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Nunca pare de fazer o seu melhor apenas porque
alguém não lhe dá crédito.
Cristiana Arcangeli
mS.com | A
X
3
Antes de Nassim Nicholas Taleb(01) ressignificar corporativamente o vocábulo
“Antifrágil”, não tínhamos como nominar Cristiana Arcangeli numa única
palavra.
“Antifrágil”, conforme o libanês Taleb, é o oposto de frágil, algo que melhora
quando está diante de uma situação inesperada. O conceito foi criado no livro
“Antifragile: Things That Gain from Disorder” e publicado pela Random House,
em 2012(01).
Cristiana Arcangeli, a “antifrágil”, é empresária, palestrante, apresentadora,
consultora de beleza e qualidade de vida multimídia, que atua no mercado de
beleza, bem-estar e alimentos funcionais há muitos anos(02).
A história de Cris, muito conhecida pela inovação, criação de marcas e sua
forte participação no Shark Tank Brasil, é a representação perfeita da
trajetória de uma empreendedora serial.
Ela criou e vendeu empresas, mesmo enfrentando diversos desafios ao
empreender no Brasil. Diante das dificuldades, Cris não somente resistiu
como se transformou, e essa é a sua maior característica de sucesso: a
antifragilidade!
Sua trajetória insistentemente empreendedora merece ser evidenciada no
sentido de alavancar aspirações de atuais e potenciais empreendedores,
tangibilizada pelo foco prático-acadêmica da framework “mS.com | AX”, a
partir dos episódios e aulas do meuSucesso.com | First Class:
⎯ Os desafios começam quando a vida começa:
● A personalidade de Cris Arcangeli, uma mulher em busca de desafios;
● A protagonista determina a sua intenção e missão de vida, que está em
empreender e inovar, com a criação da empresa Phytoervas.
⎯ Inovar é a ordem:
● A empreendedora se depara com os desafios do crescimento da sua
empresa;
● Cris Arcangeli fecha um grande negócio com a Mesbla, loja de
departamentos mais importante da época, mesmo não sabendo como
lidaria com a produção em escala dos seus produtos e sofrendo com
todos os desafios econômicos da instabilidade financeira do país.
⎯ A sorte me achou trabalhando:
● Cris Arcangeli vê na situação política brasileira uma grande
oportunidade;
4
● A abertura do país para importações, com o governo Collor, instiga a
empreendedora a trabalhar com esse mercado. Ela acaba virando a
primeira distribuidora mulher da marca Clarins no Brasil. Um negócio
que se transformaria numa rede com mais de 27 marcas importadas.
Cris encontra soluções alternativas para comunicar sua marca.
⎯ Ela é potência, evolução e disciplina:
● A evolução, controle emocional e intelectual de Cris estão pautados
pela sua disciplina nos exercícios físicos;
● Cris Arcangeli conta que não era fácil trabalhar com importações numa
realidade em que o contrabando reinava forte. Ela se depara com a
venda da sua grande criação: a Phytoervas.
⎯ Perdas são ganhos: confie no processo:
● A empreendedora serial se frustra com o resultado da venda da
Phytoervas;
● Frustrada também com os negócios de importação, Cris decide
encerrar esse ciclo. Na oportunidade de recompra da Phytoervas, opta
por criar uma marca ainda melhor. Porém, por ocasionalidade da vida,
Cris Arcangeli fica com a marca de sucesso por apenas 18 meses. Se
vê, então, nas suas palavras, “desempregada” e decide viajar para
Tóquio.
⎯ Em constante transformação:
● Cris lança sua maior inovação e precisa redesenhar a sua estratégia de
vendas;
● A empreendedora se depara com uma gôndola em uma farmácia em
Tóquio, com produtos alimentícios e finalidades cosméticas, instigada,
ela volta ao Brasil com o conceito pioneiro de “aliméticos”.
Estratégia, marketing e desenvolvimento de produto são temas importantes
atrelados à história dessa empreendedora, que, desde cedo, viu na inovação a
essência não somente dos seus negócios, mas de si mesma. Esses temas
foram aprofundados pelos professores Eduardo Maróstica(03) e Selma
Felerico(04) em:
⎯ Inteligência de mercado:
● Foco nos elementos essenciais sobre inteligência de mercado e como
se aplicam efetivamente aos negócios;
5
● Explicação sobre proposta de valor e análise de mercado, considerando
indicadores que regulam e tomada de decisão, além de uma avaliação
das necessidades do consumidor, seus desejos e demandas.
⎯ Estratégia e planejamento de produto:
● Como preparar o produto, montar o escopo, as ações que serão
tomadas e como implementar tudo isso;
● O plano de negócios e quais expertises, insumos, matérias-primas e
canais de divulgação são necessários, além de como definir prioridades
a partir da Matriz de Ansoff.
⎯ Precificação:
● Precificar o produto é uma grande questão para o empreendedor;
● É preciso focar o processo de precificação de um produto pensando
nas estratégias de vendas, na diferença entre proposta de valor e preço
e como estabelecer promoções, descontos e cupons.
⎯ Desenvolvimento e lançamento do produto:
● Desenvolver um produto fantástico não basta. É preciso pensar
estrategicamente sobre o seu lançamento;
● Foco no processo ideal para planejar um lançamento de sucesso e
também sobre os principais métodos de desenvolvimento de produtos,
priorização do que será desenvolvido e quando anunciar.
⎯ Canais e estratégias de vendas e atendimento:
● Sem vendas não existe um negócio. O seu produto precisa vender e,
para isso, você precisa entender qual o melhor canal;
● Ensinamentos sobre como montar a estratégia de venda de um produto
e em quais canais vender, sobre política comercial e força de vendas e
ainda como montar uma equipe de atendimento efetiva.
⎯ Ciclo de vida do produto:
● Um produto de sucesso precisa estar em constante transformação. É
preciso que seja preparado e adequado às exigências do mercado e do
consumidor;
● Ênfase em como medir o ciclo de vida de um produto já lançado
(atratividade e curva de declínio), sobre a relação de cada produto com
a sua participação no mercado, dicas sobre quando o produto precisa
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ser repaginado, sair do mercado ou ser substituído e sobre estratégias
de portfólio.
Além de uma grande empresária, Cris Arcangeli é uma forte influenciadora
para vários empreendedores no país que sonham com seus negócios
decolando no mercado.
Ocupar uma posição de destaque, com toda essa trajetória cheia de desafios
e ganhos, e ser uma mulher que acredita em seu potencial e de sua equipe é
uma enorme responsabilidade. Algo que Cris tem a mais alta capacidade de
assumir(04).
Além disso, essa mulher incrível nos mostra, na prática, a diferença entre
resiliência e antifragilidade, que podemos teoricamente caracterizar com a
abordagem “Antifrágil: Porque somente a resiliência está se tornando algo
ultrapassado!(05)”.
Cristiana Arcangeli é um efetivo exemplo de persistência empreendedora num
emaranhado de crises e dificuldades!
O case apresenta as seguintes legendas, para melhor acompanhamento e
visualização:
Divisão do texto: Abstract, Sumário, Conteúdo e Referências
Bibliográficas;
Conteúdos do c
ase;
Conteúdos das aulas e matérias adicionadas.
SUMÁRIO
PÁG.
TÓPICOS
ABSTRACT AX 4
SUMÁRIO 8
CONTEÚDO 11
A “antifragilidade” de Cris Arcangeli: a arte de sair mais
fortalecida a cada crise, a cada intempérie, a cada revés do
mercado 11
7
Do balé com resistência à resistência como dança da vida
12
Um produto diferenciado e uma vontade inabalável: uma ilha de
boas perspectivas num mar de instabilidade econômica
16
● Ainda bem que, via escuta, alguém ouve 17
Antifrágil: um modelo de pensamento que reverte as crises a seu
favor 21
● O que é antifrágil? 21
● De onde surgiu o conceito? 23
● Para que serve a mentalidade antifrágil? 23
● Como aplicar a ideia? 23
● Voce é antifrágil? 24
Inteligência de mercado 25
● Por que desenvolver o produto? 25
● Plano de Negócio 26
● Inteligência Empresarial 27
● Análise de Mercado 28
● Proposta de Valor 29
● A importância da Tecnologia 31
● Análise das Necessidades do Consumidor 32
● Considerações Finais 32
Estratégia e planejamento do produto 33
● Desenvolva uma gestão adequada 35
● Montar o escopo do projeto 36
● Reflita sobre seus indicadores 37
● Trabalhando com toda cadeia de negócio 38
● Buscar canais de divulgação 38
A sorte me achou trabalhando 39
Cris = PED | Potência elevada às potências Evolução e Disciplina
45
Precificação: uma questão para empreendedor 49
● Técnicas e estratégias 50
● A matriz Ansoff possui quatro quadrantes 50
● Proposta de Valor vc Preço 51
Estratégia como melhorar a precificação do seu produto
53
● O que é precificação 54
● Quais as diferenças entre preço e valor 54
● Por que fazer precificação? 55
● Como fazer precificação? 55
● Objetivos da empresa 55
● Compradores 56
● Custos 57
● Competição 58
● Cadeia de valor 58
● Precificação dinâmica 59
8
● Valor percebido 59
● Preço de entrada no mercado 60
● Estratégia S
kimming 61
● Descontos por quantidade 61
● Precificação sazonal 61
● Combos 61
● Preço competitivo 62
Perdas são ganhos: confie no processo 63
Desenvolvimento e lançamento de produto 67
● Criação do plano 67
● Estratégia de lançamento 68
● Estratégias do plano de divulgação 68
Canais e estratégias de vendas e atendimento 69
Canais de vendas – aprofundamento 72
● Formato de varejo 73
● Formato de varejo sem loja 75
● Quais métricas utilizar para medir o desempenho de um canal de
vendas 75
● Indicadores para canais de vendas 76
Ciclo de vida do produto 77
● Matriz BCG 78
● Portfólio de produtos 79
● Dicas para reflexão 79
● Foco do cliente X foco no cliente 79
● Modelo Canon 80
Ciclo de vida do produto na transformação digital 80
● O ciclo de vida de um produto 80
● Crescimento 81
● Maturidade 81
● Declínio 81
● A transformação digital na fase de introdução do produto 82
● A transformação digital na fase de maturidade do produto 83
● A transformação digital na fase de declínio do produto 83
● A evolução tecnológica 84
● Infoprodutos 84
● E-commerce 84
Em constante transformação 85
Cris por Cristiana b
y Sandro Magaldi 88
Sou a dentista que ‘virou shampoo’, escreveu um livro e foi parar
na televisão 92
● Empresária inovadora 92
● Shark Tank 93
● Dicas da especialista 93
Cris News: assuntos de interesse em artigos 94
● O que são e como surgira os aliméticos 94
9
● Moda e sustentabilidade: o novo trending do momento 95
● A idéia é: mais praticidade, mais rápido e melhor 96
● Você livre para o que importa 97
● Mas o que isto significa para o mercado 97
● Personalizar é vender mais 98
Antifrágil: Porque somente a resiliência está se tornando algo
ultrapassado 98
● Mas o que é resiliência 99
● O que é antifragilidade 100
● Como se tornar antifrágil? 101
● O mundo é imprevisível 102
● #FocoNoAprendizado 103
Luiz Fernando Roxo: o jeito antifrágil de ser e o jeito Cris Arcangeli
antifrágil – uma síntese 104
REFERÊNCIAS 105
10
CONTEÚDO
A “antifragilidade” de Cris Arcangeli: a arte de sair mais
fortalecida a cada crise, a cada intempérie, a cada revés do
mercado
Luiz Fernando Roxo(06) destaca a antifragilidade de Cris: ela já fazia exercício
desde cedo, ninguém mandou ela fazer balé de alto nível, era uma coisa dela,
intrínseca, era uma energia, uma potência, uma coragem. Além disso, com
agentes estressores, um pai controlador, uma época em que as mulheres
tinham menos condições de tomar as próprias decisões. Tudo isso são
enfrentamentos e situações de estresse e que ela enfrentou. O que para
alguns organismos frágeis, para aquele empreendedor que teria parado ali e
não teria continuado, para ela a barreira era o desafio.
Esse empreendedor serial, que é perfeccionista, que gosta de inovação, como
Cris Arcangeli, vai sempre estar muito à frente, porque cria o valor principal!
Essas são as características da inovação mesmo, o artesanato, que é algo
feito no estado da arte, melhorando o detalhe, como se fosse algo superior,
como se fosse uma pintura, você não está fazendo um produto do
capitalismo, você está fazendo uma arte”.
Taleb(01) diz que se você ver uma fraude e não a denuncia, você é uma fraude.
Tem que existir essa personalidade forte, e não aceitar quando as coisas
estão erradas, pois aí que nasce o respeito. Assim é o comportamento de Cris
Arcangeli, que absorve o respeito das pessoas, pois as pessoas não
esquecem quando você exige ser tratado de uma maneira íntegra, aquela
pessoa nunca mais vai te tratar daquela maneira.
Segundo Nassim Taleb(01), a dívida é o objeto mais fragilizante da vida do ser
humano. Quem tem uma divida não é livre, é uma servidão, é um escravo. Não
existe nenhum seguro de alavancagem e todas as grandes empresas do
mundo tem dívida. O mundo está fragilizado por causa do endividamento e a
Cristiana claramente aprendeu muito rápido, eu acho que uma das maiores
características dela é isso: ela pagou uma dívida contraída e nunca mais fez,
ela aprendeu a lição”.
Cada vez que o empreendedor tem que fazer um novo empreendimento, ele
acaba sentindo mais pressão, mais responsabilidade, mais perfeccionismo. E
existe uma questão de antifragilidade, que é o networking, que depende de
características, como por exemplo, você tem que estar exposto, sempre que
possa conhecer alguém, conheça, seja “cara de pau” e humilde, se apresente,
seja um vendedor de si mesmo. E faz muita diferença a longo prazo, pois boa
parte dos negócios que dão certo diz respeito às conexões que são feitas.
Cris utiliza essa estratégia à exaustão!
Quem gosta de esforço, quem gosta de acordar cedo e fazer exercício, e gosta
das coisas bem feitas, bem ao estilo da Cris, acha vergonhoso pegar um
11
atalho, o único caminho que existe é o caminho seguro, em que você através
de tentativas e erros que não te tiram do jogo irão te levar para o próximo
patamar.
Cris Arcangeli sempre se catapultou para o próximo patamar!
Do balé com resistência à resistência como dança da vida
Algumas passagens em nossas vidas, muitas vezes sem o reconhecimento da
importância que tiveram, reforçam a instituição de paradigmas de
comportamentos futuros.
Aos 11 anos, Cristina Arcangeli começou a dançar balé e, dedicada e
disciplinada, foi evoluindo por níveis cada vez mais altos até chegar à classe
profissional. Seu grupo de dança começou a viajar o Brasil para se apresentar,
porém, ela era a única que não ia, seu pai não deixava. Essa restrição tolhia
muito seu espírito realizador até culminar, quando tinha 17 anos, com a
proibição pelo pai de assistir à apresentação de um célebre bailarino europeu.
Cris ficou 6 meses sem conversar com ele!(07)
Esse fato mostra muito do “resoluto jeito de ser” de Cristiana.
Essa “pièce de résistance” se repete quando, desestimulada pelo pai na época
que queria fazer medicina, foi fazer odontologia, pois era a mais parecida com
sua preferência.
Sempre antenada e “thinking beyond borders”, prestes a se formar começou a
estudar homeopatia, porque sempre teve preocupação com boa alimentação
e em se cuidar, e o tratamento de canal era muito agressivo. Então, começou
a fazer um estudo desse tratamento com calêndula, ao invés de utilizar anti
inflamatório, e foi uma briga, porque dentista não podia assistir o curso de
homeopatia. Resultado: começou a utilizar a homeopatia na odontologia.
O ineditismo e os bons resultados desse estudo foram levados por Cris como
tese ao Congresso Brasileiro de Odontologia e apresentados em uma sala
gigantesca totalmente tomada por interessados.
A repercussão foi tão positiva que teve que repetir a apresentação.
Tudo isso levou-a aprofundar aplicação e ficar conhecida pela utilização da
homeopatia.
“Foi tudo muito rápido e, em cinco anos, eu tinha um consultório incrível na
Rua Haddock Lobo, que eu construí e as pessoas já me conheciam. Então,
comecei a pensar que queria fazer algo diferente, pois não estava feliz
fazendo isso”.
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“Eu sempre fui muito vaidosa e sempre gostei muito de cosméticos. Na época
eu tinha um cabelo crespo difícil de desembaraçar e não existia condicionar
bom no mercado. Então, estudando o assunto me perguntei por que não
existia um produto natural para o cabelo usando as plantas da homeopatia”.
“Coloquei um anúncio no jornal pra contratar um químico e consegui
entrevistar duas pessoas. Gostei do perfil delas e acabei contratando somente
uma, porém, essa mulher (Roseli) me avisa que não poderia começar a
trabalhar comigo porque não teve permissão para sair da fábrica onde
trabalhava. Acabei contratando o outro rapaz, que eu também havia gostado”.
“Comprei uns aparelhos de laboratório e começamos a desenvolver as
fórmulas e os produtos, mas não saia nada. Passaram-se seis meses e nada
aconteceu. Até que a Roseli entra em contato comigo dizendo que iria sair da
fábrica e, além disso, me perguntou se eu não queria comprar a fábrica, que o
chefe dela estava vendendo. Eu me interessei, porém não tinha dinheiro para
isso”.
“Eu só tinha a cadeira de dentista e meu consultório. E ele topou. Pensei em
um nome para a minha empresa, e veio a Phytoervas”.
Joao Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC (Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos): “Hoje, por exemplo,
existem 900 marcas de shampoo no mercado brasileiro, sendo muito difícil
você entrar. Não é um mercado fácil e estamos falando de uma história de
quase 30 anos atrás”.
Cris fala da peculiar dificuldade enfrentada no nascedouro da Phytoervas:
“Era meio do plano cruzado, não tinha nada nas prateleiras e a economia tinha
congelado todos os reajustes. As pessoas tinham muito poder aquisitivo e
compravam muito”.
“Você ia às lojas e não tinha nada, você ia na fábrica de matéria prima e não
tinha nada, na loja de embalagem, não tinha nada Eu queria começar, mas
nunca tinha trabalhado nesse mercado em um momento que os fornecedores
não tinham material para atender nenhuma empresa. Mesmo assim consegui
lançar três produtos:
- Um bronzeador spray;
- Uma loção hidratante com uma válvula pamp; e
- Um clareador de cabelos.
“Uma empresa em Manaus importava as peças e mandava para uma empresa
no Rio de Janeiro para serem montadas. As molinhas do pamp eram de ferro
e um dos meus produtos, o clareador, tinha agua oxigenada, enferrujando as
válvulas”.
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“Então, para resolver isso peguei o avião e fui ao Rio de Janeiro para conhecer
a fábrica e conversar com o dono. Essa pessoa foi me buscar no aeroporto e,
no caminho para a fábrica, ele para na frente de um motel e fala para
almoçarmos antes de irmos para a fábrica. No meio da Avenida Brasil, no Rio
de Janeiro, com 20 e poucos anos, falei que estava sem fome e tinha que ir
trabalhar para voltar rapidamente a São Paulo. Ele ficou insistindo, então,
acabo falando de maneira ríspida e direta para ele me levar de volta ao
aeroporto porque o contrato estava cancelado.”
Esse episódio transparece os contornos das barreiras, afrontas, dificuldades,
etc., principalmente naquela época, no caminho das mulheres
empreendedoras.
Cris lembra a falta de informações e de estímulos aos empreendedores: Não
existia esse ecossistema, não existia curso pra ajudar empreendedor, não
existia programa, não existia Google nem Internet em 1986!
Faz muitos anos, o mercado era totalmente diferente, era cada um por si e
Deus por todos.
Você nem sabia o que estava acontecendo no exterior, não dava nem para
copiar, não tinha acesso a outros mercados.
Consegui lançar os três produtos que não era nada daquilo que eu queria
fazer. Mas foi o que eu consegui no meio do Plano Cruzado: lancei a
Phytoervas, tinha quatro funcionários, criei esses três produtos e agora eu
precisava vender.
Então eu pensei que precisava de um lugar onde as pessoas tivessem muita
curiosidade de ir, porque quem eu convidasse iria para conhecer o lugar e, por
tabela, conheceria a mim e a minha marca. Foi então que surgiu a ideia de
fazer no Galery, que era um clube fechado, com poucas pessoas tendo acesso
e muitas com vontade de conhecer e que iriam achar legal. Fizemos um
lançamento, um evento, convidei toda imprensa de beleza e social, contratei
uma assessora de imprensa e ela me ajudou a fazer os convites.
Comecei a pensar quem iria ser o mestre de cerimônias, pois queria algo
diferente. Contratei um transformista, Patrício Bisso (performer, ilustrador e
figurinista), que fez toda costura do evento, foi o mestre de cerimônias e foi
um choque para as pessoas na época.
Em 1986 as pessoas “não olhavam” para esse tipo de pessoa, falavam que eu
era louca, tinha muito preconceito, mas eu nunca tive, eu queria algo diferente
mesmo. E funcionou muito, porque a imprensa toda noticiou muito e ai a
marca estava lançada e todo mundo passou a conhecê-la.
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Depoimento de Fausto Ferraz – Empresário: “Conheci um pouco da história
dela e ela não sabia quem eu era. Umas coisas que ela fazia para época eram
bastante arrojadas, ainda mais como mulher”.
Depoimento de Joao Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC (Associação
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos): “Esse é
um setor importante na economia brasileira, os dados de 2018 ainda não
foram concluídos, mas sinalizam um mercado de 130 bilhões de reais”.
Cristiana e sua missão de vendedora: Comecei com a minha malinha de porta
em porta, fui a todos os clientes, a todos os lugares vender o meu produto.
Consegui colocar em muitas redes de farmácias e de supermercados na
época: às vezes o dono do estabelecimento me deixava esperando na porta 2,
3, 4 horas, mas no final eu conseguia vender.
Era louco, porque naquela época tinha 77% de IPI, 25% de ICMS, era um
imposto absurdo, o preço era muito, muito alto.
Lancei em outubro de 1986 e em abril de 1987 teve a primeira feira cosmética
em São Paulo, no qual eu fiz um stand todo de madeira escura, pintei, escrevi
Phytoervas e lancei dezesseis produtos, a minha linha de shampoo.
A embalagem era muito diferente, porque era um shampoo dentro de uma
caixinha, eram quatro cores, em um frasco em pet, não era de PVC. Tinha uma
tampa fliptop e era um shampoo sem sal, o primeiro do mercado.
O meu stand virou uma febre, era um stand de 30m2, todo mundo em volta,
querendo saber quem era a pessoa que tinha inventado uma história
completamente diferente do que todo mundo fazia.
Um produto diferenciado e uma vontade inabalável: uma ilha de
boas perspectivas num mar de instabilidade econômica
Quando eu falava de shampoo sem sal, as pessoas falavam: por que sem sal?
Eu falava: porque eu tenho 80% de ativos nesse shampoo e é um produto
muito melhor do que tem no mercado!
As pessoas começavam a usar e a sentir a diferença, e ai eu fui ganhando
consumidor.
Mas quando eu comecei eu não tinha capital de giro, então eu decidi ir ao
banco e pegar um empréstimo, com juros de 2% ao ano, porque era época de
congelamento de preço, com juros muito baixos. Chegou em abril de 1986,
veio o plano Bresser, e o juros saíram de 2% para 30% ao ano. E ai eu vi que eu
não tinha condições de pagar .
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Fui falar com o meu pai. E falei: ou você me ajuda ou eu vou quebrar. A
empresa está indo bem e todo mundo quer comprar, o produto esta indo bem,
mas eu ainda estou começando, eu peguei um empréstimo no banco para o
capital de giro e eu não tenho dinheiro para pagar esses juros. Então perguntei
se ele não me ajudaria a pagar os juros. Meu pai fez um cheque e meu deu o
dinheiro.
Peguei esse cheque e fui ao banco pagar. E falei para mim mesma: Nunca
mais eu pego empréstimo em banco. Só que na hora que eu cheguei ao banco
e fui realizar o pagamento, só poderia ser pago o empréstimo, e não os juros
daquele período. E pensei: não posso falar com o meu pai e dizer que o
dinheiro não foi suficiente, e agora como eu vou fazer isso?.
Perguntei ao gerente do banco se era possível eu pagar os juros em 90 dias.
Eu sai do banco e comecei a ligar para todos os meus fornecedores. E falava
que estava começando, que eu não tinha capital de giro, eu não iria conseguir
fazer o negócio acontecer se eles não me dessem um prazo de 90 dias para
pagar, e então eu consegui. Um pouco meu pai me ajudou, um pouco o
mercado me ajudou e o negócio foi fluindo.
Ainda bem que, via escuta, alguém ouve
Cris Arcangeli lembrando de um momento interessante: meu grande sonho
era vender na Mesbla, era a maior rede de lojas de departamento na época e
era uma formadora de opinião, porque como na época não existia formadores
de opinião, nem blogueiros, ou influencers, o que existia era os que ditavam as
regras.
E uma semana sim outra não, um mês sim e outro não, eu pegava um avião e
ia até a Mesbla localizada no Rio de Janeiro, e sentava na sala de espera da
compradora, e lá eu passava o dia, mesmo se ela não me atendesse eu
voltava para tentar mais uma vez.
Até que um dia a compradora me atendeu, expus os produtos em cima da
mesa e comecei a explicar para ela o que era, quando toca o telefone.
Após ela desligar o telefone, eu a interrogo e pergunto: o que aconteceu? Ela
disse que a diretora da loja me queria na sala dela... e fui. Vi que a diretora era
uma francesa, comentou comigo que ouviu a minha explicação dos produtos
para a vendedora e tinha adorado o conceito.
Ela tinha comentado que era o maior sucesso na europa, que muitas marcas
estavam indo por esse caminho de produtos naturais e que eu estava muitos
anos na frente de tudo que estava acontecendo no Brasil.
Gostei muito de você, gostei muito da linha e vou colocar nas 42 lojas da
Mesbla. Então, ela convoca a compradora de volta, que se chamava Edileusa,
e pede para ela emitir um pedido de compra de experiência.
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Sai de lá e fui direto para o aeroporto. Quando eu entrei no avião comecei a
pensar: Como eu vou produzir isso?
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● “O produto tinha três coisas básicas, primeiro, sem sal, depois ele levava
ingredientes naturais, e o resultado era na primeira lavagem”.
● “O cenário era totalmente ao contrário, mas ela vai perseguir o sonho dela,
o objetivo dela, e ela vai até o final”.
Cris: Chamei todos os meus cinco funcionários, disse que estávamos com um
problema e, ao mesmo tempo, com uma super oportunidade. Então eles me
deram um prazo e eu consegui entregar o pedido. A Mesbla me pagou, eu
paguei os fornecedores e isso me ajudou a ter um capital de giro, porque esse
pedido me deu lucro e me empurrou durante alguns anos.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: “90 dias depois nós
já construímos uma fábrica com 500 metros quadrados, que não durou mais
que três meses”.
Cris: Comecei a crescer muito rápido e a querer montar uma fábrica maior.
Comecei a investir em equipamentos maiores e de qualidade, para conseguir
dar vazão a essa produção.
Me falaram para ir para Alphaville, que era um bairro novo, acabara de ser
feito para ser um bairro industrial. Então fui atrás de pessoas para me
ajudarem a construir a minha fábrica.
Fui, então, ao escritório do Walter Torre, que é um dos maiores
empreendedores que eu conheço e ele me ajudou muito”.
Walter Torre – CEO da WTorre: “Empreendedor reconhece empreendedor só
pelo olhar e eu achei que ela era uma pessoa que a gente poderia “apostar as
fichas”! Eu percebi que ela iria longe”.
Cris: Ele me levou em um terreno e disse que iria construir a fábrica lá. Eu o
indaguei, pois o meu galpão seria de 8.000 mil metros quadrados e eu não
tinha garantia para dar e, naquele momento, nem o dinheiro para pagar. Ele
olhou para mim e disse: “A sua fábrica vai crescer, o seu negócio é muito bom
e você vai me pagar: não precisa me dar garantia, eu sei que você vai me
pagar”.
Walter Torre – CEO da WTorre: “Eu senti que o negócio dela era interessante,
era desafiador e resolvi investir nela! Fizemos uma fábrica que ela dizia que
era maior do que ela naquela época, mas a gente sabia que não – acho que
17
dessa vez foi a única vez que eu ganhei dela em uma discussão, porque a
fábrica, apesar de grande, ficou pequena para ela”.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● “Hoje o consumidor é muito diferente do consumidor daquela época. O
consumidor daquela época demorava para ver resultados, ele tinha uma
preocupação em comprar preço e não qualidade, porém, em um
determinado ponto, quando as mulheres começaram a ver os resultados do
shampoo, começaram os comentários”.
● “E para começar a criar esse mercado haviam muitas barreiras. Nós
começamos a fazer lavagem de cabelo nos pontos de venda do produto e
fazíamos uma escova nos clientes! Com isso, as vendas aumentaram
muito. Na época a Cristiana viu nos Estados Unidos uma marca fazendo
uma promoção muito parecida com essa, mas eles usavam o
microscópico. Logo em seguida nós conseguimos mudar isso para um
scanner, no qual você não precisava mais tirar o fio do cabelo para análise,
somente passar o scanner pelos fios e fazia a análise capilar”.
● “Além de lançar um produto inovador, nós também fomos criando novas
formas de fazer venda neste mercado”.
Walter Torre – CEO da WTorre: “Eu lembro que foi muito sucesso e foi muito
rápido, cerca de 2 anos, e o produto já era diferenciado”.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: “Nós provocamos
muitas ondas no mercado com essas ações”.
João Carlos Basílio – CEO da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos): “O setor se caracteriza por ser um
setor inovador e, obviamente, umas da inovações que a Cristiana trouxe para
o mercado era o inicio da discussão da não adição do sal na fórmula dos
shampoos: foi muito importante, a formação de uma nova tendência no
mercado brasileiro”.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: “A grande vantagem
da Phytoervas é que nós tínhamos vários shampoos para vários tipos de
cabelo: uma variedade de 3 a 4 tipos. Então, a idéia era essa e as outras
marcas não tinham essa variedade! Então, nós não perdíamos consumidor!”
Cris Arcangeli: Se você não tem um produto inovador e tem um produto igual
ao outro, você vai se diferenciar do outro pelo preço. Então você tem que
vender mais barato.
Eu tinha condições de lançar um produto Phytoervas e brigar na prateleira,
como por exemplo com um produto da Gessy Lever, que na época vendia
toneladas.
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Obviamente eles tinham um preço de compra muito menor do que o meu,
então, o preço não era a minha idéia, o meu produto nunca foi o mais barato.
O conceito da marca era inovador, por ser sem sal e também pela embalagem
em caixa.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: “Nós ficávamos
horas no supermercado, nas perfumarias, olhando o comportamento do
consumidor. A primeira coisa que o consumidor(a) fazia era olhar a
embalagem e ele(a) se apaixonava pela embalagem. A segunda coisa que
ele(a) fazia era cheirar o produto. Então nós tínhamos uma embalagem bonita,
um aroma maravilhoso e qualidade!”
Cris: Eu sempre andava com uma flanela na bolsa e, quando eu ia ao ponto de
venda, eu arrumava minhas marcas e limpava os produtos para exposição aos
consumidores.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: “Ela tinha obsessão
pelo negócio. Naquela época nós já estávamos no supermercado, então nós
íamos fechar as vendas nos pontos com os gerentes das lojas. Um dia, um
gerente me disse que a minha chefe veio aqui e começou a limpar com uma
flanelinha os produtos do meio no supermercado”.
Cris Arcangeli: Eu sou orgulhosa de ter passado a minha carreira sem ter pego
nada de ninguém! Eu sou orgulhosa de ter construído o meu negócio por mim
mesma, trabalhando. Nunca construí uma empresa de bilhões, mas o que eu
tenho é solido e fui eu que fiz!
Eu só parei de vender para a Mesbla, quando ela entrou em concordata, na
época do Ricardo Mansur, onde ele fez o mesmo também com o Mappin. Eu
tinha um titulo da Mesbla e do Mappin de 250 mil dólares que nunca recebi.
Antifrágil: um modelo de pensamento que reverte as crises a
seu favor(08)
Entenda o conceito criado por Nassim Nicholas Taleb (professor da
Universidade de Nova York que previu o colapso financeiro de 2008) e veja
como melhorar o comportamento diante de pressão e situações inesperadas
O que diferencia um líder?
Na maioria das vezes, o que está por trás das chamadas ‘habilidades de
liderança’ são formas específicas de pensar e de agir; um jeito próprio de ver o
mundo e atuar sobre ele.
Por isso mesmo, o comportamento de liderança pode ser treinado e aprendido
a partir de certos ‘modelos de pensamento’, ou dicas precisas sobre como
encarar os fatos do dia a dia – seja no trabalho ou na vida pessoal.
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O que é antifrágil?
Para você entender o que é antifrágil, uma boa maneira é partirmos para a
definição do que é frágil, que seria algo que sai prejudicado (quebra, rompe ou
deforma) quando submetido à pressão de um agente externo. Faz sentido
para você? O antifrágil, oposto de frágil, é algo que melhora quando está
diante de uma situação inesperada. O conceito foi criado pelo autor libanês
Nassim Nicholas Taleb no livro Antifrágil: coisas que se beneficiam com o
caos, publicado em 2012.
Essa lógica é interessante pois rompe com o modelo de que o oposto de
fragilidade está em força ou resistência, características de quem é capaz de
suportar situações extremas sem se alterar.
Ao buscar somente essas duas características, você não irá melhorar com o
caos, permanecendo no mesmo estado em que está.
No argumento de Taleb, dizer que algo resistente é o oposto de frágil é como
dizer que neutro é o oposto de negativo.
Por outro lado, se você optar pelo caminho do antifrágil, irá encarar os eventos
adversos de frente e se aperfeiçoará diante deles.
Dessa forma, para poder crescer pessoal e profissionalmente,
nós NÃO devemos evitar o caos.
Isso mesmo: se esquivar e se proteger de ataques ou mudanças bruscas pode
parecer um caminho seguro, mas não é a melhor opção para o seu
desenvolvimento.
Se você fizer isso, vai acabar camuflando as suas vulnerabilidades, quando o
verdadeiro líder precisa reconhecê-las e trabalhar para aperfeiçoá-las.
Assim, adiar uma crise não é uma boa ideia.
Sem a aleatoriedade, caos, desordem e estresse, o antifrágil não tem como
aprender, reforçar-se, melhorar e evoluir.
Segundo o autor, há muitas coisas que vieram do estresse… Porém, damos
mais atenção ao já conhecido estresse pós-traumático e falamos pouco sobre
o crescimento pós-traumático.
De onde surgiu o conceito?
Nassim Nicholas Taleb, professor de riscos no Instituto Politécnico da
Universidade de Nova York, é considerado um dos maiores especialistas no
planeta em mercado financeiro, indústria repleta de incertezas e fragilidades.
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Antes da quebra do banco Lehman Brothers, em 2008, publicou livros
prevendo o colapso financeiro. Ele costuma chamar de “cisnes negros” os
grandes acontecimentos que não podem ser previstos e que trazem reflexos
enormes no mercado. Dessa lógica surgiu outra grande obra sua, A Lógica do
Cisne Negro, publicada em português em 2012.
Para que serve a mentalidade antifrágil?
O conceito é importante pois ajuda a lidar com os riscos e incertezas
presentes nos mais diversos âmbitos de nossas vidas.
No competitivo mercado de trabalho atual, em que todos são constantemente
testados, os mais fracos não resistem à ocorrência dos eventos inesperados e
você será um “sobrevivente” caso absorva esse conceito de antifragilidade.
O antifrágil cria a consciência da existência de fatores externos e inesperados
(muitas vezes é difícil lembrar deles na hora de se planejar) e, diante desses
fatores, encara a aleatoriedade com naturalidade e como fator benéfico,
sempre buscando aperfeiçoamento.
Enquanto todo mundo aposta em prevenção de riscos e antecipação de
crises, você vai ser o único crescendo e se desenvolvendo diante dessas
situações.
Como aplicar a ideia?
Analisar as próprias fraquezas é uma das formas. Assim como ocorre com os
indivíduos, algumas indústrias são antifrágeis e outras não.
A aviação comercial é antifrágil e melhora a cada acidente aéreo. Isso porque
quando um avião cai, as falhas são analisadas e a segurança é reforçada para
se evitar que outros possam cair futuramente.
A natureza também é um bom exemplo de antifragilidade. As florestas se
beneficiam das pequenas queimadas, e é com elas que evitam que materiais
inflamáveis se acumulem a ponto de causarem um grande incêndio que ficará
fora de controle.
Em outras palavras, deixar que esses pequenos incêndios ocorram limpa a
floresta dos materiais que evitariam um grande incêndio. Qual a lição? Não
tenha medo dos riscos menores.
Abaixo algumas utilizações do antifrágil no dia a dia de um líder:
1. Não deixe de agir por temer a ocorrência de erros com riscos menores
(você aprenderá com eles caso se confirmem).
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2. Dê e receba feedbacks a sua equipe, de maneira clara e honesta,
ajudando a criar um time antifrágil.
3. Aplique o conhecimento existente e estude sobre crises parecidas com
as quais você está passando para saber como agir.
4. Desconfie quando tudo caminha bem e fácil demais (“quando a esmola
é demais…”)
5. Não adie os seus problemas. Encare-os e leve o aprendizado consigo
nos futuros projetos.
Você é antifrágil?
A seguir, veja algumas reflexões que vão ajudar a perceber se você está
adotando uma postura antifrágil na sua carreira: Ao fazer seu planejamento,
você procura considerar a existência de cenários inesperados ou apenas
visualiza o mundo ideal?
Você prefere os momentos de estabilidade ou de instabilidade?
O caos te assusta ou te motiva? Você enxerga a crise como um problema ou
uma oportunidade?
Nos seus projetos, você precisa ter tudo sob controle ou de saber se virar
diante do imprevisível?
Inteligência de Mercado
Cristiana Arcangeli: Eu sempre fui muito vaidosa e sempre gostei muito de
cosméticos! Eu tinha um cabelo crespo difícil de desembaraçar e não existia
condicionar apropriado.
Então, estudando homeopatia me perguntei por que não existe um produto
natural para o cabelo, usando as plantas que a homeopatia utiliza e foi com
essa ideia que eu falei: eu quero fazer um produto assim.
Consegui lançar a Phytoervas com quatro funcionários e, agora, eu tinha que
vender e ninguém me conhecia nesse mercado.
Aula do professor Eduardo Maróstica(03) com foco nos elementos essenciais
sobre inteligência de mercado e como se aplicam efetivamente aos negócios,
com explicação sobre proposta de valor e análise de mercado, considerando
indicadores que regulam a tomada de decisão, além de uma avaliação das
necessidades do consumidor, seus desejos e demandas.
Por que desenvolver o produto?
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Desenvolver o produto é desenvolver notoriedade, desenvolver referencial, é
não ser mais um, é ser diferente, é ser aplaudido, é ser uma referência no
mercado global e internacional.
Quando você pensa em um grande personagem, será que você não atrela a
ele algum grande produto?
Vamos falar de desenvolvimento de produto, estudando uma fera, Cristiana
Arcangeli, uma mulher empreendedora, empoderada, disruptiva, possibilitando
abordar o conceito antifrágil, ou seja, como é que você pode estabelecer uma
jornada de sucesso, definindo novos paradigmas, desenvolvendo novos
diferenciais competitivos na jornada como empreendedor.
Vamos estabelecer o que é produto, o que é mercado, o que é tendência,
como precificar, conhecer os riscos, os desafios, como fazer uma análise
estruturada e com esses elementos estabelecer um parâmetro benchmark,
acompanhado com um ferramental fantástico para que você possa começar
sua jornada ou aprimorar sua jornada com o máximo de efetividade, quanto
for possível.
Posso te afirmar com convicção que você vai sair dessa jornada muito melhor
do que quando você entrou.
Quando falamos de “Inteligência de Mercado” é importante para quem
empreende, quem se desenvolve, quem procura ter sucesso entender algumas
coisas que são elementares.
Inteligência Empresarial é você lançar mão de um bom recurso estratégico
para um processo de tomada de decisão. Então, você pode me perguntar,
quais são esse instrumentos estratégicos?
⎯ Dentro do seu repertório é importante você analisar, forças, fraquezas e
oportunidades e ameaças do seu negócio. Isso sempre vai te acompanhar
ao longo da sua jornada, como dizia Sun Tzu na arte da Guerra:
▪ Se Você conhece seu inimigo e conhece a si mesmo não precisa temer
o resultado da batalha.
▪ Se você conhece seu inimigo e não conhece a si mesmo, para cada
vitória também sofrerá uma derrota.
▪ E se você não conhece seu inimigo e não conhece a si mesmo, perderá
todas as batalhas...
▪ Esse é foco essencial, conheça o seu mercado, conheça sobre tudo
aquilo que você tem de virtudes, como fortalezas, se previna nas suas
fraquezas.
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Para que você possa ter o máximo de informações e um repertório constituído
e você possa ter excelência nesse mercado que a concorrência é
extremamente acirrada e feroz. Você precisa de um bom business plan.
Plano de Negócio
Quando a gente analisa a trajetória de sucesso da Cristiana Arcangeli, nós não
estamos falando de amador, nós não estamos falando de uma pessoa que
simplesmente colocou o dedo no ar tentando ter um insight.
Nesse mercado não existe nada de improviso, você precisa ter perícia. Em um
ambiente de mercado competitivo como o dela não basta ter inovação, é
preciso ter expertise, então um dos grandes desafios é você ter um plano de
negócios:
● O plano de negócios ilumina o caminho mas não te faz caminhar, então é
preciso que você esteja embasado com números, com indicadores, com o
mercado, qual é a retificação do público.
● Você precisa ter clareza do seu plano estratégico, se você precisa da TI, se
você precisa de incremento por meio de redes sociais, se você tem
estrutura interna, quais serão suas parcerias, quais serão seus parceiros
chaves, se você tem recursos internos, se você tem capital de giro, se você
tem fluidez de caixa.
● Faça todos esses elementos e você começa ter uma conjuntura que nós
chamamos de inteligência empresarial”.
Inteligência Empresarial
Ela vai te dar instrumentos técnicos que podem te embasar, que sirva como
guia de instrumentos técnicos para que te deem procedimento, como por
exemplo Canvas.
E você pode me falar – Professor, mas Plano de Negócio no Canvas não é a
mesma coisa?
Não, o Canvas é uma ferramenta simplificada que vai te dar procedimentos
para que você possa resumir sua atividade de empreendedor.
Quanto mais você estudar o seu mercado, quanto mais ferramentas
estratégicas você tiver, melhor será seu embasamento para tomada de
decisão e, além disso, para utilizar outras ferramentas.
Você pode utilizar, por exemplo, PMBOK (Project Management Body of
Knowledge), Guia B udget Maid of Knowledge.
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Isso é planejamento para que você possa diferenciar todas as atividades do
seu negócio, tempo, escopo, custo, risco, aquisição, qualidade, pessoas,
comunicação, integração, gestão de stakeholder, responsabilidade social.
Ter sucesso é complexo e é por isso que você precisa desenvolver o seu
produto com clareza.
Quanto mais ferramentas você tem a disposição, quanto melhor o seu
portfolio de oportunidades:
● maior vai ser a sua assertividade no domínio do seu canal;
● maior vai ser a fortaleza que você tem pra ter uma tomada de decisão
com clareza e com discernimento; e
● muito mais do que isso, para que você possa ter sucesso você precisa
de uma segunda inteligência, você precisa aprender a desenhar
cenários.
Análise de Mercado
Cenário é imaginar no tempo e no espaço o que pode ser ideal, o que pode ser
real, o que pode ser pessimista.
Todo empreendedor tem que fazer essas imaginações, projetar situações
factíveis, realizáveis, e muitas vezes pessimistas.
Vou te dar um exemplo atual – Eu quero ser empreendedor, faturar 1 milhão
de reais no primeiro ano do meu negócio – Isso é ideal? E se for 900 será que
não é suficiente? E se for muito além, 1.200?
Você tem que provisionar tudo isso, então quando você estabelece um
cenário ideal você já cria imagens daquilo que você provisiona no ideal e
estabelece três planos de contingência:
● Um pouco acima da meta;
● Um pouco abaixo da meta; e
● O que é provável.
É aquilo que todo mundo está praticando, é aquilo que os números estão
apontando, o que o IBGE aponta, o que o cenário econômico aponta, o que
a Selic aponta, o que a taxa nominal de crescimento aponta.
Este define o que chamamos de cenário provável.
Aí você pode perguntar: Será que a Cristiana quando tomou a decisão de
empreender ela tinha tudo isso?
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Claro que sim, ninguém chega ao sucesso por acaso, ninguém chega a ter um
portfolio tão avançado de produtos e todos eles bem sucedidos de maneira
casuística.
Isso é muito bem pensado, isso é muito bem concatenado, tudo isso é muito
bem estruturado, para que seu tiro seja certeiro.
Você tem que ter um objetivo muito bem focado para persegui-lo.
Nós já vimos Inteligência Empresarial e Inteligência Antecipativa, a terceira
inteligência é a Inteligência Competitiva.
Proposta de Valor
Eu preciso definir como é que eu quero ser visto, como é que eu quero que o
mercado me enxergue, tenho quatro formas de ser enxergado pelo mercado:
eu posso ser o melhor produto, eu posso ser o menor custo, eu posso ser
solução completa ou posso ser aprisionamento.
No caso da Cristiana, em especial, só para citá-la, já que ela é o instrumento
chave desse estudo de caso, ela optou no começo de ser o melhor produto, o
que significa isso?
Mercado nichado, exclusivo, para poucos que vão pagar muito por um produto
de ponta, esse é um posicionamento que você tem que ter muita clareza,
porque é das marcas de grife, de produtos de grife.
Se você pensa em desenvolver um produto ou uma marca de grife, é
imperativo que você reflita sobre produto de ponta e para público de ponta,
que esteja disposto a fazer um investimento de ponta. Há um nicho para isso.
Agora você pode optar por ser um produto de baixo custo, nada de errado
com isso, você tem que ter escala.
Nesse momento se você opta por um produto de escalabilidade, você tem que
ter volumetria, você tem que ter setup de fabrica, produzir muito e colocar
rapidamente com produto de alto giro, ou seja, você pode usar um marketing
multi nível, você pode utilizar a relação colaborativa e fazer o seu produto
chegar em larga escala para o mercado.
Perceba que você tem duas oportunidades diferentes com estratégias de
penetração diferentes.
Uma outra modelagem que eu gosto muito é a solução completa - nem sou o
melhor produto e nem sou o menor custo, você começa a buscar um solução
mais o ne to one – uma abordagem mais consultiva.
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Há empresas no mercado que procuram essa relação mais intimista, uma
abordagem exclusiva, visitação, roteirização.
Uma quarta abordagem – aprisionamento – só você tem e o mercado todo
quer nesse momento.
Você vai ter que definir como empreendedor, não dá para ser tudo, você
escolhe um para ser excelente e nos demais seja suficiente.
A quarta inteligência é a maior dor do empreendedor, que é a Inteligência
Financeira.
Formar preço é um grande desafio, porque muita gente confunde preço de
venda com custo, não sabe margear e, muitas vezes, o que acaba
acontecendo é que o vendedor fala que não tem lucro – e não é porque ele
vende mal, é porque ele não sabe formar preço.
Então, quem quer ter uma inteligência de mercado, tem que ter a disciplina de
saber quanto custa, porque o custo é uma certeza e o retorno é uma
esperança.
Tem que entender e colocar no seu mindset de empreendedor que dentro
desse conteúdo, desta construção de modelo, um empreendedor de sucesso,
você já construiu 4 inteligências, mas você tem que investir em inteligência
humana.
Inteligência Humana é a quinta inteligência, mas ela não é a menos
importante, você precisa de motivação, você precisa de entusiasmo, carregar
Deus dentro de ti, você precisa ter empoderamento, você precisa confiar nas
pessoas, tem que ter auto liderança, você tem que ter mindset vencedor, você
tem que ter inspiração, você tem que investir em autoconhecimento, você tem
que buscar forças, porque a jornada do empreendedor não é fácil.
Imagina que você é um jovem empreendedor e está contratando,
selecionando pessoas, que acreditem na sua causa, que acreditam na missão,
que possam construir com você uma jornada de sucesso e você tem que
aprender a dividir para reinar.
Como é que a gente divide para reinar?
Estabelecendo emponderamento às pessoas, dividindo dores e passando às
pessoas que elas podem crescer junto com você.
A quinta inteligência é a humana, jamais negligencie isso, porque gente é que
faz a diferença.
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Você pode ter o melhor capital financeiro do mundo, você pode ter a melhor
estrutura do mundo, mas se você não for entusiasmado, se não tiver um time
entusiasmado com você, você não vai chegar a lugar algum”.
A importância da tecnologia:
Tem a sexta inteligência, tecnologia.
Muito empreendedor é negligente, ele acha que ele pode anotar todo seu
plano estratégico num papel de pão, que pode confiar na memória.
Não, use tecnologia, pode ser um Excel, um sistema com um tabelas, se você
tiver um pequeno software, como o Microsoft Dinamics vai te ajudar muito
mais, mas o que você precisa entender.
Não dá para tomar decisões sem embasamento, a tecnologia te apoia na
tomada de decisão assertiva, quanto melhor a sua tecnologia, melhor a sua
tomada de decisão, porque ela vai te dar elementos para uma tomada de
decisão em tempo real – a tecnologia no desenvolvimento do seu produto,
não é só fabril, ela também é incremental ao seu crescimento.
Você tem que ter CRM, tem que ter software, você tem que ter um ERP, e com
o crescimento do seu negócio, você não pode crescer na base na intuição,
você tem que ter sistema de apoio à decisão, a sexta inteligência é
tecnológica.
Ter sucesso dá trabalho, por isso que a Cristiana é uma mulher de sucesso,
porque ela usa todos esses elementos para mapear seu território e conhecer
de maneira assertiva qual é o mercado que ela vai entrar, tendo muito mais
efetividade, muito mais propensão ao sucesso a cada uma de suas
empreitadas.
O marketing. Produto é marketing, produto tem que ter visibilidade, agora
chegou o elemento central para o empreendedor pensar e refletir a cerca do
que é ter sucesso no desenvolvimento de produto, que é o seu estudo
mercadológico, marketing é você colocar o seu produto em ponto de contato
com aquele que é o seu cliente.
Análise das Necessidades do Consumidor
O marketing advoga para o cliente, então uma estratégia mercadológica
assertiva vai fazer com que você tome uma decisão assertiva.
Outro erro: tem muito empreendedor que acha que o marketing é
simplesmente criar necessidade de demanda.
Eu sugiro à você, amigo empreendedor, que reflita sobre o seguinte: “não
pergunte o que o consumidor quer, crie algo para esse consumidor, e faça
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com que ele deseje o seu produto, e esse desejo vai virar uma necessidade, e
essa necessidade vai virar uma demanda.
Steve Jobs não perguntou para alguém se queria iPod ou iPhone, ele
simplesmente criou o desejo, o desejo por ter um design, pela sofisticação, o
acesso, esse desejo virou uma necessidade e essa necessidade virou uma
demanda.
Quando você conhece o seu produto e você conhece o seu mercado, e você
tem tecnologia, uma comunicação mercadológica assertiva, você passa a ter
muito mais propensão a ter sucesso.
Agora é definir o seu modelo de venda, vai ser uma venda direta?
Vai ser uma venda consultiva?
Vai ser uma venda online?
Vai ser uma venda canal direto ou indireto?
Vai ser televendas?
Considerações Finais
Todo mundo quer vender, mas não tem marketing, não tem TI, não tem gente
preparada e não tem indicadores financeiros e uma boa estratégia, por isso
não tem sucesso.
Começou a entender o que é desenvolver um produto?
Desenvolver um produto é ter um conjunto de oito inteligências simultâneas:
● Inteligência Empresarial
● Inteligência Antecipativa
● Inteligência Competitiva
● Inteligência Financeira
● Inteligência Humana
● Inteligência Tecnológica
● Inteligência Mercadológica
● Vendas
Se você utilizar esses instrumentos e colocar isso em prática, você vai ter
sucesso nessa sua jornada como empreendedor.
Estratégia e planejamento de produto
Segunda aula do professor Eduardo Maróstica(03) abordando como preparar o
produto, montar o escopo, as ações que serão tomadas e como implementar
tudo isso, considerando o plano de negócios e quais expertises, insumos,
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matérias primas e canais de divulgação são necessários, além de como
definir prioridades a partir da Matriz de Ansoff.
Por que alguém vai comprar o seu produto?
Qual é o diferencial competitivo e comparativo que o seu produto tem que faz
a concorrência que já está estabelecida no mercado?
Você já parou para analisar quais são os diferenciais que podem gerar valor
para o seu cliente colocar numa curva de oportunidade e exclusividade a sua
empresa ou o seu diferencial comparativo?
Neste momento são importantes alguns insights que são fundamentais. Se
você levar isso a sério, se você colocar isso em prática, a sua empresa, a sua
ideia, a sua abordagem vai te conduzir ao êxito.
Estratégia e Planejamento de Produto
Nós temos que entender que tipo de estratégia nós devemos impor para que
possamos tomar uma decisão com muita sobriedade.
Neste mercado dinâmico tudo é muito desafiador, você tem que ter uma
estratégia bem definida e um planejamento bem definido. É fundamental.
Mas muita gente confunde os dois termos.
Na prática, planejar é definir antes o que você vai fazer ou não. Estratégia é
todo o repertório que você precisa ter, para que você possa ter alternativas
que viabilizem assegurar com convicção qual caminho certo a ser trilhado.
Quando a gente pensa em estratégia, planejamento e desenvolvimento de
produto qual é o alicerce que nos vai balizar?
Primeiro, valor.
Qual é o valor do seu produto?
Qual é a mensagem que ele passa?
Você vai ter uma linha da sustentabilidade?
Você vai ter uma linha de jovialidade?
Você vai ter uma linha mais júnior ou mais sênior?
É um pessoal mais disruptivo?
O produto tem que característica?
Quais são as mensagens intrínsecas que ele vai levar para o público alvo?
Portanto definimos o que é valor, temos um propósito, valor e clareza.
A segunda pergunta seria o seu produto é raro?
O que é raridade?
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Você já parou para pensar em qual é a sua raridade?
O que te faz único no meio da multidão?
Ter um produto somente bom é raro?
Ter um produto bom é obrigação?
Ter um produto com qualidade é raro?
Não, é obrigação.
Ter um produto que funciona é raro?
Não, é obrigação.
Você acha que Cris Arcangeli teve sucesso porque ela tinha um produto
comum? Raridade é algo exclusivo, onde eu não vou encontrar em lugar
algum, somente na sua empresa.
Então quando a gente pensa em produto nós temos que ter convicção, que
esse produto tem que gerar uma relação de exclusividade, pensando antes de
ser feito e durante o desenvolvimento.
Se você quer ter raridade, essa raridade tem que ser difícil de ser imitada.
Porque produto que todo mundo imita, vira comodity, pois qualquer um pode
substitui-lo facilmente.
Você já parou para pensar que um chinês quebra uma patente em 35 dias? Se
o seu produto não for raro, pode vir um o ofensor no mercado e fazer um
benchmarking e aquilo que você demandou muito tempo planejando, em 30
dias alguém consegue copiar.
Sua raridade tem que ser genuína, na qual você tem que ter um tempo para
recuperação do seu investimento?
Então, quando você pensa na constituição de um produto, além de valor você
tem que ter raridade.
Desenvolva uma gestão adequada
Você tem que ter iniciativa com acabativa. Muitas pessoas querem ter
sucesso, montar um negócio milionário, querem sair dos seus empregos e
empreender.
Porém, a maioria dessas pessoas não tem organização, não tem disciplina,
não tem gestão do tempo, não tem foco, não conhece as particularidades, não
conhece os elementos vitais para colocar um negócio para funcionar.
Por isso que pessoas como a Cris Arcangeli tem sucesso, por isso que elas
são Business Case, por isso que são pessoas de sucesso e bem sucedidas,
porque elas saem do lugar comum, elas não são comodity, pois você não pode
ser mais um no meio da multidão.
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Por exemplo, ninguém se lembra de “Alexandre o médio”. Se você quer ter
repertório, se você quer investir com assertividade e segurança, acreditando
que o seu negócio pode ter sucesso, você precisa pensar com muita
racionalidade.
Quais são os balizadores de mercado?
Quais são as análises de mercado que eu tenho que realizar?
Você precisa fazer pesquisa de campo. Uma ferramenta fácil e sem custo
para isso é o SurveyMonkey.
Você precisa sair da zona de conforto. As coisas acontecem no mercado lá
fora, e não dentro da sua empresa. O mundo é para pessoas e você precisa ter
a sensibilidade de conversar com pessoas.
Montar o escopo do projeto
Quais são os indicadores que vão te balizar?
Existem vários, porém, depende de quanto você quer faturar, o quanto você
quer crescer, o quanto você quer ter de retorno, o plano de capital, em quanto
tempo, quantas pessoas você vai contratar, qual é a margem que você vai
estabelecer, quantos fornecedores você quer ter dentro do seu hall, para que
você tenha um portfolio seguro?
Precisa ter conhecimento das particularidades do seu negócio. Como, por
exemplo, conheça a sua região, qual é a sua demanda, qual é o potencial de
crescimento?
Muitas pessoas me perguntam como eu faço para ser uma Amazon?
Primeiro de tudo para você começar a vender para a Amazon, voce tem que
entender que a Amazon começou com um conceito de loja de garagem, para
depois ir para internet, para depois conseguir constituir com conceito de A a Z,
de cauda longa.
Quando você é empreendedor, o dinheiro ainda é escasso, você não pode ser
imprudente e nem inconsequente, saindo de maneira incongruente usando o
dinheiro para tomada de decisões equivocadas.
Existem escolas de apoio de tomada de decisão, como o Sebrae e outras,
várias aulas e cases no meuSucesso.com, que irão te nortear, para momentos
sóbrios de tomada de decisão. Defina os seus indicadores. Quem quer
empreender, tem que querer sucesso, e sucesso depende de consistência.
Reflita sobre seus indicadores
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Use o Design Thinking. Use o mapa de empatia, use o MVP, o Canvas. São
ferramentas disponíveis que vão te ajudar no planejamento dos seus
indicadores.
A dor move o empreendedor.
Qual é a dor da sua região?
Qual é a dor da sua cidade?
Qual é a dor que o seu produto resolve?
Quando você descobrir isso, será mais fácil, pois quando você conhece a dor
do seu usuário, você tem muito mais propensão ao sucesso.
Então, investigue na sua região as dores.
Utilize o mapa de empatia do Tim Brown que seria entender o que as pessoas
estão demandando.
Posso citar o exemplo atual da Green, da Yellow, das Scooter de aluguel, na
qual resolvem a dor das pessoas sobre facilidade de locomoção.
Outro exemplo seria o app Tem Açúcar? Onde as pessoas utilizam e
compartilham no modo time share, coisas por um curto espaço de tempo.
Quando você entender os indicadores, as dores do seu seguimento, e como
resolver, você terá instrumentos de apoio para uma boa tomada de decisão.
O Canvas é uma ferramenta muito importante. Te dá segmentação de
mercado, te dá proposta de valor, te dá um desenho de canal, te permite
entender quais são as demandas, quais são as oportunidades que você pode
colocar no invólucro do seu produto, entre outras.
Porém, não adianta ter a ferramenta certa se você não tem a percepção de
empreendedor. E também não adianta ter a ferramenta se o seu mercado não
tem demanda. Como fazer para medir a demanda de um determinado
mercado?
Analisando a sua cidade, o seu local, se você tem a capacidade de
elasticidade do seu mercado.
Quando a gente pensa na Cris Arcangeli, ela já tinha pensando em uma startup
para ser vendida, em um modelo de negócio que tinha elasticidade.
Porém, chegou em um determinado momento que ela entendeu que não era o
que ela queria mais fazer, então ela vendeu.
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E aquele produto que ela vendeu foi oferecido para ela de volta, e ela recusou,
pois ela já tinha conhecimento e expertise suficiente para conseguir construir
outro negócio, melhor ainda.
Tenha a humildade para descobrir até onde você pode ir, pois chega um
determinado momento que você pode vender, que você pode fazer algo
melhor, construir uma outra parceria e quem sabe desenvolver um outro
mercado.
Trabalhando com toda cadeia do negócio
Como eu consigo desenvolver essa cadeia?
Quando você faz um design do seu plano de negócios, você precisa ter em
mãos o seu fornecedor principal, fornecedor indireto, cadeia de abastecimento
local, apoio logístico.
Conhecendo a dinâmica do seu mercado, você vai ter um coeficiente de dor
do seu mercado.
E, depois, defina a abrangência, buscando alianças estratégicas, parceiros que
irão te auxiliar naquilo que você não faz com excelência.
Você define qual é o seu c ore business, a
competência chave do seu negócio.
Você só vai ter sucesso no seu negócio naquilo que você é bom, que você tem
excelência e que o mercado veja atratividade.
Se você conseguir somar a dor do mercado, com excelência, com atratividade,
com a cadeia de fornecimentos, o modelo já esta definido, reunindo boas
práticas.
Buscar canais de divulgação
Como eu faço meu plano de comunicação?
Hoje fazer mídia é muito mais barato. Você pode utilizar o Google AdWords,
uma fanpage com uma página de vendas, um Instagram, um site pela wix.com
a custo zero, você pode estabelecer uma venda por via Whatsapp, você pode
estabelecer um ponto de contato por meio de comunidades, você pode ter um
canal no Youtube, entre outras formas.
O próprio meuSucesso.com é um benchmarking que é referência de
praticidade de comunicação, estabeleça no seu negócio, isso vai te ajudar a
se comunicar com o seu publico alvo.
Hoje você realizar um impulsionamento, uma estratégia de Google, tudo isso é
muito barato e simples.
34
Como faço agora para rentabilizar o meu negócio? Como empreendedor a
melhor oportunidade para isso acontecer é a penetração de mercado.
Considerações Finais
O mercado está para quem tem a simplicidade para acomodar uma solução
não existente em um mercado existente.
Instrumentaliza todas as ferramentas, criando uma massa de informações,
colocando disciplina, focando a sua energia e estabelecendo um ponto de
contato com o seu canal.
Isso dará oportunidades reais de você maximizar o desempenho, ter uma
vantagem competitiva e ser um diferencial na região que você irá desenvolver
o seu produto.
A sorte me achou trabalhando
Cris Arcangeli vê na situação política brasileira uma grande oportunidade: a
abertura do país para importações, com o governo Collor, instiga a
empreendedora a trabalhar com esse mercado.
Ela acaba virando a primeira distribuidora mulher da marca Clarins no Brasil.
Um negócio que se transformaria numa rede com mais de 27 marcas
importadas. Cris encontra soluções alternativas para comunicar sua marca.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: A Cristiana sempre
foi uma mulher que viajava muito, para conhecer as tendências internacionais
do seu mercado, para se inspirar. Em 1991, com o governo Collor, começaram
a ser liberadas as importações.
Cris Arcangeli: Com a importação abrindo, eu queria ampliar minha linha de
tratamento, eu achava que não existia marcas com credibilidade para fazer
uma linha de tratamento:
● Eu resolvi ir para a França, procurar uma marca que gostava muito, que
tinha o mesmo conceito da minha marca, de um produto natural, porém era
para tratamento de pele, que se chama Clarins.
Walter Torre – CEO da WTorre: O que ela percebeu e entendeu quando ela
lançou o produto dela foi que se você não tiver a ferramenta adequada para
colocar em todos os pontos de distribuição, não adianta você ter o melhor
produto, que ele não irá vender.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins: Um dia a Cristiana
chegou ao meu escritório, em Paris, há muito anos atrás:
35
● Eu já sabia que ela conhecia muito bem o seu mercado no Brasil, suas
demandas, os tipos de cabelos brasileiros, que havia criado sua própria
marca de tratamento capilar, a Phytoervas, e que havia muita qualidade
nele.
● Eu tinha conhecimento que seu produto era natural, que ela apreciava esse
tipo de produto.
Cris Arcangeli: Eu ia à França durante mais ou menos três anos, de
negociação, e explicava que importação iria abrir e a Clarins seria o primeiro
produto importado de tratamento de pele no Brasil. Então, após muita
conversa ele me pediu um plano de negócios.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: Ela discutia muito
com os franceses como seria o mercado no Brasil, pois não havia um
mercado propriamente dito.
Cris Arcangeli: Levei um plano de negócios para o Christian:
● Neste, tinha 85% de imposto de importação, o multiplicador entre o preço
FOB (free on board) e o preço Retail (preço de venda-consumidor) era
13,8%.
● Então, se eu comprasse um produto por $1,00, eu iria vender por $13,80,
então o multiplicador era surreal. Eu tinha três pontos de venda, dois em
São Paulo e um no Rio de Janeiro.
● O Christian falou para mim que com esse multiplicador, e com esse número
de ponto de vendas, você vai levar quantos produtos para o Brasil? Três?
● Você vai levar na mala? Pois você não vai ter venda com isso. E eu pensei, e
falei – nós vamos ensinar o mercado, e o mercado vai acontecer, brasileiro
gosta de produto importado, e isso vai dar certo”.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins: A minha primeira
impressão sobre a Cristiana foi de uma mulher decidida, uma verdadeira
empresária, com visão de negócio e mercado, na qual sua marca Phytoervas
era bastante extraordinária, com qualidade dos seus produtos.
Cris Arcangeli: O Christian resolveu vir ao Brasil, conheceu São Paulo,
conheceu o Rio de Janeiro, conheceu os pontos de venda, eu o levei até a
minha fábrica para ele conhecer.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins: Nós criamos uma
relação de confiança, ela me mostrou o Brasil, me mostrou sua fábrica, aonde
seriam os pontos de venda.
36
Cris Arcangeli: Eu fui à Paris pela última vez para fechar o contrato com o
Clarins, então ele me chamou para sala de reunião na empresa e me disse que
gostava muito de mim, do meu trabalho, me achava muito competente, mas
que ele havia conhecido uma pessoa no Rio de Janeiro, que tinha um leque de
amizade com políticos muito extensa. Então ele me disse que tinha percebido
que um negócio para dar certo no Brasil, você precisava conhecer os políticos,
conhecer as pessoas certas, ou seja, essa pessoa que ele conheceu seria o
distribuidor do produto, e eu seria uma “coadjuvante”. Então, questionando-o,
pergunto por que não poderia ser eu a distribuidora? E ele me responde que
ele não tinha nenhuma distribuidora mulher da marca dele no mundo, e eu não
seria a primeira.
Acabei entregando o plano de negócios para ele, e disse que estava fora do
projeto. Porém ele viu que poderia me dar uma chance, então ele voltou atrás
e disse que me daria a distribuição do produto, e eu seria a primeira mulher a
realizar isso pela marca dele. Sai da sala com o contrato assinado.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins: Eu sabia que estava
em boas mãos, eu queria muito ingressar no mercado brasileiro, então fiz de
tudo para ajudá-la a conseguir os meios para isso, e ela era apaixonada pela
minha marca.
Cris Arcangeli: O Christian me falava que eu precisava ter outras marcas além
da Clarins como importação, e a Phytoervas no Brasil, pois o mercado vai
crescer, outras marcas irão se formar e, se você não tiver outras marcas, você
vai acabar não tendo forças para se impor no ponto de vendas. Ele me
apresentou várias marcas, Givenchy, Chanel, Carolina Herrera, Pacco Rabane
(grupo Gucci). Eu fui ganhando a distribuição dessas marcas.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins: Quando você tem uma
parceria com um país tão grande quanto o Brasil, e que não tem muitos
pontos de venda, o que é um problema, para pagar a viagem do representante,
é melhor que ele tenha de quatro a cinco marcas.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: O mercado de
perfumaria é muito sedutor, para você trabalhar no mercado de luxo você tem
que ter uma mentalidade diferente de trabalhar no mercado de massa. Porque
esse consumidor é muito mais exigente, ele coloca valor ao detalhe.
Cris Arcangeli: Contratei a Viviane Simões, que acabou se tornando Diretora
da área de importação, que era muito competente”.
Viviane Simões – Marketing Corporativo Institucional Iguatemi:
● Nós íamos às feiras do setor de beleza internacional duas vezes ao ano,
mostrar nosso trabalho, as oportunidades que estão no Brasil e o que o
mercado internacional não conhecia. A base do Brasil de cosméticos e de
37
higiene pessoal era muito forte e elevada, tinha um mercado que já era
ávido por esse tipo de produto.
● Hoje as pessoas tem uma preocupação maior em se cuidar, em usar
produtos mais naturais, mas naquela época ainda era muito embrionário.
● Você tem que cuidar de todas as vertentes, da importação, do plano de
negócios, toda a parte de treinamento, staff (equipe), até os consumidores,
pois ninguém estava acostumado a comprar produtos cosméticos no
Brasil.
● Ela estava sempre olhando para os outros mercados, o que estava
acontecendo no mundo da moda, o que estava acontecendo no mundo das
artes, o que estava acontecendo no cinema, tentando entender esse
comportamento, maneiras de trazermos essas marcas de um jeito
diferenciado para o Brasil.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● Hoje parece muito fácil, mas nós pagamos o preço de ser o primeiro, de
inovar. Foi difícil construir esse mercado aqui no Brasil, você enfrenta o
Paraguai, trazendo mercadorias, na qual sabemos que não é da forma mais
licita, então você que é um importador e paga todos os impostos, recolhe,
investe, realiza tudo da forma mais correta, acaba vendendo metade do que
eles.
● A exigência das marcas era muito forte, e isso você acabava tomando para
o seu próprio negócio, acabava aumentando o seu grau de exigência do seu
próprio produto e aprendendo com a evolução do mercado.
Cris Arcangeli: Existia muito produto falsificado, importado, vendendo em
muitos lugares. Então eu decidi tentar limpar esse mercado, ensinar o
mercado como vender produtos internacionais no Brasil. Montei uma loja que
chamava Phyta. Foi montada uma perfumaria com conceito de perfumaria,
com serviços, com atendimento diferenciado, para cada marca tinha uma
gerente que sabia tudo dos produtos, que tinha fluência em três, até quatro
idiomas.
Christian Courtin Clarins – Presidente do Grupo Clarins:
● Eu tinha o prazer de viajar para o Brasil, viajava de três a quatro vezes por
ano, para acompanhar mercado, entender as dificuldades, para ver o que a
mulher brasileira estava buscando para a sua beleza.
● E a Cristiana tinha muita proximidade com as clientes da loja, ela sempre
tinha respostas muito claras, me permitindo avançar.
38
● Quando em entrei na Clarins, em 1974, nós faturávamos em torno de
€1.000.000,00, hoje (2018), está em torno de €1.000.000.000. Quando eu
falei que a gente faz 93% de exportação, você vê os cálculos com chegada
do mercado chinês, que é um boom extraordinário na cosmética para os
artigos de luxo em geral.
● No inicio eram os institutos de beleza, a Clarins nasceu dentro de um
instituto de beleza, e com a Cristiana conseguimos um instituto de beleza
para tratamento Clarins.
Cris Arcangeli:
● Eu resolvi fazer franquias dessas lojas, então eu vou criar uma loja, criar um
padrão e vou franquear essa perfumaria. Então procurei o Marcelo Cherto
(Fundador da Associação Brasileira de Franchising – ABF) e fizemos um
estudo do negócio. No entanto ele me disse que no Brasil não daria certo,
porque eu não era detentora de tudo que tem na franquia.
● Mas mesmo assim eu criei. Outras marcas foram entrando, e eu não tinha
nenhum poder em cima das franquias. Eu não conseguia fazer com que
eles fizessem a vitrine do jeito certo, eles não seguiam nenhuma
padronização.
● Porém acabei comprando algumas lojas e segui sozinha. Mas eu percebi
que eu não era uma pessoa do varejo, eu gostava era da produção. Vi que
aquilo não estava dando certo e voltei a falar com o Marcelo Cherto.
● Por que perfume de pessoas não dá certo? Porque você não quer ficar
cheirando igual uma pessoa. Todas as marcas de cosméticos mundiais
que ficaram maiores, e famosas, que exportam para outros países são
sempre com um nome de algum estilista.
● Eu conheci um rapaz, que montava na mesma hípica que eu, que era Diretor
de uma agência de modelo chamada Elite (Grupo John Casablanca) e ele
trouxe para o Brasil o desfile da Elite, que se chamava L ook of The Year.
● E ele não estava conseguindo patrocínio para desfile daquele ano, então ele
me perguntou se eu não poderia patrocinar o desfile. Eu perguntei a ele se
eu podia mudar o nome para Phytoervas Look of The Year”.
Cris = PED | Potência elevada às potências Evolução e Disciplina
A evolução, controle emocional e intelectual de Cris estão pautados pela sua
disciplina nos exercícios físicos, o que lhe dá forças para as adversidades
como trabalhar com importações numa realidade em que impera o
contrabando e suportar a venda de sua grande criação.
Cristiana Arcangeli:
39
● Perfume de pessoas famosas não funciona. Perfume tem a ver com o
estilo de vida, como a pessoa se veste, com o estilo daquele nicho de
pessoas. Você compra um cheiro daquele estilo de vida que aquele estilista
te apresenta.
● Se não houver moda brasileira, nós nunca teremos um perfume brasileiro
com projeção internacional. O meu sonho era ter uma marca de cosméticos
de projeção internacional.
● Queria criar um desfile de moda, que se chamaria Phytoervas Fashion, para
expor os estilistas brasileiros.
● Se no dia de amanhã esse estilista ficar famoso, eu vou fazer uma linha de
produtos com ele e exporta-lo internacionalmente. Buscamos mão de obra
em todos os lugares.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: O que ajudou muito
a Phytoervas em comunicação na época foi o desfile Phytoervas Fashion,
sendo novamente uma inovação no mercado.
Fausto Ferraz – Empresário: Todas as pessoas queriam convites para o
evento, pois ele chamava muito a atenção, era um evento moderno e
diferente.
João Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC: Uma característica da nossa
indústria é a comunicação. A criatividade da Cristiana fez com que ela fosse
para o Fashion Week, patrocinado por uma marca recente.
Cristiana Arcangeli: Quando estávamos na quinta edição do desfile, decidimos
fazer o Phytoervas Fashion Awards – um prêmio de moda do Brasil. E pensei
em montar um espaço só para fazer os desfiles, que era na Rua Cardeal
Arcoverde – SP, e se chamava Espaço Fábrica. Lá dentro tinha uma sala de
Personal Training, uma loja Phyta de Cosméticos Internacionais, uma loja dos
estilistas, um restaurante de comidas naturais, os escritórios do Phytoervas
Fashion e um lugar para os desfiles.
Marcelo Felipe Kheiralla – CEO do Grupo São Joaquim: O São Paulo Fashion
Week nasceu através do Phytoervas Fashion, era um evento muito importante,
muito grande, no qual muita gente nova no mercado foi lançada neste desfile.
Marcelo Quadros – Estilista: O Phytoervas Fashion foi pioneiro, de realmente
valorizar o criador e não a marca:
● Conseguimos mostrar a essência do mercado da moda, para jornalistas,
para compradores, para lojistas.
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● Se geraram diversos co-brandings naquela época, então acabou ficando
muito concorrido para os estilistas, todos queriam desfilar sua marca no
Phytoervas Fashion.
● Ali se lançaram modelos, maquiadores, styles e o profissionalismo do
mundo da moda brasileira, nasceu a semana de moda em São Paulo.
Cristiana Arcangeli – Eu era a maior distribuidora de produtos de luxo no
mercado:
● Eu trouxe a Chanel e a Givenchy para o Brasil. Ao todo eu tinha 28 marcas
internacionais e exclusividade.
● Tinha uma empresária que se chamava Eliana Tranchesi, que era dona da
Daslu e tinha uma loja em São Paulo.
● Conversei com a Eliana e perguntei se ela não queria marcas
internacionais no portfolio de sua loja, e ela se interessou e acabamos
abrindo a primeira loja Chanel do Brasil, no segundo andar da Daslu.
● Mas em determinado ponto, a Eliana teve alguns problemas com a receita e
a Policia Federal.
Viviane Simões – Marketing Corporativo Institucional Iguatemi:
● Como o processo todo de importação era novo, tinha um alerta em todas
as mercadorias que chegavam ao país, a receita checava se não existia o
mesmo problema que a Eliana teve.
● Como os impostos eram muito elevados no Brasil, tinha um
questionamento do preço ser muito diferente, porque toda a cadeia de
impostos tem que estar dentro do preço do produto.
● As marcas fizeram um esforço muito grande para entrar no Brasil.
Marcelo Felipe Kheiralla – CEO do Grupo São Joaquim:
● As fronteiras no Brasil são muito amplas, dificultando o controle.
● A diferença de impostos seduz para que o contrabando seja um bom
negócio, pois a carga tributária brasileira é extremamente abusiva.
● Então a diferença de preço de um produto que entra formalmente para um
produto que entra informalmente é muito grande, fazendo que o
consumidor fique tentado a comprar.
● Você pode projetar uma perda de 2 a 3 bilhões de reais de impostos
federais e estaduais.
41
Cristiana Arcangeli:
● Eu trouxe muitos containers com produtos para venda e, como eu tinha 28
marcas, eram muitos produtos, naquela época era mais ou menos
$1.000.000 de produtos.
● Isso vinha através de uma trade que fazia esse tipo de trabalho para minha
empresa. Existiam todas as notas fiscais de todas as marcas.
● A Chanel, especificamente, quando exportava para o Hemisfério Oeste fazia
com uma empresa da própria Chanel, que ficava no Panamá: Cupis.
● Chegando à Policia Federal, em Angra dos Reis, acharam que era
contrabando e lavagem de dinheiro igual da Eliana Tranchesi, apreendendo
toda a carga. Isso acabou virando um processo que demorou 25 anos.
● Fui ficando um pouco desanimada de trabalhar com importação, porque
era um estresse diário.
João Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC: Tem empresa que diz que
quando o meu produto entra no Brasil, o problema é do governo brasileiro. A
facilitação que você tem em comprar o produto, faz com que aquela marca
fique conhecida no mercado.
Marcelo Felipe Kheiralla – CEO do Grupo São Joaquim:
● Em 1998 foi o ano que o Brasil voltou a “ficar na moda”.
● As vendas estavam indo muito bem na Phytoervas, era uma marca muito
conhecida.
● Depois que eu entrei na empresa, surgiu de 3 a 4 empresas multinacionais
interessadas na Phytoervas.
● Na época acabamos iniciando uma conversa mais forte com uma delas.
● Durante as negociações eles nos colocavam em uma biblioteca enorme
dentro do próprio escritório deles em Nova York, gerando um efeito
psicológico de tentar se criar uma pressão em cima do vendedor, e os
advogados deles eram muito agressivos.
Cristiana Arcangeli:
● Eles iriam distribuir dentro da distribuição da Phytoervas e transformar a
Phytoervas internacionalmente. Iniciamos a negociação de venda.
42
● Comecei a ir para Nova York todos os finais de semana para os
funcionários não saberem.
● Eu estava muito em dúvida sobre vender a empresa. Até que um dia a
jornalista Joice Pascovick faz uma nota na coluna que ela tinha: Cristiana
Arcangeli em tratativa para vender a Phytoervas...”
● Quando eu cheguei ao escritório para trabalhar, estavam todos os
funcionários sem entender o que estava acontecendo no ambiente, foi
muito difícil acalmar os funcionários.
Fausto Ferraz – Empresário: Durante uma das viagens à Nova York, a
Cristiana começou a escrever uma carta para os advogados, sobre o que era a
Phytoervas para ela. Com esse texto ela conseguiu desarma-los, ela precisava
passar a marca para alguém que conseguisse perpetuar essa marca.
Cristiana Arcangeli: Fui à Londres para negociação, junto com a minha equipe.
Chegando em um restaurante para a reunião eu recebo um papel com uma
proposta de compra, com um valor de $10.000.000 a menos do que eles iriam
pagar inicialmente. E acabei vendendo.
Precificação: uma questão para o empreendedor
Aula da professora Selma Felerico(04), evidenciando que precificar o produto é
uma grande questão para o empreendedor, pois é preciso focar o processo de
precificação de um produto pensando nas estratégias de vendas, na diferença
entre proposta de valor e preço e como estabelecer promoções, descontos e
cupons.
Falar de preço é uma coisa importante estrategicamente falando porque o
preço é o único P do Marketing que trás receita para empresa.
A Cristiana desenvolveu um produto no qual ela podia trazer valor para essa
marca.
Precificação é um item muito importante na hora de estabelecermos nosso
produto no mercado, criar valor e assim um diferencial competitivo importante
para a marca.
Formas de Pensar a Precificação:
Existem três formas de precificar o produto no varejo:
● custo | concorrência | demanda
Na concorrência, eu vou acompanhar. Mas nem sempre é a forma adequada,
pois se eu não tenho uma quantidade de volume de produção e distribuição
43
suficiente, eu posso não acompanhar minha concorrência e trazer problemas
financeiros para minha empresa.
Na demanda talvez seja a melhor forma, pois para isso preciso ter um nome
conhecido no mercado para saber exatamente o que o consumidor deseja.
A Cristiana Arcangeli consegue fazer isso, porque é uma pessoa inovadora e
busca esse desafio com um produto diferenciado no mercado.
Nos anos 80, ela teve a oportunidade de trazer um produto inovador, e que as
mulheres precisavam.
A terceira forma de estabelecer a precificação é por custos.
Vou calcular meus custos fixos, que são matéria prima, mão de obra, toda
parte de custos da empresa:
● como por exemplo, instalações, eletricidade, embalagem, incluindo taxas,
impostos e valor, o quanto eu vou querer de margem de lucro no meu
produto.
Técnicas e Estratégia
A estratégia de crescimento (Matriz Ansoff),foi um estudo desenvolvido por
Igor Ansoff (foi um professor e consultor norte-americano nascido na Rússia.
Formou-se na Brown University em Engenharia e Matemática, e trabalhou na
Rand Corporation e depois na Lockheed. É conhecido como o pai da gestão
estratégica).
A Matriz Ansoff possui quatro quadrantes.
1. Desenvolvimento por penetração de mercado: Quando eu tenho um
produto estabelecido no mercado e então eu aumento a minha
demanda dentro desse mercado. Dentro desse mercado, eu posso
atingir muito mais consumidores. Por exemplo, no case da Cristiana,
ela lança o produto, viu que tem aceitação, porém ela percebe que
ainda existe um share de mercado no Brasil, no caso dela, no Rio de
Janeiro e em São Paulo, onde foram as duas primeiras praças que ela
investiu, mas ainda existe uma gama enorme de público para atingir,
então ela resolve investir em mais comunicação, distribuição no ponto
de venda, aumentando assim a base de penetração de mercado, essa é
uma estratégia.
2. Desenvolvimento de produto: Quando você já cresceu o suficiente no
mercado, o público já foi atingido, então eu desenvolvo outros
produtos, com a minha base de consumidores para que eu consiga que
44
eles continuem comprando mais o meu produto, assim eu mantenho o
meu consumidor.
3. Desenvolvimento de mercado: Quando você já tem um produto
conhecido, eu já aumentei a minha gama de produtos da mesma linha,
e eu cresço em distribuição, conseguindo atingir outras praças,
crescendo a minha força de vendas, entregando mais e produzindo
mais, portando eu consigo vendedores para abrir novos clientes em
outras praças.
4. Diversificação: É algo híbrido, onde eu diversifico novos mercados e
novos produtos. Por exemplo, no case da Cristiana, eu vou até outro
estado e adapto o meu produto (Shampoo) através de uma planta
especifica da região, uma fruta, um aroma, que o consumidor do
Nordeste, Sul, Norte, se sente contemplado, sendo muito mais fácil
fidelizar esse consumidor.
Proposta de Valor vs Preço
● Preço é um custo monetário que eu estabeleço em um produto e que
o consumidor está predisposto à pagar.
● Valor é o custo beneficio que um consumidor se predispõe à pagar.
Processo de Precificação
Precificar um produto é tão importante quanto uma estratégia para
desenvolver um produto ou divulgação no mesmo no mercado. Não
existe uma matriz mais importante que a outra, você precisa levar em
consideração fatores de decisão da sua empresa.
Fatores internos:
1. Quais são os seus objetivos de marketing: aumentar a minha base
de clientes, crescer e conquistar mercados, gerar capital, conquistar
novos consumidores (novos produtos).
2. Força de vendas: em cada região, o que eu tenho disponível de
matéria prima.
3. CVP: estágio do ciclo de vida do produto.
Na fase de crescimento, passando pela maturidade, onde o meu produto
já é conhecido no mercado, já tem uma rede de distribuição, no
qual eu posso aumentar para outras praças.
No período de declínio é preciso diversificar os meus produtos, ir para
outra linha para então poder voltar para fase de crescimento.
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Fatores externos:
Acompanhar ou não a concorrência: nem sempre a entrega e a destruição são
próximas à concorrência, acompanhando ou não a margem de lucro.
Influenciadores do Processo de Precificação
Analisando o macro ambiente, que são cinco forças externas que baseiam o
mercado em qualquer plano estratégico.
1. Sócio Cultural: hábitos e costumes de consumo de toda a sociedade
durante esse período.
2. Demográfico: faixa etária, classe social.
3. Tecnológica: fatores que incidem na tecnologia de produção do meu
produto.
4. Comunicação: tipos de comunicação para venda do meu produto.
5. Econômico: fase que o país esta passando, como desemprego, taxas
de juros, inflação...
Análise de micro ambientes, que são a minha empresa, os meus
consumidores, os meus concorrentes, os meus fornecedores.
Estabelecer preço é gerar valor, experiência para o consumidor, então é ai que
estrategicamente estabelece um relacionamento da nossa marca no
mercado.
Como melhorar a precificação para o seu produto(09)
A precificação do portfólio de produtos é um dos principais segredos para o
sucesso de uma empresa, mas fazê-la de forma inadequada pode criar
problemas financeiros não solucionáveis.
Aprenda como fazer a precificação correta para melhorar o faturamento do
seu negócio!
Se você já estudou ou leu um pouco sobre marketing, deve imaginar a
importância do entendimento sobre preço.
Mas a tarefa de colocar preços em produtos – precificar – não é tão simples
como apenas etiquetar itens na prateleira ou no site.
Ela envolve uma vasta compreensão sobre consumidores, mercado,
competidores, fornecedores, tributações e o portfólio da própria empresa.
46
A precificação é, portanto, um processo de profunda avaliação para identificar
qual o melhor preço para maximizar os ganhos e assegurar a saúde financeira
de sua empresa.
Além disso, não existe apenas uma forma de fazer a precificação! Existem
diversas estratégias de precificar e, por isso, é muito importante entender
todos os aspectos envolvidos.
Não tem certeza quanto vale seu serviço? Você se deixa levar pelo preço da
concorrência e ou a pressão do cliente?
Para não cair em armadilhas confira o que é e como deve ser feita uma
precificação correta de produtos e serviços de uma empresa:
• O que é precificação?
• Quais as diferenças entre preço e valor?
• Por que fazer precificação?
• Como fazer precificação?
• Quais as estratégias de precificação?
O que é precificação?
A precificação é a prática de avaliar aspectos dentro e fora da empresa e
adaptar o preço de seus produtos e serviços aos objetivos do negócio.
Além disso, ela reflete o valor que sua persona enxerga na sua marca ou
produto. Por isso, ao contrário do que se pode intuitivamente pensar, o melhor
para sua persona não é necessariamente o menor preço e, sim, o maior valor.
Quais as diferenças entre preço e valor?
O preço é todo o sacrifício que o consumidor está disposto a fazer para
adquirir determinado serviço ou produto. Isto é, o dinheiro que ele gastaria e
outros sacrifícios como custos de deslocamento e entrega.
Além de ser um dos famosos 4 P’s do marketing, ele é o único que não gera
custos e, sim, receita.
Como se não bastasse, é um dos principais fatores de decisão de compra dos
clientes, sobretudo em lojas físicas, onde 80% das vezes o fator determinante
para a compra.
É comum escutar que certas coisas “não tem preço”. Isso não significa que
elas não possam ser precificadas pragmaticamente, mas sim, que seus
benefícios são imensamente maiores do que o sacrifício para consegui-las.
As pessoas avaliam quais são esses benefícios em relação aos sacrifícios e,
47
em seguida, tomam a decisão de compra baseada na percepção geral do
valor.
Portanto, o valor é a relação entre custo e benefício.
Sendo assim, um bom produto pode ser considerado excessivamente caro se
o seu valor não for percebido.
Ainda, um produto muito barato pode dar uma impressão negativa, como que
a qualidade do produto é baixa ou que a empresa não vai bem.
Assim, a precificação pode impactar não somente a margem de lucro, como
também a percepção de valor da marca, sinalizando a qualidade de produtos.
Por que fazer precificação?
Diante dessas conclusões, fica claro que a definição de preço pode ser a
chave do sucesso ou do fracasso.
Para entender melhor os vários aspectos em que estratégia de precificação
afeta sua empresa, listamos as principais vantagens:
• aumentar o faturamento;
• maximizar os lucros;
• reduzir riscos;
• ajustar ao p úblico-alvo;
• sinalizar o valor do produto;
• satisfazer o consumidor;
• enfrentar a concorrência;
• garantir a sobrevivência.
Como fazer a precificação?
Apesar de a percepção de valor de seu cliente ser extremamente importante
para desenvolver uma estratégia de precificação, empresários e lojistas
devem também ter outros fatores em mente.
Esses fatores podem ser resumidos nos 5 C’s (em inglês):
• Company objectives (objetivos da empresa);
• Customers (compradores);
• Costs (custos);
• Competition (competição);
• Channel members (cadeia de valor).
Não se preocupe, vamos explicar todos esses em detalhes a seguir!
Objetivos da empresa
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A precificação deve ser feita de forma a refletir os objetivos de negócio e
permitir que eles se tornem realidade.
Uma empresa com objetivo exclusivo de crescimento de vendas terá um
estratégia orientada de forma diferente de uma cuja estratégia é o marketing
de luxo, com o objetivo de ser líder em qualidade.
Para simplificar, apresentaremos quatro exemplos de diferentes objetivos
com implicações para a precificação:
• crescer as vendas: reduzir os preços;
• aumentar o lucro: aumentar o percentual para a margem de lucro
unitária;
• aumentar o valor: aumentar o preço;
• bloquear a entrada de novos concorrentes: reduzir os preços.
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Compradores
Após setar os objetivos, é hora de partir para a demanda. Essa variável não se
relaciona apenas às características e desejos da sua persona, mas também
sua disposição a pagar.
Como diz a famosa Lei da Oferta e da Procura, a demanda por um produto
aumenta na medida que o preço diminui em concorrência perfeita.
Seguindo essa lei, é esperado se o preço reduz, as vendas aumentem. Mas se
o preço é muito baixo, o empresário pode perder dinheiro.
Outra ressalva importante é que certos produtos são adquiridos não pela
funcionalidade, mas como símbolo de status, e o aumento de preços poderia
causar o efeito contrário.
Certos produtos são mais sensíveis em termos de procura com a mudança de
preços.
Por exemplo, se o produto é um item básico como o sal, é pouco provável que
a demanda varie com uma redução de preço, ao contrário de produtos de luxo
como o salmão.
Partindo para um outro cenário, se seu produto é difícil de ser substituído por
um similar naquela região, uma elevação de preço pouco afetará o consumo,
como ocorre com o aumento de passagens de ônibus.
No entanto, a longo prazo, a tendência é que as pessoas fiquem mais
sensíveis ao preço, criando novos hábitos (como aplicativos de transporte
49
compartilhado).
No mais, é importante não nos restringir apenas à quantidade vendida. Para
calcular o lucro, vamos considerar também os custos.
Custos
Em geral, os preços não devem ser somente calculados em cima dos custos,
já que se avaliam também os benefícios percebidos.
Mesmo assim, é importante definir um ponto de equilíbrio para decidir as
estratégias de precificação e entender quais condições em diferentes preços
tornam um produto lucrativo.
Para calcular o número mínimo de unidades para alcançar o equilíbrio,
usamos a seguinte razão:
Ponto de equilíbrio = gastos fixos / margem de contribuição
Gastos fixossão aqueles que não dependem das vendas (aluguel, salários, luz
etc.). Já a margem de contribuição é o ganho advindo de cada unidade
vendida, ou seja, a diferença entre o preço e os custos variáveis (produção,
insumos, comissão, taxas).
Vamos a um exemplo de aplicação da fórmula?
Suponha que um hotel tem um custo fixo de $100.000,00 para manter suas
operações anualmente e para cada reserva de quarto, tem um custo variável
de $40,00. Se o valor de uma diária é $200, quantas reservas diárias esse
hotel precisa até atingir o ponto de equilíbrio?
Nesse caso, a margem de contribuição = 200 – 40 = 160. Então o ponto de
equilíbrio em número de reservas é = 100.000/160 = 625 diárias.
O hotel precisará de 625 diárias no para atingir o ponto em que começa a
lucrar com essas reservas. Se forem feitas 1000 diárias (375 a mais que o
ponto de equilíbrio) o lucro será de $60.000, 00 (375 X 160).
Podemos também calcular o ponto de equilíbrio para saber quantas unidades
uma empresa precisa produzir e vender para alcançar um determinado lucro, a
determinado preço.
Nesse caso, o ponto de equilíbrio = (gastos fixos + lucro desejado) / margem
de contribuição
No exemplo do hotel, se o lucro almejado for de $200.000, 00, a conta fica:
(100.000 + $200.000) / 160 = 1875 diárias.
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Apesar desse método ser útil para uma análise inicial, não aborda fatores
importantes como as preferências da persona, demanda, branding e a
competição.
Competição
O nível de competição de um mercado pode impactar profundamente a
estratégias de precificação.
Em monopólios, por exemplo, a competição pelo preço é baixíssima e o preço
chega a ser controlado pelo governo, como é o caso das empresas
fornecedoras de energia para nossas casas.
Já quando o mercado é dominado por um certo número de empresas fortes, a
competição tende a influenciar as reações das empresas a mudanças de
preço, que poderiam significar perda ou ganho de market share.
Afinal, as pessoas comparam os preços dos produtos com diferentes
produtos e preços de seus concorrentes. Para muitas empresas o preço pode
indicar se o produto é similar aos outros ou se ele se diferencia na qualidade,
para mais ou para menos.
Ter como base apenas o preço de concorrentes pode ser uma dificuldade
para empresas pequenas, já que as grandes conseguem preços competitivos
com ganhos em escala.
Por esse motivo, é importante saber o seu diferencial e comunicá-lo para sua
persona com estratégias que criam e entregam valor, como o marketing de
conteúdo.
No mais, fique de olho nas práticas dos concorrentes no mundo digital.
Entenda suas táticas de precificação na Internet, tipos de promoções
oferecidas e o engajamento com o público!
Cadeia de valor
Diversas empresas podem fazer parte do canal de produção e distribuição de
um produto. E empresas diferentes também significam objetivos de negócios
diferentes.
Gerenciar essa cadeia de valor é um desafio que, se bem executado, pode
maximizar o potencial de gerar lucros.
A indústria de vestuário, por exemplo, é composta por varejistas, atacadistas,
e-commerces e muito mais.
Cada um desses fornecedores tem um objetivo distinto com a precificação,
paga um preço diferente pelo mesmo item e provavelmente repassará esse
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custo para o cliente.
Se a demanda é baixa, a fábrica pode vender o produto para um atacadista,
que compra o estoque em quantidades maiores e por menos que um varejista.
Em seguida, o atacadista pode disponibilizar essas roupas no site, onde o
cliente adquire a peça a um preço menor.
Viu como é difícil colocar isso tudo apenas em uma fórmula?
Por isso é tão importante conhecer estratégias de precificação e saber
identificar a melhor para o momento da empresa.
Continuando – Quais as estratégias de precificação?
Agora que você já entendeu os conceitos, é hora de analisar o seu cenário e
definir quais caminhos tomar.
Abaixo, listamos algumas das principais estratégias de precificação e o
momento em que são utilizadas.
Precificação dinâmica
O preço dinâmico é a precificação conforme a demanda, assim como diz a Lei
da Oferta e da Procura.
O preço dinâmico em tempo real é comum em serviços de compartilhamento
de viagens, como o Uber. Na hora do rush, por exemplo, o preço da corrida
aumenta significativamente.
Um modelo de preços dinâmico exige que você acompanhe as demandas por
seu tempo e a popularidade de seu produto e aumente os preços de maneira
proporcional. Essa tarefa fica mais fácil utilizando softwares, tática comum no
marketing digital.
Valor percebido
Se você já percebeu que as vendas estão diminuindo devido a fatores
externos, convém considerar uma estratégia de precificação pelo valor
percebido.
Como dissemos, as pessoas determinam o valor de um produto ou serviço
específico comparando os possíveis benefícios com o sacrifício para
adquiri-lo. Mas claro, as percepções são individuais!
Como os valores percebidos podem ser bem distintos, é interessante realizar
pesquisas de mercado para entender quais fatores mais importam para seus
clientes e em qual medida para fazer a precificação.
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O preço baseado no valor percebido tende a ser mais alto para produtos com
uma vida útil longa ou serviço de longa duração. Isso porque, se comparado
ao tempo total em que esse produto será útil, ele não parece tão caro assim.
Considerando infoprodutos como cursos online, por exemplo, uma estratégia
interessante é deixar as aulas disponíveis por um longo período de tempo.
Assim, o valor percebido se torna bem superior ao das aulas ao vivo ou
aquelas disponíveis por apenas 24 horas, o que permite elevar o preço.
No mais, a ideia de escassez (pouca oferta) pode ser valiosa para gerar
urgência e acelerar o processo de decisão de seus compradores.
Preço de entrada no mercado
Como proprietário de uma pequena empresa, você provavelmente está
procurando maneiras de entrar no mercado para que seu produto se torne
mais conhecido.
A estratégia de precificação para penetração em um mercado consiste em
definir um preço baixo para a introdução do novo produto, com o objetivo de
dar um pontapé inicial para as vendas e ganhar market share e lucros
rapidamente.
Essa estratégia desvia a atenção de outras empresas e podem ajudar a
aumentar a visibilidade e a lealdade à sua marca. À medida que o tempo vai
passando, é esperado que a custo por unidade caia e o volume de vendas
cresça gradualmente.
A longo prazo, os empresários podem então aumentar os preços para refletir
melhor o seu posicionamento.
Estratégia Skimming
Em muitos segmentos, como os de tecnologia e inovação, os usuários estão
dispostos a investir uma quantia mais alta para obter o produto ou serviço
antes de outros.
Mais tarde, a empresa então reduz os preços à medida que o mercado se
torna mais saturado e surgem produtos concorrentes.
Um dos benefícios do skimming é que ele permite que as empresas
maximizem os lucros dos primeiros usuários antes de reduzir os preços para
atrair consumidores mais sensíveis a preços.
Não apenas o skimming ajuda uma pequena empresa a recuperar seus custos
de desenvolvimento, mas também cria uma ilusão de qualidade e
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exclusividade quando você apresenta seu produto ao mercado.
Descontos por quantidade
Você já deve ter reparado que, nos supermercados, quanto maior a
embalagem do produto, menor é o preço por grama, litro ou unidade.
Essa situação descreve o desconto por quantidade, tática para encorajar os
clientes a adquirirem maiores quantidades.
Como resultado, é menos provável que os consumidores troquem de marca e,
dependendo do tipo do produto, podem também aumentar a frequência do
consumo, que passa a ser um hábito difícil de abandonar.
Precificação sazonal
São alterações de preço para estimular a demanda durante períodos
específicos do ano. Isso é bem comum durante a baixa temporada de turismo.
Ao lançar promoções de curto prazo, os empresários podem gerar buzz e
entusiasmo sobre um produto ou serviço, levando as pessoas a comprar
antes que seja tarde demais.
Combos
Com o preço do combo, as pequenas empresas vendem vários produtos por
uma taxa mais baixa do que os consumidores enfrentariam se comprassem
cada item separadamente.
Muitas pequenas empresas optam por implementar essa estratégia no final
do ciclo de vida de um produto, especialmente se o produto estiver vendendo
lentamente.
O agrupamento de produtos não é apenas uma maneira eficaz de reduzir os
custos com estoque, mas também pode aumentar a percepção de valor aos
olhos de seus clientes em retorno de seu investimento.
No entanto, os empresários devem ter o cuidado de verificar se os lucros que
obtêm com os itens de maior valor devem compensar as perdas que eles
recebem no produto de menor valor.
Preço competitivo
Neste caso, as empresas se baseiam na concorrência para escolher o preço
final.
Isso é comum quando o produto ou serviço é mais abstrato, como o trabalho
de um freelancer com peças gráficas.
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Assim, os empreendedores adaptam o seu preço à média de mercado,
supondo que seu produto se diferencie muito pouco dos concorrentes.
Nesse sentido, você também aumentaria os seus preços caso os
concorrentes façam o mesmo, já que isso poderia indicar que aquele tipo de
produto esteja sendo mais procurado ou valorizado.
Muitas vezes, há um líder de mercado que define o padrão e os concorrentes
seguem o exemplo, como pode acontecer em segmentos mais homogêneos
como o de companhias aéreas.
A estratégia de precificação ideal hoje pode não ser a mesma no próximo
trimestre.
É exatamente por isso que a precificação se torna uma tarefa bastante
complexa para empresas de todos os tamanhos.
Sendo assim, não deixe de acompanhar regularmente os KPIs da sua empresa
e ambientes de marketing para não cometer erros graves na precificação.
Perdas são ganhos: confie no processo
A empreendedora serial se frustra com o resultado da venda da Phytoervas e,
frustrada também com os negócios de importação, decide encerrar esse ciclo.
Na oportunidade de recompra da Phytoervas, opta por criar uma marca ainda
melhor.
Porém, por ocasionalidade da vida, fica com a marca de sucesso por apenas
18 meses. Se vê, então, nas suas palavras, “desempregada” e decide viajar
para Tóquio.
Cristiana Arcangeli: Eu continuei trabalhando, como consultora ainda por dois
anos. No final eles acabaram nomeando o presidente que morava em Porto
Rico, e vinha ao Brasil a cada três meses. Eu o questionei muito sobre como
ele iria gerir o negócio de longe.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: Eu não teria vendido
se fosse ela, a Phytoervas hoje seria provavelmente do tamanho da Natura.
Acredito que ela não tenha se arrependido, mas fica a duvida de que tamanho
ela seria hoje.
João Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC: A Bristol é uma empresa que é
muito forte de tinturas. A compra da Phytoervas foi um passo para que eles
pudessem entrar no mercado brasileiro, porém esse projeto não foi adiante.
Marcelo Felipe Kheirallah – CEO do Grupo São Joaquim:
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● Acabou sendo uma estratégia furada, pois eles não fizeram a marca
crescer e não introduziram as marcas deles, mesmo tentando no início.
● Eles chegaram a importar algumas marcas deles para colocar nos canais
de distribuição que a Phytoervas tinha. Eles não souberam gerenciar o
negócio no Brasil. Eles foram demolindo os conceitos da marca.
● Na época você comprar um Shampoo Phytoervas era a mesma coisa que
comprar um importado, só que você pagava três vezes menos. Isso foi tudo
sendo eliminado por corte de custos.
Viviane Simões – Marketing Corporativo Institucional Iguatemi: Nós nos
questionávamos muito. Será que eles compraram para acabar com a marca,
ou será que eles compraram porque eles queriam o canal de distribuição?
Cristiana Arcangeli: Eles não criavam mais nada, decidiram acabar com o
Phytoervas Fashion, mesmo sendo o maior divulgador da marca existente. Eu
consegui fazer o último desfile, que foi no Ginásio do Ibirapuera, e depois eles
encerraram.
Luiz Fernando Roxo – Fundador do ZenEconomics: Não dá para cortar
despesas para sempre. Eles estavam transformando um produto inovador,
feito no estado da arte, em um produto que não condiz com o mesmo. As
empresas vão perdendo a alma. As características desse tipo de empresa é o
endividamento em banco, margem pequena e volume”.
Cristiana Arcangeli:
● Eu comecei a ter contato com o Junior (João Alves de Queiroz Filho),
empreendedor, na época ele era dono da Arisco, depois ele acabou
montando a Assim, e hoje ele é dono da Hypermarcas.
● Ele começou a se interessar por cosméticos e queria trabalhar com
shampoo. Eu já havia vendido e já tinha acabado o meu non compete e me
convidou para fazer uma marca com ele.
● Sua ideia inicial era recomprar a Phytoervas. Mas eu não aprovei e
decidimos fazer uma marca nova. Então criei uma marca chamada “éh” que
era um passo a frente da Phytoervas”.
● Muitas inovações nasceram junto com a “éh”.
● Inovação é algo que acontece com a observação, quanto mais observador
você for, mais você pode ser inovador. Na época eu comecei a sentir uma
tendência para o orgânico, que era ainda melhor que o natural, era um
crescer de um conhecimento que você tem do seu mercado que vai
melhorando e criando.
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● Eu fiz um lançamento maravilhoso da marca, acabou virando
benchmarking, eu trouxe o Cirque du Soleil para o Brasil para o evento de
lançamento. Foi um super evento.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix: A Cristiana sempre
teve uma equipe de desenvolvimento de produto. Era tudo novo, qualidade,
aroma, estética, conceito.
João Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC: A Cristiana entendeu o que o
mercado queria, a sua leitura. Ela fez uma embalagem totalmente diferente do
que tinha no mercado. E está no mercado até hoje.
Cristiana Arcangeli: Nós nos posicionamos em relação ao que era a marca. E
um ano depois a Seda lançou um Shampoo quase igual em relação à “éh”.
Mas ficamos felizes em relação a isso, pois uma empresa igual à Seda se
inspirando, é porque conseguimos atingir o mercado.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● A mulher na cadeira de um salão de cabeleireiro ela é refém, pois tudo que
o cabeleireiro disser ela vai aderir.
● Então o que a Cristiana queria tirar a consumidora que vai à farmácia,
aquela consumidora Premium, que consome Kerastase, produtos
importados, mais sofisticados.
● A “éh”, começou a buscar esse consumidor de volta, porque ela tinha a
mesma qualidade do Kerastase e tinha um valor muito menor.
● Ela era a mais cara no ponto de venda, entre os shampoos brasileiros, mas
ela era um ótima opção de compra.
Cristiana Arcangeli:
● O Junior resolveu fazer a Hypermarcas, e me convidou a fazer parte do
projeto, incorporando a “éh” e trabalhando junto com ele, na época era 1%
do negócio dele”.
● Mas eu acabei não aceitando, eu queria somente a “éh”.
● O Junior tinha comprado 85 marcas, e então eu o questionei se ele não me
venderia a “éh”.
● Então ele me vendeu a parte dele, que era 50%, sendo assim eu era dona de
100%. Decidi parar com as importações e ficar só com a “éh”.
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● Quando eu fui assinar o contrato, ele falou que não ia mais vender a “éh”
pois entrou um sócio Mexicano, colocou muito dinheiro na Hypermarcas,
era um sócio que ele respeitava muito.
● E ele adorava a “éh”, ele achava que dentro do portfolio era a única marca
prestígio, por isso ele não queria vender.
● No entanto ele iria me pagar três vezes a mais do que eu iria pagar na
compra da “éh” eu teria um contrato de n on compete de três anos.
● Quando eu comecei o Phytoervas Fashion eu fiquei muito próxima do
pessoal da imprensa e conheci muitas pessoas.
● Então o Mesquita, que tocava na Radio Eldorado, me convidou para fazer
um boletim de moda, e eu o chamei de Radio Fashion.
● Mais para frente a Alpha FM me convidou para fazer parte da equipe.
● Hoje o programa está no ar há 20 anos, 10 anos só na Alpha FM e 10 anos
na Radio Eldorado, hoje ele se chama Programa Manual. E eu adoro fazer
rádio.
● Entrei no O Aprendiz. E depois entrei em um programa na Rede Record que
focava o âmbito social.
● O programa se chamava Extreme Makeover Social e levantava informações
e condições para reforma de creches, escolas e hospitais.
● E foi muito emocionante fazer parte desse projeto, conhecer pessoas muito
especiais que se doam por inteiro no projeto.
● Entregar um ambiente melhor era uma satisfação enorme.
● Eu já conhecia a Elizabetta Zenatti – dona da produtora Floresta.
● Um dia ela me chamou para uma reunião, e disse que estava trazendo um
programa, de um formato americano.
● Um programa de empreendedorismo, que chama Shark Tank, e que ela
queria eu a ajudasse a chamar os outros Sharks e começar o programa”.
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Desenvolvimento e lançamento de produto
Segunda aula da professora Selma Felerico(04), explicando que
desenvolver um produto fantástico não basta.
É preciso pensar estrategicamente sobre o seu lançamento: foco no processo
ideal para planejar um lançamento de sucesso e também sobre os principais
métodos de desenvolvimento de produtos, priorização do que será
desenvolvido e quando anunciar.
A vida do seu produto depende do desenvolvimento e do lançamento.
Começando pelo próprio desenvolvimento do produto, por exemplo, a
Cristiana tinha problemas em achar no mercado brasileiro produtos de
qualidade que atendessem o seu tipo de cabelo: o seu problema.
Ou seja, ela conhece o problema do consumidor, a partir disso ela busca uma
solução para o mercado capilar feminino.
Outra parte importante é que a Cris vai atrás do que o nosso mercado tem
para oferecer: as ervas e plantas, que ela tomou conhecimento quando
estudou homeopatia, detendo essa expertise.
Assim, ela acaba desenvolvendo um produto diferenciado:
● apostando em um valor mais alto para este produto, e
● visando também uma embalagem diferenciada.
Criação do Plano
A Cris, a partir deste momento, passa a pensar no lançamento deste produto.
Como ela não tem uma verba significativa, ela resolve fazer um lançamento
de impacto, não optando por uma comunicação de massa (tv, rádio, revista...)
acionando uma demanda muito forte e que, por muitas vezes, você não
consegue atender.
Ela opta por ferramentas de comunicação, como o evento junto com a
assessoria de imprensa (convidando especialistas em moda, socialites, etc...),
sendo o mestre de cerimônias um transformista (inovador na época) que te
dão mídia espontânea e trazem para a marca um posicionamento glamoroso,
Uma marca de luxo, o que permite ela ter um preço mais elevado, porém
acessível às mulheres.
“A Phytoervas entra no mercado de beleza brasileiro já com uma exposição
grande”.
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Estratégias de Lançamento
A Cris inova fazendo sua primeira feira no mercado de cosméticos, criando
um stand de 30m2 de madeira, o que não era comum na época, aumentando a
sua linha de três para dezesseis produtos.
Sua estratégia foi entrar no mercado por meio de relações públicas (eventos),
usando ferramentas de mídia dirigida.
Desde o começo do trabalho da Cristiana, ela trabalha com todos os
steakholders. Ou seja, contemplar todos os públicos de interesse que habitam
a empresa.
Estratégias do Plano de Divulgação
Desde os anos 90, o grande nome do marketing, Philip Kotler, nos ensina que
não devemos falar somente com o consumidor final.
É muito importante nos dirigirmos a todos os públicos que se relacionam com
a empresa e com o produto. Os públicos são: colaboradores, fornecedores,
formadores de opinião, influenciadores, grupos de pressão (coletivos, ongs),
os clientes maiores e os consumidores.
Plano de Comunicação: Depois que elaboramos um produto, e quando
lançamos e mantemos o produto no mercado, passamos para a fase de
planejamento de comunicação, considerando três etapas:
1. Etapa de levantamento de dados: onde analisamos o macro e o
micro ambiente.
Se as condições estão favoráveis ou não ao momento da empresa,
entendendo o mercado, pois são fatores que não é possível alterar, ou
seja, adaptar a realidade que estamos vivendo.
Em seguida eu olho para perspectiva das minhas forças e fraquezas, o
que eu posso influenciar neste ambiente, e como eu posso interagir com
ele, analisando a forma de comunicação.
2. Matriz SOWT: Diagnóstico estabelecendo uma “fotografia” do
momento, as oportunidades e ameaças, redesenhado o perfil do meu
consumidor, entendendo os novos hábitos e alterações que foram
sofridas.
3. Mensagem: que tipo de mensagem o consumidor quer receber,
uma comunicação, o quanto ele esta predisposto nas mídias sociais a
trabalhar com isso para depois eu estabelecer um tema de campanha.
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Considerações Finais: O consumidor recebe em torno de 12.000 mensagens
comerciais por dia, consegue reconhecer 80 e apreender em torno de 12.
Tenha como objetivo posicionar o produto positivamente entre esses 12!
Canais e estratégias de vendas e atendimento
Terceira aula do professor Eduardo Maróstica(03), realçando que sem vendas
não existe um negócio, portanto, o seu produto precisa vender e, para isso,
você precisa entender qual o melhor canal.
Para tanto, importa atentar para os ensinamentos sobre como montar a
estratégia de venda de um produto e em quais canais vender, bem como
entender sobre política comercial e força de vendas e ainda como montar uma
equipe de atendimento efetiva.
Um dos maiores desafios do vendedor é como transformar o sonho em
oportunidade.
Quando falamos em vendas, vamos por uma linha em que se contrata mal,
treina mal, se orienta mal.
Será que o seu time consegue entender o valor intrínseco do seu projeto ou do
seu produto?
Se o seu lançamento for eficaz, mas se o seu time comercial não for
capacitado, muitas vezes a iniciativa vai ser ótima, porém com uma péssima
acabativa.
A maior parte dos empreendedores não sabe distinguir o custo operacional da
margem que precisa estabelecer.
Custo é o custo fixo mais a variável, que vai te dar o custo nominal da sua
campanha. Venda é preço nominal que você pretende estabelecer no mercado
com a margem de ganho.
É preciso ter a taxa de atratividade. Muito dos empreendedores são
visionários, mas não conseguem estabelecer uma relação de atratividade com
o comercial.
Canais de Venda: Em que tipo de canal eu preciso vender o meu produto?
Existem várias formas, você pode utilizar os canais triviais, como venda direta,
marketing direto, televendas, ou utilizar os novos canais, como mídia,
e-commerce, marketing place, etc.
Cada canal que você adotar para a sua estratégia corporativa tem uma
premissa. O empreendedor precisa ter a capacidade de desenhar o canal de
maneira adequada.
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Hoje, por exemplo, a internet é o maior canal de vendas e o mais relevante, a
extensão digital do seu negócio é imprescindível para girar capital.
Não existe um canal melhor ou pior, existe uma metodologia adequada ao seu
modal, que vai ter permitir como empresário uma assertividade no negócio,
melhorando a excelência operacional.
Prepare-se para o pós venda: Entenda a crise. Aquele que consegue fazer uma
interface de crise em até um minuto, tem 391% mais chances de sucesso do
que aquele que espera 24 horas para resolver.
Questione-se enquanto empreendedor. É preciso ter responsabilidade pela
entrega, proatividade dinâmica e respeito pelo seu usuário, e não se esquecer
do pós venda.
Um cliente infeliz, com uma estratégia mal definida por você, irá falar mal da
sua empresa.
Você leva tempo para construir credibilidade e reputação, mas é necessário
minutos para perder.
Hoje se fala muito em Marketing de Experiência colocando o cliente no centro.
Adotar o “Olhar do Cliente no Centro” como Estratégia: Tente entender qual é a
dor do cliente.
Não transfira a responsabilidade da dor para o cliente, colocar o cliente no
centro é dar à ele a visibilidade de que ele precisa no receptivo, para que ele
possa se sentir acolhido, dando continuidade com “a excelência de
atendimento.
Existe um principio Chinês chamado Kaizen que é o principio da melhoria
continua, onde cada processo é passível de melhoria.
Encantando e surpreendendo cada vez mais o cliente, gerar clientes que
geram clientes.
Ativação do Ponto de Venda Offline: relacionada às operações de varejo.
Muitas vezes o empresário comete o primeiro erro quando começa a vender.
A maior parte dos varejistas, hoje em dia, para que o seu produto possa estar
disponível dentro da zona de venda, é preciso fazer uma estratégia de parceria
com a rede, bonificando-a.
Ou seja, é preciso ser homologado com o fornecedor. Essa metodologia se
chama Sale In vs Sale Out.
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Não adianta ter o seu produto dentro da rede se você não tiver o Sale Out,
quando seu produto é vendido, é preciso preparar o ponto de venda.
O ponto de venda é um ambiente repleto de concorrência, quem cria o desejo
primeiro tem um potencial de venda muito maior.
E-Commerce: O mercado online é o que mais cresce. Hoje, 95% de tudo que é
vendido no Brasil começam pelo Google, 75% do tráfego do seu site começa
pelo mobile, smartphone.
Existe um fenômeno chamado Fat Finger que é aquele site que preciso
aumentar muito para achar o conteúdo; outra ferramenta é chamada Test My
Site do Google, para testar velocidade de abertura do site.
Tudo começa pelo ambiente digital, então são formadas as estratégias. Se
você tiver um bom site, você potencializa suas vendas.
Canais de vendas – aprofundamento(10)
Canais de vendas são os meios pelos quais as empresas fecham negócios
com seus produtos. Aplicando o conceito ao trade marketing, os canais de
vendas são os lugares – físicos ou digitais – em que os produtos são
vendidos e entregues aos shoppers.
Logo no início da existência de qualquer empresa, é fundamental que seus
gestores tenham mapeado a segmentação de mercado.
Como fazer para que os produtos estejam disponíveis nos lugares em que o
consumidor final espera encontrá-los? Os produtos simplesmente não caem
nas mãos dos shoppers.
Claro que é preciso ter ciência de como seu produto atende às necessidades
do consumidor.
Assim, a gestão comercial deve estar pautada sobre quais canais de vendas
atendem preferencialmente os shoppers de cada categoria.
Com essa leitura, você irá descobrir mais sobre:
▪ O melhor momento para se iniciar uma estratégia de canais;
▪ Formato de varejo;
▪ Formato de varejo sem loja;
▪ Quais as métricas para medir o desempenho de um canal.
QUANDO INICIAR UMA ESTRATÉGIA DE CANAIS DE VENDAS?
Eu poderia responder simplesmente: o quanto antes. Não estaria errado. Mas
vamos dar algumas pernadas além nesta jornada, chamada estratégias de
canais de vendas.
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Já aviso que não adianta se apressar nem sair correndo atrás do prejuízo. As
estratégias de canais são como maratonas, são vencidas com planejamento a
longo prazo. Dê um passo por vez.
O primeiro passo tem que ser dado após a criação de seu produto. Se você
ainda não tem um produto, não faz sentido vendê-lo, certo?
Então foque no que você tem a entregar. Teste exaustivamente o seu produto
antes de distribuí-lo em um canal. Acredite, isso evitará muitas dores de
cabeça mais à frente.
O segundo passo deve ser acompanhado de uma boa olhada para trás.
Assim, é possível conhecer os competidores que vêm logo na sua cola ou, na
pior das hipóteses, descobrir algo que você deixou para trás enquanto se
preocupava demais com a largada de seu produto ou serviço.
Lembre-se que é sempre mais fácil de corrigir a sua passada no início da
corrida enquanto você permanece cheio de gás do que no fim da maratona,
quando você tem muito além com o que se preocupar.
É fundamental manter o alinhamento entre o produto e o serviço, quem são os
consumidores, os shoppers. Desta forma, você descobrirá, aos poucos, os
melhores formatos de varejo para o seu negócio.
FORMATO DE VAREJO
Você sabe a forma como uma loja apresenta seus produtos aos shoppers?
Isso é o que chamamos de formato de varejo.
O modelo de mercadoria e sua categoria, a variedade e sortimento da loja, o
padrão de serviço e os preços a serem cobrados.
O varejo se divide em dois modelos:
Varejo alimentício
Já diriam os shoppers por aí: “A gente não quer só comida, a gente quer
comida e praticidade”.
Basicamente é disso que se trata o varejo alimentício, comidas, bebidas e
mais facilidades no momento da compra. Seus principais modelos são:
● Supermercados de vizinhança
são as lojas de auto serviço com ampla linha de produtos alimentares
e baixo sortimento em comparação às grandes lojas.
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● Supermercados tradicionais
lojas de autosserviço de médio porte, cujas vendas são altamente
concentradas em itens alimentícios e possuem mix de produtos e
sortimento superior aos supermercados de vizinhança.
● Superlojas
são supermercados de maior porte com área de exposição e venda de
produtos para o lar e eletroeletrônicos.
● Lojas de conveniência:
são, na maioria das vezes, anexos de postos de gasolina e vendem
alimentos e bebidas em horários mais flexíveis, para compras
emergenciais.
Varejo de mercadorias
Quer pagar quanto? No varejo de mercadorias, o que reina são os descontos e
as lojas especializadas.
Confira os principais modelos:
● Lojas de departamentos
são lojas de grandes redes divididas por departamentos, como se fossem
minilojas dentro de uma grande loja, com ampla linha dos mais variados
produtos e opções de marca e um bom nível de serviço ao cliente.
● Lojas especializadas
na maioria das vezes, são lojas de pequeno porte ou médio, especializadas
em um tipo de produto apenas, com elevado nível técnico de serviço.
● Varejo de serviços
é o caso das academias de musculação, escolas de idiomas e reforço
escolar, etc. Nestes estabelecimentos, os clientes compram previamente
um serviço, não necessariamente – ao menos inicialmente – atrelado a um
produto.
FORMATO DE VAREJO SEM LOJA
As empresas estão ampliando seu alcance e mobilidade através de diferentes
canais de vendas, aumentando os pontos de contato com o consumidor e,
consequentemente, adquirindo mais chances de fechar negócio.
Alguns modelos de formatos de varejo sem loja são:
Varejo eletrônico: são todas as transações digitais. É o famoso comércio
eletrônico (e-commerce).
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Catálogos: consiste na venda realizada por meio de catálogos enviados por
correios. Quanto maior a segmentação da oferta, melhor tende a ser o retorno
dos clientes.
Porta à porta: é quando o vendedor é convidado a entrar na casa do shopper.
É um modelo que exige a demonstração e atendimento personalizado, além
de possuir mais penetração principalmente nas classes C, D e E.
TV shopping: é como se tem chamado os antigos infomerciais, modelo em
que um programa de televisão apresenta e demonstra o uso do produto de
forma detalhada. A compra é feita por telefone ou internet.
Televendas: ou telemarketing, é um canal utilizado como primeiro contato.
Requer um investimento baixo, mas costuma ser o canal com mais rejeição
por parte do consumidor.
Vending machines: têm, por finalidade, a venda de produtos sem os
vendedores fazerem o “meio de campo”. Geralmente são instaladas em locais
de grande circulação, como shoppings, fábricas, metrôs e universidades. Uma
boa estratégia de abastecimento é fundamental neste formato.
QUAIS MÉTRICAS USAR PARA MEDIR O DESEMPENHO DE UM CANAL DE
VENDAS?
Segundo o SEBRAE, a causa mortis da maior parte das empresas que não
sobrevivem aos primeiros dois anos de vida é uma só: a escolha incorreta dos
índices de desempenho.
“O que não é medido não pode ser gerenciado.”
_______________William Edwards Deming, professor e estatístico.
Para chegarmos a uma definição de indicadores de desempenho, precisamos
falar sobre a parte mais simples do processo: as métricas.
As métricas são dados brutos gerados por ações ou atividades do negócio e
incluem tudo o que seja quantificável, como valores, tempos, entre outros.
Elas são as medidas mais simples de algo que pode ser medido.
O próximo passo quando falamos em métricas são os indicadores-chave de
performance.
Também conhecido como KPIs, os indicadores-chave de performance são
informações estratégicas que avaliam se a sua ação está indo bem ou
não. Além disso, eles sinalizam para a necessidade de realinhamento ou
continuidade da estratégia.
INDICADORES PARA CANAIS DE VENDAS
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KPIs são métricas, mas nem todas as métricas são KPIs.
Claro que nem toda estratégia, ou até mesmo canal, tem as mesmas
finalidades dependendo da intenção do seu negócio.
Mas veja a seguir alguns KPIs que podem ser importantes na sua análise de
performance.
Sell in e sell out
Enquanto o sell in é sobre as vendas frente ao varejo, o sell out representa a
venda ao shopper.
Ruptura na gôndola
É essencial que no seu dashboard conste a ruptura de gôndola. Essa é uma
das maiores preocupações dos gestores de trade marketing segundo os
resultados da pesquisa Trade Insight 2017.
Posicionamento do produto
O posicionamento adequado de um produto pode ser fundamental para o
sucesso das ações de trade.
Neste aspecto, entram as negociações com o ponto de venda para se
diferenciar da concorrência. Monitore o posicionamento constantemente e
garanta a visibilidade que o seu produto necessita.
Visitas ao PDV
A comprovação de visitas ao ponto de venda é a cura para essa grande dor
dos gestores de trade marketing. As visitas precisam ser eficazes e
confirmar o ROI da equipe de campo.
E você, já definiu os principais KPIs do seu trade? E sabe como utilizá-los?
Ciclo de vida do produto
Quarta aula do professor Eduardo Maróstica(03), abrangendo os seguintes
pontos:
● Um produto de sucesso precisa estar em constante
transformação. É preciso que seja preparado e adequado às exigências
do mercado e do consumidor.
● Ênfase em como medir o ciclo de vida de um produto já lançado
(atratividade e curva de declínio), sobre a relação de cada produto com a
sua participação no mercado, dicas sobre quando o produto precisa ser
67
repaginado, sair do mercado ou ser substituído e sobre estratégias de
portfólio.
Quando pensamos em ciclo de vida de um produto, ele passa por algumas
fases, até o seu declínio.
Sempre que se pensa em um produto, é preciso saber a timeline no mercado
no qual se opera.
Para tomarmos como exemplo, a loja de departamentos Riachuelo, tem um
ciclo de vida dos produtos de 21 dias – a demanda é muito grande, dinâmica e
intermitente.
Fase 1: fase de planejamento e desenvolvimento;
Fase 2: iniciação – quando o produto está disponível no mercado;
Fase 3: crescimento – atratividade do seu produto, escala;
Fase 4: maturidade – inovar o meu produto ou descontinuar;
Melhor momento para lucrar com o seu produto: considerar a melhor curva de
oportunidade na parte do nascimento, investindo em planejamento e
desenvolvimento do seu produto, ou seja, se você não lucrar no começo,
quanto mais o tempo passa mais difícil se torna.
Obsolescência Programada: uma empresa como a Apple, por exemplo,
quando lança um iPhone novo, em sua visão ele já tem um ciclo, ou seja, ela
vai lançar e cobrar um valor muito alto para quem pode pagar por aquela
curva de inovação.
Mas daqui a um ano ela já estará descontinuando este produto, pois ela vai
lançar um novo. Empresas de vanguarda eliminam o ciclo de vida do produto,
pois elas têm o entendimento de que antes que o cliente enjoe da sua solução,
é melhor fazer uma obsolescência programada, ou seja, criar um tipo de
desmaterialização do seu produto para que você descontinue antes que o
cliente perceba que aquele produto já está “velho”, e inadequado.
Longevidade do Produto: Existem produtos que são imutáveis, eles irão
sobreviver durante muito tempo, o máximo a complementar é no design e na
linha de comunicação.
Na era da sustentabilidade, com cada vez mais clientes participativos e que se
interessam por uma proposta de valor, cabe a você refletir como empresário
qual é o momento que sua ideia vive, em que momento você está, e se vale a
pensa permanecer com o seu produto durante muito tempo no mercado.
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Das 500 maiores empresas dos últimos 50 anos, somente 20% dos produtos
lançados ainda existem e 50% simplesmente não existem mais. É preciso
definir que lado você quer estar, naqueles que se reinventaram, ou aqueles
que “morreram”.
Matriz BCG
Está diretamente relacionado à Matrix BCG do Boston Consulting Group e
Gartner Group. Essa matriz é muito relevante, pois detona quatro eixos
importantes: abacaxi; vaca leiteira; ponto de interrogação e estrela.
Abacaxi: Quando você tem um produto que te consome tempo, recursos, e
não te traz retorno, rentabilidade. Como por exemplo, as saladas no
McDonalds.
Vaca Leiteira: Um produto chamado vaca leiteira, é quando você não
consegue aumentar seu marketing share, mas que ainda é há um gerador de
caixa.
Ponto de Interrogação: É uma curva de oportunidade. É o dinheiro do produto
vaca leiteira que eu invisto, ou seja, eu tenho um produto com potencial de
mercado, mas que você ainda não tem marketing share.
Estrela: Produto estrela, é o seu produto âncora, é o produto que se não tem
no seu portfolio você não consegue ganhar dinheiro com este, por exemplo,
era o caso do Ovomaltine no Bob’s, e quando eu passo a não tê-lo mais no
meu portfolio simplesmente a rede perdeu todo seu apreço.
Re Designs e Re Lançamentos: “É preciso refletir se vale a pena a inovação.
Posso citar como exemplo o Mappin – que encerrou um ciclo na década de
90, mas que agora na forma de e-commerce está tentando se reinventar, se re
lançar.
Será que uma marca como o Mappin, concorrendo com empresas B2W,
Magazine Luiza, vai conseguir esse espaço? É preciso ponderação.
Portfolio de Produtos
Existem várias formas de definir a sua metodologia, quanto maior for o seu
portfolio (maior custo) maior a oportunidade de eliminar o risco, quanto menor
o portfolio, é preciso definir o lançamento ideal. Cada produto deve ser tratado
individualmente, com um centro de custos, com taxa de atratividade e se
pagar dentro do portfolio, dentro da sua estratégia, retorno de investimento.
Dicas Para Reflexão
Vamos refletir sobre o cliente e alguns focos fundamentais. Comportamento
da empresa com o cliente: substitua a pesquisa de satisfação por uma
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pesquisa de NPS (Net Promoter Score), ou seja, se o seu cliente recomendaria
o seu produto para um cliente ou para um amigo.
Foco do cliente X Foco no cliente
Foco DO cliente é fazer o que o cliente deseja, foco NO cliente é empurrar um
produto que ele não precisa.
Modelo Canon
Auréola do Positivo X Auréola do Negativo – um cliente feliz com você, fala
bem da sua empresa, um cliente infeliz destrói a sua marca.
Um dos atributos fundamentais para você refletir no seu produto, é o Produto
Neutro – obrigacional, aquele atributo indispensável, que não pode faltar no
produto, que é obrigatório, voce não faz favor nenhum ao cliente.
Ciclo de vida do produto na transformação digital(11)
As transformações digitais influenciam todos os aspectos da vida das
pessoas e das empresas. O conhecido “ciclo de vida do produto Kotler”
também sofre essas influências.
Na verdade, o ciclo de vida dos produtos se beneficia dessas transformações
muito mais do que as pessoas imaginam.
Estamos diariamente presenciando o surgimento e desaparecimento de
produtos na medida em que o mercado evolui.
Mesmo que cada tipo de produto tenha seu ciclo de vida com duração
específica, é possível identificar a intervenção da tecnologia nas diversas
fases.
Se você quer entender melhor como a transformação digital atua em cada
fase do ciclo de vida de um produto, confira este artigo.
O ciclo de vida de um produto
Assim como os seres vivos, os produtos possuem um ciclo de vida que tem
início, meio e fim. O conceito foi definido por Kotler, que é considerado o guru
do marketing. De acordo com ele, todo produto passa por 4 fases ao longo de
suas vidas. São elas:
● introdução;
● crescimento;
● maturidade;
● declínio.
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Vamos entender a fundo cada uma dessas fases nos tópicos a seguir.
Introdução
A fase de introdução é aquela em que o produto está sendo lançado no
mercado. Nesse momento, ele é caracterizado pela baixa rentabilidade,
podendo até gerar prejuízos em um primeiro instante. Os principais fatores
que contribuem para isso são o desconhecimento dos clientes sobre o
produto e os altos investimentos iniciais.
Crescimento
É nessa fase que o produto começa a cair no gosto do público.
As vendas crescem e os lucros acompanham essa tendência.
O fato de o produto se tornar mais conhecido e procurado no mercado
desperta a atenção de outras empresas, fazendo surgir os primeiros
concorrentes.
Maturidade
Na fase da maturidade, tanto o produto original quanto a concorrência já se
encontram mais estabilizados. As vendas apresentam pouco ou nenhum
crescimento e podem até mostrar ligeira queda.
Com a concorrência mais acirrada, a fase também representa o momento em
que os esforços de marketing aumentam para manter o produto à frente dos
adversários.
Declínio
Última fase da vida do produto, quando ele se torna obsoleto. É identificado
quando as vendas e os lucros apresentam quedas cada vez mais acentuadas
e frequentes.
Os produtos entram em declínio por diversos fatores. Entre eles, os mais
comuns são:
● surgimento de substitutos;
● surgimento de opções mais modernas;
● perda da utilidade para os clientes.
A influência da transformação digital no ciclo de vida dos produtos
Como dissemos na introdução deste artigo, as transformações digitais
interferem em diversas áreas da vida e dos negócios.
71
No ciclo de vida dos produtos, ela pode intervir em qualquer uma das 4 fases.
Para ficar mais claro, vamos exemplificar cada uma delas.
A transformação digital na fase de introdução do produto
Essa é a fase em que a transformação digital pode agregar mais benefícios.
Algumas ferramentas como o MVP — Minimum Viable Product ou Produto
Mínimo Viável — ajudam os empreendedores a antecipar o lançamento de seu
produto no mercado.
Além disso, por meio de ações de marketing digital, é possível tornar o
produto mais conhecido, em menor tempo.
Podem ser tomadas ações como:
● evento on-line de lançamento;
● divulgação nas redes sociais;
● disparo de e-mails etc.
Outra ferramenta que tem mudado as características dessa fase da vida do
produto é o e-commerce, que detalharemos mais à frente. Ele potencializa a
abrangência territorial do produto e promove a sua expansão de forma mais
barata e rápida do que no formato de lojas físicas.
A otimização logística influencia diretamente no e-commerce. Com as
constantes inovações nas automações logísticas, os serviços de entrega dos
produtos evoluiu consideravelmente e proporcionou uma melhoria na
confiabilidade das transações on-line.
Todos esses fatores ajudam a minimizar os custos iniciais e encurtam o
período de baixa lucratividade
A transformação digital na fase de crescimento do produto
Na fase de crescimento do produto, as novas tecnologias podem auxiliar não
só na divulgação como também na fidelização dos clientes.
Fortalecer a marca no mundo digital, ainda nessa fase, pode ser crucial para
prolongar o tempo de vida do produto no mercado, já que é aqui que o produto
começa a ser copiado.
Ações que mostrem exclusividade e pioneirismo são estratégias bastante
utilizadas em blogs, sites e redes sociais.
Novamente, a logística é uma excelente aliada nessa fase, visto que a rapidez
e confiabilidade na entrega dos produtos faz toda a diferença na relação com
os clientes.
A transformação digital na fase de maturidade do produto
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A transformação digital pode ser determinante para manter o produto vivo no
mercado.
O aumento considerável da concorrência e a lucratividade apresentando
pouco ou nenhum crescimento podem ser ingredientes fatais, que levam os
concorrentes a assumirem o posto de preferidos dos clientes.
Nesse momento, o uso de ferramentas digitais para manter a presença do
produto é o que vai fazê-lo se manter à frente dos adversários. São exemplos:
● o marketing de conteúdo; as interações com o público nas redes sociais;
● o contato constante por e-mail.
Nessa fase, é essencial que o pós-venda tenha certo destaque, para que os
clientes conquistados se mantenham fiéis e sigam recomendando o produto.
A transformação digital na fase de declínio do produto
Nessa fase, que é bastante crítica, a evolução tecnológica pode até salvar a
vida do produto. Isso porque algumas “mortes” de produtos poderiam ser
evitadas, se uma ação acertada tivesse sido tomada a tempo.
Por meio de ferramentas de análise — como o big data e data mining — é
possível identificar tendências de mercado que podem ajudar a decidir se é
melhor fazer uma adaptação no produto ou, até mesmo, optar por sua
descontinuidade, com desenvolvimento de um novo produto em substituição.
A evolução tecnológica
Quando pensamos em tecnologia, as primeiras imagens que vêm à nossa
mente são computadores, internet e coisas relacionadas.
A versão eletrônica do jornal O Globo publicou um infográfico que mostra, em
uma linha do tempo, os principais marcos das inovações tecnológicas.
Mas existem casos de evolução tecnológica específicos que modificaram o
mercado. Vamos citar dois deles, que têm tido muita relevância atualmente.
Infoprodutos
Os infoprodutos são um excelente exemplo de transformação digital. São
produtos de informação distribuídos de forma paga ou gratuita. A grande
maioria dos infoprodutos tem teor educacional.
Antes da internet se tornar tão difundida e acessível, os produtos de
informação se limitavam a livros, apostilas impressas e cursos presenciais.
73
Com o passar dos anos e o surgimento de novas tecnologias, começaram a
surgir os cursos gravados, livros e apostilas digitais. Esses produtos eram
distribuídos em CDs, fitas VHS e pen drives.
Atualmente, é possível não só adquirir, mas também consumir todo o
conteúdo de forma on-line – sem precisar sequer ocupar espaço no HD.
E-commerce
Talvez a mais importante de todas as evoluções tecnológicas do mercado, o
comércio eletrônico conquistou de vez a confiança da população e tem
crescido a cada ano. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ebit, só no
primeiro semestre de 2017 o crescimento foi de 7,5% em relação ao mesmo
período do ano anterior.
As compras on-line oferecem benefícios tanto paras as empresas quanto para
os consumidores. As empresas conseguem diminuir os custos operacionais e
expandir a oferta de seus produtos e serviços para muito mais locais.
Na outra ponta, o cliente faz sua compra no horário e local que preferir e
recebe em sua casa, com toda a comodidade.
Além desses dois, o setor de logística também é bastante beneficiado pelo
e-commerce.
Segundo o Governo Federal, o segmento também apresentou alta no primeiro
semestre de 2017. Um dos motivos para isso é o aumento das vendas pela
internet que, consequentemente, eleva o volume de produtos sendo
transportados.
A transformação digital exerce grande influência no ciclo de vida de produtos.
As evoluções são constantes, e é preciso se manter sempre atualizado.
Em constante transformação
Cristiana Arcangeli:
● Eu decidi fazer uma viagem para o Japão de férias. Eu tenho uma sina por
farmácias e mercados, então decidi conhecer uma farmácia japonesa, e vi
uma gôndola escrita Healthy and Drinks. Comprei e tomei o shot, que vinha
com colágeno, que por sinal tinha um gosto muito ruim.
● Voltei para o Brasil com a idéia de criar uma linha de alimentos, com
colágeno, mas que tenha sabor, que no caso era o maior impeditivo de
tomar.
● Com isso as pessoas vão suprir a necessidade de colágeno de uma forma
agradável.
74
● Eu queria fazer sem açúcar, sem corante, orgânico, natural, e fui juntando
todo meu conhecimento de cosmético, então surgiu a Beauty In - beleza de
dentro para fora.
● Comecei a pesquisar sobre o colágeno, não existia quase nenhum estudo
cientifico.
● Começamos a fazer o teste de eficácia, que era para comprovar a melhoria
das rugas e elasticidade da pele com o uso de colágeno.
● Fizemos os testes em humanos, em um laboratório Francês. No final do
teste comprovamos 20% de redução de rugas em 60 dias, com 30% de
melhoria na elasticidade da pele”.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● Os japoneses tomavam colágeno, isso em 2009. Se você falasse isso no
Brasil te chamariam de louco.
● Eu acompanhei desde os estudos da Beauty In – acompanhava as reuniões
médicas”. A grande sacada era se o médico abraçar a idéia do beneficio do
colágeno seria mais fácil, mas se o médico fosse contra, não iria nem dar
para vender.
João Carlos Basílio – Presidente da ABIHPEC: Essa categoria de
nutriceuticos precisam constantemente estar sendo pesquisado para que
você possa acompanhar a evolução das empresas. Existem empresas do
nosso setor que tem mais de 1.200 pesquisadores trabalhando 24 horas por
dia nisso.
Cristiana Arcangeli
● Eu lancei essa categoria dos aliméticos e registrei todas as marcas: Beauty
Drink, Beauty Candy, Beauty Bar.
● Se você pesquisar no Wikipédia, aliméticos são uma categoria de alimentos
funcionais de colágeno, nos EUA eles chamam de alimétics. E nessa
categoria vieram todos os produtos que eu lancei da linha Beauty In.
● Queria fazer um evento diferente como sempre. Apresentei o produto, mas
ninguém sabia o que era ainda, nisso eu coloco uma música do Coldplay e
100 pessoas começam a entregar os produtos gelados para os convidados.
Em um minuto e meio toda a plateia tinha recebido e bebido o Beauty Drink.
● Eu tive que ir a ANVISA explicar o que era esse produto”.
75
● “Na venda aos supermercados as pessoas não sabiam onde posicionar,
não existia esse tipo de produto, colágeno pronto para beber.
● Ganhamos prêmio de inovação por lançar a categoria, ganhei 24 prêmios
pela Beauty In.
● Cresceu muito rápido, saímos de uma faturamento de R$2.000.000 para um
faturamento de R$30.000.000 em quatro anos.
● Foi um crescimento muito efetivo, sempre com pessoas interessadas, a
Selfridges (Londres) quis comprar o produto. Eu montei um balcão de
Beauty In dentro do departamento de cosméticos da Selfridges, com
exclusividade, durante um ano.
● Comecei a exportar. Viramos a água oficial do London Fashion Week,
fazendo com que a marca ganhasse representatividade internacional.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● Para criar esse mercado foi um novo desafio.
● Precisávamos conquistar os médicos, as feiras médicas e de negócios,
depois um trabalho bem feito em farmácias, o produto tinha que estar bem
posicionado, para exposição, para chamar a atenção. Em 2013 iniciamos a
campanha de televisão”.
Walter Torre – CEO da WTorre: Ela usou o poder da imagem dela que já estava
muito forte, entrou nas redes sociais para fazer falarem do produto dela, com
isso ela conseguiu.
Cristiana Arcangeli:
● Como a marca cresceu muito e eu estava sozinha como dona, decidi pegar
um sócio para me ajudar. Eu me aproximei de um banco para realizar uma
sociedade, na qual foi a pior decisão estratégica que eu já tomei na minha
vida.
● Até acabar a sociedade e eu conseguir recomprar tomou muito tempo,
levando a uma briga imensa jurídica”. Eu tinha 250 funcionários, mandei
todo mundo embora, ficando com 10. “Precisávamos arrumar a “casa” de
todo estrago que eles tinham deixado, foi um período muito difícil.
● Hoje eu estou relançando a marca de outro jeito completamente diferente.
Carlos Baldan – Diretor de Operações da Holding Phenix:
● A idéia deles era quebrar o negócio. Eles não cumpriam com as obrigações.
Foi uma briga de quase dois anos.
76
● O DNA da Cristiana esta no desenvolvimento da nossa indústria, se hoje
somos o quarto maior mercado do mundo, há uma parcela dela de
contribuição imensa para chegar aonde nós chegamos.
Cris por Cristiana by Sandro Magaldi(12)
● Muitas pessoas já me perguntaram sobre minha visão de inovação, meu
jeito de transgressão do status quo.
● Mas eu acho que é muito intuitivo, eu sei exatamente o que tem que ser
feito.
● Por exemplo, no Shark Tank, a rapidez de diagnóstico entre um negócio e
outro, e já sei a forma como o empreendedor precisa agir.
● Eu só fui perceber como eu era e quem eu era como empresária assistindo
esse documentário da meuSucesso.
● Em uma das partes o Luiz Roxo (Fundador da ZenEconomics) faz um
comentário sobre não ter tempo de ficar reclamando sobre o que houve no
passado.
● Eu nunca fiquei me lamentando das coisas que eu fiz durante esses 30
anos de carreira, mas eu realmente pensava que poderia ter feito alguma
coisa diferente.
● Por muitas vezes me perguntaram isso, e hoje assistindo o documentário
tem algumas coisas que talvez eu fizesse diferente, como a venda da
Phytoervas, a forma como foi feita em Londres (estratégia de impactar),
mesmo com 10 milhões de dólares a menos, eu fechei.
● Por um lado, eles tinham crescido muito antes de comprar a Phytoervas,
eles já tinham comprado varias marcas e vários negócios, mas do nosso
lado, éramos três. O Marcelo, meu Diretor Financeiro, eu e o meu Advogado,
que tinha um assistente.
● Hoje eu penso como eu fui sem nenhum tipo de apoio, sem nenhum
recurso estratégico, sem conhecimento e apoio técnico negociar a
Phytoervas.
● Toda hora eu pensava em desistir, porque eles pressionavam muito.
● Eu tenho um programa de rádio que esta no ar há 20 anos, na Alpha FM,
eles pressionavam sobre o que poderia falar ou não, que eu não poderia
falar de nenhum outro tipo de shampoo.
● Foi uma negociação muito difícil e longa, cheia de detalhes.
77
● Se não tiver venda não tem empresa. O empreendedor vende porque ele
acredita no produto. Eu acho que a maior diferença está no detalhe, entre
você fazer as coisas de uma forma normal e fazer de uma forma muito
melhor, e você vai se destacar se aquilo for feito assim.
● A diferença está no detalhe. Qualquer coisa tem muita concorrência, então
você só vai conseguir se destacar se você fizer melhor que o resto. Isso é
dedicação e o foco na qualidade.
● Estar junto ao cliente, à frente do comportamento do consumidor vem da
observação e real preocupação. Porque quando você entende o seu
negócio isso flui.
● No caso do Christian Courtin (Clarins) ele percebeu o quanto eu tinha
paixão pelo negócio dele, o quanto eu iria fazer direito. Isso move a pessoa,
pois eu comprei o propósito dele e ele o meu, que era a minha paixão pelo
trabalho.
● Há 30 anos eu já falava sobre produtos sustentáveis. Em 2001, eu fazia um
programa na RedeTV, que era uma revista eletrônica e tinha um quadro de
saúde, atividade física, de moda. Há quase 20 anos, isso sempre foi a
minha essência.
● Muitas vezes eu falo sobre propósito nas palestras. E as pessoas ficam
procurando se modelar em uma outra pessoa, virando uma moda, o que
está totalmente errado.
● Você tem que se modelar na sua verdade, na sua essência, no que você
acredita e no seu objetivo de vida.
● Outro dia eu estava em conversação com uma empresa que faz
distribuição no mercado digital de um produto nosso. Então, o dono falava
muito no produto, no que ele é e no que ele faz.
● Mas eu o questionei e disse que existia algo muito maior que o produto,
que é o conceito.
● Então eu vendo conceito e não produto. O mais importante é aonde você
quer chegar, as empresas carecem de conceito e você não consegue fazer
storytelling se não tiver conceito.
● Teve uma época que uma empresa internacional queria comprar a Beauty
In. E começaram a fazer o valuation em cima de fluxo de caixa descontado.
● E eu os questionava para saber quanto valia a marca, quanto valia ser uma
nova categoria que não existe (aliméticos).
78
● Para você ter uma marca de projeção internacional você precisa passar o
que é o Brasil. Passar essa peculiaridade da mulher brasileira.
● Quem consegue explicar essa brasilidade é o estilista, a moda. Como em
qualquer país. Nós não tínhamos nenhum estilista brasileiro de renome
internacional.
● Eu precisava criar um estilista brasileiro que tivesse essa
representatividade nacional, para depois sim, lançar uma linha que tivesse
o conceito do Brasil atrelado ao design, essa era ideia do Phytoervas
Fashion.
● As pessoas falavam para mim que isso iria demorar cerca de 10 anos.
● Se você for fazer um produto sem conceito, você se depara com a
discussão de preço.
● Preço para quem é pequeno é mortal, porque você nunca vai ter o volume
de produção de um grande, não tem como ter a mesma distribuição, poder
de compra, poder de produção. Então é mais fácil você competir quando
você tem conceito, do que quando você tem preço.
● Você tem que acreditar no que você quer fazer. Ter paixão pelo seu
negócio. Hoje em dia eu falo que eu adquiri essa resistência com a
atividade física. Você vai se acostumando a lidar com a dor.
● Meu maior exercício é lidar com pessoas. Para mim, eu acabava brincando
que a Phytoervas era uma religião, ou seja, quando você faz aquilo tão
importante, você precisa conectar as pessoas ao redor desse sonho, dessa
religião. Isso é fundamental para que sua empresa funcione.
● Hoje em dia eu busco para trabalhar comigo sempre pessoas inovadoras,
que empreendem, que tornam aquilo como se fosse delas.
● Esses dias estávamos em um escritório de advocacia conversando e o
Carlos Baldan (Diretor de Operações da Holding Phenix) estava contando
toda a história da Beauty In e uma pessoa o questionou, dizendo que ele
estava parecendo o dono da marca, que ele não poderia falar desse jeito.
● O que está totalmente errado. Cada um pode e deve falar como se fosse
dono, porque eu não construí sozinha, se desse certo iria dar certo para
todos e se desse errado, o mesmo. Empresas multinacionais não
contratam mais por curriculum, contratam por atitude.
● Tenho convivido muito nesse ecossistema de startups. Eles possuem um
termo que se chama pivotar, que é mudar constantemente. Falta resiliência,
eu acredito.
79
● Não é o investidor que escolhe o negócio. O negócio que escolhe o tipo de
investidor que ele quer. Porque existem vários tipos de investidores.
● O melhor é aquele que pode te ajudar se tem expertise financeira ou
gerencial. A coisa mais importante é o indivíduo.
● Precisa ter uma pessoa do bem ao seu lado. Quando eu escolhi ter um
sócio numa época, eu não enxerguei isso, eu não conhecia o individuo.
● Começaram a me convidar para fazer muitas palestras e eu comecei a ficar
mais perto de pessoas: eu sempre tive muito prazer em ajudar pessoas.
● Às vezes, muita gente pergunta se sou eu mesma que respondo os meus
directs (Instagram). Eu estou na rede social não por acaso e, se esse
alguém precisa falar comigo por algum motivo e eu não estiver ali, é melhor
não ter.
● Então é sempre um prazer poder ajudar. Eu acredito que se eu tivesse sido
ajudada quando eu comecei talvez as coisas tivessem sido mais fáceis.
● Eu estou em um projeto bastante inovador, estamos criando um novo canal
de distribuição. Eu tenho certeza que é o futuro da distribuição.
● Acredito que depois disso estarei começando a ter vontade de fazer algo
pelo Brasil.
● Não um cargo politico, mas um cargo executivo, que realmente possa fazer
diferença, ajudar a transformar o Brasil em uma grande nação.
● Eu acredito muito no nosso país.
● O Brasil precisa de gestores em todas as áreas, pois ficou muito decadente
nos últimos anos.
Sou a dentista que ‘virou shampoo’, escreveu um livro e foi
parar na televisão.”(13)
Empresária inovadora
Cris, como gosta de ser chamada, é uma empreendedora nata. A empresária
tem inovação na veia e uma sensibilidade latente.
Aliás, acredita que dominar essa última característica é o “pulo do gato” para
o sucesso.
Ela largou a profissão como dentista para abrir a empresa Phytoervas.
80
Chamou atenção pela criatividade ao lançar o primeiro shampoo sem sal do
mercado e a tampa fliptop. Arcangeli ainda mudou o modo como era
chamado o creme rinse, para condicionador, e o banho de creme para
máscara.
Atualmente, a paulista está à frente de várias empresas e ainda encontra
tempo para ajudar novos empreendedores em suas plataformas digitais e
para viajar pelo Brasil dando palestras.
Entre as empresas que comanda estão: a Beauty’in, especializada em bebidas
e balas de colágeno; a Phenix, marca pela qual Cris investe nas empresas que
compra no programa da Sony; a GoGo Fresh, de produtos naturais, funcionais
e práticos; a linha de joias Cris Arcangeli Fashion Jewelery; e a linha de
roupas fitness CCM Cristiana Arcangeli.
No projeto Shark in Forma, Cris compartilha os ensinamentos e pilares
fundamentais para o empreendedor de sucesso. Pelos Stories do Instagram,
ela usa a função Melhores Amigos para aconselhar e conversar com seletos
empreendedores, dando consultorias e monitorias exclusivas.
Shark Tank
O programa Shark Tank é um sucesso mundial, com versões em 37 países.
Nos episódios, chama atenção a mágica que acontece no contato entre
os sharks (tubarões) e os empreendedores participantes.
O elenco da quarta temporada conta com grandes nomes do business: o dono
da Chilli Beans, Caito Maia; o empresário do setor de franquias José Carlos
Semenzato; o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário; e um dos
maiores nomes em investimento-anjo do Brasil, Camila Farani.
Quando perguntamos em qual projeto dessas quatro temporadas do
programa ela mais curtiu investir, Cris recordou-se dos robôs capazes de
substituir o cão-guia de uma pessoa com deficiência visual, apresentados na
segunda edição do Shark Tank Brasil.
Dicas da especialista
Com um grande histórico de sucesso, Cris nos deu algumas dicas para uma
empresa sair do status de sonho e virar realidade.
Primeiramente, tenha uma boa ideia; dedique-se 100%; e faça um plano de
negócio muito bem estruturado. A investidora lembra a história de um amigo
que gastou todo o dinheiro do projeto num galpão e esgotou o capital para
comprar os produtos.
Cris ressalta que, para as mulheres, esse mercado se torna mais difícil devido
a toda responsabilidade extra dada a elas.
81
“Você sempre carrega um pouco de culpa em função dessas obrigações”,
afirma.
“É difícil porque as pessoas têm um pouco menos de respeito quando é uma
empresa de uma mulher, no primeiro momento.
Se você não estiver preparada, o mercado vai te engolir”, garante.
Cris news: assuntos de interesse em artigos(14)
O que são e como surgiram os aliméticos
Hoje em dia, a tendência do consumidor é buscar por alimentos de fácil
preparo ou prontos para o consumo.
A expectativa é que esses produtos, além de fornecerem os nutrientes
essenciais, forneçam benefícios à saúde e ao bem-estar.
Assim surgiram os “aliméticos”, que são alimentos com função cosmética.
Em geral, o consumo desse tipo de alimento está relacionado a vários
benefícios como melhora na aparência da pele, emagrecimento, bom
funcionamento do intestino, aumento da resistência física, prevenção do
envelhecimento, entre outros.
A Beauty’in empresa da Cris, investiu nesse ramo e ganhou destaque.
A ideia da empresa nasceu numa viagem de férias que Cris fez para o Japão.
Foi lá que ela conheceu o que chama de “aliméticos”. Hoje, por meio de
parceiros, a Beauty’in produz barrinhas de cereal, águas vitaminadas,
chocolates, balas com colágeno e outros alimentos que prometem “fazer bem
por dentro e ainda cuidar por fora”.
Moda e sustentabilidade: o novo trending do momento
O trending da moda atual é pensar na sustentabilidade. Pensar no futuro do
planeta está cada vez mais em pauta, inclusive no mundo fashion.
Tudo isso está conectado ao conceito de upcycling, que significa transformar
o que seria descartado em algo novo, em um novo produto.
As pessoas estão gradualmente mais antenadas com questões ambientais.
Está havendo uma preocupação cada vez maior sobre como o os produtos
estão sendo fabricados e como estão sendo consumidos.
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Há grandes marcas da moda que já estão pensando assim também. A Osklen,
marca brasileira, sob o comando criativo de Oskar Metsavaht, veio para
mostrar que sustentabilidade e looks fashion podem andar lado a lado
facilmente.
Recentemente, a empresa lançou uma belíssima coleção chamada “As
Sustainable as possible” (Tão sustentável quanto possível), com uma mistura
que vai de couro do peixe Pirarucu até fios de PET, passando por algodão
orgânico certificado e sobras de tecido e de fios.
Tudo muito urbano e moderno, com camisetas, moletons de neoprene,
vestidos e calças práticas e muitos acessórios, inclusive, com adereços
Swarovski em bolsas e aviamentos.
Até mesmo marcas de fast fashion como a Renner, a maior varejista de moda
do país, estão aderindo à ideia sustentável.
A marca lançou o selo Re – Moda Sustentável que conta com peças feitas de
matérias-primas e tecnologias menos impactantes ao meio ambiente, como o
algodão certificado e o liocel, fibra de origem renovável extraída da madeira.
Além disso, há também a coleção de jeans reciclado chamada Re-Jeans, que
foi produzida a partir do reaproveitamento de resíduos gerados pela própria
cadeia de fornecimento da Renner.
Isso nos faz pensar: por que não aproveitar materiais que seriam descartados
e ressignificá-los com uma nova utilização?
Pense no impacto positivo que isso pode ter não só no meio ambiente, mas
também no seu negócio! Isso também inovar. Inovação com propósito.
Essa é uma dica valiosa para você que empreende no mundo fashion. Quanto
do seu material é descartado, gerando poluição e até mesmo prejuízos
financeiros para você? Por que não dar outra vida a esses materiais?
As sobras de tecido podem gerar outras roupas ou até mesmo decoração.
O melhor de tudo é que isso não diminui em nada a qualidade ou valor da sua
peça, e sua empresa ainda ganha status de responsabilidade ambiental.
E, olha, isso pode ser uma ótima solução criativa e financeira para o seu
negócio
Ultra conveniência, a tendência que pode impactar o seu negócio.
A ultra conveniência é uma tendência que começou no digital, mas já se
espalhou e vem mudando a forma como as pessoas se relacionam em
espaços do mundo físico.
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A ideia é: Mais praticidade, mais rápido e melhor.
Parece confuso? Bom, vou explicar de um jeito mais prático: Imagine que você
passou 10 minutos numa fila.
Acho que só de imaginar isso talvez você já tenha revirado os olhos, mas a
verdade é que, em comparação com o tempo que estávamos acostumados
a esperar por atendimento em caixas de supermercado, restaurantes e outros
estabelecimentos há uns anos atrás, os dez minutos de hoje nem
representam tanto tempo assim.
Então por que você fica tão impaciente com apenas 10 ou quinze minutos de
espera?
Ultra conveniência: Mais e melhor!
Acontece que hoje, com aplicativos e smartphones de última geração que
entregam tudo o que precisamos, estamos cada vez mais acostumados a
acessar qualquer coisa quase ao mesmo tempo em que pensamos nelas!
Por exemplo: Se alguém está preocupado com a previsão do tempo basta
pesquisar qualquer portal de notícias ou acionar a Siri.
Vai planejar uma viagem em alguns dias? Pesquisar hospedagem, passagens
e até o câmbio pode ser feito com apenas alguns toques!
E se você nunca ouviu falar do Gofit prepare-se. Aí vem um aplicativo que leva
GASOLINA até você! Pois é, eu sei, também fiquei surpresa.
Toda essa facilidade pode ter roubado de nós um pouco da nossa tolerância
às filas e a capacidade de esperar, mas até que ponto isso é ruim?
Você livre para o que importa.
Agora voltaremos no tempo pelo exemplo das filas que eu citei lá em cima:
“É 2011 e você está há meia hora em pé, esperando a sua vez para pagar as
compras!”
Terrível, não é? Bom, eu acho.
Ainda bem que voltamos para 2019 onde você já teria pago suas compras
com um QRCode, e poderia estar num Uber a caminho de casa, para se
encontrar com que você ama.
Ou quem sabe fazer um home office.
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Pois é, se não perdemos mais tempo esperando para pagar as compras, agora
sobram momentos para cuidar de outras coisas.
Em outras palavras, a ultra conveniência nos entrega tudo o que importa.
Nós compramos online enquanto criamos algo novo. Investimos em ações
enquanto vemos vídeos no youtube, aprendemos algo no mesmo segundo em
que lemos a mensagem de um amigo ou compartilhamos humor, notícias ou
conhecimentos nas nossas plataformas sociais.
Mas o que isso significa para o mercado?
Uma pesquisa recente recente da IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau
mostrou que, cada vez mais as pessoas estão se dedicando aos conteúdos
digitais e comprando produtos ou contratando serviços através da internet.
A mesma pesquisa ainda revelou que os livros digitais, mais fáceis de acessar
estão em alta, mas mesmo os físicos, quando são comprados, saem direto
dos e-commerces!
Para o mercado, o avanço do acesso à internet representa muito mais uma
oportunidade do que a crise que alguns poderiam imaginar.
Afinal, se adequando às tendências da ultra conveniência é possível evitar
gastos típicos das lojas físicas e ainda deixar de perder vendas por causa de
questões como estacionamento e excesso de filas.
Melhor pro trânsito, melhor para o mercado e além disso, melhor para os seus
ganhos!
Personalizar é vender mais!
A ultra conveniência ainda trouxe mais uma novidade, o tal “quero do meu
jeito”.
A personalização de serviços tenderá a crescer. Em contraponto a tolerância
com os conteúdos, produtos ou mensagens distribuídas a granel será cada
vez menor.
Então seja próximo, fale através vídeos, podcasts ou do whatsapp.
Aliás, nesse cenário ganha quem entender melhor os interesses do público e
oferecer soluções ideais e mais práticas.
Antifrágil: Porque somente a resiliência está se tornando algo
ultrapassado(05)
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Durante toda minha vida sempre ouvi que uma das habilidades fundamentais
para o sucesso era ter ‘Resiliência’.
Não existe sucesso sem resiliência, só os fortes conseguem aguentar e
sobreviver no final.
É preciso ter ‘canela grossa’ para continuar de pé e não desistir.
Afinal o sucesso é como uma grande maratona, ele exige disciplina e
perseverança.
Poucas pessoas tem capacidade de suportar fracasso atrás de fracasso até
alcançar a vitória.
Mas afinal, o que é Resiliência?
Segundo a física:
Resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma
original após terem sido submetidos a uma deformação.
Traduzindo para o mundo dos negócios, resiliência seria algo como receber
estímulos negativos (pressão, erros, concorrência) e não se abalar.
Uma pessoa resiliente tem grande capacidade de receber fracassos
e continuar lutando com a mesma energia de quando ela começou.
O mais curioso é que as pessoas tendem a associar resiliência a algo que tem
propriedades robustas, mas a própria física nos mostra que os materiais mais
resilientes são aqueles que tem flexibilidade (como molas).
Talvez as pessoas mais resilientes não sejam aquelas pessoas ‘frias’ e sem
emoções, mas sim pessoas de grande energia e animação, que se entregam
de corpo e alma e não se deixam abalar tão fácil.
Apesar dessas grandes virtudes, resiliência é algo estático.
O conceito de resiliência é algo fixo pois se refere a um material que aguenta
deformações e que consegue voltar ao mesmo estado padrão.
Essa capacidade está diretamente relacionada com a solidez de se fixar numa
possibilidade e não se deformar.
Ou seja, não desanimar e aguentar firme.
O mundo está mudando e recentemente um novo conceito surgiu para
aprimorar a nossa visão sobre como lidar com os erros.
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Esse novo conceito, uma espécie de Resiliência 2.0, foi cunhado, ratificando,
por Nassim Nicholas Taleb e se chama Antifragilidade.
O que é antifragilidade?
Para entender o que é antifrágil é necessário primeiro compreender sua
antítese, ou seja, o que é fragilidade.
Fragilidade é um conceito simples. É algo que necessita de manuseio com
cuidado, pois tem grande facilidade de quebrar. Por isso é preciso ter
precaução ao lidar com itens frágeis porque podem ocorrer imprevistos.
Como devemos chamar aquilo que não é frágil? Não é Resiliência.
Um Item resiliente pode até não se quebrar quando ocorre um acidente, mas
ele não se beneficia disso.
Ele simplesmente permanece estático.
O Item que buscamos é um item que quanto menos cuidado ele recebe ao ser
manuseado, mais forte ele se torna.
Itens que se beneficiam do inesperado.
Antifragilidade no mundo dos negócios pode ser entendido como alguém que
quanto mais se expõe a condições de stress, mais essa pessoa se fortalece.
É como se cada vez que ela se depara com um erro ela aumentasse a sua
motivação e melhorasse sua capacidade.
Ela se beneficia do inesperado e das situações negativas pois isso faz ela
crescer.
Um exemplo seria a Hidra de Lerna, um monstro da mitologia Grega que cada
vez que uma de suas cabeças era cortada, duas cresciam no lugar.
Portanto, a Hidra se fortalecia a cada batalha.
É uma resiliência 2.0, pois enquanto na resiliência você continua apesar dos
erros, com a antifragilidade você continua por causa dos erros, é como se
olhássemos isso de forma positiva.
A tranquilidade não nos leva a evoluir, e evitar erros também é uma atitude
ruim. Não é possível aprender sem erros.
Ao contrário de evitar os erros a todo custo, aprendemos no mundo das
startups que devemos errar muito, mas gastando pouco e aprendendo rápido.
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A ideia do Fail Fast: Falhe rápido e tenha sucesso mais rápido ainda.
Experimentos devem ser realizados o tempo inteiro afim de aprender, por
isso foco no aprendizado.
Também é possível aprender com os erros dos outros, e isso é muito sábio,
mas se você está somente nesse quadrado, talvez não esteja testando coisas
novas.
Como se tornar antifrágil?
É preciso se colocar em situações de risco, pois sem risco não é possível errar
e acertar.
Quando criamos condições de risco podemos então experimentar e aprender.
Temos a tendência de acreditar que grande parte do conhecimento e
aprendizado vem da teoria, mas isso é uma falácia, grande parte dos
aprendizados vem do simples ‘tentativa e erro’.
O profissional antifrágil se preocupa em errar muito e aprender com cada uma
das falhas.
Ele se preocupa em não cometer os mesmos equívocos, afinal errar duas
vezes a mesma coisa é burrice.
Também é preciso ser criativo: Quanto mais erros diferentes você comete,
mais aprendizados diferentes possui também.
Antifragilidade tem absolutamente tudo haver com sair da zona de conforto.
Antifragilidade tem muito mais a ver com crescer 1% cada dia
Os músculos do corpo humano são antifrágeis: Quando você os expõe a uma
quantidade regulada de stress proporcionado por pesos ou aparelhos
ginásticos, eles crescem.
O desgaste muscular faz o músculo evoluir, mas o que acontece se você
tentar forçar demais? Ele se danifica.
Um profissional antifrágil se preocupa em corrigir os pequenos erros para que
eles não se tornem grandes demais no futuro.
É como no Growth Hacking: São pequenas melhorias que causam um
crescimento exponencial.
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Por isso não faz sentido dar um passo maior que a perna, os riscos vindo de
uma grande tentativa tem consequências que podem comprometer outros
experimentos.
É mais inteligente errar pequeno várias vezes e de forma rápida.
Criatividade também está diretamente alinhada com isso, pessoas que
combinam coisas diferentes são criativas, e obviamente isso significa correr
riscos.
Por isso o risco precisa ser administrado.
O erro é também um grande diferencial competitivo, se você comete erros que
ninguém nunca cometeu, você tem aprendizados que outras pessoas não
possuem.
Aprenda a apanhar (e apanhar muito)
Tão importante quanto saber lidar com pequenos erros, também é preciso
saber lidar com os vexames.
Se tem uma coisa que todo empreendedor conhece muito bem é o
famoso imprevisto, e nos dias de hoje isso tem se tornado quase que uma
regra.
É como diz o Matt Montenegro (CEO do MeuAio) no seu artigo ‘Aprenda a
apanhar’(22):
O mundo é imprevisível
O mundo está numa velocidade fora do normal, estamos no inicio da curva
exponencial da ciência e tecnologia, ou seja, daqui para frente os ciclos de
aprendizado vão crescer mais rápido do que jamais visto na terra.
Eu só compreendi de fato isso quando me deparei com o seguinte número:
Daqui 30 anos todo o conhecimento que temos hoje vai representar menos de
1% do conhecimento total do mundo.
Se o mundo é imprevisível não vale mais a pena criar planejamentos de 5 anos
como antigamente.
O antifrágil se beneficia do caos e por isso ele se preocupa mais em executar
com maestria e analisar do que planejar minuciosamente.
Tentei apresentar isso nesse péssimo desenho que fiz:
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Se preocupe com o próximo passo
O próximo passo é sempre o passo mais importante que você vai dar na sua
vida.
Isso pode parecer obvio mas depois de ter lido o ‘Vai lá e Faz’ (um dos livros
mais fantásticos que conheci) entendi o verdadeiro significado de pensar no
agora.
Se você fizer as suas tarefas bem feitas, se preocupando em executar com
capricho, as coisas simplesmente se conectam.
Faça sempre o seu melhor e deixe fluir. Você conhece o benefício de pensar
pequeno?
#FocoNoAprendizado
Isso já virou mantra no Vale do Silício, quem se preocupa demais com
resultado, ou esforço, acaba esquecendo de se preocupar com o mais
importante: Aprender.
Em tudo que fizer busque sempre a perspectiva do aprendizado: O que eu
aprendi? Como posso fazer melhor? Como fazer menos, mais rápido e
melhor? Esse é o maior ensinamento desse texto.
Se você entendeu que para aprender é preciso apanhar e errar muito de forma
inteligente, então você entendeu o verdadeiro conceito de antifragilidade.
Luiz Fernando Roxo(06): o jeito antifrágil de ser e o jeito Cris
Arcangeli antifrágil – uma síntese:
● O antifrágil é uma característica de todos os organismos vivos que se
beneficiam e melhoram com determinada quantidade de causa de
desordem.
● Existe uma diferença muito grande entre o caos e a ordem, porque o caos
te “pega” de uma vez só e a ordem leva tempo para você conseguir.
● O antifrágil é quando o caos te visita e você o utiliza como uma mola
propulsora para sua evolução.
Existe melhor analogia com o jeito de ser da Cris Arcangeli?
Nunca fiz coisas por dinheiro. O dinheiro foi consequência. Mas ganhar eu
ganhei, sim.
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É preciso ter paixão, amar o que faz. Aí sim, o dinheiro virá como
consequência.
Cristiana Arcangeli
B. Afonso Macagnani é mestre em administração de empresas pela
PUC/SP, executive coach pelo Erickson College/Canadá, especialista em
Recursos Humanos, economista, mediador e árbitro. Foi executivo
C-Level em empresas nacionais e multinacional por mais de 20 anos.
REFERÊNCIAS
(01)
Taleb, Nassim Nicholas. Antifragile: Things That Gain from Disorder. New
York/NY: Published by Random House, 2012.
(02)
Lima, Presleyson. Como Cris Arcangeli revolucionou o mercado de
beleza | Artigo publicado em maio.2019 | pesquisado em novembro.2019
em
https://presleyson.com.br/2019/05/15/cris-arcangeli-mercado-de-beleza
/
(03)
Maróstica, Eduardo. Aula 01: Inteligência de Mercado | Aula 02:
Estratégia e Planejamento de Produto | Aula 05: Canais e Estratégias de
Vendas e Atendimento | Aula 06: Ciclo de Vida do Produto –
Coordenador do MBA de Empreendedorismo e Novos Negócios na FGV.
É sócio-diretor de renomada empresa de consultoria empresarial e tem
experiência em treinamentos e estratégias em Administração, com
ênfase em Mercadologia. Eleito o melhor professor do MBA na FGV
durante 4 anos seguidos.
(04)
Felerico, Selma. Aula 03: Precificação | Aula 04: Desenvolvimento e
Lançamento de Produto – Especialista em Comunicação e Semiótica,
com experiência em Marketing Esportivo e Comportamento do
Consumidor.
(05)
Miguel, Guilherme. Antifrágil: Porque somente a resiliência está se
tornando algo ultrapassado. PsicologiaViva. Artigo publicado em
agosto.2018 e pesquisado em dezembro. 2019 em
https://blog.psicologiaviva.com.br/antifragil/
(06)
Roxo, Luiz Fernando. Economista e sócio fundador da ZenEconomics.
Atua há mais de 20 anos de mercado financeiro. Trabalhou em grandes
91
instituições do país e ministra palestras e cursos sobre investimentos e
desenvolvimento pessoal. Escreveu os livros "Comprando ações e
vendendo opções" e "Benjamin e o poder do tempo". Atualmente,
apresenta os programas “a hora das(os) antifrágeis" e apresentou
“riqueza pessoal” na InfoMoney TV. É Gestor de Carteiras de
Investimentos autorizado pela CVM. E é referência em Antifragilidade,
conceito criado por Nassim Taleb. Conselheiro do instituto Mundo
Aflora.
(07)
EGestor. Empreendedores de Sucesso: Cris Arcangeli | Artigo publicado
em março.2017 | pesquisado em novembro.2019
emhttps://blog.egestor.com.br/empreendedores-de-sucesso-cris-arcang
eli/
(08)
Carvalho, Rafael. Antifrágil: um Modelo de Pensamento que Reverte as
Crises a Seu Favor. | Na Prática.org. | Artigo publicado em julho de 2019 |
pesquisado em novembro 2019 em
https://www.napratica.org.br/antifragil/
(09)
Moraes, Joana. O que é precificação e como fazer para o seu produto. |
RockContent | Artigo publicado em fevereiro de 2019 | atualizado em
novembro de 2019 e pesquisado em novembro 2019 em
https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl
(10)
Silva, Eduardo. O que são canais de vendas. | Involves Club | Artigo
atualizado em agosto de 2019 e pesquisado em novembro de 2019 em
https://clubedotrade.com.br/blog/o-que-sao-canais-de-vendas/
(11)
Equipe TD. Ciclo de vida de produtos na transformação digital |
Transformação Digital | Artigo publicado em janeiro de 2018 e
pesquisado em novembro de 2019 em
https://transformacaodigital.com/ciclo-de-vida-de-produtos-na-transfor
macao-digital/
(12)
Magaldi, Sandro. Palestrante, empreendedor, escritor, expert em gestão
estratégica de vendas, mentor do Instituto Endeavor e conselheiro do
projeto social Gerando Falcões e da Cia. De Talentos. Coautor, com José
Salibi Neto, do best-seller Gestão do Amanhã e de dois outros livros O
Novo Código da Cultura e O Que as Escolas de Negócios Não Ensinam e
autor do livro Vendas 3.0. Co-fundador e ex-CEO do meuSucesso.com,
ocupou posições de liderança em várias companhias, incluindo a HSM.
Em sua carreira acadêmica, atuou por mais de 15 anos como professor
de MBA na Escola de Propaganda e Marketing (ESPM), na Fundação
Instituto de Administração (FIA) e na Fundação Dom Cabral (FDC). É
pós-graduado pela ESPM e tem mestrado acadêmico pala PUC-SP.
(13)
Meireles, Claudia. Em entrevista, a shark Cris Arcangeli dá dicas sobre
empreendedorismo. Metrópoles | Artigo publicado em agosto 2019,
atualizado em setembro 2019 e pesquisado em novembro 2019 em
https://www.metropoles.com/colunas-blogs/claudia-meireles/em-entrev
ista-a-shark-cris-arcangeli-da-dicas-sobre-empreendedorismo
92
(14)
Arcangeli, Cristiana. Blog da Cris Arcangeli. Artigos publicados no blog
no terceiro trimestre 2019 e pesquisado em novembro 2019 em
https://www.crisarcangeli.com/o-que-sao-e-como-surgiram-os-alimetico
s/
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