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O MESTRE

(Autor desconhecido)

A instrução do Terceiro Grau se desdobra em dois planos:

A instrução que o Mestre deve receber e a instrução que ele deve dar,
permanentemente, a Aprendizes e Companheiros, não só diretamente, mas também, pelo seu
exemplo.

Ao assumir os Direitos e Deveres Maçônicos em sua plenitude, o Mestre recebe,


juntamente, uma carga de trabalho redobrado, que não deve ser difícil de suportar por ter sido
ele convenientemente preparado ao longo de sua vida Maçônica pregressa.

A atitude do Mestre deve ser a de não acomodação; ele deve continuar a estudar,
a se preparar, cada vez mais, para ser o instrutor daquele que deve aprender. O
questionamento de Aprendizes e Companheiros interessados, que querem saber, deve
representar motivação para o Mestre cônscio de seus deveres.

A hierarquia dos graus, extremamente necessária, deve surgir naturalmente, como


conseqüência do maior saber do Mestre, e não como reflexo, simplesmente, do mais elevado
número do grau ostentado. Ouve-se, freqüentemente, dizer que quando o Aprendiz está
pronto, o Mestre aparece, mas deve-se dizer, também, que quando existe o Mestre, o
Aprendiz o percebe. Em qualquer situação a responsabilidade maior é sempre do Mestre,
justamente porque é Mestre.

Ao Mestre compete transformar-se no homem Integral, Cósmico. A ele cabe


ajudar os Vigilantes a conduzirem os ensinamentos a Aprendizes e Companheiros, dando a
estes o exemplo de suas atitudes, de seus estudos, de suas pesquisas e de seu interesse pela
Loja, pela Ordem e pelo Homem.

O Mestre deve ser, como sua própria titulação indica, aquele Maçom capaz de,
com proficiência e honestidade, transmitir aos graus inferiores o conhecimento e a sabedoria
de que for possuidor; deve ser profundo conhecedor dos três graus para poder tirar as dúvidas
de Aprendizes e Companheiros; deve ocupar-se do estudo da Maçonaria como ciência global,
entendendo que a divisão em graus é uma divisão metodológica que objetiva a formação
organizada do conhecimento do Homem e do Cosmo e dirigida à felicidade da espécie.

Deve o Mestre entender que detém a plenitude dos Direitos e Deveres Maçônicos
e que o exercício de ambos, Direitos e Deveres, deve ser-lhe fácil ensinar aquilo que sabe
deve ser-lhe, portanto, fácil, e para tanto é necessário, também, estudar com afinco, o que
deve ser-lhe, igualmente, fácil.

Mestre é aquele que jamais pára de estudar, não apenas temas Maçônicos, mas
também os assuntos da atualidade, procurando estudá-los à luz dos conceitos Maçônicos e
relatando suas conclusões à Loja, para discussão e esclarecimento de todos.

É aquele que, por ter assumido a maioridade Maçônica aceita críticas como um
favor feito por aquele que critica e analisa os motivos que podem justificá-las, para auto-
análise e amadurecimento, sem ressentimentos; por outro lado, Mestre é, também, aquele que
entende ser seu dever fraternal apontar a um Irmão um erro que este possa ter cometido, com
franqueza e como crítica construtiva, pois é assim que devem agir os Irmãos, sem hipocrisia.
Mestre é aquele que sabe ouvir o próximo e, também, falar ao próximo.

Ser Mestre, em suma, é assumir a dimensão da própria Maçonaria.

Para a formação do Mestre, necessário é que instruções sejam dadas, de Mestre


para Mestre, a respeito da simbólica do grau e de sua materialização no plano das atitudes;
como o grau de mestre é mais elevado que os anteriores, é natural que os ensinamentos sejam
mais complexos e que a simbologia seja de decifração mais trabalhosa; isto significa mais
trabalho para o Buscador da Verdade, mas o Maçom, principalmente o Mestre, deve trabalhar
com denodo pela realização do objetivo da Ordem.

Diz o ritual que, começando ao meio dia, o trabalho se prolonga por doze horas
seguidas, indicando que o Maçom deve empregar metade de seu tempo em tomar-se útil, em
instruir-se e em instruir; é recomendável, senão obrigatório, que diária e continuadamente,
ocupemos-nos com a Loja, com a Ordem, conosco, enfim.

O campo de atuação do Mestre transcende o físico, atingindo os corpos astrais,


mentais e causais. Neste grau, Cosmo e Homem se interpenetram e sua unicidade é
explicada.

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