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Incorporação, fusão e

cisão de empresas
Introdução Conceitos
Para constituir uma sociedade, as pessoas precisam conviver e trabalhar uma com as Para esclarecer os termos, adotamos os conceitos previstos na Instrução Normativa
outras. Ou seja, nessa estrutura e processo, no próprio conceito etimológico da palavra nº 35, de 02 de março de 2017, adiante transcritos, mas é importante citar que nos
é indispensável o agrupamento de seres que convivem em estado de colaboração baseamos também nas regras estabelecidas pela Lei nº 10.406/2002 (Código Civil
mútua. Brasileiro) e também na Lei nº 6.404/1976 (Lei das SAs).

Quando se trata de sociedade empresarial, a essência do termo não muda, apenas


se vincula à atividade econômica e, consequentemente, acrescenta-se o intuito de
gerar lucro

O assunto “sociedade empresarial” é bastante amplo, disseminado e sempre gera


dúvidas, principalmente nas tomadas de decisões pelos empresários ou pelos
envolvidos diretamente.

Nesse contexto, escrevemos este eBook para ajudá-los a esclarecer os conceitos de


incorporação, fusão e cisão das sociedades, bem como citar algumas orientações da
Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo sobre esse tema. Além disso, também
achamos interessante tratar das obrigações acessórias exigidas pelo Governo.

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Incorporação
Em relação às demais sociedades:
A incorporação ocorre quando uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, a
qual assume todos os direitos e obrigações, conforme se verifica no conceito legal:
• A deliberação da sociedade anônima incorporadora compreende nomeação dos
peritos para avaliar o patrimônio líquido da sociedade a ser incorporada.
Art. 13 A Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades,
de tipos iguais ou diferentes, são absorvidas por outra que lhes sucede
• A deliberação da sociedade anônima incorporada, caso aprove as bases da operação e
em todos os direitos e obrigações, devendo ser deliberada na forma
o projeto de reforma do ato constitutivo, deve autorizar os administradores a praticar
prevista para alteração do respectivo estatuto ou contrato social.
o necessário à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença
entre o ativo e o passivo.
Para tanto, deve observar os seguintes procedimentos:

Em relação à sociedade anônima: Nesse contexto, após serem aprovados os atos da incorporação, a incorporadora
declara extinta a incorporada.
• A deliberação da sociedade anônima incorporadora deverá aprovar o protocolo de
intenções, a justificação e o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade Por fim, ressalta-se que, caso as sociedades tenham sede em outra unidade da
incorporada, elaborado por peritos ou empresa especializada, e, se for o caso, federação, deverão arquivar na Junta Comercial da sede da incorporadora, o
autorizar o aumento do capital com o valor do patrimônio líquido incorporado; instrumento que deliberou a incorporação. E, na sede da incorporada, o instrumento
que deliberou a sua incorporação, instruído com certidão de arquivamento do ato da
• A deliberação da sociedade anônima incorporada, caso aprove o protocolo da incorporadora, na Junta Comercial de sua sede.
operação, deverá autorizar seus administradores a praticarem os atos necessários
à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.

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Incorporação
Resposta à Consulta nº 16885/2017:

Pontos de atenção Relato


1. A Consulente, com matriz situada em outro Estado, que exerce a atividade de
Considerando a relevância do tema, no caso de operação de incorporação, trouxemos fabricação de produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado para
um esclarecimento da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo sobre os créditos uso industrial, comercial e de escritório, exceto formulário contínuo (CNAE 17.41-9/02),
de ICMS existentes na empresa incorporada. relata a realização da incorporação de sua controlada, “esclarecendo que tanto a
incorporadora quanto a incorporada estão situadas no Estado de São Paulo”.
É importante mencionar que, por se tratar de uma orientação tributária, pode existir
entendimentos diferentes. 2. Informa que, “com a transferência de propriedade, as atividades da incorporada
foram mantidas na filial da incorporadora, bem como os seus bens do ativo
permanente, estoque e materiais, foram transferidos para o estabelecimento da
Consulente”. Além disso, afirma que “na data da incorporação, a incorporada tinha
saldo credor em seu controle de crédito do ICMS do ativo permanente (CIAP)”.

3. Tendo isso em vista, argumenta que “a incorporadora, assumiu de fato e de direito,


todas as atividades da incorporada, bem como seus bens, direitos e obrigações”.

4. Com a realização da “incorporação do estabelecimento, transferência física dos


ativos, reconhecimento contábil dos ativos e continuação da utilização dos mesmos
no seu processo produtivo”, indaga se “pode transferir o saldo credor do ICMS sobre
ativo permanente da incorporada, e continuar controlando e lançando o crédito em sua
escrita fiscal”.

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Interpretação 4. Explica, ainda, que os ativos permanentes (máquinas de produção) adquiridos em
5. Preliminarmente, informamos que a Consulente apresentou a consulta tributária fevereiro de 2013 através das Notas Fiscais nº (...), foram transferidos para a filial da
n° 16642/2017, respondida em 14/11/2017, que abrange a matéria questionada na incorporadora através da emissão de notas fiscais de remessa em comodato nº (...),
presente Consulta. antes do processo de incorporação e baixa do estabelecimento incorporado.

6. Naquela oportunidade, manifestamo-nos no seguinte sentido: 5. Diante do exposto, indaga: Na data da incorporação, a incorporada tinha saldo credor
em seu controle de crédito do ICMS do ativo permanente (CIAP). Com a incorporação do
“1. A Consulente, estabelecimento matriz sem inscrição neste Estado,
estabelecimento, transferência física dos ativos, reconhecimento contábil dos ativos e
apresenta a seguinte consulta tributária:
continuação da utilização dos mesmos no seu processo produtivo, perguntamos:

“1. A Consulente, [Matriz] decidiu incorporar a [empresa S], empresa esta 1 - A Consulente, [Matriz], pode transferir o saldo credor do ICMS sobre
que já era a sua controlada. ativo permanente da incorporada, [Empresa S] e continuar controlando
e lançando o crédito em sua escrita fiscal?”
2. Esclarece que, para tanto, “não” foi criado uma nova sociedade e “nem”
aberta uma nova filial, a incorporação se deu da [Empresa S], controlada, 2 - Primeiramente, informamos que o negócio jurídico realizado pela
situada na cidade de São Loureço da Serra, Estado de São Paulo, para uma Consulente, por meio do qual informa ter realizado a incorporação de
filial da [Matriz], controladora, que fica situada na cidade de Barueri, Estado empresa controlada, não será analisado na presente consulta porque não
de São Paulo. foi objeto de dúvida e foi apenas mencionado, sem nenhum detalhamento.

3. Reforça que no seu caso a atividade da incorporada foi mantida na filial 3 - Sendo assim, a presente resposta limitar-se-á a esclarecer a dúvida
da incorporadora e os bens de ativo permanente, estoque e materiais, referente à possibilidade de a Consulente se creditar do saldo credor
foram transferidos para o estabelecimento da Consulente. do ICMS sobre o ativo imobilizado da [Empresa S], incorporada, por ela
transferido em comodato para a filial incorporadora.

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4. A Constituição Federal de 1988 (CF/88), em seu artigo 155, inciso II e § 2º, dispõe da 6. No caso tratado, em que o bem se destina a operação de comodato (empréstimo),
seguinte forma: temos que o próprio bem é objeto de uma saída que goza de não-incidência do imposto,
conforme determina o artigo 7º, inciso IX, do Regulamento do ICMS (RICMS/2000),
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) abaixo reproduzido:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda “Artigo 7º - O imposto não incide sobre (Lei Complementar federal 87/96, art.

que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) 3º, Lei 6.374/89, art. 4º, na redação da Lei 10.619/00, art. 1º, III; Convênios ICM-
12/75, ICMS-37/90, ICMS-124/93, cláusula primeira, V, 1, e ICMS-113/96, cláusula

§ 2º - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: primeira, parágrafo único):

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação (...) IX - a saída de máquinas, equipamentos, ferramentas ou objetos de uso

relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante do contribuinte, bem como de suas partes e peças, com destino a outro

cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; estabelecimento para lubrificação, limpeza, revisão, conserto, restauração
ou recondicionamento ou em razão de empréstimo ou locação, desde que

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da os referidos bens voltem ao estabelecimento de origem;”

legislação: 7. O que se quer dizer é que o princípio da não-cumulatividade do imposto atua


a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas estritamente no eixo das operações relativas à circulação de mercadorias, isto é,
operações ou prestações seguintes; abatendo-se do imposto devido, em cada operação relativa à circulação de mercadorias,
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; (g.n.) (...)”. o imposto cobrado nas operações anteriores (artigo 19 da Lei Complementar nº 87/96
e suas alterações).
5. Do texto constitucional depreende-se que, como regra geral, o crédito do imposto
condiciona-se a que a operação ou prestação subsequente seja tributada pelo ICMS.
8. Em outras palavras, salvo disposição em contrário, para que haja o direito de crédito
Preceitua, também, que a não-incidência da operação acarreta a anulação do crédito
do ICMS, deve haver uma posterior saída de mercadoria ou serviço no campo de
relativo às operações anteriores.
incidência do imposto e essa saída deve ser tributada, o que não ocorre com relação
a mercadorias/bens com saídas em comodato (empréstimo).

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9. Sendo assim, desde a cessão em comodato dos bens do ativo imobilizado da 12. Informamos que a transferência integral de estabelecimento, ou seja, aquela no
empresa posteriormente incorporada, o crédito já não era mais admissível. (...)”. qual o estabelecimento incorporado permanecerá desenvolvendo as suas atividades
no mesmo local, com os mesmos ativos, os mesmos estoques, etc., é hipótese de
7. A presente consulta questiona, em suma, se a Consulente “pode transferir o saldo transferência de titularidade de estabelecimento, conforme prevê o inciso VI do artigo
credor do ICMS sobre ativo permanente da incorporada, e continuar controlando e 3º, da Lei Complementar nº 87/1996.
lançando o crédito em sua escrita fiscal”, ou seja, a mesma pergunta formulada na
consulta 16642/2017, e já devidamente respondida. Nesse sentido, recomenda-se a 13. Sendo assim o caso, a mudança de titularidade deve ser comunicada à Secretaria da
leitura dessa resposta, com especial atenção aos itens 2, 3, 8 e 9. Fazenda, conforme determina o inciso I e parágrafo único do artigo 25 do RICMS/2000
e, em virtude dos procedimentos decorrentes do sistema de cadastro sincronizado
8. Não obstante, entendemos ser cabível a apresentação do entendimento desta de contribuintes da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e da Secretaria da
Consultoria Tributária a respeito dos reflexos que a operação de incorporação de Receita Federal do Brasil, realizados eletronicamente, a alteração da Inscrição Estadual
empresas possa ter sobre o ICMS. Já que esta matéria também parece ser objeto de no correspondente Cadastro de Contribuintes do ICMS (vide artigo 12, incisos I, “c” e “d”,
dúvidas por parte da Consulente. e III, “b”, do Anexo III, da Portaria CAT-92/1998).

9. Prosseguindo, adotaremos como premissa que a situação relatada nesta consulta 14. Desta forma, se o estabelecimento a ser incorporado/adquirido possuir créditos de
é a mesma operação de incorporação descrita na consulta 16642/2017, portanto, em ICMS em sua escrita fiscal, a incorporadora/adquirente terá direito a esses créditos em
relação aos bens em comodato valem as observações feitas na ocasião. sua escrita fiscal, pois os créditos vinculados ao estabelecimento a ser incorporado
devem passar a pertencer ao estabelecimento da incorporadora. Observada, entretanto,
11. Para a legislação do ICMS, não importa o modelo comercial adotado para a situação apresentada e respondida na Consulta Tributária 16642/2017, especialmente
a reestruturação da sociedade (cisão, fusão, incorporação, etc.), mas sim o que os itens 1, 2, 3, 8 e 9.
acontece de fato com o estabelecimento.

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15. Todavia, como o estabelecimento incorporado terá um novo número de 17. Por fim, esclarecemos que a este Órgão Consultivo compete a interpretação da
inscrição estadual, para que tais créditos possam ser devidamente transferidos, legislação tributária deste Estado, nos termos do artigo 57, inciso I, do Decreto
em razão da vedação prevista no artigo 69, inciso II, do RICMS/2000, Estadual nº 60.812/2014, cabendo à área executiva da administração tributária a
entendemos que a Consulente deverá obter orientação junto ao Posto Fiscal análise de cada caso concreto e a respectiva orientação quanto aos procedimentos
de sua vinculação quanto aos procedimentos a serem observados (conforme a serem adotados quando inexiste previsão legal. Assim, no que diz respeito
previsto no §2º do artigo 15 do RICMS/2000, “entende-se como autônomo cada à operacionalização do aproveitamento de saldo credor pela incorporadora,
estabelecimento do mesmo titular, ainda que simples depósito”), relativamente a Consulente deve seguir a orientação dada pelo Posto Fiscal de vinculação do
à transferência dos créditos existentes na escrita fiscal do estabelecimento estabelecimento incorporado. Persistindo dúvida, a Consulente poderá enviar
incorporado para a escrita fiscal do novo titular. ofício ao Posto Fiscal expondo seus questionamentos. Nesse sentido, esclarecemos
que, de acordo com o artigo 43, inciso II, do Decreto Estadual nº 60.812/2014,
16. Sugere-se, por cautela, que não sejam encerradas as atividades do compete ao Posto Fiscal atender e orientar os contribuintes de sua vinculação.
estabelecimento incorporado antes de obter a orientação necessária quanto
aos créditos na escrita fiscal, considerando o disposto no inciso II do artigo 69
A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos
do RICMS/2000 (“ressalvadas disposições em contrário, é vedada a restituição
ou a autorização para aproveitamento de saldo de crédito existente na data do termos da legislação vigente. Deve-se atentar para eventuais
encerramento das atividades de qualquer estabelecimento”). alterações da legislação tributária.

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Fusão
No que se refere aos procedimentos a serem adotados para fusão de sociedades,
primeiro, a deliberação das sociedades a serem fusionadas:

No caso da fusão, diferentemente do que ocorre na incorporação, ocorre a extinção


• No caso de sociedade anônima, caso aprove o protocolo de fusão, deverá nomear
das sociedades. Isto é, elas se unem para formar uma sociedade nova, que assume os
os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades;
direitos e obrigações.

• No caso das demais sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato
A seguir, transcrevemos o conceito previsto na legislação:
constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital
 Art. 18 Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades, de social, deverá nomear os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.
tipos jurídicos iguais ou diferentes, constituindo nova sociedade que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações, deliberada na forma prevista Nesse contexto, após a apresentação dos laudos dos peritos, os administradores
para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. devem convocam uma reunião ou assembleia, conforme o caso, para que os sócios
ou acionistas tomem conhecimento e decidam sobre a constituição definitiva da nova
Parágrafo Único. A constituição e registro da nova sociedade deverá sociedade.
obedecer as normas reguladoras aplicáveis ao tipo jurídico adotado.
Assim como na incorporação, o procedimento da operação de fusão de sociedades que
tenham sede em outra unidade da federação, exige o arquivamento de atos na Junta
Comercial, tanto na sede das fusionadas, quanto na sede da nova sociedade.

Por último, é importante mencionar que as Juntas Comerciais informam sobre os


registros de fusão efetuados ao Diretos do departamento de registro empresarial e
integração (DREI), pois cabe a ele comunicar o fato ao CADE (órgão responsável pela
Defesa da Concorrência) para avaliar se a operação constitui ou não infração da ordem
econômica.

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Cisão
Seguindo regras parecidas das demais operações, no caso de as sociedades envolvidas
na operação de cisão ter sede em outras unidades da federação, deverão arquivar nas
respectivas Juntas Comerciais os seguintes atos:
Ocorre a cisão de empresas quando uma companhia transfere parcelas do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas para esse fim. A
operação de cisão pode ser parcial ou total, conforme se verifica no conceito transcrito
previsto na legislação:

Art. 24 A cisão é o processo pelo qual a sociedade, por deliberação


tomada na forma prevista para alteração do estatuto ou contrato social,
transfere todo ou parcela do seu patrimônio para sociedades existentes
ou constituídas para este fim, com a extinção da sociedade cindida, se
a versão for total, ou redução do capital, se parcial.

Parágrafo Único. Quando em decorrência da cisão, houver constituição


e registro de nova sociedade, deverão ser observadas as normas
reguladoras aplicáveis ao tipo jurídico adotado.

Ou seja, em resumo, a cisão parcial é quando apenas uma parte do patrimônio da


empresa é transferido para uma ou mais sociedades. Nessa modalidade de cisão,
a empresa continua existindo.

Já, a cisão total é quando todo o patrimônio de uma empresa é transferido para outra
ou outras sociedades e, portanto, a empresa é extinta.

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Cisão
Relato
1. A Consulente, cuja atividade principal, segundo a Classificação Nacional de

Pontos de atenção Atividades Econômicas – CNAE, é 71.12-0/00, é prestadora de serviços de engenharia,


reitera questionamentos encaminhados na Consulta 20457/2019, bem como apresenta
Considerando a relevância do tema, bem como sabendo que existem muitas novos questionamentos, especificamente sobre:
dificuldades para as empresas operacionalizarem e estruturarem a efetividade da
operação de cisão parcial, trouxemos alguns esclarecimentos da Secretaria de Fazenda 1.1. O direito à transferência das parcelas remanescentes dos créditos do ativo
do Estado de São Paulo. imobilizado registradas no CIAP; e

Deve estar claro que, por se tratar de uma orientação tributária, pode haver 1.2. O CFOP a ser indicado na Nota Fiscal de movimentação do estoque e dos ativos
divergências de entendimentos, mas, de toda forma, os esclarecimentos da fiscalização e demais formalidades que devem constar nos referidos documentos fiscais.
podem servir de norte ao contribuinte.
Interpretação
Cisão Parcial 2. Conforme exposto na referida Resposta à Consulta 20457/2019, a situação em
Saída de bens do ativo imobilizado – Resposta à Consulta nº 20741/2019 estudo (cisão parcial de estabelecimento) não se trata de transferência integral do
estabelecimento nos termos do artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar nº 87/1996, de
modo que lhe devem ser aplicadas as consequências jurídico-tributárias que lhes são
Ementa
próprias. 
ICMS – Reestruturação de empresa – Cisão parcial de estabelecimento
seguido de incorporação por empresa terceira – Ativo imobilizado. 3. Como visto naquela Resposta, em resumo, o estabelecimento cindido não sucede
a escrita fiscal do estabelecimento cindendo, sendo que a saída dos bens do ativo
imobilizado deve ser objeto de emissão de Notas Fiscais, contudo, sem destaque do
I. As saídas dos bens do ativo imobilizado deverão ser objeto de emissão imposto, por se tratar de operações não sujeitas à incidência do ICMS (artigo 7º, inciso
XIV, do RICMS/2000). Ademais, recomendou-se à Consulente observar as regras de
de Notas Fiscais, nas quais se consignará tratar-se de operações não vedação e estorno de crédito (artigos 66 e 67 do RICMS/2000).
sujeitas à incidência do ICMS (artigo 7º, inciso XIV, do RICMS/2000), cabendo
à Consulente, ainda, observar as regras de vedação e estorno de crédito
(artigos 66 e 67 do RICMS/2000).

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5. No entanto, por se tratar de estabelecimentos interdependentes (inciso II e § 1º Cisão Parcial
do artigo 73 do RICMS/2000), caso haja saldo credor decorrente de ativo imobilizado, Saída dos itens de estoque do estabelecimento cindido para o estabelecimento
poderá ser transferido ao novo estabelecimento, nos termos do inciso III do artigo cindendo – Resposta à Consulta nº 20457/2019
70 do RICMS/2000, na redação dada pelo Decreto nº 56.133/2010, mediante prévia
autorização da Secretaria da Fazenda, conforme artigos 70, § 1º, “1” e “7”, e § 2º, do Ementa
regulamento. ICMS – Reestruturação de empresa – Cisão parcial de estabelecimento
- Emissão de Nota Fiscal.
6. Por fim, em relação ao CFOP a ser consignado em Nota Fiscal, esse questionamento
foi devidamente respondido na Resposta à Consulta 20457/2019, restando-o I. A versão parcial do estoque do estabelecimento cindido em favor do estabelecimento
prejudicado. cindendo caracteriza fato gerador do ICMS e não está abrangido pela não incidência do
artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar nº 87/1996.
7. Com isso, dá-se por respondidos os questionamentos apresentados.
II. Deve ser emitida Nota Fiscal referente à transmissão de propriedade em virtude da

A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente versão parcial de estoque, antes de iniciada a respectiva saída (artigo 125, inciso I, do
RICMS/2000), devendo ser consignado o CFOP, conforme o tipo de mercadoria ou bem
nos termos da legislação vigente. Deve-se atentar para
transferido, bem como a norma tributária aplicável ao produto ou à operação (inclusive
eventuais alterações da legislação tributária. quanto eventual aplicação da sistemática do regime jurídico de substituição tributária).

III. Em regra, a base de cálculo do imposto na saída de mercadorias ou bens é o valor


da operação – valor do negócio / preço ajustado (artigo 37, inciso I, combinado com
o §1º, do RICMS/2000). A depender da situação fática, na eventual falta do valor da
operação, deverão ser observadas as disposições do artigo 38 do RICMS/2000.

IV. Também deverão ser objeto de emissão de Notas Fiscais, as saídas dos bens do ativo
imobilizado, nas quais se consignará tratar-se de operações não sujeitas à incidência
do ICMS (artigo 7º, inciso XIV, do RICMS/2000).

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Relato 3.3. Além disso, destaca que, não haverá mudança física das mercadorias e dos bens
1. A Consulente, cuja atividade principal, segundo a Classificação Nacional de vinculados ao novo CNPJ, ocorrendo alteração nominal do endereço da filial da
Atividades Econômicas – CNAE, é 71.12-0/00, é prestadora de serviços de engenharia, Consulente que permanecerá com a atividade de PG.
apresenta dúvidas concernentes à reestruturação societária que pretende realizar
por meio de operação de drop-down, na qual o estabelecimento em referência será 4. Prosseguindo, expõe os seguintes pontos em relação às implicações da
parcialmente cindido e transferido para nova empresa. reestruturação por meio de operação de drop-down:

2. Nesse contexto, informa que está organizada de forma a atender vasta gama de 4.1. Entende que o saldo credor do ICMS do estabelecimento referente às atividades
setores de tecnologia, segregando internamente as suas atividades mercantis em de IA e RM será sucedido pelo novo estabelecimento de titularidade da nova empresa.
quatro segmentos: (i) eletrificação (EP); (ii) automação industrial (IA); (iii) motores A argumentação da Consulente se apoia nas Respostas às Consultas n° 01195/2013
elétricos e robôs (RM); e (iv) redes de alta tensão (PG), sendo que a filial diretamente e n° 19642/2019, no inciso VI do artigo 3º da Lei Complementar 87/1996, no Processo
envolvida na operação de drop-down, objeto da presente Consulta, exerce as Administrativo n° 4.046.273-0, e no artigo 232 do Regulamento do ICMS – RICMS/2000.
atividades PG, IA e RM.
4.2. A Consulente é detentora de dois Regimes Especiais relacionados com operações
3. Diante da reestruturação, a referida filial permanecerá com a atividade PG, de importação envolvendo diferimento e suspensão do ICMS. Ocorre que, por vezes,
alocada no CNPJ atual da Consulente. Por outro lado, será constituída nova pessoa as mercadorias importadas sob o amparo desses regimes especiais demoram a ser
jurídica, cujo capital será integralizado com os ativos e passivos vinculados às vendidas.
atividades de IA e de RM.
4.2.1. Dessa forma, poderá se apresentar a situação em que mercadorias importadas
3.1. A Consulente ressalta a segregação das atividades existentes na sua organização, anteriormente à reestruturação não sejam comercializadas pela detentora do regime
abrangendo o nível contábil e o saldo credor de ICMS. especial.

3.2. Expõe que com a reestruturação, a atividade de PG ficará vinculada ao CNPJ 4.2.2. Entende que as mercadorias importadas nessas condições, estão sujeitas aos
da Consulente e as atividades de IA e RM, ao CNPJ a ser criado, mantendo o seu benefícios dos respectivos regimes especiais, mesmo após a reestruturação.
funcionamento normal.

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4.3. A Consulente expõe que realiza operações que são continuadas ao longo do 5.2. Está correta a interpretação da Consulente acerca da possibilidade de transferência do
tempo, tais como: (i) remessa para reparo (CFOPs 5915, 6915, 5916 e 6916); (ii) remessa saldo credor de ICMS relativo às operações de IA e RM, juntamente com os respectivos direitos
para armazenagem (CFOPs 5905/6905 e 5906/6906); (iii) industrialização por conta e e obrigações, para a nova empresa?
ordem (CFOPs 5924/6924, 5923, 6923, 5925 e 6925); (iv) faturamento antecipado (CFOPs
5922, 6922, 5116, 6116, 5117 e 6117); e (v) emissão de Nota Fiscal complementar (CFOP 5.2.1. Em caso de resposta positiva ao questionamento anterior 5.2, está correto o
de acordo com a Nota Fiscal originária). entendimento da Consulente de que a transferência dos livros fiscais à nova empresa já seria
suficiente para o transporte do saldo credor de ICMS?
4.3.1. Observa que essas operações podem não estar finalizadas por ocasião
da reestruturação, entende que essas operações poderão ser concluídas pela 5.2.2. Em caso de negativa a resposta ao questionamento anterior 5.2.1, haveria procedimento
empresa sucessora, que deverá descrever a situação no campo de informações específico quanto à escrituração do referido saldo credor?
complementares da Nota Fiscal emitidas para albergar essas operações.
5.3. Está correta a interpretação da Consulente de que a nova empresa poderá concluir as
4.3.2. Em relação a essa situação, lança mão da Resposta à Consulta n° 14855/2017. operações iniciadas pela Consulente, anteriormente e durante a reestruturação societária,
mediante documento fiscal emitido pela nova empresa o qual em conformidade com a
4.4. Ainda, com relação à aquisição de mercadorias, a Consulente presume a legislação vigente referenciando em campo devido do xml (se for o caso) da Nota Fiscal
possibilidade de fornecedores emitirem Nota Fiscal com dados de destinatário da emitida pela Consulente?
Consulente, porém a entrega ocorrer após a concretização da reestruturação.
5.3.1. Em caso de positiva a resposta ao questionamento anterior 5.3, está correto o
4.4.1. Entende que será possível o recebimento pela nova empresa das mercadorias entendimento da Consulente quanto à obrigatoriedade de fazer constar as informações
acompanhadas de documento fiscal emitido em nome da empresa original. relativas à reestruturação societárias nas informações complementares do documento fiscal?

5. Isso posto, indaga: 5.3.2. Há a possibilidade do recebimento, pelo estabelecimento cindendo, de mercadorias
relativas às atividades de IA e RM, acompanhadas de nota fiscal que tenha como destinatário
5.1. Diante da situação de reestruturação societária, é necessária a emissão de Nota o CNPJ da empresa original pela operação de drop-down, haja vista que os fornecedores/
Fiscal para movimentação de estoque e ativos destinados ao novo CNPJ? clientes na falta de conhecimento da alteração societária podem emitir Nota Fiscal que tenha
como destinatário o CNPJ que não detém mais as referidas atividades?

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Interpretação 9. Assim, ressalta-se que, para a legislação do ICMS, o que importa não é se a
6. Preliminarmente, destaca-se que, para a elaboração da presente resposta, parte- empresa sofreu uma reorganização (cisão, fusão, etc.), total ou parcial, mas sim se o
se do pressuposto que de fato e de direito não houve alteração física do endereço estabelecimento, como unidade autônoma que é, foi transferido na sua integralidade ou
do estabelecimento, de modo que o estabelecimento cindido se localiza no mesmo apenas sofreu o destaque de determinada parcela. Ou seja, o que importa para a definição
espaço físico que antes se situava o estabelecimento original (conforme relatado da disciplina jurídica-tributária aplicável é o que acontece de fato com o estabelecimento
no subitem 3.3). Assim, apenas houve alteração nominal do endereço para adaptá- enquanto unidade autônoma.
lo à situação atual, isso é, o fato de no espaço físico em que antes se situava o
estabelecimento original, agora, encontram-se dois, cindido e cindendo. 10. No caso relatado pela Consulente, depreende-se que se tem uma operação de cisão
do próprio estabelecimento, na qual parte dos ativos e estoques (relativos às atividades
7. Isso posto, convém, de plano, esclarecer que, em regra, os negócios jurídicos de IA e de RM) estabelecimento da Consulente será vertido em favor de terceira empresa
que envolvem transformação na natureza e na forma de sociedades não estão (nova empresa), ainda que do mesmo grupo econômico. Em outras palavras, ocorre
diretamente afetos às questões tributárias pertinentes ao ICMS, pois cuidam de a saída das mercadorias e bens do ativo que são apartados (saídos, retirados) do
questões civis, ligadas ao patrimônio social e não à circulação de mercadorias. Isso estabelecimento original (filial da Consulente) para ingressarem (serem admitidos) em
não significa, contudo, que em todas as situações em que o patrimônio, integral ou outro estabelecimento (da nova empresa).
parcialmente, passa de uma para outra empresa, nova ou preexistente, não haja
situação que configure hipótese de incidência do imposto estadual sobre circulação 11. Nesse sentido, reitera-se que a não incidência do ICMS abrange apenas as operações de
de mercadorias. qualquer natureza de que decorra a transferência integral do estabelecimento, conforme
artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar nº 87/1996, o que não ocorre no caso em tela.
8. Desse modo, apesar de a reorganização societária (por incorporação, fusão ou Registre-se, ainda, não ser aplicável à situação ora tratada, as disposições do artigo 232
cisão, ou outras), assim como a alteração de titularidade, ser situação fora do do Regulamento do ICMS (RICMS/2000), não sendo possível à nova empresa transferir
alcance da incidência do ICMS, o mesmo não pode, necessariamente, ser dito dos para o seu nome os livros fiscais em uso pelo estabelecimento da empresa conferente
bens e mercadorias envolvidos nessas transações negociais que, conforme o caso, (Consulente), cabendo a esta última fazer os lançamentos nos respectivos livros, referentes
podem ou não ser alcançados pela incidência do tributo estadual. às mercadorias e demais bens apartados, conservando-os pelo período legal.

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12. Vale ressaltar que os simples registros em contas patrimoniais, mesmo que 14. As saídas dos bens do ativo imobilizado deverão ser objeto de emissão de Notas
embasados por contratos escritos de qualquer natureza, não têm o condão de Fiscais, nas quais se consignará tratar-se de operações não sujeitas à incidência do ICMS
transmitir direitos ou obrigações tributárias, pois estes devem ser apurados por meio (artigo 7º, inciso XIV, do RICMS/2000), cabendo à Consulente, ainda, observar as regras de
de escrituração fiscal, na forma prevista pelos artigos 213 e seguintes do RICMS/2000. vedação e estorno de crédito (artigos 66 e 67 do RICMS/2000).

13. Assim, no caso específico relatado pela Consulente, as mercadorias, apartadas 15. No que se refere ao CFOP a Consulente deverá observar o tipo de mercadoria ou
do patrimônio de seu estabelecimento em favor do outro estabelecimento, devem insumo apartado, bem como a norma tributária aplicável ao produto, ou à operação
ser objeto de emissão de Notas Fiscais referentes à respectiva saída (art. 125, I, do (inclusive quanto à sistemática do regime jurídico de substituição tributária) para a
RICMS/2000), com o destaque do imposto quando devido. Esses documentos deverão correta codificação, observados os códigos fiscais estabelecidos na Tabela I ´”saídas” – do
ser lançados no livro Registro de Saídas e comporão os lançamentos do Livro RICMS/2000; adicionalmente poderá mencionar no campo Informações Complementares
Registro de Apuração do ICMS (RAICMS) – artigos 215 e 223 do RICMS/2000. que se trata de operação de transferência de propriedade em virtude de cisão.

13.1. Nesse ponto, esclareça-se que, em regra, a base de cálculo do imposto na saída 16. Cabe ressaltar que na medida em que a operação de transferência não ocorre
de mercadorias ou bens é o valor da operação – valor do negócio / preço ajustado conforme o disposto no artigo 3º, inciso VI, da Lei Complementar nº 87/1996, ou seja,
(artigo 37, inciso I, combinado com o §1º, do RICMS/2000). Ademais, a depender da o estabelecimento não é transferido em sua integralidade, não há possibilidade de se
situação fática, na eventual falta do valor da operação, a Consulente deverá observar transferir o saldo credor de ICMS para o estabelecimento cindendo (questão do subitem
as disposições do artigo 38 do RICMS/2000. 5.2). Diante do teor da resposta ao subitem 5.2, perdem efeito as questões referentes aos
subitens 5.2.1 e 5.2.2.
13.2. Por sua vez, em contrapartida, esses documentos fiscais serão lançados no livro
Registro de Entradas do estabelecimento destinatário, permitindo que o imposto ali 17. Em relação ao questionamento do subitem 5.3, englobando as operações relacionadas
destacado possa ser aproveitado a título de crédito para fim de apuração do ICMS. no subitem 4.3, as quais se caracterizam pela continuidade, deve ser observado que a
escrita fiscal do estabelecimento filial da Consulente (estabelecimento cindido) não foi
transferida ao estabelecimento cindendo (sob titularidade da nova empresa). Dessa forma,
deve haver continuidade do estabelecimento cindido e as referidas operações devem ser
finalizadas por este estabelecimento. Por sua vez, considerando a resposta do quesito 5.3,
a questão 5.3.1 fica sem efeitos.

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17.1. Note-se, inclusive, que a legislação estadual do imposto determina que a Nota 18.1. Nesse sentido, não cabe a este órgão consultivo manifestar-se sobre a utilização de
Fiscal emitida na saída de mercadorias, fato gerador do imposto, contenha os dados regime especial diante de reestruturação de estabelecimento detentor de Regime Especial.
do destinatário dessas mercadorias (artigo 127 do RICMS/2000). Assim, por óbvio, Isso decorre do fato de que tais regimes são baseados em necessidades específicas
o estabelecimento cindendo não poderá receber mercadorias remetidas por outro das operações do contribuinte solicitante, e visam à adoção de procedimentos não
contribuinte e destinadas ao estabelecimento cindido. Nessa hipótese, a mercadoria previstos na legislação ordinária do imposto, de modo a facilitar o cumprimento de suas
não poderá ser recebida e o remetente deverá emitir novo documento fiscal com obrigações fiscais, sendo sempre necessária a análise quanto à adequação das operações
os dados próprios da operação realizada, inclusive com o a indicação correta do do contribuinte ao Regime Especial, atividade também atribuída à Subcoordenadoria de
estabelecimento destinatário, nos termos previstos na legislação. Fiscalização, Cobrança, Arrecadação, Inteligência de Dados e Atendimento e que escapa à
competência deste órgão consultivo.
17.2. Cumpre observar que a situação exposta na Resposta à Consulta n° 14855/2017
difere da apresentada nesta Consulta, uma vez que naquela ocorre transferência 18.2. Sendo assim, a situação descrita pela Consulente em relação aos Regimes Especiais
integral do estabelecimento, enquanto que nesta, ocorre o seccionamento do deve ser submetida ao Posto Fiscal ao qual estão vinculadas as atividades da Consulente,
estabelecimento, sendo transferidos parte dos bens e parte dos estoques (IA e RM), por meio de solicitação dirigida à Subcoordenadoria de Fiscalização, Cobrança,
portanto não podem ser aplicadas as mesmas regras da citada Resposta à Consulta. Arrecadação, Inteligência de Dados e Atendimento, à qual se subordina a Assistência
Fiscal, dotada de atribuição para analisar, e definir os procedimentos especiais relativos
18. Embora não tenha sido expressamente questionado, mas como foi mencionado às obrigações tributárias, conforme dispõe o inciso XI, do artigo 57, do Decreto 64.152, de 22
que a Consulente é detentora de Regimes Especiais, cabe informar que, nos termos de março de 2019.
dos artigos 479-A e seguintes do RICMS/2000, bem como da Portaria CAT-43/2007, a
apreciação e a aprovação do pedido de regime especial, bem como a sua concessão, 19. Com isso, consideramos respondidos os questionamentos efetuados pela Consulente.
segundo a conveniência e oportunidade, é atribuição exclusiva da Subcoordenadoria
de Fiscalização, Cobrança, Arrecadação, Inteligência de Dados e Atendimento.
A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos
da legislação vigente. Deve-se atentar para eventuais alterações da
legislação tributária.

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Cisão Parcial Relato
Retorno das mercadorias enviadas anteriormente para industrialização – 1. A Consulente, que exerce a atividade principal de “fabricação de peças e acessórios para
Procedimento – Resposta à Consulta nº 20661/2019 o sistema de direção e suspensão de veículos automotores” (CNAE 29.44-1/00), apresenta
dúvidas sobre os procedimentos a serem adotados após cisão parcial que ocorrerá em
Ementa 01/12/2019, no que se refere ao retorno de produtos enviados para industrialização (cujo
ICMS – Cisão parcial de estabelecimento – Nota Fiscal – Devolução de mercadorias – retorno informa demorar dias ou semanas), bem como à devolução de mercadorias.
Retorno de produtos enviados para industrialização.
2. Nesse contexto, informa que fabrica amortecedores de suspensão e escapamentos
I. Após o processo de cisão parcial do estabelecimento, as mercadorias veiculares com planta industrial (prédios e produção) segregada para cada produto.
devem ser devolvidas ao estabelecimento que originalmente emitiu Acrescenta que, após a cisão parcial, haverá a separação dos negócios (amortecedores e
a Nota Fiscal de venda. escapamentos), sem movimentação física (uma vez que ambas as produções, estoques e
administração já se encontram segregadas), resultando em dois CNPJs e duas Inscrições
II. As mercadorias remetidas para industrialização que retornarem Estaduais distintas, uma para cada negócio, sendo que o CNPJ atual permanecerá
posteriormente à cisão parcial do estabelecimento também devem no negócio de amortecedores e o novo CNPJ aberto será dedicado ao negócio de
ser devolvidas ao estabelecimento que originalmente os enviou para escapamentos.
industrialização, havendo a possibilidade, nesse caso, de aplicação do
artigo 408 do RICMS/2000 (industrialização por conta e ordem do autor 3. A Consulente pergunta, então, como proceder em relação ao retorno de produtos
da encomenda). remetidos para industrialização e produtos devolvidos pelos adquirentes, remetidos pelo
estabelecimento cindido antes do processo de cisão, e que, após a cisão, pertencerão ao
negócio da nova empresa cindenda a ser constituída (escapamentos).

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Interpretação
4. Informe-se inicialmente que esta Consultoria Tributária manifestou-se sobre a
I - o estabelecimento autor da encomenda deverá:
incidência do imposto e sobre a emissão de Nota Fiscal no processo de cisão parcial
ora narrado quando da Resposta à Consulta 19819/2019, também apresentada pela a) emitir Nota Fiscal em nome do titular do estabelecimento adquirente, na
Consulente, motivo pelo qual tais procedimentos não serão novamente tratados na qual, além dos demais requisitos, constarão o nome do titular, o endereço e os
presente resposta. números de inscrição, estadual e no CNPJ, do estabelecimento industrializador
que irá promover a remessa da mercadoria ao adquirente;
5. Isso posto, por haver continuidade da escrita fiscal do estabelecimento cindido,
para que se possa utilizar das disciplinas legais de devolução (artigo 4º, IV, 452 b) efetuar, nessa Nota Fiscal, o destaque do valor do imposto, se devido;
e 454 do RICMS/2000) a mercadoria deve ser devolvida ao estabelecimento que
orginalmente emitiu a Nota Fiscal. c) indicar, ainda, no corpo da Nota Fiscal emitida nos termos da alínea anterior,
o valor do imposto que será calculado sobre a importância das mercadorias
6. No que se refere ao retorno das mercadorias industrializadas posteriormente à empregadas e aproveitado pelo autor da encomenda como crédito, quando
cisão parcial do estabelecimento, registre-se que as mesmas também devem retornar admitido.
ao estabelecimento que originalmente as enviou para industrialização.
§ 1º - O disposto neste artigo aplica-se, também, à remessa feita pelo estabelecimento
industrializador a outro estabelecimento pertencente ao titular do estabelecimento autor
7. Ressalte-se que, nesse último caso (retorno das mercadorias industrializadas
da encomenda.
posteriormente à cisão parcial do estabelecimento), existe a possibilidade de
utilização dos procedimentos previstos no artigo 408 do RICMS/2000:
§ 2º - O estabelecimento industrializador fica dispensado da emissão da Nota Fiscal de
“Artigo 408- Na operação em que, estando os estabelecimentos autor da que trata a alínea “a” do inciso II, desde que:
encomenda e industrializador localizados neste Estado, a remessa dos produtos
for efetuada pelo industrializador, por conta e ordem do autor da encomenda,
diretamente a estabelecimento que os tiver adquirido, observar-se-á o seguinte
(Lei 6.374/89,art. 67, § 1º):

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18
1 - a saída dos produtos com destino ao estabelecimento adquirente 8.2.2. em nome da empresa cindida, autora original da encomenda, com natureza de

seja acompanhada da Nota Fiscal prevista no inciso I; “Retorno Simbólico de Produtos Industrializados por Encomenda”, referenciando os
documentos fiscais: (i) da remessa original para industrialização; e (ii) emitido conforme

2 - no corpo da Nota Fiscal aludida no item anterior, seja mencionada subitem 8.2.1, supra. Deverá ainda mencionar o valor da mercadoria recebida para

a data da efetiva saída da mercadoria com destino ao adquirente; industrialização, o valor das mercadorias empregadas e o valor total cobrado do autor
da encomenda, indicando no campo Informações Complementares da Nota Fiscal o valor

3 - na Nota Fiscal a que se refere a alínea “b” do inciso II, seja do imposto que será calculado sobre a importância das mercadorias empregadas e

mencionada a circunstância de ter sido a remessa da mercadoria ao aproveitado pelo autor da encomenda (empresa cindida) como crédito, quando admitido.

adquirente efetuada com o documento fiscal previsto na alínea “a” do


inciso I, indicando, ainda, os seus dados identificativos.” 9. Salienta-se, porém, que a análise e determinação de procedimentos cabíveis, em face
do caso concreto, é da competência das Delegacias Regionais Tributárias (artigo 53
8. Dessa forma, na operação em comento – retorno de produtos industrializados – do Decreto nº 64.152/2019), a quem cabe promover e gerir o atendimento aos usuários
teremos a emissão dos seguintes documentos fiscais: dos serviços da Secretaria da Fazenda e Planejamento. Portanto, em caso de eventual
inconsistência no sistema que obste a operacionalização da emissão das Notas Fiscais em
8.1. a empresa cindida, autora original da encomenda, deverá emitir Nota Fiscal comento, a Consulente deve seguir a orientação do Posto Fiscal a que estiver vinculada.
à empresa cindenda, com a informação de que a mercadoria será remetida pelo Persistindo dúvida, poderá enviar ofício ao Posto Fiscal expondo seus questionamentos.
estabelecimento industrializador, com destaque do ICMS;

10. Com esses esclarecimentos, consideramos respondidas as dúvidas da Consulente.


8.2. o estabelecimento industrializador deverá emitir as seguintes Notas Fiscais:

A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos


8.2.1. em nome da empresa cindenda, para acompanhar a remessa da mercadoria,
com natureza de “Remessa por Conta e Ordem de Terceiros”, sem destaque do ICMS e da legislação vigente. Deve-se atentar para eventuais alterações da
referenciando a Nota Fiscal do subitem 8.1, acima; legislação tributária.

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Credores anteriores à operação
de incorporação, fusão ou cisão
A respeito das operações, é importante observar que a legislação estabelece que, até noventa
dias após publicados os atos relativos à incorporação, fusão ou cisão, o credor anterior, por ela
prejudicado, poderá promover judicialmente a anulação dos atos.

Portanto, aqui, destacamos a regulamentação e critério jurídico que preservam eventuais credores.

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Obrigações acessórias
Feitas essas considerações gerais, especificamente, em relação aos casos de extinção da
pessoa jurídica, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, o contribuinte deve estar
Escrituração Contábil Digital - ECD atento, pois o prazo da entrega da ECD pela pessoa jurídica extinta, cindida, fusionada,
incorporada e incorporadora, é:
A Escrituração Contábil Digital, conhecida pela sigla ECD, corresponde à obrigação
de transmitir, em versão digital, os seguintes livros: a) se a operação for realizada no período compreendido entre janeiro
a abril, a ECD deve ser entregue até o último dia útil do mês de
• Livro Diário e seus auxiliares, se houver;
maio daquele ano; e

• Livro Razão e seus auxiliares, se houver;


b) se a operação for realizada no período compreendido entre maio
a dezembro, a ECD deve ser entregue até o último dia útil do mês
•L
 ivro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento
subsequente ao do evento.
comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.
No que se refere à geração do arquivo, observado o limite do tamanho (um mês não pode
Nesse contexto, o artigo 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.774/2017, determina
ultrapassar 5 GB - gigabyte), em regra, todos os meses devem estar contidos em um único
que estão obrigadas a apresentar a ECD as pessoas jurídicas e equiparadas
arquivo, ou seja, não deve conter fração de mês.
obrigadas a manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial,
inclusive entidades imunes e isentas. Em regra, devendo ser transmitida até o
último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao ano-calendário a que se refere a
escrituração.

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Entretanto, uma das exceções contidas no Manual de Orientação do Leiaute 8 da Exemplo: Uma empresa iniciou atividades em 15/03/2019. Ocorreu um evento de cisão em
ECD se refere às situações especiais. Isto é, de acordo com a página 8 do Manual, 31/12/2019 e a empresa prosseguiu as atividades (cisão parcial).
para as situações especiais de cisão parcial ou incorporação (se incorporadora)
serão geradas duas escriturações. A seguir transcrevemos os exemplos: Uma escrituração deve ser entregue: de 15/03/2019 até 31/12/2019 (A data limite para a
entrega será o último dia útil do mês de janeiro de 2020). O campo indicador de situação
Exemplo: Uma empresa iniciou atividades em 15/03/2019. Ocorreu
especial do registro 0000 será preenchido com o código “1” (Cisão) e o campo indicador de
um evento de cisão em 28/06/2019 e a empresa prosseguiu as
situação no início do período será preenchido com “1” (Abertura).
atividades (cisão parcial).

Ressalta-se que, no caso de extinção da pessoa jurídica, a escrituração abrange do início


Duas escriturações devem ser entregues.
do ano-calendário ou quando o contribuinte iniciou suas atividades (desde que no próprio
ano-calendário) até a data da situação especial, conforme exemplo do Manual:
Escrituração 1: De 15/03/2019 até 28/06/2019 (A data limite para a
entrega será o último dia útil do mês de julho de 2019). O campo
Exemplo: Uma empresa iniciou atividades em 15/03/2019. Ocorreu um evento de fusão em
indicador de situação especial do registro 0000 será preenchido
28/06/2019.
com o código “1” (Cisão) e o campo indicador de situação no início
do período será preenchido com “1” (Abertura).
Uma escrituração deve ser entregue: de 15/03/2019 até 28/06/2019 (A data limite para a
entrega será o último dia útil do mês de julho de 2019). O campo indicador de situação
Escrituração 2: De 29/06/2019 a 31/12/2019 (A data limite para a
especial do registro 0000 será preenchido com o código “2” (Fusão) e o campo indicador
entrega será o último dia útil do mês de maio de 2020). O campo
de situação no início do período será preenchido com “1” (Abertura).
indicador de situação especial do registro 0000 não será preenchido
(deixar em branco) e o campo indicador de situação no início do
período será preenchido com “2” (Resultante de cisão).

OBS.: A exceção, para esses casos (cisão parcial ou incorporação, quando é


incorporadora), ocorre se a data da situação especial ocorrer no último dia do
ano. Nesse caso, será gerada apenas uma escrituração.

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Além deste ponto levantado, analisando o Manual de Orientação do Leiaute 6 da ECF,
Escrituração Contábil Fiscal – ECF
gostaríamos de destacar as seguintes orientações as quais entendemos ser interessantes:
A Escrituração Contábil Fiscal, chamada apenas pela sigla ECF, foi criada com o
intuito de substituir a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa 1) Em relação à entrega, considerando a existência de apenas uma situação especial ou
Jurídica (DIPJ). Por isso, a partir do ano-calendário de 2014, regra geral, todas as evento no ano, destacamos:
pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, devem apresentar a ECF de forma
centralizada pela matriz. Entre as empresas dispensadas da entrega, destacamos • Incorporação (incorporada) - Uma única ECF com data final igual a data da
as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e situação especial.
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional). • Incorporação (incorporadora) - Duas ECF, sendo uma com data final igual
a data da situação especial e outra com data inicial igual a data imediatamente
Posto isto, a ECF é uma obrigação transmitida anualmente ao Sistema Público de posterior à situação especial. Obs: indicador de início do período deve ser
Escrituração Digital, em regra, até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte igual a 2 (resultante de cisão/fusão ou remanescente de cisão, ou realizou
ao ano-calendário a que se refira. incorporação). O campo situação especial deve ser preenchido com “0” (Normal).

Após essas considerações iniciais, retomando o foco deste trabalho, passamos aos • Fusão - Uma única ECF com data final igual a data da situação especial.
apontamos relativos aos casos de incorporação, fusão e cisão.
• Cisão total - Uma única ECF com data final igual a data da situação especial.
Um ponto bastante importante está previsto na legislação do imposto de renda,
a qual impede que a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão, • Cisão parcial - Duas ECF, sendo uma com data final igual a data da situação
compense prejuízos fiscais da sucedida. Ressalta-se que, em se tratando de cisão especial e outra com data inicial igual a data imediatamente posterior à
parcial, a legislação permite que a pessoa jurídica cindida compense os seus situação especial. Obs: o indicador de início do período deve ser igual a 2
próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio (resultante de cisão/fusão ou remanescente de cisão, ou realizou incorporação).
líquido. O campo situação especial deve ser preenchido com “0” (Normal)

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2) Pessoas jurídicas resultantes de cisão/fusão ou remanescentes de cisão, ou que 3) Registro Y660: Dados de Sucessoras – o qual deve ser preenchido pela pessoa jurídica
realizaram incorporação devem observar o seguinte preenchimento dos campos que está obrigada a entregar a ECF relativa às operações de incorporação, fusão e
6, 7, 8 e 9 do registro 0000, caso não ocorra outra situação especial no período: cisão, quando 0000.SIT_ESPECIAL for informado, com dados de sucessora(s).

• Campo 6 (Indicador do Início do Período):


2 = Resultante de cisão/fusão ou remanescente de cisão, ou
realizou incorporação (para que o sistema aceite uma data de
início diferente de 01/01).

• Campo 7 (Indicador de Situação Especial):


0 = Normal – sem ocorrência de situação especial ou evento (para
que o sistema aceita a data final em 31/12).

• Campo 8 (Patrimônio remanescente em caso de cisão):


< em branco>, pois essa informação iria no primeiro arquivo
enviado (até a data da cisão).

• Campo 9 (Data da situação especial):


< em branco>, pois não há situação especial no período (a situação
especial ocorreu no período anterior).

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EFD ICMS/IPI 1.16.4 -
Fizemos uma cisão de um estabelecimento industrial, no qual temos saldo credor de IPI.
A Escrituração Fiscal Digital do ICMS e do IPI, também chamada de EFD ICMS/IPI, se Qual é o procedimento da transferência desse crédito para o estabelecimento industrial
refere ao conjunto de escriturações de documentos fiscais e outras informações, resultante da cisão na EFD-ICMS-IPI? Há algum procedimento a ser feito por meio de PER/
bem como registros de apuração dos impostos abrangidos, de acordo com as DCOMP? Como escriturar a transferência de crédito na EFD ICMS-IPI?
operações e prestações praticadas pelo contribuinte de interesse dos Estados, do
Distrito Federal e da Receita Federal. Cabe ao estabelecimento avaliar se os produtos e/ou insumos saíram ou não do
estabelecimento físico atual para o novo (resultante da cisão). Se saíram, ocorreu o fato
Por se tratar de uma entrega vinculada às operações realizadas pelo gerador do IPI (neste caso, há emissão de NFe). Caso contrário, não ocorreu o fato gerador
estabelecimento, ao abordarmos as operações de incorporação, fusão e cisão na do IPI (neste caso, não há emissão de NFe para validar o crédito do IPI que é sucedido de
EFD ICMS/IPI, entendemos que é mais interessante transcrever as duas orientações uma empresa para a nova). Cabe ainda ao estabelecimento analisar o contrato/estatuto
contidas no “Perguntas e Respostas”, disponível no Portal do Sped, a respeito da de cisão para avaliar qual é a destinação dos itens (insumos e produtos) existentes. Se, de
transferência de crédito, nos casos de cisão e fusão, respectivamente: fato, uma empresa é a sucessora de determinado estabelecimento, ela sucede o mesmo
nas obrigações, dentre elas a escrituração dos livros fiscais do estabelecimento anterior,
assumindo a responsabilidade tributária e, em se tratando de IPI, observando o princípio
da autonomia do estabelecimento. Após a avaliação correta da destinação dos itens pelo
estabelecimento industrial, na EFD-ICMS/IPI o saldo credor do IPI do estabelecimento
cindido será o saldo credor inicial do novo estabelecimento industrial resultante da cisão,
informação que não deverá ser informada no PER. Importante ressaltar que esta resposta
é exclusiva para o IPI, não se aplicando, pois, esses procedimentos ao ICMS.

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1.16.5 - Notem que as duas respostas estão vinculadas aos lançamentos dos créditos do IPI. Ou
Foi realizada a fusão de um estabelecimento industrial, no qual há saldo final seja, elas não abrangem, contemplam ou até mesmo possibilitam o crédito direto do
credor de IPI. Como escriturar a transferência de crédito na EFD ICMS-IPI? ICMS. Isso ocorre porque a resposta foi efetuada pela Receita Federal, a qual não tem
competência de abordar o ICMS, que é um imposto de competência estadual.
Se os insumos/produtos não saíram do estabelecimento físico atual para um
novo, não há ocorrência do fato gerador do IPI. Assim, não há emissão de NF- Existem diversas dúvidas dos contribuintes a respeito de escrituração e lançamento de
e, se os produtos permaneceram no mesmo local que estavam. Tampouco é créditos, valores e procedimentos operacionais do ICMS, nos casos de incorporação, fusão
necessário emitir NF para validar o crédito de IPI. Cabe ainda ao estabelecimento e cisão, conforme já exemplificamos nas Respostas à Consulta da Sefaz de São Paulo
analisar a alteração contratual ou estatutária para avaliar qual é a destinação transcritas anteriormente.
dos itens (insumos e produtos) existentes. Se, de fato, uma empresa é a sucessora
de determinado estabelecimento, ela sucede o mesmo nas obrigações, dentre Neste sentido, em relação aos lançamentos na EFD ICMS/IPI, tendo em vista que se trata
elas a escrituração dos livros fiscais do estabelecimento anterior, assumindo de uma obrigação instituída por todos os Estados e pelo Distrito Federal, o primeiro
a responsabilidade tributária e, em se tratando de IPI, observando o princípio passo é analisar a legislação específica da unidade federada onde o contribuinte se
da autonomia do estabelecimento. No caso de fusão, incorporação ou cisão, encontra, para avaliar se existe disposição a respeito ou não. Caso não haja, por cautela,
havendo mudança de CNPJ e/ou IE, e, após a avaliação correta da destinação é importante que o contribuinte efetue uma consulta formal, pois, assim, evita o risco de
dos itens pelo estabelecimento industrial, na EFD-ICMS/IPI o saldo credor do IPI sofrer autuações.
do estabelecimento anterior será o saldo credor inicial do novo estabelecimento
industrial resultante, informação que não deverá ser informada no PER. Importante
ressaltar que esta resposta é exclusiva para o IPI, não se aplicando, pois, esses
procedimentos ao ICMS.

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Conclusão Fontes:
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20472292/
Por todo exposto, é possível entender a complexidade e a amplitude do tema. Por
do1-2017-03-03-instrucao-normativa-n-35-de-2-de-marco-de-2017-20472281
isso, fizemos questão de trazer algumas informações relevantes para ajudar na
compreensão e nas tomadas de decisões dos escritórios contábeis e das empresas.
https://legislacao.fazenda.sp.gov.br/Paginas/RespostasDeConsultas.aspx?StartDate=2020

http://sped.rfb.gov.br/estatico/0B/7892882B3E2AB8C0BD48B3B1C44D81A1E5F354/Manual_
de_Orienta%c3%a7%c3%a3o_da_ECD_2019_Dezembro_Leiaute_8.pdf

http://sped.rfb.gov.br/estatico/3D/5DC915B470B8B56EDB3CE2AB6ABE1840951C34/Manual_
de_Orienta%c3%a7%c3%a3o_da_ECF_Dezembro_2019.pdf

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm

http://sped.rfb.gov.br/estatico/29/188FDE286BAE1C814AE9FD63171F99D6DA28D4/
Perguntas%20Frequentes%20-%206.3.pdf

Escrito por:
Maíra de Camargo Sant’ Ana
Analista de Legislação Sênior na Wolters Kluwer Brasil

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