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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS 1 – 2021.2

Transferência de Calor

Professor responsável: Otidene Rocha


Aluno: Brenda Paula Silva Costa
Turma: Laboratório de Engenharia de Alimentos 1

Recife, 13 de maio de 2022


1. Introdução

Transferência de calor é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas


no espaço. Sempre que existir uma diferença de temperaturas em um meio ou entre meios,
haverá, necessariamente, transferência de calor. O modo no qual essa transferência ocorre pode
ser de três tipos: condução, convecção e radiação

Como mostrado na Figura 1, quando existe um gradiente de temperatura em um meio


estacionário, que pode ser um sólido ou um fluido, usamos o termo condução para nos
referirmos à transferência de calor que ocorrerá através do meio. Em oposição, o termo
convecção se refere à transferência de calor que ocorrerá entre uma superfície e um fluido em
movimento quando eles estiverem a diferentes temperaturas. Por fim temos a radiação, no qual
na ausência de um meio interposto participante, há transferência de calor líquida, por radiação,
entre duas superfícies a diferentes temperaturas.

Figura 1 - Modos de transferência de calor

A importância desse efeito é medida pelo coeficiente de transferência de energia


convectivo, h, que nem sempre é fácil de ser medido experimentalmente. O mesmo está
relacionado com o mecanismo de escoamento do fluido, com as propriedades do fluido e com
a geometria do sistema em estudo.

2. Metodologia
2.1. Materiais e reagentes

• Cilindro de cobre

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• Cilindro de alumínio
• Cronômetro
• Termopar
• Paquímetro
• Estufa

2.2. Metodologia

Inicialmente realizou-se o aquecimento a uma temperatura de 100°C dos dois cilindros


diferente, um de cobre, e o outro de alumínio. Ao longo do experimento, realizou-se a medição
da variação da temperatura dos cilindros no decorrer do tempo, até atingir a estabilização, cada
cilindro separadamente. Após isso, realizou-se o mesmo procedimento com os dois cilindros
(cobre e alumínio), entretanto, os mesmos encontram-se isolados por uma caixa de papelão.

3. Resultados e discussão

No experimento em análise, observou-se 4 situações envolvendo trocar de calor, sendo ela:

- Troca de calor do cilindro de cobre e o ar sem isolamento

- Troca de calor do cilindro de cobre e o ar com isolamento

- Troca de calor do alumínio de cobre e o ar sem isolamento

- Troca de calor do alumínio de cobre e o ar com isolamento

Dessa forma, a troca de calor foi analisada em cada situação. Sendo assim com base na
Equação 1, analisou-se.

− hA s (T − T ) = Vc P
dT
dt (Eq. 1)

Onde: h → coeficiente de transferência de calor convectivo


As → área superficial do cilindro 2RL
V → volume do cilindro R 2 L

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T → temperatura do cilindro no instante t
T∞ → temperatura do meio ambiente
 → densidade do cilindro

c P → capacidade calorífica do material


t → tempo
f → inclinação angular da reta

Com isso, definem-se as seguintes temperaturas adimensionais:

 = T − T
(Eq. 2)

 i = Tinicial − T
(Eq. 3)

Logo,


=
(T − T ) = exp −  hA s  
 t
 i (Tinicial − T )   Vc p
 
 
  (Eq. 4)

Linearizando, obtém-se:

    hA s 
− ln  =  t
  Vc 
 i  
   (Eq. 5)
p

Y f

Agrupando os termos, tem-se:

Y = f t

Dessa forma é possível determinar o valor de h, ou seja, a inclinação da reta a partir dos
valores da temperatura com o passar do tempo, que estão contidos na Tabela 1 e 2(Apendice),

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para o cilindro de cobre, com e sem isolamento e na Tabela 3 e 4(Apendice) para o cilindro de
alumínio, com e sem isolamento, obteve-se gráficos 1, 2, 3 e 4:

Gráfico 1 - Cilindro de Alumínio (Sem Isolamento)

Gráfico 2 - Cilindro de Alumínio (Com Isolamento)

Gráfico 3 - Cilindro de Cobre (Com Isolamento)

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Gráfico 4 - Cilindro de Cobre (Sem Isolamento)

Com posse do valor de “f” em cada cenário, obteve-se o valor de “h” a partir da
substituição na equação 5, no quais foram necessários os dados contidos na tabela 5. Os
resultados constam na tabela 6.

Tipo de Cilindros Coeficiente convectivo (h) (W/m² . K)

Cobre (sem isolamento) 19,54

Cobre (com isolamento) 21,18

Alumínio (sem isolamento) 24,32

Alumínio (com isolamento) 25,00

De acordo com a tabela, pode-se se observar que o coeficiente para o alumínio ficou
maior do que o de cobre, o que não é o esperado, visto que de acordo com a literatura o cobre
deveria apresentar maior coeficiente. Os erros obtidos, possivelmente devem aos erros do
operador e possíveis erros nos manuseios dos cálculos.

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Nos cilindros sem isolamento podemos observar valores maiores quando comparados
aos que possuem o isolamento energético, isso se dá, devido ao meio de contato com ar ser
maior temos a variação de temperatura mais rápido.

Para verificar a validade do método, determinou-se o número de Biot (Bi) para cada
situação do experimento. Os resultados obtidos constam na tabela 7.

𝐵𝑖 = ℎ 𝑥 𝐿𝑐 ÷ 𝐾

Onde:

K = condutividade térmica do material

Lc = comprimento característico

h = Coeficiente convectivo

Tabela 7 – Resultados para o Numero de Biot

Tipo de Cilindros Número de Biot

Cobre (sem isolamento) 0,002

Cobre (com isolamento) 0,001

Alumínio (sem isolamento) 0,001

Alumínio (com isolamento) 0,001

Como visto na tabela 7, todos os Bi foram inferiores a 1, isso nos permite concluir que é
plausível a aplicação do Método.

4. Conclusão

De acordo com o analisado podemos concluir que a utilização do isolamento provou ter
impacto na determinação do coeficiente convectivo, devido à alta diferença entre os valores
teóricos e experimentais obtidos. Além disso, podemos dizer que o método da capacitância

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global é coerente visto que o número de Biot encontrado foi menor que 0,1 para os 4 sistemas
analisados.

5. Referencias

BERGMAN, T. LAVINE, A. INCROPERA, F. DEWITT, A. Fundamentos de transferência de


calor e de massa. LTC. 7ª Edição.

ROCHA, O. Determinação do coeficiente de transferência de calor convectivo pelo método da


capacitância global. Laboratório de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de
Pernambuco. 2022.

ANEXOS

Questões:

1) Explique o motivo pelo qual esse método falha quando o número de Biot é maior que
a unidade.
Números de Biot muito maiores que 1 apontam problemas de maior dificuldade devido a não
uniformidade dos campos de temperatura dentro do objeto.

2) Quando o gradiente de temperatura dentro de um sólido pode ser desprezado?


Quando a resistência no interior do sólido for pequena em comparação à resistência à
transferência de calor entre o sólido e a sua vizinhança.

3) Qual o significado físico do número de Biot, e o que você faria num sistema para
reduzir o número de Biot do mesmo.
É um parâmetro adimensional e fornece a razão entre o coeficiente de transferência convectiva
de calor na superfície do sólido e a condutância específica do sólido. Para reduzir o número de
Biot utiliza-se um sólido de alta condutividade térmica e alteração na geometria utilizada

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APENDICE

Tabela 1- Cilindro de cobre Tabela 3- Cilindro de Aluminio


(Sem isolamento) (Sem isolamento)

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Tabela 2- Cilindro de cobre Tabela 4- Cilindro de Aluminio
(Com isolamento) (Com isolamento)

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