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Moreira, J. Manuel (1999). As contas com a Ética empresarial. Ed. Princípia, Cascais
A presente ficha de leitura retrata sobre códigos éticos de empresa. Um código ético é um
documento em a empresa estabelece objectivos de caracter ético que deseja seguir dentro e
fora da empresa. Esse documento contém a missão da empresa, os princípios éticos
fundamentais e uma certa concretização da missão. A introdução de um código de ética pode
sérum processo delicado, uma vez que a moral na nossa cultura é vista como competência
das instituições religiosas ou da consciência individual e não do mundo dos negócios.
A imposição de códigos de conduta ética por si só não garante que as empresas sejam éticas,
isso se consegue quando as pessoas que as integram forem íntegras, isto é, se as pessoas
forem possuidoras das virtudes morais. As razões de ordem geral que se pode apontar para
justificar a criação de um código ético são:
Ficha de Leitura
A presente ficha de leitura retrata sobre a ética ou filosofia moral. Toda cultura e cada
sociedade contém uma moral ou seja, valores que dizem respeito ao bem e ao mal, ao que é
permitido e ao que não é permitido. Podemos dizer a partir dos textos de Platão e de
Aristóteles, que no ocidente a ética ou filosofia moral iniciou com Sócrates. Platão e
Aristóteles contam que Sócrates percorreu praças e ruas de Atenas ele perguntava aos
atenienses, tanto jovens quanto velhos, o que eram valores nos quais acreditavam e
respeitavam ao agir, Sócrates fazia questões como, O que é coragem? O que é justiça? O que
é a piedade? O que é amizade? Eles respondiam dizendo: serem virtudes, por sua vez
Sócrates perguntava o que é virtude? E eles respondiam: é o agir conforme o bem. E Sócrates
questiona o que é o bem? Sócrates conclui que as suas perguntas terminavam sempre por
revelar que os atenienses respondiam sem pensar. Repetindo o que lhes fora ensinado desde
a infância. Porque cada um interpretava a sua maneira o que tinham aprendido, e isso fazia
com que as suas respostas fossem diferentes e contraditórias. Um tempo depois de conversa
com Sócrates, um ateniense vá-se diante de duas alternativas: ou zangar-se e ir embora
irritado ou reconhecer que não sabia o que imaginaria saber. Os atenienses sentiam-se
embaraçados com as perguntas socráticas. Por dois motivos: em primeiro lugar, por
perceberem que confundiam valores morais com os factos constáveis em sua vida
quotidiana. Em segundo lugar, porque inversamente, tomaram os fatos da vida quotidiana
como se fossem valores morais. Os atenienses confundiam fatos e valores, pois ignoravam
as coisas ou razões por que valorizavam certas coisas, certas pessoas, ou certas acções e
desprezavam as outras.
Somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos e
reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e
deveres. Somos recompensados quando os seguimos e punidos quando os transgredimos.
Os costumes, por que são anteriores ao nosso nascimento e formam o tecido da sociedade
em que vivemos, são considerados inquestionáveis e quase sagrados. A palavra costume se
diz, em grego, ethos-donde, ética- e em latim, mores-donde, moral, ou seja, ética e moral
referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são
considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros.
Sócrates indignava o que eram, de onde vinham, o que valiam tais costumes. Ao dirigir-se
para os atenienses, Sócrates lhes perguntava qual é o sentido dos costumes estabelecidos,
mas também indagava quais as disposições de carácter que levavam alguém a respeitar ou a
transgredir os valores da cidade e porquê. Ao indagar o que são a virtude e o bem, Sócrates
realiza na verdade duas interrogações. Por um lado interroga a sociedade para saber se o que
ela costuma considerar virtuoso e bom corresponde efectivamente á virtude e o bem, e por
outro lado, interroga os indivíduos para saber se, ao agir possuem efectivamente consciência
do significado e da finalidade se duas acções.