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Universidade do Estado da Bahia

Departamento em Educação Campus XII Guanambi-BA


Curso de Licenciatura em Educação Física 5º Semestre
Componente Curricular: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Futebol
Docente: Osaná Macêdo Reis

Daniela Dos Santos Normanha


Eleide Rocha Alves
Leiliane Souza Morais
Luana Do Nascimento Costa
Reginaldo Neves Lima

Mídia e Futebol:
Vantagens ou Desvantagens

Guanambi-BA.
2020
O futebol é um esporte que na atualidade movimenta cifras monumentais e se
transformou num negócio altamente lucrativo. A partir da década de 70, ocorreram diversas
mudanças na estrutura do futebol no Brasil e no mundo, e após isso que o futebol foi
transformado num elemento fundamental da ‘‘indústria do entretenimento”. O futebol pode
ser entendido, desde então, como forças centrípeta e centrífuga, pois atinge os distintos
campos sociais e, ao mesmo tempo, se centraliza no sentido da regionalização. Esse alcance
faz dele um veículo ideal de mercadoria, chamado mídia.
Para entender vamos trazer o conceito sobre mídia. O termo mídia segundo Gastaldo
(2001) deriva de um termo latino baseado na pronuncia em inglês “media”. Este termo
significa no plural em latim “medium”, ou seja, “meio”. Tornou-se “mídia” no senso comum,
que quer dizer ainda “meios de comunicação de massa”, ou também “mass media” fazendo
uma tradução para o português. A mídia tornou-se um veículo de comunicação que tem como
objetivo divulgar de forma massificada inúmeros produtos em larga escala, de forma a atingir
um público numeroso e indistinto sem levar em consideração sua individualidade. Podemos
citar diversos tipos que se enquadram na mídia como rádio, TV, revistas, jornal, outdoors e as
mídias digitais que hoje dão um grande foco, Instagram, Facebook e YouTube.
Através da mídia, o futebol se destacou perante outros esportes. A mídia em si da mais
atenção ao futebol como centro principal de monopólio midiático, grandes empresas gera
muitos investimentos em cima de jogadores transformando-os em garotos propagandas, o que
fará que fãs adeptos ao esporte comprem produtos das empresas divulgadas. Porém essa
realidade do futebol na mídia só ganha maior destaque em canais abertos, os canais por
assinatura dão maior ênfase aos esportes radicais seguido do futebol e tênis.
De acordo com a FIFA, existem no Brasil mais de 13 milhões de praticantes do futebol
e, segundo pesquisa realizada pela Informídia, 81% da população acompanha o esporte através
da mídia. A grande influência do futebol na vida dos brasileiros é capaz de não só unificar a
população, mas mobilizá-la também, dando ao futebol significativo poder de suporte a
mudanças sociais no país.
O futebol se explica por seu custo benefício que atende ao interesse econômico. Outro
fator é a sobrevalorização da forma em relação ao conteúdo. Com os avanços audiovisuais
ligados a informática, as imagens vêm ganhando espaço em relação à palavra. Estes avanços
são visíveis e apresentados principalmente pela televisão. Nos canais por assinatura este
avanço é ainda maior. Podemos observar que em muitos casos a informação é muito bem
transmitida puramente com imagens, buscando atingir o máximo de emoções. Esta
espetacularização gera a fragmentação e a descontextualização do esporte. Neste sentido
existe muita diferença em você assistir um jogo pela televisão e ao vivo no estádio.
A mídia também trás desconstrução sobre o futebol com notícias falsas criando as
famosas novelas sobre os times, jogadores, criticando técnicos por suas estratégias de jogo,
criando diversas polêmicas entre os jogadores. O futebol brasileiro é e sempre foi refém
midiático, um exemplo a rede globo quando comandava as principais ligas do futebol, decidia
horários de jogos, até cancelamentos obtendo na época monopólio supremo sobre o futebol.
A ideologia que a mídia passa aos seus consumidores produz uma alienação ao
tradicional. Isto caracteriza a pobreza da televisão brasileira e suas mesmices da programação.
As pessoas acabam escolhendo o que as mídias querem. O telespectador acaba sofrendo da
terrível doença da alienação e da heteronomia, os outros definem por mim e sabem o que eu
quero e gosto. As pessoas perderam o poder da reflexão crítica e de perceber o que é bom ou
ruim para si próprio.
O futebol no Brasil gira em torno de muito dinheiro e muitas crianças veem o futebol
como um meio de sair da pobreza e da criminalidade. A mídia brasileira está cada vez mais
preocupada em ganhar através da imagem do futebol, e deixa cada dia mais de lado o seu dever
social de unificar diferentes realidades e contribuir com o esporte e o brasileiro. Se formos ver
por razões completas, o futebol tira realmente poucos da pobreza. É um capital que gira em
torno de poucos, só de jogadores com grandes empresas que são patrocinados por marcas
mundialmente conhecidas, pois o que foi divulgado pela a CBF é que 85% dos jogadores
ganham em média entre mil a cinco mil reais por mês de salário.
E o Futebol Feminino?
 No Brasil identificamos o crescimento da prática do futebol entre mulheres, bem
como seu aparecimento midiático mais evidente, particularmente após o inédito resultado nas
olimpíadas de Atlanta, com o quarto lugar, e mais, recentemente, com o sucesso das atletas
em Atenas conseguindo a medalha de prata.
Através da mídia parece haver dois caminhos: o primeiro, sendo do esporte
masculinizado e o segundo o do esporte feminino, com um tratamento de modelos de beleza e
o objeto de desejo (PRIORE, 2000).
Assim, identificamos na história do esporte que a atividade esportiva, enquanto
símbolo de um imaginário de força, poder e músculo, se enquadrariam como atividade
masculina, portanto a mulher deveria ser poupada desse possível processo de masculinizacão,
ou seja, não deveria estar presente da mesma forma que o homem no mundo esportivo. Em
decorrência deste preconceito, notamos a pequena participação das mulheres e também de um
tratamento pela mídia que não é o mesmo dado aos homens.
Embora a mídia seja um dia sujeitos sociais que contempla o futebol feminino no
Brasil desde a década de 1930 (MOUSÃO; ROREL, 2005), sua forma de apresentar está
modalidade tem sido frequentemente adornada por adjetivos e intenções não encontradas no
tratamento do futebol masculino e de forma a não garantir uma existência autônoma, perene,
evidente e isenta de juízo. Não caberia defendermos um discurso apologético de igualdade,
mas sim de dignidade.
Em todos os níveis de prática do futebol podemos identificar o preconceito, a
diferença o descaso e suas consequências na formação do imaginário social do papel da
mulher particularmente, quando o assunto é futebol feminino. Basta acompanhar os
investimentos a organização, as escolinhas ou o tratamento dado pela mídia para
identificarmos a diferença.

Referências:
SURDI, Aguinaldo César. Algumas discussões sobre o esporte da mídia. Revista Digital-
Buenos Aires. Nº 130, mar. 2009. Disponível em:
https://www.efdeportes.com/efd130/algumas-discussoes-sobre-o-esporte-da-midia.htm
Acesso em 25 mar. 2021.
Futebol e Mídia Disponível em:
http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=350
Acesso em 25 mar. 2021.
ESCOBAR, William. A influência da mídia no futebol brasileiro. Medium. 30 de maio 2017.
Disponível em: https://medium.com/@williamandr/a-influ%C3%AAncia-da-m%C3%ADdia-
no-futebol-brasileiro-4fa4d756ab99#:~:text=A%20m%C3%ADdia%20influ%C3%AAncia
%20de%20forma,mais%20patrocinadores%20e%20futuros%20investimentos Acesso em: 25
mar. 2021.
MARTINS. Leonardo Tavares; MORAES, Laura. O futebol feminino e sua inserção na mídia:
a diferença que faz uma medalha de prata. 9 nov. 2006. Disponível em:
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/33360/17632 Acesso em: 25 mar. 2021.

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