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OVERLORD Especial

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-Dia das Pleiades-
Π λ ε ι ά δ ε ς

Autor:

Maruyama Kugane
Ilustrador:
Dia das Πλειάδες
so-bin 2
Sumário
Parte 1 ............................................................................................................. 4
Parte 2 ...........................................................................................................16
Parte 3 ...........................................................................................................30
Parte 4 ...........................................................................................................51
Parte 5 ...........................................................................................................68
Parte 6 ...........................................................................................................79
Ilustrações......................................................................................................86
Glossário .................................................................................................... 101

OVERLORD Especial
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Parte 1

Dia das Πλειάδες


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OVERLORD Especial
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uri Alpha — uma das Empregadas de Batalha e Líder Assis-

Y
tente das Pleiades — pensava enquanto observava cada
ação tomada pelo sujeito, com um olhar aguçado que não
perdia um único movimento.

Yuri não era a pessoa mais adequada para esse trabalho.

Em última análise, ela era uma Empregada de Batalha. Mesmo que to-
talmente inverso a ordem das palavras, Batalha era sua principal voca-
ção, enquanto ser uma Empregada era a vocação secundária.

Originalmente, a responsabilidade por essa tarefa teria sido supervisi-


onada por uma pessoa que poderia ser chamada de sua amiga, Pestonya
S. Wanko.

No entanto, ela entendia muito claramente que tal coisa era impossível.

A amiga de Yuri estava atualmente confinada na Prisão Congelada do 5º


Andar. Era um ambiente hostil que deixaria os ossos tremendo de frio,
mas Yuri não tinha nenhum pensamento especial sobre o assunto. Isso
foi porque ela sabia que tal confinamento não passava de tratamento mi-
sericordioso do Supremo a quem servia.

Afinal, Pestonya usou seu próprio julgamento para distorcer o decreto


do Ser Supremo, o governante absoluto da Grande Tumba de Nazarick,
Ainz Ooal Gown.

Tal deslealdade deveria ter garantido a pena de morte.

Nigredo, que havia cometido a mesma ofensa, estava confinada no


mesmo lugar que ela. Devido a esse incidente, elas estavam unidas como
se compartilhassem o mesmo sangue. Além disso, Nigredo não sentiria
frio com Pestonya ao seu lado. Afinal, o pêlo de Pestonya possui resis-
tência ao frio. Mas se elas tivessem aprisionadas no 7º Andar, talvez hou-
vesse motivos para ficar preocupada com Pestonya.

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Dito isto, não seria melhor deixar uma empregada regular ajudar com
isso? Não, não há como o Sebas-sama não ter considerado isso. Mas ainda
assim...

Yuri olhou para o Mordomo de Aço que estava observando atentamente.

Seria inadequado fazê-lo por causa de sua posição? —Hm.

“—Uma pequena pausa. Seu corpo desalinhou um pouco. Por favor, vi-
sualize a diferença na força entre o seu pé dominante e o não dominante
e tente novamente.”

“—Sim.”

A pessoa que respondeu era humana em uniforme de empregada.

Essa pessoa era uma visão extremamente rara em Nazarick, um ser hu-
mano puro. Seu nome era Tsuare.

Ela era uma mulher que foi trazida para Nazarick da Capital Real do
Reino Re-Estize, e ela foi designada para Sebas como sua subordinada.
Dito isso, embora ela já tivesse feito algum trabalho de empregada antes,
ela não tinha experiência oficial como empregada, e por isso estava pas-
sando por um treinamento intensivo.

Como ela passara por um período bastante longo de treinamento, que


incluía uma postura adequada ao caminhar e os deveres regulares de
empregada, a opinião pessoal de Yuri era que ela já poderia ser aprovada.
Em outras palavras, era hora de acumular experiência prática e progre-
dir em direção ao objetivo de ser uma empregada mais perfeita.

No entanto, o homem ao lado dela não permitiria tal coisa.

A fim de treinar essa empregada para uma maior perfeição, ele estava
a forçando ao máximo.

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Yuri retornou a sua posição original, observando Tsuare caminhar si-
lenciosamente.

...Parece que ela está ficando cansada.

A testa de Tsuare reluzia com gotas brilhantes de suor.

Isso era apenas o esperado. Ela estava praticando há mais de uma hora.

Mesmo andando normalmente, fazer isso por uma hora era exercício
suficiente para fazer uma pessoa suar. Ainda mais para alguém como ela,
que dedicava todo o seu coração para passar e ainda concentrando sua
atenção nas pontas dos dedos das mãos e dos pés. Então sim, era um
trabalho exaustivo, não apenas em um sentido físico, mas mental tam-
bém.

Para Tsuare, que era puramente humana — ao contrário de Sebas e Yuri


— esses exercícios devem ter sido uma experiência difícil.

...Por que o Sebas-sama está treinando-a assim? Ela já atingiu um padrão


aceitável... Ou ele quer que ela alcance o nível de uma empregada regular?
Ah, pobrezinha.

Uma empregada regular de Nazarick poderia facilmente fazer a rotina


de treinamento que Tsuare estava fazendo agora. No entanto, elas foram
criadas pelos Seres Supremos, que eram como deuses. Assim, era natural
que elas fossem capazes de fazer assim.

Em contraste, era natural que Tsuare — que não foi feita pelos Seres
Supremos — seria incapaz de fazê-lo.

No entanto, as circunstâncias atuais não permitiriam isso.

Por ordem do Supremo, Tsuare aparentemente serviria como a líder


das empregadas humanas em E-Rantel em algum momento no futuro.
Isso implicaria que ela seria a portadora da vontade do Supremo e, por-
tanto, obrigada a produzir excelentes resultados.

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Mas de acordo com os rumores das empregadas regulares, as emprega-
das humanas em questão não estariam servindo ao Supremo. Em vez disso,
elas simplesmente ajudariam e seriam responsáveis pela limpeza e diárias
na residência do ex-prefeito de E-Rantel. Se fosse esse o caso, havia a ne-
cessidade de fazer exigências tão altas para ela...

Pensou Yuri.

Ela observou o jeito que Tsuare andava.

Eram 25 metros entre uma parede e outra.

Ela percorrera essa curta distância diversas vezes, e fizera isso todos os
dias.

Honestamente, essa garota é realmente trabalhadora.

Sob seu exterior frio, Yuri sorriu fracamente.

“...Do meu ponto de vista ela está em um padrão aceitável. O que acha?”

Ela se virou para o lado, solicitando confirmação do mordomo ao lado


dela.

“Não. Ela está longe de ser aceitável. Seria melhor continuar a treiná-la
por mais algum tempo.”

“...Sebas-sama, tentar acumular tanta experiência em pouco tempo não


produzirá bons resultados. Não acha melhor encerrar por hoje?”

Sebas sacudiu a cabeça.

“Como você disse, experiência forçada não produzirá bons resultados.


No entanto, ela tem pouco tempo de sobra. Vários dias atrás, Ainz-sama
informou oficialmente a Tsuare sobre a data em que ela começará a as-
sumir seus deveres. Tsuare assumirá a posição de Empregada Chefe e

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ela administrará as empregadas humanas. Qualquer erro que ela cometa,
seja agora ou no futuro, envergonhará Nazarick.”

“Isso é verdade... o senhor vai com ela, Sebas-sama? Se acontecer al-


guma coisa, não seria melhor o senhor lidar com isso?”

“Tal pensamento seria um erro. Pois eu me esforçarei para impedi-la de


cometer erros, nem sempre posso estar ao lado dela. Além disso, ela es-
tará acima dos outros. É dever dela servir de exemplo para suas subor-
dinadas — para ser alguém a quem os outros se inspirem.”

Este argumento foi sólido. Foi tão bom que não permitiu questionamen-
tos.

Na verdade, Yuri sentia o mesmo. Como a mais velha das Pleiades, ela
trabalhava com afinco todos os dias para evitar que suas irmãs pequenas
a vissem em estado indigno.

Embora Yuri já tivesse aceitado seu raciocínio até esse ponto, Sebas não
terminou de falar.

“Por favor, pense em Ainz-sama.”

“Ainz-sama?”

Enquanto Yuri estava confusa com a menção repentina do nome do Su-


premo, ela pensou no rosto branco puro de seu governante absoluto. O
ser que havia unido os 41 Seres Supremos.

“Como um Supremo, ele não precisa agir pessoalmente. Isso é porque


fomos feitos para servir como braços e pernas, para completar qualquer
tarefa que nos seja dada, não importa quão difícil seja.”

Não era necessário dizer.

Os habitantes de Nazarick existiam para receber ordens e executá-las


perfeitamente.

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Não, pode-se dizer que eles foram autorizados a existir para fazer isso.
Ninguém aqui pensava o contrário.

“Isso certamente é importante, mas quanto a isso?”

“Mas o que realmente está acontecendo agora? Neste momento, Ainz-


sama assumiu pessoalmente a liderança. Eu sinto que isso é para nos
mostrar o que significa ser um governante.”

Yuri grunhiu de acordo.

“...E há mais uma possibilidade, uma possibilidade muito desastrosa,


uma que me assusta e que eu não quero dizer que seja a resposta cor-
reta...”

Antes que Yuri pudesse perguntar sobre essa possibilidade, Sebas falou
novamente.

“No passado, Ainz-sama derrotou a mais forte dos Guardiões de Andar,


Shalltear-sama. Com o seu charme, ele uniu os Seres Supremos. E sua
sabedoria pode até ultrapassar os dois pináculos intelectuais de Naza-
rick, Albedo-sama e Demiurge-sama. Assim, ele nos mostrou a imagem
de um governante absoluto que é totalmente equipado com as qualida-
des essenciais de força, carisma e intelecto. Sendo esse o caso, não deve-
mos nós seguir seus passos?”

“Entendo...”

“Naturalmente, definir o pico inatingível que é o Ainz-sama como nosso


objetivo não é algo apenas desrespeitoso, mas uma extrema tolice. Mas
mesmo que seja apenas por um passo, eu sinto que devemos nos esfor-
çar para nos aproximar de Ainz-sama. Embora forçá-la a fazer isso seja
um erro, também é necessário que ela esteja acima dos outros.”

Yuri suspirou profundamente. Essa foi uma explicação perfeita.

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Sendo esse o caso, Yuri não tinha mais nada a dizer.

“Ainda assim — isso tudo é realmente necessário?”

Sebas olhou para Yuri quando ela disse isso, e então ele falou tão baixo
que até mesmo Yuri, que estava ao lado dele, mal conseguia distinguir
sua voz.

“Ainz-sama disse que poderíamos receber a Tsuare como uma convi-


dada em Nazarick, mas a própria Tsuare disse ao Ainz-sama que ela que-
ria trabalhar como empregada. Algumas pessoas podem pensar que suas
palavras seriam um sinal de subestimar o trabalho de uma empregada.
Nestas circunstâncias, se Tsuare cometer algum erro na execução das
instruções dadas a ela pelo Ainz-sama, sua opinião sobre ela certamente
irá despencar. É muito difícil restaurar uma reputação arruinada e, por
isso, não quero que ela comece a tropeçar, independentemente da difi-
culdade de meus métodos.”

Em seu coração, Yuri franziu a testa.

Isso porque treinar Tsuare duramente por esse motivo era equivalente
a dizer que Nazarick estava em desfalque.

O Supremo decretou que Tsuare seria uma colega de trabalho em Na-


zarick, mas Yuri tinha ouvido de Lupusregina que havia uma separação
sutil entre ela e as empregadas regulares. As empregadas regulares olha-
vam para Tsuare como uma estranha que roubava seu precioso trabalho.
Embora elas não a tratassem friamente ou desdenhosamente graças as
ordens, o que elas realmente pensavam às vezes brilhava na forma como
tratavam Tsuare. “Eu notei isso porque sou eu” — sua irmãzinha disse.

Talvez Pestonya pudesse ter intermediado assuntos entre as duas par-


tes, mas ela estava em confinamento e perdera a chance de conhecer
Tsuare a fundo.

Era quase como se ela tivesse mudado de lugar com Pestonya. Isso pode
ter sido uma fonte da infelicidade das empregadas regulares.

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Yuri não tinha palavras para responder Sebas, mas ela fez uma sugestão
mesmo assim.

“Compreendo. No entanto, talvez seja melhor dar-lhe um descanso.


“Trabalho em excesso é improdutivo”, disse a Yamaiko-sama certa vez.”

“Yamaiko-sama disse isso?! Já que é assim... nós, que podemos eliminar


a fadiga com nossas habilidades... se a Yamaiko-sama dissesse isso...
Muito bem. Então, Tsuare, faça uma pausa. Sente-se nessa cadeira e des-
canse.”

“—Sim.”

Yuri e Sebas observaram Tsuare enquanto ela caminhava para a cadeira.

“Ela se move de forma mais graciosa agora em comparação com antes.”

“Muito obrigado. É tudo graças a você, Yuri.”

“Não foi nada disso. Esse foi o fruto do seu árduo trabalho. Falando
nisso, que tipo de treinamento ela fará depois?”

Yuri tinha sido solicitada a lidar com a prática de como caminhar corre-
tamente e outra pessoa lidaria com o restante.

“Limpeza e afins serão ensinados por Eclair.”

“Ahh, ele está no comando disso?”

Ele era o candidato perfeito para ensinar alguém a limpar. Mas no fundo,
Yuri sentiu que era uma pena.

Yuri gostava de ensinar outras pessoas. Embora isso não se estendesse


a aceitar trabalho de outros, ela aceitaria de bom grado qualquer pedido.

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Yamaiko-sama provavelmente esperaria isso de mim — isto é o que penso
de mim mesma.

Embora ela não pudesse contemplar o rosto de sua reverenciada cria-


dora neste momento, ela podia sentir um calor em seu coração quando
fazia coisas relacionadas a Ser Suprema que a havia criado.

Ela observou Sebas — que estava de pé ao lado dela — retirar um reló-


gio de bolso do bolso do peito.

“Yuri, ainda temos algum tempo até que nos encontremos com o Eclair...”

“Eu sinto que devemos parar por aqui hoje. Forçá-la a continuar en-
quanto está cansada pode levar a maus hábitos. Se eles acabarem fi-
cando enraizados nela, todos os nossos esforços até agora podem ser
desperdiçados.”

Yuri abaixou os ombros.

“...Maus hábitos são difíceis de quebrar, não são?”

“...É como você diz. Então, vamos parar por aqui hoje. Obrigado por vir
aqui hoje.”

Sebas assentiu para mostrar seu agradecimento. Depois disso, Yuri ou-
viu Tsuare se levantar, então ela estendeu a mão para detê-la. Mas Tsu-
are também assentiu em agradecimento.

Yuri olhou para as luvas que Tsuare estava usando.

Elas pareciam as mesmas luvas que Sebas estava usando. Se elas possu-
íssem as mesmas habilidades, seriam itens mágicos que reduziriam os
danos elementares de fogo, ácido e afins. Mesmo não sendo tão podero-
sos quanto itens descartáveis, o fato de Sebas ter dado a ela um item que
foi presente dos Seres Supremos mostrou o quanto ele se importava com
ela.

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Não.

Yuri imediatamente rejeitou seu próprio pensamento.

Dada a maneira como ele estava preocupado sobre como as pessoas ao


redor de Tsuare a olhavam, ele se importava com ela desde o início.

Foi porque ele foi ordenado pelo Supremo, ou foi por alguma outra razão?

Quando Yuri viu o lenço branco que compunha o uniforme de empre-


gada de Tsuare, o canto de sua boca se acalmou.

Perguntar seria terrivelmente insensível.

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Parte 2

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uri voltou para seu quarto — ou melhor, ela retornou a um

Y
dos cômodos atribuídos às Empregadas de Batalha. Este
cômodo era uma suíte que compreende um quarto, sala de
hóspedes, banheiro, lavabo e outras subinstalações. Pode-
ria ser mais fácil pensar neste lugar como uma versão com-
primida das suítes dos Seres Supremos.

O quarto não parecia apertado, mesmo com três camas de casal. A sala
de hóspedes tinha uma mesa de jantar e um sofá, bem como cadeiras —
o suficiente para acomodar seis pessoas no total.

Havia três Empregadas de Batalha que viviam neste cômodo.

Elas eram Yuri Alpha, Lupusregina Beta e Narberal Gamma.

Adjacente a este cômodo estava outro do mesmo tamanho, ocupado por


CZ2128 Delta, Solution Epsilon e Entoma Vasilissa Zeta. Aliás, Shizu e
Entoma tinham outras salas privadas além do 9º Andar, não era inco-
mum que ficassem com Solution ou Yuri, pois dormir sozinha era chato.

Yuri encostou-se no sofá elegante e conscientemente tentou evitar pa-


recer ansiosa — sua ansiedade nunca tinha sido tão forte, pois para co-
meço de conversa, ela era undead.

Isso é ruim... não há mais trabalho... o que devo fazer agora...?

Sua única tarefa hoje era treinar Tsuare, da qual ela acabara de concluir.

Ela folheou o marcador de tarefas, mas não havia mais nada marcado.

Naturalmente, ela não tinha organizado as coisas de maneira especial


para ser assim. Em outras palavras, o que a esperava nas próximas horas
seria um tédio infernal. Não foi porque as tarefas de hoje fossem parti-
cularmente leves, e consequentemente havia tempo livre.

No entanto, para Yuri Alpha, uma Empregada de Batalha, ela sempre


teve longos períodos de ociosidade quando não tinha nada para fazer.

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Não, dizer que ela não tinha nada a fazer seria errado. Para as Emprega-
das de Batalha do 9º Andar, criadas para defender o 10º Andar da
Grande Tumba de Nazarick, patrulhar e preparar-se para responder aos
intrusos a qualquer momento seria cumprir o objetivo principal que
seus criadores tinham destinado a elas.

Contudo—

Ninguém neste mundo poderia chegar a este Andar.


De fato, mesmo quando seres em pé de igualdade com os Seres Supre-
mos atacaram este lugar em suas hordas, eles não podiam romper a sa-
cralidade deste santuário sagrado.

Esta era a fortaleza invencível dentre todas as fortalezas invencíveis.


Patrulhar aqui não era diferente de não fazer nada.

Com toda a honestidade, Yuri estava um pouco descontente com suas


atuais circunstâncias.

Muito tempo livr— não, muito tempo de ociosidade é um... Ah, eu quero
trabalhar mais.

De todas as tarefas atribuídas às Empregadas de Batalha, as que leva-


riam mais tempo para realizar seriam as mais gratificantes, isso se resu-
mia as tarefas da cabana na superfície. No entanto, devido à rotação de
seus turnos — hoje era a vez de Entoma — elas permaneciam com fre-
quência. Yuri tinha acabado de completar seu turno há dois dias, então
ela teria que esperar por mais duas pessoas para ir — duas pessoas não
tinham sido designadas anteriormente — antes que fosse a vez dela no-
vamente.

Portanto, a fim de fazer uso de todo esse tempo, Yuri estava procurando
por coisas extras para fazer, mas lamentavelmente ela não havia encon-
trado nada assim no 9º Andar.

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Por exemplo, se era ou não necessário ficar de guarda ao longo dos cor-
redores. O problema era que a segurança dos corredores era agora con-
trolada pelos vassalos pessoais de Cocytus. Se o fizesse, poderiam pen-
sar que estava desconfiando dos subordinados de Cocytus. Isso seria
equivalente a indiretamente insultar Cocytus.

Ela sabia que isso era apenas um impulso egoísta, mas seu corpo a disse
que queria trabalhar até que o suor escorresse — mesmo que uma
undead não suasse.

Não há realmente nada para fazer... eu estou com inveja das empregadas
regulares...

Como ela não tinha nada a fazer em termos de sua principal vocação de
“Batalha”, ela só teria que executar suas tarefas secundárias como “Em-
pregada”.

No entanto, se ela fizesse isso, isso levaria a um problema fatal. Em Na-


zarick, além das Empregadas de Batalha, havia seres conhecidos como
as empregadas regulares.

Para elas, o trabalho de uma empregada era sua principal vocação. Elas
eram a principal força responsável por tais tarefas. Portanto, seria estra-
nho organizar esse trabalho se ele não girasse em torno delas. Se alguém
perguntasse o porquê, a resposta simples e natural seria porque os Seres
Supremos tinham organizado dessa forma.

Em outras palavras, mesmo que Yuri encontrasse trabalho que poderia


ser feito, era muito provável que já tivesse sido atribuído a outra pessoa.
Em contraste, se não tivesse sido atribuído a outra pessoa, então prova-
velmente havia alguma razão por trás disso.

Com essas razões em mente, se Yuri realizasse essas tarefas, ela estaria
assumindo seus trabalhos. É claro que elas não mostrariam seu descon-
tentamento se Yuri realmente fizesse isso. Mas quando Yuri se colocava
no lugar delas e pensava como seria a sensação de ter alguém roubando

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seu amado trabalho, a vontade de fazer tais coisas desaparecia comple-
tamente.

Yuri mais uma vez pensou nas duas pessoas em confinamento. Se tra-
balhar até o último suspiro por Nazarick era a maior alegria que se possa
imaginar, então traí-la era a mais horrível das torturas. Era profunda-
mente irônico que ela, como uma pessoa livre, pudesse entender os sen-
timentos daquelas duas pessoas tão bem.

“Haa...”

Yuri exalou a insatisfação que a preenchia bem do fundo de seu ser.

—Croc, Croc.

“Aiyaya, o que está errado, Yuri-nee? Dor de estômago ~su?”

A pessoa que se dirigiu a ela em um tom tão casual foi uma de suas irmãs,
Lupusregina Beta.

Ela tinha o mesmo sorriso que sempre teve, mas o fato de ter feito essa
pergunta sabendo muito bem que ela era undead era claramente pro-
vocá-la.

Yuri estreitou os olhos e olhou para trás.

E em face daquele sorriso inocente de coração puro, ela suspirou nova-


mente.

“Uwah~ Qual o significado de suspirar assim quando ver o rosto fofo da


sua irmãzinha ~su?”

“Eu invejo você...”

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Quase se podia ver o ponto de interrogação aparecer no topo da cabeça
de Lupusregina.

A razão pela qual Yuri a invejava não era por sua personalidade despre-
ocupada, mas por onde ela era encarregada.

Lupusregina era uma das Empregadas de Batalha mais atarefadas. Seu


trabalho era defender o Vilarejo Carne — embora ela sentisse que a pa-
lavra “Vilarejo” não pudesse mais ser usada para descrever algo daquela
escala — e manter sua segurança. Mais precisamente, seu objetivo era
observar e permanecer alerta, evitando o vazamento das tecnologias de-
senvolvidas dentro do vilarejo, entre outras tarefas variadas.

Tenho certeza de que ela acha esse trabalho de grande importância.

O olhar de Yuri então se voltou para outra de suas irmãs, a quem foi
confiada uma tarefa igualmente significativa.

Sua irmãzinha de boca entreaberta — Narberal Gamma.

Ela estava sentada imóvel no sofá não havia muito tempo, tinha a boca
entreaberta enquanto olhava para o nada. Seu rabo de cavalo tipica-
mente enérgico estava caído sem vida.

—Croc, Croc.

“Nar-chan, o que há de errado com você ~su?”

“Nada, eu acho que estou apenas sonhando acordada.”

As duas estavam conversando, mas os olhos de Narberal ainda estavam


fixos em nada, fazendo as pessoas pensarem que ela via algo que nin-
guém mais conseguia.

Os cílios de Yuri se contraíram.

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Como uma Empregada de Batalha, é um dever se comportar, mesmo na
privacidade de seu próprio quarto. No entanto, antes que Yuri pudesse
dizer qualquer coisa, Lupusregina falou primeiro.

“Bem, não há nada que podemos fazer. Afinal, ela está descansando ~su.”

“Ela era assim no passado?”

“Bem, Nar-chan que cuida da segurança de Ainz-sama. Quando ela está


fora, ela não pode deixar alguém ser rude com o Ainz-sama, ela tem que
decidir se deve ou não matar imediatamente esse alguém, além disso, ela
tem que se concentrar em ficar alerta caso algum inimigo apareça, então
não seria normal ela estar assim? Só quando ela está em um espaço se-
guro que ela pode relaxar, por isso não há nada que podemos fazer. Além
disso, um rosto como esse pode ser bastante normal dada a espécie dela.”

Ela pensou no rosto do Guardião de Área da Tesouraria. De fato, o rosto


dela se assemelhava com o dele.

Yuri expeliu a imagem mental de seus dois rostos se sobrepondo.

Falando nisso, se eu disser que a atitude de Narberal não combina com


uma Empregada de Batalha, então não seria ainda pior? Eu não posso fa-
zer isso.

Sebas antes havia dito que: “Aquele que está acima dos outros deve ser
um exemplo para os seus subordinados”. Como irmã mais velha e como
Líder Assistente, ela teve que projetar uma imagem que pudesse servir
como modelo para suas irmãzinhas.

Como os Seres Supremos haviam tornado Yuri a mais velha das irmãs,
Yuri tinha a obrigação de desempenhar o papel de irmã mais velha até o
fim. Isso seria uma combinação de sua lealdade e retribuição à gentileza
de sua criadora, Yamaiko.

No entanto — como ela deve fazer isso?

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—Croc, Croc.

“Yuri-nee, você está agindo de forma muito suspicaz. O que está fazendo
~su?”

Depois de ponderar se deveria ou não dar uma resposta honesta, ela


decidiu usar a pergunta de Lupusregina para se expressar. Ela teria Lu-
pusregina emprestando-lhe uma mão... ou uma pata, se assim pode ser
dito.

“...Não tenho tarefas para executar.”

“Ahh~”

Lupusregina olhou para Yuri como se estivesse olhando de longe para


um refugiado faminto.

Suas sobrancelhas se contraíram, mas ela suprimiu esse gesto logo em


seguida. Ela era uma pessoa que trabalhava a mando dos Seres Supre-
mos. Seu eu atualmente desocupado era um estado que ela não poderia
mudar. Ela tinha que saber o seu lugar.

“Yuri-nee, você não foi a Tesouraria com o Ainz-sama ~su?”

“...Só uma vez.”

“Depois disso ~su?”

“...Não mais.”

“Ah~”

Lupusregina olhou para o vazio. Estranhamente, parecia ser o mesmo


lugar onde Narberal estava olhando.

Hm... É algo que as pessoas que não estão trabalhando não conseguem
ver...?

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—Croc, Croc.

“...Então, o que você está comendo desde que chegou?”

“Oh, isso? Você corta as batatas fininhas, depois as frita e salpica sal. Eu
fiz o Head Chef fazê-las — elas são deliciosas ~su.”

Lupusregina tirou várias fatias finas de batata, levou à boca e as comeu.

—Croc, Croc.

Elas fizeram um som alto e crocante.

Na verdade, ela já sabia o que Lupusregina estava comendo. Yuri não


conseguia consumir comida, mas ela podia cozinhar. Suas habilidades
eram simples e não podiam produzir efeitos especiais a partir de ingre-
dientes especiais, mas quando se trata de pratos comuns, ela poderia fa-
zer praticamente qualquer coisa.

Então ela fez essa pergunta porque—

“—Comer em pé dificilmente é gracioso e as migalhas estão caindo por


toda parte. Lembre-se de limpar depois.”

As empregadas regulares não limpavam este quarto. Em vez disso, Yuri


e as outras se revezam para limpá-lo. Dito isto, era implícito que Yuri o
limpasse quando as outras duas estavam trabalhando fora. A razão pela
qual elas não deixaram as empregadas entrarem aqui não tinha correla-
ção com medo de perder seus empregos, mas sim o orgulho que se recu-
sava a permitir que elas deixassem os outros limparem suas próprias
bagunças.

Assim, ordenar a pessoa que claramente sujou a limpá-la era de se es-


perar. Mesmo que essa pessoa estivesse sob as ordens do Ser Supremo
e levasse uma vida agitada todos os dias.

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Além disso, ter alguém comendo algo que fazia Croc enquanto ela estava
frustrada deixava Yuri com mais raiva, como se estivesse sendo menos-
prezada.

Esta era sua queixa contra Lupusregina, que fazia mesmo uma undead
como ela se sentir assim.

“Certo ~su.”

—Croc, Croc.

Irritação inundou o coração de Yuri.

—Então pare de fazer isso, ou eu vou jogar uma adaga de prata em você.

Lupusregina pertencia a raça Lobisomem e, apesar de ser fraca contra


a prata e metais similares, ela possuía boa resistência a outros metais.

Por exemplo, uma arma de prata teria seu dano aumentado em 25 pon-
tos, enquanto armas de outros metais causariam 10 pontos a menos de
dano. O dano final era calculado depois de subtrair a força defensiva e
afins, então, se esse valor fosse zero, mesmo uma arma de prata não se-
ria capaz de causar-lhe dano. Como era apenas uma adaga de prata, um
arremesso leve não causaria nenhum dano a ela.

No entanto, a prata era o metal que Lupusregina mais odiava. Apenas


tocá-lo era o suficiente para enojá-la. Pode-se dizer que era o melhor
metal para puni-la.

Talvez ela tenha usado sua habilidade 「Animal Instinct」 para sentir
os pensamentos de Yuri, mas Lupusregina falou rapidamente.

“E-espere! Vamos lá, me dê um descanso enquanto estamos de folga


~su. Eu me comporto adequadamente em frente de Ainz-sama, eu sou
uma mulher capaz, você sabe ~su.”

Uma mulher capaz.

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Yuri estava prestes a franzir as sobrancelhas quando ouviu isso, mas
então ela pensou que Lupusregina estava trabalhando mais do que ela,
então ela não podia dizer nada.

Eu quero trabalhar também... Não, Yuri. Como você pode ficar com ciúmes
dessa garota?

Yuri forçou a Dark-Yuri a retornar para dentro de seu coração. Então,


ela sentiu algo se conectando no mesmo momento em que ouviu uma
voz.

『—Yuri Alpha.』

Ninguém em Nazarick poderia confundir o dono daquela voz.

“A-Ainz-sama!”

Yuri se genuflectiu para uma postura apropriada de saudação. Claro,


seu Mestre não estava aqui e ele provavelmente não estava assistindo.
No entanto, ela não pôde demonstrar nenhum desrespeito à voz de seu
Mestre.

『...Eu tenho um pedido para você. Venha para o meu quarto... hrumn,
meu quarto em Nazarick.』

“Um pedido para mim?!”

Seu mestre absoluto não precisava pedir a Yuri Alpha por qualquer
coisa. Tudo o que ele tinha que fazer era dar uma ordem.

“Estarei aí em um instante!”

『—Uhun. E depressa.』

Depois de dizer isso, a 「Message」 terminou.

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“Era de Ainz-sama ~su?”

“Sim, ele disse que tinha um pedido para mim.”

A tensão e paixão que ela estava sentindo era tão surpreendente que fez
seu rosto endurecer.

Como um ser undead, suas emoções fortes deveriam ter sido suprimi-
das, mas o entusiasmo continuava crescendo dentro dela.

Neste momento ela se comportava como Shalltear.

Por alguma razão, ela se sentiu excitada apesar de estar morta. Embora
isso possa ter sido causado por uma anormalidade de status como
〔Blood Frenzy〕, mas ela não pôde concluir que esse era o caso.

Mesmo os undeads podem ser divididos entre aqueles que podem sen-
tir emoções fortes e aqueles que não podem. A fim de averiguar isso, a
Supervisora Guardiã, Albedo, tinha se encarregado (aparentemente) de
investigar experimentalmente se era esse o caso.

Ela reuniu monstros mercenários undeads de alto nível, eram undeads


criados pelas habilidades do Supremo, bem como undeads de nível baixo
gerados automaticamente por Nazarick, a fim de coletar vários dados de
todos eles. Yuri também participara desse exercício.

No entanto, esses experimentos começaram com um experimento es-


pecial apenas para Shalltear, e provocou uma grande confusão entre Al-
bedo e Shalltear que logo saiu do controle. No final, o experimento foi
encerrado sem resultados definidos. Depois disso, ela estava interessada
em ouvir sobre os resultados da pesquisa como participante experimen-
tal. Ela ouviu de Albedo — que havia sido punida a fazer limpeza com
um esfregão — que era difícil chegar a uma conclusão devido à falta de
informações sobre os seres undeads de alto nível neste mundo, então o
plano foi temporariamente suspenso.

Dia das Πλειάδες


28
Yuri lembrou-se vagamente de Demiurge dizendo que, se essa pesquisa
tivesse sido conduzida em um lugar diferente, talvez pudesse permitir
que os undeads sentissem emoções fortes.

Naquela época, ela seria capaz de expressar suas emoções mais plena-
mente? E isso seria uma coisa boa?

Ela não sabia se a ressurgência dentro dela era de desconforto ou ante-


cipação, mas Yuri trancou seus pensamentos pessoais sobre o assunto.
Ela estaria aparecendo ante o Supremo em breve, e ela tinha que se con-
centrar.

“—Então eu vou sair. Eu não acho que nada vai acontecer, mas por favor,
cuide das coisas se algo acontecer.”

“Tá—”

“Compreendo. Tome cuidado, Yuri-nee.”

Narberal interrompeu Lupusregina quando ela estava prestes a levan-


tar o dedão oleoso de suas batatas fritas.

O clima descontraído ao redor dela até agora desaparecera. Narberal


tinha seu habitual sorriso singelo. Seu rabo de cavalo ainda estava um
pouco caído, mas alguém poderia dizer que era o mesmo de sempre. O
tempo gasto com o Supremo era especial.

“Ei, ei, ela estava dizendo isso para mim ~su!”

Ignorando a voz de suas irmãzinhas, Yuri partiu.

Não havia um significado especial para isso.

Ela havia sido convocada pelo Supremo, então gastar um segundo extra
em conversas com suas irmãs seria uma afronta ao seu Mestre. Definiti-
vamente não foi porque o sorriso de sua irmã a irritou.

OVERLORD Especial
29
Parte 3

Dia das Πλειάδες


30
OVERLORD Especial
31
uri Alpha chegou nos aposentos de seu Supremo Mestre. De

Y
ambos os lados estavam os vassalos de insectóides que
Cocytus havia designado como sentinelas, que permane-
ciam imóveis ainda. Eles eram de nível superior a Yuri, fora
isso não havia nada mais de relevante a dizer. O coração de
Yuri estava focado na grossa e pesada porta diante dela.

Ela exalou — claro, Yuri não precisava respirar, eram apenas movimen-
tos de hábitos — e inalou. Então, ela moveu os ombros para cima e para
baixo, como se para aliviar sua tensão.

Sua tensão não era por qualquer motivo, era como uma excitação por
ser convocada para a câmara do Supremo. Isso por si só já era motivo o
suficiente.

Isso porque ela não conseguia pensar em uma razão pela qual ela seria
selecionada dentre todas as entidades em Nazarick que eram mais fortes
e mais sábias do que ela.

A possibilidade mais provável era que fosse algo relacionado a ela,


como a Líder Assistente das sete irmãs das Pleiades. No entanto, Yuri
sentiu que era mais provável que o Supremo fosse repreendê-la por oci-
osidade.

Esses pensamentos negativos continuavam flutuando em sua cabeça e


eles pesavam os passos de Yuri. Qualquer que fosse a resposta, ela des-
cobriria quando a porta fosse aberta.

Yuri estendeu a mão para bater.

E então, a empregada regular, Decrement, colocou a cabeça para fora da


porta. Ela provavelmente estava de plantão hoje.

Ela era uma empregada alegre de cabelos curtos.

Dia das Πλειάδες


32
Seus olhos puros e inocentes eram sempre brilhantes, e seus movimen-
tos eram tão fofos quanto um pequeno animal, trazendo o sorriso habi-
tual para o rosto de Yuri. Em particular, a empregada Increment — que
era feita pelo mesmo Ser Supremo que criou Yuri — tinha um jeito de
enrijecer as costas enquanto lia que fazia Yuri sentir algo reconfortante.

No entanto, o ar de vitalidade de Decrement era inexistente. Não seria


incorreto dizer que ela estava nervosa com seu turno hoje. O tom leve-
mente verde em seu rosto transmitia uma sensação de medo.

Algo frio escorreu pelas costas de Yuri. O coração dela que não deveria
estar batendo, estava agitado.

Que tragédia aconteceu antes da chegada de Yuri?

No entanto, uma vez que ela reconheceu que era Yuri, uma pitada de
alívio veio aos olhos de Decrement, e ela recuperou um pouco de sua
compostura. Por que uma empregada, que deveria manter essas emo-
ções escondidas, demonstrava tais emoções?

O olhar no rosto de Decrement indicava que a situação era o oposto do


que Yuri imaginara.

Qualquer que fosse a situação dentro, a chegada de Yuri deixara Decre-


ment à vontade. Em outras palavras, a presença de Yuri salvou Decre-
ment.

“Eu sou Yuri Alpha. Eu me apresento em resposta à convocação de Ainz-


sama.”

“Compreendo. Por favor espere um momento.”

Como esperado, sua voz carregava uma pitada de alívio.

A porta diante de Yuri se fechou. Naturalmente, Decrement estava es-


perando as instruções de seu mestre.

OVERLORD Especial
33
Yuri engoliu audivelmente, preparando-se para o que quer que a espe-
rasse dentro dos aposentos de seu mestre.

Decrement abriu a porta mais uma vez.

“Ainz-sama concedeu sua permissão. Por favor, entre.”

Como se tivesse sido encorajada pela voz estranhamente tensa de De-


crement, Yuri entrou.

O olhar de Yuri foi direcionado para seu Mestre, enquanto ela olhava o
interior do ambiente sem mover os olhos — a situação era grave, e
quando Yuri sentiu o que havia acontecido, seu rosto se retorceu por um
momento.

Não era de admirar que Decrement tivesse aquele olhar em seu rosto.
Sendo feita pelo mesmo Ser Supremo, era natural que elas tivessem a
mesma expressão quando estavam preocupadas.

No entanto, Yuri se esforçou para ignorar isso, e então ela passou pela
porta, chegando diante de seu mestre.

“—A sua serva, Yuri Alpha, veio em resposta à sua convocação, Ainz-
sama.”

Yuri inclinou a cabeça e Ainz respondeu sem demora, como se quisesse


que ela levantasse imediatamente.

“Mm. Você veio na hora certa, Yuri.”

Seu mestre lentamente juntou os dedos na frente de sua boca.

“Você sabe o que eu quero dizer?”

“Se o senhor permitir que sua serva adivinhe...”

Yuri queria olhar para um determinado canto, mas resistiu.

Dia das Πλειάδες


34
“...É exatamente isso. Bem, isso facilita as coisas.”

Yuri sabia que os olhos do Mestre a haviam deixado, indo na direção


que ela estava tentando ignorar.

Yuri fortaleceu sua determinação e falou.

“É a respeito desse assunto?”

“De fato. Aquela é precisamente o motivo disso.”

Naquele lugar estava a irmã de Yuri, Solution Epsilon.

Por alguma razão, ela estava em uma posição seiza.

O fato de que ela estaria sentada nessa postura dentro dos aposentos
do Supremo sugeriu que ela fizera algo digno de repreensão.

Mesmo Yuri sendo um ser morto, seu intestino de repente se apertou.

“...O-o que minha irmã fez?”

“Hum...”

O Supremo levantou lentamente de seu assento. Então, ele virou as cos-


tas para Yuri.

Depois de olhar para o céu por vários segundos, ele virou a cabeça e
falou.

“A Solution pegou meu Sankichi-kun, não, Sankichi — eu não sei se você


sabe, então eu explicarei rapidamente; ele é um Sapphire Slime que eu
uso para certos propósitos, e Solution o escondeu em algum lugar.
Mesmo quando perguntei, ela se recusou a falar. Portanto, eu chamei
você.”

OVERLORD Especial
35
“Hieee!”

Um grito estrangulado escapou dos lábios de Yuri.

Esse era um pecado verdadeiramente monstruoso. Não seria surpreen-


dente se alguém fosse executado por isso. Não, era um pecado que exigia
a completa aniquilação. Como a Solution havia cometido uma ofensa tão
grave, ela não poderia sequer começar a implorar por clemência em seu
nome.

Yuri reuniu todas as suas forças para falar.

“...Se ela deve ser questionada, sua humilde serva sugere que Neuronist-
sama pode ser mais adequada.”

Yuri lutou desesperadamente para segurar as lágrimas — que os unde-


ads não deveriam ter — de escapar de seus olhos.

Ela teve que suprimir seus laços fraternos. Essa era a atitude apropri-
ada a ser tomada com alguém que havia desrespeitado um dos Seres Su-
premos.

“...Eu não vou fazer isso. Em primeiro lugar, se eu pretendesse seria-


mente investigar esse assunto, precisaria apenas ler suas memórias.”

“Sim!”

De fato, isso estava correto. Isso significaria que a razão pela qual ela
tinha sido convocada era assumir sua responsabilidade como irmã mais
velha, para fazer Solution confessar, mesmo que ela tivesse que usar mé-
todos severos.

“—Entendido!”

Yuri fortaleceu seu coração.

Dia das Πλειάδες


36
Solution era uma Slime. Assim, ela era adepta de lidar com ataques físi-
cos e possuía uma resistência especialmente forte a ataques perfurantes
ou cortantes.

No entanto, ataques como pancadas poderiam machucá-la.

Yuri ativou suas manoplas, fazendo-as envolver seus punhos. Então, ela
deu um passo em direção a Solution.

“...Espera.”

Desta vez, seu Supremo mestre deu uma ordem.

“Posso saber qual é o problema, Ainz-sama?”

“Yuri, o que você pretendia fazer?”

“...Sua serva estava planejando interrogar a Solution de forma apropri-


ada.”

“...Hum. Então, por que, você está usando suas manoplas para cobrir
seus punhos?”

Yuri percebeu a intenção do Mestre e ficou atordoada. A implicação era


que ele queria que Yuri realizasse o procedimento com as próprias mãos.
Ela sentiria diretamente na pele as sensações de atacar sua irmã mais
nova, isso atormentaria Yuri, que seria a executora de tais ações.

“Entendido. Se é isso que ordena, Ainz-sama.”

Yuri fez suas manoplas voltarem para o estado normal. Seu supremo
Mestre grunhiu e assentiu, depois inclinou a cabeça.

“Hm? ...Parece que minha pergunta não foi respondida, mas se você en-
tender, isso tornará as coisas simples. Bem, esqueça isso. Vamos conti-
nuar. Nesse caso, obtenha a resposta de Solution, Yuri.”

OVERLORD Especial
37
“Sim!”

Yuri parou diante de Solution. Talvez ela soubesse o que aconteceria


com ela depois disso, mas sua irmãzinha apenas olhou para baixo. Yuri
ergueu o punho alto, preparada para atacar.

“—Pare!”

Yuri sentiu a preocupação na voz de seu Mestre quando seu corpo ficou
rígido e depois olhou para trás.

“Você... o que você estava planejando fazer?”

Yuri não entendeu o que as palavras do seu mestre significavam e ficou


confusa.

“Não, ah, de acordo com suas ordens, sua serva estava planejando obter
a resposta de Solution...”

“...Hã...hm? ...Será que eu me enganei? Deixe-me perguntar de novo,


como você pretendia fazer a Solution me responder?”

“Sim! Sua serva pretendia espancá-la até que ela estivesse perto da
morte, e obter a resposta dela enquanto sua mente estivesse confusa.”

Depois de ouvir isso, seu Mestre de repente congelou. Então, ele olhou
para Yuri.

Ela tinha dito algo errado? Depois que o nervosismo tomou conta de
Yuri, seu Mestre virou as costas para ela mais uma vez.

Depois de alguns segundos que pareceram durar a eternidade, seu mes-


tre começou a falar lentamente.

“Yuri. Isso não foi o que eu pedi. Talvez a Solution tenha escondido meu
Sankichi porque ela estava obedecendo a algum desejo de Herohero-san.

Dia das Πλειάδες


38
É algo que ela não pode me dizer. Foi por isso que pensei que talvez você
pudesse me ajudar a pedir a resposta.”

“M-minhas mais sinceras desculpas!”

Yuri apressadamente colocou as mãos no chão e fez uma reverência


profunda.

De fato, se fosse por esse motivo, ela não seria culpada. O Mordomo As-
sistente poderia ser dispensado porque os Seres Supremos haviam de-
cidido que ele deveria ser assim. No entanto, uma coisa era permitir e
outra gostar disso.

“—Está bem. Aliás, é normal que você tenha se confundido. Eu não es-
tou com raiva do que a Solution fez. Pelo contrário, acho isso bastante
intrigante.”

Yuri notou que não era apenas a expressão dela que havia mudado, mas
Decrement e mesmo Solution haviam mudado.

Por que isso?

Antes que Yuri pudesse perguntar, seu Mestre já havia falado.

“—Solution.”

“...S-sim, Ainz-sama.”

Era a primeira vez que Yuri ouvia sua irmã falar desde que entrara. Sua
voz era muito diferente da Solution que ela conhecia.

Seu mestre circulou em volta da mesa, passou perto de Yuri e ficou de


frente para Solution. Então, seu mestre tirou um cristal de dados. Parece
que ele sabia que habilidades o cristal tinha apenas segurando, mas
quase todos os cristais de dados compartilhavam a mesma aparência, e
apenas certas profissões podiam distinguir seus tipos apenas pelo exte-
rior.

OVERLORD Especial
39
“Eu agora lhe dou uma ordem. Embora não haja dúvidas de que este
item me pertence— destrua-o.”

“E-embora seja a sua vontade, não posso fazer isso, p-por favor me per-
doe, Ainz-sama...”

Solution se recusa em voz trêmula.

“Entendo. Então, vamos continuar.”

Seu mestre apontou para a lâmpada no teto.

“Essa luz é parte dos meus aposentos, mas você deve destruí-la.”

“M-mas...”

“Reparar danos à Grande Tumba de Nazarick requer o pagamento de


uma taxa. No entanto, é possível reparar o valor de uma determinada
soma todos os dias sem custo. Em particular, os andares superiores fo-
ram projetados para serem particularmente baratos, dado o fato de que
intrusos muitas vezes tentavam invadir, então mesmo consertar o chão
inteiro não é uma grande despesa... Em contraste, as coisas no 9º Andar
são muito caras. Bem, itens dentro das suítes reais são geralmente caros;
essa é a impressão comum que se tem deles no mundo.”

Seu mestre abriu os braços.

“Mesmo assim, consertar uma única lâmpada não é uma grande des-
pesa, e deve ficar abaixo do valor dos reparos diários gratuitos. Muito
bem — prossiga.”

“...Isso está realmente certo?”

“Este é o meu desejo, então está tudo bem. Faça.”

Dia das Πλειάδες


40
Solution se levantou e caminhou até ficar embaixo da lâmpada, então
estendeu a mão. A mão pegajosa engolfou a lâmpada e, depois de um
tempo, ouvia-se o som de coisas sendo esmagadas e dissolvidas.

Com uma das luzes destruídas, o interior da sala ficou ligeiramente


mais escuro.

“Entendo, entendo. Então eu devo considerar que eu posso ordenar que


o dano seja causado à base da guilda, desde que isso não cause uma
perda real para a Guilda, então? Solution, por que você quebrou? Ou me-
lhor, por que você pode quebrá-la?”

Solution tinha um olhar surpreso no rosto.

“...Entendo, parece que houve um problema com a maneira que eu fiz


essa pergunta. Não dê atenção a isso. Então... se você pode causar dano
desde que não cause uma perda à Guilda, qual é a extensão do dano que
se qualificaria como uma perda? ...O instinto do criador? Ou foi porque
eu pedi? Em que isso é diferente dos monstros invocados? Existe dife-
rença entre Aura e Mare? Hmm, isso ficou interessante.”

Seu Mestre parecia estar em um mundo próprio, como se não houvesse


mais ninguém em seus olhos.

“Ainda assim, você só poderia destruí-lo porque fogo amigo está habili-
tado, então isso originalmente teria incorrido em um custo? Se esse é o
caso, então lutar dentro de Nazarick seria muito problemático... Eu pre-
ciso investigar isso em detalhes. Isso é maravilhoso, Solution. Se você
não tivesse escondido Sankichi-kun, eu não teria pensado em investigar
isso.”

Com isso, seu mestre se virou e olhou para Solution.

“Você me deu um tópico de pesquisa bastante interessante. Bom traba-


lho.”

“M-meu mais profundos agradecimentos, Ainz-sama.”

OVERLORD Especial
41
Yuri podia entender muito bem a confusão de Solution. A razão pela
qual ela conquistou o louvor do Supremo era misteriosa demais para
que suas escassas habilidades cognitivas compreendessem.

“Então, continuarei a investigação. Yuri, dê suas posses para Solution.”

Não houve hesitação quando Yuri entregou suas preciosas manoplas —


que haviam sido feitas por sua criadora — à Solution.

“Agora, destrua-as.”

“Eu-eu imploro seu perdão, Ainz-sama.”

Solution abaixou a cabeça.

“Hmmm. Eu vou entender que você não pode destruir seus pertences.
Então—”

Um Death Knight apareceu de repente diante de seu Mestre.

“Destrua isso.”

Solution sacudiu a cabeça ainda abaixada.

“Você não pode destruir um Death Knight que eu fiz? Então, você pode
engoli-lo sem danificá-lo?”

“Se for apenas isso.”

Solution se aproximou do Death Knight e pressionou seu rosto no corpo


dele.

Sua cabeça inchou como se estivesse flutuando, e seu cabelo perdeu a


forma falsa, revelando sua verdadeira natureza como um Slime de cor

Dia das Πλειάδες


42
suja enquanto engolia todo o Death Knight. Depois disso, a cabeça de So-
lution voltou ao normal e a massiva forma que estivera ali desaparecera
sem deixar vestígios.

“Hmm... Se o Death Knight desaparecesse nesse estado, causaria algum


mal a você?”

“Não, não mesmo.”

“Já que é assim. Então eu farei isto. Bom, entendo, hm... em outras pala-
vras, a consideração básica é que a ocultação por si só não é um crime?
Nesse caso, manter outra forma deve ser o ponto importante, então? Ou
existe algum outro motivo? A lealdade é a chave...? Ou é uma razão do
sistema? Fogo amigo está ativo, não? Também é possível que isso se deva
apenas à falta de vontade... huh. Como eu pensei, isso merece um estudo
cuidadoso. Dito isso, realizei todo tipo de experimento, mas não investi-
guei o suficiente. O fato de eu poder reafirmar esse ponto também é ex-
celente—”

Seu Mestre tagarela de repente ficou em silêncio. Então ele bateu pal-
mas e olhou para Yuri.

“...O que eu estou fazendo? Eu lhe chamei, Yuri, para obter a localização
do Sankichi-kun de Solution, não? Me perdoe. Parece que me perdi em
meio às minhas investigações.”

“Não, eu não ousaria. Sua serva entende que suas investigações são
muito importantes, Ainz-sama.”

Foi imediatamente óbvio que seu Mestre estava ponderando sobre um


problema complexo e difícil. Talvez, se um dos dois picos intelectuais de
Nazarick estivesse aqui, a explicação de uma parte dos pensamentos de
seu Mestre poderia ser realizada.

Infelizmente, nenhum deles estava presente. Como resultado, tudo que


ela sabia era que ser capaz de entender seu Mestre era uma coisa incrível,
mas ela não sabia exatamente o quão incrível era.

OVERLORD Especial
43
Yuri estava um pouco insatisfeita com isso.

“Então... vá falar com a Solution e descubra porque ela fez uma coisa
dessas.”

“Sim! Eu ouço e obedeço!”

Ela queria dizer que sua irmã estava falando normalmente agora, mas
Yuri mentalmente balançou a cabeça. Seu Mestre já saberia quais os pos-
síveis motivos.

Ela recordou o que Sebas tinha dito hoje.

Como aquele que reunira os Seres Supremos, não havia como ele não
ter visto os pensamentos de sua irmãzinha. Em outras palavras, deve ha-
ver alguma razão especial para isso.

Yuri retornou a Solution, que havia retomado sua posição de seiza.

“Antes de perguntar onde escondeu o Sankichi-kun-sama, responda


uma pergunta. Por que você fez uma coisa dessas? Sankichi-kun-sama é
a posse de Ainz-sama. Você mais do que ninguém deveria saber disso.”

Os olhos de Solution piscaram.

Para evitar que ela fugisse da pergunta, Yuri pressionou as duas mãos
no rosto de Solution e a forçou a olhar nos olhos.

Para alguém sem uma forma fixa como a Solution, escapar de entre
aquelas mãos deveria ter sido fácil como estourar balões com alfinetes.
No entanto, ela não fez isso. E dito isso, os globos oculares de Solution
também eram falsos, então olhá-la nos olhos era sem sentido. Afinal, ela
não usa a visão para perceber os outros. Mesmo assim, ela olhou fixa-
mente para sua irmã mais velha, pois Solution conseguia entender como
se sentia.

Dia das Πλειάδες


44
As duas se entreolharam.

Finalmente, os lábios de Solution se moveram.

“Yuri-nee ... Eu-eu não estou feliz com isso.”

Com o que você não está feliz?

A razão pela qual ela não perguntou foi porque Yuri percebeu que Solu-
tion não havia terminado de falar. Assim, ela soltou o rosto de Solution e
recuou.

“...Ainz-sama!”

Os olhos de Solution se moveram de Yuri para o seu Mestre.

“Por quê?! Diga-me o motivo! Eu sou um Slime também! Eu posso lim-


par melhor do que Sankichi-kun-sama! Por quê?! Por que o senhor não
me deixa tomar banho com o senhor e lamber cada pedaço do seu corpo
puro e glorioso!?!”

Seu mestre se virou.

Sentindo a rejeição de sua atitude, o rosto de Solution estava cheio de


desespero. Yuri podia entender muito bem essa desgraça e, pelo canto
dos olhos, viu Decrement fazendo a mesma cara.

Por que acabou assim... se não era isso que os Seres Supremos desejavam...
então minha querida irmã teria cometido um pecado terrível...

Era uma grave ofensa, digna de pena de morte. Não, não havia outra
possível resposta a ela do que a pena de morte.

Quanto tempo se passou desde que seu Mestre se virou? Embora a


quantidade real de tempo provavelmente não tenha sido muito longa,
pareceu várias vezes esse valor para Yuri. Quando ele daria a ordem para
punir sua irmã?

OVERLORD Especial
45
Finalmente, uma pergunta soou pelo ar.

“...É apenas por isso?”

“O que mais poderia ser?!”

Solution chorou em resposta à pergunta de seu Mestre — embora suas


lágrimas fossem apenas parte de seu corpo e tenham sido reabsorvidas
quando chegaram ao queixo.

Ela podia entender os sentimentos de sua irmã, mas—

“Solution Epsilon! Como você ousa?!”

No mínimo, era algo que deveria ser punido com as próprias mãos, as
da irmã mais velha. Com isso em mente, Yuri cerrou os punhos—

“—Está bem. Yuri, lá...”

Ela olhou por causa da voz de seu Mestre, e então seus olhos encontra-
ram os pontos vermelhos de luz olhando para ela. Não, isso não estava
certo. Seu olhar poderia parecer estar descansando em Yuri, mas esse
não era o caso. Foi como se ele estivesse olhando para algo distante, ao
longe, para o infinito.

Aconteceu alguma coisa?

Pensou Yuri quando ela parou de se mover, e então ouviu uma voz fraca
dizendo algo como “Cabeça—Oca—?”. A voz era muito suave, então ela
não ouviu claramente. Quando o Mestre de Yuri olhou para sua forma
confusa, ele tossiu para limpar a garganta.

“Não, Yuri. Ah... não há necessidade de atingi-la. De qualquer forma, não


estou com raiva, está bem?”

“Entendido! Meus mais profundos agradecimentos!”

Dia das Πλειάδες


46
Os olhos de Yuri não podiam deixar de ficar umedecidos dado ao cora-
ção amplo e misericordioso de seu Mestre, que poderia perdoar até
mesmo a atitude desrespeitosa de Solution. Não, se ela não fosse uma
undead, certamente estaria chorando copiosamente agora.

“Uh, Uhun... então. Solution. Eu entendo como você se sente. Parece que
minhas considerações não foram muito apropriadas. Quanto ao motivo
pelo qual não ordenei que o fizesse, Solution, uma razão foi porque você
não foi feita por mim. Se eu fizesse algo assim, eu teria vergonha de en-
carar o Herohero-san.”

“Herohero-sama?!”

Talvez fosse porque ele mencionara o Ser Supremo que a criara, mas
Solution fez um som que dificilmente se imaginaria que ela pudesse ter
produzido em circunstâncias normais.

“Uhun. De fato, é assim. Permitir que alguém como você — como a filha
de Herohero-san — fizesse isso, bem, esse tipo de coisa certamente re-
sultaria em uma bronca.”

Solution abaixou a cabeça e logo depois a levantou novamente.

“...Ainz-sama, por favor aceite minhas mais sinceras desculpas. Sua


serva aceitará de bom grado qualquer punição que deseje impor.”

“Uhun, é como eu acabei de dizer. Nesta ocasião, minhas considerações


não foram completas. Se eu tivesse explicado isso desde o começo, então
isso não teria acontecido... Solution, eu não vou condenar o adorável pe-
queno ataque que teve... os eventos do que aconteceu hoje devem per-
manecer em segredo entre nós quatro. Vocês têm alguma objeção?”

Não havia como haver qualquer objeção.

Yuri deu um suspiro de alívio em seu coração.

OVERLORD Especial
47
Era bom que sua irmã não tivesse sido morta.

“Então... onde está meu Sankichi?”

“Aqui.”

A boca de Solution inchou, e um lodo azul fluiu para fora dela.

“Isto é.”

“Oh...”

Solution segurou o Slime em suas mãos e respeitosamente ofereceu a


Ainz.

No entanto, seu mestre não chegou a pegá-lo.

“Solution, coloque-o de volta onde você o encontrou. E não se esqueça


de deixá-lo imerso na água.”

Sua intenção era que ela cumprisse com sua responsabilidade até o fim.

Parando para pensar a fundo, isso era de se esperar.

Assim que Yuri começou se sentir envergonhada de não ter notado


como isso era óbvio, Solution se levantou e saiu.

“—Ainz-sama, não posso agradecer-lhe o suficiente pela misericórdia


que demonstrou.”

“Hm?”

Seu Mestre, que estava assistindo Solution sair, parecia falar para revi-
ver seu espírito.

“Não, o erro foi meu, simplesmente não considerei o quadro completo.


Eu deveria ter tentado considerar o lado de Solution... embora, eu não

Dia das Πλειάδες


48
tinha a intenção de confiar a ela tarefas de banho sob nenhuma circuns-
tância.”

“Mesmo assim, ainda sou extremamente grata.”

“Hmm... falando nisso, Empregadas de Batalha, vocês estão insatisfeitas


com a situação atual de alguma forma?”

“Posso saber o que quer dizer com isso?”

“Eu não notei o descontentamento de Solution. Eu falhei como mestre.”

“Mas isso é—”

Yuri parou no meio do caminho porque seu Mestre levantou a mão.

“Bem, por favor me ouça. Eu gostaria que você me ajudasse a descobrir


se as outras Empregadas de Batalha estão insatisfeitas de alguma forma.
No passado, eu tive um Death Knight perguntando aos Guardiões sobre
a mesma coisa. No entanto, naquela época eu só estava perguntando so-
bre quais recursos eles precisavam. Então, Yuri Alpha.”

“Sim!”

“Eu agora concedo a você uma tarefa. Vá e encontre-se com as outras


Empregadas de Batalha e veja se elas estão insatisfeitas com seu ambi-
ente atual e tratamento.”

“Entendido. Sua serva deve imediatamente realizar isso.”

“—Além disso, vou deixar você com um aviso. Quando você encontrar
um inimigo desconhecido, você não deve dizer nada do tipo “Vamos
socá-los (e fugir se eles forem muito fortes)”, entendeu?”

“S-sim. Compreendo.”

OVERLORD Especial
49
Uma confusão momentânea deixou Yuri incapaz de responder imedia-
tamente. Isso porque ela não tinha idéia do porquê seu Mestre estaria
dizendo algo assim para ela. No entanto, era uma ordem do Supremo,
então naturalmente tudo o que ela podia fazer era obedecer.

Ela foi proibida de socá-los e depois considerar se poderiam ou não se-


rem derrotados.

Yuri fez uma anotação mental disso.

Dia das Πλειάδες


50
Parte 4

OVERLORD Especial
51
Dia das Πλειάδες
52
epois de sair dos aposentos de seu Mestre, Yuri pensou:

D E agora, como eu devo proceder?

Yuri tinha que se encontrar com Shizu e Entoma. O Su-


premo iria checar Lupusregina e Narberal por conta própria.

Claro, Yuri recusou-se a pensar em incomodar seu Mestre com tais coi-
sas, mas desde que seu mestre já havia dito isso, não havia necessidade
de dizer mais nada.

Ahh... Por favor, não faça nada de estranho.

Depois do que Solution tinha feito agora, se Lupusregina fizesse algo


estranho, a reputação geral das Pleiades certamente cairia. Não, seria
bom o suficiente se o problema pudesse ser resolvido por uma mera
falta de aprovação. Seu intestino doía apesar do fato de ser uma undead.

“Vamos terminar isso o mais rápido possível.”

Se ela terminasse isso rapidamente e voltasse para as duas, talvez ela


pudesse evitar que qualquer situação fatal se desenvolvesse.

No entanto, ela não sabia onde Shizu estava, embora ela conhecesse a
localização de Entoma.

Portanto, Yuri ativou um item que só ela possuía como Líder Assistente.

“Você pode me ouvir?”

『A—Ara~ Yuri-nee, qual o problema?』

Uma voz calma e gentil falou em sua cabeça.

“Au-chan, desculpe incomodar você, mas preciso de um favor. Você po-


deria me ajudar a encontrar onde a Shizu está?”

OVERLORD Especial
53
Ela era uma das sete irmãs das Pleiades, Aureole Omega.

Yuri estava em comunicação com sua irmãzinha, a Guardiã da Área do


Santuário das Flores de Cerejeira. Normalmente, ela saberia os movi-
mentos de todas as sete irmãs.

『Shizu-nee? Compreendo... Ah, ela está no Sexto Andar... Você precisa


de mim para enviar um dos meus servos, o Uka-no-Mitama, para mos-
trar o caminho?』

Uka-no-Mitama era um monstro de nível 85 que era adepto do uso de


magia do tipo mental. Ela tinha duas formas — uma garota de cabelos
curtos com uma máscara de raposa e uma forma bestial que sacrificava
a habilidade de usar toda a magia em troca de um tremendo impulso em
sua habilidade de combate físico.

Havia também um jovem que usava uma máscara com motivos de sol
dentro do Santuário das Flores de Cerejeira, um criado conhecido como
Ootoshi.

“Não, não há necessidade disso. Eu só preciso perguntar aos Guardiões


do Sexto Andar, Aura-sama ou Mare-sama, e eu vou saber onde ela está.”

『Compreendo. Então, se eles também não souberem, entre em contato


novamente.』

“Mm, contarei com você quando chegar a hora. Ainda assim, Uka-no-
Mitama é um de seus servos, então eles não têm o dever sagrado de de-
fender seu domínio? Se você emprestar mesmo que um deles, não lhe
dará problema?”

『Não. Quando o Ainz-sama me agraciou com sua presença, recebi per-


missão para mandar dois deles para fora do Santuário das Flores de Ce-
rejeira a qualquer momento.』

“Ele fez mesmo isso? Então não deve ter problema.”

Dia das Πλειάδες


54
Sua irmãzinha estava atualmente no 8º Andar, e ela não podia ir lá di-
retamente. Mesmo o Anel de Ainz Ooal Gown não seria capaz de viajar
diretamente para o Santuário de Flores de Cerejeira. Em vez disso, tele-
transportaria para uma certa distância dela. Com seus servos como es-
cudos, Aureole deveria ter tempo suficiente para fugir para o 9º Andar
caso precisasse.

『Obrigada por sua preocupação. No entanto, eu tenho outros defenso-


res além do Uka-no-Mitama, então está tudo bem.』

“Entendo.”

Tendo dito isso, avançar a conversa seria apenas grosseria.

“Nesse caso, contarei com você quando chegar a hora.”

『Sim, por favor, deixe comigo.』

Sua voz risonha fez Yuri pensar em sua irmã mais nova cruzando os
braços com um sorriso adorável no rosto.

Com um sorriso que cortou todo seu desconforto anterior, Yuri termi-
nou a conversa.

“Então — Hora de ir.”

Yuri permitiu que os demônios a acompanhassem pelo mundo escal-


dante do 7º Andar, e então ela passou pela porta que levava ao 6º Andar.

Logo depois disso, uma Elfa Negra veio em sua direção, de costas para
a arena.

Era Aura.

OVERLORD Especial
55
Os Guardiões de Andar podiam sentir as pessoas que entravam nos an-
dares que eram de sua responsabilidade. No entanto, seria mais correto
dizer que eles poderiam sentir a ativação dos portões de teleporte, mas
havia condições que tinham que ser atendidas e algumas restrições.

Depois de descobrir que a pessoa que estava se teleportando era Yuri,


Aura diminuiu o passo. Ainda assim, apesar de ter abrandado, ela ainda
era um NPC de nível 100 e, portanto, muito mais veloz que Yuri.

“O que há de errado, Yuri? Indo pro Primeiro Andar trabalhar como de


costume? Ou veio brincar?”

“Não, eu vim aqui hoje para lhe ver, Au-c—”

Yuri quase disse algo que poderia ser considerado desrespeitoso dada
à ocasião.

“—Aura-sama.”

As sobrancelhas de Aura mudaram. A mudança na maneira como ela foi


abordada disse-lhe se Yuri tinha chegado a negócios pessoais ou oficiais.

Aura, Mare, Pestonya, Eclair e Yuri estavam perto o suficiente para se


referirem uns aos outros com apelidos fora do trabalho. Isso porque os
Seres Supremos que os criaram estavam próximos uns dos outros e sen-
tiam-se igualmente próximos um do outro. Eles ocasionalmente se reu-
niam neste andar. O fato de ela não ter se dirigido a ela por um apelido
significava—

“Sei. Então é algo a ver com trabalho? Tá só de passagem? Ou é algo


importante que tem que fazer aqui? Ah, é... O Mare, num tá por perto.”

Mesmo ela estando curiosa para saber onde Mare — que raramente an-
dava fora — tinha ido, essa não era a prioridade de pergunta que Yuri
deveria estar pensando no momento.

Dia das Πλειάδες


56
“Sim, tudo bem. Eu não vim aqui para procurar vocês dois, mas tenho
negócios com a Shizu, que deveria estar aqui.”

“...Shizu? Ah, ela tá neste Andar sim.”

O tom com que ela disse essas palavras transformou o humor em Dark-
Yuri.

Sua irmãzinha estava causando problemas para as pessoas também?

Yuri sentiu seu intestino doer novamente. Quantas vezes ela experi-
mentou essa sensação em menos de uma hora? Talvez ela devesse reunir
todas as suas irmãs e treiná-las adequadamente.

Sim — eu tenho que ser rigorosa!

Yuri lutou para evitar que as sobrancelhas se tricotassem e ela fez uma
pergunta a Aura com um sorriso que não parecia natural no rosto.
Mesmo não querendo perguntar, ela tinha que fazer. Então, se algo ti-
vesse acontecido, como irmã mais velha, ela estava preparada para pedir
desculpas em nome de sua irmã.

“Eh, ah, a-algo aconteceu?”

“Hm~ bem, acho que precisamos bater um papo. Pode vir comigo por
uns tempinho?”

Odeio essa sensação.

Yuri pensou enquanto seguia a liderança de Aura.

Elas deixaram o Coliseu e entraram na floresta.

Andar nas selvas primitivas era extremamente irritante. Em particular,


a saia longa de Yuri significava que ela tinha que desacelerar para não
ficar com a roupa presa nas coisas. É claro que os uniformes das empre-
gadas eram itens mágicos e não seriam rasgados por simples ramos.

OVERLORD Especial
57
Mesmo assim, ela cuidava da roupa que a Ser Supremo, Yamaiko-sama,
lhe dera.

Aura parecia ter entendido isso, dado que ela estava liderando o cami-
nho a um ritmo mais lento do que sua velocidade habitual.

Nós estaríamos bem se estivéssemos andando no Fenfen...

Aquele animal poderoso com o pêlo confortável tinha a capacidade de


atravessar a terra de modo que ele não seria pego em caminhos espinho-
sos ou ambientes como esta floresta, e esse efeito também se estendia a
quem cavalgasse nele. Ela manteve a idéia em seu coração, mas não deu
voz ao pensamento, porque isso seria muito premeditado.

No final, ela foi levada para um canto da floresta, onde havia uma forma
de vida que parecia uma bola branca de pêlo de cerca de dois metros de
diâmetro, estava a sombra de uma árvore.

Não havia sinal de Shizu. Não havia mais ninguém além da forma de
vida da bola peluda. No entanto, Aura a trouxe para este lugar, o que sig-
nificava que havia algo aqui que estava ligado a Shizu.

Não—

Se fosse a Shizu, não é possível que ela estivesse se escondendo? Ou ela


está invisível?

Shizu não estava no nível de um expert, mas ela podia se esconder e se


tornar invisível. Além disso, havia também—

Yuri tirou os óculos ornamentais e mudou para outro par.

Esses óculos podiam ver através da invisibilidade.

“—Ggh!”

Dia das Πλειάδες


58
Os olhos de Yuri se arregalaram quando ela descobriu onde Shizu es-
tava.

Aura deve ter visto a expressão de Yuri. Ela disse “Mm, mm” e balançou
a cabeça, sua expressão parecendo dizer, “É isso aí mesmo”.

“Sinto muito.”

Yuri se desculpou.

Shizu estava em cima da bola branca de pêlos — era o Spear Needle. Ela
estava enterrada de bruços nos pêlos do que parecia um coelho angorá.
Se alguém considerasse Shizu — cujos braços e pernas estavam bem
abertos — como uma mão gigante, então seria equivalente a alguém se-
gurar uma bola peluda com a mão bem fechada.

“Pois é, mas é como tá vendo. Este coitadinho tava pedindo ajuda, di-
zendo “ahhhh, ela tá fazendo isso de novo” ou algo assim.”

“Fazer de novo? Ah, essa não... ela sempre faz isso?”

“Sim. Mas está é a primeira vez que ela aperta com tanta força.”

“Eu vou tirá-la de lá imediatamente.”

Yuri estendeu a mão, pegando Shizu pelo colarinho e planejando retirá-


la do pêlo macio do Spear Needle. No entanto, ela não conseguiu movê-
la. Shizu estava se agarrando firmemente ao Spear Needle, como se ela
estivesse abraçando-o.

“Shizu! Deixe-o ir, não seja teimosa!”

“...Negado. Negado. Negado.”

“O que quer dizer com Negado?”

OVERLORD Especial
59
Embora ela planejasse usar a força para afastá-la, ela acabou pegando o
pêlo do Spear Needle também, e a fera mágica gritou de dor.

“Mmm, isso dói.”

“Era só o que faltava...”

Yuri soltou enquanto ouvia Aura falar em nome da fera.

“Shizu, eu vou ficar brava com você.”

“...Yuri-nee, você já está com raiva.”

“Estou falando sério. Direi para a Aura-sama para não lhe permitir en-
trar mais aqui.”

“...Se fizer isso por conta própria, Ainz-sama ficará com raiva.”

“Estou aqui para lhe ver sob ordens do Ainz-sama. Eu tenho certeza que
entende o significado disso, ou não?”

Shizu saltou do Spear Needle em um piscar de olhos.

O que Shizu havia tirado das palavras de Yuri foi definitivamente a in-
tenção de seu mestre. Por enquanto ela não entendia os motivos, mas
não havia necessidade de corrigi-la por ora.

Shizu tocou seu cachecol e desativou sua magia de invisibilidade.

Seu cachecol era um item legendary-class imbuído de várias magias es-


pecializadas para furtividade e emboscada. Poderia até mesmo deixá-la
invisível por um tempo curto.

No momento em que Shizu pulou fora, o Spear Needle fugiu como um


raio, como se quisesse dizer “até que enfim, vou dar o fora daqui”.

Dia das Πλειάδες


60
Shizu, com arrependimento em seus olhos, o assistiu sair. Embora sua
expressão não tivesse mudado muito, como sua irmã mais velha, Yuri
podia perceber as pequenas diferenças em seu rosto.

“...Shizu, por que você fez isso?”

“...”

Ela olhou para um lado, como uma criança. Parece que ela não preten-
dia responder.

Então o que eu devo fazer?

Enquanto Yuri pensava, alguém estendeu uma mão amiga.

“Bem, a Shizu gosta de agarrar as feras mágicas. Você gosta delas, né?”

“...Mm.”

Depois que Aura disse isso, Shizu olhou diretamente nos olhos de Yuri.

“...São fofos, gosto deles.”

“Sim, é assim que você é.”

Esse era o tipo de garota que Shizu era. Ela gostava de coisas fofas e
coisas peludas.

“Aha! Acertei na moscaaa! Sempre suspeitei!”

“...Eu quero criar um. Eclair está fugindo de mim recentemente.”

“Humph...”

Yuri olhou para o céu. O 9º Andar não tinha criaturas fofas.

OVERLORD Especial
61
Por um momento, ela queria pedir a Eclair que se oferecesse aqui em
sacrifício, mas isso seria cruel demais.

Que tal algo como o animal de estimação de Ainz-sama, Hamsuke? Seu


pêlo pode ser endurecido contra impactos, mas em circunstancias normais
seu pêlo era bem macio — sim, nesse caso, uma vez que eu relatar o que
aconteceu aqui com o Ainz-sama, ele será capaz de ter uma boa idéia, es-
tou certa disso!

Nesse caso, uma tarefa seria resolvida.

O descontentamento de Shizu resultou de seu desejo por bichinhos fo-


fos.

Seria esse o caso? Ela havia ou não considerado se deveria fazer per-
guntas relacionadas ao trabalho, assim como foi feito aos Guardiões?
Mas no fim, ela não conseguia pensar em uma forma de aliviar a frustra-
ção de Shizu, então tudo que ela podia fazer era pedir ajuda ao Mestre.

“Compreendo. Vou discutir com o Ainz-sama como satisfazê-la.”

“Ahh, faça isso. Se for o Ainz-sama a resolver, vai ficar bem.”

“...Mm.”

O nome do Supremo era muito poderoso. Embora sua expressão não


tivesse mudado, seu humor parecia ter mudado de nublado para um dia
ensolarado.

“...Ainz-sama. Nesse caso, eu quero um Hamsuke.”

“Compreendo. Aquele pêlo deve ser ótimo.”

“...Mm.”

Mesmo que Hamsuke seja uma raridade em Nazarick, pode haver mui-
tos de sua espécie no mundo exterior.

Dia das Πλειάδες


62
“...Depois que Ainz-sama terminar o que está fazendo, eu poderei ir lá
fora também.”

“Estou ansiosa por isso. Quando chegar a hora, devemos visitar a cidade
que o Ainz-sama governa?”

Depois de sorrir para sua irmãzinha aparentemente animada, a expres-


são de Yuri ficou séria.

“Venha comigo, Shizu.”

“...Onde iremos?”

“Para a Entoma... Aura-sama, peço desculpas pelo problema que a Shizu


causou.”

“Hm? Ah, de boa. Isso é fichinha, devia ter visto o dia que ela colou ade-
sivos de um iene neles.”

Yuri suspirou:

“Haaaaaah.”

“Por favor, cole os adesivos que mostram que você gosta de algo em
suas próprias coisas... Então, parece que ela também lhe deu problemas
naquela época. Eu peço desculpas.”

“Mas de boa, foi só aquela vez. O ruim é que não sai com água. Pensei
que saia fácil, mas gruda bem.”

“...Especialmente feito pelo Professor. Eles são de uso único, mas o Ainz-
sama disse que iria produzi-los em massa para mim.”

“Nossa, que bom.”

Ainz-sama é realmente gentil.

OVERLORD Especial
63
Yuri pensou enquanto suspirava, e então notou o mesmo olhar no rosto
de Aura. Depois disso, pareceu que Aura notou que ela notou, porque
acabaram cruzando olhares.

“Ainz-sama é verdadeiramente compassivo.”

“Eu acho que é o ser mais legal depois da Bukubukuchagama-sama.”

“...Não seria depois da Yamaiko-sama?”

“...Não, a Bukubukuchagama-sama mesmo.”

Yuri olhou para Aura e Aura não desviou o olhar.

“...Ainz-sama é o mais gentil de todos os Seres Supremos, porque ele fi-


cou por nós.”

Elas ficaram olhando para Shizu depois que ela disse isso. Ninguém po-
deria objetar às suas palavras.

“De fato.”

“Sim, er— hm? Parece que alguém veio pelo portal de cima. Como não
recebi notificação de intruso, deve ser alguém de Nazarick, acho que não
teria problema ignorar... Mas acho que seria errado deixar alguém espe-
rando, né? Melhor ir dar uma olhadinha e já volto. Querem vir comigo?
Entoma tá no Andar de cima hoje, né?”

Não houve objeções à sugestão de Aura.

Ambas assentiram e seguiram atrás de Aura. Um olhar atrás da porta


que levava ao 5º Andar revelou que havia alguém — alguma coisa — ali.

“A-ra~ há quanto tempo, Aura. E Yuri e Shizu também.”

Dia das Πλειάδες


64
Enquanto o tom fazia as pessoas pensarem que cada frase terminava
com uma marca de ♥, a voz em que essas palavras eram faladas era rouca
e desafiava a fácil identificação entre masculino ou feminino. Este ser
realmente merece ser descrito como “monstruoso”.

Tinha um corpo humano, mas sua cabeça lembrava uma lula distorcida.
Da cabeça brotava seis tentáculos que se estendiam até as coxas, e eles
se enrolavam e contorciam.

Seu corpo era de um branco medonho, como um cadáver afogado. Seu


corpo estava igualmente inchado como um cadáver afogado e envolto
em muitas tiras de couro preto no lugar de roupas, sua pele era compri-
mida pelas tiras, assim como carne amarrada com barbante.

O monstro tinha quatro dedos delgados em cada mão, havia membra-


nas interligando cada dedo. Suas unhas eram muito compridas e pinta-
das com lacquer, além disso, eram decoradas com desenhos.

Era a Oficial Especial de Coleta de Inteligência da Grande Tumba de Na-


zarick — conhecida como Neuronist Painkill.

“Eeeh~ é raro te ver aqui, Neuronist. Aconteceu algo?”

“Kukuku, alguém mencionou que fazia muito tempo que os Piores se


encontraram, então vim para cá. Eu acredito que Kyouhukou também
virá.”

“Ueeehh...”

Um olhar de nojo claro cruzou o rosto de Aura.

“Pior Trabalho, Pior Personalidade, Pior Moradia, Pior Aparência e Pior


Lascívia?”

“Isso mesmo. Yuri, acertou — tu-di-nho.”

OVERLORD Especial
65
Neuronist fechou com agilidade um de seus olhos de aspecto viscoso.
Se tivesse vindo de alguém mais bela, esse movimento poderia ter sido
tomado como uma piscadela.

“...O que está segurando?”

“Ara~ Shizu, está interessada? Kukuku, é um item essencial para uma


dama. Um perfume!”

O Neuronist balançou a bolsa fofa na mão esquerda.

“Bem, este é para homens. Você notou que Gashokukochuuou construiu


uma nova casa? Este é um presente de boas-vindas.”

“Perfume é essencial pras mulheres, é? Não é só pra gente fedida?”

Yuri escondeu o sorriso que a resposta infantil de Aura provocou.

“Kukukukuku, ainda é muito cedo para você, Aura. Mas se chegar o dia
em que você precisar, a onee-chan aqui irá pessoalmente transmitir a
você todo tipo de conhecimento essencial para as mulheres. Aquela
aberração repugnante não vai lhe ensinar esse tipo de coisa.”

“Ah, é? ...Hm ...num entendo muito dessas coisas, então quer dizer que
isso aí deixam as pessoas felizes?”

“...Ara. E quem quer fazer feliz? Kukuku, parece que as coisas estão mais
interessantes agora. Diga, Aura. Quer conversar com a onee-chan
aqui? ...Há algum tempo antes da reunião.”

Neuronist trouxe seu rosto enorme perto de Aura, sua expressão con-
traiu em reflexo. Aura ergueu as mãos para Yuri e as outras e depois cor-
reu como uma lebre em fuga. As outras não podiam deixar de ficar im-
pressionadas com a velocidade dela, mas era de esperar já que é uma
Guardiã de Andar.

Dia das Πλειάδες


66
Neuronist não poderia alcançá-la, e então descansou o queixo nos de-
dos delgados enquanto murmurava para si mesmo.

“Ara ara, eu fui rejeitada.”

Depois de dizer isso em uma voz que não parecia particularmente de-
cepcionada, Neuronist encolheu os ombros para Yuri e Shizu.

“...Bem, vou indo. Vejo vocês na próxima vez.”

“Sim, até a próxima.”

Elas observaram Neuronist acenar levemente e quando se afastou,


Shizu então fez uma pergunta.

“...Neuronist é da raça Brain Eater, uma raça de gênero andrógino, mas


por que ele usa pronomes femininos?”

“Sei lá? Talvez os Seres Supremos tenham decidido isso.”

“...Entendi, então não tem problema.”

OVERLORD Especial
67
Parte 5

Dia das Πλειάδες


68
OVERLORD Especial
69
las estavam procurando Entoma, e então Yuri levou Shizu

E
do 4º Andar para o 2º Andar. Então elas voltaram para o 3º
Andar, depois subiram para o 1º Andar até o 2º Andar. Fi-
nalmente, elas chegaram à superfície. Elas haviam tomado
vários atalhos ao longo do caminho, mas ainda tinham an-
dado a uma distância considerável.

Se elas tivessem perguntado a Shalltear, Guardiã de Andar, elas pode-


riam ter encurtado sua jornada, mas Yuri tinha dificuldade em lidar com
Shalltear, desculpando-se apressadamente após uma rápida saudação.

Não havia como ela não se sentir desconfortável depois de ser vista
como uma presa por uma besta pervertida.

Na superfície, Yuri viu a cabana de madeira.

A tarefa mais importante dos membros das Pleiades neste local era re-
ceber seu Mestre que havia retornado do mundo exterior, portanto não
usava seu Anel.

Uma tarefa secundária era adivinhar a intenção do inimigo em caso de


invasão. Além disso — quando o inimigo era muito forte, elas deveriam
se permitirem serem abatidas sem resistir. Um sacrifício como este daria
a Nazarick o moral elevado, e também permitiria que elas vissem até
onde o inimigo cederia durante as negociações.

Por exemplo, a oposição pode alegar ter justa causa, e eles podem ter a
força para se opor a Nazarick. Nesse caso, elas poderiam solicitar que a
oposição pagasse os itens perdidos e os custos de ressurreição da fale-
cida Empregada de Batalha, e a partir daí eles poderiam observar a ati-
tude da oposição.

Se o inimigo fosse realmente poderoso o suficiente para resistir a Naza-


rick, então, dependendo das circunstâncias, eles poderiam abandonar os
pedidos de compensação e tentar processar pela paz. Se eles não entra-
rem em acordo de dar e receber desde o começo, isso pode acabar se

Dia das Πλειάδες


70
transformando em uma guerra em grande escala, e os espectadores aca-
bariam arcando os benefícios de tal envolvimento.

Yuri lembrou o tom de ferro de seu Governante Supremo quando ele


havia dado essas ordens.

Essas ordens foram dadas pelo seu Mestre que liderou dois Guardiões
— a Supervisora Guardiã Albedo e Demiurge do 7º Andar.

No entanto, Yuri não conseguia entender o porquê seu mestre tinha que
dizer “Desculpe-me por isso”.

Morrer pelo Mestre — um Ser Supremo — era a maior de todas as hon-


ras em Nazarick. Portanto, Yuri e os outros tinham muita inveja dos
Guardiões de Andar e de Área que haviam morrido gloriosamente na ba-
talha contra os invasores do passado, aqueles cujo poder rivalizava com
os próprios Seres Supremos.

As Empregadas de Batalha — que eram a última linha de defesa — não


tiveram a chance de lutar, mas isso implicava que os pés sujos do inimigo
não tinham tido a chance de pisar o chão do 10º Andar. Yuri ficou feliz
por isso, mas ao mesmo tempo também um pouco triste.

E então, quando alguém educadamente ia à cabana para visitar, a tarefa


final das empregadas era educadamente dar-lhes um aviso final — o que
era considerável generosidade por parte dos membros de Nazarick.

Não havia sinal de ninguém na superfície silenciosa. Vassalos mais po-


derosos que Yuri e Shizu patrulhavam este lugar regularmente, mas eles
não pareciam estar por perto no momento.

A Supervisora Guardiã Albedo, havia projetado o sistema de patrulha,


deliberadamente deixando lacunas nas rotas de patrulha de superfície
para criar oportunidades adequadas para a invasão.

Isso porque havia sido considerado que o inimigo atacaria imediata-


mente qualquer ponto fraco do sistema de segurança assim que fosse

OVERLORD Especial
71
encontrado e elaboraria planos para capitalizá-los. É claro que tais falhas
nas patrulhas de Nazarick estavam sob observação remota, o que signi-
ficava que não havia fraqueza real. Em outras palavras, essa era uma es-
tratégia para fazer o inimigo pensar que havia explorado uma vulnera-
bilidade e assim atraí-los para uma armadilha.

Yuri andou até a porta da cabana e bateu, e sentiu Entoma se movendo


dentro.

Yuri estreitou os olhos e abriu a porta.

Não estava trancada.

Dentro do interior da cabana, ela viu Entoma enfiando freneticamente


algo sob o queixo de onde um rosto humano estaria.

Dada a surpresa, o rosto de Yuri ficou severo.

Primeiro Lupusregina, agora ela...

Por que todas as integrantes das Pleiades eram tão glutonas? Yuri, por
ser uma undead, não precisava comer, então não conseguia entender
esse sentimento.

No caso de Shizu, ela gosta de bebidas.

“—Yu-Yu-Yuri-neesama. Algum problema? Ainda é muito cedo para


uma mudança de turno, e o próximo turno também não é seu, nee-sama.”

Talvez ela devesse tentar lidar primeiro com a tentativa de desvio de


assunto da sua irmãzinha.

“Sim, está certa.”

“—Então por quê?”

Entoma inclinou a cabeça.

Dia das Πλειάδες


72
O rosto atual de Entoma era apenas uma máscara. Não exibia nenhuma
emoção, e por isso não havia como dizer o que ela estava pensando atra-
vés das sutis mudanças em suas expressões.

Portanto, houve momentos em que ela teve que usar sua linguagem cor-
poral para expressar o que queria dizer, por exemplo, encolhendo os
ombros ou inclinando a cabeça.

“E então—”

Entoma se virou olhando para Shizu.

“—Não é nossa irmãzinha que está ali?”

Yuri ouviu um crack, como se algo duro tivesse quebrado.

“...Negativo, Entoma. Você é a irmãzinha.”

O crack de agora ressoou em sua cabeça novamente.

As integrantes das Pleiades chamavam umas às outras de irmãs, mas


infelizmente não eram irmãs verdadeiras, já que foram criadas por dife-
rentes criadores. Elas foram simplesmente projetadas para ser assim.

No entanto, Yuri poderia dizer com confiança que elas amavam e cuida-
vam uma da outra, assim como verdadeiras irmãs.

Entre elas, os Seres Supremos designaram Yuri Alpha como a irmã mais
velha e Lupusregina Beta como a segunda mais velha. No entanto, isso
ficou menos claro quando chegou as outras. Solution Epsilon e Narberal
Gamma eram ambas tratadas como as terceiras mais velhas.

Se elas fossem projetadas para serem gêmeas como Aura e Mare, então
seria o fim das dúvidas. Entretanto, não era o caso.

OVERLORD Especial
73
Talvez Solution e Narberal realmente fossem gêmeas, uma vez que as
duas interpretaram isso como “tão próximas e atenciosas quanto os gê-
meos”. Assim, elas se tornaram um par de irmãs que desconsideravam
as terceiras mais velhas.

A questão agora era com as duas restantes.

“—Você é a irmãzinha.”

“...Negado, você é.”

As duas se encararam.

Ninguém sabia exatamente qual era a caçula.

Mesmo o único Ser Supremo remanescente não sabia, e de vez em


quando elas discutiam sobre o assunto.

Elas imploraram a Ainz que tomasse uma decisão, mas Ainz respondeu:
“Meus velhos amigos podem ter deixado oculto por alguma razão especial.
Eu não posso casualmente tomar uma decisão sem conhecer os detalhes”,
e isso foi o fim de tudo.

No entanto, as duas sempre brigaram assim porque nenhuma delas


queria ser a irmã mais nova.

Entoma levantou as mãos em uma exibição ameaçadora.

Ela estava se fazendo parecer maior para acossar seu inimigo, mas esse
movimento não possuía nenhuma propriedade especial. Para Shizu, o
alvo dessa intimidação, foi pouco mais que um gesto.

Em contraste, Shizu levantou os punhos sob o queixo, em uma postura


de boxe. No entanto, Shizu, por pertencer a profissões de franco-atira-
dora não era hábil em combates corpo-a-corpo. Em uma luta real, Shizu
não seria capaz de encostar em Entoma.

Dia das Πλειάδες


74
Elas basicamente estavam apenas brincando uma com a outra.

Yuri entendia isso. Assim, ela não disse nada e não agiu para intervir.

Depois de olhar uma para a outra por um tempo, os olhos delas — no


caso de Entoma, todo o rosto — se viraram para olhar para Yuri.

Sabendo o que elas tinham em mente, Yuri suspirou internamente e de-


pois disse:

“Vocês duas já brincaram o bastante. Eu vou ficar com raiva se continu-


arem, sabiam?”

“—Não podemos fazer nada, já que a Yuri-neesama disse isso. Eu vou


deixar você sair desta vez.”

“...Hmph. Obrigada por isso, Yuri-nee. Você teve sorte.”

“—Quê?”

“...O quê?”

Yuri se espremeu entre as duas quando começaram a se encarar nova-


mente. Se ela não fizesse isso, ela teria que mediar as duas mais tarde.

Seria melhor não argumentar nisso tudo.

Yuri pensou enquanto sacudia a cabeça.

“Entoma, viemos aqui por um motivo. Ainz-sama me deu uma ordem


para ver se há alguma coisa com a qual as Empregadas de Batalha este-
jam insatisfeitas.”

“—Insatisfeita?”

Entoma inclinou a cabeça novamente.

OVERLORD Especial
75
“—Eu não estou insatisfeita com nada. E eu posso comer comida delici-
osa.”

Enquanto ela não tinha idéia de que tipo de comida Entoma estava fa-
lando, Shizu silenciosamente cobriu sua boca.

Yuri franziu a testa internamente.

Se ela não fosse assim...

Ou melhor, seria melhor ainda se ela não comesse coisas estranhas as-
sim—

Enquanto ela queria dizer que não havia necessidade de comer os fami-
liares de Kyouhukou, Entoma continuou:

“—Elas ficam crocantes como sobremesas, crocantes por fora e gelati-


nosas por dentro.”

Se fosse apenas uma questão de preferências, ela ainda poderia tolerar


isso.

Mas no mínimo, ela poderia não dizer isso enquanto segurava a comida
em questão, seria pedir muito?

Yuri decidiu não pensar sobre essas coisas estranhas. Tudo isso pode
ser discutido mais tarde. Ela não conseguia misturar suas prioridades.
Yuri estava aqui por ordem do Supremo.

“—Entoma.”

“—Sim.”

“Vou perguntar de novo, há alguma coisa com a qual você esteja insa-
tisfeita?”

“—Não há nada.”

Dia das Πλειάδες


76
“Isso é tudo? Então eu vou relatar isso. Mas você não precisa se conter.”

“—Nesse caso, você poderia perguntar ao Ainz-sama se eu poderia te-


cer teias?”

“Você não tem teias em vários andares já?”

“—Não, aquilo não dura muito tempo.”

Havia várias teias de aranha em Nazarick. Por exemplo, no 3º e 6º An-


dar. Ela sabia que Entoma iria para aqueles lugares também, e aparente-
mente, uma dessas teias tinha sido feita pessoalmente pelo Ser Supremo
que havia criado Entoma. Yuri pensara nelas como algo parecido com
uma casa particular para Entoma, mas isso não parece ser o caso.

“Para começar, é perto do território da Senhora — Grant.”

Grant era uma daquelas cujos os níveis estavam pouco abaixo dos Guar-
diões de Andar, um raro Guardião que protegia áreas espalhadas por
muitos andares.

“Embora eu ache que isso seria permitido, não posso criar minhas teias
no domínio da Mãe.”

“—Entendo...”

“Afinal de contas, eu sinto—”

A área do estômago de Entoma começou a fazer beliscões.

“—Eu não posso comer o tempo todo, então gostaria de tecer teias para
capturar presas.”

Se ela quisesse capturar presas, então ela não deveria se mover para
debaixo da terra, mas sim para a superfície.

OVERLORD Especial
77
“Isso significa que sua primeira escolha é essa cabana?”

“—Sim.”

“...Eu vou pedir por você, mas eu não acho que isso será permitido. Afi-
nal de contas, este lugar é compartilhado entre as Pleiades.”

“—Isso é verdade...”

Entoma disse com uma ponta de arrependimento em seu tom.

“—Eu gostaria de personalizar este lugar.”

“...Teias de aranha grudam no cabelo. Isso irrita.”

Yuri concordou com a avaliação de Shizu.

Dito isso, ela ainda tinha que retransmitir os pedidos de Entoma para
seu Mestre.

“Compreendo. Vou contar ao Ainz-sama sobre isso. Se não houver mais


nada, já vou indo.”

“—Mm—”

Entoma pensou por um tempo e depois sacudiu a cabeça.

“—Só isso, não há mais nada.”

Dia das Πλειάδες


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Parte 6

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brigado por trabalhar arduamente.”

O Enquanto correra de volta o mais rápido que podia, seu


Mestre já havia terminado de falar com as outras duas. No
caminho de volta, Yuri recebeu uma 「Message」para ir
aos aposentos pessoais de seu mestre.

Depois de encontrar seu Mestre, aparentemente não havia má impres-


são sobre aquelas duas, então parece que a reunião foi bem.

A impressão de Yuri sobre as duas subiu um pouco.

Enquanto Yuri pensava, parecia que o trabalho estava prestes a ser con-
cluído, então seu mestre falou.

“Então, me diga o que você pensa.”

Ela deve ter acidentalmente deixado um olhar de surpresa aparecer em


seu rosto.

Com o que parecia um sorriso irônico, seu mestre repetiu:

“Você também é um membro das Pleiades. Eu não deveria ouvir sua


opinião também? Diga-me, há algo que lhe desagrade?”

“N-não, não há nada que me desagrade.”

“Hm~ Já que é assim. Então, vou perguntar outra coisa. Você esteve ocu-
pada ultimamente?”

Como ela deveria responder a essa pergunta? Qualquer resposta que


ela pudesse dar — estar ocupada ou não ocupada — soaria de forma
muito desrespeitosa.

Yuri lutou para encontrar uma resposta, mas ela não conseguiu.

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“...Veja bem. Então, vou reformular minha pergunta. Yuri, gostaria de
dar-lhe uma nova tarefa. Você terá tempo para concluí-la?”

“Se for a sua ordem, então farei no tempo estipulado, Ainz-sama.”

“Entendo. Então, seu — não, me deparei com uma sugestão. E essa su-
gestão dizia—”

Seu Mestre desenrolou um pedaço de papel na mesa.

““Acredito que precisamos de serviços de educação infantil que possam


descobrir indivíduos talentosos e cultivá-los. Desta forma, poderemos ser
capazes de fortalecer Nazarick. Mesmo que não funcione, ainda podemos
usá-los para desenvolver tecnologias para nós mesmos, que também po-
dem ser usadas como uma fundação para fortalecer Nazarick.” ou algo
assim.”

Yuri estava familiarizada com essa sugestão.

Afinal, ela mesma havia escrito.

“Essa é uma boa sugestão. Cheguei a uma decisão depois de discutir o


assunto com a Albedo. Yuri Alpha!”

“Sim!”

“Você será responsável pelo orfanato que construiremos em E-Rantel.”

“Um, um orfanato?”

“Certamente. As crianças serão educadas lá. Eu confiarei a fundação e


administração desse orfanato a você. Você só precisa discutir os detalhes
com a Albedo — Me diga, você está à altura da tarefa?”

Com seus olhos cheios de determinação, Yuri respondeu:

“Sim! Por favor, deixe comigo!”

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“Muito bem.”

Seu Mestre assentiu.

“Você estará encarregada deste assunto e eu lhe garantirei o apoio total


da Grande Tumba de Nazarick. Construa o orfanato dos seus sonhos —
você pode dizer a Albedo que essas são minhas palavras. Não se permita
arrepender-se de nada. No entanto, como eu disse há pouco, temos ou-
tros objetivos em mente, então podemos não ser capazes de satisfazer
perfeitamente seus desejos. No entanto, não poderemos obter bons re-
sultados se abandonarmos as coisas desde o início. Você entende o que
estou tentando dizer?”

“Sim!”

Yuri entendeu as intenções do seu mestre. No entanto, ela não entendia


o porquê ele tinha que explicar tudo para ela em detalhes e em termos
tão fáceis de entender.

“Então... se você estiver encarregada do orfanato, precisará da ajuda de


pessoas capazes. Se você acha que alguém em Nazarick está à altura da
tarefa, você pode escolher quem achar melhor. Naturalmente, as pessoas
que já estão ocupadas estão isentas de seleção... Você tem alguém em
mente?”

Yuri piscou por um momento, incapaz de compreender as intenções do


Mestre. Teria o instinto inigualável e o intelecto do Supremo visto atra-
vés de sua confusão?

Yuri decidiu que ela precisaria esclarecer isso, mesmo que isso pudesse
ser tomado como desrespeito. Quando Yuri estava prestes a falar, um
flash de inspiração passou por sua mente.

“Isso significa que eu posso escolher pessoas em confinamento?”

“Claro. Se necessário, podem até serem libertadas do confinamento.”

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Em outras palavras, não haveria problema com aquelas duas. Yuri lutou
para resistir ao impulso de sorrir e manter sua cara de poker enquanto
se curvava respeitosamente ao seu Mestre.

“Eu entendo, meu Senhor Supremo!”

Quando ela percebeu o grande erro que havia cometido, Yuri fez uma
anotação mental:

O Mestre diante de mim é tão gentil quanto a Yamaiko-sama.

♦♦♦

Enquanto observava Yuri sair, transbordando de paixão, Ainz falou


para as pessoas no canto da sala.

“Vocês podem dispensar o encantamento.”

“Sim, Mestre. Me desculpe.”

As formas de duas das Empregadas de Batalha se revelaram.

Elas eram Narberal Gamma e Lupusregina Beta.

“Estamos profundamente gratas ao senhor por conceder uma tarefa im-


portante a Yuri-nee-sama.”

Ainz interrompe Lupusregina, que falara em nome das duas.

“...Eu já tinha considerado ter a Yuri lidando com a gestão do orfanato.


Não foi problema algum concordar com a sua sugestão. Então, alguma
de vocês tem algum outro pedido?”

“Nenhum, Mestre.”

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Mesmo podendo dizer que estava estudando a expressão de Lupusre-
gina, Ainz não era bom em decifrar quais pensamentos estavam por trás
de tais expressões. Tudo o que ele viu foi o mesmo rosto sério que Lu-
pusregina sempre teve, a garota que sinceramente implorou a ele que
desse trabalho a sua irmã mais velha.

“Hm~”

Ainz se recostou na cadeira.

“...Então, se alguma coisa acontecer ou se notarem alguma coisa, avi-


sem-me imediatamente.”

Depois de ouvir a resposta, Ainz dispensou as duas.

Ele observou as duas saírem, e então Ainz olhou para a empregada re-
gular Decrement, e falou como se estivesse buscando sua aprovação.

“É uma coisa boa para as irmãs se darem bem. Certamente... é uma coisa
linda.”

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Ilustrações

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Glossário

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Glossário

-Magias, Habilidades & Passivas- Sapphire Slime:.................................................... Slime Safira.


Tradução livre de seus nomes Spear Needle: .............................................. Agulha de Lança.
Uka-no-Mitama:Referência ao deus Uka-no-Mitama-no-
Animal Instinct:............................................ Instinto Animal. kami (宇迦之御魂神). É um deus japonês da comida e pa-
Blood Frenzy: ........................................... Frenesi de Sangue. trono de Inari Taisha.
Message: .................................................................. Mensagem.

-Honoríficos & Tratamentos-


-Termos & Terminologias-
Chan:ち ゃ ん - O sufixo “chan” é um termo carinhoso
Ara~:Interjeição geralmente relacionada a surpresa, se usado geralmente para crianças ou pessoas que temos
seguida por “~” pode ser mais no sentido de falsa sur- muita intimidade. O “chan” é usado após o nome inteiro
presa. ou abreviado.
Seiza:A posição que japoneses e outros povos orientais Dono:殿 | どの - O sufixo “dono” vem da palavra “tono”,
sentam no chão. que significa “senhor”. Seria semelhante ao termo “meu
senhor”. Na época dos samurais, costuma-se denotar um
grande respeito ao interlocutor.
-Nomes- Kun:君 - O sufixo “Kun” é bastante utilizado na relação
“superior falando com um inferior”, mas apenas se houver
Fenfen: .................................. Apelido carinhoso para Fenrir. um certo grau de intimidade e amizade entre ambos.
Gashokukochuuou:餓食狐蟲王 Seu nome significa algo Onee:Uma maneira informal de falar irmã mais velha, e se
como “Rei Proliferum Faminto”. Seu nome “餓食狐蟲” soa junto com o sufixo “chan”, denota uma forma carinhosa.
semelhante a “芽殖孤虫”, um nome japonês para Sparga- Sama:様 | さま- O sufixo “Sama” é uma versão mais res-
num (parasita). peitosa e formal de “san”. A tradução mais próxima do
Kyouhukou:恐怖公 Seu nome significa “Duque do Ter- termo “sama” para o português seria “Vossa Senhoria”. No
ror”. Japão, é importante referir-se a pessoas importantes ou a
alguém que admira e é muito importante, no império an-
tigo era muito usado para se referir a rainhas.
-Raças & Monstros- San:さん - O sufixo “San” é um honorífico que pode ser
usado em praticamente todas as situações, independente
Brain Eater: .......................................Devorador de Cérebro. do sexo da pessoa. Normalmente é usado para pessoas
Death Knight: .......................................... Cavaleiro da Morte. que temos pouca ou nenhuma intimidade. Também usado
Ootoshi:O irmão mais velho de Uka-no-Mitama-no-Kami. quando a pessoa considera o interlocutor como um de
igual hierarquia.

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Notas sobre as imagens
Bom. Eu geralmente passo as imagens por um processo de tratamento para
recuperar contraste e remover artefatos devido a compressão do .JPG. Além
de procurar a melhor qualidade possível no Google, fóruns e afins.

No entanto, as imagens desse especial estavam com muito ruído e artefatos.


Então passei por alguns filtros e tratamento até correções manuais para su-
pressão de manchas.

Talvez prefiram as imagens originais. Então neste >link< podem obtê-las.


Deixem o Feedback de qual versão preferem.

Créditos
PT: http://ainzooalgown-br.blogspot.com
Afterword img: https://www.reddit.com/user/HPKugane

Versão em Inglês:
Translator: Nigel
Editors: Deus, Skythewood Special Thanks to the Baidu
Translators: Special thanks to the Baidu Translators: leveach, 夜の无, 滿綠, MKsyukou
PDF Compiled By: Psychic Kitten

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