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Vágner Ferrari
Valter Roberto Garcia Junior
RESUMO
A astenopia hoje é a queixa de maior freqüência dada pelos pacientes, sendo um dos
principais motivos que os levam a procura de um profissional da área de saúde visual, sendo assim
o presente trabalho refere-se ao um estudo realizado sobre o uso de lentes progressivas em
pacientes não présbitas com esta sintomatologia. Avaliando se há modificações ou não causadas
por este auxílio óptico ao sistema vergencial e acomodativo visual, e seus prós e contras em
comparação a terapia ortóptica convencional, estudando se há a possibilidade do uso destas lentes
como alternativa aos métodos tradicionais de tratamento à sintomatologia referida.
ABSTRACT
Asthenopia is today the most frequent complaint given by patients, being one of the main causes
which take them to look for an eyecare professional, this work is referred to an undertaken about
the use of progressive lenses in non-presbyopic patients with this symptomatology. It was
evaluated if there are modifications caused by this optical aid for the vergential and visual-
accommodative system, and its pros and cons compared with conventional orthoptical terapy,
studying if there is the possibility of using these lenses as an alternative to the traditional methods
of treatment for the referred symptomatology.
1 INTRODUÇÃO
2 ANATOMIA
2.1 CRISTALINO
O cristalino em uma estrutura avascular e sem inervação, cujas fibras são solúveis
na fase jovem, e à medida que envelhecem, se tornam insolúveis. Nos seres humanos,
novas fibras são formadas durante toda a vida, sendo que as mais novas formam-se na
parte mais externa da lente, à medida que as mais antigas vão se condensando no núcleo,
formando uma estrutura cada vez mais rígida e opaca. (PÉREZ; FERNÁNDES; LOPÉS,
2001).
De acordo com Kaufman e Alm (2004, p.117) “o cristalino está constituído por
populações de células epiteliais especializadas.”
São estruturas constituem três partes distintas: a cápsula, o epitélio e as células ou
fibras da lente (JORGE, BICAS, 2007).
O Epitélio situa-se sob a cápsula anterior do cristalino, onde na sua região central
encontram-se células poliédricas, com núcleos ovais ou redondos. À medida que as células
afastam-se do núcleo em direção a região periférica, essas se tornam menores e mais
cilíndricas, com um núcleo esférico, caracterizando-se como células intermediárias, as
quais os núcleos apresentam atividades coriocinéticas, denominando-se também zona
germinativa. (ARIETA, 2002).
Para Kaufman e Alm (2004), a zona germinativa atua com uma proliferação lenta
onde as células originadas por mitose migram para formar a parte posterior do cristalino e
diferenciam-se nas fibras equatoriais, estas fibras migram para lados opostos do cristalino,
rumo aos extremos apicais e basais, denominado-se suturas, uma vez que as fibras
alcançam as suturas é interrompido o processo de alargamento e seus extremos basais se
separam da cápsula.
A cápsula é formada por uma membrana fina, elástica, transparente e refringente
constituída principalmente por proteínas e polissacarídeos. Sua porção posterior é mais fina
e ruma à periferia há um espessamento das superfícies próximas do equador (a cerca de 3
mm anteriormente e 1 mm posteriormente), para a fixação das fibras zônulares. (ARIETA,
2002).
A substância própria desta lente é dada por fibras que se dispõem em lamelas,
sendo que as mais antigas se dispõem ao centro de forma irregular, apresentando borda
serrilhada e sem o núcleo. (ARIETA, 2002).
Para Arieta (2002) o corpo ciliar é um segmento intermediário da úvea. Ele está
localizado entre o segmento anterior e o posterior do globo ocular (JORGE; BICAS, 2007).
A zona periférica da íris se inserta no corpo ciliar anterior, e por detrás da íris se
encontram os processos ciliares na zona mais interna e anterior do corpo ciliar, formando a
pars plicata.
Para Jorge e Bicas (2007, p.35) “A pars plicata é ricamente vascularizada e consiste
de aproximadamente setenta dobras radiais ou processos ciliares. A zônula fibrilar liga-se
primeiramente na região dos processos ciliares, mas também longitudinalmente à pars
plana.”
Segundo Jorge e Bicas (2007), o corpo ciliar ainda apresenta uma camada
denominada camada supraciliar, semelhante à supra coróide, formada por colágenos e
derivados em parte da supra coróide e também da continuação da camada longitudinal do
músculo ciliar, estando presentes também melanócitos e fibroblastos.
De acordo com Arieta (2002, p.9) “(...) sendo formada por lamelas que limitam
espaços atravessados por fibras conjuntivais e elásticas, que se confundem com tecido
conjuntivo intermuscular.”
2.4 ZÔNULAS
2.5 ACOMODAÇÃO
De uma maneira mais simplificada, o olho humano pode ser estudado como um
sistema óptico constituído por duas lentes espessas, a córnea, a qual é responsável por 70%
do poder dióptrico do olho, e o cristalino, com a possibilidade de dioptria variável.
(BRUNO; CARVALHO, 2007).
Por definição, acomodação trata-se da capacidade do olho em aumentar seu poder
dióptrico (ALVES, 2008).
“Acomodação é a mudança óptica dinâmica da potência dióptrica do olho,
capacidade esta que permite focalizar tanto objetos que se situam longe quanto objetos
próximos” (KAUFMAN; ALM, 2004, p.199, tradução nossa).
A acomodação é uma função que independente da distância que o objeto está do
olho, designa a capacidade de focalização precisa de um objeto, podendo estar entre 6
metros de distância e o infinito. (FEDOSSEEFF, 1995)
A acomodação é a capacidade do cristalino de alterar suas curvaturas, a fim de
mudar seu poder dióptrico, alterando assim o valor de distância focal do olho, através de
sistemas musculares fisiológicos, fazendo assim, com que seja possível enxergar objetos
nas mais variadas distâncias e tamanho de maneira nítida (SMITH; WEST; KINCAID,
2003).
Furlan, Monreal e Escrivã (2000) diferem desta explicação apresentada por Alves
(2007) dizendo que Young constatou que a córnea não era responsável pela acomodação
ao submergir-la em um meio com um índice de refração semelhante ao dela, no caso, a
água, e constar que mesmos nestas condições havia acomodação.
Após isto, Crampton foi o primeiro a demonstrar a presença do músculo ciliar com
base em estudos realizados em olhos de aves, e Muller o primeiro que propôs uma
descrição mecânica para a maneira com que o músculo ciliar poderia altera a forma e
curvatura do cristalino (KAUFMAN, ALM, 2004).
A primeira descrição completa para a acomodação surgiu em 1867, quando
Helmholtz observou que o cristalino estaria suspenso por uma estrutura de ligamentos
inelásticos que formavam a zônula de Zinn, que por sua vez estaria ligada ao corpo ciliar.
(FURLAN, MONREAL, ESCRIVÁ, 2000).
Mesmo sendo a teoria mais antiga que explica o processo acomodativo, ainda hoje
é a que mais é difundida e aceita mundialmente (DAVSON, 1990).
Segundo Bruno e Carvalho (2007) Schachar dividiu as fibras das zônulas em três
categorias, de acordo com a localização de cada uma, são elas: fibras anteriores,
posteriores e equatoriais, sendo que as equatoriais tem função mais ativa no processo da
acomodação que as demais fibras, que tem função de dar estabilidade a lente quando os
olhos não estão acomodados.
De acordo com Kaufman e Alm (2004) quando o olho está focado em um objeto
que se situa longe, a tensão das fibras da zônula, exerce uma força que tem como direção
externa o equador do cristalino através de sua cápsula. Essa tensão mantém o cristalino
relativamente aplanado e sem acomodação. Quando o músculo ciliar se contrai, faz com
que o vértice interno do corpo ciliar se desprenda.
Do infinito até 6 metros, o deslocamento de imagem é de 6/10 mm, enquanto de 6
metros a 12 cm o deslocamento é de 3,58mm, O mecanismo de acomodação, para longe,
depende da atividade do músculo de Brucke, que são fibras meridionais e radiais do
músculo ciliar, inervadas pelo simpático; enquanto a acomodação para perto depende do
músculo de Roger Muller, constituído por fibras circulares do músculo ciliar, inervadas
pelo parassimpático. Este mecanismo ativo da acomodação explica a labilidade da refração
ocular. (Kaufman, Alm, 2004)
Quando o músculo ciliar se contrai, o vértice interno do corpo ciliar ira se
desprender para frente e sobe no eixo do olho. Este desprendimento fará com que ocorra
um estreitamento da união posterior do músculo ciliar a coróides e das fibras zônulares
posteriores.
Quando o cristalino está acomodado ocorrem algumas alterações oculares durante a
acomodação. A córnea não sofre nenhuma alteração, mas na câmara anterior ocorre a
diminuição da mesma, pelo fato de ocorrer um aumento de curvatura da face anterior do
cristalino. A pupila fica em miose. Na zônula ocorre um relaxamento pela ação do músculo
ciliar. A contração do músculo ciliar traciona a coróide e o corpo ciliar para frente, o que
causa um relaxamento da zônula. Os processos ciliares movem-se ligeiramente para frente.
E o vítreo é pressionado para frente. (ALVES, 2008).
lentes negativas e aceitação das lentes positivas, o que indica uma dificuldade para
estimular a acomodação.
2.6.1 Retinoscopia
De acordo com Mejía et al (2005) é um método pelo qual se pode medir o estado
refrativo de cada olho de forma objetiva, ou seja, que não depende da resposta do paciente,
identificar alterações da acomodação, definir o grau da ametropia em pacientes não
colaboradores e até mesmo desmascarar pacientes simuladores.
Para Rodrigues e Dantas (2001) é o exame visual que passa inúmeras informações
ao especialista durante sua realização, e não apenas por definir o grau da ametropia, mas
também na avaliação da transparência dos meios refringentes do olho.
Segundo Grosvenor (2004) as duas técnicas de retinoscopia são mais utilizadas na
prática clínica são a retinoscopia estática e a retinoscopia dinâmica.
distancia de 50cm entre o examinador e o examinado. Essa lente vai compensar a distância.
(MEJÍA et al, 2005)
Para Grosvenor (2004) a retinoscopia estática é a prova utilizada para medir um
defeito refrativo em visão de longe, através do movimento do reflexo do retinoscópio. Tem
por finalidade medir e determinar a potencia de cada meridiano principal a fim de
neutralizar o movimento do reflexo.
Para Mejía et al (2005) é indispensável para a realização deste teste que o paciente
tenha visão binocular, ou que o paciente não apresente tropia em visão de longe.
60 – 64 2.75 D
64 ou mais 3.00 D
Fonte: Mejía et al (2005, p.108)
Para Mejía et al (2005) são necessários alguns requisitos para a elaboração destes
testes, tanto por parte do paciente, como por parte do examinador. São eles:
Integridade da plasticidade do cristalino.
Com correção para o máximo controle acomodativo.
Instruir bem o paciente.
Ter presente a idade do paciente, devido ao processo de envelhecimento.
Realizar os testes monocularmente.
Para Alves (2008) chamada de Método indireto. O paciente fixando a uma distância
de 40cm. São acrescentadas lentes negativas gradualmente a sua correção de longe, até o
paciente reportar que está vendo turvo. Alente mais negativa que permitir a visão das letras
da carta será o valor da amplitude de acomodação. Em cima disso acrescenta-se 2,50 D,
que corresponde ao valor dióptrico da distancia escolhida no exame.
De acordo com Mejía et al (2005) é uma técnica clínica utilizada para medir a
facilidade de acomodação e relaxamento de um paciente com respeito ao tempo. Para a
realização deste teste são necessários alguns requisitos por parte do examinador, do
paciente e também do consultório, tais como:
Presença e integridade do cristalino.
Uso da correção para o máximo controle acomodativo.
Colaboração e entendimento por parte do paciente.
Iluminação adequada.
Conhecer a capacidade acomodativa segundo a idade do paciente e seu estado
refrativo.
Para Scheiman e Wick (1996) quatro resultados são possíveis de acontecer. A primeira
delas é a aceitação das lentes tanto positivas como negativas. A segunda é uma realização
inadequada tanto nas lentes positivas quanto negativas, o que indica uma inflexibilidade de
acomodação, além de uma acomodação relativa positiva e negativa baixas. Uma terceira
possibilidade é a aceitação da lente negativa e a realização inadequada para a lente
positiva, o que indica um excesso de acomodação ou ainda um espasmo acomodativo. A
quarta e última possibilidade é a realização inadequada para as lentes negativas e aceitação
das lentes positivas, o que indica uma dificuldade para estimular a acomodação.
com a demanda visual e os demais testes realizados a fim de dar a conduta mais acertada
ao paciente. (MEJÍA, 2005)
De acordo com Alemany (2005) para medir a flexibilidade acomodativa utiliza-se
flippers de +2.00 dioptrias e – 2 dioptrias utilizados no teste de facilidade. O teste é
realizado de perto a uma distância de 50cm, e realiza-se em cada olho por separado.
Para Mejía (2005) o teste pode ser realizado com uma lente positiva de 2.00
dioptrias e outra negativa também de 2.00 dioptrias, realizando mudanças rápidas sem a
interrupção do teste. O paciente lendo a linha indicada pelo examinador, uma linha acima
de sua acuidade visual em visão de perto.
as lentes convergentes só tinham a função de correção para os présbitas, não podendo ser
indicadas a pessoas jovens com dificuldade de visão para longe. Donders já acreditava que
a astenopia era dada devido ao uso excessivo da acomodação, e afirmava que para se
desenvolver os sintomas era necessário uma predisposição, depois de contestá-la, chegou à
conclusão de que esta predisposição se tratava de o paciente ser hipermétrope.
(GROSVENOR, 2004)
Ainda que a compensação da hipermetropia seja algo compreensível, para Alves
(2008), o astigmatismo resulta na causa mais freqüente de astenopia, isso se dá ao fato do
esforço realizado pelo cristalino para manter apenas um círculo com a menor confusão de
imagem sobre a retina. Esse esforço resulta num esforço relativamente maior para o
sistema acomodativo e visual do que a simples compensação da hipermetropia.
Ainda que a fadiga visual seja uma queixa comum nos defeitos refrativos, ela
também pode ser encontrada em casos onde o paciente apresente alterações da visão
binocular, alterações como insuficiência de convergência, excesso de convergência,
insuficiência de divergência, excessos de divergência, exoforias básicas, endoforias básicas
e forias verticais estão também relacionadas a estes sintomas (GROSVENOR, 2004).
Além disto, Scheiman e Wick (2002) ainda incluem nas causas para a fadiga as
alterações acomodativas, mesmo que um paciente apresente a amplitude de acomodação
normal, porém esteja com a facilidade ou flexibilidade alterados, o paciente poderá ter os
sintomas da fadiga.
2.7.2.1 Etiologia
De origem lenticular, pode ser por uma esclerosis do cristalino. Podendo ser
também por uma debilidade do músculo ciliar. (ALEMANY, 2005).
2.7.3.1 Etiologia
Para Alemany (2005) pode ocorrer devido a um grande desequilíbrio muscular, por
uma neuralgia no trigêmeo, intoxicação geral, ou ainda por estado nervoso ou problemas
psicológicos fortes.
2.7.4.1 Etiologia
Alves (2008) acredita que a causa ainda pode ser congênita, por glaucoma agudo,
neuropatias ópticas, lesões nucleares e supra nucleares.
De acordo com Alemany (2005) a paralisia da acomodação pode ser causada por
anomalias congênitas, trauma, agentes cicloplégicos, infecções, toxicidade, diabetes, por
complicações neurológicas ou musculares.
2.7.5.1 Etiologia
Dificuldade para mudanças de visão de perto para visão de longe e de viso de longe
para visão de perto, astenopia associada a tarefas em visão de perto, cefaléia após trabalhos
em visão de perto, alem de apresentar acomodação relativa positiva (ARP) e acomodação
relativa negativa (ARN) baixas. Não aceita lentes positivas até terminar a terapia. A
amplitude de acomodação (A.A) encontra-se normal. (ALEMANY, 2005).
2.7.7 Presbiopia
Para Dantas (1995) conhecido também como teste da mosca, esse teste se baseia no
principio da polarização, ou seja, ao paciente utilizando os óculos polarizados apresenta-
lhe uma cartilha com o desenho de uma mosca e pede-se que ele pegue a mosca com a
mão, de acordo com a resposta, classifica-se o grau da estereopsia. Permite com que a
estereopsia de um individuo seja quantificada de modo que seus valores variam de 3.000 s
a 40 s de arco.
De acordo com Butterworth (2001) este teste é muito simples e tem como principal
função avaliar a estereopsia de forma qualitativamente, comparando as respostas do
paciente com os dois olhos abertos e com um olho coberto.
De acordo com Dantas (1995) para a realização deste teste pede-se para que o
paciente coincida a ponta de um lápis localizado verticalmente com a ponta do lápis
mantido pelo examinador. Esta coincidência das extremidades dos lápis indica se há
estereopsia.
Butterworth (2001) ainda cita que se a resposta tanto a olho aberto quanto a olho
fechado forem parecidas, a visão binocular esta ausente.
De acordo com Butterworth (2001) este é o único teste clinico baseado em
profundidade real. Três placas de espessuras diferentes com desenhos de formas aleatórias
são utilizadas para a realização deste teste. Cada placa dessa tem quatro desenhos
semelhantes, mas em um deles um circulo em relevo é percebido. Começando com a placa
mais espessa e conforme a resposta do paciente se diminui a espessura. Esta disparidade
compreende valores de 600 a 15 segundos de arco.
Segundo Souza-Dias e Almeida (1999) as vergências são movimentos dos olhos
simultaneamente, mas em sentido oposto um com relação ao outro.
As vergências consistem em alterações nas direções dos raios luminosos, podendo
ser de características divergente, ou convergente, no caso do olho, se comportam sempre
como raios convergentes (Alves, 2008).
De acordo com EDWARDS (1993) as vergências tem uma latência, na maioria dos
casos, de 150 milissegundos, sendo que os valores normais em um adulto pode variar de
130 a 250 milissegundos.
Para Díaz e Dias (2002) as vergências são divididas em horizontais, verticais e
torcionais. As vergências verticais são chamadas de divergências verticais, cujas são
De acordo com Mejía et al (2005) as reservas fusionais tem como principal objetivo
medir a amplitude de fusão do paciente sendo em convergências, ou em divergências.
Alem de detectar através de um estudo das fusões quando algum paciente deseja aumentar
o valor de suas reservas.
É necessário que o paciente tenha visão binocular, de preferência em maiores de 5
anos, até mesmo por ter um grau de entendimento maior para o desenvolver do teste.
Segundo Mejía et al (2005) para o teste ser realizado de forma correta o paciente
deve estar fixando objeto situado a 6m, para RFP e RFN em visão de longe e 33cm a 40
cm para o teste em visão de perto. Coloca-se prismas diante de um dos olhos e em seguida
aumentando o poder dos prismas coloca-se no outro olho e assim sucessivamente ate que o
paciente reporte ver a imagem dupla, nesse momento diminui-se a dioptria prismática (DP)
até ver apenas uma única imagem. O procedimento é o mesmo para as diferentes distâncias
o que muda é a base do prisma. Para se obter reservas fusionais positivas a base do prisma
tem que estar a temporal e se o que quer ser avaliado são as reservas funcionais negativas a
base do prisma deve ser interna.
De acordo com Mejía et al (2005) os valores normais das reservas fusionais são:
Convergência de perto- 35 a 40 DP 35/30
Convergência de longe- 20 a 25 DP 25/20
Divergência de perto- 12 a 15 DP 12/10
Divergência de longe- 7 a 10 DP 10/8
De acordo com Scheiman e Wick (1996) o cover teste tem como propósito avaliar a
presença, direção e a magnitude da foria. É um dos métodos mais valiosos para avaliar as
características motoras binoculares.
Segundo Mejía et al (2005) este teste tem como principal objetivo dar um
diagnóstico do estado do equilíbrio binocular do paciente através da capacidade de fusão
motora do mesmo.
Para a realização deste teste são necessários alguns requisitos, sendo que a principal
delas é a que o paciente tenha fixação central e que fixa o objeto com nível de acuidade
visual do olho com menor visão. (MEJÍA et al, 2005).
lentes positivas lentamente até q o paciente reporte que está vendo borrado. Os valores
normais esperados na acomodação relativa negativa é de +2,00 dioptrias.
Segundo Scheiman e Wick (1996) para saber se a causa da borrosidade é por parte
da acomodação ou da vergência fusional positiva, examina-se o sistema acomodativo
monocularmente, se este encontra-se melhor o problema esta relacionado com as
vergências fusionais.
De acordo com Scheiman e Wick (1996) este teste avalia de forma indireta a
vergência relativa negativa. Acrescenta-se lentes negativas em passos de -0,25 dioptrias,
comparando com os testes de vergências suaves. Com a ARP o paciente deve manter a
convergência em um determinado nível, mudando a resposta acomodativa. O paciente deve
manter a visão única e nítida enquanto adiciona-se lentes negativas gradativamente. Para
conseguir que isso ocorra deve estimular a acomodação, que esta acompanhada de um
incremento de convergência acomodativa. Portanto a ARP não indica somente a habilidade
de estimular a acomodação, mas também mostra o estado da vergência fusional negativa.
Para Alemany (2005) este teste é realizado sobre sua melhor correção para visão de
longe, observando um optotipo de acuidade visual inferior a acuidade visual do olho com
pior visão. O valor normal esperado para a acomodação relativa positiva é de -2,50
dioptrias.
De acordo com Scheiman e Wick (1996) essa alteração é a mais comum entre as
alterações da visão binocular, afetando em torno de 3% a 5% da população. Ocorre quando
o individuo apresenta uma vergência fusional positiva reduzida com uma relação A/CA
baixa, o cover teste apresenta-se como exoforia maior de perto do que para longe, além de
um ponto próximo de convergência afastado, com ruptura maior de 10 cm.
Segundo Rhee e Pyfer (2002) a insuficiência de convergência pode ser causada por
fadiga ou doenças; drogas (parassimpatolíticos), uveíte, pupila tônica de Adie, lesão
traumática, ou ainda por uso de óculos que induzem um efeito prismático de base externa.
Para Grosvenor (2004) depois de prolongados trabalhos em visão de perto pode
fazer com que o individuo com insuficiência de convergência queixe-se de fadiga,
sonolência ou ainda reporta ver duplo.
Scheiman e Wick (1996) afirmam que o individuo com insuficiência de
convergência também pode apresentar visão borrada, dores de cabeça, dificuldade de
visão borrada, além de apresentar também vergência fusional negativa baixa em visão de
longe, relação A/CA baixa e um erro refrativo não significativo.
De acordo com Grosvenor (2004) a utilização de lentes corretoras de base externa
para corrigir a hipermetropia seria o tratamento para essa condição.
Para Scheiman e Wick (1996) o tratamento da insuficiência de divergência ocorre
com a utilização de lentes com prismas de base externa, e se com essa não tiver os
sintomas eliminados ou diminuídos, a terapia é alternativa eficaz.
Segundo Grosvenor (2004) o excesso de divergência é caracterizado por apresentar
uma exoforia elevada em visão de longe e uma exoforia mais baixa em visão de perto.
Muitas vezes os pacientes com essa alteração não se dão por conta do problema e a única
queixa é que um dos olhos gira para fora.
De acordo com Scheiman e Wick (1996) a relação A/CA nesses casos encontra-se
alta, e as reservas fusionais positivas geralmente estão normais. E os sintomas dessa
alteração ainda que raros, podem apresentar-se como astenopia, além de diplopia.
Para Grosvenor (2004) uma hipercorreção com lentes negativas ajudaria não
tratamento do excesso de divergência, pelo fato de diminuir a exoforia em visão de longe.
Scheiman e Wick (1996) acreditam que o tratamento por terapia é eficaz e
necessário se a utilização de correção com lentes negativas não for o suficiente para
eliminar os sinais e sintomas ocorridos pelo excesso de divergência.
2.10 PROGRESSIVAS
De acordo com Arqués e Bel (1996) a primeira lente progressiva foi patenteada
pelo inglês Owen Aves, em 1907, que não conseguiu fabricá-la pela falta de tecnologia que
era necessária para a produção destas lentes. Em 1914, foi patenteada como a primeira
lente progressiva a ser produzida comercialmente, por Gowlland, a qual não teve muito
êxito. Até que em 1951, Maitenaz deu inicio a um desenvolvimento a primeira lente
progressiva com boa aceitação, apesar de esta só ser comercializada no ano de 1959.
Segundo Uras (2000) as lentes progressivas foram criadas para amenizar a
mudança brusca dióptrica que ocorre nos bifocais e trifocais ao se transitar do campo de
longe ao campo de perto.
De acordo com Uras (2000) as lentes progressivas possuem maiores vantagens pelo
fato de não possuírem linhas divisórias na lente, ausência de borramento intermediário e
não haver salto de imagens.
Para Arqués e Bel (1996) as lentes progressivas são caracterizadas por três zonas
úteis para a visão, que são: zona de distância, zona de leitura, corredor progressivo.
Segundo Ospina (2009), as lentes progressivas são calculadas de tal forma para que
a zona superior da lente situe-se a correção para longe, a adição da lente ocorre a medida
que o olho percorre o corredor progressivo, correspondendo a distancia do ponto de
fixação do usuário, proporcionando assim ao présbita a visão mais próxima do natural.
Porém, este método de construção para a lente tem suas desvantagens, com a
variação da potencia da lente, são criados astigmatismos irregulares nas periferias das
lentes, também conhecido como zonas de aberrações, que provocam imagens distorcidas,
inutilizando esta parte da lente ao usuário,
As lentes progressivas são classificadas de acordo com a disposição de seus
astigmatismos irregulares na lente, sendo eles desenho suave, assimétrico, multidesign,
projetos por prescrição, e desenhos compactos. (CARNEIRO, 2005).
Ospina (2009) propõe uma classificação segundo a tecnologia empregada na
construção das lentes, onde são divididas em gerações de primeira (lentes mais antigas) a
sexta (lentes mais avançadas). Onde a primeira geração corresponde as lentes
desenvolvidas por Maitenaz em 1959, com desenhos umbilicais, a Segunda geração
corresponde ao avanço das mesmas, melhorando a altura de montagem e as zonas de longe
e intermediária, a terceira geração corresponderia as lentes com desenhos simétricos, a
quarta geração a desenhos assimétricos, a quinta geração trata-se das lentes desenhadas por
prescrição, também conhecidas como free-form, a sexta geração as lentes com progressão
na face interna.
No desenho duro, a zona de progressão é curta, fazendo com que as mudanças
bruscas de dioptria sejam deslocadas para ambos os lados da periferia, como resultado, as
concentrações de astigmatismo indesejado se dão nesta região, aumentando o campo de
visão para longe e perto. Neste caso são mais indicadas armações não muito grandes, que
proporcionarão maior conforto, e o usuário terá visão satisfatória ao focalizar na região do
corredor progressivo, é um desenho indicado para usuário que já estão habituados a
bifocais e monofocais em armações meia taça, por exigirem menor movimentação da
cabeça. (CARNEIRO, 2005).
De acordo com Ospina (2009) esse desenho se caracterizou na primeira geração de
multifocais, apresentada por Bernard Maitenaz, e tinha como principal desvantagem a má
visão binocular proporcionada pelas lentes fabricadas em 1959, pois cada ponto tomado
como fixo na lente, apresentava diferentes quantidades de astigmatismo, fazendo com que
o paciente tivesse dificuldade ao percorrer a lente com os olhos, fazendo com que, naquela
época, essa geração também tinha aplicado o conceito de desenho simétrico, fazendo com
que esse tipo de lente tivesse um sucesso de adaptação de 5%.
Segundo Dias (2005), isso se fez principalmente pela mudança no processo de
fabricação das lentes, enquanto os desenhos duros usavam como base curvas esféricas, os
desenhos suaves buscavam curvas asféricas, que como conseqüência distribuíam as zonas
de astigmatismo por uma região maior da lente, tornando-os menos perceptíveis,
diminuindo a largura dos campos de longe e de perto, sendo uma opção mais indicada para
pacientes que necessitam da visão intermediária.
Essa nova geração, a segunda, começou a ser fabricada em 1972, após a
disseminação do uso de progressivos conquistados pela primeira geração, cujo o critério
utilizado para a elaboração foi a moderação óptica horizontal, conceito que buscou pela
ampliação dos campos visuais para melhor comodidade visual. Nessa geração também era
empregado o conceito de desenho assimétrico. (OSPINA, 2005).
Os desenhos simétricos se dão de uma concepção mais antiga na ótica, e era
fabricada de tal modo que os astigmatismos eram distribuídos por iguais nas zonas da
lente, não sendo possível distinguir no bloco da lente a parte nasal da temporal, sendo
necessário então, assim como nos bifocais Ultex e Kriptok, o giro na lente para criar a
descentração para perto, como conseqüência, gerava um desconforto na visão lateral, uma
vez que ao rotacionar a lente há uma invasão da zona de astigmatismo na região nasal dos
olhos (DIAS, 2005).
Como vantagem, não há necessidade de se girar a lente durante o processo de
surfaçagem e, hoje, a maioria das lentes fabricadas nesse molde tem uma descentração para
perto média de 2,5mm, considerando assim, que os usuários tenha uma convergência
média de 5 mm. (DIAS, 2005).
Segundo Carneiro (2005), essas lentes proporcionam uma melhor visão binocular
em comparação aos desenhos simétricos.
De acordo com Dias (2005), o conceito multidesign mescla ambas configurações
dos dois desenhos, a fim de aperfeiçoar a largura e o comprimento dos campos e do
corredor das lente.
As lentes por prescrição foram desenvolvidas a fim de atender a necessidade com
um desenho específico para cada ametropia, atendendo preferencialmente a demanda de
míopes, emétropes e hipermétropes. (CARNEIRO, 2005).
Os progressivos por prescrição compreendem a quinta geração de progressivos, e
tem como conceitos fundamentais à simetria horizontal, que visa atingir qualidade óptica
na lente em 180º na lente, livres de qualquer distorção, qualquer que seja a prescrição,
curva base ou adição, na prática, isso significa que um míope terá em sua lente, o campo de
visão de longe melhorado em comparação a lente desenhada para um emétrope ou
hipermétrope. Além disto, a equalização dos campos proporciona uma percepção dos
objetos de uma maneira mais natural, assim como o conceito inovador de inset variável,
considerando diferentes descentrações para perto como base gera uma melhora
significativa na visão binocular. (OSPINA, 2009).
A ultima geração de multifocais foi iniciada recentemente, aplicando a tecnologia
free-form, com o conceito inovador de se respeitar a fisiologia do olho para a criação de
um desenho ideal ao usuário, as lentes com progressão interna visam maximizar ao
extremo o campo visual útil ao usuário, e está baseada em três propósitos. O primeiro leva
em consideração um desenho livre padrão para todas as prescrições, apenas aproveitando a
Tabela 3 – Avaliação do Cover Test em pacientes do Grupo A antes e depois do uso das lentes
Grupo A antifadiga
a6m a 40 cm a 20 cm
Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Ortoforia 100% 100% 30% 10%
Exoforia 70% 60% 100% 50%
Exotropia 30% 50%
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Gráfico 1 - Avaliação do Cover Test em pacientes do Grupo A antes e depois o uso das lentes
100%
90%
80%
70%
60%
50% E x otropia
E x oforia
40%
O rtoforia
30%
20%
10%
0%
A ntes Depois A ntes Depois A ntes Depois
a6m a 40 c m a 20 c m
G rupo A antifadiga
O gráfico mostra que no segundo atendimento dos pacientes usuários das lentes
anti-fediga 50% deles apresentaram tropias no exame de cover teste a uma distancia de
20cm. Circunstância essa que não se mostrava presente na primeira avaliação destes
pacientes.
Tabela 4 – Avaliação do Cover Test em usuários do Grupo B antes e depois da terapia convencional
Grupo B Terapia Convencional
a6m a 40 cm a 20 cm
Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Ortoforia 100% 100% 30% 10%
Exoforia 70% 90% 100% 100%
Exotropia
Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Gráfico 2 – Avaliação do Cover Test em usuários do Grupo B antes e depois da terapia convencional
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40% E x oforia
30% O rtoforia
20%
10%
0%
A ntes Depois A ntes Depois A ntes Depois
a6m a 40 c m a 20 c m
Tabela 5 – Avaliação do ponto próximo de convergência com objeto real em pacientes do Grupo A e Grupo
B
Ponto Próximo de Convergência
Grupo A Grupo B
Antes Depois Antes Depois
N % N % N % N %
ate14,5 cm 3 30% 1 10% 4 40%
de 15 a 19 cm 4 40% 2 20% 7 70% 6 60%
de 20 a 24,5 cm 3 30% 2 20% 2 20%
de 25 a 30 cm 3 30%
acima de 30,5 3 30%
Total 10 100% 10 100% 10 100% 10 100%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Gráfico 3 – Avaliação do ponto próximo de convergência com objeto real em pacientes do Grupo A e Grupo
B
A ntes
G rupo A
P onto P róx imo de C onvergênc ia
Depois
ate14,5 c m
de 15 a 19 c m
de 20 a 24,5 c m
de 25 a 30 c m
ac ima de 30,5
A ntes
G rupo B
Depois
Amplitude de Acomodação
Grupo A Grupo B
Antes Depois Antes Depois
N % N % N % N %
Entre 3,00D e 3,75D 2 10% 6 30%
Entre 4,00D e 4,75D 16 80% 14 70% 2 10%
Entre 5,00D e 5,75D 2 10% 13 65% 6 30%
Entre 6,00D e 6,75D 5 25% 14 70%
Total 20 100% 20 100% 20 100% 20 100%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Antes
Grupo A
Amplitude de Acomodação
Depois
Entre 3,00D e 3,75D
Entre 4,00D e 4,75D
Entre 5,00D e 5,75D
Antes Entre 6,00D e 6,75D
Grupo B
Depois
100%
90%
80%
70%
60%
30% Normal
20%
10%
0%
Antes Depois Antes Depois
Grupo A Grupo B
Flexibilidade Acomodativa
Antes
Grupo A
Facilidade Acomodativa
Depois
Tabela 9 – Avaliação da relação entre acomodação e convergência acomodativa em ambos grupos antes e
depois
A/CA
Grupo A Grupo B
Antes Depois Antes Depois
N % N % N % N %
Inferior a 3 70 70%
entre 3 e 5 10 100% 30 30% 10 100% 10 100%
Total 10 100% 100 100% 10 100% 10 100%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Gráfico 7 – Avaliação da relação entre acomodação e convergência acomodativa em ambos grupos antes e
depois
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40% Inferior a 3
entre 3 e 5
30%
20%
10%
0%
Antes Depois Antes Depois
Grupo A Grupo B
A/CA
Enquanto nos pacientes da terapia ortóptica esses valores não foram alterados, continuando
com essa relação normal.
Antes
Grupo A
Acomodação Relativa Negativa
Depois
entre 0 e 0,50
entre 0,75 e 1,25
entre 1,5 e 2
entre 2,25 e 2,75
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
esses valores, sendo que 10% deles apresentaram esse fator muito abaixo do esperado.
Após a terapia ortóptica 100% dos pacientes apresentaram no teste de acomodação relativa
negativa valores dentro dos parâmetros normais.
Antes
Grupo A
Acomodação Relativa Positiva
Depois
entre 0 e 0,50
entre 0,75 e 1,25
entre 1,5 e 2
entre 2,25 e 2,75
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Este teste tem muita semelhança com o teste de sheard utilizado para medir a
amplitude de acomodação, só que este se mede binocularmente, mas com o mesmo
principio de ativar a acomodação do paciente. O gráfico mostra que 50% dos pacientes da
ortóptica a acomodação relativa positiva encontra-se dentro dos parâmetros normais, fato
que ocorre em 20% dos pacientes usuários de lentes anti-fadiga também. Na reavaliação os
100% dos pacientes de ortóptica se mantiveram com os valores normais, enquanto, que nos
pacientes usuários das lentes ocorreu um déficit, diminuindo ainda mais a acomodação
relativa positiva (ARP).
Gráfico 10 - Resultado da diferença entre retinoscopia estática e dinâmica em ambos os grupos antes e depois
Antes
Grupo A
Depois
de -1,00D até -0,25D
0,00D até +0,75DD
de 1,00D até 1,75D
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Antes
Grupo A
Reservas Fusionais Negativas (Longe)
Depois
de 5Δ até 7Δ
de 8Δ até 10Δ
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Antes
Reservas Fusionais Negativas (Perto)
Grupo A
Depois
de 8Δ a 11Δ
de 12Δ a 15Δ
de 16Δ a 19Δ
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Antes
Grupo A
Reservas Fusionais Positiva (Longe)
Depois
de 10Δ até 15Δ
de 15Δ até 20Δ
de 15Δ até 20Δ
de 20Δ até 25Δ
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Antes
Grupo A
Reservas Fusionais Positiva (Perto)
Depois
de 20Δ até 25Δ
de 25Δ até 30Δ
de 30Δ até 35Δ
Antes
Grupo B
Depois
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Notas de 1 a 5
1 – Nunca; 2 – Pouco; 3 – Freqüentemente, 4 – Muito; 5 – Sempre
Tabela 18 – Satisfação dos pacientes com sua visão de acordo com as atividades desempenhadas
Satisfação Visual
Grupo A Grupo B
Antes Depois Antes Depois
N % N Ganho N % N Ganho
Visão em geral 2,5 100% 3,3 32% 3 100% 3 0%
Leitura 2,7 100% 4,3 59% 2 100% 3,1 55%
Trabalho sobre mesa 2,6 100% 3,8 46% 2,7 100% 2,9 7%
Computador 2,6 100% 3,6 38% 2,4 100% 2,8 17%
Fonte: Ferrari, Garcia, 2010.
Gráfico 16 – Satisfação dos pacientes com sua visão de acordo com as atividades desempenhadas
Notas de 1 a 5
1 – Péssima; 2 – Ruim; 3 – Regular 4 – Boa; 5 – Ótima
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
demonstrou também a queda em ambas as características, ainda que mais acentuada para
ativar a acomodação do que para relaxar.
Contrário a estes dados, temos os pacientes que realizaram durante o procedimento
o tratamento ortóptico, onde houve uma melhora significativa.
A amplitude de acomodação, juntamente com a facilidade e flexibilidade
acomodativa são fatores peculiares ao estudo, uma vez que se avaliam os pacientes no
limiar da presbiopia. Estes fatores são importantes por que quanto menor a amplitude
atingida, menor será a facilidade e consequentemente menor também será a flexibilidade
que o sistema acomodativo exercerá. Estando assim os pacientes mais próximos da
presbiopia.
A ortóptica se mostrou bastante eficaz ao tratar a amplitude nos pacientes, pois,
mesmo que estes sejam um grupo bastante sensível a diminuição da mesma, o aumento é
algo notório, uma vez que, com isto, consegue-se não somente tratar a sintomatologia, mas
também retardar um pouco esta condição fisiológica que é a presbiopia.
Com o aumento da amplitude de acomodação temos também um aumento da
convergência acomodativa, que aproxima o ponto próximo de convergência, resultando em
um maior conforto, uma vez que após a segunda consulta, com as vergências mais
fortalecidas, o esforço para realizar atividades de perto se torna menor, e, portanto mais
confortável.
Esse aumento na amplitude de acomodação também influenciou na facilidade e
flexibilidade acomodativa, que antes se mostravam notoriamente diminuídas, agora, com
um maior trabalho atingiram valores satisfatórios a idade dos pacientes, isso é de grande
importância, pois no mundo contemporâneo, a jornada de trabalho se traduz numa
constante alteração entre a visão de perto e visão de longe, logo esses quesitos são
utilizados constantemente pelos pacientes.
A acomodação relativa demonstra isso bem, com resultados melhores aos da
primeira consulta, a terapia ortóptica se mostrou eficaz e corrigir os problemas do
cristalino justamente em realizar essa alternância entre a visão de perto e de longe,
auxiliando assim também, as reservas fusionais que agora se encontram também em
valores dentro dos padrões aceitáveis.
O fato de se possuir reservas fusionais boas resulta que por um maior espaço de
tempo o paciente consegue manter a fusão para atividade de perto, ou seja, sua jornada de
trabalho, como o sistema de vergência e acomodação é recíproco, esta também auxilia na
focalização dos objetos próximos, fazendo com que se obtenha uma folga no esforço
realizado por ambos, não sobrecarregando o sistema, de tal forma que o A/CA continuou
normal após a terapia
Do ponto de vista clínico a terapia se demonstrou extremamente eficaz, melhorando
os valores em todos os aspectos avaliados e aproximando-os, ou mesmo atingindo os
valores considerados normais mesmo que por um curto espaço de tempo.
De fato, a idéia de uma lente inovadora que realize o alívio aos sintomas de
astenopia instantaneamente sem a necessidade de colaboração por parte do paciente, é
tentadora.
Contudo, consideramos que o intuito das lentes é atribuir ao olho uma
compensação óptica a um déficit fisiológico, logo, ao se utilizar as lentes estamos na
verdade aliviando única exclusivamente os sintomas, e não as causas.
Ainda assim, é importante frisar que como as lentes realizam essa compensação, o
sistema visual não se vê mais obrigado a realizar o esforço necessário para a realização das
tarefas, tornando-se assim de certa forma, inerte, e, portanto agravando a situação.
O fato de apenas ajudar o sistema visual sem tratá-lo resulta em dois caminhos ao
paciente, ou se torna dependente da lente contra fadiga visual para ter o alívio dos
sintomas, ou recorre a terapia ortóptica.
Tanto o sistema acomodativo quanto vergencial são baseados em um grupo de
músculos que atuam em conjunto a fim de realizar os movimentos oculares nas situações
oculares, como todos os músculos do corpo, e no olho não poderia ser diferente, estes
precisam ser exercitados
Nesse quesito a ortóptica sim se mostra evidentemente mais eficaz uma vez que a
terapia correta desenvolve não somente a musculatura, mas também favorece ao estimulo
neurológico para que o sistema como um todo possa desempenhar a função de uma
maneira correta.
O fato da ortóptica se demonstrar menos eficaz a diminuição dos sintomas deriva-
se da própria característica fisiológica do organismo, que necessita de um tempo natural
para que possa responder como no caso da terapia ortóptica, ao tratamento, e adquirir o
desenvolvimento ideal para o desaparecimento dos sintomas.
É verdade que o hiper desenvolvimento também pode gerar as condições adversas
tanto quanto o hipodesenvolvimento, contudo, devido ao pouco tempo de terapia realizado
durante o estudo não é possível pensar nesta possibilidade.
É dever do profissional visual demonstrar ao paciente a importância de se realizar a
terapia correta ao exame para que se chega aos valores satisfatórios.
A grande vantagem da terapia ortóptica com relação ao uso de auxílios ópticos para
a sintomatologia referida é de que enquanto as lentes aliviam os sintomas
momentaneamente, ou seja, apenas durante a utilização das mesmas, o tratamento
convencional proporciona uma solução permanente, que em longo prazo, se torna
vantajosa ao paciente tanto do ponto de vista financeiro quanto prático.
Portanto, a terapia ortóptica, mesmo que seja trabalhosa ao paciente, pelo fato de
necessitar de rotineiros retornos ao consultório e exercícios diários em sua residência,
ainda é a alternativa mais indicada nos casos de astenopia, por isso é dever do profissional
visual ao paciente em que situação motora o mesmo se encontra, informar sobre o tempo
para a evolução da terapia, e os benefícios em longo prazo que ela proporciona.
É necessário uma motivação ao paciente durante o processo da terapia ortóptica,
exigindo desse um esforço para que a terapia tenha sucesso, pois, sem a motivação por
parte do profissional visual e, o esforço do paciente a mesma não terá o sucesso esperado.
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