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FARACO, C. A. (2008) Norma Culta Brasileira: Desatando alguns nós.

São
Paulo. Parábola Editorial, Capitulo 1.

O livro de Faraco é resultado de uma extensa e intensa produção na área dos


estudos da linguagem. Seus trabalhos têm colaborado para o desenvolvimento
da língua no Brasil, pois é iluminado por seus princípios que expõe de forma
clara e objetiva. O livro foi elaborado com o intuito de abordar não só as
definições de norma, norma culta, padrão e gramatical, como também a história
da gramática, e da língua portuguesa no Brasil. como diz o próprio autor “[...]
tem como objetivo contribuir para esse processo.” (p. 30) ao que se refere aos
nós, buscando nos ajudar a desatar e aprimorar os mesmos.

Faraco procura expor a importância de se repensar na língua e tudo que está


relacionada a ela. O autor incorpora questões com base nas diversas
denominações existentes em relação ao português, como a norma culta,
gramatical e padrão, dentre outras questões que se relacionam com o histórico
da Gramática e a conexão entre a variação linguística e a escola.

O Afinando Conceitos, aborda uma visão ampla dos conceitos técnicos sobre o
que é norma, podendo ser classificados como: sintáticos, lexicais fonológicos e
morfológicos, que são conexões presentes num dado grupo de falantes.

A expressão norma culta é designada pelo autor como um “conjunto de


fenômenos linguísticos que geralmente ocorrem de forma habitual no uso dos
falantes letrados em situações mais monitoradas de fala e escrita”. (p. 73) Ou
seja, a forma que um falante costuma falar ou escrever, sendo assim, cada
grupo tem sua variação de linguagem e cada um desses grupos tem sua
própria norma.
O autor também conceitua o termo “norma padrão” que recebe essa nomeação
pela necessidade de se falar uma única língua, chegando a conclusão de que a
norma padrão:

“É uma codificação relativamente abstrata, uma baliza extraída


do uso real para servir de referência, em sociedades marcadas
por acentuada dialetação, a projetos políticos de uniformização
linguística”. (FARACO, 2008, p. 75).

Vale ressaltar que Faraco usa o termo “norma” como uma forma privada que
cada grupo usa a fala. Dessa forma, o autor aponta a necessidade de
diferenciar a norma culta escrita para a falada, confirmando que a fala está
bem mais perto da linguagem urbana, pois há uma diversidade escrita diferente
da qual é usada na fala.

Segundo Faraco a “norma curta” é classificada por ele como a miséria da


gramatica que se define em:

“Um conjunto de preceitos dogmáticos que não encontram


respaldo nem nos fatos, nem nos bons instrumentos
normativos, mas que sustentam uma nociva cultura do erro e
têm impedido um estudo adequado da nossa norma
culta/comum/Standard”. (FARACO, 2008, p. 94).

Há diferentes modos de se realizar esquemas de relações da língua


representado em diferentes grupos de fala, o que quer dizer que um grupo de
fala não possui somente uma norma. Ainda segundo ele afirma que “[...] não é
simples conceituar e identificar, no Brasil, a norma a que se dá o qualificativo
de culta”. (p. 45)

Em suma, o livro de Faraco a meu ver se torna super recomendado e


indispensável para educadores que acreditam na existência de apenas uma
norma correta e ignoram, o que é, na verdade, variações linguísticas, para que
assim se tornem profissionais mais eficientes para realização de trabalhos nas
instituições de ensino onde exercem sua função.

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