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SER MESTRE DO POVO MAÇÔNICO

Ir.’. Valdemar Sansão

Nós, Maçons, temos de fazer mais, muito mais do que temos feito até hoje!

Mestre – Temos certeza de que muitos Mestres não podem dedicar-se ao estudo da Arte
Real, talvez como desejassem. Uns por falta absoluta de tempo, estudar exige certo
esforço, continuidade e memorização; todos nós estamos aptos ao estudo, alguns,
porém, devido suas obrigações profanas, não têm essa disponibilidade; outros pela
falta do hábito de ler.

Na Maçonaria, o estudo é trabalho do Companheiro; o Aprendiz, na realidade, não


estuda, apenas observa; mais tarde, aplica o que observou ao estudo, que é a
aplicação do seu conhecimento incipiente, para enriquecê-lo. O maçom, antes de vir
a ser Mestre, deve passar pela escola como discípulo.

Atingido o mestrado, o maçom aprofunda o seu estudo para descobrir o que está
oculto, para atualizar-se e tornar-se sábio. O maçom deve instruir-se para
compreender, e só alcançará a meta desejada por meio do estudo, que exige
constância, dedicação e, sobretudo, força de vontade.

Contudo, o Mestre precisa para dar instruções em Loja para os Aprendizes e


Companheiros Maçons, explicar tópicos desta ou daquela lição, estar preparado.

Há sempre alguma coisa que passa despercebida, mas o Mestre precisa estar atento
porque, quando menos se espera, pode surgir alguma pergunta cuja resposta precisa
ser dada. Ninguém deve falar se não tiver certeza do que vai dizer. Daí por que o
Mestre nunca deve deixar de preparar a lição para a próxima Loja.

Há Mestres que falam com facilidade, senhores do assunto e são imediatamente


compreendidos. Mas, há outros que nunca devem abrir a boca. Nota-se que não
conhecem nada daquilo que pretendem explicar.

O mais triste em uma Loja é constatar a mediocridade de seus membros, que não dão
ao estudo a importância necessária. Quem não estuda, corre o risco de inventar.
Nossa Sublime Instituição não é feita de invenções, não admite invencionices.

Estudar conduz ao aprendizado, e este à realização. Estude a si mesmo, observando


que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser um
verdadeiro Maçom.

Marchas e Sinais – As marchas e os Sinais são de caráter obrigatório para os Maçons


que são recebidos no Templo quando os trabalhos já foram iniciados.

É bom lembrar que estando a Loja funcionando em qualquer dos Graus, a entrada e a
saudação são sempre do Primeiro Grau. A marcha de Mestre, em geral, só é usada por
ocasião da Iniciação (exaltação) a esse Grau. No Rito Escocês Antigo e Aceito a
marcha é iniciada com o pé esquerdo, enquanto que no Rito Francês ela é rompida com
o pé direito.

As marchas, em qualquer dos Graus, devem ser bem ensinadas, logo nas primeiras
Lojas.

Sobre os Sinais nada diremos para não desobedecer àquilo que a Maçonaria nos
ensina, isto é, para não irmos de encontro à lei do sigilo. Queremos chamar atenção
para alguns erros que são cometidos, continuamente, por ignorância das “leis” que
regem a matéria.
Atenção! É erro crasso fazer-se qualquer dos Sinais se não estivermos com as mãos
inteiramente livres. Portanto, se o Obreiro estiver lendo, por exemplo, o Ritual ou
uma carta, ou qualquer outra coisa, segurando o objeto em que está escrito o teor
da leitura, ele não pode fazer qualquer sinal e se o fizer estará cometendo erro
imperdoável.

Repetindo: qualquer um dos Sinais só poderá ser feito se as mãos estiverem


inteiramente livres.

Ingresso no Templo – Ao ingressar no Templo, far-se-á a saudação ao Venerável e aos


Vigilantes. No entanto, é bom saber que, nos ritos teístas, a saudação que se faz
ao cruzar o equador do Templo, é dirigida ao Delta Luminoso, representação do
Grande Arquiteto do Universo.

Grau de Mestre – Título dado inicialmente ao Companheiro destinado a dirigir um


canteiro de obras, entre os talhadores de pedra, do início da incipiente Maçonaria.
Segundo Castellani, o Grau de Mestre Maçom, só surgiu no ano 1723 – depois da
criação, em 1717, da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a
partir de 1738.

Com o surgimento do terceiro grau, ampliou-se a Maçonaria operativa;


posteriormente, entendeu-se como apurar os conhecimentos de forma intelectual,
passando a ser denominada de simbólica “Maçonaria especulativa”.

Pode-se dizer que este Grau faz do Maçom um verdadeiro Mestre na arte da vida,
porque lhe ensina qual é sua verdadeira missão sobre a terra e o papel que sua
inteligência e seu valor devem desempenhar em todos os transes da vida.

A palavra Mestre provém do latim magister, e significa aquele que ensina e dirige;
cada discípulo terá seu Mestre, inexistirá discípulo se não houver um Mestre.

Desde a Iniciação, o Iniciado passa a ser um maçom completo; mas, com o constante
progresso e armazenamento dos conhecimentos, esse maçom sobe de grau em grau até
atingir o “ápice da pirâmide”, quando se torna Mestre. Mesmo Aprendiz, o maçom deve
aspirar ascender e, com zelo e pertinácia, evoluir dentro de seu rito, até atingir
o conhecimento máximo e situar-se em uma posição de mestrado para ser Mestre de
seus Irmãos.

Sendo a Maçonaria uma escola, nela haverá aprendizado; a titularidade máxima no


simbolismo é a do Grão-Mestre, que significa “grande Mestre”, e nas Lojas a
autoridade maior será do Venerável Mestre. Na Maçonaria Simbólica, o Grau de Mestre
constitui o teto máximo atingido; com o mestrado, o maçom adquire todas as
prerrogativas maçônicas.

Em uma Loja, o Mestre tem atribuições administrativas específicas e atribuições


inerentes à sua evolução; nesse caso, tem a obrigação de orientar e ensinar os
aprendizes e companheiros, sem que estes o peçam, pois não poderá manter-se Mestre
sem ter sob sua espontânea responsabilidade pelo menos um Aprendiz.

Todo proponente de um candidato à Iniciação passará a ser Mestre do proposto, tanto


no Primeiro como no Segundo Grau. “O maior deve ser aquele que serve e honra os
menores”.

Os aprendizes e companheiros, vencido o prazo de interstício, têm a obrigação de


alcançar o mestrado e assim receber todos os sigilos e conhecimentos maçônicos.

A Tolerância - O maçom deve estar alerta quanto ao recebimento das agressões e das
ofensas; embora não haja necessidade evangélica de oferecer a outra face, o fato de
exercitar a tolerância equivale a esse oferecimento que a mente comanda e o
espírito aceita.

O Maçom considera a tolerância como uma virtude.

Voltaire afirmou: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei
até a morte o teu direito de dizê-las”. Está aí uma síntese fundamental da
aceitação, da paciência, enfim, do respeito ao juízo diferente.

Tolerar também significa avaliar o conceito de verdade expresso pelo interlocutor,


desde que não se contraponha aos fatos, já que nada é mais intolerante do que a
certeza de se ter razão. Por outro lado, a certeza de se ter razão leva ao
fanatismo.

E toda verdade é verdadeira, mas não é a única.

Ser Mestre

Ser mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de
vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato
de que nada mais somos do que simples aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos
denominemos Mestres.

Ser mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que isso por
isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa
coletividade.

Ser Mestre á acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e
sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e
fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber
compreender e perdoar.

Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.

Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas minhas realizações.

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Fonte de consulta: CARTILHA DO MESTRE / Raimundo Rodrigues
Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. – Londrina – PR.

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