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Índice
Identificação .................................................................................................................................... 01
Descrição da demanda ................................................................................................................... 02
Procedimentos ................................................................................................................................. 02
Análise ............................................................................................................................................. 04
- Eficiência cognitiva ................................................................................................................. 07
- Percepção e noções básicas ..................................................................................................... 14
- Atenção e velocidade de processamento ................................................................................ 18
- Memória .................................................................................................................................. 19
- Funções executivas ................................................................................................................. 21
- Praxia ...................................................................................................................................... 24
- Linguagem e desempenho escolar .......................................................................................... 24
- Funcionamento social .............................................................................................................. 25
- Funcionamento emocional ...................................................................................................... 30
- Comportamento adaptativo...................................................................................................... 34
- Perfil sensorial ........................................................................................................................ 37
- Escala de Desenvolvimento..................................................................................................... 37
- Instrumentos complementares..................................................................................................38
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Sarah Cassimiro Marques - CRP 09/7343
Psicóloga, Especialista em Neuropsicologia
Mestre em Neurociências do Comportamento
(62) 99178-2946/ 3941-2081
@incantato.psicologia
Modelo de Procedimentos
3. Procedimentos
3.1. Entrevista de anamnese com os pais: Sra. Anna Karênina e Sr. Ivan Fiodorovitch Karamázov. Objetivos: Conhecer
a demanda e a história de vida de Marley.
3.2. Rapport e Hora de Jogo: Marley. Objetivos: Estabelecer vínculo com o paciente e avaliar, por meio do jogo, aspectos
relacionados às funções cognitivas e à afetividade.
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f. Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve para Crianças/Neupsilin-Inf (Salles e col., 2016). Objetivo:
Identificar e caracterizar o perfil de funcionamento de processos neuropsicológicos visando a descrição cognitiva associada
a diagnósticos em transtornos do neurodesenvolvimento, em geral, e da aprendizagem, em particular, quando aliado ao
resultado de outros instrumentos e demais procedimentos no processo de avaliação neuropsicológica.
g. As pirâmides Coloridas de Pfister- Versão para crianças e adolescentes (Vilemor-Amaral, 2014). Objetivos: Verificar
elementos da personalidade e áreas de conflitos; e avaliar os aspectos afetivos e emocionais.
. RAVLT (D’Paula & Malloy-Diniz, 2018). Objetivos: Avaliar aprendizagem e a memória auditiva imediata e de curto
prazo.
h. Técnica Projetiva de Desenho: Casa - Árvore – Pessoa - HTP (Buck, 2003): Objetivos: Verificar elementos da
personalidade e áreas de conflitos; e avaliar os aspectos afetivos e emocionais.
3.5. Referencial teórico metodológico: Ponsoni, Teixeira & Fonseca (2022) descrevem a Neuropsicologia
como o estudo e a compreensão do comportamento humano realizados através da avaliação de funções
cognitivas, processos comportamentais e emocionais, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e
capacidade funcional da pessoa. Miotto, Campanholo, Trevisan e Serrao (2018) compreendem a avaliação
neuropsicológica como um processo técnico e científico em que se obtêm informações a partir de
instrumentos, técnicas e métodos específicos, nas quais são realizadas interpretações das informações
obtidas. Assim como os dados quantitativos obtidos na testagem cognitiva, é importante realizar a análise
qualitativa que envolve observação clínica das verbalizações, gestos, humor, tom de voz, hábitos e demais
idiossincrasias que podem oferecer informações acerca do ajustamento comportamental, dinâmica familiar
e estilo de vida do paciente (Campanholo & Serrao, 2018).
3.6. Número de encontros e tempo de duração: foram realizadas uma entrevista de anamnese com os pais
de Marley, de forma presencial, de uma hora e meia de duração em outubro de 2021;10 sessões presenciais
com Marley, de aproximadamente 50 minutos de duração cada, nos meses de outubro e novembro de 2021;
uma entrevista de uma hora de duração com o coordenador pedagógico e com a professora da escola onde
Marley estuda, realizada no mês de novembro de maneira remota, por um aplicativo de chamada de vídeo;
um encontro presencial para devolutiva de laudo psicológico de avaliação neuropsicológica para os pais de
Marley, com duração de 3 horas, realizada no mês de novembro de 2021. Durante a aplicação dos
instrumentos SON-R, .... as tabelas utilizadas foram de 3 anos e 3 meses, pois essa era a idade cronológica
da criança no momento da aplicação (03, 05 e 07 de junho de 2021).
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Modelo de Análise
4. Análise
4.1. Dados da Entrevista de Anamnese, Questionários e Inventários preenchidos pelos pais.
HDA (História de Doença Atual): Os pais, Sra. Anna Karênina e Sr. Ivan Fiodorovitch Karamázov,
relataram que procuraram a avaliação neuropsicológica por achar que Marley é desatento, pois dispersa
facilmente diante de qualquer coisa que ele veja ou escute. Por exemplo, quando ele está fazendo tarefa de
casa, a mãe percebe que o filho frequentemente presta atenção em algum barulho que vem da sala ou da
cozinha e se dispersa com o próprio lápis ou borracha. Por esse motivo, os pais acompanham nas atividades
escolares, mesmo que ele já esteja “grandinho” (sic). Eles percebem que apesar da criança ser muito criativa
e inteligente, só se esforça pelas coisas que tem interesse, e quando ele se motiva, consegue fazer com muita
facilidade. Por exemplo, gosta de matemática e realiza operações matemáticas muito bem (sic). A Sra.
Karênina relatou que há desgaste quando acompanha o filho durante as tarefas, pois ele parece desatento,
não gosta de ler os enunciados das questões e comete erros por desatenção nas avaliações (omite ou troca
letras na escrita de palavras). Ingressou no Colégio Perna Longa com 1 ano e 2 meses, adaptou bem e sempre
foi muito querido pelos colegas e professores (sic). Durante a Educação Infantil, os pais não tinham queixas
quanto ao comportamento e aprendizagem escolar. Durante o 1º Ano do Ensino Fundamental, a família
começou a perceber as dificuldades em prestar atenção quando necessita fazer tarefas de casa. Contudo, não
apresentou problemas na alfabetização e os relatórios escolares não continham queixas, só elogios. O 2º, 3º
e 4º ano do Ensino Fundamental também transcorreram bem, mas sempre com o pai ou a mãe ajudando nas
tarefas de casa. Eles relataram que precisam ficar ao lado dele como apoio, para que o tempo todo direcionem
a atenção dele para as atividades escolares. No 4º ano, em março de 2020, as aulas passaram a ser on-line
devido a pandemia do COVID-19, o que os pais perceberam que foi péssimo para Marley, devido a sua
dificuldade em prestar atenção. Os pais relataram que Marley demora muito para fazer as tarefas devido a
dispersão e que isso acontece desde a pré-alfabetização, mas que agravou no último ano, e eles não sabem se
isso é devido a pandemia. De toda forma, em uma reunião com a coordenadora da escola, ela sugeriu que
fizessem a avaliação neuropsicológica a fim de compreender se realmente Marley apresenta alguma
dificuldade. De acordo com os pais, a escola não percebe desatenção e nem desmotivação da criança, e acha
que os erros ortográficos que Marley comete na escrita e leitura são normais para a idade. Outra questão
importante que os pais ressaltaram foi a dificuldade de organização de Marley. Ele já perdeu garrafinhas de
água, blusas de frio, brinquedos e até um celular, porque esqueceu de tirar do bolso antes de entrar na piscina.
Além disso, segundo a mãe, Marley não se preocupa com organização, sendo que seu quarto e os materiais
escolares são desorganizados. Nas aulas on-line realizadas durante o período da pandemia do COVID-19,
essa desorganização ficou mais clara ainda, perdendo folhas de tarefa de casa. A mãe percebe o filho como
obediente, inteligente, amoroso com os pais, criativo, curioso e bondoso. Segundo a mãe, sua maior
preocupação refere-se a autonomia de Marley, ela gostaria que ele fosse mais independente nas tarefas de
casa. Já o pai relatou perceber o filho como criativo, com senso de justiça, apegado a família e muito
inteligente. Ele se preocupa com a aprendizagem de Marley, quer que seja muito estudioso e responsável
com suas coisas.
História Pessoal: Marley é o filho único do casal, mas possui uma irmã mais velha somente por parte de pai
(irmã com 18 anos). (se tem irmãos, colocar idade deles – data de aniversários dos irmãos). Ele tem pouco
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contato com tal irmã, pois ela mora em outro estado (sic). Na casa, residem o pai, a mãe, Marley e uma
governanta que está com a família desde que Marley nasceu.
A gestação e o parto cesariana de Marley ocorreram sem intercorrências (cuidado com o que se coloca aqui).
APGAR 9/10. Se for prematuro e/ou internado na UTI neonatal, solicitar relatório. Seu desenvolvimento
neuropsicomotor transcorreu normalmente: engatinhou aos 8 meses, andou com 1 ano (sic). Não há dados
claros de quando sentou e firmou o pescoço, pois a família não se recorda (sic). Falou as primeiras
palavrinhas antes de 1 ano e as primeiras frases com quase 2 anos. No início trocava letras ao falar, a mãe
relatou que parecia que ele não conseguia verbalizar o som do /r/, mas tais dificuldades cessaram antes dos
3 anos de idade, não necessitando de acompanhamento fonoaudiológico (sic). Usou chupeta até 2 anos.
Controle esfincteriano anal diurno e noturno com 2 anos, controle esfincteriano vesical noturno e diurno aos
3 anos.
Foi amamentado no seio até os 8 meses de idade e na mamadeira até os 4 anos (sic). Atualmente, tem
restrições alimentares: come poucas frutas e verduras, não come nada com molho e nem queijo. Contudo, os
pais relataram que não forçam ele a comer, pois eles também não gostam de tais alimentos. Sua rotina diária
de sono é de aproximadamente 9 horas, dormindo às 21h30 e acordando às 6h30, em dias de aula. Quadro
de bruxismo, usa aparelho protetor desde os 6 anos de idade. Dorme no próprio quarto. Fez cirurgia de
retirada de adenoide e amígdalas aos 4 anos, devido a constantes quadros de infecção de garganta que exigiam
que tomasse antibiótico. Os pais optaram por fazer a cirurgia para reduzir os medicamentos utilizados quando
o filho ficava doente.
Marley interage bem com outras crianças, faz amizades facilmente, gosta de estar perto dos amigos e
conversar. Gosta de brincar também com adultos, principalmente em jogos de tabuleiro e atividades físicas,
como futebol e tênis. Faz aulas de natação e futebol duas vezes por semana cada uma. No seu tempo livre,
gosta de assistir vídeos e jogar no celular, andar de bicicleta e a cavalo na fazenda dos avós.
Medicações em uso: nenhuma (se tiver, princípio ativo/nome comercial, com dosagem).
4.2. Condições averiguadas durante avaliação: A mãe e Marley compareceram pontualmente às sessões
previamente agendadas. Todos os questionários solicitados para os pais responderem foram devidamente
preenchidos. Durante processo avaliativo foi possível perceber que Marley não exibiu alteração de nível de
consciência. Apresentou-se orientado, vestido adequadamente e nos horários combinados, sem atrasos.
Contato no olhar firme, sempre sorridente, com bom humor e brincando. Apresentou capacidade de emissão
e compreensão da fala dentro do esperado. Demonstrou mímica e atividade gestual expressiva concordante
com o discurso verbal. Motricidade fina e ampla dentro do esperado. Nas brincadeiras realizadas dentro do
consultório, Marley só juntava os brinquedos se recebesse o comando para tal, por vezes, deixando peças de
jogos espalhadas no chão, pois não percebia que estavam lá. Observou-se que durante a execução das
brincadeiras, que a criança respeitava as regras do jogo e em todos os momentos aceitou de forma tranquila
perder. Contudo, cometia atos impulsivos durante tais jogos que, por vezes, o faziam perder.
Demonstrou-se colaborativo, mas possui baixa volição para as tarefas que envolviam ler, escrever e fazer
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cálculos mentais. Nas atividades que exigiam cálculos matemáticos que podia-se utilizar o papel e lápis, a
criança verbalizava que gostava muito e que eram as melhores atividades (sic). Apresentou comportamentos
impulsivos, demonstrando dificuldade para ouvir de maneira completa uma orientação/solicitação sobre
alguma atividade a ser executada, tendendo sempre a intervir antes da emissão total da informação necessária.
4.3. Contato com a escola (03/11/2021): nomes das pessoas. Ex: coordenadora Ana Maria de Castro e
professora Lulu Silva Maria.
4.4. Análise complementar dos materiais escolares: Marley escreve de forma legível na maioria das vezes,
utilizando letra cursiva. Na escrita comete erros ortográficos: trocas de u/l (governou/governol), s/c
(consequências/concequências), ç/ss (preguiça/preguissa), assim como z/s e ç/z (fertilização/fertilisassão).
Tais erros ortográficos também estão presentes nas atividades de inglês. Erros também por falta de
acentuação. Na maioria das vezes não há tentativa de correção de tais erros. Contudo, quando percebe algum
erro na escrita, em vez apagar e corrigir, ele simplesmente acaba escrevendo por cima da palavra escrita
errada. Algumas vezes ultrapassa os limites da margem do caderno. Quando a folha da atividade escolar não
possui pautas, o texto fica ilegível, pois ele escreve as palavras ou inclinando para baixo ou para cima. Há
presença de desenhos em quase todos os seus livros. Quando questionado sobre esses desenhos, Marley
verbalizou que faz durante as aulas chatas, como português e história (sic). Quanto à organização, há manchas
de comidas nas folhas e folhas que foram rasgadas.
Exemplos
Avaliação Neuropsicológica – resumo da conclusão (26/10/2013): Verificou-se que o seu potencial
cognitivo se encontra acima do esperado. A examinanda apresentou percepção, atenção, memória, função
executiva e praxia dentro do adequado. No que tange à linguagem, as dificuldades se deram em torno da
escrita, pois verificou-se uma inabilidade em internalizar regras gramaticais, apoio na oralidade ao
transcrever ou produzir um texto espontaneamente. Tais sintomas são compatíveis com o transtorno de
disortografia.
Avaliação psicopedagógica – resumo da conclusão (10/07/2017): Leitura silabada com lentidão, sem
prosódia (com som e devida acentuação. Na escrita há trocas, omissões, aglutinações e fragmentações, e
devido aos picos de ansiedade acarreta lentidão em alguns momentos. Percebeu-se dificuldades em
internalizar regras gramaticais. Sintomas compatíveis com transtorno de disortografia.
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Modelo de WISC IV
Escala Wechsler de Inteligência para Crianças e Adolescentes (WISC- IV)
Média
QI E Índices WISC IV 90 a 109
160
150
140
130
120 112
110
110 103
100 92
88
90
80
70
60
50
40
ICV IOP IMO IVP QIT
Gráfico 1. Índice de Compreensão Verbal (ICV): composto por provas que avaliam as habilidades verbais por meio do
raciocínio, compreensão e conceituação. Índice de Organização Perceptual (IOP): constituído por atividades que examinam o
grau e a qualidade do contato não verbal do indivíduo com o ambiente, assim como a capacidade de integrar estímulos perceptuais
e respostas motoras pertinentes, o nível de rapidez com o qual executa uma atividade e o modo como avalia informações viso
espaciais. Índice de Memória Operacional (IMO): formado por provas que analisam atenção, concentração e memória de
trabalho. Índice de Velocidade de Processamento (IVP): constitui-se de atividades que avaliam agilidade mental e
processamento grafo motor. Coeficiente de Inteligência Total (QIT): avalia o nível geral do funcionamento intelectual.
Inteligência Fluida (capacidade de raciocinar e achar soluções para problemas novos) e Processamento Visual (capacidade de
gerar, armazenar, recuperar e transformar estímulos visuais).
O Índice de Velocidade de Processamento é a habilidade relacionada à rapidez em reagir ou tomar uma decisão em uma
determinada tarefa. Requer persistência e habilidade de planejamento, mas é sensível a motivação, pressão e coordenação motora.
O Índice de Memória Operacional avalia a capacidade de manter e manipular informações a curto prazo a fim de fazer uma
tarefa. É importante para a flexibilidade cognitiva e planejamento como aprendizagem e habilidade de autoconhecimento.
Interpretação: Coeficiente de Inteligência Total classificado como média (QIT = 103), com diferenças
significativas entre os resultados obtidos no Índice de Memória Operacional (IMO = 88, média inferior) e
os resultados dos Índices de Organização Perceptual (IOP = 112, média superior) e Compreensão Verbal
(ICV = 110, média superior). Embora os escores alcançados tenham indicado esse coeficiente de inteligência
total (QIT = 103, média), vale ressaltar que a fidedignidade de tal resultado pode ser questionada, em razão
da discrepância presente entre os referidos índices, que podem interferir nesse valor para análise geral. Em
outras palavras, as discrepâncias sugerem que outras variáveis possam estar comprometendo seu
desempenho, a ponto de interferirem no QI alcançado. No caso de Marley, foi possível perceber que as
dificuldades referentes ao Índice de Memória Operacional interferem no seu desempenho.
Em relação ao Índice Compreensão Verbal (ICV), a criança apresentou inteligência cristalizada e raciocínio
verbal fluido do tipo abstrato acima do esperado, indicando que apresenta facilidades nas habilidades de
memória de conceitos ensinados e capacidade de identificação de semelhança entre objetos. Importante
ressaltar que de acordo com a história de vida relatada pela família e pela escola, foi possível perceber que
Marley obteve estimulação cognitiva ambiental adequada, estudando sempre em escolas que o estimulavam,
além da estimulação da família. Outro fator importante a ser ressaltado é que não houve em tais provas
interferência de processamento auditivo, sendo que a criança conseguiu compreender e executar aquilo que
lhe foi solicitado.
No que se refere ao Índice de Organização Perceptual (IOP), Marley demostrou inteligência fluida e
processamento visual dentro do esperado, tendo facilidades nas habilidades de resolução de problemas sem
pouco ou nenhum conhecimento prévio. Além disso, exibiu raciocínio não verbal fluido do tipo abstrato
dentro do esperado.
Quanto ao Índice Memória Operacional (IMO), os resultados do teste indicaram prejuízo leve na alça
fonológica da memória operacional, indicando dificuldades em manter e manipular informações a curto
prazo. Importante ressaltar que no quesito atenção seletiva auditiva, Marley não apresentou dificuldades nas
provas realizadas. Contudo, clinicamente, durante todas as sessões da avaliação neuropsicológica, a
examinadora necessitou dirigir a atenção de Marley para as atividades neuropsicológicas, pois a criança
dispersava bastante o foco atencional diante de qualquer estímulo auditivo ou visual, como barulhos no
corredor da clínica, passarinhos cantando do lado externo e brinquedos do consultório. Tal fato corrobora o
que a família disse na entrevista inicial do processo de avaliação neuropsicológica quanto a dispersão nas
atividades escolares.
Em relação ao Índice de Velocidade de Processamento (IVP), Marley apresentou capacidade de processar
rapidamente informações simples ou de rotina com precisão adequada, indicando que a velocidade de
processamento está dentro do esperado. Contudo, é importante investigar quais processos cognitivos
interferem no seu desempenho em tais atividades, já que foi indicado que possivelmente utiliza de estratégias
compensatórias para reduzir os erros atencionais. Outro fator que merece destaque é uma investigação da
interferência do esboço visioespacial da memória operacional.
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130
119
120 116
111
110
102
100
90
80
70
60
50
40
ICV IOP IMO IVP QIT
Gráfico 1. Índice de Compreensão Verbal (ICV): composto por provas que avaliam as habilidades verbais por meio do
raciocínio, compreensão e conceituação. Índice de Organização Perceptual (IOP): constituído por atividades que examinam o
grau e a qualidade do contato não verbal do indivíduo com o ambiente, assim como a capacidade de integrar estímulos perceptuais
e respostas motoras pertinentes, o nível de rapidez com o qual executa uma atividade e o modo como avalia informações viso
espaciais. Índice de Memória Operacional (IMO): formado por provas que analisam atenção, concentração e memória de
trabalho. Índice de Velocidade de Processamento (IVP): constitui-se de atividades que avaliam agilidade mental e
processamento grafo motor. Coeficiente de Inteligência Total (QIT): avalia o nível geral do funcionamento intelectual.
sensível a motivação, pressão e coordenação motora. O Índice de Memória Operacional avalia a capacidade de manter e
manipular informações a curto prazo a fim de fazer uma tarefa. É importante para a flexibilidade cognitiva e planejamento como
aprendizagem e habilidade de autoconhecimento.
Interpretação: Coeficiente de Inteligência Total classificado como média superior (QIT = 119), com
diferenças significativas entre os resultados obtidos no Índice de Velocidade de Processamento (IVP = 139,
muito superior) e os resultados dos Índices de Compreensão Verbal (ICV = 116, média superior),
Organização Perceptual (IOP = 111, média superior) e Memória Operacional (IMO = 102, média). Embora
os escores alcançados tenham indicado esse coeficiente de inteligência total (QIT = 119, média superior),
vale ressaltar que a fidedignidade de tal resultado pode ser questionada, em razão da discrepância presente
entre os referidos índices, que podem interferir nesse valor para análise geral. Em outras palavras, as
discrepâncias sugerem que outras variáveis possam estar comprometendo seu desempenho, a ponto de
interferirem no QI alcançado.
Em relação ao Índice de Compreensão Verbal (ICV), Timão apresentou inteligência cristalizada e
raciocínio verbal fluido do tipo abstrato acima do esperado, indicando que apresenta facilidades nas
habilidades de memória de conceitos ensinados e capacidade de identificação de semelhança entre objetos.
No que se refere ao Índice de Organização Perceptual (IOP), Timão demostrou inteligência fluida e
processamento visual acima do esperado, tendo facilidades nas habilidades de resolução de problemas sem
pouco ou nenhum conhecimento prévio. Além disso, exibiu raciocínio não verbal fluido do tipo abstrato
dentro do esperado.
Quanto ao Índice de Memória Operacional (IMO), identificou-se desempenho dentro do esperado na alça
fonológica da memória operacional.
Em relação ao Índice de Velocidade de Processamento (IVP), Timão apresentou capacidade de processar
rapidamente informações simples ou de rotina com precisão adequada, indicando que a velocidade de
processamento está muito acima do esperado.
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Modelo de WASI
120 114
110
99
100
90
80
70
60
50
40
QI verbal QI Execucão QI Total
Gráfico 1. QIV (Coeficiente de Inteligência Verbal): avalia os processos verbais e de conhecimento adquirido, tendo uma maior
semelhança com o conceito de inteligência cristalizada. No WASI, ele é composto dos substestes Semelhanças e Vocabulário.
Já o QIE (Coeficiente de Inteligência de Execução) avalia a organização perceptual, capacidade de manipular estímulos visuais
com rapidez e velocidade, e outros processos não verbais, assumindo maior proximidade com o conceito de inteligência fluida.
No WASI, ele é composto dos subtestes Cubos e Raciocínio Matricial. QIT (Coeficiente de Inteligência Total) avalia o nível
geral do funcionamento intelectual.
Interpretação: Coeficiente de Inteligência Total classificado como média superior (QIT= 114). Maria não
demonstrou prejuízo em atividades que examinam o grau e a qualidade do contato não verbal do indivíduo
com o ambiente, assim como a capacidade de integrar estímulos perceptuais e respostas motoras pertinentes.
Também está de acordo com o esperado o nível de rapidez com o qual executa uma atividade, o
processamento grafomotor e o modo como avalia informações visuoespaciais.
A performance apresentada por Maria no QI Verbal 128 (Superior) indicou que a inteligência cristalizada e
a capacidade de raciocínio verbal fluido do tipo abstrato encontram-se preservadas. Também de acordo com
a análise dos dados, o QI de Execução 99 (Média) sinalizou que a jovem apresenta inteligência fluida
preservada, assim como capacidade de raciocínio fluido não verbal. Ademais, o processamento visual
demonstrou estar em níveis satisfatórios.
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Modelo de SON-R 2 ½ - 7
SON-R 2 ½ - 7[a]
Média
SON-R QIs 90 a 109
150
140
129
130
119
120
110 105
100
90
80
70
60
50
SON-EE SON-ER SON-QI
Gráfico 1. O SON-R 2 ½ - 7[a] é um teste não-verbal de inteligência que representa a habilidade cognitiva geral da criança relativa
à sua idade na faixa etária de 2 anos e meio a 7 anos e 11 meses, resultando em um Coeficiente de Inteligência (SON-QI) com a
aplicação de 4 subtestes: Mosaicos e Padrões que fornecem o escore para Escala de Execução (SON-EE); Categorias e Situações
para a Escala de Raciocínio (SON-ER).
Base conceitual teórica: De acordo com Laros, Tellegen, Jesus & Karino (2015):
O SON-R 2 ½ - 7 anos é um teste não-verbal de inteligência que representa a habilidade cognitiva geral do indivíduo relativo à
sua idade na faixa etária de 2 ½ anos a 7 anos, resultando em um Coeficiente de Inteligência (QI SON) com a aplicação de 4
subtestes: Mosaicos e Padrões que fornecem o escore de habilidade espacial e raciocínio fluido, Categorias e Situações que são
testes de raciocínio abstrato. Tais habilidades estão relacionadas com raciocínio fluido (capacidade de raciocinar e achar soluções
para problemas novos). QI-SON compreende Inteligência fluida, com raciocínio abstrato e espacial (habilidade de identificar
relacionamentos, compreender implicações e extrair inferências dentro de um conteúdo novo). Tal inteligência depende menos do
conhecimento adquirido (inteligência cristalizada). Por ser um teste não-verbal de inteligência, avalia habilidades cognitivas sem
envolver o uso de linguagem verbal ou escrita.
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idade (SON-EE = 105). Tais dados indicam que a criança apresentou adequadas habilidades de adaptação,
de resolução problemas e de aprendizado (inteligência fluida), mas com interferência da desatenção e
impulsividade. O Coeficiente de Inteligência Total está classificado como média superior (QIT = 119).
5 4 4
3 2
1
Analogias Mosaicos Categorias Padrões
Gráfico 2. O SON-R 6-40 anos é um teste não-verbal de inteligência que representa a habilidade cognitiva geral do indivíduo
relativo à sua idade na faixa etária de 6 anos a 40 anos, resultando em um Coeficiente de Inteligência (QI SON) com a aplicação
de 4 subtestes: Mosaicos e Padrões que fornecem o escore de habilidade espacial e raciocínio fluido, Categorias e Analogias que
são testes de raciocínio abstrato.
Base conceitual teórica: De acordo com Laros, Tellegen, Lima & Valentini (2022):
O SON-R 6-40 anos é um teste não-verbal de inteligência que representa a habilidade cognitiva geral do indivíduo relativo
à sua idade na faixa etária de 6 anos a 40 anos, resultando em um Coeficiente de Inteligência (QI SON) com a aplicação de
4 subtestes: Mosaicos e Padrões que fornecem o escore de habilidade espacial e raciocínio fluido, Categorias e Analogias
que são testes de raciocínio abstrato. Tais habilidades estão relacionadas com raciocínio fluido (capacidade de raciocinar e
achar soluções para problemas novos). QI-SON compreende Inteligência fluida, com raciocínio abstrato e espacial
(habilidade de identificar relacionamentos, compreender implicações e extrair inferências dentro de um conteúdo novo). Tal
inteligência depende menos do conhecimento adquirido (inteligência cristalizada). Por ser um teste não-verbal de
inteligência, avalia habilidades cognitivas sem envolver o uso de linguagem verbal ou escrita.
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Interpretação: Os dados do teste indicaram que o raciocínio concreto e abstrato, as habilidades espaciais,
visuomotora e de execução de Pantera Rosa apresentam-se abaixo da média, com prejuízos graves. Tais
dados indicam que a criança apresentou dificuldades nas habilidades de adaptação, de resolução problemas
e de aprendizado (inteligência fluida), com interferência da desatenção e impulsividade. O Coeficiente de
Inteligência Total está classificado como Extremamente Baixo (QIT = 65).
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Interpretação clínica e Observações: Em relação à percepção auditiva, Marley conseguiu discriminar sons
a ponto de compreender e executar comandos simples, indicando que a percepção auditiva se encontra
dentro do esperado. Contudo, em alguns momentos, Marley apresentou dificuldades de executar comandos
complexos por interferência de prejuízos na alça fonológica da memória operacional. A criança não
conseguia manter e manipular mais de 3 comandos/instruções.
Em relação à avaliação perceptiva visual, Marley foi capaz de reconhecer e identificar cores e formas. A
criança reconheceu objetos familiares e não familiares: soube discriminar os brinquedos que já tinha visto
no consultório daqueles que eram novos para ele. Além disso, Marley conseguiu completar as partes a partir
de um todo. Ele demonstrou capacidade de identificar detalhes e sutilezas. A capacidade visuoespacial está
dentro do esperado, visto que, conseguiu formar o todo a partir da integração das partes, apresentando
facilidade na identificação dos objetos no espaço.
Ele discrimina direita e esquerda (reconhecimento de lateralidade está desenvolvida). Ademais, exibiu
conhecer conceitos como longe, perto, acima, abaixo, ao lado, em frente, atrás, subindo e descendo. Quanto
as partes principais do corpo, reconhece todas elas. A noção em relação ao tempo encontra-se dentro do
esperado (soube relatar o dia do mês e da semana em que se encontrava), reconhecendo conceitos como hoje,
ontem, amanhã, manhã, tarde e noite. Ele soube olhar no calendário e reconhecer sua utilidade. Criança
reconheceu que relógio tem função de marcar as horas, mas não conseguiu olhar no objeto e dizer quantas
horas são. Em relação a orientação espacial, a criança conseguiu apontar que estava num ambiente de saúde,
diferente da escola e casa. Quanto a orientação autopsiquíca (situar-se quanto a dados de identificação),
Marley conseguiu falar seu próprio nome completo, sabia a data de seu aniversário e quantos anos tem.
Outras possibilidades....
Exemplo do IAR
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Menos Assimilada
Cheio Assimilada
Vazio Assimilada
Muitas Assimilada
Nenhuma Não assimilada
Categoria Avaliada:
Habilidade
FORMAS
Círculo Assimilada
Retângulo Assimilada
Quadrado Assimilada
Triângulo Assimilada
Categoria Avaliada:
DISCRIMINAÇÃO Habilidade
VISUAL
Diferentes bandeiras Assimilada
Palavras diferentes Assimilada
Palavras iguais Assimilada
Sílaba igual Assimilada
Palavra igual – cursiva Não assimilada
Letra igual Assimilada
Categoria Avaliada:
DISCRIMINAÇÃO Habilidade
AUDITIVA
Silaba inicial Assimilada
Som inicial Assimilada
Som final Assimilada
Categoria Avaliada:
VERBALIZAÇÃO DE Habilidade
PALAVRAS
Luísa apresenta capacidade na linguagem falada, conseguindo repetir
Palavras erradas
corretamente todas as palavras.
Categoria Avaliada:
Habilidade
ANÁLISE
Partes do modelo Assimilada
Modelos com letras Não assimilado
Conjunto de sílabas de uma palavra Assimilada
Sílaba que falta do modelo Não assimilado
Segmentação de palavra Não respondido
Coordenação motora fina Assimilada
Modelo de Adultos/Idosos
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Interpretação clínica e Observações: Em relação à avaliação dos processos de percepção visual, Timão
apresentou habilidade para reconhecer visualmente objetos familiares e não familiares, com adequada
percepção de cor, forma e imagem (via what – o que é). Assim como, exibiu facilidade na capacidade para
localizar tais objetos no espaço, indicando que aspectos de ordem visioespacial associados (via where - onde
é) encontram-se dentro do esperado. O examinando também apresentou habilidades para realizar a integração
(Gestalt) das partes, na formação do todo em suas produções. É importante ressaltar que excedeu no tempo
dispendido para a realização de atividade que envolvia habilidades de integração das informações, por
interferência de inflexibilidade cognitiva e de traços de personalidade relacionados a perfeccionismo. Quanto
à percepção auditiva, conseguiu discriminar sons a ponto de compreender e executar comandos. Quanto a
orientação temporal, Timão apresentou capacidade de relatar o dia do mês e da semana em que se encontrava,
reconhecendo conceitos como hoje, ontem, amanhã, manhã, tarde e noite. Ele soube olhar no calendário e
reconhecer sua utilidade. Criança reconheceu que relógio tem função de marcar as horas e conseguiu olhar no
objeto e dizer quantas horas são. Em relação a orientação espacial, conseguiu apontar que estava num
consultório. Quanto a orientação autopsiquíca (situar-se quanto a dados de identificação), Timão conseguiu
falar seu próprio nome completo, sabia a data de seu aniversário e quantos anos tem.
Base conceitual teórica: A atenção é um processo complexo de selecionar, manter e ignorar estímulos, que compreende diversos
aspectos que envolvem seletividade, sustentação e alternância (Godoy, 2012). A habilidade para selecionar determinado estímulo
para a manutenção do foco atencional, ignorando estímulos distratores, é chamada de atenção seletiva (Gonçalves, Cardoso,
Pureza & Scheffer, 2020). Sendo assim, a atenção centraliza os processos mentais em uma tarefa, constituindo assim um
mecanismo facilitador de respostas neuronais (Lent, 2022). No que se refere à atenção sustentada (concentrada), ela abarca a
capacidade de manter o foco atencional durante o tempo necessário para finalizar uma atividade com o mesmo padrão de
desempenho do início ao fim. Enquanto que a atenção alternada envolve alternar o foco atencional entre um estímulo e outro, ou
entre um tipo de tarefa e outra, sucessivamente. A atenção dividida refere-se à distribuição de recursos de atenção para mais de
um estímulo, o que permite a pessoa realizar mais de uma tarefa, simultaneamente (Gonçalves, Cardoso, Pureza & Scheffer, 2020).
Interpretação clínica e observações: Levando-se em consideração essa definição, no que tange à atenção,
Marley apresentou capacidade adequada para responder a impulsos básicos e/ou estímulos que entram em
foco e ocasionam respostas reflexas (atenção involuntária/processos automáticos). No que se refere às
atividades que envolvem processos controlados (atenção voluntária/autorregulação), clinicamente, exibiu
abaixo do esperado a capacidade para manter o foco atentivo em atividades ao longo do tempo (atenção
concentrada). Marley facilmente dispersava com qualquer estímulo auditivo ou visual, tendo dificuldades
em retornar as atividades que estava fazendo anteriormente. Por exemplo, em uma das sessões, ao visualizar
uma formiga andando na mesa do consultório, a criança parou de executar a atividade solicitada pela
avaliadora e observou a formiga. Somente com o chamar de atenção da examinadora que a criança voltou a
executar a atividade. Ademais,...... acrescentar situações do consultório. Além disso, os resultados dos testes
neuropsicológicos aplicados também indicaram dificuldades na atenção concentrada, com erros de omissão
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nas provas realizadas. Tal fato corrobora o que a família traz como queixa de Marley: uma dificuldade na
concentração para a realização das tarefas de casa.
Tal atenção envolve a prontidão para detectar e responder a certos estímulos por certo período de tempo.
Desse modo, a criança não consegue manter uma resposta estável durante uma atividade. Como mecanismo
de processamento de informações externas, a atenção apresenta intersecção com diversas habilidades,
incluindo as perceptivas, as funções executivas e a memória. Foi possível perceber que as dificuldades
atencionais interferiram nas provas de memória e funções executivas (planejamento e controle inibitório).
Um fator importante a ser evidenciado é que Marley possui um desempenho melhor nas atividades que
envolvem atenção auditiva que visual, indicando um prejuízo maior em tarefas que envolvam atenção visual.
Apresentou capacidade abaixo do esperado para direcionar a atenção para certo evento em detrimento de
outro, não respondendo de forma rápida e adequada ao que é relevante (atenção seletiva) e modificar o foco
da atenção de um componente (atenção alternada). Contudo, a velocidade de processamento do examinando
está de acordo com a idade, uma vez que consegue realizar uma atividade com eficiência no tempo esperado.
É importante ressaltar que, por vezes, Marley reduz sua velocidade de execução de uma tarefa afim diminuir
os erros. Portanto, utiliza como estratégia compensatória das dificuldades atencionais a redução da
velocidade de processamento a um nível inferior do seu desempenho normal.
Memória
Instrumentos utilizados
Colocar Testes de Memória
Base conceitual teórica: A memória é o mecanismo na qual ocorre a aquisição/registro inicial da informação,
retenção/estocagem/armazenamento e recuperação/evocação das informações obtidas pelas experiências diárias (Lent, 2022). De
acordo com o tempo de retenção ou duração, pode-se dividi-la em memória de curto prazo ou memória de longo prazo. A primeira
refere-se aos primeiros segundos ou minutos até 6 horas após a retenção da informação. Ela nos permite ter condições para ler, dar
sequências a episódios e para manter conversas. A partir de 4 ou 6 horas, essa memória passa a ser gradativamente substituída pela
memória de longa duração (Izquierdo, 2018).
Esta memória de longo prazo pode ser dividida didaticamente em memória declarativa ou explícita e memória não declarativa ou
implícita. Quando a memória está aberta à evocação intencional, seja com base na recordação de eventos pessoais (memória
episódica) ou fatos (memória semântica), Baddeley (2011) conceitua a memória episódica como um sistema que lida com eventos
específicos, pessoais e datados temporalmente (Fontana, Kochhann, Zimmermann & Delaere, 2019). Enquanto que a memória
semântica se refere ao conhecimento sobre o mundo, desde o simples conhecimento sobre o significado de palavras a atributos
sensoriais de objetos, como conhecimentos gerais sobre como a sociedade funciona, como, por exemplo, o que fazer quando se entra
em um restaurante (Baddeley, 2011).
Quanto à memória não declarativa ou implícita, ela refere-se à capacidade de adquirir, gradualmente, uma habilidade
perceptomotora por meio da exposição repetida a atividades que seguem regras constantes, mas que não requerem resgate explícito.
Nesse sentido, envolve modalidades e hábitos adquiridos e treinados progressivamente como jogar futebol ou cozinhar (memória de
procedimentos), assim como abarca pareamento de um estímulo neutro com condicionado (condicionamento clássico) e a influência
da apresentação de um item previamente visto com a segunda apresentação (Abreu, Rivero, Coutinho & Bueno, 2014).
Além dos sistemas de memória de longo e curto prazo, tem-se a memória operacional ou memória de trabalho ou working
memory, na qual podemos manter e manipular informações a curto prazo a fim de fazer algo. Ela mantém, durante a aquisição e
durante mais alguns segundos/minutos, a informação que está sendo processada naquele momento (Izquierdo, 2018). Portanto, ela
ajuda a compreender um texto que está sendo lido ou memorizar um número para discá-lo a seguir em um telefone (Borges, Capelin
& Braga, 2018).
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RAVLT
16
14
12
10
8
6
4
2
0
A1 A2 A3 A4 A5 B1 A6 A7 R ALT RET I.P. I.R.
Interpretação clínica e observações: Marley apresentou a memória operacional abaixo do esperado, ou seja,
sua capacidade de armazenamento e manutenção de informações, na ordem de segundos ou poucos minutos,
além da manipulação dessas informações para a execução de funções cognitivas superiores. Importante
ressaltar que tal dificuldade de memória operacional ocorre tanto na alça fonológica como no esboço
visioespacial, e é percebida nos resultados dos testes neuropsicológicos aplicados assim como no consultório
e nas demandas levantadas pela família. Marley necessita que a instrução seja repetida mais de uma vez para
que internalize o comando e quando é oferecida mais de 3 informações e/ou comandos, tem dificuldade para
realizar o que é solicitado. A dificuldade na memória operacional interfere no desempenho de tarefas que
envolvam compreensão da linguagem, raciocínio fluido e cálculos mentais.
A capacidade de adquirir, gradualmente, uma habilidade perceptomotora por meio da exposição repetida
(memória não declarativa) demonstrou estar dentro do esperado. Quanto à memória declarativa, que é a
capacidade de armazenar, recordar ou reconhecer fatos e eventos de maneira consciente, a memória episódica
de curto e longo prazo para material auditivo-verbal se encontrou dentro da média, beneficiando-se de pistas
ambientais para o reconhecimento. Curva de aprendizagem oscilante, com flutuações do foco atencional que
interferem no benefício da repetição da informação para armazenamento. Essa memória é responsável pelo
armazenamento de informações e eventos pessoalmente vividos em um determinado tempo e espaço. Ademais,
a memória semântica - responsável pelo processamento de informações associadas ao conhecimento geral
sobre o mundo, independentemente do contexto e momento em que essas informações foram memorizadas
pela primeira vez - está na média. Em relação à memória prospectiva (sistema que permite a recordação de
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uma intenção em um determinado momento do futuro para que uma resposta ou pensamento possam ser
realizados), a criança apresentou dificuldades em lembrar de atender determinado compromisso. Contudo,
apresentou memória de curto prazo visual dentro do esperado, conseguindo reproduzir material aprendido
visualmente tanto de formas simples como complexas.
Span da alça fonológica da memória operacional: 03 (dificuldade).
Span do esboço visioespacial da memória operacional: 04 (dificuldade).
Funções Executivas
Instrumentos utilizados
Colocar Testes de Funções Executivas
Base conceitual teórica: As funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas que tem por finalidade o controle e
regulação do comportamento para atingir objetivos específicos. Essas habilidades são importantes para saber definir prioridades,
inibir respostas automáticas ou dominantes, manter informações relevantes em mente para finalizar uma tarefa, resistir a distrações
e criar diferentes alternativas (Cardoso, Pureza, Gonçalves, Jacobsen, Senger, Colling & Fonseca, 2015).
Dessa forma, envolve memória operacional, flexibilidade cognitiva, controle inibitório, planejamento, tomada de decisão,
categorização, fluência e autorregulação. A memória operacional está relacionada com a habilidade de manter a informação em
mente e manipulá-la ou atualizá-la. Já o controle inibitório consiste na capacidade para inibir comportamentos inapropriados,
assim como envolve a habilidade de manter o foco atencional na presença de distratores e do próprio pensamento. Portanto, o
controle inibitório está associado à atenção seletiva. Quanto à flexibilidade cognitiva, ela se refere ao ajuste do comportamento
às demandas ambientais, incluindo determinar prioridades ou diferentes possibilidades de resolução de problemas, assim como
habilidades de mudar perspectivas e/ou sistemas de crenças (Diamond, 2013).
No que se refere ao planejamento, ele consiste em estabelecer a melhor maneira de alcançar um objetivo definido, levando a
consideração a divisão de etapas e prioridades. A tomada de decisão envolve a escolha de uma entre várias alternativas em
situações que incluam risco ou incerteza. Assim, a pessoa precisa analisar suas alternativas, considerando o custo/benefício. Outra
função executiva é a categorização, na qual agrupam-se elementos que compartilham determinadas propriedades, a partir de
formação de conceitos, raciocínio dedutivo, indutivo e abstração. A fluência envolve a capacidade de emitir comportamentos em
sequência, obedecendo a regras preestabelecidas (Malloy-Diniz, De Paula, Sedó, Fuentes & Leite, 2014). Por fim, a
autorregulação é a monitoração da ação proposital envolvendo autorregulação de seu comportamento e a monitoração do
desempenho efetivo (Brião & Campanholo, 2018).
Função executiva também envolve regulação emocional, na qual pode ser entendida como a capacidade que o sujeito possui para
regular e gerenciar o seu próprio comportamento, sentimentos e repostas fisiológicas que caracterizam as emoções (Cardoso,
Pureza, Gonçalves, Jacobsen, Senger, Colling & Fonseca, 2015).
Interpretação clínica e observações: A partir dos dados analisados, aponta-se que a criança apresentou
ainda em desenvolvimento a capacidade para identificar e organizar ações sequenciais e hierarquizadas que
conduzem a objetivos (planejamento). Nesse sentido, ele exibiu dificuldades para dividir uma tarefa por
etapas para realizá-la com mais eficiência. Por exemplo, não conseguiu organizar etapas para desenho de
figura complexa. Ademais, a família descreveu que Marley possui dificuldades para organizar seus materiais
escolares e de uso pessoal. Em uma das atividades neuropsicológicas apresentadas para Marley, ele se
beneficiou da estruturação da atividade, indicando uma necessidade de estimulação dessa função cognitiva.
Além disso, Marley exibiu abaixo do esperado a capacidade de inibição do comportamento, ou seja, ele
não consegue conter uma resposta predominante, automática ou previamente aprendida que pode ser
inadequada ou irrelevante para o contexto atual. Clinicamente, também foi possível perceber tal dificuldade,
já que interrompia as explicações/instruções que a examinadora oferecia durante as sessões de avaliação
neuropsicológica. Ademais, a flexibilidade cognitiva está abaixo do previsto, dificultando que a criança
mude o curso do pensamento ou das ações de acordo com as exigências ambientais.
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(ADT)
Capacidade de dizer não
06 Dificuldade
(ADT)
Uso do telefone
05 Dificuldade
(ADT)
Delegação “para cima”
02 Regular
(ADT)
Estabelecimento de prioridades
06 Dificuldade
(ADT)
Utilização dos níveis de capacidade
do uso do tempo 04 Dificuldade
(ADT)
Perfeccionismo
06 Dificuldade
(ADT)
Objetos pessoais
0 Bom
(ADT)
Flexibilidade no trabalho
03 Regular
(ADT)
Concentração
05 Dificuldade
(ADT)
BDEFS
60
50
40
30
20
10
0
F1 F2 F3 F4 F5 TDAH
Obtido 8 6 9 6 15 5
ponto de corte 29 33 25 14 16 16
média 37 36 33 17 23 20
média superior 56 47 43 25 36 26
Gráfico 3 - Gráfico se refere ao autorrelato do paciente acerca da Escala de Avaliação de Disfunções Executivas de Barkley
(BDEFS), com itens relacionados às funções executivas de forma geral e também a aspectos ligados ao Transtorno do Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH). Sendo assim, F1 trata-se de itens relacionados ao “Gerenciamento do tempo”. F2 trata-se de
itens relacionados à “Organização/Resolução de problemas”. F3 trata-se de itens relacionados ao “Autocontrole”. F4 trata-se
de itens relacionados à “Motivação”. F5 trata-se de itens relacionados à “Regulação emocional”. E a última coluna refere-se ao
TDAH.
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Praxias
Instrumentos utilizados
Colocar Testes de Praxias
Base conceitual teórica: A praxia é definida como a capacidade de realizar movimentos complexos e gestos com precisão e
coordenação motora, tendo alguma finalidade, ou seja, é o planejamento do movimento que antecede o ato motor (Brião,
Campanholo & Serrao, 2018). Quando há uma dificuldade de planejar o comportamento motor para executar uma tarefa ou
movimento voluntário, causada por um dano ou disfunção cerebral, sem que haja perda da função sensorial ou paralisia, chamamos
de apraxia (Piccolo & Segabinazi, 2017). As apraxias podem ser de diferentes tipos: apraxia ideomotora, ideatória, do vestir, da
marcha e bucofacial. A apraxia ideomotora se refere às dificuldades em realizar gestos simples e que não incluem a manipulação
de objetos reais, enquanto que a apraxia ideatória indica uma incapacidade de manipular os objetos. A apraxia do vestir é um
distúrbio singular do ato de vestir, na ausência da apraxia ideatória ou ideomotora. A apraxia da marcha reflete, num paciente
não parético, a incapacidade de usar convenientemente os membros inferiores e a apraxia bucofacial é a dificuldades de realizar
movimentos faciais sob comando, como deglutição e movimentos voluntários da língua (Gil, 2007). Miotto (2017) define praxia
construtiva ou habilidade visioconstrutiva em executar ou reproduzir modelos, construções ou desenhos de maneira apropriada
e organizada, dispondo, no contexto clínico, materiais como varetas, blocos, papel e lápis.
Interpretação clínica e observações: Quanto a essa conceituação apresentada, a criança apresentou boa
capacidade para realizar movimentos faciais sob comando, como deglutição e movimentos voluntários da
língua (praxia bucofacial), além de conseguir realizar gestos simples ou simbólicos de forma intencional,
sequenciando e organizando o movimento têmporo-espacialmente, sem a utilização de um objeto (praxia
ideomotora). Também consegue realizar ações sequenciais que utilizam ou dependem de um objeto, como,
por exemplo, utilizar uma faca com organização e sequência para cortar um pão e passar manteiga (praxia
ideatória). Evidencia praxia do vestir dentro do esperado, ou seja, apresenta capacidade de orientar o
próprio corpo em relação à vestimenta. Outrossim, sua praxia da marcha se encontra adequada. O ato de
imitar gestos (praxia reflexiva) também está de acordo com o esperado. Ademais, a capacidade de
reproduzir ou desenhar espontaneamente (praxia visioconstrutiva) está dentro do esperado. Contudo, é
importante ressaltar que as dificuldades atencionais e de funções executivas frias (planejamento) interferem
no seu desempenho ao copiar algo através de um modelo.
Funcionamento Social
Base conceitual teórica: De acordo com Figueiredo (2022), o funcionamento social envolve elementos que caracterizam a relação
do indivíduo com o mundo: a forma como o indivíduo constrói e mantém as relações interpessoais (aspectos comunicativos), a
vivência das regras sociais e a sua adaptabilidade ao contexto cultural de origem. O funcionamento social estará preservado quando
indivíduo atinge a competência social na maioria dos contextos sociais do quais participa. Para isso, será necessário que haja o
desenvolvimento satisfatório do repertório de habilidades sociais (comportamentos expressados pelo indivíduo nos diversos
contextos sociais) e que a comunicação ocorra de maneira efetiva. Segundo McFall (1982), os comportamentos que compõem o
repertório social envolvem as habilidades verbais, não-verbais e paralinguísticas (elementos da fala além do conteúdo). Segundo
Figueiredo (2022), as estruturas cerebrais e seu funcionamento integrado, que estão envolvidos no processamento de informações
sociais (a forma como o indivíduo compreende e interpreta as informações sociais) e na expressão do comportamento social é
intitulado de cognição social. Essa cognição social envolve funções cognitivas como Atenção Compartilhada (10-12 meses)
(capacidade de compartilhar a atenção com outra pessoa num objeto em comum), Processamento Emocional (12-14 meses)
(habilidade de compreender os sinais sociais que traduzem as emoções primárias de alegria, tristeza, medo, nojo e raiva); Teoria
da Mente de Primeira Ordem (4-5 anos) (capacidade de realizar a tomada de perspectiva básica, com inferências simples acerva
do estado mental de terceiros); Teoria da Mente de Segunda Ordem (6-8 anos) (habilidades de realizar inferências acerca do
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estado mental de terceiros em nível mais complexo, conseguindo identificar elementos como a ironia e o sarcasmo de maneira
efetiva)
Modelo de Crianças/Adolescentes
Interpretação clínica e Observações: Quanto as habilidades sociais não verbais, Marley conseguiu
manter contato visual durante interação social. A expressão corporal, os sorrisos, os acenos de cabeça, gestos
e mímicas faciais foram congruentes com o discurso verbal e a situação social. Contudo, Marley, por vezes,
chegava muito perto do rosto da examinadora quando queria chamar a atenção para algo e em três momentos,
chegou a direcionar a cabeça dela com as mãos para que ela olhasse o que ele iria fazer. Sendo assim, percebe-
se que as dificuldades no controle inibitório interferiram na distância interpessoal durante a comunicação. O
afeto expressado durante a comunicação foi adequado.
No que se refere as habilidades verbais, Marley apresentou adequada habilidade em fazer perguntas, em
falar sobre determinados tópicos ou assuntos e em responder a perguntas feitas por terceiros. É importante
ressaltar que as dificuldades atencional e de memória operacional interferiram nessas habilidades sociais,
pois dispersava-se facilmente quando ia responder a alguma pergunta realizada pela examinadora, sendo
necessário a repetição da pergunta.
Quanto as habilidades paralinguísticas, Marley demonstrou fluência e clareza da fala adequados, sem
alterações na prosódia da voz. Contudo, em vários momentos, o volume da fala foi inadequado, falando em
voz alta ou gritando sem motivo algum.
Ademais, Marley conseguiu compreender pistas sociais que façam que modifique o comportamento frente
ao julgamento social e fazer inferências de sentimentos e pensamentos através da observação do
comportamento (Teoria da Mente). A família e a escola relataram que ele possui amigos da mesma faixa
etária, conseguindo estabelecer relações íntimas. Marley também foi capaz de realizar trocas de turnos numa
conversa, tendo Atenção Compartilhada adequada.
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Exemplo da SRS-2
SRS-2
Respondida pela Mãe:
Gráfico 2. Percepção Social: capacidade de reconhecer pistas sociais e lidar com os aspectos da percepção do comportamento
social recíproco. Cognição Social: capacidade de interpretar as pistas sociais após reconhece-las e lidar com o aspecto cognitivo-
interpretativo do comportamento social recíproco. Comunicação Social: capacidade de comunicação expressiva, lidando com os
aspectos motores do comportamento social recíproco. Motivação Social: grau em que as pessoas geralmente motivadas a se
engajar em comportamento sócio interpessoal. Padrões Restritos e Repetitivos: presença de comportamentos estereotípicos
característicos de TEA e áreas de interesse muito limitadas. Comunicação e Interação Social: capacidade de reconhecer e
interpretar sinais sociais, assim como a capacidade de motivação para o contato interpessoal social expressivo.
Interpretação clínica e Observações: Os resultados da escala respondida pela mãe demonstraram escore
total com pontuações abaixo de T 59, indicando que o comportamento está dentro dos limites normais.
Contudo, a mãe apontou prejuízo leve de Padrões Restritos e Repetitivos (T 60), indicando que o filho muitas
vezes pensa e fala sobre a mesma coisa repetidamente, não consegue tirar algo da sua mente uma vez que
começa a pensar sobre isso, além de algumas vezes ser inflexível e levar muito tempo para mudar suas ideias.
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Em relação aos resultados da escala respondida pelo pai, o escore total obtido foi maior que T 59, na qual
aponta que o comportamento está fora dos limites normais, com prejuízo leve. O pai descreveu alterações
leves na Percepção Social e Cognição Social, Comunicação Social, Motivação Social, Comunicação e
Interação Social. O pai relatou que Simba não percebe quando os outros estão tentando tirar vantagem dele;
se comporta de maneira estranha ou bizarra; evita contato visual; fica frustrado quando não consegue
expressar suas ideias em uma conversa; tem dificuldades com mudanças da sua rotina; evita pessoas que
querem se aproximar dele por meio de contato afetivo.
Modelo de Adultos/Idosos
Interpretação clínica e Observações: Timão apresentou dificuldades em manter o contato visual durante
a interação social, desviando o olhar. Em uma sessão, ele verbalizou a examinadora que não gostava de olhar
nos olhos das pessoas, achava desnecessário, pois “escuto com os ouvidos e não com os olhos, não tem
sentido algum ter que ficar encarrando alguém enquanto converso” (sic). Além disso, Timão, demonstrou
dificuldades em compreender pistas sociais que façam que modifique o comportamento frente ao
julgamento social, sendo, por vezes, visto como inconveniente e mal-educado. Por exemplo, a esposa de
Timão relatou quando ele não acha bonito alguma roupa que ela ou qualquer outra mulher veste, ele fala de
forma tão sincera e objetiva que chega a ser ríspido (sic). Timão verbalizou que discorda ser ríspido e que
apenas é sincero, que não gosta de mentir.
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Em relação a relacionamentos, Timão relatou ter dificuldade de fazer e manter amizades, vivenciou vários
conflitos com os outros e muitas vezes as pessoas o consideram antipático. Ele confessou que se sente muito
mais tenso em situações sociais do que quando está sozinho e algumas vezes prefere estar sozinho do que
com os outros. Timão diz ter dificuldades de estabelecer relacionamentos íntimos, não tendo nenhum amigo
atualmente. Além disso, foi possível perceber que Timão tem dificuldades em processamento de inferências
(gírias, metáforas, ironias, sarcasmo). É importante ressaltar que as dificuldades de autorregulação emocional
e de controle inibitório interferem nas habilidades sociais.
SRS-2
Respondido por Paciente (Formulário de Autorrelato)
Gráfico 3. De acordo com Constantino & Gruber (2021): Percepção Social: capacidade de reconhecer pistas sociais e lidar com
os aspectos da percepção do comportamento social recíproco. Cognição Social: capacidade de interpretar as pistas sociais após
reconhece-las e lidar com o aspecto cognitivo-interpretativo do comportamento social recíproco. Comunicação Social: capacidade
de comunicação expressiva, lidando com os aspectos motores do comportamento social recíproco. Motivação Social: grau em que
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as pessoas geralmente motivadas a se engajar em comportamento sócio interpessoal. Padrões Restritos e Repetitivos: presença de
comportamentos estereotípicos característicos de TEA e áreas de interesse muito limitadas. Comunicação e Interação Social:
capacidade de reconhecer e interpretar sinais sociais, assim como a capacidade de motivação para o contato interpessoal social
expressivo.
Interpretação clínica e Observações: De acordo com Timão, ele apresenta alterações na Cognição Social,
Comunicação Social, Motivação Social, Padrões Restritos e Repetitivos, Comunicação e Interação Social.
Todos os esses escores obtidos foram pontuações acima de T 59, indicando comportamentos fora dos limites
normais, característicos de TEA. Contudo, não exibiu prejuízos na Percepção Social. De acordo com a
esposa, Timão apresenta alterações na Motivação Social e Padrões Restritos e Repetitivos. Contudo, de
acordo com respondente, não exibiu prejuízos na Percepção Social, Cognição Social, Comunicação Social,
Comunicação e Interação Social.
Ambos os respondentes relataram que há mais desconforto de Timão em situações sociais do que quando
está sozinho; quando está sob estresse, tem um comportamento rígido e inflexível que parece estranho para
os outros; prefere estar sozinho do que com os outros; se comporta de maneira estranha ou bizarra; tem
dificuldades de reconhecer de forma apropriada as mudanças no tom de voz e expressões faciais de outras
pessoas; evita contato visual ou faz de forma singular; mostra interesse sensoriais incomuns; tem
sensibilidade excessiva a certos sons, texturas ou cheiros; tem tendência a se isolar.
Modelo de Crianças/Adolescentes
EBADEP-IJ
Instrumentos Valor Referenciais Valor obtido Interpretação
utilizados
EBADEP-IJ 0 a 21 22 Com sintomatologia leve
Interpretação: Os resultados da escala indicaram que Marley apresenta sintomas leves para um quadro de
depressão. Ele descreveu que algumas vezes se sente estranho e não sabe o por quê; sente vontade de ficar
longe das pessoas da sua casa e dos seus amigos; acha que está mais agressivo; se sente culpado; acredita
que viver está sendo difícil; chora; se sente triste, sozinho, sem energia e mal, sem estar doente; prefere ficar
só; pensa em se matar; sente que as pessoas não querem estar com ele. Além disso, Marley relatou que 4r
somente algumas vezes tem vontade de fazer as coisas que gosta, acredita em um futuro bom, tem dormido
bem, consegue se concentrar nas tarefas.
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Técnica Projetiva de Desenho Casa - Árvore - Pessoa (HTP) e As Pirâmides Coloridas de Pfister-
Versão para crianças e adolescentes – Resultados, Interpretação clínica e Observações: Os dados dos
testes projetivos apresentaram indícios de que Marley tende a ter um comportamento objetivo, voltado para
o senso prático, orientado para o essencial. Também há indícios de que ele se sinta rejeitado, com baixa
autoestima e sentimento de inferioridade. Assim, a criança apresenta sentimentos de inadequação para lidar
com o meio, pressão ambiental e desencorajamento. Os dados mostraram possível dificuldade de
organização, falta de firmeza, assim como estado mais primitivo com reduzida capacidade de diferenciação
do eu. Marley mostrou bom ajustamento e controle do ego, assim como uma interação equilibrada com o
ambiente. Contudo, foi possível perceber negativismo, oposicionismo e dificuldade de adaptação social.
Dados indicativos de cautela e insegurança, que podem gerar indecisão, certa dificuldade em obter satisfação
do meio, em realizar-se e em interagir com as pessoas. Marley mostra-se introvertido e tímido. Porém, foi
possível perceber que a criança apresenta maturidade e inteligência, assim como altivez e uma evolução
normal da personalidade. Os dados apontaram para uma boa capacidade de adaptação e auto sustentação,
assim como um autoconceito positivo, produtividade e criatividade. A criança mostrou equilíbrio entre a
fantasia e a realidade.
As projeções do examinando indicaram dificuldade de coordenação dos impulsos, assim como um
comportamento impulsivo, com controle interno empobrecido. Há indícios de que a criança evite situações
com muitos estímulos para manter o equilíbrio emocional. Marley apresentou certa rigidez e necessidade de
controle, assim como uma tendência a fugir dos estímulos exteriores ou do meio. Foi possível perceber, a
partir dos dados, que a criança apresenta autoconceito positivo e uma boa evolução psicossexual, assim como
energia e vitalidade. Há indícios de identificação com o papel característico do próprio sexo.
Modelo de Adultos/Idosos
Interpretação clínica e Observações: De acordo com a escala que o próprio paciente respondeu, não há
indícios de sintomas significativos para um quadro depressivo, contudo é válido ressaltar que Timão sente-
se triste em grande parte do tempo, desanimado a respeito do futuro, acredita que esteja sofrendo fracassos
mais do que deveria, com menos energia do que costumava ter, dormindo mais que o habitual e com apetite
menor que o de costume, além disso, pontua ter dificuldade em manter a concentração em alguma coisa por
muito tempo.
Tabela 3. Dados da Bateria Fatorial de Personalidade. Cinco Fatores de Personalidade, subdividido em facetas: Neuroticismo (N1
–Vulnerabilidade; N2 – Instabilidade emocional; N3 – Passividade / Falta de Energia; N4 – Depressão); Extroversão (E1 –
Comunicação; E2 – Altivez; E3 – Dinamismo; E4 – Interações Sociais); Socialização (S1 – Amabilidade; S2 – Pró-sociabilidade;
S3 – Confiança nas pessoas); Realização (R1 – Competência; R2 – Ponderação / Prudência; R3 – Empenho / Comprometimento);
Abertura (A1 – Abertura a ideias; A2 – Liberalismo; A3 – Busca por novidades).
Resultados, Interpretação clínica e Observações: Os dados obtidos nesta bateria de autorrelato indicaram
que Timão tende a ter um padrão comportamental de baixa estima e medo de que pessoas importantes
venham a deixá-lo em decorrência de seus erros, sendo capaz de realizar atitudes que vão contra a sua
vontade, com o objetivo de agradar os outros. Tende a relatar insegurança, dependência de pessoas próximas
e certa dificuldade de tomar algumas decisões, mesmo em situações triviais do dia a dia. Timão se percebe
com forte tendência a agir impulsivamente frente a algum desconforto psicológico, tomando decisões
precipitadas com relativa frequência. Apresenta grandes oscilações de humor sem motivo aparente e tem
dificuldade para controlar seus sentimentos negativos, além de apresentar baixa tolerância à frustração.
Outrossim, os resultados indicaram que o paciente tende a apresentar comportamento procrastinador,
tendo grande dificuldade para iniciar tarefas, mesmo que simples. Apresentou também dificuldade para
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manter a motivação em afazeres longos ou difíceis, tendendo a abandoná-los antes de sua conclusão. Timão
demonstrou necessitar de estímulo externo para levar adiante seus planos e, com frequência, abstêm-se de
tomar decisões mesmo sobre assuntos de seu interesse.
Ele apresentou expectativas negativas em relação ao futuro e uma vida monótona e sem emoção. Além
disso, sente-se solitário, pois desconfia de sua capacidade para resolver eventuais dificuldades. Ele se percebe
com dificuldades de falar sobre si mesmo e se expressar em público, tendo receio do constrangimento em
situações de maior exposição e sente-se pouco à vontade nessas ocasiões. Contudo, ele tem adequada
percepção de sua capacidade e valor. Timão apresenta tendência a se concentrar em um pequeno número
de atividades simultâneas e não precisa estar constantemente envolvido em atividades para sentir-se bem.
Além disso, apresenta demorar mais para colocar suas ideias em prática e baixa iniciativa para realizar
certas ações.
Ele mostrou preferência por ficar sozinho ou em grupos pequenos e demora mais para desenvolver novas
relações sociais. Tende a apresentar uma necessidade reduzida de viver situações mais intensas, de frequentar
lugares mais ricos em termos de estímulos e possibilidades de contatos sociais.
Além disso, busca observar as opiniões alheias, sendo educado com elas e se importando com suas
necessidades. No que se auto refere a comportamentos de risco, concordância ou confronto com leis e
regras sociais, moralidade e agressividade, não apresenta tendência a manipulação das pessoas ao seu redor,
nem hostilidade em demasia. Geralmente tem uma postura flexível e responsável acerca das regras e leis
sociais. Ademais, Timão tende a confiar e acreditar que os outros não o prejudicarão. Geralmente tem uma
percepção realista sobre os demais e consegue desenvolver intimidade com as pessoas em que confia.
Contudo, apresenta dificuldades para se manter em tarefas quando estas exigem sacrifício ou são
desafiadoras. Geralmente, possui poucos objetivos definidos e evita se envolver em atividades que julga
difíceis por duvidar de sua capacidade. Timão se percebe dentro do esperado no que tange a situações que
envolvem o cuidado com a forma de expressar opiniões ou defender interesses, bem como a avaliação das
possíveis consequências de suas ações. Ademais, ele tende a exercer um empenho elevado na dedicação de
suas atividades profissionais/acadêmicas. Gosta de obter reconhecimento por seu esforço e tende ao
perfeccionismo. Demonstra planejar detalhadamente os passos para a realização de alguma atividade e a
necessidade de revisões cuidadosas dos trabalhos antes de expô-los aos outros. Também está adequado o
quanto Timão está aberto para novos conceitos ou ideias, que podem incluir interesse por questões
filosóficas, arte, fotografia, estilos musicais e diferentes expressões culturais. Ele também acredita que é
possível a forma de lidar com diferentes valores morais e sociais e a noção de que estes podem ser
relativizados, que podem mudar ao longo do tempo e ser diferentes em várias culturas e regiões. E por
fim, Timão apresenta sentir-se pouco à vontade com situações desconhecidas, gosta de manter a rotina, o
que pode conferir mais segurança.
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Comportamento adaptativo
Vineland-3
Média
Pontuação Padrão dos Domínios 85 a 115
140
120
100
100
85 83
80 76
72
60
40
20
COM AVD SOC HMOT CCA
Gráfico 2. Comunicação (COM): envolve subdomínios Receptivo (Rec), Expressivo (Exp) e Escrita (Esc). Habilidades
cotidianas (AVD): envolve subdomínios Pessoais (Pes), Doméstico (Dom) e Comunidade (Cmd). Socialização (Soc): envolve
subdomínios Relacionamentos Interpessoais (Rin), Brincar e Lazer (Bri) e Habilidades de Enfrentamento (Enf).
Habilidades motoras (HMOT): envolve subdomínios Coordenação Motora Grossa (CMG) e Coordenação Motora Fina
(CMF). Composto de Comportamento Adaptativo (CCA): envolve os domínios de COM, AVD e SOC.
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Média
v-escala dos sudomínios 12 a 18
20
18 17
16
16 15 15
14
14 13
12 11 11
10
8 8
8
6
6
4
2
0
Rec Exp Esc Pes Dom Cmd Rin Bri Enf Cmg Cmf
Gráfico 3. Comunicação: envolve subdomínios Receptivo (Rec), Expressivo (Exp) e Escrita (Esc). Receptivo: atender, compreender e
responder apropriadamente a informações dadas por outras palavras. Expressivo: utilizar palavras e sentenças para expressar-se verbalmente.
Escrita: utilizar habilidades de leitura e escrita. Habilidades cotidianas: envolve subdomínios Pessoais (Per), Doméstico (Dom) e Comunidade
(Cmd). Pessoais: ter autossuficiência em tarefas como alimentar-se, vestir-se. Tomar banho, cuidar da higiene e ter cuidados de saúde.
Doméstico: realizar tarefas domésticas, como guardar o que utilizou, fazer trabalhos domésticos e preparar refeições. Comunidade: funcionar no
mundo fora de casa, incluindo zelar pela própria segurança, utilizar dinheiro, viajar, ter noção de seus direitos e responsabilidades. Socialização:
envolve subdomínios Relacionamentos Interpessoais (Rin), Brincar e Lazer (Bri) e Habilidades de Enfrentamento (Enf). Relacionamentos
Interpessoais: responder aos outros e relacionar-se com eles, incluindo manter amizades, preocupar-se, demonstrar adequação social e manter
conversação. Brincar e lazer: envolver-se em brincadeiras e atividades divertidas com os outros. Habilidades de Enfrentamento: demonstrar
controle comportamental e emocional em situações diversas envolvendo outras pessoas. Habilidades motoras: envolve subdomínios
Coordenação Motora Grossa (CMG) e Coordenação Motora Fina (CMF). Coordenação Motora Grossa: habilidades físicas no uso das pernas
e braços para movimentos e coordenação no cotidiano. Coordenação Motora Fina: habilidades físicas no uso das mãos e dedos para manipular
objetos no cotidiano.
Quanto a Comunicação, Pedro compreende pelo menos 50 palavras; responde a perguntas que usam “o que”;
diz o que está fazendo usando frases simples; sabe dizer quantos anos tem, nome e sobrenome; faz perguntas
começando com o “por quê”; diz o que pensa e sabe a respeito das coisas; copia frases simples sem erros;
escreve na direção correta; identifica pelo menos 10 palavras do alfabeto. Contudo, não escreve seu nome e
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sobrenome de memória; não lê sentenças simples de três ou mais palavras em voz alta e não reconhece todas
as letras do alfabeto, em maiúsculas e minúsculas.
Quanto as Atividades de Vida Diária, Pedro veste roupas com os lados corretos para frente e para trás;
consegue lavar e secar o seu rosto; evacua no vaso sanitário; todavia, não consegue identificar quando precisar
ir ao banheiro durante a noite; não consegue fechar botões de pressão; não escova os dentes sozinhos e não
espalha comida utilizando uma faca de mesa. Em relação aos serviços domésticos, Pedro consegue lavar a
louça; limpar o chão, guardar louças limpas; lava frutas e vegetais antes de comer e lava suas mãos antes de
preparar a comida. Pedro não sabe nomear os 7 dias da semana em ordem; não olha para os dois lados para
atravessar a rua; não sabe dizer o dia correto da semana; não consegue realizar ligações de emergência e não
localiza datas em calendário.
Em relação a Socialização, a criança sorri em resposta a elogios e demonstra afeto a pessoas conhecidas,
mostra interesse em crianças de mesma idade; estabelece bom contato visual quando interage com outras
pessoas; usa palavras para expressar suas emoções; divide seus brinquedos com outras crianças; usa coisas
disponíveis na casa para brincar de faz de conta; pergunta se tudo bem antes de pegar algo de outra pessoa; é
educado quando conhece alguém novo; lida com mudanças em sua rotina sem ficar chateado; usa palavras ou
gestos quando está triste, em vez de gritar, bater ou jogar algo e sempre lembra de pedir por favor ao pedir
algo.
Quanto a Coordenação Motora Grossa, Pedro pedala uma bicicleta com rodinha por pelo menos 10 metros;
sobe um conjunto de 8 ou mais degraus; corre facilmente sem cair; joga bola com uma mão. Contudo, não pula
de um pé só com facilidade, sem cair; não pedala bicicleta sem rodinha e não pega uma bola a uma distância
de 6 metros. No que se refere a Coordenação Motora Fina, abre e fecha tesoura com uma mão; desembrulha
pequenos objetos; desenha em um papel utilizando giz de cera, caneta ou lápis. Todavia, não consegue desenhar
mais de uma forma reconhecível; não consegue desenhar um triângulo a mão enquanto olha um modelo; não
pinta dentro da linha e não consegue desenhar uma linha reta utilizando a régua.
No que se refere a Comportamentos Mal Adaptados, a mãe percebe que o filho é excessivamente carente ou
dependente, algumas vezes tem problemas alimentares, exemplo: come em excesso, se recusa a comer, come
apenas uma ou duas coisas ou acumula comida; é extremante ansioso e/ou nervoso, às vezes desobedece figura
de autoridade; tem acidentes relacionado ao uso do banheiro: urina ou evacua em si mesmo quando não está
de fralda; fixa a uma pessoa específica, de uma maneira que é irritante ou invasivo para a outra pessoa e
algumas vezes envolve-se em comportamentos sexuais inadequados, exemplos: comentários inadequados,
contatos físicos.
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Perfil Sensorial
Perfil Sensorial 2
Seção Pontuação bruta
Processamento sensorial 31
Respostas comportamentais associadas ao processamento sensorial 46
Interpretação clínica: Os dados do Perfil Sensorial 2 indicaram que Cebolinha percebe estímulos sensoriais
em uma taxa mais elevada que outros, percebe mudanças sutis devido seu nível elevado de consciência do
ambiente e tem alta capacidade de prestar atenção a detalhes. Além disso, não necessita de muitos estímulos
para elaborar uma resposta e pode se apresentar como distraído ou hiperativo em razão de ser muito
sensibilizado pelo ambiente.
Escala de Desenvolvimento
IDADI
Pontuação Escore
Domínios Interpretação
Bruta Padronizado
Desenvolvimento
Cognitivo 76 117
Típico
Desenvolvimento
Socioemocional 58 98
Típico
Desenvolvimento
Comunicação e Linguagem Receptiva 44 91
Típico
Comunicação e Linguagem Desenvolvimento acima do
60 125
Expressiva esperado
Desenvolvimento
Motricidade Fina 31 101
Típico
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Desenvolvimento
Motricidade Ampla 40 91
Típico
Desenvolvimento
Comportamento Adaptativo 85 90
Típico
Tabela 5: De acordo com Silva, Filho & Bandeira (2020): Domínio Cognitivo: habilidades necessárias para interpretar e
responder ao seu ambiente, relacionadas com a formação de conceitos, simbolização, abstração, percepção, atenção, velocidade
de processamento da informação, processamento visuoespacial, solução de problemas e memória.
Domínio Socioemocional: capacidade em entender sentimentos e emoções, tanto próprios quanto dos outros. Inclui habilidades
de regulação do próprio comportamento e regulação emocional, empatia, apego e capacidade de estabelecer e manter relações
sociais (com pessoas familiares e não familiares de diferentes idades). Domínio Comunicação e Linguagem Receptiva:
habilidades em compreender a língua falada incluindo palavras, frases e expressões verbais. Também se relaciona à compreensão
de diferentes tons de voz, reconhecimento de gestos e formas de comunicação não verbal. Domínio Comunicação e Linguagem
Expressiva: habilidades em usar a língua falada para se expressar verbalmente, transmitir informações e instruções necessárias à
interação social. Também inclui o uso de gestos e expressões não verbais com fins comunicativos. Domínio Motricidade Ampla:
habilidades para coordenar atividades físicas envolvendo os grandes músculos do corpo. Inclui andar, sentar, correr, ficar em pé e
equilibrar-se. Domínio Motricidade Fina: habilidades para alcançar, agarrar e manipular objetos. No caso, incluem pequenos
músculos do corpo, como os músculos dos pés, mãos, dedos, pulsos, lábios, olhos e língua. Domínio Comportamento
Adaptativo: habilidades no desempenho de tarefas cotidianas necessárias para autonomia pessoal e social. Inclui cuidados
pessoais, percepção sensorial, estabelecimento e manutenção de relacionamentos e comunicação de necessidades e sentimentos.
Interpretação: De acordo com a escala preenchida pelos pais, Simba demonstrou desenvolvimento dentro
do esperado para o domínio cognitivo, indicando que a criança é capaz de adquirir, lembrar e usar o
conhecimento. No domínio socioemocional, demonstrou que possui habilidades e comportamentos que o
permite engajar em interações sociais com adultos. Além disso, apresentou dentro do esperado a capacidade
de comunicação e linguagem receptiva, ou seja, Simba compreende comandos verbais, gestos, tons de voz
e expressões não verbal. Os resultados da escala apontaram que Simba possui habilidades adequadas na
motricidade fina e ampla, indicando que a coordenação motora tanto para manusear tesoura, segurar o lápis,
ou para pular, correr e subir escada, estão dentro do desenvolvimento esperado. Ademais, o comportamento
adaptativo está dentro do esperado, indicando que a independência pessoal e responsabilidade social estão
adequadas. Os pais também descreveram que a habilidade da comunicação e linguagem expressiva de
Simba está dentro do esperado, indicado que possui manejo para se expressar, transmitir informações e
utilizar gestos e expressões de maneira eficiente em suas interações sociais.
Instrumentos Complementares
SNAP IV
Instrumentos Valor Referenciais Valor obtido Interpretação
utilizados
Sintomas de Se existem pelo menos 6 Não significativo Existem mais sintomas de
desatenção itens marcados como desatenção que o esperado numa
Percebidos pela mãe “BASTANTE” ou criança ou adolescente.
“DEMAIS” de 1 a 9
Sintomas de Se existem pelo menos 6 Não significativo Não existem mais sintomas de
desatenção itens marcados como desatenção que o esperado numa
Percebidos pelo pai “BASTANTE” ou criança ou adolescente.
“DEMAIS” de 1 a 9
Sintomas de Se existem pelo menos 6 Significativo Não existem mais sintomas de
hiperatividade- itens marcados como hiperatividade e impulsividade
impulsividade
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“explodindo” com facilidade e demonstrando quase sempre estar insatisfeito. Ainda de acordo com os pais,
o examinando não apresenta comportamentos impulsivos/hiperativos a ponto de causar prejuízos, contudo,
ele tende a discordar de regras dos jogos e tende a ser persistente diante de uma ideia. A criança exibe bom
comportamento adaptativo, parecendo ser uma criança tranquila e adequadamente sociável. Todavia, os pais
concordam que ele geralmente é distraído, esquece rápido que foi dito e mostra-se concentrado apenas em
atividades do seu interesse.
Mãe Regular
Punição Inconsistente
Pai Regular
Mãe Bom
Negligência
Pai Bom
Mãe Bom
Disciplina Relaxada
Pai Bom
Mãe Bom
Monitoria Negativa
Pai Regular
Mãe Ótimo
Abuso Físico
Pai Ótimo
Tabela 5. Segundo Gomide (2021): Monitoria Positiva: Os pais tem conhecimento acerca de onde o filho se encontra, de suas
atividades, gostos e preferências. Comportamento Moral: Os pais ensinam valores como honestidade, empatia e senso de justiça
aos filhos, auxiliando-os na discriminação do certo e do errado por meio de modelos positivos. Punição Inconsistente: Os pais
educam de acordo com seu humor do momento e não de forma contingente ao comportamento da criança, deixando-as confusas
na discriminação dos seus comportamentos. Negligência: Pais ausentes, não efetuam um papel significativo, eximindo-se de suas
responsabilidades e omitindo auxílio, podendo criar crianças inseguras, agressivas e com baixa estima. Disciplina Relaxada:
Quando os pais determinam regras e acabam eles mesmos por desrespeitá-las ou esquecê-las. Monitoria Negativa: Determinam
regras em excesso, fiscalizam em demasia a vida dos filhos e repetem uma ordem diversas vezes, utilizam a supervisão estressante.
Abuso Físico: Utilizam práticas corporais lesivas na tentativa de controlar o comportamento dos filhos, podendo influenciar em
desencadeadores de comportamentos antissociais. Resultados classificados como ótimos e bons indicam que as ações parentais
estão voltadas para o fortalecimento de habilidades prossociais, com ênfase em acompanhamento dos filhos e ensinamento de
comportamentos morais. Já os resultados classificados como regular e de risco indicam a prevalência de práticas parentais
negativas que podem estar associadas ao desenvolvimento de comportamentos antissociais.
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Resumo
Funções cognitivas Análise e Classificação
Compreensão Verbal Preservado
Eficiência Cognitiva Organização Perceptual Preservado
Memória Operacional Dificuldade
Velocidade de Processamento Preservado
Involuntária Preservado
Seletiva Dificuldade
Atenção Concentrada Dificuldade
Alternada Dificuldade
Dividida Dificuldade
Volição Preservado
Planejamento Dificuldade
Controle inibitório Dificuldade
Memória operacional Dificuldade
Funções Flexibilidade cognitiva Dificuldade
executivas Resolução de problemas Preservado
Raciocínio lógico sequencial Preservado
Raciocínio abstrato Preservado
Fluência ortográfica Preservado
Fluência semântica Preservado
Julgamento social Preservado
Autorregulação Preservado
Memória não declarativa Preservado
Memória verbal – curto prazo Preservado
Memória verbal – longo prazo Preservado
Memória Curva de aprendizagem Dificuldade
Memória semântica Preservado
Memória semântica ligada a conteúdo escolar Preservado
Memória visual – curto prazo Preservado
Memória prospectiva Dificuldade
Compreensão escrita Preservado
Compreensão oral Preservado
Expressão oral Preservado
Vocabulário Preservado
Consciência fonológica Preservado
Linguagem Escrita Dificuldade
Eficiência na escrita Dificuldade
Leitura Dificuldade
Eficiência na leitura Dificuldade
Habilidades aritméticas Preservado
Fluência Ortográfica Preservado
Fluência Semântica Preservado
Nomeação Preservado
Percepção de objetos Preservado
Percepção de faces Preservado
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5. Conclusão:
Ressalta-se que, o ser humano possui uma natureza dinâmica; não definitiva e não cristalizada. Sendo assim,
os resultados aqui expostos dizem respeito ao funcionamento das funções cognitivas, como também, da
personalidade, humor e afetividade de Marley no momento presente, podendo haver alterações posteriores,
dependendo das contingências ambientais vivenciadas e/ou do (s) acompanhamento (s) recebido (s).
6. Sugestões de encaminhamento:
- Pediatra, especialista em Transtornos do Neurodesenvolvimento;
- Acompanhamento psicopedagógico
- Acompanhamento psicológico
- Reabilitação Cognitiva
7. Referências Bibliográficas:
Abreu, N.; Rivero, T. S.; Coutinho, G., & Bueno, O. F. A. (2014). Neuropsicologia da aprendizagem e
memória. In C. H. P. Camargo, R. M. Cosenza, D. Fuentes & L. F. Malloy-Diniz (Orgs.). Neuropsicologia
Teoria e Prática. (Vol. 1, ed. 2ª, pp. 103-114). Porto Alegre: Artmed.
Baddeley, A. (2011). O que é memória? In: A. Baddeley; M. W. Eysenck & M. C. Anderson. Memória.
Porto Alegre: Artmed.
Brião, J. C.; Campanholo, K. R. & Serrao, V. T. (2019). Praxia e gnosia. In E. C. Miotto., K. R. Campanholo,
V. T. Serrao & B. T. Trevisan. Vol. 2. Manual de Avaliação Neuropsicológica: a prática da testagem
cognitiva. São Paulo: Memnon.
Brião, J. C.; Campanholo, K. R. & Serrao, V. T. (2018). Praxia e gnosia. In E. C. Miotto., K. R. Campanholo,
V. T. Serrao & B. T. Trevisan. Vol. 1. Manual de Avaliação Neuropsicológica. São Paulo: Memnon.
Cardoso, C. O.; Pureza, J. R.; Gonçalves, H. A.; Jacobsen, G.; Senger, J.; Colling, A. P. C. & Fonseca, R. P.
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(62) 99178-2946/ 3941-2081
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8. À equipe multidisciplinar,
(Que pode se beneficiar da Avaliação Neuropsicológica),
Por esse motivo a anamnese é feita de forma detalhada, e por se tratar de documento sigiloso, deve ser
repassado, fotocopiado ou discutido com terceiros somente com a autorização por escrito dos pais ou
responsáveis. Importante ler o documento na íntegra e não somente a conclusão para entender o raciocínio
clínico feito durante todo o processo de avaliação.
Lembrando que na Avaliação Neuropsicológica o uso apropriado das informações deve ser feito de forma
ética, preservando e zelando a integridade socioemocional do examinando em questão, não o expondo,
portanto, a qualquer situação de constrangimento ou discriminação.
Com a autorização dos pais por escrito me encontro à disposição para esclarecimentos de dúvidas ou
discussão à respeito do Exame pelo e-mail (colocar seu e-mail) ou pelo telefone (62) (seu telefone).
9. Termo de Entrega
Nós, pais de Marley, confirmamos que o laudo foi entregue. Afirmamos que a profissional em questão
explicou o documento na devolutiva, entregando 2 (duas) vias do laudo.
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Sarah Cassimiro Marques
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CRP09/7343
Importante ressaltar que este documento:
1. Não pode ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de identificação do documento.
2. Tem caráter sigiloso, extrajudicial, não cabendo a psicóloga responsabilizar-se por seu uso após a entrega do laudo.
3. A análise isolada deste laudo não tem valor diagnóstico se não for avaliado em conjunto com os dados clínicos epistemológicos, exames de
neuroimagem e laboratoriais adicionais ao paciente.
4. Para considerar este perfil conclusivo, recomenda-se reavaliação de seguimento em 12 meses ou segundo critério profissional.
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