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Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Resolução dos casos de reflexões

Tina José António Agostinho

Tete, Setembro de 2022


Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Resolução dos casos de reflexões

Trabalho de Campo da Cadeira de


Direito Constitucional a ser
submetido na Coordenação do Curso
de Licenciatura em Administração
Pública do UniISCED.

Tina José António Agostinho

Tete, Setembro de 2022

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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 4

2. Resolução dos casos de reflexões ................................................................................. 6

2.1. Primeiro caso ............................................................................................................. 6

2.2. Segundo caso ............................................................................................................. 7

3. Conclusão ..................................................................................................................... 9

Bibliografia ..................................................................................................................... 10

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1. Introdução
O presente trabalho de campo da cadeira de Direito Constitucional trata sobre certas
questões práticas (reflexões/estudo de casos) acerca de nacionalidade. No mesmo
encontraremos nacionalidade originária e adquirida. Sendo assim, a nacionalidade é a
condição particular dos habitantes de uma nação. O conceito engloba noções associadas
a factores sociais, espaciais, culturais e políticos. A nacionalidade pode ser analisada de
um ponto de vista sociológico, mas também com base numa ordem jurídico-política.

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2. Resolução dos casos de reflexões

2.1. Primeiro caso


a) Que comentário faz em relação aos dois jovens (John e Carlos), eles podem
ingressar nas fileiras das FADM sem passarem dos Centros de Formação?

Os dois jovens não podem ingressar nas fileiras da FADM sem passarem dos Centros de
Formação. Eles devem passar por Provas de Classificação e Selecção para ingresso as
forças Armadas. Se isso acontecer seria inconstitucional. Portanto, estariam a ferir a Lei
Mãe da Constituição da República. Os cargos administrativos são assumidos por
pessoas que passaram do Serviço Militar Obrigatório, devido ao próprio estatuto dos
membros das FADM.

b) John Wilson pode ter adquirido a nacionalidade moçambicana por estar a


viver em Moçambique há mais de 20 anos?

A luz do artigo 27 da Constituição da República de Moçambique no seu número 2, o


facto de estar a viver em Moçambique a mais de 20 anos, por si só não lhe confere a
nacionalidade moçambicana, mas é um dos requisitos necessário para adquirir a
nacionalidade por naturalização. Logo, pode ter adquirido a nacionalidade por
naturalização pois reúne todos os requisitos estabelecidos por lei, desde que ele tenha
apresentado o pedido de adquirir.

O artigo 27 da CRM preconiza pode ser concedida a nacionalidade moçambicana por


naturalização aos estrangeiros que a data de pedido, reúnem cumulativamente as
seguintes condições:

a) Residam habitual e regularmente há pelo menos dez anos em Moçambique;


b) Sejam maiores de dezoito anos;
c) Conheçam o português ou uma língua moçambicana;
d) Possuam capacidades para reger a sua pessoa e assegurar a sua subsistência;
e) Tenham idoneidade cívica;
f) Preencham os requisitos e ofereçam as garantias fixadas por lei.

Olhando para as condições acima mencionadas, John Wilson pode ter a nacionalidade
moçambicana não só por estar a viver em Moçambique há mais de 20 anos, mas
também por ser maior de dezoito anos e fica evidente que conhece a língua portuguesa

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pois é a língua de instrução no ISCED onde frequentou o seu curso de licenciatura em
Administração Publica.

Portanto, neste contexto em que ele não declare querer a nacionalidade moçambicana.

c) Os dois jovens (John e Carlos) têm requisitos legais para o ingresso nas
fileiras das FADM?

Carlos Andrade tem requisitos legais para ingressar nas fileiras da FADM, desde que
preencha os seguintes requisitos:

 Ser cidadão moçambicano;


 Ter bom conhecimento moral e cívico;
 Ter habilitações literárias exigidas para inscrição no concurso de admissão;
 Possuir a robustez física indispensável ao exercício da profissão militar;
 Ficar aprovado nas provas do concurso de admissão e ser seleccionado para
preenchimento das vagas abertas no respectivo concurso.

O mesmo, não pode acontecer com John, pois, se bem que tem a nacionalidade
moçambicana é adquirida e não originária, e a lei lhe veda a ter carreira militar. A luz
do artigo da CRM (restrições ao exercício de funções). Os cidadãos de nacionalidade
adquirida não podem ser deputados, membros do governo, titulares de órgãos de
soberania e não tem acesso a carreira diplomática ou militar.

2.2. Segundo caso


a. Qual é a nacionalidade de Ndoa da Wilness Pinto, filho de Adidas Pinto e da
Wilness?

Ndoa da Wilness Pinto, filho de Adidas Pinto e da Wilness é de nacionalidade


moçambicana, pois nasceu no território moçambicano e é filho de uma mãe
moçambicana. Neste contexto, baseando no princípio da territorialidade plasmado no
artigo 24 da CRM, diz que:

São moçambicanos os cidadãos nascidos em moçambique após a proclamação da


independência.

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b. Seja qual for (brasileira ou moçambicana), a nacionalidade de Ndoa da
Wilness Pinto é originária ou adquirida?

A nacionalidade de Ndoa da Wilness Pinto é originária, pois nasceu no território


moçambicano e é filho de mãe nascida em Moçambique.

A luz do artigo 23 da CRM que estabelece no âmbito da nacionalidade originária, que


são moçambicanos, desde que tenham nascido em Moçambique: os filhos ou pais
nascidos em Moçambique.

Logo, a mãe de Ndoa da Wilness Pinto assim como nasceram em Moçambique


(princípio de consanguinidade e de territorialidade).

c. O Adidas Pinto terá adquirido a nacionalidade moçambicana por estar a


viver maritalmente há mais de dois anos com a Wilness, com quem tem um
filho?

Não, de forma alguma. A CRM dispõe que adquire a nacionalidade moçambicana o


estrangeiro ou a estrangeira que tenha contraído casamento com moçambicano ou
moçambicana há pelo menos cinco anos, salvo nos casos do apátrida, desde que,
cumulativamente:

i) Declare querer adquirir a nacionalidade moçambicana;


ii) Preencha os requisitos e ofereça as garantias fixadas por lei.

Contudo, para o caso de Adidas Pinto, ainda não reúne requisitos para adquirir a
nacionalidade moçambicana, para o efeito ainda deve efectuar o casamento civil e ficar
pelo menos cinco anos para requerer a aquisição da nacionalidade moçambicana.

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3. Conclusão
Após ter feito o presente trabalho de reflexão, pode-se concluir que o Direito
Constitucional é a área do Direito Público que analisa as normas constitucionais, isto é,
as normas da Carta Maior ou consideradas supremas num Estado soberano. Decorre,
então, da elaboração das Constituições nos Estados-Nação.

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Bibliografia
Constituição da República de Moçambique (CRM), 2004

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