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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

LOGÍSTICA ESTRATÉGICA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS


DO VAREJO

André Luiz Ramos dos Santos


Arthur von Zuben Checchinato
Caio Baldassin Camargo e Souza
Thiago Grangeia

SÃO PAULO
2021
André Luiz Ramos dos Santos
Arthur von Zuben Checchinato
Caio Baldassin Camargo e Souza
Thiago Grangeia

LOGÍSTICA ESTRATÉGICA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DO


VAREJO

Projeto do Trabalho de Conclusão do Curso


de Graduação em Administração do Centro
de Ciências Sociais e Aplicadas, da
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
como exigência para a elaboração da
pesquisa de campo (TCC I).

Orientador: Prof. Dr. Roberto Gardesani

SÃO PAULO
2021
1. INTRODUÇÃO

A logística estratégica vem sendo cada vez mais importante dentro da área de
varejo, principalmente por conta da ascensão do e-commerce, onde a uma logística
bem planejada e eficiente é grande diferencial competitivo.
O fluxo de mercadorias no mercado varejista é um ponto crucial de sua
operação, visto o foco desse segmento em atender consumidores que desejam
esses produtos e que tem cada vez mais opções de onde comprá-los. Portanto ter a
mercadoria é algo indispensável. Isso é notado tanto em lojas físicas, quanto em
lojas virtuais, nas físicas se um consumidor entra para comprar determinado item e
ele está em falta ainda existe uma chance de ele comprar algum outro produto,
porém no virtual com um clique pode-se ir à loja concorrente que tem o produto
estoque, aumentando o desafio.
Segundo Vieira, Yoshizaki e Lustosa (2010) a área logística não pode ser
vista como isolada das demais, principalmente da área comercial, eles afirmam que
muitos dos processos de gestão englobam as duas áreas e que as ações de uma
influenciam as outras.
Segundo Roberto e Rodrigues (2000), o conceito de Logística passa a ser:
conjunto de atividades direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de materiais,
desde a fonte produtora até o distribuidor final, garantindo o suprimento na
quantidade certa, de maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo
razoável, no menor tempo possível, atendendo às necessidades do cliente.
Sendo assim, atender as necessidades do cliente forma uma amálgama entre
a logística e o varejo, ter o produto que o cliente precisa, quando ele precisa é um
dever do varejista, porém só é possível através de uma boa logística.
A cadeia de abastecimento de empresas varejistas necessita de um grande
planejamento estratégico para satisfazer às demandas constantemente mais
exigentes dos clientes.
O perfeito entendimento da cadeia de abastecimento integrada tem sido
reconhecidamente um fator de vantagem competitiva para as organizações que de
fato entendem o seu papel estratégico. (BERTAGLIA, 2017, p. 30)
Neste contexto é visto como pertinente o seguinte problema de pesquisa:
Como a logística pode fazer parte do plano estratégico na cadeia de
suprimentos de uma empresa de comércio varejista, gerando vantagem
competitiva?
O objetivo geral deste estudo consiste em analisar os efeitos da logística
como estratégia no desempenho da cadeia de suprimentos de uma empresa de
comércio varejista como geradora de vantagem competitiva.
Para atingir o objetivo geral, foram criados três objetivos específicos:

1. Analisar como funciona a logística estratégica


2. Analisar as vantagens competitivas do comércio varejista
3. Entender o impacto da logística estratégica como diferencial competitivo
nas operações de empresas de comércio varejista.
2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este referencial teórico mostra algumas obras científicas e literárias sobre o


problema de pesquisa em estudo. Foram utilizadas ferramentas como Google
Scholar, Scielo, Ieee Xplore. As palavras-chave utilizadas para a captação de dados
foram logística, logística estratégica, cadeia de abastecimento/suprimentos e
comércio varejista.

2.1. Logística

Apresenta-se a definição segundo o proposto pelo Council of Supply Chain


Management Professionals (CSCMP): Logística é a parcela do processo da
cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla de forma eficiente e
eficaz, o fluxo de matérias primas do estoque em processo, produtos
acabados e informações relacionadas, desde seu ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos
clientes/consumidores. (CANINÉO, 2019, p. 38)

2.1.1. Logística no Varejo

Segundo John Fernie e Leigh Sparks (2014), o varejo representava no


passado uma instituição que era um recipiente passivo dos produtos manufaturados,
apenas sendo o local onde se antecipava a demanda dos produtos. No entanto, na
atualidade ele representa uma força com poderio ativo sobre a cadeia de produtos,
isso devido ao conhecimento sobre a demanda dos consumidores e seus padrões.
Por conta da mudança de função do varejo sobre a cadeia, ele tem o potencial de
modificar desde a produção até o consumo.
2.2. Cadeia de Abastecimento

Muitas vezes é tido como banal que os produtos estarão nas lojas
disponíveis para se comprar. A imensidão de bens de consumo que se tem
em hipermercados ou em lojas de departamento muitas vezes faz com que
nos esqueçamos de como os produtos foram distribuídos e quais demandas
estão sendo supridas. Se espera que a alface esteja fresca, que o novo
iPad esteja disponível no dia de lançamento e que as roupas estejam em
prefeitas condições. Com o advento do e-commerce as pessoas passaram a
exigir disponibilidade imediata e entrega em tempo e lugar de sua escolha.
(FERNIE; SPARKS, 2014, p. 1)

A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos


para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e
consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data
(quando) que os clientes e consumidores os desejarem. (BATAGLIA, 2017, p.31)
O quadro um abaixo, elaborado por Bataglia (2017) torna visual esse
processo.

Quadro 1 (BATAGLIA, 2017, p.31)


De acordo com Fernie e Sparks (2014), o varejo e a logística estão
conectados diretamente a disponibilidade dos produtos, e a utilização de logística
sobre o varejo pode ser descrita como: conseguir os produtos certos no lugar certo
na hora certa. A simplicidade desta frase pode enganar os leitores, pois não faz jus a
quantidade de esforço necessária para se organizar uma logística de abastecimento
eficiente e não faz menção a quantidade de variáveis e possibilidades existentes de
se haver algum imprevisto nos processos de varejo.
Os costumes e necessidades dos consumidores mudaram. Como os
compradores se comportam e o que demandam mudou. Nossa disposição
de esperar para ser satisfeito ou servido diminuiu e há a expectativa de
haver disponibilidade imediata do produto. Deveria ser obvio a partir disso
que a estocagem e os sistemas logísticos que levam o produto desde a
produção através do varejo até o consumo tenha também sofrido
transformações. O trabalho de especialistas nos processos de distribuição
física e de materiais vem substituindo-os por gerenciamento logístico e
subsequentemente toda uma preocupação com a cadeia de suprimentos.
(FERNIE; SPARKS, 2014, p. 20)
2.3. Estratégia Corporativa
Ballou (2009) define a criação da estratégia corporativa como uma definição
muito clara dos objetivos da empresa, devem-se estipular as metas da empresa,
como geração de lucros, retorno do investimento e posicionamento no mercado.
Após definir quais são os objetivos da empresa, é necessário estabelecer uma visão,
nela todas as estratégias, mesmo que não convencionais são levadas em conta,
para que isso de certo é preciso focar nos quatro componentes de uma boa
estratégia: clientes, fornecedores, concorrentes e a empresa em si, deve-se
começar analisando as necessidades, os pontos fortes e fracos e as metas de cada
um destes componentes. O próximo passo é concretizar as amplas visões
estratégias em projetos mais sólidos, buscando um entendimento real dos custo da
empresa e de tudo que já estava sendo analisado, a análise SWOT é muito indicada
nesse ponto, a partir disso se deve selecionar as principais alternativas estratégicas
para que elas se tornem meios de transformação na empresa. Com tudo isso a
estratégia corporativa é solidificada à medida que produção, marketing, finanças e
logística dão continuidade aos planos elaborados, pode-se concluir que a estratégia
corporativa se forma na amálgama das estratégias funcionais. O quadro dois abaixo
citado por Ballen (2009), foi criado por Copacino e Rosenfield em 1985 para melhor
ilustrar o planejamento estratégico corporativo

Quadro 2 (COPACINO; ROSENFIELD, 1985 apud BALLOU 2009)


2.3.1. Logística Estratégica

A escolha de uma boa estratégia de Logística exige o emprego de grande


parte dos mesmos processos criativos inerentes ao desenvolvimento de uma boa
estratégia corporativa. (BALLOU, 2009, p. 50)
Ballou (2009) mostra que a logística estratégica possui uma tríade de
objetivos, que são: redução de custos, redução de capital e melhoria dos serviços. A
redução de custos, como está no nome, tem o foco em diminuir os custos variáveis
da operação logística, a melhor estratégia para se conseguir alcançar essa meta é
avaliar as opções disponíveis, gerando alternativas às praticas atuais, sempre
mantendo o padrão de qualidade, mas lembrando que o lucro é o objetivo principal
da empresa. A redução de capital gira em torno da diminuição de investimentos na
operação logística, ela deve ser a mais enxuta possível, maximizando retornos e
reduzindo gastos, como por exemplo a utilização do sistema Just-in-time para a
eliminação do estoque, onde se tem muito capital parado. A melhoria de serviços
busca proporcionar o melhor serviço possível aos clientes, mas ainda pensando no
menor custo, porém existem casos onde uma empresa que cobra um valor mais
alto, por ter serviços logísticos melhores que os concorrentes ganha contratos de
competidores com preços mais baixos pois o cliente valoriza e tem necessita de um
serviço logístico de maior qualidade.
Cada elo do sistema logístico é planejado e comparado com todos os demais
num processo de planejamento integrado. (BALLOU, 2009, p. 50) O quadro três
abaixo torna visual esse aspecto:
Quadro 3 (COPACINO; ROSENFIELD, 1985 apud BALLOU 2009)
Segundo Morais (2015) a logística contribui com a geração de receita e com o
aumento do lucro, atualmente empresas procuraram vantagem competitiva e
diferenciação, a logística é uma vertente da vantagem competitiva, ao oferecer aos
clientes tempos menores de entrega, proteção ao produto e menor custo.

A maior tarefa da administração da logística de distribuição estratégica é


produzir meios para dar suporte à estratégia competitiva da empresa.
Relacionada a este esforço, a literatura sobre logística oferece de maneira
generalista duas escolas de pensamento: o conceito de custo e o conceito
de serviço ao consumidor. O conceito de custo considera a logística como
uma atividade voltada aos custos, onde a minimizá-los é o objetivo. [...] No
conceito de serviço ao consumidor, o serviço logístico é dividido em
componentes. É possível para uma empresa se diferenciar dos
competidores ao oferecer serviços melhores que serão apreciados pelos
consumidores. (PIRTTILÄ; HUISKONEN, 1996, p.131, tradução nossa)

Taylor (2005) mostra em seu livro que a logística impacta diretamente toda a
cadeia de operações de uma empresa, ele apresenta o exemplo da Siemens CT,
empresa alemã que fabrica aparelhos de Raio-X e ressonância magnética, no final
dos anos 90 ela se viu em um cenário onde seus custos de produção estavam
aumentando ao mesmo tempo que os preços de venda diminuíam. Através de um
novo planejamento logístico, implantando JIT e formas mais rápidas e eficientes de
entrega a empresa pode reduzir seus custos e angariar um grande diferencial
competitivo, diminuindo seu tempo de entrega de seis meses para duas semanas.

Somado a capacidade da logística reduzir custos para a própria empresa,


varejo ou qualquer organização que pretenda emprega-la, é importante
ressaltar que também há, no caso do varejo, utilidades e vantagens voltadas
diretamente ao consumidor final, por exemplo a reposição de estoque mais
eficiente, baseada em estudos de consumo, permitindo ao estabelecimento
varejista possuir sempre produtos frescos e ou mais recentes sem que haja
desperdício posterior, ou perda de vendas devido as condições não
otimizadas dos itens. (FERNIE; SPARKS, 2014, p. 23)
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a elaboração deste estudo, serão coletados dados através de


entrevistas com executivos da área de logística, de empresas especializadas no
setor e de lojas de varejo que possuem cadeias de suprimentos estratégicas, essa
coleta será feita por meio de pesquisa descritiva.
A pesquisa será na modalidade qualitativa, e terá por fim descobrir os
métodos de logística estratégica na cadeia de suprimentos que agregam vantagem
competitiva às empresas varejistas.
Os participantes do grupo buscaram por meio da internet, na rede Linkedin,
contato com executivos das áreas previamente mencionadas a fim de agendar
entrevistas para a realização da pesquisa.
Por conta do momento desafiador que vivemos, causado pela pandemia de
Covid-19, o grupo optou por apenas fazer as entrevistas através de plataformas e
vídeo conferência tais como Skype, Microsoft Teams, Zoom, Google Meets ou
qualquer outra que o entrevistado preferir.
Os dados coletados serão analisados analítica e estatisticamente para a
vincular a logística estratégica em cadeias de suprimentos à vantagem competitivas
em lojas varejistas, assim buscando-se elucidar o problema de pesquisa.

FALTARAM AS TEORIAS SOBRE:


-Tipo de pesquisa
- Coleta de dados
- Universo da amostra
- Tratamento dos dados
-Não se aplica analisa estatística em entrevistas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROBERTO, Paulo; RODRIGUES; Ambrósio. Introdução sistemas de


transporte no Brasil e à Logística internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2000.

PIRTTILÄ, Timo; HUISKONEN, Janne, A framework for cost-service


analysis in differentiation of logistics services, Department of Industrial
Engineering and Management, Lappeenranta University of Technology,
Lappeenranta, Finland, 1996, p. 1 (tradução nossa). Acesso em 13/04/2021,
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https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0925527395001328.
BALLET, Talita; ARAÚJO, Nilton; MILANEZES, Kleber, Natura & CO:
Principais indicadores utilizados como diferenciação estratégica, Faculdade de
tecnologia de Bauru, 2019, p. 141
BALLOU, Ronald H., Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística
empresarial [recurso eletrônico] 5ª ed. – Dados Eletrônicos – Porto Alegre:
Bookman, 2009. Acesso em 03/05/2021 Disponível em:
https://books.google.com.br/books?hl=en&lr=lang_en
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PARENTE, Juracy, Varejo no Brasil, São Paulo: Atlas, 2000.
CANINÉO, João Luiz Cella, Avaliação de desempenho de logística
reversa: adaptação de ferramenta no setor de varejo para presentes, São Paulo
2019.
TAYLOR, David A., Logística na Cadeia de Suprimentos: uma perspectiva
gerencial, Tradutora: Claudia Freire; Revisor Técnico: Roberto Leite, São Paulo:
Pearson Addison-Wesley, 2005. Acesso em 22/04/2021. Disponível em:
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FERNIE, John; SPARKS, Leigh, Logistics and retail management:
emerging issues and new challenges in the retail supply chain, Typeset by
Graphicraft Limited, Hong Kong, 2014. (Tradução Nossa). Acesso em 25/04/2021.
Disponível em: https://www.amazon.com/Logistics-Retail-Management-Emerging-
Challenges-ebook/dp/B07JYY8MH2
MARINO, Lúcia H. F. de Castro, Gestão da qualidade e gestão do
conhecimento: fatores-chave para produtividade e competitividade
empresarial, XIII SIMPEP, Bauru, SP, Brasil, 2006.
BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem
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