1. Achamos que não esperamos nada e dizendo que ia a Copacabana fazer compras.

quando... (- Marisa Martins) Quando os dois já estavam tirando a roupa,

ouviram um rebuliço no corredor. Em seguida,
Achamos que não esperamos nada e quando
batidas na porta. Era a polícia procurando Gatão,
damos conta estamos sempre à espera de
um famoso bandido que morava no
alguma coisa.
apartamento vizinho e que conseguira fugir. No
Depois somos confrontados com uma
quarto, os policiais encontram Vânia seminua.
indiferença que não esperávamos.
Ela corre para a cozinha onde Gatão a agarra.
Já não perco o meu tempo a tentar entender os
Ele exigia um carro para a fuga. Nesta altura, já
enigmas, as coisas ocultas, as ligações secretas.
havia repórteres e câmeras de TV por todo lado.
São perguntas sem resposta.
Gatão consegue fugir levando Vânia. Quando ele
Ou talvez nem seja nada disto.
a liberta, ela pensa no marido, nos filhos e nos
Quem sabe as respostas são bem mais simples
amigos naquele momento já deveriam estar
do que as perguntas, porém difíceis de
sabendo de tudo. Então, pede ao bandido que a
acreditar? A seu tempo teremos consciência do
leve junto. Hoje, vive com Gatão em Rezende e
que tudo isto significa.
jamais o trai.
Vamos conhecer os fins, os objetivos e os
Outro final: Vânia chega em casa preparada para
propósitos.
tudo, mas se surpreende com a animação da
Já me ocorreu que fosse o destino a dar o ar da
família por terem visto-a na televisão.
sua graça e pregar-me mais uma das suas
partidas. 4. O encontro
Já sei que haverá pessoas que vão dizer-me, que
Um casal que havia se separado há pouco
agora estou a culpar o destino de caminhos onde
tempo, reencontra-se por acaso num
fui parar pelo meu próprio pé e sem qualquer
supermercado. Era a primeira vez que se
mão do destino.
encontravam depois da separação. Os dois
E provavelmente têm a sua razão… e eu…eu
estavam embaraçados. Ele perguntou se ela
estou só à espera de encontrar a minha.
costumava fazer compras de madrugada. Ela
Afinal estamos sempre à espera de alguma coisa.
respondeu que estava lá aquela hora porque
Alguma coisa que às vezes se traduz em alguém.
tinha alguns amigos em casa. Ele usou a mesma
2. “Toda terça-feira ia ao dentista e voltava desculpa quando ela perguntou sobre ele. Na
ensolarada. Contaram ao marido sem a verdade, os dois estavam sozinhos. Sala de
menor anestesia. Foi achada numa quarta, espera uma mulher jovem e muito bonita e um
sumariamente anoitecida.” homem com seus quarenta anos encontram-se
na sala de espera do dentista. Os dois
3. Fidelidade E Infidelidades  interessam-se um pelo outro. Pensam em falar
muita coisa. Mas no fim acabam não dizendo
Em plena terça-feira, mulher e filhos
nada. Aí a enfermeira abre a porta e diz: - O
descansavam na praia. Chegou o marido e
próximo. E eles nunca mais se vêem.
contou que recebera um telefonema anônimo
revelando que a esposa tinha um amante 5. Traição não é crime, mas pode custar
surfista. Ela negou e pediu que ele nunca caro!
desconfiasse da fidelidade dela. Ele voltou para Antigamente, até o ano de 2005, a traição (ou
Porto Alegre, pois teria um compromisso no dia adultério) era considerado crime, com detenção
seguinte. Mas o compromisso era naquela noite de até 6 meses. Hoje não mais!
mesmo: ela se chamava Maitê. Na verdade, com 1 - Hoje, o que ocorre, é a perda da pensão
toda essa história, conseguira um habeas-corpus alimentícia ao cônjuge infiel, ou seja, se você é
preventivo. depende do marido ou da mulher
Zona Norte, Zona Sul Depois de muito tempo, financeiramente, caso você traia, você não terá
Vânia aceitou encontrar-se com Rogério, seu pensão para si.
amante, no apartamento dele. Saiu de casa
Muita atenção para não confundir pensão para 7. Depois do Prazer - Só Pra Contrariar
você com a pensão para o filho. No caso da 'To fazendo amor
traição, você perde para si, mas a pensão para os Com outra pessoa
filhos continua normal. (Mas meu coração)
Essa é a primeira perda que o infiel pode ter. Vai ser pra sempre teu
2️- A segunda perda ocorrerá caso o cônjuge O que o corpo faz a alma perdoa
traído prove alguma situação de dano moral
(Tanta solidão)
sofrido, ou seja, se esse cônjuge traído foi
Quase me enlouqueceu
exposto de forma abusiva para a sociedade e
teve que mudar de convívio social receberá Vou falar que é amor
danos morais. Vou jurar que é paixão
3️- A terceira perda é que o infiel não poderá E dizer o que eu sinto
usar o nome de casada mais. Pode não fazer Com todo carinho pensando em você
diferença para várias pessoas, mas tem muita
Vou fazer o que for e com toda emoção
gente que usa o sobrenome para fins artísticos e
esse sobrenome é do marido ou da esposa. Se A verdade é que eu minto
tiver a infidelidade, não poderá usar o Que eu vivo sozinho
sobrenome mais. Não sei te esquecer
Duvida? E depois acabou
Olha essa decisão: Um homem que traiu a
Ilusão que eu criei
esposa foi condenado a indenizá-la por danos
Emoção foi embora
morais no valor de R$ 15 mil. A decisão é do juiz
E a gente só pede pro tempo correr
de Direito substituto Rodrigo Foureaux, da 2ª
vara Cível de Niquelândia/GO. Já não sei quem me amou
Que será eu falei?
6. Traição - Vitinho Dá pra ver nessa hora que o amor
Você se levantou e eu notei Só se mede depois do prazer
Colocou o vestido novo que eu te dei
Fica dentro do meu peito sempre uma saudade
Não se despediu pra trabalhar
Eu vi quando botou o telefone pra vibrar Só pensando no teu jeito
Eu amo de verdade
Foi abrindo a porta devagar E quando o desejo vem
Com maldade pra não me acordar É teu nome que eu chamo
As mensagens não paravam de chegar Posso até gostar de alguém
Você deixou pra ler no carro, tudo pra me Mas é você que eu amo
despistar
Vou falar que é amor
Eu fui atrás, seguindo o seu itinerário Vou jurar que é paixão
E na cabeça a frase: Não tem nada a ver E dizer o que eu sinto
Eu pude perceber que era o contrário Com todo carinho pensando em você
Me fez, me faz o mal que eu nunca fiz por tanto Vou fazer o que for e com toda emoção
te querer
A verdade é que eu minto
Já não tenho nem ouvidos pra você, só me resta
te dizer Que eu vivo sozinho
Não sei te esquecer
Tire suas coisas de lá, eu nem quero ter que te E depois acabou
encontrar Ilusão que eu criei
Deixe a chave do carro, pegue o cigarro Emoção foi embora
Eu nunca curti, agora eu vou falar E a gente só pede pro tempo correr
Estou cancelando o seu cartão Já não sei quem me amou
E o seu lugar no coração Que será eu falei?
Hoje somos passado, caso encerrado Dá pra ver nessa hora que o amor
Esse é o salário dessa traição Só se mede depois do prazer
 Fica dentro do meu peito sempre uma
saudade
Só pensando no teu jeito
Eu amo de verdade
E quando o desejo vem
É teu nome que eu chamo (é teu nome que eu
chamo)
Posso até gostar de alguém
Mas é você que eu amo, você que eu amo
8. CONSELHO DE AMIGA
Ela sempre havia confiado no noivo, até o dia
em que a melhor amiga alertou para o fato
de que ele era constantemente visto após o
horário de aula com uma loira em um bar
perto da faculdade em que ele lecionava.
“Basta passar por lá depois das seis e ele
estará lá com a fulana”. “Você vai comigo?”
“Eu até que queria, para dar uma lição
naquele safado, mas morro de medo de
confusão.” Ela foi uma, duas, três... várias
vezes. Nunca o encontrou. Via apenas o carro
dele no estacionamento da faculdade. “Está
em alguma reunião de departamento.” Era a
resposta de sempre. Um dia desistiu da
empreita. Resolveu afogar as mágoas do
outro lado da cidade. Foi para o bar onde
conheceu o noivo. Não ia lá há muito tempo.
Sentou-se. Pediu uma bebida forte e foi para
um lugar mais reservado. Pegou o celular e
resolveu ligar para a amiga. Precisava de um
ombro para chorar. Antes de teclar os
números avistou o carro dela que se acabava
de estacionar. Correu para recebê-la.
Estancou o passo. No banco do passageiro,
pendurado nos lábios da fiel amiga estava
seu noivo.
9. MARCAS DA TRAIÇÃO
“Então o senhor matou sua companheira
com duas facadas. Qual foi o motivo
mesmo?” “Bem, doutor, vivi com ela por dez
anos. Até que semana passada, na hora do
banho, vi uma baita marca de dentada na
coxa dela, bem lá perto das partes dela.”
“Mas o senhor como marido pode ter sido o
autor das marcas...” Uma lágrima de tristeza
e um breve sorriso desdentado do acusado
fizeram o delegado mudar os rumos das
perguntas.
10. CASO DE SECRETÁRIA
Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu
aniversário, e a esposa nem sequer o abraçara,
não fizera a mínima alusão á data. As crianças
também tinham se esquecido. Então era assim
que a família o tratava? Ele que vivia para seus,
que se arrebentava de trabalhar, não merecer
um beijo, uma palavra ao menos!
Mas no escritório, havia flores á sua espera,
sobre a mesa. Havia o sorriso e o abraço da
secretária, que poderia muito bem ter ignorado
o aniversário , e entretanto o lembrava. Era mais
do que uma auxiliar , atenta, experimentada e
eficiente,´pé-de-boi da firma, como até então a
considerara; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais
borocochô : o carinho da secretária não curava ,
abria mais a ferida. Pois então uma estranha se
lembrava dele com tais requintes, e a mulher e
os filhos, nada?
Baixou a cabeça, ficou rodando o lápis entre os
dedos, sem gosto para viver.
Durante o dia, a secretária redobrou de
atenções. Parecia querer consolá-lo, como se
medisse toda sua solidão moral, o seu abandono.
Sorria, tinha palavras amáveis, e o ditado da
correspondência foi entremeado de suaves
brincadeiras da parte dela.
-O Senhor vai comemorar em casa ou numa
boate?
Engasgado, confessou-lhe que em parte
nenhuma. Fazer anos é uma droga, ninguém
gostava dele neste mundo, iria rodar por aí á
noite , solitário, como o lobo da estepe.
- Se o senhor quisesse, podíamos jantar juntos -
insinuou ela, discretamente.
E não é que podia mesmo? Em vez de passar
uma noite besta, ressentida - o pessoal lá de casa
pouco tá ligando -, teria horas amenas, em
companhia de uma mulher que - reparava agora
-era bem bonita.
Daí por diante o trabalho foi nervoso, nunca
mais que se fechava o escritório.Teve vontade de
mandar todos embora, para que todos
comemorassem o seu aniversário, ele
principalmente.Conteve-se, no prazer ansioso da
espera.
- Onde você prefere ir? - perguntou, ao saírem.
- Se não se importa, vamos passar primeiro em
meu apartamento. Preciso trocar de roupa.
Ótimo, pensou ele;- faz-se a inspeção prévia do
terreno, e, quem sabe?
- Mas antes quero um drinque, para animar - ele
retificou.
Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria
de viver e fazer anos, como começou a fazê-los
pelo avesso, remoçando. Saiu bem mais jovem
do bar, e pegou-lhe do braço.
No apartamento, ela apontou-lhe o banheiro e
disse que o usasse sem cerimônia. Dentro de
quinze minutos ele poderia entrar no quarto,
não precisava bater - e o sorriso dele, dizendo
isto, era uma promessa de felicidade.
Ele nem percebeu ao certo se estava arrumando
ou se desarrumando, de tal modo os quinze
minutos se atropelaram, querendo virar quinze
segundos, no calor escaldante do banheiro e da
situação. Liberto da roupa incômoda, abriu a
porta do quarto. Lá dentro , sua mulher e seus
filhinhos, em coro com a secretária , esperavam-
no cantando "Parabéns pra você".
11. Deborah Secco: ‘A sociedade é machista:
homem trair é normal, mulher não’
Deborah Secco voltou a falar de um tema caro
para ela — e para a sua personagem em
Segundo Sol, a ex-quenga Karola, dividida entre
o homem que ama, Beto Falcão (Emilio Dantas),
e o cunhado por quem é atraída, Remy (Vladmir
Brichta). Deborah já admitiu ter traído todos os
parceiros — exceto o atual, o marido Hugo
Moura, com quem está desde 2015 e tem uma
filha, Maria Flor, de 2 anos. Ela retomou o
tema durante o programa Conversa com
Bial exibido na noite desta quinta-feira.
“Choquei todas as pessoas que não estão
habituadas com a franqueza”, diz. “É uma
sociedade hipócrita e machista, onde o homem
trair é normal, a mulher trair, não. No caso
desses homens que eu traí, eu fui traída por
todos eles, e isso nunca virou uma grande
questão”, disse, comentando a diferença de
julgamento entre o comportamento masculino e
feminino. “É um quadro da nossa sociedade
muito machista.”
O tópico surgiu enquanto a atriz e o
apresentador comentavam seu novo filme,
Mulheres Alteradas. Bial perguntou se Deborah
já tinha se visto em uma relação tóxica como a
que interpreta no longa, em que o namorado
quer terminar a relação, mas não tem coragem e
acaba tratando mal a parceira.
“Na verdade, eu era a parte tóxica, é triste
assumir isso”, diz. “Eu não tinha forças para me
livrar da relação, então fazia de tudo para a
outra pessoa se livrar de mim.” Segundo ela, por
não conseguir terminar os relacionamentos,
acabava se envolvendo com outra pessoa. “Eu
me apaixonava de novo para ter forças de sair
daquilo. Só consegui sair de um relacionamento
entrando em outro.”
Por fim, ela reforçou que não sente orgulho nem
incentiva a traição. “Só eu sei como sofri.
Adoraria ter conhecido meu marido aos 16 anos
e ter vivido com ele a vida toda.”
Segundo a atriz, o que mais chocou após a
entrevista em que assumiu ter traído os
namorados foi a repercussão entre as próprias
mulheres. “Muitas me chamavam de
vagabunda”, diz. Deborah aproveitou para falar
sobre feminismo. “É um dever. Todas as
mulheres deveriam fazer esse movimento. É uma
luta por nós. Mais do que por nós. O machismo
também oprime os homens e os coloca em uma
sociedade onde é proibido chorar, abraçar um
amigo, ser sensível. Acho, sim, que devemos
viver em uma postura totalmente feminista, que
quer dizer respeito e igualdade.”
12. Um vídeo viralizou na web e tomou
conta das redes sociais nesta quarta-feira (15).
A filmagem de alguns minutos mostra um
homem que seguiu a esposa, Fabiola, até um
motel em Contagem, região metropolitana de
Belo Horizonte (MG), e descobriu que ela
estava no carro com um de seus amigos, o Leo.
O vídeo é filmado por um terceiro amigo, que
não é identificado, mas narra tudo de cabo a
rabo, como se fosse um apresentador de
televisão.
Uma chuva de piadas de todos os tipos tomou “Quer acabar com sua família, velho, acabar com
conta do Twitter. Enquanto muita gente viu tudo?”
humor nesse episódio da vida da Fabiola, eu vi
“Confiava demais em você, esperava qualquer
outras coisas.
coisa dela.
1. Um retrato triste da nossa cultura machista e
Do outro lado, marido e amigo narrador tratam
patriarcal
Fabiola com desdém e desrespeito. Até o
Primeiro de tudo, mulher que trai é piranha. momento em que o marido bate nela, assistido e
Homem não. Além de comedor, o Leo, no filmado pelos outros, que não fazem nada para
máximo, vai ser visto como traíra por ter saído interromper a violência.
com a mulher do amigo. “Tanta piranha, Leo,
“Tem muito tempo que você já tá dando pra
sacanagem, zé” – fala o amigo narrador,
ele?”
querendo dizer que não precisava pegar justo a
mulher do compadre. Já a Fabiola “Foi caçar essa vadia aí, a Fabíola.”
provavelmente vai ter sua reputação dizimada
“Tá comendo há quanto tempo, Leo?”
na cidade onde mora. Vai ser eternamente
conhecida como como puta, vagabunda. Vai ser De novo, homem e mulher são tratados de
julgada pela família e amigos e dificilmente vai maneiras totalmente diferentes. Enquanto ela é
conseguir se reerguer ou se relacionar diminuída, xingada e agredida, Leo é preservado
novamente com conhecidos. e poupado.
Isso nos mostra que vivemos em uma sociedade 3. Estamos cultivando uma noção nociva de
que trata os gêneros de modos bem diferentes. masculinidade
Uma sociedade que condena mulheres que
Ser macho é ser durão. Forte, másculo,
demonstram comportamento sexual ativo, ou
pegador, , agressivo. É colocar a mulher no
“fora do desejado”. Onde mulher “boa” é mulher
“lugar dela”. Ganhar mais que ela. Mandar em
contida, casta, disponível e dedicada ao cuidado
casa, sustentar a família. É não deixar barato
dos filhos e da casa. Enquanto isso, a mesma
nenhuma traição.
atitude é motivo de status para os homens.
Homem macho é homem comedor. O marido de Fabíola fez o que a nossa cultura o
ensinou a fazer. Seguiu a mulher, quebrou tudo e
Não à toa, quando queremos xingar ou difamar
foi violento com ela para mostrar que era
uma mulher, usamos palavrões relacionados ao
homem o suficiente. Provavelmente, enquanto
comportamento sexual dela: puta, biscate, vadia,
ela vai sofrer com o estigma de puta, ele vai
e por aí vai. Para os homens, nada ofende mais
sofrer com o estigma de corno.
que chamar de ...
Vivemos estereótipos de gênero aprisionantes.
de bicha, viado, boiola ou outros xingamentos
Cultivar essa noção de masculinidade gera
que botam em xeque um ideal de virilidade.
homens infelizes e produz agressores, como o do
2. Violência contra a mulher, banalizada, como vídeo.
se fosse algo aceitável e trivial
É urgente. Precisamos rever essa construção pra
O marido indignado direciona a maioria das falas conseguir, , um dia, alcançar igualdade de
para o Leo, como se ele fosse, ali, o ser digno de gêneros.
atenção. Como se Leo fosse superior à Fabiola.
4. Precisamos viver relações mais saudáveis
Apesar da revolta, Leo é tratado pelos outros
dois dentro de limites de respeito e e até com
certa calma.
“O que é que você armou comigo, velho? O que
você armou comigo, sô?”
Em nenhum momento parece ter passado pela Deixar de vomitar besteiras em troca de uma
cabeça do marido a coisa mais inteligente a se centena de likes e retuítes.
fazer: parar, respirar fundo e conversar com a
Precisamos parar, todos nós – marido da Fabiola,
esposa. Se não ali, no momento da emoção,
Leo, amigo narrador, eu, você e todas as
depois. Que virasse as costas e confrontasse a
milhares de pessoas nas redes sociais – de
mulher em casa, sem os amigos por perto. Um
reproduzir machismo. É hora de começarmos a
diálogo franco, aberto, honesto.
construir a cultura em que queremos viver.
São duas pessoas, casadas, que dividem uma
13.
vida toda. Se Fabiola errou, por que não ouvir
dela o que estava se passando? Quais eram os
problemas da relação? Por que ela agiu daquele
jeito?
Ok, ele estava tomado por raiva e frustração.
Mas e o amigo que conduziu a filmagem? O
rapaz coloca lenha na fogueira o tempo todo. É
claro, no tom de voz e em cada comentário
proferido, que o que ele quer é ver o circo pegar
fogo e o barraco se armar. Quase como se a
infelicidade do amigo e de Fabiola fossem
cômicos, engraçados.
“Tamo vendo aqui a Fabíola, no motel com o
14.
Leo, tá” – narrando o episódio.
“Que isso, Fabíola, que isso, Leo!”
“Desce do carro Fabíola, mostra a cara aqui ó.”
“Ei menino, pode chamar a polícia!”
“Parabéns pra vocês dois hein, velho! Que
papelão, hein?”
Ele incita agressão e violência ao invés de
acalmar o amigo traído e amenizar a situação.
Depois, disponibiliza o vídeo na web. Que tipo de
amigo é esse?
5. Perpetuamos um humor sexista e pautado na
desgraça alheia.
Quando fazemos piadas sobre a Fabiola e o
episódio nas redes sociais, não estamos agindo
muito diferente do cara que fez o vídeo.
Estamos perpetuando estereótipos de gênero,
sendo sexistas. Também estamos nos dando o
direito de rir da desgraça alheia sem qualquer
empatia, como se nada parecido pudesse
acontecer com a gente ou ou com pessoas
próximas.
Precisamos crescer. Parar de agir sem pensar nas
consequências dos nossos atos do cotidiano.