Você está na página 1de 6

 BIOÉTICA

ABUSOS ÉTICOS
Herófilo da Capadócia e Erasistrato de Cleo Século III a.C. -
experimentos em prisioneiros de guerra
Renascimento 1559 - experimentos em prisioneiros
Charles Maitland 1721 - experimentos em prisioneiros
Alemanha início século XX - experimentos em sujeitos vulneráveis
Ocupação Japonesa na China 1931-1945 - experimentos em
prisioneiros de guerra e civis
II Guerra Mundial 1939-1945 - experimentos em prisioneiros em
campos de concentração (considerados crimes contra a humanidade -
Código de Nuremberg)
* Aplicabilidade dos novos conhecimentos e crescimento da ciência X
Criação de mecanismos para evitar abusos na experimentação

CÓDIGO DE NUREMBERG 1947


Obter consentimento do voluntário;
Produzir resultados vantajosos;
Experimentação em animais e estudos anteriores;
Evitar sofrimentos e danos;
Conduzida por pessoas certificadas e qualificadas;
Continuação suspensa, se constatado qualquer dano, invalidez ou
morte;
Não pode ser feita se existir risco de ocorrer morte ou invalidez
permanente;
Ter o grau de risco aceitável e limitado pela importância do problema
a que se propõe investigar;
Proteger o paciente dos danos;
Dar liberdade ao paciente de se retirar em qualquer momento da
pesquisa.

DECLARAÇÃO DE HELSINQUE 1964 - 2013


- O bem-estar do ser humano deve ter prioridade sobre os interesses
da ciência e da sociedade -
Obter o conhecimento do participante, após ter sido totalmente
esclarecido;
Ser baseada em experiências laboratoriais, in vitro, em animais e na
evidência da literatura científica;
Protocolo de pesquisa aprovado por um CEP;
Conduzida por pessoas cientificamente qualificadas;
Risco para o participante proporcional à importância do objetivo;
Avaliação dos riscos comparada com os benefícios, respeitada e
assegurada a integridade do participante.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Informe de Belmont 1978: Autonomia / Beneficência / Justiça
Beauchamp e Childress 1979: Não Maleficência

- Autonomia: respeito a pessoa.


- Beneficência: dever de fazer o bem independente de desejá-lo;
ponderação entre riscos e benefícios.
- Não-maleficência: obrigação de não infringir dano intencional; Danos
previsíveis devem ser evitados.
- Justiça e equidade: relevância social do estudo, com igual
consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido da
destinação sócio-humanitária.

RESPEITO AO PACIENTE (visão humanista)


Ser claro e transparente
Privacidade e confidencialidade
Fidelidade
Promover benefícios
Gerar confiança
Esclarecer verbalmente as alternativas de tratamento
Iniciar o tratamento após consentimento prévio
Respeitar a liberdade de escolha do paciente

TCLE
Forma simples e clara
Fácil compreensão
Elaborado em 2 vias

Deve conter:
Terapia eleita e condutas alternativas oferecidas
Vantagens e desvantagens
Custos
Riscos
Duração do tratamento

RESPONSABILIDADE CIVIL
Toda ação ou omissão que gera violação de uma norma jurídica legal
ou contratual. Assim, nasce uma obrigação de reparar o ato danoso.

ATO LÍCITO: Ato conforme o Direito


ATO ILÍCITO: Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral

LEI DE TALIÂO: Código de Hamurabi (olho por olho, dente por dente)
1700 a.C.

PIRÂMIDE DE KELSEN 1999


- CF
- LC
- Leis Ordinárias, Delegadas, MP
- Normas e Decretos Regulamentares
- Decisões Normativas
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
AGENTE: cirurgião legalmente habilitado (diploma e registro no CRO)

ATO PROFISSIONAL: ato que gera o dano

DANO:
Dano material é aquele que reflete no mundo real, concreto, factível.
Dano moral compreende tudo aquilo que atinge o indivíduo em seu
íntimo

CULPA: É uma imputação feita a alguém devido a ato ou fato que


ocorra.
Negligência: hipótese na qual o agente não observa os deveres básicos
de cuidado e diligência razoáveis, ocorrendo por este motivo, um dano.
Imperícia: caso de o agente não estar apto a realizar o ato que está
praticando com a necessária perfeição e habilidade.
Imprudência: agente sabe do risco da sua ação possivelmente causar
um dano, porém ainda assim decide por realiza-la

NEXO CAUSAL: relação de causa e efeito, conduta e dano.

IATROGENIA: limitação técnica, na tentativa de sanar um problema,


podendo ocasionar o desencadeamento de processos patogênicos.

ACIDENTE: dano de previsibilidade muito baixa

RESPONSABILIDADE OBJETIVA: quem exerce atividade profissional


que possa causar prejuízo a outrem , deve sustentar o risco e reparar
o dano que porventura ocorra, independentemente de culpa

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: Só há responsabilidade quando


houver culpa comprovada

OBRIGAÇÃO DE MEIO: é aquela em que o devedor se obriga tão


somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de
certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo se vincular a
obtê-lo

OBRIGAÇÃO DE RESULTADO: tem como objetivo a realização de uma


atividade que visa obter um resultado claro e definido.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre
os riscos que apresentem;
**Apresentar plano de tratamento

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos


comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
** Inversão do ônus da prova

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem


assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em
língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança
dos consumidores.

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,


veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor
que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a
ser celebrado.
** Gera obrigação de resultado

LEI 5081 de 1966


Art. 7º. É vedado ao cirurgião-dentista:

a) expor em público trabalhos odontológicos e usar de artifícios de


propaganda para granjear clientela;

b) anunciar cura de determinadas doenças, para as quais não haja


tratamento eficaz;
c) exercício de mais de duas especialidades;

d) consultas mediante correspondência, rádio, televisão ou meios


semelhantes;

e) prestação de serviço gratuito em consultórios particulares;

f) divulgar benefícios recebidos de clientes;

g) anunciar preços de serviços, modalidades de pagamento e outras


formas de comercialização da clínica que signifiquem competição
desleal.

LEI 8078 de 1990

DADOS OBRIGATÓRIOS EM PUBLICIDADE: Nome, nº CRO, nome


representativo (Cirurgião-Dentista)
Se pessoa jurídica: nº CRO responsável técnico

DADOS OPTATIVOS: endereço, telefone, horário de trabalho,


convênios, areas de atuação, títulos de graduação, “clínico geral”
Especialidades: desde que inscritos no CRO

Art. 34. Constitui infração ética:


I . anunciar preços, serviços gratuitos e modalidades de pagamento,
ou outras formas de comercialização que signifiquem competição
desleal ou que contrariem o disposto neste Código;

II. anunciar ou divulgar títulos, qualificações, especialidades que não


possua ou que não seja reconhecida pelo CFO;

III. anunciar ou divulgar técnicas, terapias de tratamento, área de


atuação, que não estejam devidamente comprovadas cientificamente,
assim como instalações e equipamentos que não tenham seu registro
validado pelos órgãos competentes;

IV. criticar técnicas utilizadas por outros profissionais como sendo


inadequadas ou ultrapassadas;

V . dar consulta, diagnóstico ou prescrição de tratamento por meio de


qualquer veículo de comunicação de massa, bem como permitir que
sua participação na divulgação de assuntos odontológicos deixe de ter
caráter exclusivo de esclarecimento e educação da coletividade;

VI. divulgar nome, endereço ou qualquer outro elemento que


identifique o paciente, a não ser com seu consentimento livre e
esclarecido, ou de seu responsável legal, observadas as demais
previsões deste Código e legislação pertinente;
VII. aliciar pacientes, praticando ou permitindo a oferta de serviços
através de informação ou anúncio falso, irregular, ilícito ou imoral,
com o intuito de atrair clientela, ou outros atos que caracterizem
concorrência desleal ou aviltamento da profissão;

VIII. induzir a opinião pública a acreditar que exista reserva de


atuação clínica em Odontologia;

IX. divulgar ou permitir que sejam divulgadas publicamente


observações desabonadoras sobre a atuação clínica ou qualquer
manifestação negativa à atuação de outro profissional;

X . oferecer trabalho gratuito com intenção de autopromoção ou


promover campanhas políticas oferecendo trocas de favores;

XI. anunciar serviços profissionais como prêmio em concurso de


qualquer natureza, bem como oferecer prêmios pela utilização dos
serviços prestados;

XII. provocar direta ou indiretamente, através de anúncio ou


propaganda, a poluição do ambiente;

XIII. realizar propaganda de forma abusiva ou enganosa;

XIV.expor ao público leigo artifícios de propaganda, com o intuito de


granjear clientela, especialmente a utilização de expressões antes e
depois.

Você também pode gostar