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Universidade de Brası́lia

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica

Tecnologia Mecânica 2

Laboratório 3
Conformação de chapas

Autores:
Izael Vieira Lima 160126134 Professor:
Henrique Hansen Barros 130142573 Guilherme Caribé de Carvalho

3 de abril de 2021
Conteúdo
1 Introdução 2
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Introdução teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Procedimentos Experimental e Resultados Observados 3


2.1 Processo de estampagem de chapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Corte por cisalhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2.1 Acabamento e empenamento em guilhotina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2.2 Efeito da folga e da afiação das matrizes de corte com punção . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Processo de dobramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3 Conclusão 7

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1 Introdução
1.1 Objetivos
Tem-se como objetivo do experimento demonstrar os processos de conformação de chapas utilizando certas
operações como a estampagem, corte por cisalhamento em guilhotina e em matriz e o dobramento manual em
prensa. De forma que será possı́vel visualizar o efeito da não sujeição da chapa no processo de estampagem,
o acabamento e o empenamento das chapas, além do efeito da folga e da afiação das ferramentas no processo
de corte. Finalmente, observa-se o efeito da anisotropia da chapa e da relação espessura versus raio interno
da curvatura no processo de dobramento.

1.2 Introdução teórica


Os processos de conformação mecânica são aqueles que transformam a geometria do material através de
uma força resultante. Tais processos são classificados como trabalho a quente e trabalho a frio e pelo tipo
de esforço que provoca a deformação da peça. Estampagem é um processo que geralmente se realiza a frio e
consiste na deformação de uma chapa com o objetivo de obter uma nova geometria. O corte por cisalhamento
em guilhotina e em matriz e o dobramento manual e em prensa são exemplos de operações de estampagem.
Para a realização dos cortes em chapa, existe a possibilidade de utilizar um punção ou uma faca junto com
uma matriz. O punção é um elemento móvel, como se pode observar na Figura 1 que possui uma geometria
convexa e se acopla com a matriz côncava.

Figura 1: Punções de diâmetros diferentes.

Os corpos que sofreram cortes então são submetidas à esforços de compressão, que depois mudam para
esforços cisalhantes, esse último esforço que provoca a separação da peça. Os cortes de cisalhamento são
divididos em três diferentes etapas:

• Quando as chapas sofrem deformação plástica;


• Quando se inicia a trinca;
• Quando ocorre a ruptura da peça.

Tais momentos podem ser observados na Figura 2.

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Figura 2: Forças cisalhantes em um corte de chapa.

No caso do dobramento, uma máquina chamada prensa dobradeira realiza o processo. Em tal processo o
material sofre esforços vindos de duas direções opostas com o objetivo de provocar a flexão e a deformação
plástica. Esses esforços provocam o dobramento da peça e por consequência a formação de um ângulo entre
as duas superfı́cies. O raio de dobramento é uma variável importante a ser considerada no dobramento e está
relacionada com a espessura da chapa e a formação de trincas. O raio de dobramento mı́nimo é um limite
de conformação que varia entre os materiais e também é múltiplo da espessura.

Figura 3: Forças cisalhantes em um corte de chapa.

Um importante efeito que acontece no dobramento chama-se retorno elástico. Tal efeito ocorre ao cessar a
deformação plástica e também é caracterizado pela recuperação da deformação referente ao comportamento
elástico. Logo, essa recuperação deve ser levada em consideração na geometria final da peça. A recuperação
elástica aumenta de acordo com o limite de escoamento do material.
Já a estampagem profunda é o processo onde uma placa adquire o formato de uma matriz por meio de
esforços compressivos realizados por um punção. As ferramentas usadas nesse processo são um punção, uma
matriz e um sujeitador. O sujeitador é utilizado para gerar um esforço a mais na peça e evitar que ela se
mova durante o processo de conformação.

2 Procedimentos Experimental e Resultados Observados


2.1 Processo de estampagem de chapas
O processo de estampagem resume-se em um atuador (punção), que limitado por uma matriz, exerce
uma força sobre uma peça alterando seu formato/geometria, e consequentemente, gerando uma redução do
perı́metro da mesma. Essa redução gera esforços de compressão tangenciais em relação a região central,
formando um enrugamento nessa região. Essa situação é evitada colocando-se um sujeitador no punção,
criando um esforço de compressão que evita o enrugamento. Outra vantagem da atuação do sujeitador é a
de evitar o deslocamento das peças de estampagem, melhorando a qualidade do processo.
A foto da figura 4 mostra o resultado da estampagem com sujeição, de duas chapas com matrizes diferentes
e a figura 5 mostra as matrizes de origem.

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Figura 4: Chapas estampadas com sujeitador

Figura 5: Matrizes de peças estampadas

2.2 Corte por cisalhamento


Os cortes por cisalhamento possuem procedimentos das mais variadas formas, desde manuais a au-
tomáticos, por meio de máquinas, porém seus parâmetros principais s ao determinantes em quase todas
as operações de estampagem. Esses parâmetros de corte são:

• Folga entre o punção e a matriz


• Aproveitamento máximo da chapa
• Forças da operação

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• Dimensionamento da matriz
• Sujeitador

2.2.1 Acabamento e empenamento em guilhotina


O corte por cisalhamento em guilhotina resume-se a uma máquina de corte de chapas, com duas facas em
formatos n ao paralelos (inferior e superior). A figura 6 mostra a máquina de corte por guilhotina.

Figura 6: Máquinas de corte por guilhotina

O acabamento nas peças cortadas por guilhotina é considerado bom e sem rebarbas, como é possı́vel
observar na figura 7. Esse acabamento é dividido em duas partes, a parte de cima, lisa e brilhante é gerada
por um corte por cisalhamento simples feito pelas facas, já a parte fosca e rugosa, logo abaixo, é gerada pela
propagação da trinca. Outro detalhe é que a tamanho das regiões de acabamento listadas acima variam de
acordo com o material, sendo para o alumı́nio uma seção de corte por cisalhamento (brilhante) maior em
comparação com o aço.
Já o empenamento ocorrido após o corte por guilhotina da peça de alumı́nio mostrada, pode ser explicado
devido a má determinação da folga. Isso acarreta em um aumento da força de corte necessária, um desgaste
maior e uma força de sujeitação inferior à necessária, incapaz de impedir o empenamento. A folga a ser
determinada é função de da espessura e do material da chapa a ser cortada.

Figura 7: Acabamento da peça cortada por guilhotina

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2.2.2 Efeito da folga e da afiação das matrizes de corte com punção
Agora o corte por cisalhamento com matriz possui um processo bem mais simples em comparação com
o de guilhotina e resume-se em duas matrizes encaixadas por guias, que evitam o escorregamento, e de um
punção com arestas pronunciadas através de uma concavidade, como ilustra a Figura 8.
A qualidade das arestas cortadas é função das arestas de corte da ferramenta e da espessura da chapa,
quanto mais afiada a ferramenta e menor a espessura da peça a ser cortada, melhor q qualidade das arestas.
Outras caracterı́sticas das matrizes de corte que são fundamentais para o corte da peça são: o ângulo
de saı́da e a folga entre a punção e a matriz. A folga é a grande responsável pelo corte das chapas nesse
processo, e em excesso ou em escassez, pode acarretar em um aumento das rebarbas ou em um desgaste
maior da ferramenta de corte. No experimento infelizmente não havia como controlar a excentricidade do
furo e do punção, o que gerou a baixa qualidade do corte das arestas da peça cortada, mas para processos
de corte de boa qualidade, é de suma importância a regulagem da folga em toda a extensão do corte.

Figura 8: Matriz de corte por cisalhamento com punção

2.3 Processo de dobramento


No processo de dobramento manual foi utilizado uma dobradeira para realizar o processo de conformação
em quatro placas de alumı́nio, duas placas com 1,5mm de espessura e as outras duas com 3,8mm. Para
cada um dos diâmetros o técnico posicionou uma placa na dobradeira com as linhas que mostram o sentido
da laminação paralela com o dobramento e a outra placa perpendicular ao dobramento. As peças forma
dobradas 90º.
Pode ser observado nas figuras 9 e 10 que surgiu uma trinca nas chapas de maior diâmetro (fig.10),
isso ocorreu já que foi excedido o tamanho do raio de dobramento mı́nimo e, por consequência, o limite de
conformação da peça. Já em comparação a direção das chapas em relação ao dobramento pode ser analisado
que a chapas na direção perpendicular não tiveram tantas imperfeições como as que estavam na direção

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paralela. Esse efeito deve-se a anisotropia do material, isto é, as diferentes propriedades fı́sicas que variam
com a direção.

Figura 9: Dobramento em chapa de alumı́nio 1.5 mm

Figura 10: Dobramento em chapa de alumı́nio 3.8 mm

3 Conclusão
Com o presente experimento pode-se constatar a importância do sentido de laminação quando vamos
realizar o dobramento de uma chapa, assim como a influência de sua espessura para manter uma boa qualidade
do processo. Com relação aos processos de corte, foi possı́vel constatar que a inclinação da lâmina de
corte na guilhotina, a fim de utilizar uma menor força para o processo resulta no empenamento de chapas
longas e espessas, mas em chapas pequenas é bem-vindo. No caso do corte por cisalhamento, nota-se que a
ferramenta não estando afiada ou com uma folga excessiva resulta em um corte com rebarbas. No caso de

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uma estampagem onde não há a devida fixação da chapa, sujeição, a estampagem não fica da melhor maneira
possı́vel, resultando em irregularidades na peça final.

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Referências
[1] W. D. J. Callister. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma introdução, 5 ed. LTC - Livros Técnicos e
Cientı́ficos Editora, 2002.
[2] V. Chiaveri. Tecnologia Mecânica Estrutura e Propriedades das Ligas Metálicas, 2 ed. Editora McGraw-
Hill, 1986.
[3] S. Kalpakjian and S. R. Schmid. Manufacturing Engineering and Technology, 6 ed. Pearson, 2009.
[4] Dustre. Forjaria Industrial: Forjamento Matriz Aberta. Fonte:
https://dustre.com.br/servicos/forjamento-matriz-aberta, Acesso: 27/03/2021.

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