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1353 - A instrução simbólica para o Aprendiz

Sempre e após a consagração de um novo iniciado, lhe é passada a palavra sagrada que é dada
em definitivo para a sua admissão na ordem, portanto é um símbolo de instrução verbal sobre
os princípios da verdade que cada aprendiz tem o direito de esperar dos que se encontram
mais adiantados na ordem.

Como a maçonaria, na sua verdadeira essência tradicional e universal, é uma escola iniciática,
ou seja, uma academia destinada à aprendizagem, ao exercício e ao magistério da verdade e
da virtude, portanto é natural que esta instrução deva ser esperada por parte dos
recentemente iniciados, pois que ela será ministrada pelos mais antigos, portanto mais
experientes, tanto que é devido a esta comunhão espiritual de estudos e aspirações que
existem as lojas simbólicas destinadas a doutrinação, para que enfim, cada um possa construir
seu Templo interno.

A instrução deveria ser ministrada a exemplo da palavra que é dada ao ouvido e letra por letra
já que o recepiendário não sabe ler e nem escrever, portanto partindo dos primeiros
elementos e com a ativa cooperação do discípulo, cujo progresso não depende do que ele
recebe, mas do que encontra por si mesmo, pelos seus próprios esforços, pelo uso que faz da
primeira instrução recebida como meio e instrumento para descobrir a verdade.

Este método caracteriza e distingue a instrução iniciática da instrução profana, pois enquanto
o objetivo da instrução profana é simplesmente o de comunicar determinados conceitos ou
conhecimentos, preocupando-se menos com a opinião que o iniciado possa formar sobre os
mesmos conhecimentos do que da sua capacidade para repeti-los tal como lhe foram
comunicados.

Para a instrução iniciática, isto já representa unicamente o ponto de partida, e o essencial é a


opinião que cada um forma dos seus próprios esforços e raciocínio sobre aquilo que recebeu,
portanto quando damos uma instrução, ela contém muito conhecimento que as próprias
palavras não revelam.

A uma primeira e elementar compreensão dos Princípios ou rudimentos da Verdade, que


representa a opinião e o resultado do esforço pessoal do instrutor, portanto esse início da
sabedoria, deve ser seguido por um período silencioso de estudo e reflexão individual, no qual
o discípulo aprende a pensar por si próprio, avançando pelos seus próprios esforços e
seguindo o caminho que lhe foi indicado e esse intervalo entre uma instrução e outra, nós
chamamos de interstícios, ou seja, o tempo para que esse iniciado absorva e entenda o que lhe
foi ensinado.

Este estudo e esta reflexão, encontram o seu amadurecimento na descoberta da segunda


instrução, que é aquela que o iniciado deve dar ao Instrutor, ou seja, a peça de arquitetura, em
resposta ao que aprendeu na primeira instrução, com o objetivo de que possa ser julgado
digno e capacitado a receber a terceira, que é de um tipo inteiramente diferente das duas
primeiras.

A finalidade da primeira instrução é porque ela dá o sentido ao aprendizado e que


corresponde à apresentação exterior de determinado ensinamento ou Doutrina, pois na
maçonaria esta instrução consiste nos símbolos, cerimonias e alegorias que caracterizam a
Ordem, já na religião ela constitui os dogmas, cerimonias e obrigações exteriores, mas na
ciência ela está representada pela observação analítica que nos familiariza com as
propriedades exteriores das coisas e finalmente na arte, onde essa instrução indica aquele
conjunto de regras e cânones que formam a veste exterior e a técnica do artista.

Unicamente por intermédio do esforço pessoal e com o estudo, é que a reflexão e a aplicação
individual, chegam ao sentido esotérico da Verdade, pois que a Doutrina Interior é o
verdadeiro segredo Maçônico, místico ou o secreto, portanto esse entendimento da Verdade é
que representa exteriormente as alegorias da construção e dos seus instrumentos.

Assim como o Maçom deve chegar pelos seus próprios esforços ao conhecimento da Doutrina
Iniciática que fará dele um verdadeiro filósofo, o mesmo caminho acha-se aberto no campo da
religião para o metafísico que busca o sentido profundo dos dogmas e símbolos religiosos e o
valor operativo das suas cerimônias quando for entendido no seu significado espiritual.

Meus irmãos, igualmente, o sincero e ardente buscador da Verdade não se circunscreverá à


observação exterior dos fenômenos e das leis que governam a sua causalidade imediata, pois
se esse iniciado não se esforçar em aprender, não vai encontrar os Princípios que regem a
maçonaria, portanto será como um sego que caminha, mas não admira os arredores.

Finalizo aqui na esperança de ter feito ver aos iniciados que uma instrução ouvida não significa
uma instrução aprendida, muito ele terá de meditar a respeito do que não é dito com palavras.

Muito obrigado aos que me ouviram, eu sou o Irmão Zildo Pacheco de Ávila MI da Loja
Abolição 100 jurisdicionada a GLM RS.

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