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Legislação Aplicada à Área de

Gestão de Saúde e Segurança do


Trabalho
Zilmara Peixoto Nakai

Curso Técnico em Segurança do Trabalho


Educação a Distância
2017
EXPEDIENTE

Professor Autor
Zilmara Peixoto Nakai

Design Instrucional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Revisão de Língua Portuguesa


Eliane Azevedo

Diagramação
Klébia Carvalho

Coordenação
Manoel Vanderley dos Santos Neto

Coordenação Executiva
George Bento Catunda

Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação


Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

Setembro, 2017
Catalogação na fonte
Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129

N163l
Nakai, Zilmara Peixoto.
Legislação Aplicada à Área de Gestão de Saúde e
Segurança do Trabalho: Curso Técnico em Segurança do
Trabalho: Educação a distância / Zilmara Peixoto Nakai. –
Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de
Pernambuco, 2017.
48 p.: il.

Inclui referências bibliográficas.

1. Acidentes do trabalho — Leis e legislação — Brasil do


trabalho — Leis e legislação — 2. Higiene Brasil 3. Segurança
do trabalho — Leis e legislação — BrasilI. I. Anjos Neto, Mário
Rodrigues dos. II. Título.

CDU – 34:331.4(81)(094)
Sumário
Introdução ...................................................................................................................................... 5

1. Competência 01 | Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho na Construção Civil ..... 6

1.1 Comunicação prévia ............................................................................................................................... 8

1.2 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT .................. 9

1.3 Área de vivência ................................................................................................................................... 12

1.3.1 Instalações sanitárias ......................................................................................................................... 14

1.3.2 Alojamento........................................................................................................................................ 15

1.3.3 Local para Refeição ............................................................................................................................ 15

1.3.4 Cozinha ............................................................................................................................................. 16

1.4 Demolição ............................................................................................................................................ 16

1.5 Escavações, fundações e desmonte de rochas ...................................................................................... 17

1.6 Carpintaria ........................................................................................................................................... 19

1.7 Armações de aço .................................................................................................................................. 19

1.8 Vibradores de imersão: ........................................................................................................................ 20

1.9 Escadas, rampas e passarelas ............................................................................................................... 21

1.10 Medidas de proteção contra quedas de altura .................................................................................... 22

2. Competência 02 | Legislação Brasileira Específica à Área de Agroindústria................................ 24

2.1 Direitos dos empregados: ..................................................................................................................... 25

2.2 Gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural ........................................................... 26

2.2.1 Assistência médica ............................................................................................................................ 27

2.2.2 Acidente com animais peçonhentos .................................................................................................. 28

2.3 SESTR - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural ............................................... 29

2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural .......................................................... 32

2.5 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins ............................................................................................. 33

3. Competência 03 | Conhecer a Legislação Brasileira Específica da Área Portuária....................... 35

3.1 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua ................................................................... 36


3.2 SESSTP - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Portuário ....................................... 36

3.3 CPAT - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário ..................................................... 37

3.4 Atracação e desatracação ..................................................................................................................... 38

3.5 Escada e rampas ................................................................................................................................... 40

3.6 Os conveses.......................................................................................................................................... 40

3.7 Os porões ............................................................................................................................................. 41

3.8 Equipamentos de içar ........................................................................................................................... 42

3.9 Locais frigorificados .............................................................................................................................. 42

3.10 Operações com cargas perigosas ........................................................................................................ 44

Conclusão ...................................................................................................................................... 46

Referências ................................................................................................................................... 47

Minicurrículo do Professor ............................................................................................................ 48


Introdução

Seja bem-vindo à disciplina de Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho na Construção


Civil, na Agroindústria e no Trabalho Portuário!

Nesta disciplina, você estudará o que temos descrito nas Normas Regulamentadoras do Ministério
do Trabalho e Emprego sobre as ocupações citadas; afinal, em todos os locais de trabalho devem ser
cumpridas as Leis peculiares à natureza da atividade.

Dessa forma, na 1ª semana, estudaremos o que diz a NR nº 18, do MTE referente ao conforto, riscos
e prevenção de acidentes na construção civil. Na 2ª semana, vamos ao meio rural visualizar os riscos
do trabalhador do campo (da silvicultura, piscicultura e atividades afins). Além disso, estudaremos a
NR nº31, do MTE e abordaremos questões referentes aos exames médicos, prevenção de acidentes
com animais peçonhentos, transporte de pessoas e outras situações comuns no meio rural.

Por fim, teremos na 3ª semana o estudo da NR nº 29, do MTE que aborda os requisitos mínimos de
saúde e segurança para o trabalhador portuário.

Portanto, desejo a você bons estudos!

5
Competência 01

1. Competência 01 | Legislação Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho


na Construção Civil

Nesta semana, você vai estudar a Norma Regulamentadora (NR) 18, que é a Legislação que trata das
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.

Você pode acessar essa NR no link:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm

Observe que a NR trata de condições e meio ambiente de trabalho. Quando pensamos em condições,
pensamos nas condições mínimas de saúde e segurança para os trabalhos de construção.

O que significa para você a indústria da construção?

Seria apenas a construção de edifícios?

Muitas pessoas restringem o significado da indústria da construção apenas a edificações, mas nesse
universo temos a pavimentação das estradas, construção de edifícios, trabalhos de reformas etc.

Neste caderno, iremos abordar, de forma sucinta, os principais pontos da NR 18, que tratam
justamente dessas questões. Mas, para isso, observe o que temos mais adiante...

Você já ouviu falar em RTP? Não? A partir de agora, leia com atenção todas as Recomendações
Técnicas de Procedimentos (RTP) abaixo e, em particular, a RTP 01.

6
Competência 01

Elas tratam das Recomendações Técnicas de Procedimentos com gravuras e comentários


da NR 18. Para relembrar, seguem os links

RTP 01 – Medidas de Proteção contra Quedas de Altura


RTP 01 – Medidas de Proteção contra Quedas de Altura
Disponível em http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-
procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-01-medidas-de-protecao-contra-quedas-
de-altura

RTP 02 – Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas – Elevadores de Obra


Disponível em http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-
procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-02-movimentacao-e-transporte-de-
materiais-e-pessoas-elevadores-de-obra

RTP 03 – Escavações, Fundações e Desmontes de Rochas


Disponível em http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-
procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-03-escavacoes-fundacoes-e-desmonte-de-
rochas

RTP 04 – Escadas, Rampas e Passarelas


Disponível em http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-
procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-04-escadas-rampas-e-passarelas

RTP 05 – Instalações Elétricas Temporárias em Canteiros de Obras


Disponível em http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-
procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-05-instalacoes-eletricas-temporarias-em-
canteiros-de-obras

Você lembra que no encontro presencial havia um texto sobre queda de trabalhador de altura?
Aproveite para analisar mais uma vez o acidente após a leitura da RTP.

Com base nisso, agora vamos detalhar os pontos principais da NR 18.

Esses pontos abordam questões que vão desde a elaboração das documentações obrigatórias na área
de saúde e segurança até os requisitos mínimos exigidos em cada etapa da obra com o fim de prevenir
os acidentes do trabalho e assegurar o cumprimento da legislação específica.

7
Competência 01

1.1 Comunicação prévia

Você sabia que uma das suas responsabilidades, como Técnico de Segurança, é providenciar a
comunicação prévia?

Como o nome já diz, é uma comunicação que deve ser encaminhada ao Ministério do Trabalho, antes
do início das atividades de construção.

Mas o que vem a ser esse documento?

Trata-se de um ofício que deve conter as seguintes informações:

a) Endereço correto da obra.


b) Endereço correto e qualificação (CNPJ) do contratante.
c) Tipo de obra: pavimentação, esgotamento sanitário, residenciais, industriais e comerciais.
d) Datas previstas para o início e data de previsão da conclusão da obra.
e) Número máximo previsto de trabalhadores.

Mas como essas informações devem estar dispostas nesse documento? É imprescindível que você
saiba como elaborar esse documento, pois isso faz parte da rotina do técnico em segurança do
trabalho na área da Construção Civil.

Então, para que você se aproprie da forma como esse documento é elaborado, assista à
videoaulaàso eà Co u i açãoàP via ,àpoisàout asài fo aç esài po ta tesàse ãoà
acrescentadas. Fique atento!

Então, para que você se aproprie da forma como esse documento é elaborado, assista à videoaula
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atento!

8
Competência 01

Será que essa recomendação da NR 18 é respeitada? Se ela não for respeitada, como o técnico em
Segurança deverá proceder?

Além da comunicação prévia, existe outro documento obrigatório exigido na NR 18, que é o PCMAT,
desenvolvido a seguir.

1.2 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção -


PCMAT

O PCMAT é um documento também obrigatório, assim como a comunicação prévia, que deve ser
elaborado quando houver previsão de se contratar mais de 20 trabalhadores no canteiro de obras.

Mas, se no canteiro de obras, não houver previsão de se contratar mais de 20 trabalhadores, então
em vez de fazer o PCMAT, será preciso elaborar o PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos
Ambientais). você pode verificar na NR 09, acessando o link:

http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm

Fique calmo! Não se preocupe! Nesse momento precisamos apenas dar ênfase à elaboração do
PCMAT.

Vamos lá!

Se o PCMAT é o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, o


que será que deve fazer parte de sua constituição? Observe mais abaixo:

9
Competência 01

A primeira parte do PCMAT consiste na elaboração do memorial sobre condições e


meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração
os riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas. Esse memorial nada mais é do que a descrição de cada função que haverá
no canteiro de obra, bem como os riscos a que cada profissional estará exposto e a
medida de controle dos riscos citados.

A segunda parte do PCMAT consta de um projeto detalhado de execução das


proteções coletivas em conformidade com as etapas da execução da obra, contendo
os cálculos, dimensões e detalhes construtivos.

A terceira parte consiste no detalhamento da especificação técnica das proteções


coletivas e individuais a serem utilizadas: descrição do CA dos EPIs e detalhamento do
tipo de material a ser utilizado nas proteções coletivas. Exemplos de proteção coletiva:
guarda-corpo, fechamento de piso, linha de vida etc.

A quarta parte consiste no cronograma de implantação das medidas preventivas.

A última parte consiste no croqui do layout inicial e atualizado do canteiro de obras


e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão do dimensionamento das
áreas de vivência.

Diante de tanta informação, você deve ter percebido que o PCMAT é um documento muito
importante. Devido a isso, a não elaboração dele resultará em multas, em caso de fiscalização do
Ministério do Trabalho.

10
Competência 01

Observe o link abaixo e veja alguns modelos de PCMAT:


http://resgatebrasiliavirtual.com.br/moodle/mod/book/view.php?id=311&chapterid=595

Depois que você viu esses modelos de PCMAT, deve estar se perguntando: quem pode elaborar o
PCMAT? Alguns dos modelos apresentados são complexos e envolvem a participação de profissionais
especializados.

Com base nas informações de que você já dispõe, assista à videoaula e participe do fórum
Que àela o aàoàPCMáT? .àEsseàt pi oàesta à oà F u àPe a e teàdeàDúvidasàeà
Dis uss es .

Co à aseà asài fo aç esàdeà ueàvo àj àdisp e,àassistaà àvideoaulaàeàpa ti ipeàdoàf u à Que à


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Vamos lá? Quero ver a sua participação.

Você já viu até aqui a importância da elaboração da Comunicação Prévia e do PCMAT. Deste
ponto em diante, observe os requisitos de segurança em cada etapa da obra, conforme o PCMAT.
Vamos lá?

Antes de continuarmos, eu tenho um desafio para você. Imagine-se em um


helicóptero sobrevoando uma obra de construção civil de pequeno porte. Você
consegue pensar no que veria?

11
Competência 01

elaboração da Comunicação Prévia e do


PCM. Deste ponto em diante, observe os
requisitos de segurança em cada etapa da obra,
conforme o PCMAT. Vamos lá?

Figura 01 - Obra Vista de Cima


Fonte: http://blog.construtoralaguna.com.br/tag/empresarial/page/5/
Descrição: nessa imagem você vê um canteiro de obra visto de cima, como se você
estivesse sobrevoando a área em um helicóptero. Você olha para baixo e vê o terreno
com alguns galpões nas extremidades do mesmo. Esses galpões são as áreas de vivência
citadas na NR 18 (como cozinha, refeitório, banheiros, vestiários e área de lazer).

Olhando de cima, o que você veria?

Você percebe várias etapas da obra e alguns espaços em comum? Esses espaços são chamados de
área de vivência. Vamos estudá-los nas próximas páginas.

1.3 Área de vivência

O que seria, para você, uma área de vivência?

A área de vivência é um espaço em comum compartilhado pelos trabalhadores e compreende as


instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, cozinha (quando houver preparo de
refeições), lavanderia, área de lazer e ambulatório. Para isso, consulte o item 2 da NR 18.

Você sabia que nem toda obra possui alojamento, lavanderia e área de lazer? Por que será?

12
Competência 01

Existem muitos trabalhadores que moram em áreas distantes, por isso precisam dormir no local de
trabalho, sendo-lhes necessário alojamento, lavanderia e área de lazer. Observe que esses itens não
são opcionais, são itens obrigatórios por lei.

Essas áreas citadas devem ser limpas e organizadas para tornar o ambiente agradável para os
trabalhadores.

Essas áreas de vivência podem ser construídas de alvenaria ou tábuas de boa qualidade, que não
apresentem nós ou rachaduras, mas também podem ser utilizados contêineres. Veja mais abaixo um
exemplo:

Figura 02 - Área de Vivência em Contêiner


Fonte: http://www.ibimaq.com.br/
Descrição: nessa imagem você vê uma parte de área de vivência em conteiner. O
contêiner é uma estrutura metálica montado com peças removíveis, parece mais um
caixote pré-montado. Nessa imagem o contêiner foi montado para uma instalação
sanitária e você vê o vaso sanitário, com pia e a porta aberta. Logo a frente existe uma
escada de acesso e o lado esquerdo externo possui algumas lixeiras para coleta
seletiva de lixo. O contêiner foi todo pintado na cor vermelha e está sob-rodas,
podendo ser empurrado caso a obra evolua ainda mais. Esse tipo de estrutura é muito
comum quando a obra é de pavimentação de estradas, pois a área de vivência precisa
se locomover junto com a evolução da obra.

Os contêineres são permitidos em obras e são muito comuns em pavimentação de estradas, pois o
local de área de vivência se desloca à medida que a obra evolui.

No entanto, os contêineres ou instalações móveis devem atender aos seguintes parâmetros em cada
módulo:

13
Competência 01

 Ter área de ventilação de, no mínimo, 15% da área do piso com, pelo menos, duas aberturas
que permitam a passagem e circulação do ar no seu interior.
 Possuir aterramento elétrico e estar protegido contra os choques elétricos.
 Possuir camas em alojamento tipo contêiner: as mesmas podem formar beliche, mas a altura
de uma cama para outra deverá ser de, no mínimo 0,90m. Essa dimensão é válida somente
para instalações móveis, conforme o item 18.4.1.3.1.
 Conter um laudo técnico das condições do contêiner em relação à ausência de riscos físicos,
químicos e biológicos.

Agora vamos observar como algumas instalações devem estar dispostas na área de vivência.

1.3.1 Instalações sanitárias

As recomendações de higiene e segurança para as instalações sanitárias estão descritas no item


18.4.2 da NR 18, tendo sido determinadas pela equipe tripartite formada por representantes do
Ministério do Trabalho, Sindicato da Categoria e representantes dos empregadores da indústria da
construção. Mais abaixo, listamos algumas recomendações mais relevantes e que mais saltam à vista
dos Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho. Observe:

 Portas de acesso a fim de resguardar a integridade de quem esteja no interior da mesma.


 Banheiros independentes para homens e mulheres, ou seja, separados por sexo.
 Um conjunto contendo lavatório, vaso sanitário e mictório para cada grupo de 20
trabalhadores ou fração.
 Um chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração.
 Mictórios individuais ou coletivos, tipo calha; ter revestimento interno de material liso e
lavável; ser provido de descarga provocada ou automática; serem ligados à rede de esgoto ou
fossa séptica e ter cada segmento de 0,60m dimensionado para 1 único trabalhador, se for
tipo calha.

14
Competência 01

Além das instalações sanitárias, temos o alojamento que também deve conter algumas especificações
legais.

1.3.2 Alojamento

Será que deve haver alojamento em todos os tipos de obra?

A NR 18 preconiza que só será necessário alojamento nas obras onde houver trabalhadores que
dormem no próprio local de trabalho. Sendo assim, a água potável fornecida a eles, por exemplo,
deve ser oferecida por meio de bebedouros de jato inclinado na proporção de um bebedouro para
cada grupo de 25 trabalhadores ou fração.

Outro aspecto relevante a ser citado é a proibição da permanência de pessoas com doença
infectocontagiosa no alojamento ou em qualquer outro espaço da obra.

Além do alojamentr, temos o local para refeição descrito mais abaixo.

1.3.3 Local para Refeição

Neste espaço, os trabalhadores se reúnem para realizar as refeições, sendo disponibilizado local
específico para o aquecimento das mesmas. De igual modo, a água potável deve estar disponível,
sendo proibido o uso de copos coletivos.

15
Competência 01

Figura 03 - Refeitório
Fonte: http://www.sintraconstrio.org.br/portal/index.php/component/k2/item/246-
brookfield-inaugura-refeitorio-de -obra-apos-fiscalizacao-do-sindicato
Descrição: nessa imagem você vê umrefeitório com alguns trabalhadores em horário de
refeição. O espaço é grandeo suficiente para caber todos os trabalhadores sem gerar
tumulto. O ambiente é amplo, limpo, com ventilação artificial por meio de ar
condicionado e com iluminação artificial também, por meio de lâmpadas fluorescentes

Algumas obras possuem, além do local de refeições, uma cozinha para o preparo do alimento.

Mas como deve ser essa cozinha?

1.3.4 Cozinha

A cozinha deve ficar adjacente ao local das refeições para facilitar o trânsito dos trabalhadores na
obra. O GLP (Gás Liquefeito do Petróleo ou gás de cozinha), utilizado para a preparação dos alimentos,
deve ser acondicionado na área externa, sendo esta concebida para ser permanentemente ventilada
e coberta.

Agora que estamos estudando as áreas de apoio ou áreas de vivência, vamos ver os principais
cuidados com a segurança do trabalho em cada uma das etapas da obra! Começaremos pela
etapa da demolição.

1.4 Demolição

Antes de se iniciar a demolição, deve haver o desligamento, retirada ou proteção das fiações elétricas,
canalizações de água, canalizações de líquidos e gasosos liquefeitos, canalizações de esgoto etc. Além

16
Competência 01

disso, as construções que se encontram no entorno da área a ser demolida devem ser previamente
avaliadas e examinadas a fim de evitar acidentes com as mesmas.

Figura 04 - Demolição Manual


Fonte: http://www.demolidoraedemolicoes.com/category/demolicao-manual/
Descrição: nessa imagem você vê um trabalhador em pé, com capacete e cinto de
segurança enrolado na cintura. O mesmo possui um martelo para demolição da parede. A
parede já está parcialmente demolida

Também é obrigatório o acompanhamento da demolição por um profissional legalmente habilitado,


ou seja, por um profissional que possua registro em conselho de classe como, por exemplo, o CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura).

Essa etapa nem sempre é necessária, mas a etapa seguinte, de escavação, é comum em várias obras.

Vamos lá!

1.5 Escavações, fundações e desmonte de rochas

Uma das etapas da obra é o momento de escavações, fundações e desmonte de rochas. Neste
momento devem ser seguidas importantes normas de segurança, como: manter a limpeza da área de
trabalho a fim de evitar acidentes; escoramento dos muros vizinhos; ter o acompanhamento de um
responsável técnico legalmente habilitado; certificar-se do desligamento de possíveis cabos elétricos
e fazer a proteção dos taludes (terreno escavado em 45 graus em relação ao nível do solo) em
escavações com profundidade superior a 1,25m (um metro e vinte e cinco centímetros).

17
Competência 01

O item 18.6.8 cita que os ateriais retirados da escavação deve ser depositados a u a distância
superior à etade da profu didade .

Você acha que esse item é obedecido? Qual a importância dessa recomendação? Na videoaula
sobre I speção de “egura ça do Trabalho e u Ca teiro de Obras , tratare os desse ite .

Observe agora a importância do escoramento dos taludes.

Essa importante medida de segurança evita acidentes em caso de chuva repentina que ofereça risco
de queda dos blocos de rochas ou de argila retirados da área escavada. O escoramento retém esse
material com segurança.

Figura 05 - Escoramento em Talude


Fonte: http://www.engenhariacivil.com/analise-estruturas-suporte-flexiveis-
metodo-elementos-finitos
Descrição: nessa imagem você vê uma escavação totalmente escorada com tábuas
e suportes de madeira. Esse tipo de escoramento se chama talude e evita que blocos
de rochas deslizem sobre pessoas que estejam trabalhando dentro da área escavada.

Após as etapas de demolição e escavação, temos a carpintaria como importante instrumento de


auxílio à etapa de alvenaria.

Você já visualizou a área da carpintaria?

Em que consiste este espaço?

18
Competência 01

1.6 Carpintaria

Nesse espaço você tem disponíveis as formas de madeira e o processo de serragem das madeiras que
servirão para moldar as estruturas de concreto como as vigas, lajes e colunas de sustentação da obra.

Nas atividades de carpintaria, é imprescindível o uso da serra circular. A utilização desse equipamento
deve observar as normas de segurança descritas na NR 18. Co e teà oà f u à Re uisitosà deà
“egu a çaà aàCa pi ta ia àasàp i ipaisà e o e daç esàpa aàsuaàutilização segura.

Como você viu, na carpintaria utiliza-se madeira que servirá de escora para vigas, lajes e colunas que,
por sua vez, possuem armações de aço como elementos de sustentação em seu interior.

Vamos conhecer as recomendações de segurança para as armações de aço?

1.7 Armações de aço

Uma atividade diária no canteiro de obra é a armação de aço, utilizada para dar sustentação a vigas
e colunas. Nessa atividade, devemos orientar os trabalhadores a não dobrar o aço no piso irregular
ou em local impróprio como área de circulação de pessoas, pois a dobragem e o corte de vergalhões
devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e estáveis.

A área destinada à bancada das armações de aço deve ter cobertura resistente, lâmpadas protegidas
contra impactos de partículas ou vergalhões. Geralmente, usa-se uma proteção de aço chamada de
arandela.

Não são permitidas pontas de vergalhões sem proteção apropriada, assim como não é permitido que
a área destinada para armações de aço seja de livre acesso a todo e qualquer trabalhador ou visitante
do canteiro. Neste caso, é importante isolar a área, delimitando-a por meio de guarda-corpo, por
exemplo. Além disso, é necessário sinalizar com cartaz indicativo de área restrita apenas a
trabalhadores autorizados.

19
Competência 01

Figura 06 - Protetores de Vergalhões


Fonte: http://segurancatoscana.blogspot.com.br/2011/06/protecao-de-vergalhoes.
html
Descrição: nessa imagem você vê uma laje toda forrada com grades de ferros e alguns
vergalhões na vertical. Essas ferragens estão prontas para serem preenchidas com
cimento, por ocasião da concretagem, que é a mistura de concreto ou cimento com
água. Cada vergalhão na vertical possui um protetor de ponta de vergalhão conforme
exigência da NR 18.

Essas ferragens serão cobertas por concreto numa etapa chamada de concretagem. Na concretagem
é muito comum o uso de vibradores de imersão. Você consegue visualizar os riscos de acidentes no
manuseio desses vibradores?

Vamos ver isso a seguir!

1.8 Vibradores de imersão:

Nas atividades de concretagem são utilizados vibradores e caçambas transportadoras de concreto e,


para esses itens, temos a seguinte citação de norma:

18.9.11 - os vibradores de imersão e de placas devem ter dupla isolação e os cabos de ligação devem
ser protegidos contra os choques mecânicos e cortes pela ferragem, devendo ser inspecionados antes
e durante a utilização.

18.9.12 - as caçambas transportadoras de concreto devem ter dispositivos de segurança que


impeçam o seu descarregamento acidental.

20
Competência 01

Figura 07 - Vibrador de Imersão


Fonte:http://rs.quebarato.com.br/portao/vibrador-de-imersao-de-alta-frequencia-
portatil_3D9C49.html
Descrição: nessa imagem você vê um trabalhador em pé, com capacete amarelo,
com sapato de segurança e segurando uma mangueira que funciona como um
vibrador, que serve para ajudar na homogeneização do concreto

Quais os riscos que você visualiza nessa etapa? Já imaginou ou já visualizou o momento da
concretagem?

Na concretagem você tem vibrador de imersão com uso de eletricidade, água, cimento e ferragens.
Logo, você tem um ambiente muito propício ao acidente do trabalho e a inspeção detalhada é
imprescindível.

Agora vamos pensar um pouco nas madeiras utilizadas em uma obra?

1.9 Escadas, rampas e passarelas

Você já observou a quantidade de escadarias e rampas que visualizamos em uma construção de


edifício? As rampas, escadas e passarelas são muito utilizadas para passagem de pessoas de um local
para outro da obra onde se tenha uma escavação ou um desnível logo abaixo, assim como para
passagem de carros de mão e acesso às áreas de vivência. Todavia essas rampas não podem ser
construídas de todo jeito, pois é necessário seguir as recomendações legais do item 18.12 da Norma
Regulamentadora nº 18.

A madeira utilizada não poderá apresentar nós e rachaduras que comprometam sua resistência, nem
poderá ser pintada, pois este ato pode encobrir imperfeições capazes de gerar acidentes do trabalho.

21
Competência 01

Essa madeira também é utilizada na proteção contra queda de altura, como confecção de guarda-
corpos e fechamento das aberturas provisórias do piso.

1.10 Medidas de proteção contra quedas de altura

Vamos começar protegendo o trabalhador de queda pelas aberturas no piso que deve possuir
fechamento provisório resistente e, caso essa abertura seja utilizada para subida e descida de
materiais, a mesma deverá possuir guarda-corpo com altura mínima de 1,20m (um metro e vinte
centímetros) em toda a sua extremidade.

O guarda-corpo deve ser construído com altura mínima de 1,20m (um metro e vinte
centímetros) para o travessão superior e 0,70m (setenta centímetros) para o travessão
intermediário, com rodapé de 0,20m (vinte centímetros).

Os edifícios com mais de 4 (quatro) pavimentos de altura devem possuir uma plataforma principal
de proteção de altura da primeira laje. A partir dessa plataforma principal, a cada 3 (três) lajes
deverá ser instalada uma plataforma secundária um pouco menor em extensão horizontal que a
plataforma principal.

Figura 08 - Plataformas Principal e Secundária


Fonte: http://bandejadeprotecaoprincipal.blogspot.com.br/2010/08/bandeja-de-
protecao-principal.html
Descrição: nessa imagem você vê a frente de um prédio em construção com a
plataforma primária que tem o aspecto de uma bandeja que retém os cascalhos e
materiais que venham a cair dos pavimentos mais altos. Essa plataforma evita que
esses materiais atinjam pessoas que estejam transitando na área construída

22
Competência 01

Então, prezado estudante, conseguiu compreender tudo até aqui? Lembre-se de que algumas dúvidas
podem ser solucionadas no chat e nos diversos fóruns presentes na disciplina. Fique atento!

Com o último tópico, encerramos os estudos da nossa primeira semana.

Aproveite e assista ao filme EPI na Construção Civil disponível no link


https://www.youtube.com/watch?v=Z87kcvTF3iU

23
Competência 02

2. Competência 02 | Legislação Brasileira Específica à Área de


Agroindústria

Assim como na construção civil, também na área da agroindústria é preciso tomar as precauções de
segurança para evitar acidentes do trabalho, por isso, nesta semana, nós iremos discutir a legislação
de saúde e segurança do trabalho hoje utilizada que é a Norma Regulamentadora nº 31 (Segurança e
Saúde no Trabalho na Agroindústria, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura).

Agricultura:Cultivo de plantas com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia, matéria-prima


para roupas, construções, medicamentos e ferramentas.
Pecuária: atividade que envolve a criação de gado, a domesticação e a reprodução de animais.
Silvicultura: atividade ligada à implantação e regeneração de florestas, visando desta forma o
aproveitamento e a manutenção racional das florestas, em função do interesse ecológico,
científico, econômico e social.
Aquicultura: produção de organismos aquáticos, como a criação de peixes, moluscos, crustáceos,
anfíbios e o cultivo de plantas aquáticas para uso do homem.
Fonte: http://fateccb.criarumblog.com/FATEC-CAPAO-BONITO-b1/O-que-e-silvicultura-b1-p3.htm

Essa legislação entrou em vigor em 03/03/2005 e, até essa data, os profissionais de saúde e segurança
do trabalho faziam uso de Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs) que eram em número de 05.
Porém, hoje, essas NRRs estão extintas.

Não se esqueça de ler a NR 31 na íntegra no site:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm

Na prevenção de acidentes, o empregador possui obrigações e o trabalhador também. Vamos


conhecê-las?

Em relação ao empregador rural, são elas:

24
Competência 02

 Garantir adequadas condições de trabalho, higiene e conforto para todos os trabalhadores.


 Realizar avaliações dos riscos.
 Promover melhorias no ambiente de trabalho.

Algumas obrigações dos empregados são:

 Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas atividades,


especialmente quanto às Ordens de Serviço para esse fim;
 Submeter-se aos exames médicos previstos nesta Norma Regulamentadora;
 Colaborar com a empresa na aplicação desta Norma Regulamentadora.

Essas recomendações devem ficar bem claras por meio de treinamentos e palestras realizados pelos
profissionais de saúde e segurança do trabalho.

Você acabou de estudar os deveres dos empregados, vamos agora falar dos direitos dos mesmos!

2.1 Direitos dos empregados:

Se por um lado existem os direitos do empregador rural, por outro lado, existem os direitos do
trabalhador rural como, por exemplo:

 Ter o direito de escolher o seu representante em matéria de segurança e saúde no trabalho;


 Ter o direito a paralisação da atividade em caso de greve e iminente risco de acidente;
 Ser comunicado das medidas de segurança em suas atividades rotineiras e eventuais.

Observe a imagem que segue:

25
Competência 02

Figura 09 - Atividade Interrompida Durante Chuva de Granizo


Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/03/da-vontadede-ir-
embora-diz-homem-que-perdeu-safra-com-granizo-no rs.html
Descrição: nessa imagem você visualiza uma plantação de cana de açúcar muito
danificada devido à chuva de granizo

Na imagem, você vê uma plantação atingida por chuva de granizo. Diante dessa situação, o
trabalhador deve ter assegurado o direito à paralisação da atividade a fim de evitar acidentes do
trabalho.

Em que outro tipo de situação você visualiza a necessidade de paralisação da atividade?

Pa ti ipeàdoàf u à Di eitoàdeàRe usa ,àdeixa doàseuà o e t io.

A atividade agroindustrial depende de uma boa gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Vamos
conhecer os fundamentos dessa gestão?

2.2 Gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho rural

A gestão contempla ações de segurança e saúde que devem atender os seguintes aspectos:

26
Competência 02

 Melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho;


 Promoção da saúde e da integridade física dos trabalhadores rurais;
 Campanhas educativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Figura 10 - Campanhas Educativas


Fonte: http://www.tvuai.com.br/tvuai/1028
Descrição: trabalhador rural sorrindo, sentado em cadeiras estofadas e seguras de um ônibus rural.
Noà a tazà existe à asà segui tesà f ases: áà dig idadeà doà t a alhado à u alà o eçaà aà est ada à eà
T a spo ta à t a alhado esà e à a o e iaà deà a i hãoà à desu a oà eà i segu o ,à ago aà à
o igat io ,à t a spo teà deà t a alhado esà u aisà ape asà e à i o i usà eà va s ,à MPTà –
Mi ist ioàPú li oàdoàT a alho .

Na imagem você vê um folder da campanha de segurança sobre o transporte seguro dos


trabalhadores. Mas será que ainda existem trabalhadores rurais em transporte irregular? Pense sobre
isso!

2.2.1 Assistência médica

A assistência médica faz parte da gestão, pois deve-se deixar claro que o trabalhador rural tem direito
a consultas médicas e realização do exame admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de
mudança de função e demissional.

Além de direito à assistência médica, ele deverá ter em seu local de trabalho todo o material
necessário aos primeiros socorros e, em caso de urgência, deverá ser removido sem despesa
nenhuma, sendo essa remoção responsabilidade do empregador rural.

27
Competência 02

Os casos de urgência incluem intoxicação por agrotóxicos, acidentes graves e acidentes com animais
peçonhentos.

Vejamos o que a NR 31 fala sobre animais peçonhentos!

2.2.2 Acidente com animais peçonhentos

Em caso de acidentes com animais peçonhentos, após os procedimentos de primeiros socorros, o


trabalhador deverá ser encaminhado imediatamente à unidade de saúde mais próxima do local.

Figura 11 - Acidente com Jararaca (Bothrops)


Fonte: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mVI.a.botr.htm
Descrição: na imagem você vê uma mão com 4º dedo sangrando devido a ataque de
jararaca no meio rural.

E diante desse acidente caberá ao empregador rural, através de laudo médico ou atestado médico,
tomar as seguintes atitudes:

 Emitir a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho).


 Afastar o trabalhador da exposição ao risco ou afastar do trabalho.
 Encaminhar o trabalhador à previdência social para estabelecimento do nexo causal, avaliação
de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho.

Todos esses procedimentos de segurança devem ser defendidos pelos profissionais de saúde e
segurança do trabalho através de serviço especializado.

28
Competência 02

Mas, qual o serviço de saúde e segurança do trabalho no meio rural?

Vamos estudar a seguir!

2.3 SESTR - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural

O SESTR é uma variação do SESMT regido pela NR 04.

Observe a NR 04 que trata de SESMT no site:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm

Os profissionais do SESTR desenvolvem ações técnicas, integradas às práticas de gestão de segurança,


saúde e meio ambiente de trabalho, para tornar o local de trabalho compatível com a promoção da
segurança e saúde e da preservação da integridade física do trabalhador rural.

Algumas atribuições do SESTR são:

 Promover e desenvolver atividades educativas.


 Identificar medidas de eliminação, controle ou redução dos riscos.
 Participar dos projetos dos postos de trabalho a fim de visualizar melhorias ergonômicas.

O dono do empreendimento rural pode escolher a modalidade de SESTR que desejar. Os tipos de
SESTR são:

 Próprio – quando os profissionais especializados mantiverem vínculo empregatício.


 Externo – quando o empregador rural contar com consultoria.
 Coletivo – quando o serviço for compartilhado entre dois ou mais empregadores rurais.

29
Competência 02

Caso o empregador rural não opte por manter vínculo empregatício com o Técnico em Segurança do
Trabalho, poderá optar pelo SESTR Externo, ou seja, pela contratação de consultoria externa.

Essa consultoria deverá possuir personalidade jurídica e exercer exclusivamente atividades de


prestação de ser

O se veà aàvideoaulaàso eà “E“TR,àCIPáTRàeà uidadosà oàusoàdeàag ot xi os àosà e uisitosà


a serem obedecidos para a contratação do SESTR coletivo.
Va osà o ve sa àso eàissoà oàf u àso eà SESTR – Vantagens e desvantagens.
Oportunidade de empreendedorismo.

Observe o dimensionamento do SESTR nas tabelas que seguem:

Figura 12 - Dimensionamento do SESTR Próprio


Fonte: http://www.tecnolegis.com/lei/normas-regulamentares/nr-31.html
Descrição: nessa tabela você vê a quantidade de profissionais do SESTR que devem ser contratados, tomando
como base a quantidade de trabalhadores no meio rural. Essa tabela é referente ao SESTR próprio, ou seja,
aquele que tem vínculo empregatício com o empregador rural. Na primeira linha, você vê que se no
estabelecimento rural houver de 51 até 150 trabalhadores, é necessário haver 1 técnico em segurança do
trabalho. Se houver de 151 até 300 trabalhadores rurais, é necessário ter 1 técnico em segurança do trabalho
e 1 auxiliar de enfermagem do trabalho. Se houver de 301 até 500, deve haver 1 médico do trabalho em
horário parcial (4 horas de trabalho), 2 técnicos em segurança do trabalho, 1 enfermeiro do trabalho e 1
auxiliar de enfermagem do trabalho. De 501 até 1000 trabalhadores rurais, é preciso ter todos os profissionais
que compõem um SESTR, nas seguintes quantidades: 1 engenheiro de segurança do trabalho em horário
parcial (4 horas), 1 médico do trabalho em horário parcial (4 horas), 2 técnicos em segurança do trabalho, 1
enfermeiro do trabalho e 1 auxiliar de enfermagem do trabalho. Acima de 1000 trabalhadores rurais é preciso
ter: 1 engenheiro de segurança do trabalho, 1 médico do trabalho, 3 técnicos em segurança do trabalho, 1
enfermeiro do trabalho e 2 auxiliares de enfermagem do trabalho.

30
Competência 02

Figura 13- Dimensionamento do SESTR Externo e Coletivo


Fonte: http://www.fireservice.com.br/2012/nr31.htm
Descrição: nessa tabela você vê o dimensionamento do SESTR, caso a escolha seja por SESTR externo e
coletivo. Desde o momento em que se opta pelo SESTR externo e coletivo até o momento em que se tem
500 trabalhadores rurais, são necessários todos os profissionais do SESTR, nas seguintes quantidades: 1
engenheiro de segurança do trabalho, 1 médico do trabalho, 2 técnicos em segurança do trabalho, 1
enfermeiro do trabalho e 1 auxiliar em enfermagem do trabalho. De 501 até 1000 trabalhadores rurais,
são necessários: 1 eng. De seg. do trabalho, 1 médico do trabalho, 3 técnicos em segurança do trabalho,
, 1 enfermeiro do trabalho e 2 auxiliares de enfermagem do trabalho. Acima de 1000 trabalhadores rurais,
são necessários: 2 engenheiros de segurança do trabalho, 2 médicos do trabalho, 4 técnicos de segurança
do trabalho, 2 enfermeiros do trabalho e 3 auxiliares de enfermagem do trabalho.

Observando essas tabelas de dimensionamento do SESTR, responda: quais as vantagens e/ou


desvantagens para cada modalidade de SESTR?
Seria mais vantajoso contratar um SESTR coletivo ou próprio?
Vamos conversar sobre isso no fórum?

Além do SESTR, o trabalhador rural pode contar com o apoio da CIPATR que é uma modalidade de
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).

Antes de estudar a CIPATR, olhe a NR 05 que trata sobre CIPA no site:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm

31
Competência 02

2.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural

A CIPATR é uma variação da CIPA regida pela NR 05. As duas têm em comum apenas seus objetivos,
pois a forma de gestão e o dimensionamento são completamente diferentes.

Observe o quadro de dimensionamento da CIPATR:

Figura 14 - Dimensionamento da CIPATR


Fonte: http://www.tecnolegis.com/lei/normas-regulamentares/nr-31.html
Descrição: nessa tabela você vê a tabela de dimensionamento da CIPATR. A partir de 20 trabalhadores rurais
é obrigatória a formação de uma CIPATR. De 20 até 35 trabalhadores rurais, deve-se ter 1 titular
representante dos trabalhadores e 1 titular representante do empregador. Lembrando que para cada titular
deve haver 1 suplente.

Na CIPATR não existe a denominação Presidente e Vice-Presidente, como na CIPA regida pela N 05.
Na CIPATR, a denominação é de coordenador (escolhido pelo empregador no primeiro ano de
mandato, e pelos trabalhadores no segundo ano de mandato, dentre seus membros) e de
vicecoordenador.

Sendo assim, o mandato dos membros da CIPATR terá duração de dois anos, sendo permitida uma
recondução.

32
Competência 02

Caro estudante, já vimos como o SESTR e a CIPATR atuam junto ao empregado rural, mas quais os
cuidados em relação à saúde e ao bem-estar do trabalhador?
Como o SESTR e a CIPATR podem prevenir acidentes com agrotóxicos, por exemplo?

2.5 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins

Todo trabalhador que se expõe diretamente aos agrotóxicos deve ser treinado com curso de
capacitação com carga horária mínima de 20 (vinte) horas, com o seguinte conteúdo mínimo:

 Conhecimento das formas de exposição direta e indireta.


 Conhecimento de sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros socorros.
 Rotulagem e sinalização de segurança.

Figura 15 -Utilização de Agrotóxicos


Fonte: http://www.diaconia.org.br/novosite/midia/
int.php?id=238
Descrição: nessa imagem você um trabalhador fazendo pulverização manual de
agrotóxico em hortaliças. O trabalhador está de boné e roupas próprias. O mesmo não
faz uso de vestimenta adequada, nem de EPI.

Você consegue visualizar alguma irregularidade na imagem acima?

Na sua aula atividade, você precisa observar na NR 31 os cuidados quanto à aplicação dos agrotóxicos
e as proibições.

Quem deve treinar os trabalhadores no uso seguro dos agrotóxicos?

33
Competência 02

ássistaàaoàfil eà EPIà– ág ot xi os à oàsite:


https://www.youtube.com/watch?v=CA63brVh_zo

Finalizamos aqui a segunda semana. Espero que tenha sido de grande valia para você! Na próxima
semana, você irá estudar a legislação brasileira específica do trabalho portuário. Até lá!

34
Competência 03

3. Competência 03 | Conhecer a Legislação Brasileira Específica da Área


Portuária

Assim como existem normas de segurança a serem cumpridas na construção civil e no meio rural,
existem também normas na atividade portuária.

A legislação brasileira de Saúde e Segurança do Trabalho específica da área é a Norma


Regulamentadora nº 29, do Ministério do Trabalho em Emprego. Essa NR foi dada pela Portaria nº
158, de 10-4-2006, DOU (Diário Oficial da União) de 17-4-2006 e tem como objetivo regular a
proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a
acidentados e alcançar melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores
portuários.

Figura 16 - Zona Primária


Fonte:http://www.portosdoparana.pr.gov.br/modules
/noticias/print.php?storyid=354
Descrição: nessa imagem você visualiza alguns contêineres brancos armazenados na zona
primária. Existe também um caminhão baú que será utilizado para transporte das cargas
dos contêineres.

Na imagem acima você visualiza a zona primária que é uma área destinada à movimentação e
armazenagem de cargas.

Quais os riscos que você visualiza? Em caso de acidente é preciso ter um plano de emergência
previamente elaborado e estudado.

35
Competência 03

Antes de seguir adiante, leia a NR 29 na íntegra, acessando o site:


http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr29.htm

3.1 Plano de Controle de Emergência e Plano de Ajuda Mútua

Em caso de emergência, é importante saber o procedimento seguro a ser adotado. Para isso, é
necessário seguir as orientações do PCE – Plano de Controle de Emergência, e do PAM – Plano de
Ajuda Mútua. Esses planos devem prever recursos necessários para as seguintes situações:

 Incêndio ou explosão.
 Vazamento de produtos perigosos.
 Queda de homem ao mar.
 Condições adversas de tempo que afetem a segurança das operações portuárias.
 Poluição ou acidente ambiental.
 Socorro aos acidentados.

No PCE e PAM deve constar a periodicidade de treinamento, cabendo aos trabalhadores indicados
comporem as equipes e efetivarem a participação de todos.

Enfim, o que significa o plano de emergência? Para que os procedimentos de segurança sejam
seguidos, é importante que o trabalhador portuário conte com o apoio dos profissionais de saúde e
segurança do trabalho que compõem o SESTP. Você vai estudar isso a partir de agora!

3.2 SESSTP - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Todo porto deve possuir o SESSTP, que deve ser mantido pelo OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra).

36
Competência 03

Você lembra que na construção civil e no trabalho portuário existiam serviços de saúde e segurança
específicos? No trabalho portuário também existe e obedece a um dimensionamento propício para
o risco existente na atividade.

Observe o dimensionamento que segue:

Figura 17 - Dimensionamento do SESSTP


Fonte: https://www.legnet.com.br/sislegnet/integra/cliente-1/pais-1/un17692.htm
Descrição: nessa tabela você visualiza o dimensionamento do SESSTP. A partir de 20 trabalhadores portuários
até 250 trabalhadores portuários deve existir 1 técnico em segurança do trabalho e 1 auxiliar de enfermagem do
trabalho.

Analisando esse dimensionamento, responda: a partir de quantos trabalhadores portuários é


obrigatória a contratação de um técnico em segurança do trabalho?

Assista na videoaula sobre o assunto a explicação acerca dimensionamento do SESSTP e


analise com atenção o quadro apresentado acima.

Além do SESSTP, o trabalhador portuário conta com o apoio da CPATR. Mas, como você já leu sobre
a CIPA e estudou sobre a CIPATR, na segunda semana, fica mais fácil compreender a CPATP. Vamos
lá?

3.3 CPAT - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário

Além do SESSTP, é necessário que todo porto ou instalação portuária possua a Comissão de
Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário – CPATP.

37
Competência 03

Vamos revisar? Lembre que estudamos a CIPATR e você já leu a NR 05 que trata da CIPA, então
compare essas modalidades dessas comissões de prevenção de acidentes e analise as diferenças
entre elas. Uma dica: essa análise será muito importante para sua atividade semanal!

Observe o quadro de dimensionamento da CPATP:

Figura 18 - Dimensionamento da CPATP


Fonte: http://www.fisconet.com.br/user/legis06/portarias_sit/158.htm
Descrição: nessa tabela você vê o dimensionamento da CPATP. A partir de 20 trabalhadores portuários
até 50 trabalhadores portuários deve-se ter 1 titular representante do empregador e 1 titular
representante dos trabalhadores. Lembrando que para cada titular, deve haver 1 suplente

O que significa dizer que a CPATP é constituída paritariamente? Quanto dura uma gestão da
CPATP? Qual o critério para o dimensionamento? Observe esse aspecto na videoaula
á o dage àaoà“E““TPàeàCIPáTP !

Agora que você já estudou sobre a importância do SESSTP e CPATP na promoção da saúde e
segurança, vamos ver a prevenção de acidentes durante as manobras das embarcações.

3.4 Atracação e desatracação

Você lembra que na aula atividade você leu um texto sobre colisão de navio durante a atracação?

38
Competência 03

Esse momento requer atenção redobrada, pois nas manobras de atracação e de desatracação das
embarcações existe o risco de esmagamento de trabalhador junto ao cais ou queda de homem ao
mar. Sendo assim, devem ser adotadas medidas de prevenção de acidentes, com cuidados especiais
aos riscos de prensagem, batidas contra e esforços excessivos dos trabalhadores.

Como funcionam essas medidas de prevenção? Que medidas são essas?

Uma das medidas é a obrigatoriedade de comunicação via rádio entre o prático e condutor da
embarcação; outra medida é o uso obrigatório de coletes salva-vidas, classe IV, aprovados pela
Diretoria de Portos e Costas – DPC.

Figura 19 - Navio Atracado


Fonte: http://www.litoraldesantacatarina.com/foto/itajai/navio-atracado-no
porto-de-itajai-santa-catarina-brasil/1861/
Descrição: nessa imagem você visualiza um navio grande azul, preso por meio
de cordas ao cais.

Na imagem, você vê um navio atracado e sua fixação por meio de cordas ao cais. Se essa corda ficar
muito folgada existe o risco de prensagem contra o cais? Pense nisso!

Todo o navio possui meios de acessos ao mesmo, seja por rampas, escadas ou passarelas. Vamos
estudar os requisitos de segurança para o acesso seguro às embarcações?

39
Competência 03

3.5 Escada e rampas

As escadas de acesso ao navio devem ter largura segura e garantir a circulação de pessoas em um
único sentido, possuindo também uma rede protetora a fim de que, em caso de queda, o trabalhador
não venha a bater contra a embarcação.

A escada principal é chamada de escada de portaló e não pode ser muito íngreme para não
representar risco de queda aos trabalhadores portuários.

Em toda a extensão do convés, é preciso haver boias salva-vidas em quantidade suficiente, bem como
equipamentos de resgate de vítimas que caiam na água, lembrando que, nos trabalhos noturnos, as
boias devem possuir dispositivo de iluminação automática aprovado pela DPC (Diretoria de Portos e
Costas).

Vamos estudar agora outras recomendações de segurança no convés da embarcação!

3.6 Os conveses

Você já visitou um navio ou já observou o convés nos filmes como o do Titanic, por exemplo?

Figura 20 - Vista do Convés da Embarcação


Fonte: http://shipssantos.blogspot.com.br/2011/
05/mais-novidades-pelo-brasil.html
Descrição: nessa imagem você visualiza o convés de uma embarcação. O convés
é a parte mais exposta da embarcação por onde circulam os trabalhadores.
Nesse longo e largo convés existe um piso suspenso em formato hexagonal com a
letra H pintada no centro desse piso. A letra H está na cor branca com um círculo

40
Competência 03

amarelo. Esse piso hexagonal é verde o todo o piso do convés é vermelho. Esse
piso é o heliponto e a letra H faz referência aà helipo to à ue é um ponto de
pouso e descolagem de helicópteros.

Na imagem, você visualiza o convés da embarcação com heliponto. Agora você percebe como um
convés pode ser extenso?

A Norma Regulamentadora deixa claro que os conveses devem estar limpos, seguros e sem objetos
que impeçam o trânsito seguro dos trabalhadores.

Caso existam cargas dispostas no convés, as mesmas deverão estar presas, ou seja, peadas e
escoradas para evitar tombamento sobre o trabalhador. Deve-se também observar se as aberturas
no piso possuem fechamento provisório resistente e se o piso é antiderrapante. Essas aberturas dão
acesso aos porões que também devem estar seguros.

Vamos estudar sobre os porões?

3.7 Os porões

Nos porões das embarcações existe um dinamismo muito grande, pois há cargas armazenadas e
movimentação das mesmas, inclusive através de empilhadeiras.

Você acha que as empilhadeiras representam risco de acidente nos porões? Quais seriam esses
riscos?

Se nos porões existem aberturas de acesso, essas aberturas devem possuir tampas com travas de
segurança; e se possuírem escada de acesso ao porão, a mesma deve ter guarda-corpo ou cabo de
aço paralelo para fixação do trava-quedas acoplado ao cinto de segurança.

41
Competência 03

A entrada para o porão tem fechamento, em sua maioria, de madeiras transversais. Esse fechamento
é chamado de quartel de porão. Já os quartéis devem permanecer fechados, mas, quando em uso, a
área deve ser sinalizada.

Muitas vezes são utilizados equipamentos de içar para movimentar as cargas oriundas do porão.
Vamos verificar as recomendações de segurança para esses equipamentos?

3.8 Equipamentos de içar

Você sabe o que é içar?

Não deixe de assistir ao filme Operações de Guindar disponível no site


https://www.youtube.com/watch?v=vzIta0hFaNM

Como você viu no filme, todo equipamento de içar deve apresentar de forma legível a carga máxima
permitida e seu peso bruto; não deverão ser utilizados dois equipamentos de içar para transporte de
única carga a fim de compensar o peso da mesma, só com o prévio consentimento do SESSTP.

Esses equipamentos são muito importantes para reduzir o transporte manual de cargas dos
trabalhadores e controlar o risco ergonômico e o surgimento de Lesão por Esforço Repetitivo.

Algumas embarcações transportam pescados e produtos congelados e, por isso, existe um risco a
mais que seria a exposição do trabalhador ao agente físico frio. Vamos estudar esse risco a seguir!

3.9 Locais frigorificados

Nos locais frigorificados, é proibido o uso de máquinas e equipamentos movidos à combustão interna
como, por exemplo, empilhadeira a gás, pois o gás desprendido do equipamento torna a atmosfera

42
Competência 03

local altamente inflamável. Nessas câmaras frias, existe o risco de insalubridade, caso a exposição do
trabalhador exceda os limites permitidos por lei. Observe a tabela que segue e veja os limites
permitidos para cada faixa de temperatura.

Figura 21 - Máxima Exposição a Locais Frigorificados


Fonte: http://www.editoramagister.com/doc_1329161_NORMA_REGULAMENTADORA_N_29.aspx
Descrição: nessa tabela você tem as referências de valores de exposição ao frio. O trabalhador que está
exposto a temperatura de 15ºC até -17,9ºC, deve utilizar o EPI adequado para o frio e o tempo total
trabalhado no ambiente frio não poderá ultrapassar 6 horas e 40 minutos, sendo 4 períodos de 1 hora e 40
minutos, alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica fora do ambiente frio.

Uma das formas de obedecer ao tempo de exposição indicado no quadro que você acabou de ver, é
instalar dispositivos sonoros e luminosos que alertem os trabalhadores quanto ao momento de saída
dos ambientes frios.

á esseàoàf u à I salu idadeàpeloàF io àeàpa ti ipe.


.

43
Competência 03

Além de transporte de pescados, algumas embarcações transportam cargas perigosas para o meio
ambiente e para o trabalhador. Mas o que seria uma carga perigosa?

3.10 Operações com cargas perigosas

As cargas tidas como perigosas são todas aquelas que podem causar riscos aos trabalhadores e ao
ambiente, devendo ser sinalizadas conforme sua classe. Essas cargas são sinalizadas conforme a sua
classe, a saber:

 Classe 1: Explosivos
 Classe 2 e 3: Gases e Líquidos inflamáveis
 Classe 4: Sólidos e outras substâncias inflamáveis
 Classe 5: Óxidos e Peróxidos Orgânicos
 Classe 6: Substâncias Tóxicas e Infectantes
 Classe 7: Materiais radioativos
 Classe 8: Substâncias corrosivas
 Classe 9: Substâncias perigosas diversas

Logo, se a carga possui uma das características das classes citadas, trata-se de uma carga perigosa!

Essas cargas devem permanecer o tempo mínimo necessário nas áreas de operação de carga e
descarga.

Veja como essas cargas são sinalizadas observando a imagem abaixo:

44
Competência 03

Figura 22 - Sinalização das Cargas Perigosas


Fonte: http://www.petterepis.com.br/site/produto/visualizar/id/1885
Descrição: nessa imagem você visualiza várias placas de sinalização de cargas perigosas. Nas
placas existe o nome do tipo da substância e a sua classe de forma bem legível.

A administração portuária, em conjunto com o SESSTP, deve fixar em cada porto, a quantidade
máxima total por classe e subclasse de substâncias a serem armazenadas na zona portuária

Não deixe de assistir ao filme


https://www.youtube.com/watch?v=-UnYXwuk6PI

45
Conclusão

Terminamos aqui a disciplina de Legislação Aplicada à Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho na


Construção Civil, na Agroindústria e no trabalho Portuário.

Como você percebeu, as atividades do técnico em segurança são muito parecidas nas três áreas
citadas, pois o foco é a prevenção de acidentes, doenças decorrentes do trabalho e,
consequentemente, o cumprimento da Legislação de Segurança do Trabalho que consta nas Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

Nas três modalidades de trabalho, você viu riscos inerentes à natureza da atividade e que precisam
de um tratamento especial, por isso, existem Normas de Segurança específicas para cada atividade.
No entanto, quer seja na construção civil, ou na agroindústria, ou no meio rural, será preciso ter um
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, uma Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes e o controle de riscos por meio do Gerenciamento de Riscos presentes
nos mais variados locais de trabalho.

Até a próxima!

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Referências

FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 69ª Atlas, 2012.

FUNDACENTRO. Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos. Fundacentro, 2001.

FUNDACENTRO. Prevenção de Acidentes no Porto e no Mar. Fundacentro, 2005.

FUNDACENTRO. Ruído nas Obras da Construção Civil e o Risco de Surdez Ocupacional. Fundacentro,
2008.

FUNDACENTRO. Segurança e Saúde no Trabalho Florestal. Fundacentro, 2005

FUNDACENTRO. Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura. RTP nº 01, Fundacentro, 2001.

FUNDACENTRO. Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas – Elevadores de Obra. RTP nº


02, Fundacentro, 2001.

FUNDACENTRO. Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas. RTP nº 03, Fundacentro, 2001.

FUNDACENTRO. Escadas, Rampas e Passarelas. RTP nº 04, Fundacentro, 2001.

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Minicurrículo do Professor

Olá! Eu sou Zilmara Peixoto Nakai, tenho 35 anos, sou Especialista em Educação Ambiental, pela
Fafire, Licenciada em Biologia pela UFPE e Técnica em Segurança do Trabalho, pelo CEFET/PE.

Faz 16 anos que atuo como Técnica em Segurança do Trabalho e, nessa caminhada, já trabalhei em
empresa de montagem industrial, em construção civil, em consultoria de segurança do trabalho, em
hospital e hoje trabalho no Grupo Pão de Açúcar.

Ao mesmo tempo, tenho desenvolvido atividades de docência em biologia e nas diversas disciplinas
do curso técnico de segurança do trabalho. Já lecionei no Centro de Ciências do Nordeste (CECINE da
UFPE), na Escola de Enfermagem Irmã Dulce, na Escola Técnica Regional e no Colégio e Curso Especial.
Hoje, leciono na Escola Almirante Soares Dutra e na Educação a Distância.

Tenho curso de Higiene Ocupacional e outros relacionados às minhas áreas de formação.

É isso! Espero compartilhar com você o que tenho estudado e praticado nessa profissão.

Um grande abraço!

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