Uma empresa eticamente impecável segue os objetos para que existe – satisfazer as
necessidades humanas – se caracteriza pela agilidade, iniciativa e fomento à cooperação entre
seus membros, já que todos operam por um interesse comum, pela ascensão da solidariedade,
por um risco razoável, pela corresponsabilização, tudo com senso de justiça. (CORTINA, 2008,
p. 15)
A ética é um tipo de saber que orienta a ação, um saber prático. (CORTINA, 2008, p. 17)
No que diz respeito às pessoas, o saber ético auxilia a desenvolver o caráter de uma empresa
que torne as pessoas felizes, já que a felicidade é o fim último de todos os homens e objetivo
da ética. Entende se por felicidade o bem-estar, uma vida o mais agradável possível, cheia de
satisfação, alcançando a perfeição, a autorrealização e atingindo as metas que nos parecem
justas e desejáveis. Quanto às organiza ações, é importante averiguar, não a felicidade, mas
quais são suas metas, suas finalidades e o esforço dos seus membros para alcançá-las
(CORTINA, 2008, p. 22)
As organizações devem atender ao seu fim, um propósito social. Toda organização deve
proporcionar à sociedade benesses em virtude das quais se legitima sua própria existência, sob
risco de terem este direito reclamado pela sociedade ou acabarem deslegitimadas (CORTINA,
2008, p. 22-23)
Ética, ou filosofia moral, é a parte da filosofia que reflete sobre a moral. Autora chama de
moral um saber que acompanha a vida dos homens e os torna prudente e justos. A ética como
reflexão sobre a moral buscar aclarar o que é moral, fundamentar a moral (compreender por
que os homens se comportam moralmente) e aplicar à vida social os resultados das duas
anteriores, a chamada ética aplicada. A ética empresarial é uma das partes da ética aplicada.
(CORTINA, 2008, p. 28)
A ética empresarial é parte ética aplicada e parte ética cívica. (CORTINA, 2008, p. 33)
A ética cívica nasce no século 16 e 17 a partir de uma experiência positiva, quando percebeu se
a possibilidade de convivência entre cidadão de distintas religiões, ateus e agnósticos por
compartilharem valores e normas mínimas. Esta experiência de pluralismo origina a ética
cívica, mínimo de valores e normas compartilhados entre os membros de uma sociedade
moderna, independente de suas crenças religiosas, filosóficas, políticas ou culturais. Portanto,
a ética cívica é uma ética moderna de mínimos. (CORTINA, 2008, p. 37-38)
Uma ética mínima não busca a felicidade, objetivo final de éticas de máximos, ou seja, de
religiões, agnósticos ou ateus. Em uma sociedade moderna há um pluralismo moral em que
convivem pessoas e grupos com distintas éticas de máximo tentando impor seus ideais de
felicidade. O pluralismo não significa inexistir pontos comum entre os cidadãos, mas ideais
morais distintos e mínimos morais comuns e inegociáveis. (CORTINA, 2008, p. 38)
Os direitos humanos, ou direitos morais, podem ser considerados valores mínimos concretos
para uma ética cívica. Ainda que não estejam positivados, não haja sanção externa ou
tipificação legal, situam-se no campo da moralidade, do dever ser. A primeira geração dos
direitos humanos promove a ideia de Liberdade em que o estado não tem mais a tarefa de
proteger os direitos civis e políticos dos seus cidadãos. A segunda geração decorre de tradições
socialistas, inspirado no valor da Igualdade (econômica, social e cultural). Tais tradições foram
explicitamente reconhecidas na Declaração de 1948 das Nações Unidas. Por fim, a terceira
geração, em que pese não tenha sido reconhecida expressamente pela Carta da ONU, trata do
valor da Solidariedade, indispensável para concretizar o direito das pessoas a uma convivência
pacífica entre todas as nações, ou seja, o direito à paz. (CORTINA, 2008, p. 40-41)
Distinção entre ética econômica e ética empresarial: a ética econômica se refere é um campo
geral das relações sobre economia e ética e sobre os sistemas econômicos, em especial o
capitalismo (tendencia transformadora e legitimadora do capitalismo). A ética empresarial
concentra se na concepção da empresa como uma organização económica e instituição social,
como função de servir de diretriz na tomada de decisões. [51-52]