por si só, que é necessário estabelecer as normas relativas aos serviços de
interpretação e tradução. Assim, a lei prevê que, no interesse de um processo justo para o
arguido (e de acordo com a Convenção Europeia dos Direitos do Homem), os serviços de
tradução ou interpretação sejam gratuitos para o mesmo e que a nomeação e remuneração de
tradutores ou intérpretes fiquem a cargo do tribunal. A intervenção de ambos num processo
penal depende, contudo, de situações algo díspares; enquanto o intérprete é chamado no caso
de qualquer um dos intervenientes do processo não ser capaz de compreender ou se expressar
na língua portuguesa, o tradutor será chamado a intervir caso sejam apresentados
documentos numa língua estrangeira que não estejam acompanhados de uma tradução
autenticada.
Contudo, uma análise ao Código de Processo Penal revela um aspecto curioso na forma como
a profissão de tradutores e intérpretes é tratada aos olhos da lei: ainda que não seja requerida
nenhum tipo de especialização ao profissional de serviços linguísticos, ficando esse requisito
(ou falta dele) ao critério do tribunal responsável pela sua nomeação, o intérprete ou tradutor
não pode recusar a colaboração com o tribunal (art. 153º, nº1 do C.P.P.) excepto em situações
excepcionais e sempre com o aval do tribunal ou juiz de instrução (art. 153º, nº 2 do C.P.P. e
art. 47º do C.P.P.) e, no caso do profissional da interpretação, este tem de prestar juramento
(art. 91º do C.P.P.).
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obrigado a intervir, ainda que qualquer uma das situações anteriores tenha de ser
devidamente provada perante o tribunal ou juiz.
No caso das escusas, estas referem-se a situações nas quais o tradutor ou intérprete vejam a
imparcialidade posta em causa por força da existência de um motivo sério e grave que gere
essa desconfiança (art. 43º, nº 1 do C.P.P.) ou a situações em que seja o próprio intérprete a
requerer o seu afastamento do processo por motivos de falta de condições ou de
conhecimentos técnicos específicos para a realização do serviço (art. 153º, nº 2 do C.P.P.).
Qualquer uma destas situações não exclui a obrigação de colaboração no processo por parte
do intérprete/tradutor, estando sujeita à posterior apreciação e aprovação do tribunal.
Neste contexto, é importante destacar um estudo levado a cabo pela Dr.ª Suzana Cunha,
docente do ISCAP, que procurou perceber, através da realização de vários inquéritos, a
realidade existente em Portugal ao nível da interacção entre os profissionais da interpretação
e tradução e os serviços que prestam a nível oficial (tribunais, advogados e outros
intervenientes em processos judiciais).
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
Referências Bibliográficas
Outras fontes
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Comunicação apresentada no 6º CONGRESSO INTERNACIONAL CRITICAL LINK, intitulada Court
Interpreting in Portugal – Preliminaries of a case-study (CUNHA, Suzana), Aston University,
Birmingham, 26-30 Julho, 2010.
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