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passos do processo diagnóstico

Formulação das Perguntas Básicas/Hipóteses subsequentes até a comunicação dos resultados e


recomendações pertinentes.
- Por ser um processo científico, o processo diagnóstico parte
de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se - Quando é possível se ter uma previsão, deve-se formalizar
estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou c/ paciente ou responsável os termos que o processo
não. diagnóstico vai se desenvolver.

- Normalmente, o ponto de partida é o encaminhamento. o É importante definir os papéis, obrigações, direitos


e responsabilidades mútuas;
o Qualquer pessoa que encaminha um paciente o faz
sob a pressuposição de que ele apresenta problemas - O momento mais propício p/ estabelecimento de um contrato
que tem uma explicação psicológica; de trabalho é variável.

- O psicólogo necessita de mais dados para que as questões o Depende de fatores como:
iniciais sejam precisas, para enfim formular suas hipóteses. ▪ Precisão das questões iniciais e dos objetivos;
▪ Experiência e estilo de trabalho do psicólogo;
- O esclarecimento e a organização das questões pressupostas ▪ Sintomatologia do paciente;
num encaminhamento são de responsabilidade do psicólogo.
- É desejável estabelecer o contrato, em termos definidos,
o Isto é, tais questões, reformuladas em termos depois que o psicólogo se familiariza c/ desempenho do
psicológicos, vão dar um embasamento adequado a paciente.
um exame, permitindo que laudo sirva de
fundamento para decisões que devem ser tomadas; - Envolve um comprometimento de ambas as partes de cumprir
certas obrigações formais.
- Os objetivos do psicodiagnóstico dependem das perguntas
iniciais. o O psicólogo se compromete a realizar um exame,
durante certo n° de sessões, cada uma com duração
- A partir dos dados do psicodiagnóstico, é possível atender aos prevista, em horário predeterminado;
objetivos de prognóstico e de prevenção. o Definindo com o paciente ou responsável os tipos de
- Eventualmente, as entrevistas iniciais com o paciente informes necessários e quem terá acesso aos dados
levantarão perguntas complementares, que definem novos do exame.;
objetivos p/ exame. ▪ Normalmente, tal informação já está determinada
pelo encaminhamento, mas sempre convém
o Cada caso terá suas peculiaridades; confirmar c/ paciente;
- Geralmente, o elenco das perguntas só fica completo após o o O paciente se compromete a comparecer nos
levantamento de TODA história. horários combinados, nos dias previstos e
implicitamente colaborar para que o plano de
o Entretanto, durante todo o processo diagnóstico avaliação seja realizado sem problemas;
também é possível levantar questões subsidiárias ▪ Ainda, o psicólogo deve trabalhar as expectativas
aos objetivos previstos. irrealísticas/fantasiosas do paciente sobre o
- Normalmente, o levantamento de questões básicas e psicodiagnóstico;
estabelecimento de objetivos ocorre no fim da 1ª ou 2ª - Deve-se prever um período de 2h p/ preparação dos
entrevista. informes.
- Com o levantamento de questões básicas e o estabelecimento - Com base na estimativa do tempo, são estabelecidos os
de objetivos concluídos, é possível estabelecer um plano de honorários, a data e as formas de pagamento.
avaliação c/ base nas hipóteses e, consequentemente, realizar
um contrato de trabalho. - Ainda, no contrato é necessário certo grau de flexibilidade.

Contrato de Trabalho o Às vezes, há necessidade de rever o


desenvolvimento do processo caso seja necessário
- O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. fazer modificações, como:
- A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do ▪ Novas hipóteses que precisam ser investigadas;
tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas ▪ Obstaculização por defesas do próprio paciente;
pelo plano de avaliação, assim como, completar as tarefas
Estabelecimento de um Plano de Avaliação o Características demográficas do sujeito (idade, sexo,
nível sociocultural etc.);
- Processo pelo qual procura-se identificar recursos que
o Condições específicas (comprometimentos
permitam estabelecer uma relação entre as perguntas iniciais permanentes/temporários de ordem sensorial,
e suas possíveis respostas. motora, cognitiva etc.);
- O encaminhamento de um caso frequentemente sugere um o Fatores situacionais (hospitalização do paciente, uso
objetivo p/ exame psicológico. de determinados medicamentos que podem refletir
no comportamento e ter efeito nos testes);
- Somente após um contato com os fatos, o clínico poderá
o Se o idioma do paciente é o português, se é destro
definir c/ mais precisão as perguntas iniciais e os objetivos do
ou canhoto, usa óculos ou aparelho auditivo, se tem
psicodiagnóstico.
dificuldade na discriminação de cores ou cegueira
o Isto é, após complementar e confrontar os dados do para cores;
encaminhamento c/ informações subjetivas e
- Considera a especificidade das técnicas, uma vez delineado o
objetivas sobre caso.
plano de avaliação, tem-se uma ideia do nº aprox. e do tempo
- O plano de avaliação consiste em traduzir as questões iniciais necessário p/ testagem.
em termos de técnicas e testes.
o Às vezes, são previstos instrumentos alternativos
o Ou seja, consiste em programar a administração de para testar a mesma hipótese;
uma série de instrumentos adequados ao sujeito ▪ Intevalidação dos resultados;
ESPECÌFICO e fornecer subsídios para que se possa ▪ Dúvida se uma determinada técnica será suficiente
chegar as respostas para perguntas iniciais; para responder, de forma satisfatória, às questões
o Ainda, os dados resultantes devem possibilitar propostas;
confirmar ou infirmar as hipóteses, num grau
satisfatório de certeza.
Bateria de Testes

- Normalmente, o plano de avaliação só é estabelecido após a - Conjunto de testes ou técnicas, que podem variar entre 2 e
entrevista com o sujeito/responsável. 5 ou mais instrumentos, os quais são incluídos no processo
diagnóstico p/ fornecer subsídios que permitam confirmar ou
o Às vezes, é necessário programar a utilização de infirmar as hipóteses iniciais, atendendo o objetivo da avaliação.
recursos complementares;
▪ Por exemplo, observação do comportamento em - Utilizada por duas razões:
situações cotidianas; I. Considera-se que NENHUM teste, isoladamente,
o Atualmente, há uma tendência crescente à pode proporcionar uma avaliação abrangente da
valorização do levantamento de repertórios de pessoa como um todo;
conduta do paciente e à identificação de variáveis do II. O emprego de uma série de testes, envolve a
ambiente que possam estar relacionadas; tentativa de uma validação intertestes dos dados
- Todavia, também podem aparecer “importantes” resultados obtidos a partir de cada instrumento em particular
de exames médicos e análise de outros materiais (fotos, vídeos, (diminuindo a margem de erro e fornecendo melhor
cadernos escolares, pinturas etc.) que não contribuirão p/ fundamento p/ chegar a inferências clínicas);
anamnese. - Em relação às técnicas projetivas, no caso de crianças, é
- Nem todas as hipóteses levantadas devem ser aconselhável corroborar a significação clínica de indicadores de
necessariamente testadas um determinado teste através de indícios sugestivos em outra
técnica.
o Uma vez que, pode tornar o processo longo ou
interminável; - Quanto a técnicas psicométricas, recomenda-se buscar a
o Ou seja, o plano de avaliação deve permitir obter intervalidação dos resultados.
respostas confiáveis p/ questões colocadas e, ao - Há 02 tipos principais de baterias de testes:
mesmo tempo, atender aos objetivos propostos.
o Padronizadas: para avaliações específicas;
- A testagem de uma hipótese pode ser realizada com o Não-padronizadas: organizadas a partir de um plano
diferentes instrumentos. de avaliação;
- A opção por um instrumento específico deve ser levada em - Frequentemente, a bateria de testes inclui testes
consideração alguns fatores, como: psicométricos e técnicas projetivas.
o Deve-se levar em conta o tempo necessário para a Padronizadas
administração, o grau de dificuldade das mesmas,
- NÃO resulta de uma seleção de instrumentos de acordo com
sua qualidade ansiogênica e as características
específicas do paciente. as questões levantadas num caso individual, pelo psicólogo
responsável e pelo psicodiagnóstico.
- Recomenda-se priorizar instrumentos não ansiogênicos.
o A não ser que se trate de uma bateria padronizada
- As técnicas gráficas são recomendadas para pacientes que especializada;
chegam para iniciar a testagem com um certo grau de
ansiedade - A organização dessa bateria é efetuada com base em
pesquisas realizadas com determinados tipos de pacientes e
o São técnicas breves e familiares p/ paciente; recomendada para exames muito específicos.
o Abaixam o nível de ansiedade;
o Entretanto, são ricas em conteúdos projetivos; - Indicada em razão de sua eficiência preditiva e p/ obter uma
o MUITO recomendada como instrumento introdutório amostra adequada de funções importantes p/ complexidade da
para crianças; avaliação proposta.

- É importante não só baixar a ansiedade inicial como também - Os objetivos são explícitos, sendo administrada em sua
íntegra.
ter recursos para lidar com a situação ansiogênica em qualquer
momento da testagem. - Todavia, o psicólogo tem a liberdade de acrescentar testes
- Há situações na testagem que o paciente demonstra cansaço, para se adequar à especificidade do caso individual.
as vezes pela dificuldade da tarefa proposta ou pelo baixo nível - É possível organizar uma bateria de testes padronizados para
de tolerância à fatigabilidade. casos específicos, entretanto, demanda uma pesquisa prévia.
- Não é recomendado acumular técnicas de caráter lúdico no Bateria Não-Padronizada
início das testagens.
- Comum na prática clínica tradicional.
o Em crianças, corre o risco de, nas sessões
seguintes, ela desejar persistir no mesmo tipo de - No plano de avaliação, são determinados a especificidade e o
atividade; n° de testes que são programados sequencialmente, conforme:
o Em adultos, é necessário deixar bem claros os o Natureza;
objetivos do psicodiagnóstico (alguns chegam no o Tipo;
consultório achando que é um exame científico; o Propriedades psicométricas;
outros acham humilhante passar por tal processo; e o Tempo de administração;
alguns não sabem nem o que esperar do o Grau de dificuldade;
psicodiagnóstico, estão ali apenas porque foram o Qualidade ansiogênica;
encaminhados para tal); o Características individuais do paciente;
- Para avaliar a qualidade ansiogênica de um instrumento, deve- - É organizada de acordo com critérios mais flexíveis do que a
se levar em conta não só a natureza dos estímulos, mas bateria padronizada.
também as características do próprio sujeito.
o Por exemplo, o n° de testes pode ser modificado
o As respostas dos pacientes são variadas; para mais ou para menos;
▪ A tomada de consciência da própria problemática ▪ Para mais: quando parece importante buscar uma
nem sempre é ansiogênica para o sujeito; intervalidação de resultados ou corroborar dados em
- Deve ser levado em conta o tempo de administração de cada função de uma determinada hipótese;
instrumento e a possibilidade de o mesmo ser interrompido ▪ Para menos: quando o objetivo da avaliação foi
para ser concluído num outro dia. atingindo antes de a totalidade dos instrumentos ser
administrada;
o Dificilmente consegue-se administrar qualquer das
escalas Wechsler em uma única sessão. Administração de Testes e Técnicas
- As técnicas projetivas, de um modo geral, não devem ser - O foco da testagem é o SUJEITO e não os testes.
interrompidas - É importante revisar certas particularidades referentes aos
instrumentos e as características do paciente.
- O psicólogo deve estar suficientemente familiarizado com o
instrumento.
o Deve-se ter muita intimidade com o material, com a - A situação padronizada na aplicação de um teste garante a
maneira de conduzir o inquérito, com as normas de fidedignidade de seus resultados.
atribuição de escore, com a forma adequada de
o As instruções devem ser seguidas cuidadosamente.
registro de respostas e com perguntas e
▪ É recomendado memorizá-las, e, em alguns casos é
dificuldades que podem surgir durante a
permitido lê-las;
administração do teste;
▪ O examinador deve estar atento para a possibilidade
- Antes da entrada do paciente, o psicólogo deve organizar todo ou não de repetir instruções;
o material que pretende utilizar, de maneira que fique acessível o Há uma tendência p/ psicólogo dar as instruções de
e o manejo seja facilitado. forma “mais fácil” para o examinado, especialmente
com crianças;
o Deve ter a mão o cronômetro e outros materiais
necessários (lápis, borracha, papel em branco etc.); - É preciso de cautela para que estímulos neutros não se
o É recomendado deixar TODO o material de teste e transformem em indícios que podem ser percebidos como
folhas de protocolo numa mesinha auxiliar, ao lado do sugestões sobre a maneira de agir.
examinador, enquanto, o material complementar
- A contratransferência pode acontecer na situação da
pode ficar sobre a mesa do psicólogo;
testagem porque a administração de testes pressupõe uma
- É importante ter em mente os objetivos p/ inclusão de cada interação clínica e, consequentemente, pode suscitar
técnica da bateria. respostas inconscientes do psicólogo a aspectos do
comportamento do paciente.
o É necessário estar atento a QUALQUER indício
sugestivo e conseguir introduzir as perguntas o O psicólogo percebe em si certas reações afetivas
adequadas, no momento oportuno; (intolerância, enfado, ansiedade, raiva etc.), frente a
comportamentos do examinado;
- O psicólogo não deve iniciar a administração de testes e
o É preciso diferenciar reações de
técnicas sem o estabelecimento de um RAPPORT.
contratransferência de certas respostas indevidas
o Um clima descontraído de confiança e entendimento de psicólogos inexperientes, especialmente durante
é necessário; a condução do inquérito.
o A situação deve ser manejada de modo não só a
- TODOS os indícios comportamentais explícitos ou implícitos
diminuir a ansiedade natural do paciente, mas a levá-
devem ser cuidadosamente observados e registrados durante
lo a uma atitude de cooperação;
a administração de testes e técnicas.
o O psicólogo deve ser capaz de esclarecer as dúvidas
do paciente, não só durante o rapport, como, antes - É essencial que o psicólogo saiba quando e como formular
da introdução de algum instrumento específico. perguntas adicionais para explorar toda potencialidade de
resposta do paciente.
- O paciente deseja saber quem terá acesso aos resultados e,
o psicólogo deve ser honesto com o paciente e nunca prometer o Tal inquérito deve revelar o interesse do examinador
o que não poderá cumprir. em explorar aquele potencial e não dar a impressão
de que a resposta foi “errada”;
o Parece importante a existência de uma autorização
o Devem ser registradas:
tácita do sujeito, quanto à identidade das pessoas ou
▪ Hesitações;
instituições que podem ter acesso às informações
▪ Observações espontâneas;
obtidas.
▪ Reações de raiva;
- O paciente vem para um psicodiagnóstico porque tem ▪ Fadiga;
confiança em quem o encaminhou. ▪ Ansiedade;
- A administração de testes deve ser realizada em ambiente - É essencial obter o máx. de material espontâneo;
com boa iluminação e em que haja condições de privacidade,
o Às vezes, na afobação de conseguir dados, o
aeração e silêncio.
psicólogo interrompe o paciente com perguntas que
o Deve-se ter cuidado para que o examinado se cortam o fluxo de pensamento, induzindo
coloque em posição adequada em relação a mesa, determinadas respostas, bloqueando a produtividade
sentado de forma que possa trabalhar e a fantasia, podendo despertar a ansiedade e
confortavelmente, especialmente no caso de prejudicar os resultados;
crianças;
o Sobretudo, evitar ruídos e interrupções;
Levantamento, Análise, Interpretação e - Mesmo quando parece não haver dúvidas quanto à
Integração dos Dados classificação nosológica do paciente, o psicólogo é convocado
para identificar déficits ou funções preservadas.
- Aqui o psicólogo já é capaz de descrever o paciente.
- Em casos que há alternativas diagnósticas possíveis, o
- É recomendado fazer um exame da história clínica, cujas psicólogo pode assumir a responsabilidade de um diagnóstico
informações poderão contribuir para atribuir significação a diferencial.
alguns dados e interpretar conteúdos do material da testagem.
- São utilizadas considerações probabilísticas para chegar a um
- É necessário recapitular as hipóteses levantadas inicialmente diagnóstico diferencial e que também servem de fundamento
e no decorrer do processo. para o prognóstico.
o As hipóteses levantadas servirão de critérios para o Há uma série de passos e questões levantadas, que
análise e seleção dos dados úteis, enquanto os permitem a eliminação de determinadas alternativas
objetivos fornecerão um enquadramento p/ sua e a seleção de outras, chegando à hipótese mais
integração; provável.
- Nos testes quantitativos é necessário atribuir escores para - Frequentemente são usados pressupostos psicanalíticos.
as respostas.
- Testes mais estruturados podem proporcionar dados, tanto
o É recomendado verificar o percentil, o percentual da com base no conteúdo das respostas quanto pela relação
população em que se localiza o QI, calcular as médias transferencial.
do escores em cada escala e considerar o desvio
padrão da média do sujeito e da população; - Tanto as observações sobre o comportamento do sujeito e
o A contagem, em alguns testes, deverá ser suas respostas aos testes como as reações
transformada em percentis, em quartis ou em contratransferenciais do examinador fornecem indícios que
escores T; podem permitir que se chegue a elaborar uma formulação
diagnóstica psicodinâmica.
- Resultados de testes psicométricos são medidas estatísticas
que, individualmente, podem subentender sist. diversos. o Ou seja, uma explicação da psicopatologia do
paciente, seus conflitos inconscientes e mecanismos
- Damos ênfase aos dados quantitativos porque eles oferecem de defesa e das origens de seu comportamento
uma base probabilística maior de acerto do que as informações atual.
oriundas de uma análise qualitativa.
- A formulação psicodinâmica envolve uma tarefa exaustiva e
Níveis de Inferência Clínica um registro bastante extensivo, sendo realizada de forma mais
- Inferência é o processo que vincula o input ao output. restrita.
- Output: é a comunicação dos resultados, ou seja, é a Classificação Diagnóstica
formalização oral e/ou escrita de conclusões que o psicólogo - Parágrafo único, do Art. 1º, da Resolução CFP nº 015/96, de
chegou, estabelecidas em função de um determinado nível de 13 de dezembro de 1996:
inferência.
o Fica facultado ao psicólogo o uso do Código
o Infelizmente, não abrange todos os dados e não Internacional de Doenças – CID, ou outros códigos de
compreende todas as conclusões; diagnóstico, científica e socialmente reconhecidos,
o Há uma seleção de informações que, por um lado, é como fonte de enquadramento de diagnóstico.
pertinente aos motivos do encaminhamento e, por
outro lado, se estrutura conforme a natureza do - Os dois sist. de classificação mais utilizados:
serviço ao qual será encaminhado o laudo ou de o CID-10
acordo com o tipo de profissional que o solicitou; o DSM-V
Diagnóstico e Prognóstico - A classificação diagnóstica, conforme esse sistema, leva o
- Em casos mais graves, apenas o quadro sintomático e a psicólogo a realizar a sua coleta de dados de forma sistemática
história clínica contêm informações suficientes para que o e organizada.
profissional possa enquadrar o transtorno numa categoria
nosológica.
Comunicação dos Resultados eventualmente encaminhar decisões cruciais para
vida do paciente, numa situação potencialmente
- O informe/comunicação dos resultados constitui uma unidade
ansiogênica, dentro de um curto período.
essencial do psicodiagnóstico e, portanto, deve ser previsto no
contrato. - O direito a devolução é OBRIGATÓRIO.
- Deve-se realizar como último passo, seguida apenas pelas o É esse direito que facilita o rapport e a confiança no
recomendações pertinentes e pelo encerramento. profissional escolhido;
o Atualmente, acredita-se que o paciente tenha direito
- O tipo de comunicação dos resultados é definido basicamente a um feedback;
pelos objetivos do exame.
- Conforme o Código de Ética,
o Na maioria das vezes, os laudos constituem o
resultado de um processo psicodiagnóstico c/ vários o “O psicólogo está obrigado a fornecer a este (ao
objetivos, enquanto um parecer pressupõe um único examinando) as informações que foram
objetivo; encaminhadas ao solicitante e a orientá-lo em função
o Os laudos costumam ser mais extensos, dos resultados obtidos”;
abrangentes e minuciosos, ao passo que os - É preciso distinguir a pessoa que solicita o exame daquela que
pareceres são mais focalizados, resumidos e curtos. contrata o serviço.
- Dependendo dos objetivos, podem ser necessários vários o O receptor nem sempre é a pessoa que contrata o
tipos de comunicação: serviço;
o Entrevista de devolução c/ os pais e c/sujeito; - De acordo com o Código de Ética:
o Laudo encaminhado;
▪ Ao pediatra o “o psicólogo está obrigado a fornecer a este (ao
▪ À escola especial examinando) as informações que foram
o Parecer para o serviço de orientação de uma escola; encaminhadas ao solicitante e a orientá-lo em função
dos resultados obtidos”;
- O conteúdo da comunicação é definido tanto pelas questões
específicas, formuladas no início do processo, como pela - Encaminham-se laudos a profissionais, aos quais possam ser
identidade do receptor. de interesse, em benefício do cliente e com sua concordância.
o O conteúdo de cada uma pode ser diverso, em o Entretanto, é recomendado dar um feedback ao
especificidade, profundidade e extensão; cliente ou a pessoas de sua família, sempre através
de uma entrevista de devolução;
- O sigilo profissional compromete o psicólogo a não fornecer
certas informações, ou a prestá-las somente a quem de direito - A comunicação oral parece ser um recurso mais esclarecedor
e sempre contemplando o benefício do paciente. e eficaz que as informações por escrito.
- A forma é definida pela identidade e qualidade do receptor. - A comunicação dos resultados pode ser feita de forma
sistemática ou assistemática, considerando a estrutura do
o O informe preserva a comunicação necessária, se psicodiagnóstico:
estiver de acordo com a profissão, o nível
sociocultural e intelectual e com as condições o Assistemático
emocionais do receptor. ▪ Em casos de crianças, é muito frequente que se
forneça feedback ocasional aos pais, seja para o
- Para que a comunicação dos resultados seja cientificamente alívio da ansiedade, para satisfazer necessidades
adequada, é necessário fazer a seleção, organização e reparatórias, para reforço do ego ou para discutir
integração dos dados. soluções emergenciais.
o Tendo como pontos de referência as perguntas ▪ Em situações emergenciais de urgência psiquiátrica
iniciais e os objetivos do exame. (normalmente, não é necessária a redação de um
laudo, somente de um parecer);
- O psicólogo percebe o informe psicodiagnóstico como um
atestado que apresenta de sua competência profissional. - O tipo de comunicação é definido pelos objetivos do exame, e
seu conteúdo é pelas questões específicas iniciais e pela
- É recomendado psicoterapia para quem trabalha com identidade do receptor.
psicodiagnóstico.
- Pode variar quanto à natureza dos dados, em profundidade e
o Uma vez que, o psicólogo deve ter condições para extensão, e deve atender a princípios da ética profissional.
lidar com problemas (às vezes muito sérios), devendo
- É definido pela identidade e qualidade do receptor.
- A partir da entrevista de devolução decorrem
recomendações, orientações e/ou encaminhamento do caso e
o encerramento do processamento.
o Conservam-se os materiais do psicodiagnóstico
arquivado durante algum tempo;
▪ No caso de pareceres ou atestados para o serviço
público, devem ser mantidos por cerca de10 anos;

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