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UNIVERSIDADE JOAQUIM CHISSANO

Escola Superior de Governação


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Curso de Licenciatura em Administração Pública
Iº Ano
Cadeira: Introdução à Administração Pública

Docentes: Pedro João Pereira Lopes e Dr. Jerónimo Chilundo

Discentes: Alberto Chelene

IN: Aristides Manjuma


Celeste Macicame
Cristina Alage
Carla Mesa
Helena Langa
Jéssica Nassone
Luísa Chirindza
Lúcia Maximiano
Marlina Chirrinzane
Ficha de Leitura

Moreira, J. Manuel (1999). As contas com a Ética empresarial. Ed. Princípia, Cascais

A presente ficha de leitura retrata sobre códigos éticos de empresa. Um código ético é um
documento em a empresa estabelece objectivos de caracter ético que deseja seguir dentro e
fora da empresa. Esse documento contém a missão da empresa, os princípios éticos
fundamentais e uma certa concretização da missão. A introdução de um código de ética pode
sérum processo delicado, uma vez que a moral na nossa cultura é vista como competência
das instituições religiosas ou da consciência individual e não do mundo dos negócios.

Razões para a introdução de um código ético

A imposição de códigos de conduta ética por si só não garante que as empresas sejam éticas,
isso se consegue quando as pessoas que as integram forem íntegras, isto é, se as pessoas
forem possuidoras das virtudes morais. As razões de ordem geral que se pode apontar para
justificar a criação de um código ético são:

• A necessidade que a empresa, como instituições tem de responder a função de ajudar


ao desenvolvimento humano e profissional dos seus membros;
• Toda a empresa que queira ter bons profissionais não pode dispensar e
desenvolvimento ético dos mesmos.
• A necessidade de auto-regulação por parte das empresas para evitar que a pressão da
opinião pública obrigue os poderes a impor uma legislação.
• O intuito de criar uma imagem externa e interna de responsabilidade, seriedade e
excelência.
• Os códigos de conduta podem servir de instrumentos para reforço de uma
determinada cultura de empresa.
Objectivos pessoais e objectivos da organização

No âmbito empresarial talvez o sentido de comunidade seja o mais natural fenómeno


humano, que se reconhece na comunhão de objectivos, com efeito, hoje pode se considerar
empresa como um grupo de pessoas que se juntam para alcançar determinadas metas e
resultados. Os objcetivos comuns, também designados propósito da organização, não
impedem com os intervenientes possam desenvolver objectivos pessoais. Isso pode gerar
conflitos de interesses, os quais podem ocorrer entre objectivos individuais opostos.

Ficha de Leitura

Chauí, Marinela (1998). Convite à Filosofia, 10 ed. Editora Ática: SP

A presente ficha de leitura retrata sobre a ética ou filosofia moral. Toda cultura e cada
sociedade contém uma moral ou seja, valores que dizem respeito ao bem e ao mal, ao que é
permitido e ao que não é permitido. Podemos dizer a partir dos textos de Platão e de
Aristóteles, que no ocidente a ética ou filosofia moral iniciou com Sócrates. Platão e
Aristóteles contam que Sócrates percorreu praças e ruas de Atenas ele perguntava aos
atenienses, tanto jovens quanto velhos, o que eram valores nos quais acreditavam e
respeitavam ao agir, Sócrates fazia questões como, O que é coragem? O que é justiça? O que
é a piedade? O que é amizade? Eles respondiam dizendo: serem virtudes, por sua vez
Sócrates perguntava o que é virtude? E eles respondiam: é o agir conforme o bem. E Sócrates
questiona o que é o bem? Sócrates conclui que as suas perguntas terminavam sempre por
revelar que os atenienses respondiam sem pensar. Repetindo o que lhes fora ensinado desde
a infância. Porque cada um interpretava a sua maneira o que tinham aprendido, e isso fazia
com que as suas respostas fossem diferentes e contraditórias. Um tempo depois de conversa
com Sócrates, um ateniense vá-se diante de duas alternativas: ou zangar-se e ir embora
irritado ou reconhecer que não sabia o que imaginaria saber. Os atenienses sentiam-se
embaraçados com as perguntas socráticas. Por dois motivos: em primeiro lugar, por
perceberem que confundiam valores morais com os factos constáveis em sua vida
quotidiana. Em segundo lugar, porque inversamente, tomaram os fatos da vida quotidiana
como se fossem valores morais. Os atenienses confundiam fatos e valores, pois ignoravam
as coisas ou razões por que valorizavam certas coisas, certas pessoas, ou certas acções e
desprezavam as outras.

Somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos e
reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e
deveres. Somos recompensados quando os seguimos e punidos quando os transgredimos.
Os costumes, por que são anteriores ao nosso nascimento e formam o tecido da sociedade
em que vivemos, são considerados inquestionáveis e quase sagrados. A palavra costume se
diz, em grego, ethos-donde, ética- e em latim, mores-donde, moral, ou seja, ética e moral
referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são
considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros.
Sócrates indignava o que eram, de onde vinham, o que valiam tais costumes. Ao dirigir-se
para os atenienses, Sócrates lhes perguntava qual é o sentido dos costumes estabelecidos,
mas também indagava quais as disposições de carácter que levavam alguém a respeitar ou a
transgredir os valores da cidade e porquê. Ao indagar o que são a virtude e o bem, Sócrates
realiza na verdade duas interrogações. Por um lado interroga a sociedade para saber se o que
ela costuma considerar virtuoso e bom corresponde efectivamente á virtude e o bem, e por
outro lado, interroga os indivíduos para saber se, ao agir possuem efectivamente consciência
do significado e da finalidade se duas acções.

Se devemos a Sócrates o início da filosofia moral, devemos a Aristóteles a distinção entre


saber teórico e o saber prático. O saber teórico é conhecimento de seres e factos que existem
e agem independentemente de nós e sem nossa intervenção. O saber prático é conhecimento
daquilo que só existe como consequência de nossa acção e, portanto depende de nó. A ética
é um saber pratico. Aristóteles distingue a ética e técnica como práticas diferem pelo modo
de relação do agente com a acção e com a finalidade da acção.
Também devemos a Aristóteles a definição do campo das acções éticas. Estas só são
definidas pela virtude, pelo bem e pela obrigação, mas também pertencem àquela esfera da
realidade na qual cabem a deliberação, e decisão ou escolha.
A ética opina três grandes princípios de vida moral:
1- Os seres humanos aspiram ao bem á felicidade, que só podem ser alcançados pela
conduta virtuosa.
2- A virtude é uma força interior de carácter que consiste na consistência do bem e na
conduta definida pela vontade guiada pela razão.
3- A conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está em seu
poder realizar, referindo-se, portanto ao que é passível e desejável para um ser
humano.
O sujeito ético ou moral não se submete aos acasos da sorte, á vontade e aos desejos de um
outro, á tirania das posições, mas obedece apenas a sua consciência.
A ética resume-se em três aspectos principais:
1- Racionalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão.
2- Naturalismo: a vida virtuosa é agir com conformidade cm a natureza,
3- Inseparabilidade: entre ética e política: entre a conduta do individuo e os valores da
sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos
liberdade, justiça e felicidade.

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