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OUTUBRO 2019
COM QUAIS LENTES
É PRECISO VER
OS NEGÓCIOS
2
PARA ENXERGÁ-
LOS TAL QUAL
ARIONE DINIZ?
ABSTRACT AX
Arione Diniz nasceu em Catolé do Rocha (PB), numa família grande, de 12 irmãos. Era
um homem gago e tímido, que não sonhava grande, apenas trabalhava para ter o
que comer.
Arione teve uma infância de muitos desafios. Na juventude aproveitou uma oportuni-
dade de trabalho e começou a atuar no ramo de ótica: montava os óculos, solitário
em um laboratório nos fundos de uma loja. Ao meio-dia, entregava os óculos para
os clientes. Com o tempo, seu gerente foi percebendo que ele tinha muita habilidade
no atendimento e que poderia se tornar um excelente vendedor. Nesse novo desafio,
deparou-se com Francisco Vidal, que acabou por se tornar seu parceiro
3
de negócios para vida toda.
Conheceu sua esposa, Vera Lúcia, em Fortaleza, quando foi para lá a trabalho por 30
dias. Foi amor à primeira vista, rapidamente, noivou e se casou. Algum tempo depois,
a loja em que trabalhava faliu, e Arione foi demitido. Nesse momento, voltou para a
casa da sogra, em São Luís, e esperou a rescisão trabalhista para pôr em prática
seus planos, mas novos desafios entraram em cena.
Com o pouco dinheiro que recebeu de sua indenização, abriu sua primeira loja, em
1992, no centro de São Luís. Depois de pouco tempo, abriu a segunda, ampliando sua
rede, engajando primeiramente, os irmãos e os cunhados e, em seguida, os sobrinhos
em novas lojas. Contratou uma agência e uma emissora de TV para divulgar sua óti-
ca. Descobriu e colocou em prática a magia do crescimento.
Em 2006, tinha 256 lojas, só com os familiares. Nesse momento sentiu que era hora de
formatar e formalizar os estabelecimentos. Resolveu abrir franquia para os colabo-
radores mais antigos. Como tinha os dados dos franqueados com CNPJ, convocou
todos para uma convenção no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Anunciou que já tinha os contratos para abrirem suas filiais, na modalidade de franquia,
pagando royalties. Teve adesão de 100%.
Mas Arione tem uma firme vontade de continuar no processo de ajuda aos seus
A história das Óticas Diniz está atrelada à cultura, à experiência de seu fundador.
Reforçar a cultura, com a segunda geração, é missão necessária.
Para alavancar esse case tão forte, tão verdadeiro, tão brasileiro, os professores Flávia
Lippi(2), palestrante internacional, consultora em saúde mental, emocional e
comportamental, educadora e escritora, e o professor Luiz Mello(3), consultor de negócios
e especialista em planejamento estratégico, apresentam os seguintes temas:
CAUSATION LAÇOS FRACOS
GROWTH MINDSET: E EFFECTUATION: E LAÇOS FORTES:
5
ESTRATÉGIAS COMUNICAÇÃO
SER GLOCAL:
DE CRESCIMENTO: NÃO VIOLENTA:
54
OPORTUNIDADE + TIMING e laços fortes:
Relacionamentos
focados no crescimento
27 NOVAS FORMAS DE
INTELIGÊNCIA
O que é a inteligência
28 VALORIZAR O ESFORÇO
relacional e como se
Usa isso na nossa vida e
na vida da nossa Empresa
57
28 Erro é um sucesso com
data marcada O que se pode fazer para
ficar mais perto das
35 Desenvolvendo a
mentalidade de crescimento
Pessoas, fazer novas e,
definitivamente, cultivar
Boas relações: from net-
58
working to netweavers
74
Uma força nas vendas
da expansão com uma
tradição | sul = expansão |
sudeste = prime e virada
92
seleção de campeões de bandeira
de força de vendas
75 Estratégias de
crescimento
A evolução de um jeito
peculiar de ser 94
Trilhar a empatia para
a Comunicação não 97
76 Planejar para expandir Violenta
Crescimento por
Coerência do líder
empático 104
77 intermédio de terceiros |
Franquias Inteligência emocional
105
78 Conversão
Os benefícios da empatia
106
78 Definição de estratégias
de expansão O processo cnv na prática
109
79 Selecionando as variáveis Resumindo a cnv
113
10 Dicas para estimular
82 a cultura de Crescimento
na empresa
Back to the future:
o futuro nas mãos de
quem nasceu junto
116
84 Ser Glocal: mentalidade
global nas ações locais
REFERÊNCIAS 126
Um entre doze...
AriONE IN A DOZEN!
Filho do meio de doze irmãos, Arione Diniz nasceu em uma família grande e
bastante pobre, em Catolé do Rocha, interior da Paraíba, na divisa com o Rio
Grande do Norte.
A família trabalhava na roça, num pedaço de terra que pertencia a um tio, com
quem dividia a metade da produção. Nos anos de seca, faltava comida, e a mãe
saía pela vizinhança pedindo milho, feijão e outros mantimentos emprestados(04).
Na década de 1970, uma das irmãs de Arione, Aldeci Diniz, conseguiu um emprego
em João Pessoa e, corajosamente, levou a família toda: juntou os irmãos, colocou
todos em um ônibus e lá se foram os matutos para a capital. Inicialmente, o
sofrimento foi grande, pois, após um período procurando emprego, somente
a irmã trabalhava para sustentar a todos. Estava em jogo a sobrevivência de
todos, pois não conheciam ninguém e cada um, depois, foi se virando como
podia, fazendo bicos.
Arione foi servente de pedreiro, pintor, ajudante de marcenaria e auxiliar de
serviços gerais em lojas.
Um dia, o gerente pediu para que Arione entregasse os óculos a uma cliente.
Depois, pediu para que fizesse a adaptação de uma armação de outra pessoa.
Não demorou muito para que Arione ficasse mais à vontade ajudando no
atendimento da ótica.
“Foi o momento mais importante da minha vida”, afirma Arione, haja vista que
deixou a vergonha que sentia devido à gagueira, que o limitava na comunicação
com as pessoas, e se encontrou no relacionamento com os clientes, algo
extremamente precioso e que o impulsionaria para o que viria a ser o seu sonho
de realização.
12
Muito antes de o marketing científico surgir, a partir da proposta de complexo
de marketing de Neil Borden, em 1949, o comportamento de divulgação e
relacionamento com clientes já existia, mesmo sem nomenclaturas oficiais. A
intuição e a prática exaustiva do comércio já serviam de subsídios para saber
o que vende mais e o que não vende. Se o pensamento fosse um pouco mais
sofisticado, havia também a preocupação em estar presente positivamente na
memória do cliente para que ele sempre pudesse se lembrar de você – e comprar
de você, não do concorrente. Será que as empresas atualmente precisam voltar
alguns anos e relembrar dos princípios básicos da comercialização para atender
bem aos clientes? Não é questão de luxo, são princípios basilares(07).
De volta
a João Pessoa:
de gerente a vendedor,
para desafiar coisa maior...
from Arione to Diniz...
e, diferenciado:
gerente-trunfo!
Mais experiente, o jovem Arione foi atrás do sonho de trabalhar em uma grande
rede de óticas, muito conhecida no nordeste, que iria se estabelecer, em 1980,
em João Pessoa (PB)9. A vontade de trabalhar nessa empresa era tanta que ele
ficou, durante quase 90 dias, persistindo com o gerente da loja para conseguir
uma vaga. De tanta insistência, o gerente solicitou que o entrevistassem e ele
foi, finalmente, aprovado.
Por outro lado, encontrou dificuldades para sair do seu emprego, pois seu chefe
não queria perdê-lo: fez várias reuniões com ele, aumentou seu salário e tentou
convencê-lo a permanecer. Porém, a decisão já estava firmemente tomada e
ele foi para o desafio a que tinha se proposto.
E que desafio, pois estava saindo de uma empresa que queria mantê-lo e,
ainda mais significativo, estava deixando um cargo de gerente para voltar a ser
vendedor na nova empresa, para, segundo ele, provar algo maior ainda.
Henry Ford é categórico quando afirma que ‘há mais pessoas que desistem
Em João Pessoa, Arione atuou na nova empresa, King Joias, como vendedor por
muitos anos, sendo, inclusive, seguidamente campeão de vendas na região(12).
Seu jeito simples e carismático conquistou a simpatia de todos (vendedores,
caixas, recepcionistas e clientes). Conforme Diniz, “As pessoas, às vezes, se
acomodam na questão dos elogios e entram numa zona de conforto. Eu prefiro
ouvir críticas para crescer. Eu sou um eterno insatisfeito. Nada que esteja tão
bom que não possa ser melhorado o tempo todo”.
Vidal foi incumbido pelo dono da King Joias de treinar Diniz nas novas funções e
num passo a passo para discipliná-lo na conversa, diminuindo sua exposição à
gagueira. Essa aproximação marcou indelevelmente a carreira de Diniz.
Suas colocações sobre Vidal: “Ele foi uma escola para mim: de disciplina, de caráter,
de quem veste a camisa da empresa. De entrar às 7 horas e sair às 2 da madrugada... foi
assim nosso ritmo de trabalho, de domingo a domingoem todo o tempo em que convivi
Francisco Vidal sobre Diniz: “Eu e o Diniz comprávamos Coca-Cola para nós e
deixávamos na geladeira, nos fundos da loja. Quando chegavam os clientes “top”, nós
corríamos e oferecíamos a bebida. Fomos campeões de vendas por vários anos. Todo ano
tinha premiação, para Cancún, para outros países, porém, a gente pedia a conversão do
prêmio em dinheiro e distribuía para toda a equipe. Nosso 13o salário também distribuíamos
“O gerente-trunfo ficou vários anos por lá sem tirar férias, segundo ele mesmo diz. Até
que chegou o dia da bancarrota. A King Joias decidiu apostar em novos produtos e
empresa não ia mais abrir.Estava todo mundo chorando, foi aquele desespero. Mas foi
No sábado que antecedeu a essa fatídica segunda-feira, seu tio, José Gomes,
irmão de sua mãe, havia lhe perguntado: “Como é que você comanda uma
equipe tão grande, com laboratório, uma loja tão enorme e, já num processo de
mais de 14 anos, não pensa em montar o seu próprio negócio. Acho que você
tem capacidade de empreender”. A realidade transformou aquela conversa em
profecia.
18
Do fundo do poço
à Rua de Santaninha,
no centro de São Luiz (MA).
seu sonho de empresário, Diniz pegou a mulher e os dois filhos, botou-os no carro e
despencou para São Luís, onde foi viver sob o teto da sogra”(14).
19
“Passou seis meses sem receber salário e sequer uma posição da King Joias sobre
a indenização que lhe deviam pelos 12 anos de serviços prestados. Estava zerado.
Tomou dinheiro emprestado, pegou um ônibus e foi para Fortaleza bater à porta do
“Feitos os cálculos, a empresa devia o equivalente a R$ 13 mil. Mas com o caixa pelo
parcelas”.
“Foi com a promessa dessa pequena quantia de dinheiro que Arione anunciou à família
que abriria sua primeira ótica. Virou motivo de chacota, obviamente, mas não se deu
por vencido. Saiu a procurar um ponto em São Luís. Encontrou um do qual o dono
queria se desfazer porque passava semanas sem vender um único par de óculos. Foi
nesse que apostou. Pagou R$ 2 mil por ele e, com os R$ 500 restantes da indenização,
Diniz comprou armações injetadas, ‘dessas que os políticos dão em época de eleição’,
exemplifica”.
“As duas primeiras semanas foram aquele perrengue. A Diniz não vendeu absolutamente
nada. Mas, de novo, estava a intuição do empresário para fazer e vender sopa de
pedra. Diniz contratou uma produtora para fazer um comercial em vídeo de sua
loja”(15).
21
aparecessem, uma vez que seus antigos clientes da era King Joias finalmente
descobriram que o ex-gerente Diniz havia montado uma ótica e ela estava ali, em uma
“Em apenas seis meses como empresário, Arione Diniz começou a preparar a abertura
da segunda loja e, assim como essa evolução foi rápida, também veio rapidamente a
Pessoas com growth mindset costumam ser mais otimistas, mesmo vivendo com
mudanças mais constantes. Elas acreditam que podem mudar sua realidade por
meio de seus esforços.
Durante anos, Terman acompanhou sua turma como uma mãe. Computava
seus feitos escolares, os casamentos, as doenças, a estabilidade emocional,
23
os empregos, os salários, as promoções. Enviava cartas de recomendação a
universidades e empresas e comemorava as conquistas da sua turma de elite
em artigos nos jornais.
24
OUTLIERS | INTELIGÊNCIA + OPORTUNIDADE + TIMING
Grosso modo, o que Malcolm Gladwell(18) propõe em seu livro Outliers – Fora
de Série, é que o sucesso não é apenas uma questão de mérito pessoal, mas
diversos outros fatores contribuem para que uma pessoa destaque-se em sua
área de atuação e tenha desempenho superior numa determinada atividade(19).
ELAS VÊM?
Devem vir de algum lugar. E esse lugar, onde absorvemos esses tipos de
atitudes e competências, é o que costumamos chamar de lar. É a nossa
herança comportamental – e o que faz toda a diferença ao avaliar as
chances de conseguirmos desenvolver todo o nosso potencial.
Ele define esse exame da seguinte maneira: o teste pede que se use a imaginação
e leve a mente ao máximo de direções diferentes. Um teste dessa natureza não
possui, obviamente, nenhuma resposta certa. O que ele busca é o número e a
originalidade das respostas. O que ele mede não é a inteligência analítica, mas
um traço bem distinto, algo bem mais próximo da criatividade.
ERRO É UM SUCESSO
COM DATA MARCADA
Quantos “não” desnecessários uma criança recebe, do tipo: “não jogue bola
aqui” e, ao mesmo tempo, quantos “sim”, proporcionalmente desnecessários ela
também escuta.
Isso vai ocorrendo durante toda a vida e mina a possibilidade de considerar o
erro como estratégia e experimentação.
Por outro lado, pessoas que são educadas a achar que a posição superior,
objeto de luxo e local cravado no mapa são determinantes para o sucesso ,
tornam-se limitadas e condicionadas a pensar o sucesso somente dessa forma.
Assim, todas as tentativas serão barradas porque elas não querem e não podem
fracassar.
O resultado para a vida pessoal dos que não se permitem se frustar pode vir
em forma de doenças físicas, emocionais e comportamentais, impactando
fortemente, levando à perda de performance.
Sucesso é bem mais amplo: como a pessoa se olha, entende suas próprias
29
vontades e sabe sobre aquilo que gera felicidade. Alguém com esse entendimento
alcançou a felicidade. Fácil assim! É bem mais simples do que a maioria das
pessoas pensa. É essa simplicidade é necessário buscar num universo tão
diverso como o atual.
30 MAIS RESISTENTES
ASSUMEM RISCOS
SABEM TUDO
FALHAR É FRACASSO
32
PREFEREM A ESTABILIDADE E A CERTEZA
SÃO MORALISTAS
VIVEM DE ILUSÃO
COMPARATIVO
CARACTERÍSTICAS
DA MENTALIDADE FIXA
E GROWTH MINDSET
CARACTERÍSTICAS MENTALIDADE FIXA GROWTH MINDSET
Aquele com mentalidade fixa vê a longa e árdua jornada pela frente devido a
um obstáculo na estrada: aquela pedrinha que todo mundo tropeça na vida. A
jornada está no caminho do que importa para ele: o resultado. Ele acredita que
ser empreendedor será fácil para aqueles que estão predestinados a ganhar.
Então, decide desistir.
34 Quando se olha para esses dois exemplos, a maioria de nós concorda que o
empreendedor com mentalidade de crescimento tem uma compreensão maior
da realidade.
Sua decisão é mais verdadeira. Sabe-se que as coisas levam um tempo. Esforço
e estratégia vão ser alcançados, mas muitas vezes é difícil colocar esse tipo de
pensamento na prática.
ENTÃO, COMO SE
DESENVOLVE A
MENTALIDADE DE
CRESCIMENTO?
DESENVOLVENDO
A MENTALIDADE DE CRESCIMENTO
• Nosso cérebro será diferente daqui a uma semana e muito mais diferente
ainda daqui a uma década. Pode ser uma mudança para frente ou para trás,
ganhando ou perdendo habilidades. Depende do uso;
36
Comprometa-se com você mesmo para fazer coisas diferentes. Concentre-se
em mudar, fazer coisas novas, diversificar procedimentos, alterar rotinas, boicotar
hábitos arraigados... tudo isso para melhorar o seu cérebro rumo ao futuro.
FOCO NO PROCESSO
SOBRE RESULTADOS
• Elogiar os outros por seus esforços e pelo processo, em vez de elogiá-los por
seus resultados.
Exemplo: é melhor dizer a um aluno: “Você estudou muito bem para o teste, seu
trabalho duro realmente valeu a pena”. Em vez de dizer: “Você é tão inteligente,
você tem uma nota 10!”
No primeiro exemplo, está se elogiando o processo que a pessoa elaborou, algo
que ela pode controlar. Assim, o resultado passa a fazer parte do processo.
Por outro lado, o aluno que teve seu resultado exaltado, vai associar o elogio só
ao resultado.
Não é fácil dizer a uma pessoa que é preciso ter uma mentalidade de crescimento.
É muito difícil dizer: você precisa ter uma mentalidade de crescimento para obter
mais sucesso na sua vida e nos seus investimentos.
Para todos que pretendem iniciar uma mudança no seu mindset, é preciso
internalizar tudo o que se abordou até aqui. E mudar não só o processo para
alcançar o resultado, mas mudar a sua vida. É preciso saber criar um processo,
alterar, produzir resultado e mudar o processo de novo.
• Treinar sua reunião com alguém por 30 minutos por semana até o dia da reunião.
O processo vai se solidificando e então é possível quantificar o resultado. O
procedimento precisa estar sólido para ser quantificado. É preciso, também, focar
o resultado que se está procurando e que seja mensurável. Precisa-se visar uma
meta. Exemplo: fazer uma reunião sem erros com os americanos da empresa. Se
conseguir estabelecer uma relação entre a reunião anterior e a nova reunião e o
processo foi muito bom, continua-se com ele. Se forem constatados muitos erros,
é necessário alterar o procedimento, e não o resultado. Muda-se aquilo que se
faz para se alcançar um resultado diferente.
Acompanhar uma meta por escrito ajuda muito e promove uma mentalidade de
crescimento. A mente focada em um procedimento mutável é o grande lance
que é preciso aprender.
O processo funciona como previsto ou não, mas não diz nada sobre a pessoa
em si.
DIMINUIR MEDO
DO FRACASSO
Grandes líderes admiram pessoas melhores do que eles. Tente encontrar mentores,
professores e aprenda com eles. Admire alguém e aprenda com ele sobre os
processos que ele criou para si próprio, para a empresa, para determinada coisa
que interessa e que pode ser incorporada ao desenvolvimento.
FORMAS DE COMEÇAR
A EMPREENDER
CAUSATION E EFFECTUATION
Essas duas formas foram estudadas por uma indiana, professora da Darden
School of Business, da Universidade da Virgínia, chamada Saras Sarasvathy,
que criou o effectuation e o comparou com o que denominou causation(23):
A partir deste trabalho , publicado em 2001, outros estudos sobre a relação entre
causation e effectuation com empreendedorismo foram divulgados, chamando
atenção da academia.
42
O causation envolve uma série de levantamentos, estudos e análises:
Informações de mercado
Plano de negócios
Produto / Serviço
Análise de Mix
Captar recursos
Análise da concorrência
“Sevirologia”
(se vira com o que tem)
43
Quais reflexões são necessárias para que se consiga empreender por meio do
effectuation:
1
de objetivos previamente existentes nas tomadas de decisão,
pois não faz sentido tomarmos decisão hoje com base em
objetivos cujos resultados serão conhecidos somente no
futuro. March está, na verdade, inspirando os pesquisadores
a desenvolverem técnicas melhores para se pensar em como
as pessoas agem no presente em termos de um conjunto de
possibilidades futuras.
46
No desenvolvimento da teoria do effectuation, Sarasvathy cita as três
dificuldades em se estudar a tomada de decisão racionalidade causal:
Se é um negócio totalmente novo, uma startup, vale a pena prever algo, já que
esse mercado não existe?
Outro recurso que Diniz utilizou, no início de sua jornada, foi permanecer com seu
estabelecimento funcionando além do horário normal do comércio, ficando até
as 22 horas, atendendo, principalmente, os profissionais liberais que transitavam
por lá nesse horário.
De acordo com Vera Diniz, um dos serviços que também atraiu clientes para a
loja foi a distribuição de sucos naturais de caju, acerola e outras frutas da região,
água, picolé e refrigerante. Estratégia montada por Diniz desde a primeira loja.
Outras marcas registradas: o papel picado na loja, que Diniz entendia que conferia
um clima de festa ao ambiente, e, nas inaugurações dos estabelecimentos em
São Luís, a presença do trio nordestino, tradicional de Catolé do Rocha, sua terra
natal.
A partir da terceira loja implantou a carreata, um anúncio maior na TV e um
mote que se institucionalizaria: “Atenção, atenção, começa segunda-feira com
a megainauguração, a Ótica Diniz vai dar mil armações de graça por dia e
você paga somente as lentes: de zero a 6 graus, você paga R$ 9,90, bifocal, R$
29,00 e multifocal, R$ 49,00. É isso mesmo, você não ouviu errado: a armação é 51
de graça, você só paga a lente. Você não pode perder. Começa na segunda-
feira”. Essa propaganda virou um ícone, o abre alas do estilo varejão de ótica,
vendendo óculos como se fosse água, formando filas e mais filas na porta das
lojas inauguradas.
Segundo Vera Diniz, Arione sempre foi um estrategista, uma pessoa cheia
de surpresas. Para Francisco Vidal, um ser humano destemido, corajoso e
marqueteiro. Das várias qualidades que tem, destaque-se que em marketing
ele era o tal. Para Clemilson Reis Ferreira, da agência de publicidade, Diniz sabe
o que o povão gosta: principalmente das classes C e D, parece que ele tem o
sangue nas veias para atender esse pessoal.
53
Quando da inauguração da terceira loja, Diniz começou a pensar em como
poderia ajudar seus 12 irmãos. Trouxe, então, sua irmã, Aldeci, para fazer um
treinamento em São Luis. Em seguida, incentivou Aécio, que estava em Brasília,
para vir para o nordeste e somar esforços para fazer as Óticas Diniz serem
grandes. Designou Aécio para Natal (RN), Aldeni para Maceió (AL), Aleksandra
para Teresina (PI), outras duas irmãs para Curitiba (PR) e João Pessoa (PB), e o
irmão mais velho para Aracaju (SE).
Então não parou mais. A essa altura, com 13 lojas, Diniz diz que foi um dos
momentos mágicos de sua trajetória: ajudar sua família, seus irmãos, “um bando
de malucos conseguir chegar aonde chegaram”.
Acreditar nas pessoas, uma virtude que fez com que transformasse seus irmãos,
que não tinham experiência alguma no ramo de ótica, em franqueados de
sucesso: Sistema FF | Franquia Familiar!
Usando os laços fortes
e a força dos laços fracos
Segunda aula apresentada por Flávia Lippi(25) destaca a importância da
utilização das inteligências emocional e relacional, mesmo em situação de crise
pessoal e/ou profissional, para qualquer empreendedor que queira se destacar
como um líder comunicativo.
LAÇOS FRACOS
LAÇOS AUSENTES
• São conexões que se espera que existam, mas elas não existem; • Falta de
conexão entre essas pessoas; • Como regra, um laço ausente pode ser facilmente
transformado em um laço fraco; • Da mesma forma, um laço ausente ou um laço
fraco também pode se tornar um laço forte por meio das interações.
Como as redes de laços fortes são autolimitadas e por quê? Elas podem levar
ao que chamamos de bolha de filtro, que é uma restrição de notícias, de
informações, de ideias e resultam sempre na mesma personalização de pesquisa
de manutenção, de fala. É tudo muito homogêneo e os grupos ficam todos muito
iguais.
Uma rede social maior, com laços fracos, por outro lado, vai, provavelmente,
desafiar a sua tendência e vai subsidiar um pensamento crítico.
RESUMÃO:
Alerta: pode-se estar sendo levado pela manada, uma outra ciência, um outro
estudo que fala que as pessoas que são mais manipuláveis seguem uma
manada de pensamento. Isso pode acontecer em laços fortes e em laços fracos.
2
Relacionar-se é via de duas mãos: falar e escutar, dar e receber, fazer e fazerem
por você;
58
3 Substitua o networking antigo pelo netweavers
NETWORKING: NETWEAVERS:
A capacidade de falar com São pessoas que se conectam
o maior número de pessoas por afinidade e que, dessa
que lhe interessava para fazer forma fazem negócios, pontes e
um negócio ou abrir portas. aberturas porque têm algo em
Totalmente voltado a negócios. comum, além dos negócios.
Foi muito utilizado até meados da
década de 1990.
Entenda como é possível fazer isso nos laços fracos, nas redes sociais.
Pode ser que o coworking seja exatamente o que se está precisando nesse
momento para trocar ideias e alavancar negócios ou até mesmo a carreira.
Normalmente, tudo que se faz tem como ponto de partida uma boa conversa.
Moldam-se os relacionamentos a partir de boas ou más conversas.
Para transformar conversas em laços duradouros é preciso ter empatia.
A pesquisadora Erica Dhawan descreve no livro Get Big Things Done – the power
of connectional intelligence, escrito em parceria com Saj–Nicole Joni(26), cinco
atitudes básicas para se desenvolver a inteligência relacional.
60
1 CURIOSIDADE:
saiba explorar de diferentes maneiras o mesmo problema. A solução
pode estar embaixo de uma pedra que você nunca olhou.
2 COMBINAÇÃO:
a união, ou melhor, o mix de diversas variáveis, tais como recursos de
áreas diferentes, meios pouco explorados e produtos e serviços irão
gerar uma combinação que fornecerá a fórmula certa para novas ideias.
3 COMUNIDADE:
combine ideias e conceitos, dentro e, principalmente, fora da sua rede
de relacionamentos. Pessoas e comunidades que pensam de maneira
diferente da sua podem trazer novas ideias e insights.
4 CORAGEM:
desafie, de forma inteligente, o status quo e provoque esse mesmo
sentimento nas pessoas que estão a sua volta e nas redes.
5 COMBUSTÃO:
gere a centelha necessária para fazer as mudanças dentro de você, das
pessoas que fazem parte das suas redes sociais e dos grupos que você
participa.
Veja que as cinco competências podem ser trabalhadas dentro das principais
redes sociais, dentro do ambiente corporativo, porém o mais importante é,
quando você fizer parte de um grupo ou da sua própria rede de contato, seja o
protagonista da sua história.
O que você está esperando? Coloque hoje mesmo essas cinco atitudes em
prática! Tenha coragem e dê sua opinião sobre a inteligência relacional, utilize
sua comunidade para ser o combustível de novas ideias, combine essas palavras
com a suas e de outras pessoas e ‘bora’ gerar curiosidade na rede.
Atenção para três pontos para lembrar quando você praticar as cinco atitudes
básicas para desenvolver a inteligência relacional:
• Limite da empresa;
BLISS POINT
ocorre quando a quantidade de açúcar, sal e gordura é tão perfeita que a pessoa
não consegue parar de comer. É o efeito eureca da indústria de alimentos.
Estamos num momento em que tudo na vida é conexão. Seja reivindicar o direito
de existir, pensar ou, então, ser livre espiritualmente.
em si mesmo”.
Arione Diniz treinou e capacitou seus irmãos para, inicialmente, operarem suas
próprias lojas e, posteriormente, suas redes de estabelecimentos franqueados.
Em seguida, fez o mesmo com os parentes da esposa e seus sobrinhos;
Esse tipo de pesquisa não surpreende os mais avisados, pois entre as principais
justificativas para administrar com propósito, diversos estudos científicos
publicados na literatura de gestão têm apresentado vários benefícios para as
Uma vantagem adicional recente para empresas com propósito está associada
com a nova geração de consumidores. Os millenials são aqueles nascidos entre
1980 e 1995/1996. A geração Z corresponde às pessoas nascidas entre 1995/1996 e
2010 são consumidores socialmente conscientes e se identificam com empresas
que tratam colaboradores de forma justa e fazem contribuições para a melhoria
da sociedade, Um estudo feito pelo Grupo Cone Communications: quase 89%
dos millennials querem marcas com grande significado.
Joey Reiman(30), autor do livro Propósito, mostra uma pesquisa realizada pela
Organização Gallup que avalia a felicidade no local de trabalho. A enquete
revelou que 71% dos colaboradores são “desengajados” de seus empregos, o
quer significa que eles veem o trabalho como simplesmente um lugar para obter
um salário, enquanto cerca de 25% destes são “contra praticamente tudo” da
empresa.
Uma empresa com propósito só se constitui se as pessoas que a compõem
compartilharem crenças, princípios e valores positivos e convergirem com
entusiasmo em torno da causa e significado comum pela qual todos estão
trabalhando juntos.
Nas empresas com propósito, 83% dos colaboradores sentem que o trabalho lhes
traz significado, conforme o citado relatório da PWC. E, se eles não conseguirem
encontrar propósito e realização em seu trabalho atual, afirmam que poderão
procurar em outro lugar.
Nesse âmbito, Arione Diniz encontrou uma meta bem maior do que estabelecer
maneiras de cumprir sua missão pessoal de aumentar o valor do acionista. Na
fase de expansão acelerada da rede, deparou-se com maneiras de fazê-la
junto com a adição de valor para todos os colaboradores. Fez do propósito da
empresa o propósito de cada um!
Um condensado
histórico explicando
o surgimento,
a formalização e o
fortalecimento
da franquia
Em 1996(32), as Óticas Diniz já eram líderes no segmento óptico no Maranhão.
Chegava, então, a hora de expandir. Para isso, Arione Diniz contou com a
participação dos familiares nas operações: seus irmãos e seus cunhados. Rio
Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Pernambuco foram alguns dos estados que
receberam as primeiras unidades das Óticas Diniz fora do Maranhão.
Em 2006, a rede contava com 256 lojas só com os familiares. Nesse momento,
Arione sentiu que era hora de formatar e formalizar os estabelecimentos.
Dispondo dos dados dos franqueados com CNPJ , convocou-os para uma
convenção no Hotel Transamérica, em São Paulo. No evento, anunciou que já
tinha os contratos para os franqueados abrirem suas filiais. Teve adesão de 100%.
Esse tipo de ação mostra que Arione preferiu investir nas pessoas com as quais
72 ele possuía proximidade (laços fortes). Isso se explica por dois motivos:
1 COMPETITIVIDADE DE MERCADO:
quando se incentiva e se promove um colaborador internamente, ele
tende a preferir ficar na empresa a trabalhar na concorrência , porque
vê a possibilidade de crescimento onde está. Criar a expectativa
de melhoras futuras para um empregado é uma forma de mantê-lo
motivado dentro da empresa.
2 PRIORIZAÇÃO DE LAÇOS FORTES:
Arione mostra que prefere trabalhar com pessoas com as quais ele tem
um laço afetivo, cujas relações são mais próximas. Pelo fato de ele ter a
habilidade de se mostrar como um indivíduo que oferece oportunidade
para as pessoas crescerem profissionalmente, elas acabam tendo
gratidão por ele. Além do mais, esse tipo de relacionamento costuma
ser mais forte em capital social, o que inclui ações com mais confiança,
colaboração, comprometimento e coordenação.
Isso mostra que a escolha por atuar com pessoas próximas como líderes e
franqueados de sua empresa significa, sim, algo de fundo emocional, mas essa
escolha também se sustenta por uma lógica de mercado e uma lógica de custo
de transação.
73
Isto é, manter pessoas próximas que se conhecem e confiam umas nas outras
reduz os custos decorrentes de correr riscos e garante que todos vão agir de
maneira não oportunista.
Esses dois pilares são os que sustentam a rede das Óticas Diniz. Não são
meramente os interesses de negócios que unem as pessoas em sua franquia,
mas sim, pessoas com o mesmo ideal, que têm consideração emocional com
Arione, e em relações ganha-ganha, isto é, em que o franqueado ganha pelo
apoio que recebe e pela possibilidade de crescimento, enquanto Arione ganha
um parceiro mais colaborativo para a rede. Como havíamos mencionado:
instituiu um propósito para a empresa energizando um propósito em cada um.
Uma força nas vendas
da expansão com uma
seleção de campeões
de força de vendas
Vidal viajou o Brasil identificando os colaboradores que se tornariam franqueados,
e implementando uma metodologia instituída por Diniz: para cada inauguração,
enviavam um time com dez dos melhores vendedores de lojas já sedimentadas
para alavancar a arrancada de vendas da nova filial.
Essa equipe permanecia na nova loja por um mês, compondo uma força extra e
otimizada de venda , além de treinar os vendedores locais.
74 Atente-se para o fato de uma via de duas mãos: de um lado, o reforço especial
de vendas para a nova unidade e, de outro, uma premiação para os bons
vendedores de outras unidades, que viajavam para integrar uma seleção dos
melhores vendedores Diniz. Eis aqui mais uma sacada de gestão de pessoas:
estímulo para melhoria de performance do quadro de vendas.
Aécio Diniz, irmão e franqueado, arremata: “Fruto daquela colocação que Arione
Diniz fez quando disse ‘Aécio, nós vamos colocar as pessoas que são da nossa
base’. Essa franquia é vencedora em qualquer lugar do mundo. Essa é a grande
sacada do Arione Diniz”.
75
Estratégias
de crescimento
Esta segunda aula, apresentada por Luiz Mello(33), consultor de negócios,
destaca-se, pois, todo mundo que empreende pensa em expandir. Ninguém
nasce para ser pequeno.
CRESCIMENTO PRÓPRIO
77
• Investimento feito por um terceiro (franqueado);
• Franqueado paga as taxas do franchising (taxa de franquias/royalties);
• Suporte:
- Necessário construir um modelo de franchising na empresa, pois essa
relação é pautada em uma lei, uma relação em que a franqueadora
deve suportar o franqueado (suporte de gestão, suporte operacional,
suporte nas dúvidas que surgem no dia a dia);
- Normalmente tem-se um consultor de campo, que vai na franquia
analisar, entender como está o negócio, levar inputs ao franqueado de
como melhorar a gestão, de como melhorar a operação, para conseguir
melhor resultado e, naturalmente, a franqueadora ter maior ganho.
• Franquias:
- Aumenta o conhecimento no local;
- Empresa detentora da marca (franqueadora), transfere todo o
conhecimento do negócio para o franqueado;
- Um ótimo exemplo de franquia são as Óticas Diniz.
CONVERSÃO
78
• A conversão traz ganho de velocidade na expansão;
REGIÕES PRÓXIMAS
Expansão própria
E COM MAIOR POTENCIAL
É preciso entender o quanto o negócio necessita faturar para conseguir uma boa
rentabilidade, um bom resultado e o quanto desse local para onde se pretende
ir vai gerar de potencial de oportunidade para que essa nova unidade consiga
obter aquilo que se propõe.
79
SELECIONANDO AS VARIÁVEIS
Abrangência Características
Perfil do cliente
geográfica do negócio
Bases:
Ajustar e afinar:
- Restrições:
Logística, legislação, disponibilidade de produto;
- Concorrência:
Vácuos de mercado, interesse em ter concorrência próxima, excesso:
80 - Potencial de consumo:
Total de gasto na área, características de consumo;
- Capacidade de fornecimento;
- Capacidade logística;
Principais estratégias:
-Por focos:
Cresce em áreas pré-definidas (e com potencial), que concentram
características positivas;
- Dispersão por potencial:
Foca na expansão em grandes centros (cobertura ampla, nas principais
cidades);
-Por raios:
Vai crescendo a uma distância definida da base/matriz.
- Histórico de oportunidades;
81
- A importância de definir uma estratégia para expandir o negócio;
- O que se tem de olhar, o que se quer do negócio: quer garantir mais controle,
mais conhecimento local, mais agilidade, mais velocidade, o potencial de
mercado que se tem, quantas unidades cabem em determinadas regiões, qual
a estratégia de cobertura.
10 DICAS PARA ESTIMULAR
A CULTURA DE CRESCIMENTO
NA EMPRESA
Para desenvolver a mentalidade e a cultura de crescimento, é importante que
o líder crie atividades e rotinas de estímulo aos colaboradores. Confira algumas
dicas
SEJA O EXEMPLO
As pessoas nas organizações têm o líder como o grande exemplo. Se o
82
VALORIZE QUEM PRIORIZA O CRESCIMENTO
Busque dar premiações (em dinheiro e/ou incentivos motivacionais)
4
trabalharem e tomarem decisões dentro de suas alçadas. Isso não
somente os torna mais responsáveis em suas atividades , como,
também, faz com que eles busquem ter um comportamento no qual
não esperam por crescimento, mas buscam por ele.
5
Apresente para toda a equipe os objetivos de longo prazo da empresa
e seu planejamento estratégico. Ainda que possa haver algumas
informações confidenciais, isso faz com que eles entendam que há
uma trilha de crescimento a ser percorrida.
6
Só é capaz de pensar no crescimento quem acredita que ele é possível.
Por isso, um dos valores que a empresa deve ter para sustentar sua
missão é o otimismo. Do contrário, um pessimista pode se desacreditar
e não buscar o crescimento em momentos de dificuldade.
83
TREINE E ACOMPANHE SUA EQUIPE
Estabeleça uma frequência para acompanhar de perto sua equipe
7
e seus liderados. Dê feedbacks e dicas para suas atividades. Se eles
entenderem que há o respaldo e o monitoramento da chefia para
o crescimento, eles tendem a repetir o comportamento de ações
voltadas ao crescimento. Treine também sua equipe para que ela
internalize cada vez mais a ideia de buscar essa melhoria constante.
8
colaboradores, não utilize apenas metas que sejam apenas valores
absolutos. Busque indicadores e objetivos que levem em consideração
a evolução da empresa ou do empregado. Relativize o resultado em
relação ao período anterior (considerando eventuais contingências
também) para analisar a evolução ao longo do tempo.
DESENVOLVA COLABORADORES MULTIPLICADORES
Acompanhe periodicamente os treinamentos das equipes para
checar se a mentalidade de crescimento é reforçada neles. Coloque
9
como critério para promoção na empresa a capacidade do indivíduo
em desenvolver equipes voltadas ao crescimento. Garanta que a
gerência da empresa está tão conectada ao crescimento da empresa
quanto você porque, assim, ela pode repassar essa mentalidade às
suas equipes.
INSISTA NO CRESCIMENTO
Por vezes, a empresa pode não ter os resultados esperados e sua
10
evolução pode ficar comprometida (ou a empresa pode ter períodos
em que não cresce). Mesmo nesses momentos, mantenha a ideia
de crescimento. Lembre-se de que essa mentalidade deve ser um
comportamento instituído na cultura, e não um resultado de condições
84 de mercado.
Embora(35) nem sempre seja fácil datar a origem dos conceitos, é amplamente
aceito que a primeira referência ao termo glocalização aparece na década de
1980, sendo consagrada no The Oxford Dictionary of New Words, referindo-se
ao processo de “telescoping global and local to make a blend”.
O conceito foi inicialmente elaborado a partir do vocábulo japonês dochakuka,
que originalmente se referia à adaptação das novas técnicas agrícolas às
condições locais de produção. Rapidamente adotado e disseminado no mundo
dos negócios, o seu significado mais comum refere-se a um produto ou serviço
concebido e distribuído globalmente, mas adaptado aos hábitos e costumes
locais.
Exemplos:
- Veganos;
- Pessoas que decidem consumir somente produtos orgânicos; e
- Consumidores fiéis a empresas que apoiam causas.
Desafio cultural:
• Coca Cola
- McDonald’s e Starbucks.
De um acordo
de conveniência
a um desacordo
de oportunidades
Arione, em entrevista à revista Comércio & Serviços, da Fecomércio(37), afirmou
que, em 2008, a Diniz não estava presente apenas nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Rio Grande do Sul.
No caso de São Paulo, havia um acordo com as Óticas Carol de que a Diniz não
se estabeleceria lá e nem eles nas regiões onde a Diniz já atuava.
Esse acordo foi proposto por Francisco Vidal ao dono da rede Óticas Carol, num
momento em que este pretendia entrar nas regiões norte/nordeste, de fortíssima
atuação das Óticas Diniz.
89
Coincidiu com o momento em que, contando com a ajuda dos diretores de cada
região, a Diniz identificava o potencial dos colaboradores mais antigos e os
melhores talentos iam para a Diniz Franchising.
Ressalta, por exemplo, que Rita de Cássia, agora franqueada em Porto Alegre/
(RS), possui 23 lojas.
“Sempre quis ter meu próprio negócio e lembro que não tinha condições financeiras.
Telefonei para o Diniz, chorando, e falei que gostaria muito de conversar com ele”.
90
Na conversa, ele lhe fala muito empaticamente:
“Rita, você é uma gigante e vamos dar um jeito, aguarda um pouquinho mais e você
vai ser uma franqueada... Vou falar com o Vidal... Mas você já escolheu para onde
E Rita respondeu:
Diniz surpreso:
“Porto Alegre! Você tá doida!”
Não estava... Rita de Cássia foi para Porto Alegre fincar a bandeira Diniz no
extremo sul brasileiro.
• Quando eu cheguei aqui fui dar uma pesquisada e inferi que aqui não é a
cultura do forró para a inauguração das lojas.
• Eu sou nordestina, trago essa cultura do forró, porém, parei um pouco, refleti e
concluí que preciso reverenciar esse povo gaúcho de uma outra forma.
• O sul hoje já não é uma situação mística, a Diniz vem crescendo muito no sul.
Esse jeitão Diniz de ser se arranja culturalmente em cada canto do Brasil onde
se instala.
Camaleão glocal: norte/
nordeste/centro-oeste =
tradição | sul = expansão |
sudeste = prime e virada de
bandeira
Arione tem uma frase que, à primeira vista, parece desgastada, de tão repetida.
No caso dele, porém, é diferente, pois foi vivida intensamente no processo de
expansão da rede:
92 “São Brasis diferentes um do outro! Cada região tem uma característica diferente!”
“Nós tivemos que afinar a forma de como inaugurar a Óticas Dini nas diferentes regiões
do país. Hoje, o nosso marketing trabalha muito focado nas necessidades de cada
Recapitulando:
- A gente achava que era impossível um dia começar um projeto com as Óticas
Diniz na capital de São Paulo.
- Então, começamos a botar Prime, principalmente em shopping centers.
- A diferença das lojas Prime é que são estabelecimentos que posicionamos em
shoppings, com produtos diferenciados, com marcas exclusivas. O intuito é que
o cliente não saísse mais daqui para comprar óculos
lá fora.
- Queremos que o cliente tenha o produto importado, de maneira acessível e
com uma condição diferenciada de pagamento. Essa é a proposta da Prime.
Cláudia Maria Valério, gerente de expansão das Óticas Diniz, Ariane Diniz,
diretora administrativa-financeira, e Arione Diniz pontuam que:
A evolução de um
jeito peculiar de ser
Em entrevista à revista Comércio & Serviços, da Fecomércio(38), Diniz revelou que
tinha o sonho de comemorar os 25 anos com mil lojas e ser a primeira empresa
O negócio caminha bem, mas eu enxergo muitas coisas que podem ser melhores.
Hoje, investimos muito para melhorar os processos, contar com mais tecnologia e
desenvolver marcas próprias.
Não temos uma fábrica para as marcas próprias, nós homologamos duas indús-
trias para desenvolver os produtos com alto padrão de qualidade. Atualmente,
temos três marcas próprias na linha de lentes e estamos desenvolvendo mais
algumas para lançamento nos próximos anos.
Sabemos que o ideal é trabalhar cem por cento com nossos produtos. Gastar
R$ 30 milhões em publicidade e fazer propaganda para as outras marcas é
andar na contramão. O bom seria divulgar e fortalecer o que é nosso. Na linha
de lentes, que tem um bom desempenho nas regiões Sul, Sudeste e Centro-
Oeste, os produtos próprios já correspondem a 50% das vendas, e na linha
de receituário, 10%. Vamos aumentando gradativamente. Nosso sonho é
trabalhar só com marcas próprias.
O maior medo que tenho é não melhorar os meus processos para tornar o
varejo mais inteligente e ágil. Em relação aos concorrentes, acho muito
saudável tê-los. A maior concorrência que existe são os defeitos de cada um
de nós.
Desde que eu abri a Diniz, nunca saímos da mídia. Em 2018 entramos nos
reality shows, como Big Brother e A Fazenda. A partir de 2019 estamos na
mídia nacional na emissora de maior audiência da TV aberta. Contratamos
celebridades, como a Claudia Leite.
Bruno pega carona e complementa: “Há cinco anos nosso mundo era a
TV, um mundo offline, as revistas. De cinco anos para cá, a gente mudou
drasticamente. Somos a única grande rede de varejo de nosso segmento que
tem site de venda direta e a venda online está acontecendo de maneira muito
forte. Porém, ainda acanhada, dada a dimensão do mercado brasileiro para
essa modalidade, vencidos os atuais desafios que ainda hoje privilegiam a
presença física na venda de óculos.
Com toda a evolução que está por vir, as Óticas Diniz se tornarão uma
empresa ainda mais admirada e uma marca mais desejada. Em dez anos,
queremos dobrar de tamanho e chegar a duas mil lojas.
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA EMPATIA
EMPATIA
EMPATIA
96
MPATIAEMPATIA
EMPATIA
EMPATIA
Trilhar a empatia
para a Comunicação
não Violenta
Terceira aula apresentada por Flávia Lippi(39), ressaltando a importância da comunicação/
cultura para fortalecer o crescimento. Para expandir, é preciso uma cultura solidificada
(orientada ao crescimento). O futuro da comunicação nas empresas passa, com razoável
percentual de acerto, pela CNV (Comunicação não Violenta).
Na trajetória emocionante de Arione Diniz, fica bem clara a sua liderança empática. Ele
transformou sua gagueira, uma deficiência, em força. A partir daí, ele compreendeu, na
prática, o poder da empatia.
O que sua filha, como sucessora, pode fazer como líder, no futuro?
97
Transformar a sua comunicação em uma Comunicação não Violenta (CNV) para para,
desse modo, tornar a empresa em uma companhia colaborativa, intencionalmente
difusora da cultura da paz.
Uma primeira dica da CNV é a permanência no aqui e agora. Perceber a existência nos faz
aprender a necessidade de se adaptar à vida.
A natureza é feita de caos. Crises econômicas, sociais e políticas sempre existiram e sempre
existirão. Em nosso trabalho, nos adaptamos a novas posições, a novos
líderes, a novos mandatos. Ou então, você vai ser excluído. Isso é algo a se aprender. Você
está aprendendo nesse case o todo tempo.
Adaptar-se significa sobreviver. Muito mais do que isso, a esse momento. Significa até dar
sentido à vida. Um filósofo contemporâneo, Zygmunt Bauman(40), refere-se ao momento da
história em que vivemos como tempos líquidos, porque tudo
muda rapidamente. Nada é feito para durar. Então, qual o sentido da vida?
Não há uma resposta a essa indagação geral! Depende de cada um e compete
a cada um responder sobre sua própria equação de vida. Difere de pessoa para
pessoa, de um dia para outro, de um sentir para outro num dado momento da
vida.
No livro “Em busca de sentido”, Viktor Frankl(41) cita como ele próprio suportou e
sobreviveu ao campo de concentração. Ele escreveu o seu livro em pequenos
papéis e, quando a obra já estava finalizada, foi confiscada pelos guardas no
campo de concentração. A lembrança do livro que havia escrito, e o objetivo de
escrevê-lo novamente, fez com que ele tivesse uma atividade que não o deixou
se derrotar diante de toda a tragédia de sua vida. O sentido da vida, para ele,
foi a construção do novo livro a partir só da memória. Essa era a sua própria
equação de vida. O sentido que ele deu para a vida.
98
Amor parece muito piegas, não? Olhar o outro parece muito piegas, mas
cada vez mais o líder de hoje e de amanhã é um líder conciliador, empático e
consciente.
Porque existe algo mágico sendo resgatado: o amor entre os humanos, o amor
pela natureza, o amor pelo próximo. Uma das formas mais bonitas de espalhar
amor é através da empatia. O mundo colaborativo é o mundo que pode dar
certo.
Entre as opções para atingirmos esse objetivo, temos o back to the basics, ou
seja, inicie com o começo de tudo, pois o básico do básico não está sendo
utilizado, como , por exemplo, educação básica: obrigado(a), por favor, eu
não sei fazer, preciso aprender, me desculpe, errei. Avançando um pouco mais,
atitudes éticas, colaborativas, inteligência relacional, com critérios que incluam
a empatia e a CNV.
No dia 1º de agosto de 2018, nós falimos o planeta Terra. Para viver no estilo
brasileiro, precisamos de três planetas iguais. Para o estilo americano, cinco
planetas. E vivemos neste planeta: um único planeta!
Agora, mais do que nunca, precisamos de empatia: para salvar a sua empresa,
salvar você!
100
A OMS (Organização Mundial da Saúde) acaba de revelar, em sua última
pesquisa, que 29,6% dos paulistanos e moradores da região metropolitana sofrem
de alguma perturbação mental. Entre os problemas mais comuns apontados
no estudo estão a ansiedade, mudanças comportamentais e o abuso de
substâncias químicas. Entre eles, a ansiedade é o mais comum, afetando
19,9%. O Brasil é considerado um dos países mais ansiosos do mundo, e 5,8% da
população brasileira tem depressão. Nós falimos o planeta e falimos a saúde.
2,2
milhões de pessoas morrem
por ano por causa do trabalho;
86% provenientes de transtornos
mentais e musculoesqueléticos;
19,9% de ansiedade
No caso de doenças crônicas, por exemplo, 20% são genéticas e 80% resultado
do estilo de vida.
O QUE É EMPATIA?
102 Dessa forma, é mais fácil tomar uma decisão adequada e coerente. O ser
humano tem essa belíssima capacidade desenvolvida, e usá-la demonstra
sabedoria e maturidade.
EMPATIA E PERFORMANCE
NO TRABALHO(43)
A empatia é uma habilidade que todo bom líder deve ter. Ela ajuda na boa
comunicação com a equipe, o que melhora o desempenho de todos no trabalho,
desde o colaborador responsável por simples atividades operacionais, até o
gerente que desempenha as atribuições mais estratégicas.
Isso não significa que uma ideia seja melhor do que outra: ao se colocar no lugar
de cada um, analisando como ele chegou a determinado ponto, podemos ter
grandes surpresas!
103
Seu colega de trabalho ficou muito chateado com a atitude de outro profissional
e, por isso, seu rendimento caiu, e ele não se sente mais motivado. Se tivesse
acontecido com você, você não ficaria triste, trataria o ocorrido de outra maneira,
diferente do seu colega.
Para se conectar com ele, imagine uma situação na qual você ficou triste, como
em uma discussão com alguém que você gosta muito. Essa é a tristeza que seu
colega está sentindo; você é capaz de sentir o que ele sente. Agora tente
interpretar a situação do ponto de vista dele.
Para melhor elucidar esse ponto, podemos falar de um caso mais extremo.
Imagine uma situação de morte na família de um subordinado ou colega de
trabalho que ocupe uma posição semelhante à sua. Quão sensível uma pessoa
que tenha passado por isso não ficaria nas semanas e meses seguintes de
trabalho?
Parece óbvio tratar disso, mas não é. Isso porque, em poucos dias, o seu colega
que enfrentou uma situação tão dif ícil já estará de volta ao trabalho. Também em
poucos dias as pessoas não lembrarão dos últimos acontecimentos e já exigirão
dele um desempenho de alguém que esteja em seus melhores dias.
Ter empatia em uma hora como essa signi fica adequar a demanda de trabalho
de seu colega àquilo que ele tenha condições de entregar em termos de resultado.
Caso a relação não seja a de patrão e empregado, corra por ele!
Dentro do possível, absorva algumas das atr ibuições de seu companheiro. Ele
enxergará em você alguém com quem possa contar e, quando chegar o seu
momento de fragilidade, ele saberá reconhecer o papel dele.
104 Mais do que se colocar no lugar do out ro, ser uma liderança empática é prezar por
coerência . Ou seja , o líder empático é aquele que lidera pelo exemplo. Podemos d
i z e r que é impossível fazer outra pessoa acreditar que você se importa de verdade
com o que se passa com ela caso o seu discurso esteja desassociado de suas ações.
Nesse sentido, uma liderança dotada de boa inteligência emocional sabe que dias
ruins são passageiros. Ao mesmo tempo, esse líder concentrará seus esforços em
mobilizar todos os recursos necessários para chegar aonde precisa, sem gastar
tempo e energia, simplesmente pensando que não vai conseguir.
OS BENEFÍCIOS DA EMPATIA(47)
Ainda que conseguir ter empatia seja um dos desafios profissionais dos tempos
modernos, a busca por essa qualidade é muito justificável, uma vez que ela
oferece uma série de benefícios incríveis para as pessoas e o ambiente do
trabalho. Sendo assim, se você ocupa um cargo de liderança ou de gestão, não
abra mão dessas vantagens.
Canal cognitivo:
Mais sofisticado, exige um entendimento do eu e do outro.
Canal corporal-emocional
Sincronicidade, contágio emocional, imitação de atitudes
corporais:
Liberação de Oxitocina
(hormônic do amor)
107
EMPATIA
Abraço de pelo
menos um minuto
Alívio momentâneo
da dor
O efeito da empatia:
A CNV só se aprende aplicando. Ela foi criada pelo psicólogo americano Marshall
Rosenberg(48) e é compartilhada há mais de 40 anos.
julgar […] Quando julgamos ou condenamos, não podemos ver com clareza, pois só
olhamos nossas próprias projeções. Cada um de nós tem uma imagem do que
pensamos ser ou deveríamos ser, e essa imagem, esse retrato, nos impede
Jiddu Krishnamurti.
109
Observar sem julgar é uma técnica, um recurso para resolver um conflito
pacificamente, de modo que a relação seja transformada, refeita e não
acabada.
Cada pessoa possui o seu juízo de valor, acreditando no que considera ser
melhor para a vida.
Marshall Rosenberg
110
É saber(51) reconhecer a necessidade que cada pessoa tem e que está escondida
atrás de cada sentimento, de cada fala, de cada atitude tomada, para construir
uma comunicação mais equilibrada e empática. Assim, quando as necessidades
são identificadas, e cada pessoa se responsabiliza pelos seus sentimentos,
consegue-se estabelecer uma conexão com si próprio e com os outros,
conscientizando-se de que as atitudes e falas das pessoas podem estimular
nossos sentimentos, mas não ser a causa deles. Somos nós que escolhemos a
maneira como queremos receber o que as outras pessoas estão fazendo e
falando sobre nós.
• Nós somos treinados culturalmente a mentir sobre como nos sentimos, inclusive
para nós mesmos, a ponto de perdermos totalmente o contato com aquilo que
sentimos.
Lembre-se:
A tristeza que sinto quando alguém muito querido me decepciona, a raiva que
me consome quando alguém me agride ou faz algo contra mim, a agressão ou
ato que serve como gatilho, pode vir de outra pessoa, mas o sentimento é um
sistema interno meu e só eu sou responsável por ele.
112 Ninguém me deixa triste, não há pessoa que me dê raiva. Essas frases são ficções
que colocamos para deslocar o sentimento de responsabilidade por aquilo que
sentimos.
Quando sinto raiva, tristeza, alegria, cabe somente a mim lidar com esses
sentimentos. Reconhecer o que eles querem dizer é escolher o que fazer com
eles.
Não significa que seja fácil, mas é algo para ajudar a compreender a razão por
trás de todos os nossos sentimentos e dos nossos comportamentos.
• A não violência permite que venha à tona aquilo que existe de positivo
em nós, por meio da reformulação da maneira como nos expressamos e
ouvimos o outro.
- Existe uma filosofia no grupo de que nosso negócio não é ganhar dinheiro,
mas realizar sonhos de muitas famílias.
Diversos fatores têm sido apontados como cruciais para uma boa sucessão:
a seleção e o treinamento do melhor candidato, o planejamento estratégico
da sucessão, a experiência profissional prévia do sucessor na empresa, e
fundamentalmente, o envolvimento do fundador no planejamento sucessório e
seu papel de mentor.
Para tanto, deve haver um conhecimento amplo por parte daquele que assumirá
a organização, tendo ele passado por todos os departamentos e vivenciado as
rotinas corporativas em profundidade.
Entender que a sucessão deve ser planejada com muita antecedência permitirá
o sucesso das futuras gestões.
Nas Óticas Diniz, uma série de medidas vem sendo tomadas sobre sucessão,
importando destacar(57):
116
Caminho natural em qualquer empresa familiar, o processo sucessório exige
tempo, planejamento e adequação às particularidades do negócio e de seus
donos. No entanto, para que transcorra de forma transparente, é necessário ter
o aval de todos os envolvidos, bem como separar claramente os conceitos
de família, propriedade e empresa.
É com essa estratégia que as Óticas Diniz – maior rede de varejo óptico do
Brasi l – tem preparado os seus sucessores nos últimos anos, tanto os herdeiros
da marca, quanto os das suas unidades franqueadas em todo o país. “Mostrar
e ensinar aos jovens sobre como manter o sucesso do negócio de seus pais é
essencial para uma condução próspera e segura da rede”, explica Arione Diniz,
presidente e fundador.
O primeiro passo, para isso, foi verificar se seus filhos Bruno e Ariane Diniz
desejavam assumir esse desafio. “Claro que desde que o negócio vingou tinha a
intenção de repassar a empresa aos meus herdeiros. Porém, sempre preservei
a felicidade deles, o que incluía trabalharem em áreas di ferentes que
proporcionassem realização pessoal. Ainda bem que eles quiseram seguir no
mercado óptico, para a minha sorte”, comenta o executivo.
Diante dessa decisão, o passo seguinte foi a contratação de uma consultoria
especializada em sucessão familiar. Para iniciar e acompanhar a transição,
Marcelo Menezes, consultor da VBMC, percebeu que era preciso maior profis-
sionalização da rede.
“Não que a administração fosse amadora, longe disso. Mas o ideal era aperfeiçoar
a forma como o negócio estava sendo conduzido, já que, abrindo cerca de 100
Em 2005, Bruno Diniz, com 19 anos na época, começou sua atuação nas Óticas
Diniz com a missão de consolidar a marca em Belo Horizonte, Minas Gerais.
117
Já Ariane Diniz entrou como trainee, em 2014, após se formar em administração
de empresas pelo INSPER, em São Paulo. A jovem, com então 25 anos,
mostrou talento para os negócios e, pouco tempo depois , assumiu a diretoria
administrativa financeira da rede.
marca por um motivo simples. “Percebemos que em algumas regiões, onde muitos
do negócio era grande. Por isso, durante nossa Convenção Nacional, decidimos
realizar um evento paralelo para abordar esse assunto, e o resultado foi fantástico”.
Em 2015, a primeira edição do Encontro Sucessores teve a participação de
aproximadamente 25 herdeiros franqueados entre 17 e 35 anos, vindos de várias
partes do Brasil.
maior dificuldade deles, pois, com a intenção de continuar o negócio de seus pais,
“Ainda levarei um tempo para me aposentar, mas já percebo que os herdeiros, entre
isso me deixa muito orgulhoso e com a certeza do futuro da marca por meio deles”,
120 - Era um negócio apaixonante porque eu vivi a minha vida inteira com a empresa
toda se construindo e sabia que ia ser muito feliz lá.
- Sempre tive um pouco de receio, como herdeira, pois era um negócio muito
grande. Será que estou pronta mesmo para assumir uma responsabilidade tão
grande?
- A expectativa, por minha parte e por parte das pessoas, por toda essa rede,
é muito grande.
- Entrei na empresa querendo fazer uma diferença, realmente dar continuidade
a um negócio tão bonito que já vem crescendo.
- Eu entrei nesse negócio de cabeça. Eu não vim para testar.
- Eu não quero que as pessoas esperem que vá ser igual ao meu pai. Eu vou ser
eu, do meu jeito, trazendo as qualidades que tenho.
- Meu pai via em algumas pessoas certas qualidades, enquanto em outras ele
enxergava a necessidade de elas se capacitarem. Nunca teve medo de fazer
negócios, de dar oportunidades.
- Ele sempre entregou a chave da loja na mão do franqueado e dizia estar
disponível para o que ele precisasse.
- Ele tem olho clínico para as pessoas para enxergar o potencial, essa vontade,
essa garra, essa força e determinação que, por sinal, está no grito de guerra das
Óticas Diniz:
“Com garra, com força,
com determinação, a Diniz
quer ver você feliz!”
121
-Meu pai sempre me fala assim: “Só aprende errando!” E é verdade; quebrando
a cara, se erguendo e tentando fazer diferente!
-Eu me sinto muito privilegiada. Muito honrada de receber esse presente. Não é
um presente qualquer, é um presente muito especial e a pessoa que recebe esse
presente tem que fazer por merecer.
Vidal complementa:
-Eu e Diniz vamos ficar como conselheiros, ajudando essa meninada e fazendo
com que aconteçam as coisas boas.
122
123
Tem que desconstruir
124 para construir novamente,
o tempo todo.
Tem muita coisa
para ser
reinventada 125
e melhorada.
Arione Diniz
R E F E R Ê N C I A S
1, 11 MAGALDI, Sandro; SALIBI NETO, José. Gestão do Amanhã – tudo o que você
precisa saber sobre gestão, inovação e liderança para vencer na 4a revolução
industrial. São Paulo: Gente, 2018.
2, 16, 25, 39 LIPPI, Flávia. Aula 01: Growth mindset e cultura de crescimento |
Aula 03: Laços fortes e laços fracos | Aula 06: Comunicação não violenta:
uma habilidade do líder do futuro.
30, 31 REIMAN, Joey. Propósito: por que ele engaja colaboradores, constrói
marcas fortes e empresas poderosas. São Paulo: HSM Editora, 2013.
42,43, 44, 45, 46,47 DALPRA, Patricia. O Que É Empatia e sua Importância
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