Você está na página 1de 1

Senso comum

Saúde como lugar de poder

Empiristas x Racionalistas

- Capitalismo
- Estado moderno
- Intervenção social
- Ambiente x Social

"A introdução da máquina a vapor intensifica o ritmo produtivo, as fábricas passam a


demandar mais mão-de-obra, e as cidades crescem nas periferias. As péssimas condições
de trabalho começam a chamar a atenção dos administradores. O corpo, tomado como
meio de produção pelo capitalismo emergente, será objeto de políticas, práticas e
normas. Surgem as primeiras regulações visando à saúde nas fábricas. Dentre estas, a
redução da excessiva carga horária de trabalho.
O conjunto de doutrinas políticas e econômicas do Estado Moderno vai tomar o trabalho
como elemento central de preocupação dos governos, influenciando diretamente a
administração da saúde pública. Da necessidade de manutenção do poder dos Estados
Nacionais surgem os registros de estado, e entre eles, a estatística médica. Neste
Medicina científica moderna (século XVII) contexto, a medicina passa a considerar os aspectos econômicos, sociais e culturais
envolvidos na saúde/doença da população (BATISTELLA, 2007, p. 41)".

Ciência Batistella C. Saúde, doença e cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. In:
Fonseca AF, Corbo AD, organizadores. O território e o processo saúde-doença. Rio de
Janeiro: EPSJV, Fiocruz; 2007. p. 25-49.

- Medicina de Estado (Alemanha)


- Medicina Urbana (França)
- Medicina Industrial (Inglaterra)

A saúde como ausência de doença "Ao lado das condições objetivas de existência, o desenvolvimento teórico das ciências
sociais permitiu, no final do século XVIII, a elaboração de uma teoria social da Medicina.
O ambiente, origem de todas as causas de doença, deixa, momentaneamente, de ser
natural para revestir-se do social. É nas condições de vida e trabalho do homem que as
causas das doenças deverão ser buscadas" (GUTIERREZ, 2001, p. 20 apud BATISTELLA,
2007, p. 42).

Mudança classificatória = taxonomia sintomatológica


(influência das ciências naturais)

Mudança metodológica = anatomia patológica


(localização, especialidade e intervenção)

Clínica moderna Mudança perceptiva = deslocamento dos sentidos


(tato/ olfato -> visão)

Exclusão -> Cura

Religião -> Medicina


FOUCAULT. M. O nascimento da clínica. Rio
Hospitais
de Janeiro: Ed. Forense, 1998.
Divisão de alas por sintoma

Registro sistemático

Cristopher Boorse =
Biomedicina bioestatística da saúde,
normalização da saúde

Patologia = alteração ou disfunção de


À medida que todos os esforços de investigação processos biológicos e/ou psicológicos.
concentravam-se na análise da doença, o conceito de Antropologia aplicada
saúde era negligenciado, ou, na melhor das hipóteses, era Enfermidade = experiência subjetiva da
Concepção negativa de saúde secundarizado, uma vez que seu entendimento esteve doença, atribuição de sentido.
sempre implícito como a ‘não-doença’, ou, nas palavras
de Lerich (apud Canguilhem, 2006: 57), como “a vida no Psicanálise Freud = Psicopatologia da vida cotidiana, neurose.
silêncio dos órgãos” (BATISTELLA, 2007, p. 55).
"Canguilhem, por sua vez, afirma que saúde implica poder adoecer e sair
do estado patológico. Em outras palavras, a saúde é entendida por
referência à possibilidade de enfrentar situações novas, pela “margem
de tolerância ou de segurança que cada um possui para enfrentar e
Epistemologia médica
superar as infidelidades do meio” (Canguilhem, 2006: 148), ou ainda “um
guia regulador das possibilidades de reação” (p. 149). A ameaça da
doença é, portanto, um dos elementos constitutivos da saúde" (Coelho &
Almeida Filho, 2003)(BATISTELLA, 2007, p. 57).

Tentativa de superação do conceito negativo.

Em seu documento de constituição, a saúde foi enunciada


como “um completo estado de bem-estar físico, mental e
Acordos coletivos pós segunda guerra = social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
A saúde como bem-estar
Abordagens Organização das Nações Unidas (ONU) - >
Organização Mundial da Saúde (OMS), 1948
"[...] mais do que impraticável, porque utópico e subjetivo, a maior
objeção ao conceito da OMS reside no fato de que sua adoção pode
Contemporâneas do servir para justificar práticas arbitrárias de controle e exclusão de tudo
aquilo que for considerado indesejável ou perigoso. A simples tentativa
Conceito de Saúde Críticas = abrangência, utopia, idealização.
de definir o estado de bem-estar mental e social poderá supor uma
existência sem angústias ou conflitos, sabidamente inerentes à própria
história de cada ser humano e de cada sociedade. Assim, o discurso
médico pode converter-se em discurso jurídico, e tudo aquilo que é
BATISTELLA, C. Abordagens contemporâneas do conceito
considerado perigoso ou desviante se torna objeto de uma intervenção
de saúde. In: Fonseca AF, Corbo AD, organizadores. O
território e o processo saúde-doença. Rio de Janeiro:
[Sávio de Araújo] – medicalização" (BATISTELLA, 2007, p. 59).
EPSJV,Fiocruz; 2007. p. 51-86.

- Controle, vigilância = estatísticas vitais / morbidade

- Sistema de assistência = saúde + controle social /


cordão sanitário
Estado
Corpo
- Disciplinarização e de normalização do social /
Trabalho
normais-anormais

Normas Sociais (Foucault) - Exclusão e segregação social segundo "estilo de


vida" / consequências penais

Saúde e Norma ou a Dimensão Normativa da Saúde Arquitetura (ambiente social)

Questionamento da relação entre norma e média estatística


Normal e Patológico (Canguilhem)
Recolocação da norma como capacidade do organismo de
instaurar uma nova normatividade.

Regimes autoritários
Mobilização América Latina (70/80)
Crise sistema de saúde

- A saúde como dever do Estado e direito do cidadão


- A reformulação do Sistema Nacional de Saúde
- O financiamento setorial

VIII Conferência Nacional de Saúde (VIII CNS) - Brasília, 1986 O relatório final apontou o consenso em relação à formação de um
sistema único de saúde, separado da previdência, e coordenado, em nível
federal, por um único ministério. Também foram aprovadas as propostas
de integralização das ações, de regionalização e hierarquização das
unidades prestadoras de serviço e de fortalecimento do município. O
relatório aponta ainda a necessidade de participação popular, através de
entidades representativas, na formulação da política, no planejamento, na
gestão e na avaliação do sistema.

Redemocratização (Constituição de 1988)

Reforma sanitária

"Em sentido amplo, a saúde é a resultante das condições de alimentação,


habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é
principalmente resultado das formas de organização social, de produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida' (Brasil, 1986, CNS, p, 4).

Art. 37 (CF, 1988) - “A saúde é direito de todos e dever do Estado,


Saúde como Direito: o conceito garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
Produção da saúde e da doença na coletividade redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
ampliado de saúde universal igualitário às ações e serviços para sua promoção,
Brasil proteção e recuperação”.

Inimigos:

- Individualidade
- Anatomopatologia
- Mecanicismo
- Centralidade da doença
- Hospitalização

Art. 198 (CF, 1988) - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem


prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade

Formação dos profissionais


Canadá Carta de Otawa (1986)
Atuação intersetorial

Direito fundamental e meta social para todos


Outros países os governos

Superação da desigualdade social

OMS (Cazaquistão) Declaração de Alma-Ata (1978) Atenção primária à saúde (foco em países
em desenvolvimento)

Promoção de saúde como uma das


prioridades da nova ordem econômica
internacional

Você também pode gostar