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2.

Ensaios Destrutivos
Ensaios destrutivos: são aqueles que deixam algum sinal na peça ou
no corpo de prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não
fiquem inutilizados.
Entre eles temos:
• Tração • Embutimento;
• Flexão; • Dureza;
• Compressão; • Fluência;
• Cisalhamento; • Fadiga;
• Dobramento; • Impacto.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Definição dos ensaios de fabricação
• Para fabricar os produtos metálicos precisamos enxergar suas
características sob dois pontos de vista diferentes, lembra?
• Características de Processamento
• Características de Aplicação
• Porém, dentro das características de processamento, podemos
separá-las de 2 formas:
• As que dependem SOMENTE do material que está sendo
fabricado
• As que dependem da interação entre o material e as
variáveis de fabricação
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Variáveis Importantes a serem medidas
• Dentro das características que levam consideração
somente o comportamento do material (Dentro do
campo da CONFORMABILIDADE!!!), podemos citar:

• Tensões e Deformacões (Lembra?!)


• Análise da Anisotropia

• A interação entre o material e o processo pode ser


avaliada pelos ENSAIOS DE FABRICAÇÃO
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Definição de Ensaios de Fabricação
• Tem por objetivo avaliar as características do material
durante a etapa de produção.
• Com isso são avaliadas as interações entre o processo e
o produto, entre elas por exemplo:
• Atrito (Rugosidade, Acabamento das peças,
lubrificação)
• Geometria (Enrugamento e rupturas)
• Distorções observadas na peça após o
processamento
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Ensaios de Fabricação

Com isso podemos dividir os


ensaios de fabricação em 2 tipos:
• Testes Práticos (Protótipos ou
Pilotos)
• Testes Tecnológicos
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Ensaios de Fabricação – Testes Práticos
• Também chamados de Protótipos, Pilotos, entre outros...
• É a forma mais direta e mais realista possível das interações
anteriormente citadas, e muitas vezes é inevitável
• Resultados obtidos diretamente, mas com ausência de uma
sistemática
• Apenas se conceitua como “OK“ ou “Não OK“
• Muito mais caro, e com maior incerteza agregada.
• Uma vez que não se enxerga a propriedade do material,
variações nos parâmetros de processo ao longo da fabricação do
produto podem conduzir a falhas de qualidade até então
imprevistas.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Ensaios de Fabricação – Testes tecnológicos
Avaliam a interação das propriedades do
material com importantes variáveis de
processos, mediante normas (Procedimentos)
específicos

• Ensaios de Estiramento (Erichsen/Olsen)


• Ensaios de Embutimento (Ensaio Swift)
• Ensaios Mistos (Ensaio Fukui/Nakazima)
• Ensaio de Dobra
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Ensaios de Fabricação – Testes tecnológicos
Diferença entre Embutimento e Estiramento

EMBUTIMENTO ESTIRAMENTO
Blank livre para escoar Blank preso pelo prensa chapa
Redução generalizada
Preservação espessura
da espessura
Deformação no raio da matriz Deformação no raio do punção
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio Erichsen é um ensaio de padronização europeia
• Consiste em um punção esférico que avança sobre uma fina
chapa metálica (blank), causando deformação plástica.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio é conduzido até o instante em que ocorre a fratura.
• O valor é dado pela altura obtida na ruptura (ÍNDICE ERICHSEN)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
Ensaio depende da:
• Velocidade de avanço do punção,
• Lubrificação entre ferramenta e blank
• Material que está sendo testado
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Influência do Tamanho de Grão no acabamento
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Influência do Tamanho de Grão no acabamento (Casca de laranja)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Escala comparativa do teste Erichsen
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio Olsen difere do Erichsen apenas no Diâmetro do
punção (d) e da matriz (D)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Swift
• Teste para avaliação de embutimento
• Consiste na deformação de um disco metálico (blank)
preso em uma matriz com um punção na forma
cilíndrica.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Swift
• Razão Limite de Estampagem (LDR): Dado pela relação entre o
diâmetro máximo do Blank (d0) e o diâmetro do punção (d1) que
provoca a ruptura da peça.
• Necessidade de ensaiar várias medidas para obtenção do valor
• Permite avaliar orelhamento (anisotropia)
𝑑0
𝐿𝐷𝑅 𝛽 =
𝑑1
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Fukui
• O ensaio Fukui se difere pela conformação da chapa em um
cone com ponta esférica
• Permite analisar estampagem profunda
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Fukui
• Consiste na conformação da chapa em um cone com ponta
esférica
• Avalia Embutimento e Estiramento (Ensaio Misto)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Ensaio realizado por um punção hemisférico
• A força aplicada no prensa chapas evita qualquer escorregamento do material
do flange para a parte central do corpo de prova que está sendo deformado
durante o ensaio.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Geometria dos corpos de prova é baseada em tiras retangulares de diferentes
larguras
• Os copos de prova mais estreitos têm a forma de um corpo de prova para o
ensaio de tração, com uma parte paralela de pelo menos 50% do diâmetro do
punção.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Máquina Universal de Ensaios
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Cada corpo de prova é submetido a um diferente regime de
deformação
• Isto porque os corpos de prova mais estreitos mostram um
comportamento não desejado de ruptura prematura perto do
raio da matriz.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
• Curva CLC – Curva Limite de Conformação
• As deformações limites são geralmente determinadas realizando-se o ensaio
até a aparição de uma fratura dúctil e, em seguida, analisando a distribuição
de deformações obtida na vizinhança da zona fraturada.
• As deformações são usualmente obtidas através de medidas efetuadas na
malha de círculos impressa na superfície da chapa ensaiada.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
As deformações são usualmente obtidas através de medidas efetuadas na malha
de círculos impressa na superfície da chapa ensaiada.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
O material quando processado, está sujeito a diferentes tipos de solicitação
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
O material quando processado, está sujeito a diferentes tipos de solicitação
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
O material quando processado, está sujeito a diferentes tipos de solicitação
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Curva Limite de Conformação de Aço Inoxidável
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Efeito do tipo de lubrificante

• 200 mm com Óleo • 220 mm com Teflon


2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Pode auxiliar a explicar falhas de processo, bem como
alternativas de solução para o mesmo!
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Fornece dados para simuladores de elementos finitos (Ex.: Autoform)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Ensaio de dobramento: fornece somente uma
indicação qualitativa da ductilidade do material.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Em geral é realizado em dispositivos adaptados à
própria máquina de tração.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Ou manualmente, através de dispositivo adequado
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• O valor da carga, na maioria das vezes, não importa. O
ângulo determina a severidade do ensaio e é
geralmente de 90, 120 ou 180º.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Variáveis importantes no teste de dobramento
• Raio de dobramento (R)
• Espessura da chapa a ser dobrada (T)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
A capacidade de um material se dobrar
depende do(a)
• Ductilidade: Quanto maior a ductilidade,
mais capaz é o material de se dobrar;
• Acabamento da borda e da superfície: A
capacidade de se dobrar cai em
materiais mais rugosos ou com corte
com muitas rebarbas (Concentradores
de tensão);
• Quantidade, forma e dureza das
inclusões ou materiais de segunda fase
presentes no material;
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• O sentido de laminação em chapas. O sentido paralelo ao de
laminação tende a ser menos sucetível a dobra em comparação ao
sentido transversal ao de dobra

• “Good Way” (GW) – Sentido favorável


• “Bad Way” (BW) – Sentido não favorável
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• O sentido de laminação em chapas. O sentido paralelo ao de
laminação tende a ser menos sucetível a dobra em comparação ao
sentido transversal ao de dobra

• “Good Way” (GW) – Sentido favorável (Paralelo)


• “Bad Way” (BW) – Sentido não favorável (Tranversal)
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Além disso os ensaios são especificados pela relação R/T
• Quanto menor a relação R/T, mais severa pode ser a dobra
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Além disso os ensaios são especificados pela relação R/T
• Quanto menor a relação R/T, mais severa pode ser a dobra
Ligas Recozido Encruado
Ligas de Alumínio 0 6T
Ligas de Cobre Berílio 0 4T
Latão 0 2T
Magnésio 5T 13T
Aços inoxidáveis austeníticos 0,5T 6T
Aços de baixo carbono 0,5T 4T
Titânio 0,7T 3T
Ligas de Titânio 2,6T 4T
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Testes tecnológicos – Ensaio de Dobramento
• Ensaio de dobramento em materiais soldados
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia
• O coeficiente de anisotropia ou coeficiente de Lankford (r) é a
razão entre a deformação verdadeira na largura (e w) e na
espessura (e t) de um CP de tração, após determinada
deformação longitudinal pré-definida.
• Não é atingido o limite de ruptura, podendo ser utilizado como
critério um valor de 70 a 80% do LRT ou cerca de 40% de
alongamento.

 w0   w0 
Antes ln   ln  
r  wf 
  wf 
 t0   lf w f 
ln   ln  
Depois  tf   lo w o 
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia
• Este valor permite visualizar se existe homogeneidade na
deformação o corpo de prova.
• Portanto, quanto mais homogênea tal deformação, mais este
valor é próximo de 1.

 wf 
ln 
Deformação real na largura ε  wi 
R  w 
Deformação real na espessura εt  tf 
ln 
 ti 
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia
• O coeficiente de anisotropia médio ( r ) é
a média dos coeficientes de anisotropia nos
três principais sentidos de orientação
cristalográfica (0°, 45° e 90°). 0°

• Dado pela equação abaixo:

r0  2  r45  r90


r 45°

4
Da mesma forma que o anterior, quanto mais
90°
homogênea tal deformação, mais este valor é
próximo de 1.
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia
• No repuxo, a borda dos copos podem ficar
ondulados, e este fenômeno é denomidado
orelhamento (earing);

• O orelhamento é causado pela anisotropia planar;

• A anisotropia planar é definida pela equação


abaixo:

R 0  2R 45  R 90
ΔR 
2
Quanto mais próximo de 0, melhor o
comportamento quanto ao
orelhamento. ΔR  0 ΔR  0
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia

90° 90°

45°

90° 0°
2.3 Ensaios de fabricação/conformabilidade
Avaliação de anisotropia

135° 45°

45°

45° 135°
90°

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