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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica

Título: Poupar e investir: A Educação Financeira e a qualidade de vida

Autora: Jacira Aparecida da Silva Magatão

Disciplina/Área: Matemática
Escola de
Implementação do Colégio Estadual São Pedro e São Paulo E.F.M., situado à
Projeto e sua Rua Marta Dering, 234.
localização:
Município da escola: Campo Largo, Paraná.
Núcleo Regional de
Área Metropolitana Sul
Educação:
Professor-Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Lucia Panossian
Instituição de Ensino
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Superior:
Relação Interdisciplinar: História
Esta Produção Didático-pedagógica terá como público alvo
os estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, em Campo
Largo - Paraná. A opção em trabalhar com os alunos do 8º
ano, foi devido ao fato de considerar que a Matemática
Financeira deve ser abordada desde as séries iniciais.
Entende-se que quanto mais cedo os estudantes
adquirirem conhecimentos relacionados ao universo
financeiro, maiores serão as chances de no futuro
tornarem-se cidadãos críticos, capazes de tomar decisões
eficazes no que se refere ao controle financeiro. Esta
Resumo: Unidade Didática, pretende fomentar a Educação
Financeira e as atividades serão desenvolvidas com base
no referencial teórico-metodológico Atividade Orientadora
de Ensino. Serão propostas situações desencadeadoras
da aprendizagem para que o educando tenha a
necessidade de adquirir conceitos, de modo que suas
ações sejam realizadas na busca da solução de um
problema que o mobiliza para a atividade de
aprendizagem, e desta forma, o professor também estará
em atividade, porém de ensino. As situações apresentadas
e reflexões proporcionadas ajudarão os estudantes a obter
e aperfeiçoar o domínio desse conhecimento, despertando
a formação de habilidades e saberes teórico-práticos
fundamentais para a compreensão dos aspectos
relacionados ao controle financeiro.
Matemática Financeira; Educação Financeira; Atividade
Palavras-chave:
Orientadora de Ensino.
Formato do Material
Unidade Didática
Didático:
O material tem como público alvo os educandos do 8º ano
Público alvo: do Ensino Fundamental do Colégio Estadual São Pedro e
São Paulo, Campo Largo, Paraná.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

JACIRA APARECIDA DA SILVA MAGATÃO

POUPAR E INVESTIR: A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E A QUALIDADE DE VIDA

CURITIBA
2016
JACIRA APARECIDA DA SILVA MAGATÃO

POUPAR E INVESTIR: A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E A QUALIDADE DE VIDA

Unidade Didática apresentada ao Programa de


Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná – SEED. Área de
conhecimento: Matemática.

Orientadora: Prof.ª Dr. ª Maria Lucia Panossian

CURITIBA
2016
Parafraseando Brecht: Há professores que
treinam matemática, e são bons; há outros que
ensinam matemática, e são melhores; há aqueles
que formam matemáticos, e são muito bons;
porém há os que educam seres humanos; estes
são os imprescindíveis (MOURA, 2016, p.10).
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 8

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 10

MATERIAL DIDÁTICO.................................................................................. 17

MÓDULO 1: A EDUCAÇÃO FINANCEIRA .............................................. 19

• Ação 1- Introdução ao tema ............................................................ 19

• Ação 2 – Análise dos questionários ................................................ 20

MÓDULO 2: A SOCIEDADE SEM O DINHEIRO ...................................... 21

• Ação 3 – Jogo do ‘Desapega” ......................................................... 21

• Ação 4 – Momento Quadrinhos....................................................... 23

• Ação 5 – Vídeo - “A história do dinheiro” ....................................... 24

• Ação 6 – Momento Quadrinhos....................................................... 25

MÓDULO 3: RECONHECENDO A PORCENTAGEM............................... 25

• Ação 7 – Contar a história “Uma ideia cem por cento” ................... 25

• Ação 8 – Jogos para representar e calcular porcentagens ............. 26

• Ação 9 – Momento Quadrinhos....................................................... 30

MÓDULO 4: A IMPORTÂNCIA DO DINHEIRO NA SOCIEDADE ............. 30

• Ação 10 – Planilha familiar .............................................................. 30

• Ação 11 – Resolução de situação-problema ................................... 33

• Ação 14 – Momento Quadrinhos..................................................... 41

MÓDULO 5: APROPRIAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO FINAL DOS


CONTEÚDOS ........................................................................................................ 41

• Ação 15 – Sistematização de conteúdos ........................................ 41

• Ação 16 - Término da história em quadrinhos (em grupos) ........... 42

• Ação 17 - Carta desejo .................................................................. 42

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 44
APÊNDICES ................................................................................................. 46

Apêndice A - Levantamento de dados....................................................... 47

Apêndice B - Levantamento de dados...................................................... 48

Apêndice C - Levantamento de dados ..................................................... 49

Apêndice D - Jogo: “STOP DA PORCENTAGEM ” ................................... 50


8

APRESENTAÇÃO

Esta Produção Didático-pedagógica pretende promover a inserção da cultura


da Educação Financeira no Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, em Campo
Largo - Paraná, considerando as dificuldades dos sujeitos em administrar as próprias
finanças, problema presente na vida de tantas pessoas.
Pensando nisso, este material didático pretende dar subsídios para melhorar
a práxis pedagógica e dar possíveis soluções para superar essa dificuldade de gestão
financeira dos indivíduos, possibilitando aos educandos, o mais cedo possível, o
conhecimento que envolve o letramento financeiro. De acordo com Hofmann e Moro
(2012), letramento financeiro é “[...] a habilidade para fazer julgamentos informados
para tomar decisões eficazes em relação ao uso e gestão do dinheiro” (HOFMANN;
MORO, 2012, p. 49).
Nesta perspectiva, esta Produção Didático-pedagógica, intitulada “Poupar e
investir: a Educação Financeira e a qualidade de vida”, pretende recorrer à Educação
Financeira para potencializar a autonomia e a conscientização do estudante e de suas
famílias no uso do dinheiro e dar condições aos estudantes do 8º ano do Ensino
Fundamental, tornarem-se sujeitos mais críticos e capazes, de no presente, mas
principalmente no futuro, tomar decisões eficazes em relação ao uso e gestão do
dinheiro, evitando assim problemas financeiros.
O tema desta Produção é o Controle Financeiro, pois se a escola é o local
próprio para a apropriação do saber científico para os estudantes, cabe a nós
professores, buscar fontes de pesquisa para trabalhar essas questões tão pertinentes
em nosso dia a dia, de forma a enriquecer a nossa prática docente e levar o
conhecimento científico para buscar as soluções para os problemas econômicos das
famílias. Para Moura et al. (2010, p.212), “Entender a escola como o lugar social
privilegiado para a apropriação de conhecimentos produzidos historicamente é
necessariamente assumir que a ação do professor deve estar organizada
intencionalmente para esse fim”.
Se a escola oportunizar aos seus alunos o mais cedo possível o contato com
a Matemática Financeira, fomentando uma Educação Financeira, a longo prazo os
cidadãos serão capazes de gerir as suas finanças, sem tantas aflições e
aborrecimentos, o que tem levado, inclusive, algumas pessoas ao adoecimento. Para
9

Araújo (2009, p.145): “Educar o consumidor é educar o cidadão, e a escola tem uma
função histórica e social nessa direção [...]”.
Contemplando a linha de estudo “Pesquisas em Educação Matemática”, com
a temática “Conhecimentos matemáticos e seus encaminhamentos metodológicos”,
pretende-se com a implementação dessa proposta contribuir para a melhoria da
educação pública paranaense e extrapolar os “muros” da escola, levando também às
famílias dos educandos uma reflexão mais crítica sobre a melhor forma de gerir o
dinheiro.
Optou-se por fazer uma Unidade Didática, com atividades elaboradas de
forma sequencial e gradativa, fundamentadas na teoria histórico-cultural e apoiadas
na base teórico-metodológica Atividade Orientadora de Ensino. Serão desenvolvidas
ações e atividades significativas que desencadeiem no educando a necessidade de
aprender, proporcionando a ele a formação de habilidades e conhecimentos teórico-
práticos, fundamentais para a compreensão dos aspectos relacionados ao controle
financeiro e a atitudes críticas frente às situações do dia a dia.
Para a melhor organização, esta Unidade Didática está dividida em cinco
módulos. Em cada Módulo, foram elaboradas ações, e em cada uma delas serão
disponibilizados os objetivos e o tempo previsto para a aplicação.
O Módulo 1, “A Educação Financeira”, compreende a Ação 1: Introdução
ao tema e Ação 2: Análise dos questionários.
O Módulo 2, “A sociedade sem o dinheiro”, compreende a Ação 3: Jogo do
“Desapega”, Ação 4: Momento Quadrinhos, Ação 5: Vídeo- “A história do dinheiro”
e Ação 6: Momento Quadrinhos.
O Módulo 3, “Reconhecendo a porcentagem”, compreende a Ação 7:
Contar a história “Uma ideia cem por cento”, Ação 8: Jogo da “Memória da
Porcentagem” e “Stop da porcentagem” e a Ação 9: Momento Quadrinhos.
O Módulo 4, “A importância do dinheiro na sociedade”, compreende a
Ação 10: Planilha familiar, Ação 11: Resolução de situação-problema, Ação 12:
Resolução de situações-problema envolvendo porcentagens, Ação 13: Resolução de
situações-problema envolvendo juro simples e juro composto e a Ação 14: Momento
Quadrinhos.
O Módulo 5, “Apropriação e sistematização final dos conteúdos”
compreende a Ação 15: Sistematização de conteúdos, a Ação 16: Término da história
em quadrinhos e a Ação 17: Carta desejo.
10

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Matemática, em específico, a Matemática Financeira, é uma ferramenta


capaz de possibilitar ao ser humano a compreensão dos problemas no âmbito
econômico e a discussão de soluções para estes.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),

Para compreender, avaliar e decidir sobre algumas situações da vida


cotidiana, como qual a melhor forma de pagar uma compra, de escolher um
financiamento etc. é necessário trabalhar situações-problema sobre a
Matemática Comercial e Financeira. (BRASIL, 1998, p.86).

A Matemática Financeira normalmente é abordada com mais atenção no 2º


ano do Ensino Médio. Para que o estudante do Ensino Médio possa compreender
melhor os conceitos relacionados à Matemática Financeira, é importante que sejam
inseridos o quanto antes no universo relacionado a estas questões, possibilitando uma
base sólida no que diz respeito ao dinheiro. Por isso, esta Unidade Didática pretende
fomentar o estudo da Matemática Financeira, com ênfase em uma Educação
Financeira no Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, com alunos do 8º ano do
Ensino Fundamental.

O objetivo da educação financeira não é fazer de cada cidadão um


especialista nos diferentes assuntos abordados, mas de possibilitar que ele
disponha das bases necessárias para a compreensão das principais noções
e operações. Essas bases compreendem os princípios essenciais da
elaboração de um orçamento, da gestão de receitas e despesas, da
poupança e do risco, vocabulário variado muito utilizado pelos profissionais.
(HOFFMAN; MORO, 2012, p. 123).

Gouvea (2006) também concorda com a necessidade de inserir a Educação


Financeira o quanto antes, quando aponta que:

[...] a Educação Financeira deveria ser iniciada desde as séries iniciais do


Ensino Fundamental, para que o indivíduo pudesse ter condições de
interpretar os acontecimentos que estão à sua volta e ter a chance de se
preparar financeiramente, pensando no futuro. (GOUVEA, 2006, p.12).

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná apontam a necessidade de a


escola formar sujeitos preparados para serem inseridos na sociedade, visando a sua
constante transformação.
11

Nestas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar


sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam
criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso
ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora
na sociedade. (PARANÁ, 2008, p.31).

O ensino da Matemática tem passado ao longo do tempo por constantes


transformações, as quais apontam para um ensino e aprendizagem voltados à
apropriação do conhecimento de forma que o educando possa compreender os
conceitos matemáticos, respeitando a sua criatividade e levando-o a perceber que tais
conceitos têm aplicabilidade nas mais diversas situações. Nesse cenário de
mudanças, surgiu a Educação Matemática.

Pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos


estudantes, análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e
formulação de ideias. Aprende-se Matemática não somente por sua beleza
ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem
amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o
desenvolvimento da sociedade. (PARANÁ, 2008, p. 48).

De fato, tais afirmações presentes nessas Diretrizes, são pertinentes e


quando comparadas a de outros autores, reforçam a necessidade de ir um pouco mais
além, vislumbrando uma Educação Matemática crítica, no sentido de que a
criatividade torna o ser humano autônomo, do ponto de vista do conhecimento.
Segundo Medeiros (2005, p.26):

Essa educação implica olhar a própria Matemática do ponto de vista do seu


fazer e do seu pensar, da sua construção histórica e implica, também, olhar
o ensinar e o aprender Matemática, buscando compreendê-los. Nessa
perspectiva, a Educação Matemática crítica tem presentes em seu bojo, a
busca e o compromisso com a criatividade, bem como a preocupação com o
para quê ensinar e aprender a Matemática.

Para que se possa pensar em Educação Matemática é imprescindível a


mudança na postura do professor. Este precisa estar comprometido com a
possibilidade de um diálogo aberto, em que ele não é o detentor do saber, contudo
que “provoca” o educando para que este tenha a necessidade de acesso ao
conhecimento. É importante que o professor promova o exercício permanente do
diálogo, pois “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
(FREIRE, 1996, p.23). Nesse movimento dialético, professor e aluno, juntos, passam
a se assumirem como seres sociais em constante transformação e ascensão.
12

De acordo com Sadovsky (2007), a sala de aula deve ser um ambiente no qual
os estudantes sejam levados a estabelecer relações, formar conjecturas, discutir
possibilidades de resolução de problemas, e para que isso seja possível, deve-se
considerar novamente o papel do professor.

Destacamos o papel do docente numa função essencial: a de formular


problemas que emergem da produção específica da classe, mas que ele
levanta tendo como referência a atividade matemática. Exigir mais precisão
nas formulações dos alunos, reperguntar, discutir e interpelar são questões
que fazem parte dos intercâmbios com os alunos. (SADOVSKI, 2007, p.54).

Corroborando com o que relata Sadovsky (2007), as DCEs apontam para essa
mesma direção. De acordo com as DCEs, “A ação do professor é articular o processo
pedagógico, a visão de mundo do aluno, suas opções diante da vida, da história e do
cotidiano” (PARANÁ, 2008, p.45) .
Esse professor, preocupado em trazer para os seus educandos conteúdos que
sejam vivos, pode almejar na Matemática Financeira, uma ferramenta capaz de
possibilitar ao ser humano a compreensão dos problemas no âmbito econômico e a
discussão de soluções para estes.
Para Freire (1996), é preciso respeitar os saberes trazidos pelos alunos, a sua
identidade, suas vivências, as percepções que têm sobre o mundo que os cerca,
porém, sem deixar de ter em mente o papel do professor transformador, que é capaz
de, valorizando o que o educando traz das suas relações com o mundo, transmitir o
conhecimento científico.

Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que não resulta um
aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer
o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser
realmente aprendido pelo aprendiz. (FREIRE, 1996, p.24).

A educação enquanto prática transformadora é capaz de dar aos excluídos o


lugar que eles têm direito, diminuindo a desigualdade social tão presente em nossa
sociedade. Cabe ao professor buscar fontes de pesquisa para trabalhar as questões
relacionadas à Educação Financeira, tão pertinentes em nosso dia a dia, de forma a
enriquecer a sua prática docente e levando o conhecimento científico para buscar as
soluções para os problemas econômicos da sociedade.
Conforme aponta D’Ambrósio (2007, p.80) “O grande desafio para a educação
é pôr em prática hoje o que vai servir para o amanhã. Pôr em prática significa levar
13

pressupostos teóricos, isto é, um saber/fazer acumulado ao longo dos tempos


passados, ao presente”.
Para Kliemann, Silva e Dullius (2011), a escola deve preparar os alunos, a partir
do Ensino Fundamental para organizar suas finanças, formando cidadãos críticos e
capazes de refletir adequadamente sobre a melhor forma de fazer o uso do dinheiro.
Nesta perspectiva, esta Unidade Didática pretende subsidiar os estudantes,
dando-lhes informações com as quais possam tomar atitudes conscientes frente às
situações relacionadas às questões financeiras, e dessa forma, fomentar uma
Educação Financeira. “Educação Financeira é um conjunto de informações e atitudes
que, aplicadas juntas, possibilitam ao cidadão obter bem-estar econômico (ou
independência financeira) no longo prazo” (ORTEGA JUNIOR, 2016, p. 2).
Ortega Junior (2016), afirma que a Educação Financeira dará subsídios para a
tomada de decisões, no que se refere ao controle financeiro.

A Educação Financeira é uma causa que contribui efetivamente para o


desenvolvimento social e econômico do país, pois proporciona à população
as competências e habilidades necessárias para inserir em sua vida o
planejamento, a gestão de sua renda, a poupança, o investimento e a
compreensão de seus direitos, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida de cada cidadão. (ORTEGA JUNIOR, 2016, p.6).

Destaca-se aqui, que a escola é o ambiente propício para que se oportunize


a todos a Educação Financeira, dando “[...] oportunidades igualitárias de tomada de
decisão financeira autônoma e saudável para sua vida, fortalecendo, portanto, a
cidadania” (ibid, 2016, p.8).
Para melhorar o letramento financeiro dos sujeitos, a Educação Financeira no
Brasil, tem recebido atenção especial por parte de alguns órgãos governamentais.
Uma das políticas públicas criadas com tal objetivo é a Estratégia Nacional de
Educação Financeira (ENEF).

A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), instituída pelo


Decreto no 7.397, de 22 de dezembro de 2010, tem a finalidade de promover
a Educação Financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da
cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de
decisões conscientes por parte dos consumidores. (ORTEGA JUNIOR, 2016,
p.7).

Com o intuito de fomentar a Educação Financeira nas Escolas públicas do


Estado do Paraná, esta Unidade Didática será organizada em AÇÕES, planejadas
14

para possibilitar ao estudante reflexões críticas relacionadas ao controle financeiro.


As AÇÕES são elementos que compõe a Atividade Orientadora de Ensino (AOE), que
é a base teórico-metodológica desta produção.
Ancorada na teoria histórico-cultural, a AOE tem como objetivo dar
fundamentos aos professores para organizar o ensino de uma forma que permita que
os educandos se apropriem dos conteúdos, transformando-os em saberes capazes
de interferir na formação do pensamento teórico e na sua vida em sociedade. O
precursor da Atividade Orientadora de Ensino é Manoel Oriosvaldo de Moura 1 .
Segundo Moura et al. (2010),

[...] trataremos da atividade de ensino como um modo de realização da


educação escolar procurando evidenciar a semelhança desta atividade com
os processos de formação das funções psíquicas superiores, que se dão na
relação mediada por instrumentos culturais, dos sujeitos com os objetos.
(MOURA et al., 2010, p.207).

A Atividade Orientadora de Ensino possibilita a formação de um educando


crítico, capaz de usar o conhecimento teórico que adquiriu, em qualquer problema de
aprendizagem que possa surgir, fazendo também o uso desses conhecimentos
adquiridos para resolver os problemas no seu cotidiano. Possibilita a formação do
professor que ao objetivar o ensino de um conceito ao aluno, também aprende.
Moura destaca a importância de que os professores tenham bem claro o seu
objeto de ensino, para que este seja transformado em objeto de aprendizagem para
os estudantes. “Objeto é aquilo que coincide com o motivo da atividade e é objetivado
no processo de trabalho do professor e do estudante”. Para que isso seja possível, o
objeto de aprendizagem deve se constituir como uma necessidade para os
educandos. A partir das ações do professor, a necessidade do conceito será
desencadeada, e com a realização das operações, a atividade de ensino se constitui
para o professor e a atividade de aprendizagem para o aluno.

1
Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2005). Possui graduação
em Licenciatura em Matemática pela Universidade de São Paulo (1976), mestrado em Ensino de
Ciências e Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (1983), doutorado em Educação pela
Universidade de São Paulo (1992) e Professor associado da Universidade de São Paulo (2000). Área
de atuação: Educação Matemática com foco em metodologia do ensino de matemática, formação de
professores e Teoria da Atividade. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Atividade
Pedagógica - GEPAPe. (Texto informado pelo autor). Disponível em:
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796992D0>. Acesso em: 28 nov. 2016.
15

O ensino tomado como atividade, como o concebe Leontiev – com um caráter


de processo social, mediado por instrumentos e signos, e estruturado com
base em uma necessidade –, exige um modo especial de organização. [...].
É esse modo especial de organizar o ensino, em que objetivos, ações e
operações se articulam como atividade, que dá à AOE a dimensão de
unidade formadora do estudante e do professor, ao concretizarem a
apropriação da cultura no contexto da educação escolar. (MOURA et al.,
2010, p. 220, grifo do autor).

Na atividade orientadora de ensino os objetivos, ações e operações articulam-


se entre si, na busca de uma aprendizagem voltada à apropriação dos bens culturais.
Para Moura (2010) as situações desencadeadoras da aprendizagem devem
proporcionar ao estudante a necessidade de apropriação dos conceitos, de modo que
suas ações sejam realizadas na busca da solução de um problema que o mobiliza
para a atividade de aprendizagem.

[..] ela deve explicitar a necessidade que levou a humanidade à construção


do referido conceito, como foram aparecendo os problemas e as
necessidades humanas em determinada atividade e como os homens foram
elaborando as soluções ou sínteses no seu movimento lógico histórico.
(MOURA et al., 2010, p. 223).

Podem ser situações desencadeadoras da aprendizagem os jogos, a


história virtual do conceito e as situações emergentes do cotidiano, e cada uma delas
foi contemplada nesta proposta.
Os jogos que são apresentados nesta proposta pedagógica, de acordo com a
classificação de Moura (1992), são chamados jogos desencadeadores da
aprendizagem, nos quais é necessário que o educando estabeleça “[...] um plano de
ação, com a busca de conhecimentos anteriores, através da comparação com
situações semelhantes à proposta ou da síntese de conhecimentos anteriores, de
modo que haja uma ruptura no conhecimento anterior”. (MOURA, 1992, p. 49).
Com relação ao jogo é importante salientar que ele coloca a criança frente a
um problema que precisa ser resolvido. Para a resolução desse problema, as ações
coletivas e a discussão das estratégias do jogo entre os estudantes, são importantes
mecanismos que levam à criança a vivenciar atividades do cotidiano e a relacioná-las
com o conhecimento matemático.

O jogo como objeto, como ferramenta do ensino, da mesma forma que o


conteúdo, carece de uma intencionalidade. Ele, tal qual o conteúdo, é parte
do projeto pedagógico do professor. Ao utilizar o jogo como objeto
pedagógico, o professor já tem eleita (ou deveria ter) uma concepção de
16

como se dá o conhecimento. Esta concepção tem como elementos principais


o papel reservado à interação como fator de desenvolvimento e as idéias de
que o conhecimento evolui, de que o ensino deve ser lúdico e de que o
objetivo final é o conceito científico. (MOURA,1992, p.47).

Além do jogo, nesta proposta será utilizada a história virtual do conceito, que
consiste em colocar o educando diante de uma situação problema que necessite uma
abordagem histórica do conceito. Para Moura (1996, p.20) “São situações-problema
colocadas por personagens de histórias infantis, lendas ou da própria história da
matemática [...]”.
Ainda se recorrerá às situações do cotidiano, com a elaboração de problemas
que tenham significado para o estudante e para que ele sinta a necessidade de
resolvê-lo. Moura e Lanner de Moura (1998, p. 105-106) apontam que “[...] a
problematização de situações emergentes do cotidiano possibilita à prática educativa
oportunidade de colocar a criança diante da necessidade de vivenciar a solução de
problemas significativos para ela”.
17

MATERIAL DIDÁTICO

Esta Unidade Didática será subdividida em módulos e abordará os seguintes


conteúdos:
• Números racionais
• Porcentagem
• Juro simples
• Juro composto
Quadro 1: Módulos e ações a serem desencadeadas (continua)
MÓDULOS

NÚMERO
AÇÕES OBJETIVOS DE
AULAS

Situar os alunos no tema que será estudado:


Ação 1: Introdução
MÓDULO 1
A Educação
Financeira

Educação Financeira. 01
ao tema
Entender as dificuldades que as famílias têm de
Ação 2: Análise
01
dos questionários administrar as finanças.
Efetuar trocas sem o uso de moeda padronizada e
Ação 3: Jogo do perceber a dificuldade de não existir um padrão para 01
“Desapega” essas trocas.
A sociedade sem o dinheiro

Representar na história em quadrinhos as conclusões


Ação 4: Momento Tarefa de
quadrinhos relacionadas ao Jogo do “Desapega” casa
MÓDULO 2

Ação 5: Vídeo- “A Compreender de que forma as pessoas praticavam o


história do comércio antes do uso do dinheiro, percebendo a 01
dinheiro”
necessidade da sua invenção.
Representar na história em quadrinhos as reflexões
Tarefa de
Ação 6: Momento feitas em sala de aula sobre a importância do casa
Quadrinhos
dinheiro no nosso dia a dia.
Ação 7: Contar a Apresentar o conteúdo porcentagem;
história “Uma ideia Realizar alguns cálculos com porcentagem. 01
cem por cento”
Reconhecendo a porcentagem

Verificar se os alunos têm domínio sobre as


diferentes representações de uma porcentagem
MÓDULO 3

(forma percentual, forma fracionária, forma


Ação 8: Jogos para decimal);
representar e Estabelecer relações entre as diversas representações
calcular
da porcentagem; 02
porcentagens
Efetuar cálculos mentais: 1%, 10%, 20%, 25%, 50%
e 75%;
Desenvolver a agilidade nos cálculos das
porcentagens mais comuns em situações do
cotidiano.
18

(conclusão)
Representar na história em quadrinhos as reflexões
Ação 9: Momento Tarefa de
Quadrinhos feitas em sala de aula sobre a importância do casa
dinheiro no nosso dia a dia.
Analisar planilhas de gastos apresentadas;
Identificar os itens nos quais poderia ser feito
Ação 10: Planilha
economia; 02
familiar
Refletir sobre atitudes críticas nos aspectos
financeiros.
A importância do dinheiro na sociedade

Ação 11: Resolver situações-problema relacionadas ao dia a


Resolução de dia dos alunos. 02
situação-problema
Ação 12: Formalizar os conceitos de porcentagem;
Resolução de Resolver situações-problema utilizando os conceitos
MÓDULO 4

situações-problema de porcentagem em situações do cotidiano. 06


envolvendo
porcentagens
Formalizar os conceitos de juro simples e juro
Ação 13:
composto;
Resolução de
situações-problema Resolver situações-problema utilizando os conceitos
de juro simples e juro composto em situações do 06
envolvendo juro
simples e juro cotidiano.
composto
Representar na história em quadrinhos as reflexões
Ação 14: Momento feitas em sala de aula sobre a importância do Tarefa de
Quadrinhos casa
dinheiro no nosso dia a dia.
Ação 15: Aplicar os conhecimentos adquiridos na elaboração
Apropriação e sistematização final dos

Sistematização de 02
de relato
conteúdos
Ação 16: Término Elaborar conclusões sobre os conteúdos estudados;
da história em Produzir a última folha da história em quadrinhos; 04
quadrinhos Confeccionar a capa para a história em quadrinhos.
MÓDULO 5

conteúdos

Escrever a “Carta desejo para o ano de 2021”;


Refletir sobre seus sonhos e sobre a importância do
hábito de poupar como forma de melhorar a
Ação 17: Carta qualidade de vida e transformá-los em realidade por
01
desejo meio de projetos;
Avaliar suas necessidades e desejos e como os
efeitos de suas escolhas afetam a qualidade de vida
no presente e no futuro.
Fonte: A Autora (2016)
19

MÓDULO 1: A EDUCAÇÃO FINANCEIRA

• Ação 1- Introdução ao tema

Tempo previsto: 1 aula


Objetivo: Situar os alunos no tema que será estudado: Educação Financeira.

CONVERSA COM O PROFESSOR


2

Após a leitura da Fundamentação teórica, contida nesta


produção Didático-pedagógica, é importante que nesse momento,
você, professor, leve os estudantes a algumas reflexões sobre o
tema Controle Financeiro. Ouvir o que eles têm a falar sobre o
assunto possibilitará o diagnóstico do conhecimento que já
possuem sobre o tema. Você pode comentar o fato de muitas
pessoas estarem endividadas, as possíveis causas para que isso
esteja acontecendo e ainda que mesmo com uma renda familiar
baixa é possível organizar o orçamento adaptado a ela. Pode citar
também o fato de que mesmo com orçamentos reduzidos, alguns
conseguem realizar sonhos, viagens, fazer investimentos a longo
prazo, o que só depende de um planejamento, reflexões e atitudes
críticas perante às situações. Enfim, faça com que os estudantes
percebam que o tema que irão estudar nas próximas aulas, é
importante para a sua vida em sociedade, inclusive podendo ajudar
as famílias a refletirem sobre o assunto.

2 Figura criada e cedida pela designer Laura Dornellas da Cunha Soares.


20

- Exposição do tema;
- Comentar sobre o questionário (Apêndice A) que os pais dos alunos
responderam;
- Aplicar o questionário (Apêndice C) para os estudantes.

• Ação 2 – Análise dos questionários

Tempo previsto: 1 aula


Objetivo: Entender as dificuldades que as famílias têm de administrar as
finanças.

CONVERSA COM O PROFESSOR

Nesse momento os resultados dos questionários serão


socializados com os estudantes. Espera-se que os educandos
compreendam a temática e tenham a necessidade de estudar
conteúdos relacionados à Matemática Financeira.

- Apresentar aos estudantes os resultados dos questionários que foram


realizados com os pais (apêndice B) no início do ano letivo (2017);
- Apresentar os dados do questionário (apêndice C) da Ação 1 e discutir
algumas questões.
A partir dos dados do questionário, serão levantadas questões para os alunos
refletirem e registrarem suas respostas:
Para refletir e registrar as reflexões:
1) Quando vocês querem comprar alguma coisa, e os seus pais dizem não ter
dinheiro, qual é a reação de vocês?
2) O que vocês fazem para poupar dinheiro?
21

3) Seus pais comentam com vocês, com alguma frequência, a questão da falta
de dinheiro para o pagamento das despesas mensais?
4) Há alguma conversa em família sobre formas de organizar o orçamento
familiar, cortes de despesas e/ou guardar parte do dinheiro para gastos
eventuais e/ou investimentos?
5) Seus pais dão o dinheiro necessário para vocês gastarem por semana? Ou
todos os dias? Ou somente algumas vezes no mês?
6) E quando eles que não tem dinheiro, o que vocês dizem ou fazem?
7) Vocês sabem qual o valor mensal que gastam no lanche da escola?
8) O que consideram que é investir dinheiro?

MÓDULO 2: A SOCIEDADE SEM O DINHEIRO

• Ação 3 – Jogo do ‘Desapega”

Tempo previsto: 1 aula


Objetivo: Efetuar trocas sem o uso de moeda padronizada e perceber a
dificuldade de não existir um padrão para essas trocas

CONVERSA COM O PROFESSOR

Como dito anteriormente o jogo pode ser considerado uma


situação desencadeadora da aprendizagem, e essa é a intenção quando
se propõem o “Jogo do Desapega”. Neste caso, o jogo contempla
elementos do movimento histórico e lógico da sociedade em relação ao
uso de moedas de troca específicas e pretende provocar no estudante
a necessidade e o desejo de compreender o porquê da criação de uma
moeda padrão.
22

Espera-se que após ter vivenciado no jogo a forma como o


comércio era realizado antigamente, através do escambo, o estudante
perceba a necessidade da criação do dinheiro e esteja mobilizado para
o estudo dos conteúdos relacionados à Matemática Financeira que
serão abordados.
Ao optar pelo jogo como estratégia de ensino, o
professor o faz com uma intenção: propiciar a
aprendizagem. E ao fazer isto tem como propósito o
ensino de um conteúdo ou de uma habilidade. Dessa
forma, o jogo escolhido deverá permitir o cumprimento
deste objetivo. O jogo para ensinar Matemática deve
cumprir o papel de auxiliar no ensino do conteúdo,
propiciar a aquisição de habilidades, permitir o
desenvolvimento operatório do sujeito e, mais, estar
perfeitamente localizado no processo que leva a
criança do conhecimento primeiro ao conhecimento
elaborado. (MOURA, 1992, p.47).

Para o jogo, cada aluno deverá trazer dois ou três objetos de baixo valor, para
que sejam trocados com os colegas de classe. No momento da troca, os objetos serão
colocados sobre as carteiras para que os estudantes possam livremente olhar todos
os objetos e realizar as trocas que julgarem interessantes. É importante salientar,
que todos os alunos devem fazer ao menos uma troca. Após as trocas terem sido
feitas, alguns questionamentos serão levantados:
Para refletir e registrar as reflexões:
1) Vocês gostaram dos produtos que adquiriram?
2) Fizeram apenas uma troca, ou trocaram várias vezes?
3) Acharam justas todas as trocas efetuadas?
4) Conseguem imaginar como tudo isso acontecia há muito tempo, quando a
forma de obter produtos era só por meio de trocas?
5) Vocês acham que nos dias atuais seria possível adquirir bens, de qualquer
espécie, somente com a troca de itens?
23

• Ação 4 – Momento Quadrinhos

Objetivo: Representar na história em quadrinhos as conclusões relacionadas


ao Jogo do ‘Desapega”.

CONVERSA COM O PROFESSOR

Para os estudantes, essa atividade tem o objetivo de sintetizar o que


aprenderam e representar na história em quadrinhos as conclusões
relacionadas às diversas ações que serão realizadas ao longo da
implementação desta proposta. Para o professor, o objetivo é de avaliar se
as ações de ensino que foram selecionadas e aplicadas estão contribuindo
para que as ações de aprendizagem sejam efetivadas na apropriação do
conhecimento científico pelo estudante. A avaliação é vista como um
processo no qual os estudantes realizam ações para que a aprendizagem
ocorra.

“As atividades de ensino elaboradas pelos professores devem


oferecer condições para que os escolares entendam a situação de
aprendizagem e realizem ações com o objetivo de aprender. ” (MORAES;
MOURA, 2009, p.105).

A tarefa de casa de vocês será pensar como as pessoas atribuíam valor aos
produtos que queriam trocar. Seria possível hoje, comprar e vender produtos só
fazendo trocas? Após refletir sobre o jogo que realizamos em sala de aula, vocês vão,
em casa, representar, por meio de quadrinhos, as situações que vivenciaram aqui na
escola. Esta será a 1ª folha da história em quadrinhos, feita por vocês. Que tal se
vocês conversassem com seus pais sobre as trocas? Talvez eles tenham experiências
interessantes para relatar.
24

• Ação 5 – Vídeo - “A história do dinheiro 3”

Tempo previsto: 1 aula


Objetivo: Compreender de que forma as pessoas praticavam o comércio
antes do uso do dinheiro, percebendo a necessidade da sua invenção.

CONVERSA COM O PROFESSOR

A história virtual do conceito é também considerada uma


situação desencadeadora da aprendizagem. De acordo com Moura, a
história virtual do conceito,
[...] é compreendida como uma narrativa que
proporciona ao estudante envolver-se na solução de um
problema como se fosse parte de um coletivo que busca
solucioná-lo, tendo como fim a satisfação de uma
determinada necessidade, à semelhança do que pode
ter acontecido em certo momento histórico da
humanidade. (MOURA, 2010, p. 224).

Nesta Produção Didático-pedagógica, o vídeo relacionado ao


escambo pretende fazer a abordagem histórica da invenção do dinheiro,
caracterizando-se, nesse caso, como uma situação desencadeadora de
aprendizagem.

Hoje nós assistiremos a um vídeo de 15 minutos, “A história do dinheiro4” que


vai mostrar como eram difíceis as trocas de mercadorias feitas na antiguidade.
Para refletir e registrar as reflexões:
1) O que vocês têm para falar sobre o vídeo que acabaram de assistir?
2) A criação de uma moeda padronizada foi importante para a organização da
sociedade, no que se refere às questões financeiras?

3 Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ifp_fqTnJ20>. Acesso em: 28 nov. 2016.

4 Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ifp_fqTnJ20>. Acesso em: 28 nov. 2016.


25

• Ação 6 – Momento Quadrinhos

Objetivo: Representar na história em quadrinhos as reflexões feitas em sala


de aula sobre a importância do dinheiro no nosso dia a dia.
A tarefa de hoje será representar, por meio da história em quadrinhos, as
conclusões relacionadas ao vídeo que assistimos em sala de aula e registrar a
importância da criação de uma moeda padrão. Esta será a 2ª folha da história em
quadrinhos de vocês. Conversem novamente com a sua família sobre o vídeo que
assistimos hoje. Perguntem a eles se sabiam da história da invenção do dinheiro. E
se conheciam a origem da palavra salário? E que tal se algum representante da
família quiser ajudá-los nos desenhos?

MÓDULO 3: RECONHECENDO A PORCENTAGEM

• Ação 7 – Contar a história “Uma ideia cem por cento 5”

Tempo previsto: 1 aula


Objetivos:
Apresentar o conteúdo porcentagem;
Realizar alguns cálculos com porcentagem.

CONVERSA COM O PROFESSOR

5 (TEIXEIRA, 2010).
26

Contar a história dará ideias e sugestões aos alunos quando


estiverem produzindo a história em quadrinhos. Também será
importante para iniciar a abordagem do conteúdo porcentagem. Os
alunos do 8º ano já têm conhecimentos anteriores sobre esse
conteúdo, mas tratar de assuntos tão pertinentes ao nosso dia a dia,
possibilitará uma aprendizagem mais efetiva.

• Ação 8 – Jogos para representar e calcular porcentagens

Tempo previsto: 2 aulas


Objetivos:
Verificar se os alunos têm domínio sobre as diferentes
representações de uma porcentagem (forma percentual; forma
fracionária, forma decimal);
Estabelecer relações entre as diversas representações da
porcentagem;
Efetuar cálculos mentais 10%, 25%, 50%, 1%, 20%, 75%;
Desenvolver a agilidade nos cálculos das porcentagens mais comuns
em situações do cotidiano.

1º jogo: “Memória da Porcentagem”


Cada jogo será composto de 27 cartas. Os alunos serão organizados em
grupos, com aproximadamente 4 alunos em cada grupo.
27

Quadro 2: Cartas do jogo “Memória da Porcentagem”


Porcentagem (%) Forma fracionária Forma decimal
1
1% 0,01
100
2
2% 0,02
100
5
5% 0,05
100
10
10% 0,10
100
20
20% 0,20
100
25
25% 0,25
100
50
50% 0,50
100
75
75% 0,75
100
100
100% 1
100
Fonte: A Autora (2016)

Como jogar:
1º) disponha todas as cartas sobre a mesa para que todos os participantes
possam visualizá-las;
2º) procure memorizar a posição que as cartas ficaram lembrando que são
formados grupos com três cartas. As cartas não são iguais, porém são sempre três
cartas que têm o mesmo valor em suas diversas representações;
3º) com um dado determinar quem começará o jogo (o aluno que tirar o
número maior) ou iniciar da forma que o grupo decidir;
4º) o jogador deverá virar três cartas, de modo que as três representem a
mesma quantidade, por exemplo, 1%, e 0,01;

5º) se o jogador acertar duas cartas e errar uma, terá direito a virar mais uma
carta.
28

6º) vence o jogo quem tiver o maior número de cartas.

CONVERSA COM O PROFESSOR

Após o jogo ‘Memória da Porcentagem”, é interessante


relembrar a simplificação de frações e as diversas formas de
escrever uma fração, inclusive na forma de fração irredutível. Esta
revisão é fundamental para que os alunos aprendam as diferentes
representações da porcentagem e também desenvolvam a
habilidade necessária para jogar o quiz.

Tarefa de casa: jogar o quiz online6 “Transformar porcentagens em frações e


decimais”:

Figura 1: Quiz online “Transformar porcentagens em frações e decimais”

Fonte: <https://campus.mangahigh.com/pt-br/px/48/0/0>. Acesso em: 29 nov. 2016.

6 Disponível em: <https://campus.mangahigh.com/pt-br/px/48/0/0>. Acesso em: 29 nov. 2016.


29

2º jogo: “Stop da porcentagem”

Como jogar:

1º) entregar uma tabela (modelo 1) para cada aluno;


2º) o professor deverá falar um número aleatório para que os cálculos sejam
feitos, tomando o cuidado, principalmente nesse primeiro momento, para que os
resultados sejam exatos;
3º) os participantes imediatamente têm que preencher uma linha inteira da
tabela
4º) é necessário dar um tempo (30 segundos) para que o cálculo seja feito e
o professor deverá dizer “STOP”;
5º) falar outro número, da mesma forma como foi feito anteriormente;
6º) após completar toda a tabela, cada aluno deverá somar os pontos obtidos,
sendo que cada valor respondido corretamente valerá 10 pontos, ou seja, em cada
rodada (ou linha) o aluno poderá somar um total de 70 pontos.

MODELO 1 (Apêndice D)

Quadro 3: Modelo 1 do Stop da Porcentagem


Número % % 10% 20% 25% 50% 100% Pontos

Total
Fonte: A Autora (2016)

EXEMPLO: (Sugestão de valores para cálculo)


30

Quadro 4: Exemplo de Stop da Porcentagem


Número 1% 5% 10% 20% 25% 50% 100% Pontos
100
250
400
720
1000
6000
Total
Fonte: A Autora (2016)

SUGESTÃO: Em outro momento, os alunos podem escolher os valores que


serão colocados na tabela. Com isso, eles perceberão que nem todos os valores serão
exatos.

• Ação 9 – Momento Quadrinhos

Objetivo: Representar na história em quadrinhos as reflexões feitas em sala


de aula sobre a importância do dinheiro no nosso dia a dia.
A tarefa de hoje será representar, por meio da história em quadrinhos, as
conclusões relacionadas a história: “Uma ideia cem por cento”, ao “Jogo do
Desapega” e ao “Stop da Porcentagem”. Esta será a 3ª folha da história em
quadrinhos produzida por vocês.

MÓDULO 4: A IMPORTÂNCIA DO DINHEIRO NA SOCIEDADE

• Ação 10 – Planilha familiar

Tempo previsto: 2 aulas


Objetivos:
Analisar planilhas de gastos apresentadas;
Identificar os itens nos quais poderia ser feito economia;
Refletir sobre atitudes críticas nos aspectos financeiros.
31

Que conversa é essa?


Mariana ficou apreensiva depois de ouvir, por acaso, seus pais conversando
de forma tensa sobre um assunto que os preocupava muito.
- Infelizmente acho que não conseguiremos comprar aquele presente que a
Mariana pediu.
- Não acredito! Nós prometemos e agora não vamos cumprir?!
- Precisamos pagar o cartão de crédito. E as mensalidades da escola de
informática que estão atrasadas.
- Nossa, são muitas contas. O que acha de escolhermos um presente mais
barato?

O que você faria?


Existem momentos em que os adultos querem poupar os filhos de algumas
preocupações, principalmente as financeiras, como é o caso na família de Mariana.
No entanto, é necessário que os jovens entendam a situação pela qual a família está
passando, escutando os pais com compreensão e empatia.
Para entender essa situação e se posicionar diante dela, junte-se a um colega
e discutam as seguintes questões.
1. Vocês acham que será um problema Mariana ganhar um presente mais barato?
2. O dinheiro das prestações do cartão de crédito poderia ser usado para comprar
o presente de Mariana? Seria justo?
3. Citem situações que requerem redução de gastos em uma família.
Calcule
A fim de organizar melhor e planejar o que fazer para evitar problemas
financeiros, o pai e a mãe de Mariana pesquisaram na internet uma planilha de
orçamento doméstico. Veja a que eles escolheram, parcialmente preenchida.

Quadro 5: Salários da família


Receita Novembro Dezembro
Salário líquido- Pai R$1885,00 R$1850,00
Salário líquido- Mãe R$2015,00 R$1925,00
Total geral R$3900,00 R$3775,00
Fonte: Adaptado de (GAY, 2014, p. 202).
32

Quadro 6: Planilha de orçamento doméstico


Despesa Novembro Dezembro
Prestação da casa R$987,00 ?
Habitação
Água, luz e telefone R$103,40 R$193,20
Transporte Metrô/ trem/ônibus R$160,00 R$190,00
Plano de saúde R$300,00 ?
Saúde Dentista ---------- R$120,00
Medicamentos R$52,30 R$84,70
Educação Curso de informática R$120,00 ?
Material escolar R$55,30 R$71,20
Mercado/ feira R$338,90 R$464,70
Alimentação
Padaria R$55,30 R$61,20
Prestação do veículo R$320,00 R$320,00
Veículo Combustível R$150,00 R$210,00
Manutenção ---------- R$320,00
Roupas/calçados R$69,00 R$105,00
Passeios R$68,00 R$82,00
Outras Presentes R$60,00 R$130,00
Despesas imprevistas R$135,00 R$177,50
Total geral R$2974,20 ?
Fonte: Adaptado de (GAY, 2014, p. 203).

Quadro 7: Saldo receitas/despesas


Saldo Novembro Dezembro
Total receita R$3900,00
Total despesa R$2974,20
Saldo (receitas -despesas) R$925,80
Fonte: Adaptado de (GAY, 2014, p. 203).

No mês de dezembro, faltou preencher os gastos fixos (valores que não


variam ao longo do ano) da família de Mariana. Preencham essas lacunas. Depois,
façam os cálculos e observem se, em dezembro, o saldo ficou negativo ou não. Caso
tenha ficado, quais gastos vocês acham que poderiam ter sido menores?

Reflita
33

Você já deve ter percebido como é complicado administrar os gastos de uma


família. Por isso, é muito importante que cada membro da família esteja consciente
do que pode fazer para colaborar com o orçamento familiar.
Para finalizar, converse com os colegas a respeito das questões a seguir.
a) Por que é importante ter controle de quanto se ganha e de quanto se gasta
no mês?
b) Como você pode ajudar nas finanças da família?
c) Quando quer alguma coisa, você pergunta a seus pais se eles têm
condições de comprar esse produto?
d) O que você pode fazer para diminuir seus gastos?
e) O que não é possível reduzir nas despesas mensais?
f) Na sua família, quais despesas poderiam ser diminuídas
g) Como você e sua família poderiam fazer para poupar dinheiro e no futuro
investir? (Adaptado de Garcia Gay (2014)).

• Ação 11 – Resolução de situação-problema

Tempo previsto: 2 aulas


Objetivo:

Resolver situação-problema relacionada ao dia a dia dos alunos.

CONVERSA COM O PROFESSOR


34

Professor, situações do cotidiano também são


consideradas situações desencadeadoras de aprendizagem desde que
se organize de forma intencional as ações de ensino que possibilitem a
apropriação do conceito. Levar o estudante a reflexão e resolução de
situações-problema relacionadas as situações do cotidiano,
possibilitará a compreensão de que a Matemática se faz presente no
nosso dia a dia e proporcionará uma aprendizagem rica de significados.
Por fazer parte do seu dia a dia, essas situações colocarão ao
estudante a necessidade de, em atividade de estudo, solucionar os
problemas apresentados.
Para Moura e Lanner de Moura (1997, p.13), “A problematização
de situações emergentes do cotidiano possibilita à prática educativa
oportunidade de colocar a criança diante da necessidade de vivenciar
a solução de problemas significativos para ela”.

Em duplas, os alunos resolverão as seguintes questões:


1. Levantar questionamentos relacionados às formas de economizar energia
elétrica. Elencar os eletrodomésticos que consomem mais kWh de energia.
Calcular de quanto poderia ser a economia, caso o banho fosse mais rápido,
por exemplo, calcular qual é o valor gasto com o chuveiro elétrico. Em quais
meses o valor da conta de luz foi maior? A quais fatores você atribui essa
diferença? Qual porcentagem da renda mensal de cada família é utilizada para
pagar a conta de luz? Se houvesse economia, o que poderia ser feito com esse
dinheiro?
Xerox ampliada conta de luz para explicar os campos (consumo, valor a pagar,
preço do Kwh);
Trazer a conta de luz de dois meses para comparar: janeiro e julho;
Pesquisar a potência dos chuveiros que normalmente é 5 kW;
Calcular quanto seria gasto se uma pessoa tomasse um banho de 10 minutos
e outra pessoa de 30 minutos ao dia. Quanto seria gasto ao final de um mês
por cada uma delas, só com o banho diário?
35

Utilizar a fórmula cálculo de energia: E= P x t (energia é igual a potência vezes


o tempo) P em kW e o tempo em horas;
Calcular o valor a pagar, em reais, multiplicando a energia obtida no item
anterior pela tarifa do kWh.

Professor, motive os alunos a consultarem sites com dicas para


economizar energia elétrica.

• Ação 12 – Resolução de situações-problema envolvendo porcentagens

Tempo previsto: 6 aulas


Objetivos:
Formalizar os conceitos de porcentagem;
Resolver situações-problema utilizando os conceitos de porcentagem
em situações do cotidiano.

Em duplas, os alunos resolverão as seguintes atividades:


2. A bicicleta que Márcio queria comprar teve um reajuste de 4%, passando a
custar R$650,00. Determine o valor dessa bicicleta antes do reajuste.

3. Amanda faz curso de inglês. O valor atual da mensalidade é de R$180,00.


Sabendo que a mensalidade terá um acréscimo de 6%, qual será o novo valor
que Amanda deverá pagar?

4. Os proprietários de veículos, pagam anualmente o Imposto sobre a


Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O IPVA é calculado de acordo
com o valor do carro. Para a maior parte dos veículos em circulação no Estado
do Paraná, a alíquota que incide sobre esse imposto é de 3,5 %. Sabendo que
36

o automóvel da família de Laura vale R$35000,00, determine o valor que eles


pagaram pelo IPVA no ano de 2016.

5. O salário mínimo no Brasil, no ano de 2016 é de R$880,00. E uma cesta básica


é quase a metade de um salário mínimo. Sabendo que a capital que teve um
dos menores valores para a cesta básica, foi em Natal, em julho de 2016, onde
o valor médio da cesta básica é de (R$ 362,63), determine:
a. Qual é a porcentagem aproximada do salário mínimo que é necessário
para a aquisição de uma cesta básica?
b. Será que os itens que fazem parte de uma cesta básica são suficientes
para alimentar uma família com três pessoas ao longo do mês?
c. O valor do salário mínimo é suficiente para pagar os gastos mensais
dessa mesma família?

6. Maria quer ir para a praia nas férias com toda a sua família. Para isso está
fazendo uma poupança, ou seja, está guardando em uma conta, todos os
meses, parte do seu salário. Ela iniciou essa poupança no mês de fevereiro e
pretende viajar em janeiro do ano seguinte, fazendo depósitos mensais de
R$200,00. Além disso, irá destinar 50% do seu décimo terceiro para essa
viagem, reservando 20% para a compra de presentes e 30% para comprar
material escolar e uniforme para seus dois filhos. Considerando que o décimo
terceiro salário é praticamente igual ao salário de Maria e que hoje é de
R$3000,00, responda:
a. Qual será o valor total que Maria terá para viajar nas férias?
b. Qual valor será destinado para comprar os presentes de Natal?
c. E quanto Maria poderá gastar na compra dos uniformes e materiais para
a escola?
37

• Ação 13 – Resolução de situações-problema envolvendo juro simples e


juro composto

Tempo previsto: 6 aulas (em duplas)


Objetivos:
Formalizar os conceitos de juro simples e juro composto;
Resolver situações-problema utilizando os conceitos de juro simples e
juro composto em situações do cotidiano.

CONVERSA COM O PROFESSOR

Professor, seria interessante se você resolvesse os


exercícios 7 e 8 em conjunto com os seus alunos, para que eles
compreendam o conteúdo e percebam a diferença existente entre
o cálculo de juro simples e juro composto. Não se pretende com
esta Unidade Didática trabalhar exaustivamente com tais
conteúdos, porém devido à sua importância no dia a dia dos
indivíduos o conteúdo será abordado em algumas questões. Para
a resolução do exercício 7, com juro simples, é a aplicação direta
da fórmula e no exercício 8, sugiro que você calcule com os
estudantes mês a mês, e somente ao final resolva o exercício no
quadro, junto com os alunos, utilizando a fórmula e também a
calculadora.

7. André pretende aplicar R$2000,00 à taxa de juros simples de 2% ao mês,


durante 4 meses. Determine o valor que André irá receber de juros e o
montante que irá receber ao final do tempo de aplicação.
38

8. Lucas irá aplicar o mesmo valor, pelo mesmo tempo de aplicação, porém à taxa
de juros compostos. Determine o valor que Lucas irá receber de juros e o
montante que irá receber ao final do tempo de aplicação. Compare os dois
valores. Se o capital e o tempo são os mesmos, por que os valores finais são
diferentes?

J = C. i. t M=C+J M = C. (1 + i)t

J = juros M = montante M = montante


C = capital (valor principal) C = capital C = capital
i = taxa de juros J = juros i = taxa de juros
t = período ou tempo de aplicação t = tempo de aplicação
(mês, bimestre, semestre, ano)

9. Murilo quer comprar um skate. Para isso realizou uma pesquisa de preço em
duas lojas. Em qual das duas lojas é mais vantajoso realizar a compra? Qual
será o valor, com desconto em cada uma?

Loja A: R$2899,00 com desconto de Loja B: R$2750,00 com desconto de


9% à vista 3% à vista

10. Na loja “Tudo Barato”, o celular que Felipe escolheu custa R$1260,00 à vista.
Se for comprado a prazo, em quatro vezes, pagará 1% ao mês, à taxa de juros
compostos. Complete a tabela abaixo para determinar o valor final que Felipe
pagará pelo celular comprado. Em seguida, responda às questões:
Juros ao mês (R$) Valor em reais (R$)
Valor inicial 0,00 1260,00
1º mês 12,60 1272,60
2º mês
3º mês
4º mês
Valor final
39

a. Quanto pagará de juros ao final de quatro meses?


b. Qual é a diferença entre o valor a ser pago pelo celular à vista e a prazo?
c. Qual seria sua atitude se estivesse no lugar de Felipe? Compraria a
prazo, ou economizaria ao longo dos quatro meses para comprar o
celular à vista?

11. Na família de Carlos e Ana, ocorreu um imprevisto esse mês. A geladeira


queimou, e como o conserto seria muito caro, decidiram comprar outra
geladeira. Se a geladeira for comprada à vista, o valor é de RS1200,00 e se for
comprada a prazo, há duas opções:
• Juros simples, em 6 parcelas, com juros de 3% ao mês.
• Juros compostos, em 6 parcelas, com juros de 3% ao mês.
a. Quanto pagarão de juros, se a geladeira for comprada em 6 vezes, à
taxa de juro simples?
b. Nesse caso, qual será o valor de cada parcela?
c. Na tabela abaixo, determine o valor de cada parcela e também o valor
final caso a geladeira seja comprada à taxa de juro composto.
Parcelas Valor com juros compostos
1 1200,00+ 36,00= ---------
2 --------- +--------- = ----------
3 ?
4 ?
5 ?
6 ?
Valor final ?

Para refletir e registrar as reflexões:


Se a geladeira tivesse sido comprada à vista, de quantos reais seria a
economia?
Essa diferença representa quanto por cento?
Vocês acham que o valor que foi pago de juros é muito alto?
Qual é a diferença entre juro simples e juro composto?
40

O que poderia ser comprado com o valor, em cada uma das formas de
pagamento, se a geladeira fosse comprada à vista?

12. (ENEM-MEC-2012) Arthur deseja comprar um terreno de Cléber, que lhe


oferece as seguintes possibilidades de pagamento:
• Opção 1: Pagar à vista, por R$ 55 000,00;
• Opção 2: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 30 000,00, e mais uma
prestação de R$ 26 000,00 para dali a 6 meses.
• Opção 3: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 20 000,00, mais uma
prestação de R$ 20 000,00, para dali a 6 meses e outra de R$ 18 000,00
para dali a 12 meses da data da compra.
• Opção 4: Pagar a prazo dando uma entrada de R$ 15 000,00 e o restante
em 1 ano da data da compra, pagando R$ 39 000,00.
• Opção 5: pagar a prazo, dali a um ano, o valor de R$ 60 000,00.

Arthur tem o dinheiro para pagar à vista, mas avalia se não seria melhor
aplicar o dinheiro do valor à vista (ou até um valor menor), em um investimento, com
rentabilidade de 10% ao semestre, resgatando os valores à medida que as prestações
da opção escolhida fossem vencendo. Após avaliar a situação do ponto financeiro e
das condições apresentadas, Arthur concluiu que era mais vantajoso financeiramente
escolher a opção:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
41

• Ação 14 – Momento Quadrinhos

Objetivo: Representar na história em quadrinhos as reflexões feitas em sala de


aula sobre a importância do dinheiro no nosso dia a dia.
A tarefa de hoje será representar, por meio da história em quadrinhos, as
conclusões relacionadas aos conteúdos juro simples e juro composto. Esta será a 4ª
folha da história em quadrinhos de produzida por vocês.

MÓDULO 5: APROPRIAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO FINAL DOS


CONTEÚDOS

• Ação 15 – Sistematização de conteúdos

Tempo previsto: 2 aulas


Objetivo: Aplicar os conhecimentos adquiridos na elaboração de relato.

CONVERSA COM O PROFESSOR

A avaliação na perspectiva histórico-cultural é entendida como


um processo, no qual professor e estudantes estão em constante movimento.
As atividades desenvolvidas nesta Produção Didático-pedagógica permitem,
ao longo do processo, avaliar o professor e alunos. A avaliação pode não ser
necessariamente uma única prova, pode ser realizada por meio da
observação ou de relatos orais e/ou escritos, que possibilitam perceber no
decorrer do processo de quais conhecimentos os alunos se apropriaram, as
suas dúvidas, se os encaminhamentos metodológicos possibilitaram ao
educando transformar o conhecimento empírico em conhecimento elaborado,
42

[...] a ação de avaliação constitui-se parte inerente do


planejamento e da execução da atividade, tendo em vista que
se realiza no processo de análise e síntese na relação entre a
atividade de ensino elaborada pelo professor e a atividade de
aprendizagem realizada pelo estudante. As ações de
aprendizagem realizadas pelos escolares constituirão foco da
análise do professor para refletir sobre a qualidade da sua
atividade de ensino. (MORAES; MOURA, 2009, p.105).

Vamos compartilhar o que aprendemos? Façam um relato individual do que


aprenderam durante as aulas do projeto Educação Financeira, apontando as
dificuldades, o que mais gostaram, o que não entenderam, o que mais gostariam de
aprender, se foi importante para a vida de vocês, se houve a participação dos pais em
alguns momentos. Enfim, escrevam todas as lembranças positivas e negativas que
tiveram das últimas aulas. Após registrarem tudo o que julgarem relevantes, elaborem
uma situação-problema relacionada a porcentagem ou juros.

• Ação 16 - Término da história em quadrinhos

Tempo previsto: 4 aulas


Objetivos:
Elaborar conclusões sobre os conteúdos estudados;
Produzir a última folha da história em quadrinhos;
Confeccionar a capa para a história;
Agora é o momento no qual os alunos, em grupos, produzirão a última folha
da história em quadrinhos e também a capa da história. Isso será feito em sala de
aula. É fundamental a observação e participação do professor, pois através destas
atividades poderá perceber o quanto os alunos se apropriaram dos conteúdos.

• Ação 17 - Carta desejo

Tempo previsto: 1 aula


Objetivos:
Escrever a “Carta desejo para o ano de 2021”;
43

Refletir sobre seus sonhos e sobre a importância do hábito de poupar


como forma de melhorar a qualidade de vida e transformá-los em
realidade por meio de projetos;
Avaliar suas necessidades e desejos e como os efeitos de suas
escolhas afetam a qualidade de vida no presente e no futuro.
Para finalizar o projeto, os estudantes irão escrever uma “Carta desejo para
o ano de 2021”, respondendo aos seguintes questionamentos:
O que deve ser feito para poupar?
Qual é tempo necessário para juntar o dinheiro que você precisa para comprar
algo que queira ou realizar um sonho?
Quanto deve ser guardado mensamente ou semanalmente para atingir seu
objetivo?
Como conseguir dinheiro? Economizando mesada, por exemplo, ou
trabalhando?
Enfim, nesta carta serão deixados sonhos ou metas possíveis de serem
atingidos até 2021.
As cartas serão guardadas pela professora e somente serão abertas no ano
combinado. Provavelmente, no ano de 2021, os educandos estarão ainda no mesmo
colégio, cursando a 3ª série do Ensino Médio.
44

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Regina Magna Bonifácio de. Alfabetização econômica: compromisso


social na educação das crianças. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista
de São Paulo, 2009.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Matemática:


Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.

D'AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. 17. ed.


Campinas: Papirus, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa.


31. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GAY, Mara Regina Garcia (Ed.). Projeto Araribá: Matemática 9º ano. 4. ed. São
Paulo: Moderna, 2014.

GOUVEA, Simone Aparecida Silva. Novos caminhos para o ensino e


aprendizagem de Matemática Financeira: construção e aplicação de
WebQuest. 2006. 167 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) –
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2006.

HOFMANN, Ruth Margareth; MORO, Maria Lucia Faria. Educação Matemática e


educação financeira: perspectivas para a ENEF. Zetetiké, Campinas, v. 20, n. 38, p.
37-54, 2012.

KLIEMANN, Geovana Luiza; SILVA, Patrícia Fernanda da; DULLIUS, Maria


Madalena. Relevância da Matemática Financeira no Ensino Fundamental. Destaques
Acadêmicos, Lajeado, n. 3, p.95-104, 2011.

MEDEIROS, Cleide Faria de. Por uma Educação Matemática como intersubjetividade.
In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. (Org.). Educação Matemática. São Paulo:
Cortez, 2005. p.13-44.

MORAES, Silvia Pereira Gonzaga de; MOURA, Manoel Oriosvaldo de. Avaliação do
Processo de Ensino e Aprendizagem em Matemática: contribuições da teoria
histórico-cultural. Bolema, Rio Claro, v. 22, n. 33, p. 97-116, 2009.

MOURA, Ana Regina L. de et al. Educar com a Matemática: Fundamentos. 1. ed.


São Paulo: Cortez, 2016. Coleção Docência em Formação. Série Ensino
Fundamental.
45

MOURA, Manoel Oriosvaldo de et al. Atividade orientadora de ensino: unidade entre


ensino e aprendizagem. Rev. Diálogo Educ, Curitiba, v. 10, n. 29, p. 205-229,
jan./abr. 2010.

MOURA, Manoel Oriosvaldo. O jogo e a construção do conhecimento matemático.


Série Idéias n. 10, São Paulo: FDE, 1992. p. 45-53. Disponível
em:<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_10_p045-053_c.pdf> Acesso em:
29 nov. 2016.

MOURA, Manoel Oriosvaldo; LANNER DE MOURA, Anna Regina. Escola: Um


espaço cultural. Matemática na Educação Infantil: conhecer, (re)criar – um modo de
lidar com as dimensões do mundo. São Paulo: Diadema/Secel, 1998.

ORTEGA JUNIOR, Rubens Robles. Educação Financeira. Curitiba, 2016. 34 f. Notas


de aula.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Educação Básica. Diretrizes


Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná: Matemática. Curitiba:
SEED, 2008.

SADOVSKY, Patrícia. O ensino de matemática hoje: enfoques, sentidos e desafios.


São Paulo: Ática, 2007.

TEIXEIRA, Martins Rodrigues. Uma ideia cem por cento. São Paulo: FTD, 2010
46

APÊNDICES

Apêndice A - Levantamento de dados (Reunião com os pais – 2016)


Apêndice B - Levantamento de dados (Aos pais dos alunos do 8º ano - 2017)
Apêndice C - Levantamento de dados (Alunos do 8º ano)
Apêndice D – Modelo do jogo “STOP DA PORCENTAGEM ”
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APÊNDICE A - LEVANTAMENTO DE DADOS

(Reunião com os pais - 2016)

1- Qual é a renda mensal de sua família?


( ) R$0,00 à R$1000,00.
( ) R$1000,00 à R$2000,00.
( ) R$2000,00 à R$4000,00.
( ) R$4000,00 à R$6000,00.
( ) mais de R$6000,00.
2- Seu filho (a) participa das decisões e do controle do orçamento familiar?
( ) SIM ( ) NÃO
3- Você dá mesada ou semanada para o seu filho?
( ) SIM ( ) NÃO
4- Quais são os critérios que você utiliza no momento de efetuar a sua compra,
em relação à forma de pagamento?
( ) à vista (em dinheiro ou no cartão de débito)
( ) a prazo (cartão de crédito ou parcelas)
5- Você costuma efetuar compras nas quais são cobrados juros, como por
exemplo, financiamentos?
( ) SIM ( ) NÃO
6- Na lista abaixo estão alguns dos itens com os quais as famílias brasileiras
gastam os seus recursos financeiros mensais. Escreva ao lado de cada um
deles, 1º, 2º, 3º e assim por diante, de acordo com a forma que você os utiliza:
• Moradia ( )
• Lazer ( )
• Alimentação ( )
• Transporte ( )
• Educação ( )
• Água, luz, gás e telefone ( )
• Outros (cite)________________________________________________
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APÊNDICE B - LEVANTAMENTO DE DADOS

(Aos pais dos alunos do 8º ano - 2017)

1- Como você controla o seu orçamento familiar?

2- Seu filho (a) participa das decisões e do controle do orçamento familiar?

3- Qual é a reação dos seus filhos quando vocês dizem não ter condição
financeira de comprar algum item, presente, roupas, material escolar, etc.…?

4- Você dá mesada ou semanada para o seu filho?

5- Quais são os critérios que você utiliza no momento de efetuar a sua compra,
com relação à forma de pagamento?

6- Qual o item (alimentação; moradia; transporte; saúde; educação; água, luz,


gás, telefone; lazer) que “rouba” a maior parte do orçamento de sua família?

7- A sua família está enfrentando dificuldades na gestão dos recursos


financeiros?
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APÊNDICE C - LEVANTAMENTO DE DADOS

(Alunos do 8º ano)

1. Você participa das decisões em família com relação ao uso do dinheiro


recebido mensalmente em sua casa?
( ) SIM ( ) NÃO

2. Você recebe mesada ou semanada?

( ) SIM ( ) NÃO

3. Se você respondeu sim à pergunta número 2, de que forma você gasta o


dinheiro recebido? (Você pode escolher apenas dois itens).
( ) Roupas e calçados
( ) Jogos
( ) Lanches
( ) Livros e revistas
( ) Cinema
( ) Outros (Cite: --------------------------------------------------------------------)

4. Se respondeu não à pergunta número 2, às vezes você ganha dinheiro de seus


pais? Quanto?

5. Como vocês reagem, quando seus pais dizem não ter condições financeiras
para comprar algum item que vocês estão pedindo, por exemplo, roupas,
calçados, material escolar, lanches?
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APÊNDICE D - JOGO: “STOP DA PORCENTAGEM ”

MODELO 1
Número 1% 5% 10% 20% 25% 50% 100% Pontos

Total

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