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Parte II
Perez Júnior (1998, p. 79), dando destaque a uma atuação contábil, observa que o auditor,
além de revisar procedimentos, pode determinar o sistema de controle mais adequado: "os
auditores internos têm a função de examinar transações detalhadas, revisar procedimentos
contábeis e operacionais da empresa e determinar o sistema de controle interno mais
adequado, assim como o grau de observância das políticas estabelecidas pela administração.
A função ria interna, quando bem organizada e se contar com pessoal competente, pode vir a
ser um importante fator no sistema de controle interno".
De maneira similar ao proposto por Perez Júnior, Paula (1999, p. 32) define a interna como
sendo uma atividade de avaliação independente, que atuando em parceria com
administradores e especialistas, deverá avaliar a eficiência e a eficácia dos sistemas de
controle de toda a entidade, agindo proativamente, zelando pela observância às políticas
traçadas e provocando melhorias fornecendo subsídios aos proprietários e administradores
para a tomada de decisão, visando ao cumprimento da missão da entidade.
Embora não seja objetivo desta material apresentar uma definição formal para o termo
auditoria interna, a partir das considerações apresentadas pelos autores citados, é possível
destacar alguns tópicos que ajudam a compreender essa atividade. Dessa forma, compete ao
auditor interno, trabalhando de maneira independente, as seguintes atribuições:
Por sua vez, a auditoria externa tem como objetivo mostrar a situação organizacional para os
sócios que não participam diretamente da administração da empresa, para órgãos reguladores,
entidades financiadoras (públicas ou privadas), dentre outras possibilidades. Portanto, o seu
produto (relatórios e pareceres, por exemplo) destina-se aos stakeholders (todas as partes
interessadas, tais como clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade,
órgãos reguladores etc).
Com isso, é importante destacar que a auditoria interna trata do exame detalhado das
atividades da empresa, enquanto à auditoria externa cabe executar exames de revisão global
das atividades, utilizando técnicas baseadas em testes de amostragem etc. O Quadro 1 indica
algumas diferenças fundamentais entre as duas auditorias.
Embora Jund (2002, p. 29) destaque que, para a auditoria interna, a intensidade dos trabalhos
é menor, é necessário considerar que isso pode não ser de todo representativo do que
efetivamente ocorre. O trabalho diário do auditor interno acaba, por vezes, atingindo um
volume superior ao da auditoria externa.
Quadro 1 - Comparativo entre as funções e atividades das auditorias interna e externa.
Em termos mais conceituais, é interessante verificar o que dizem alguns autores. Para
Crepaldi (2000, p. 48), a auditoria externa "constitui o conjunto de procedimentos técnicos
que tem por objetivo a emissão do parecer sobre a adequação com que estes representam à
posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do Patrimônio
Líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada consoante às normas
brasileiras de contabilidade".
Attie (1988), por sua vez, ressalta que, de forma geral, tanto a auditoria interna quanto a
externa executam a mesma tarefa e utilizam as mesmas técnicas. Ambas tomam o Controle
Interno como o ponto central da atuação, constituindo este o marco inicial do trabalho. Para
ele, verifica-se uma interação e sincronia de trabalho entre as auditorias interna e externa.
É importante ressaltar que nem sempre as empresas que passam por uma auditoria externa
contam com um auditor interno ou departamento de auditoria. Por exemplo, quando uma
empresa está sendo adquirida por terceiros, dependendo de seu porte, é comum os
compradores solicitarem uma auditoria externa tendo por finalidade verificar a situação
financeira, contábil e legal do empreendimento.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
ATTIE, William. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1988.
CÔRTES, Pedro Luiz. Administração de Sistemas de Informação, São Paulo, Ed. Saraiva,2008.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.
JUND, Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.
PAULA, Maria Goreth Miranda Almeida. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1999.
PEREZ Júnior, José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1998.