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ARTAVE – Escola Profissional Artística do Vale do Ave

CONCERTO PARA VIOLA


Béla Bartók / Compl. T. Serly

Marinha Campos

Julho de 2022
Concerto para Viola
Béla Bartók / Compl. T. Serly

Prova de Aptidão Profissional

ARTAVE – Escola Profissional Artística do Vale do Ave


Ano Letivo: 2021/2022

Marinha Machado Campos Nº 841

Curso Instrumentista de Cordas e Teclas


Diretora de Curso: Prof. Raquel Costa
Resumo

Este trabalho consistiu numa análise do Concerto para Viola de Béla Bartók, que
interpretei na minha prova repertório de final de curso, a 18 de maio de 2022.

Este trabalho contém informações sobre o contexto histórico e o compositor, bem


como uma análise musical do concerto.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito das disciplinas de Português, História e


Cultura das Artes, Teoria e Análise Musical e Instrumento. Para a elaboração deste
trabalho, utilizei pesquisas bibliográficas científicas e consultei a opinião de professores
da área de instrumento.
Índice

Introdução ..................................................................................................................................1
1. Béla Bartók .........................................................................................................................2
1.1 O nacionalismo e o folclorismo na Hungria....................................................................2
1.2 Biografia e estilo musical .................................................................................................3
2. Bartók / Compl. T. Serly, Concerto para Viola ................................................................6
2.1 Contextualização ..............................................................................................................6
2.2 Análise musical .................................................................................................................8
Conclusão ..................................................................................................................................12
Bibliografia ...............................................................................................................................13
Anexos .......................................................................................................................................14
Introdução

Neste trabalho, irei abordar o Concerto para Viola do compositor Béla Bartók.
Contextualizarei a obra com uma explicação do que foi o nacionalismo na Hungria e com
uma breve biografia do compositor, Béla Bartók, que foi umas das principais figuras da
segunda fase do nacionalismo na música. O concerto referido inicialmente é uma das
obras mais emblemáticas do repertório de viola, sendo tocado frequentemente em recitais
e concertos.

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1. Béla Bartók

1.1 O nacionalismo e o folclorismo na Hungria

Na música, o movimento nacionalista1 surgiu na segunda metade do século XIX (por


exemplo, com O Grupo dos Cinco e P. I. Tchaikovsky na Rússia, Bedřich Smetana e
Antonín Dvořák na Boémia) e continuou a desenvolver-se durante o século XX (por
exemplo, com Isaac Albéniz e Manuel de Falla em Espanha, Gustav Holst e Vaughan
Williams na Grã-Bretanha). Nesta segunda fase, a pesquisa de música popular aumentou
e surgiu um estudo mais científico e sistemático, principalmente com a utilização do
gravador e do fonógrafo. Estas tradições serviram então de estímulo a alguns
compositores, que, inspirados na música popular e na cultura do seu país, criaram obras
nacionalistas.

Figura 1: Bartók em 1907, a gravar canções folclóricas eslovacas.

Na Hungria, Béla Bartók (1881-1945) e Zoltán Kodály (1882-1967), empreenderam


em conjunto uma vasta pesquisa sobre a música folclórica húngara, bem como de regiões
vizinhas, que teve um grande efeito na sua própria música. Esta influência é visível em
diversas obras de Kodály, como por exemplo a ópera Háry János (1926), e na suite dela
derivada, onde o compositor introduz um instrumento húngaro, o zimbalão. A música de
Bartók realiza a síntese perfeita entre a música tradicional da Europa Central e a tradição
clássica da Europa Central, com uma linguagem musical muito própria. Como afirmam

1 O nacionalismo é uma ideologia sustentada no princípio de que a nação, a etnia e a identidade nacional são uma
“unidade fundamental” da sociedade humana. Constituindo uma das “bandeiras” do Romantismo, as ideias
nacionalistas centram-se na defesa dos valores culturais e étnicos muito definidos, como a língua, os costumes, as
tradições, o folclore, o artesanato, etc., característicos da identidade nacional.

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Grout et Palisca (2014): “Béla Bartók criou um idioma modernista individual sintetizando
elementos da música camponesa húngara, romena, eslovaca e búlgara com elementos da
tradição clássica alemã e francesa. Ele só alcançou esta síntese depois de uma base sólida
na música clássica e folclórica e de ter contactado com várias tendências modernas”.

1.2 Biografia e estilo musical

Béla Bartók nasceu em Nagyszentmiklós, Hungria (atualmente Sînnìcolau Mare,


Roménia), a 25 de março de 1881 e faleceu em Nova Iorque, Estados Unidos da América,
a 26 de setembro de 1945. Atualmente, é reconhecido como um dos mais importantes
compositores do século XX, mas foi também professor, pianista, coletor e analista de
música folclórica e etnomusicólogo.
Bartók foi incentivado pelos seus pais a iniciar os seus estudos musicais bastante cedo,
começando com 5 anos a ter aulas de piano com a sua própria mãe. “As suas primeiras
composições, do início da década de 1890, eram frequentemente peças de dança – valsas,
ländlers, mazurkas e, principalmente, polkas que batizava com o nome de amigos e
familiares.” (New Grove Dictionary of Music and Musicians).
Seguindo o exemplo de outro compositor húngaro eminente, Ernö Dohnányi, Bartók
segue os seus estudos profissionais em Budapeste, na Real Academia de Música Húngara,
e não em Viena. Bartók evolui rapidamente como pianista, mas não tanto como
compositor. Em 1902, descobre a música de Richard Strauss, o que estimulou o seu
interesse por composição. Ao mesmo tempo, um espírito nacionalista instaurava-se na
Hungria, inspirado por Ferenc Kossuth e o seu Partido da Independência. Com 22 anos,
Bartók compõe um poema sinfónico, Kossuth (1903), que retrata a vida do grande patriota
Lajos Kossuth, pai de Ferenc, que liderou a revolução de 1948-49. Este poema, com um
estilo que assemelha o de R. Strauss, mas com um certo “sabor” húngaro, teve uma estreia
escandalosa, causado por uma distorção do hino nacional austríaco, mas foi recebido com
entusiasmo.
Bartók completa os seus estudos em 1903 e, em março de 1905, conhece Kodály.

Assim começou uma relação artística, académica e pessoal duradoura, que às vezes
rivalizava com a da escola Segunda Escola de Viena em intensidade, mas carecia das suas
características de mestre-aluno. Kodály detinha o conhecimento etnológico, que Bartók,
apesar de todo o seu entusiasmo, carecia então. Bartók tinha habilidades musicais mais

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práticas e capacidades auditivas fenomenais. Posteriormente, tornaram-se colegas, a
ensinar na Academia de Música, colaboradores em muitos projetos etnomusicológicos e
os críticos mais francos das composições um do outro. (New Grove Dictionary of Music
and Musicians).

Um vasto leque de autêntica música folclórica húngara foi posteriormente descoberto


pela pesquisa dos dois compositores. A coleção inicial, que os levou aos cantos mais
remotos da Hungria, foi iniciada com a intenção de revitalizar a música húngara. Ambos
os compositores não só transcreveram melodias folclóricas para piano, mas também
incorporaram nas suas próprias composições elementos melódicos, rítmicos e texturais
de música folclórica. Assim, os seus estilos musicais ficaram marcados pelo espírito
folclórico.
Bartók torna-se parte do corpo docente da Academia de Música de Budapeste em
1907 e mantém-se no cargo até 1934, ano no qual se demite para se tornar um membro
trabalhador da Academia de Ciências. As suas férias eram passadas a recolher material
folclórico, que ele analisava e classificava, e depois publicava em artigos e monografias.
Ao mesmo tempo, Bartók estava a expandir o seu catálogo de composições, com
várias obras para piano, para orquestra, e o início da sua série de seis quartetos de cordas.
No primeiro quarteto não há muitos traços de influências folclóricas, mas nos outros essa
influência é evidente.
Em 1911, compõe a sua única ópera, O Castelo do Barba Azul, onde há diversas
características de música folclórica húngara e também são evidentes influências de
Claude Debussy e do impressionismo. Segue-se um ballet, O Príncipe de Madeira (1914-
16), e uma pantomima, O Mandarim Miraculoso (1918-19). Após estas três composições
Bartók não compõe mais obras para o palco.
Incapaz de viajar durante a Primeira Guerra Mundial, Bartók dedicou-se a compor e
a estudar o material musical folclórico que havia recolhido. Durante a curta ditadura do
proletariado da República Soviética Húngara em 1919, Bartók foi membro do Conselho
de Música juntamente com Kodály e Dohnányi. Após o fim deste regime, Kodály foi
demitido do seu cargo na Academia de Música, mas Bartók, apesar de defender o seu
colega, foi autorizado a permanecer.
As duas décadas após o fim da Primeira Guerra Mundial foram os anos mais
produtivos de Bartók, visto que a sua linguagem musical já estava completamente
estabelecida. Bartók tinha assimilado várias influências díspares. É influenciado por
Richard Strauss e Claude Debussy, pelo compositor húngaro do século XIX Franz Liszt,

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e pelos modernistas Igor Stravinsky e Arnold Schoenberg. Bartók atinge um estilo vital e
variado, animado ritmicamente, no qual elementos diatónicos e cromáticos são
justapostos sem incompatibilidade. Durante estas duas décadas, Bartók compôs dois
concertos para piano e orquestra e um para violino; a Cantata Profana (1930), a sua única
obra coral de grande escala; a Música para Cordas, Percussão e Celesta (1936) e outras
obras orquestrais; e várias importantes obras para música de câmara, incluindo a Sonata
para Dois Pianos e Percussão (1937). Durante a mesma época Bartók fez concertos como
pianista na Europa Ocidental, nos Estados Unidos da América e na União Soviética.
Na década de 1930, com a expansão da Alemanha Nazi e a possibilidade perigosa de
capitulação da Hungria, Bartók vê-se incapaz de permanecer em Budapeste. Após uma
segunda tour pelos Estados Unidos em 1940, Bartók e a sua esposa imigram para lá.
Torna-se assistente de pesquisa em música na Universidade de Columbia, em Nova
Iorque, o que lhe permite continuar a trabalhar com música folclórica. Bartók conseguiu
dar alguns concertos com a sua mulher, a pianista Ditta Pásztory. No entanto a sua saúde
nunca tinha sido muito forte e tinha começado a deteriorar-se mesmo antes da sua chegada
aos EUA.
Os seus últimos anos de vida foram marcados pelos efeitos da leucemia, que o
impediam muitas vezes de ensinar, palestrar e atuar. Mesmo com leucemia, foi capaz de
compor o Concerto para Orquestra (1943), a Sonata para violino solo (1944) e o
Concerto para Piano Nº3 (1945), com a exceção dos últimos 17 compassos deste último,
que o seu colega Tibor Serly rapidamente completou.

O seu Concerto para Viola, no entanto, ficou apenas em esboço, a parte solo sugerindo
um trabalho de lucidez e contenção harmónica comparáveis ao concerto para piano, mas
com incompletos e detalhes menos conclusivos sobre instrumentação, textura e até
mesma sobre a forma final.” (New Grove Dictionary of Music and Musicians).

Em 1945, Bartók havia escrito numa carta a William Primrose – violetista que tinha
encomendado o concerto a Bartók e a quem o concerto é dedicado – sobre uma obra em
quatro andamentos, interligados por passagens em ritornello, mas o manuscrito deixado
pelo compositor não sugere o mesmo. O manuscrito evidencia um concerto com três
andamentos, interligados por passagens não-ritornello. Desde 1945 que várias tentativas
de completar o concerto foram feitas, tendo duas das versões o estatuto de ‘autorizadas’:
a edição de T. Serly, com contribuições adicionais de W. Primrose, que foi publicada em

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1950; e uma ‘versão revisada’ de 1995, preparada por Péter Bartók – filho de B. Bartók
– e Nelson Dellamaggiore.

2. Bartók / Compl. T. Serly, Concerto para Viola

2.1 Contextualização

O último período de composição de Béla Bartók ocorreu entre a sua emigração para
os Estados Unidos em outubro de 1940 e a sua morte em setembro de 1945. Em 1942
Bartók começou a sofrer graves problemas de saúde, mas em 1945 a sua saúde tinha
melhorado e ele tinha ofertas para várias comissões. Bartók tinha começado a compor um
concerto para piano, tinha aceitado um adiantamento para o seu Sétimo Quarteto de
Cordas do seu editor, Ralph Hawkes, e tinha aceitado a comissão para compor um
concerto para o virtuoso violetista William Primrose.
Primrose tinha primeiro abordado Stravinsky acerca da composição de um concerto
para viola, mas o compositor estava demasiado ocupado com outras obras. Inspirado pela
gravação de Y. Menuhin do Segundo Concerto para Violino, pede então a Bartók para
compor um concerto para viola. Bartók hesitou em aceitar a comissão dada a sua falta de
familiaridade com o instrumento, mas após ouvir Primrose tocar o Concerto para Viola
de William Walton acaba por aceitar.
Numa carta não acabada e nunca enviada a Primrose, Bartók menciona “várias
dificuldades” na composição, mas diz que “por volta de meados de julho… surgiram
algumas ideias para o concerto para viola que se gradualmente cristalizando.” A carta de
Bartók fala da conclusão de uma partitura de piano até ao final de outubro e descreve a
forma do Concerto para Viola – quatro andamentos com uma breve introdução tipo
ritornello a preceder pelo menos três dos andamentos. (Rascunho de uma carta de Béla
Bartók para William Primrose, 5 de agosto de 1945, cit. in Maurice, 1997, p.189.)
Numa carta enviada a Primrose em setembro, Bartók diz que o concerto está pronto
em rascunho, faltando apenas escrever a partitura, e descreve que a parte de viola solo
está concebida num estilo virtuoso, muito provavelmente com algumas passagens
desconfortáveis ou até mesmo impossíveis de tocar. Como se viria a ver mais tarde,
Bartók ou sobrestimou o estágio de conclusão do concerto, ou tinha planos para a sua
estrutura formal e orquestração que ele ainda não tinha escrito.

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Bartók é hospitalizado a 21 de setembro e acaba for morrer de leucemia cinco dias
depois. De acordo com P. Bartók, estas últimas obras de Bartók – Concerto para
Orquestra, Concerto para Violino, Concerto para Violino e Terceiro Concerto para
Piano – indicavam o início de um novo período de composição de Bartók.
Em outubro de 1945, Serly é confiado com as partituras do Terceiro Concerto para
Piano e do Concerto para Viola. Serly, para além de amigo e aluno de Bartók, era também
um talentoso violetista e compositor. Tinha trabalhado com Bartók entre 1940 e 1942,
então, o seu conhecimento do estilo musical de Bartók, juntamente com o seu
conhecimento do instrumento solista, tornavam-no na pessoa ideal para completar este
concerto. Serly demorou dois anos a completar o concerto, de outubro de 1946 até ao
outono de 1948.
Em dezembro de 1949 Primrose estreia o Concerto para Viola com a Orquestra
Sinfónica de Minneapolis, sob a direção de Antal Dorati. Após a estreia e publicação do
concerto, a obra tornou-se rapidamente famosa, mas à medida que a história da conclusão
do concerto se tornou mais conhecida foram surgindo dúvidas sobre quanto do concerto
era da autoria de Bartók e quanto era da de Serly. Em resposta ao criticismo, Serly escreve
um artigo a justificar o seu trabalho no concerto. Serly diz que o seu objetivo foi
apresentar uma versão coerente e tocável do concerto, incluindo o máximo possível da
música de Bartók e adicionando o mínimo possível da sua própria música. Serly afirma
que a parte de viola solo é apresentada exatamente como aparece nos esboços de Bartók,
no entanto isto não é totalmente verdade: Serly alterou a parte de viola em vários locais,
repetindo material e alterando a oitava de algumas passagens.

Infelizmente, os anos de trabalho árduo de Serly no concerto podem ter deixado uma
cicatriz permanente na sua própria reputação. O sucesso do Concerto para Viola, que
ofusca toda a produção composicional de Serly, é atribuído a Bartók, enquanto as dúvidas
sobre a sua autenticidade se refletem em Serly.” (Asbell, 2001).

Desde a década de 1970 que vários violetistas proeminentes estudaram os esboços do


Concerto para Viola e começaram a tocar o concerto com as suas próprias revisões.

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2.2 Análise musical

O primeiro andamento começa com um moderato e é o andamento com maior


duração, com aproximadamente 15 minutos. Está numa forma-sonata e na tonalidade de
lá menor. O segundo andamento é um Adagio Religioso, com aproximadamente 5
minutos e o terceiro e último andamento é um Allegro Vivace, com aproximadamente 4
minutos.

Os compassos 1 a 4 são o motivo principal, que aparece várias vezes durante todo o
andamento com poucas alterações. Entre os compassos 52 e 54 é apresentado o segundo
tema. A exposição termina no compasso 80 e o desenvolvimento encontra-se entre os
compassos 81 e 145. A recapitulação está presente entre os compassos 146 e 204 e a coda
entre os compassos 205 e 244. Por último, entre os compassos 245 a 249, são a secção de
attaca.

Exposição Compassos 1 a 80
Desenvolvimento Compassos 81 a 146
Reexposição Compassos 147 a 204
Coda Compassos 205 a 245
Attaca Compassos 246 a 249

O motivo principal é o mais importante e desenvolve-se ao longo de todo o


andamento. É tocado não só pela viola solo, mas também por quase todos os instrumentos
da orquestra. Entre os quatro compassos deste motivo há uma relação de pergunta-
resposta, sendo os dois primeiros a pergunta e os dois últimos a resposta.

Figura 2 – Compassos 1 a 4

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No compasso 14, o motivo principal aparece novamente, mas com algumas alterações
rítmicas, e as semicolcheias têm um caráter folclórico.

Figura 3 – Compassos 14 a 17.

No compasso 41, onde começa o desenvolvimento, há uma indicação de mudança de


andamento poco meno mosso e a música torna-se extremamente energética e intensa, com
um ritmo de tercinas de semicolcheias. Até ao compasso 52 a música é muito enérgica,
no entanto, no compasso 52, a música torna-se extremamente lírica.

Figura 4 – Compassos 52 a 54.

Entre os compassos 73 e 74, a viola toca sozinha, pelo que esta subida, extremamente
difícil tecnicamente, pode ser vista como uma pequena cadência que o solista pode tocar
livremente, como ad libitum. Do segundo tempo do compasso 102 até ao primeiro tempo
do compasso 108 a viola acompanha a orquestra (ou o piano), numa passagem que,
embora seja acompanhamento, é extremamente difícil tecnicamente. Do compasso 136
com anacruse ao 143 há uma cadência da viola solista. A cadência começa de uma forma
muito lírica e a partir do terceiro compasso começa um crescendo, com cordas dobradas
que tornam a passagem mais enérgica.

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Figura 5 – Compassos 135 a 144.

No início do compasso 147, a recapitulação. A viola acompanha a orquestra e, no


compasso 151, a orquestra começa a tocar o motivo principal e a viola solista para de
tocar. No compasso 160 a viola começa a tocar novamente com uma subida enérgica em
quintas.

No compasso 207, a viola toca um motivo que se assemelha ao do motivo principal,


pelo que deve ser tocado com o mesmo caráter que o início do andamento. Quando a viola
acaba a frase, a orquestra repete-a.

Figura 6 – Compassos 207 a 212.

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Entre os compassos 228 e 230, a música vai “morrendo”, ficando a viola a tocar um
dó corda solta em piano durante dois compassos. No compasso 231, Lento (parlando),
inicia-se uma nova frase em forte, que deve ser tocada agressivamente, com o arco todo
e acentuando o início das notas longas.

Figura 7 – Compassos 224 a 239.

A partir do terceiro tempo do compasso 240 há uma descida cromática em fortíssimo


que acaba num dó corda solta sforzando no compasso 245. Depois do primeiro tempo do
compasso 246, a orquestra fica a tocar sozinha e termina o andamento, conectando o para
o segundo, visto que não há paragens entre os andamentos.

Figura 8 – Compassos 240 a 249.

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Conclusão

Em suma, podemos verificar que o Concerto para Viola de Béla Bartók é, de facto,
extremamente importante no repertório de viola, principalmente no repertório do século
XX, e um dos concertos mais conhecidos e tocados.

Com este trabalho tive a oportunidade de compreender melhor a estrutura da obra, o


que me permitiu uma melhor interpretação da mesma. Adquiri também conhecimentos
sobre o contexto em que Bartók compôs este concerto e sobre como Serly concluiu a obra
e a preparou para publicação.

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Bibliografia

“Bartók, Béla”, New Grove Dictionary of Music and Musicians.

ASBELL, Stephanie Ames. Béla Bartók’s Viola Concerto: A Detailed Analysis and

Discussion of Published Versions, maio de 2001, capítulo 1.

ÇAGLARCAN, Deniz. Analysis of the First Movement of Bela Bartok Viola Concerto.

GROUT, Donald et PALISCA, Claude V. História da Música Ocidental, 2014.

LEE, Sebastian. An Approach to Practicing Bartók’s Viola Concerto, 2013.

RODDA, Dr. Richard E. Program Notes: Pittsburgh Symphony Orchestra, 2020.

https://www.britannica.com/biography/Bela-Bartok

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Anexos

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