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ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais

MULTIVIX em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,


Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,
e com a Educação a Distância presente
em todo estado do Espírito Santo, e com
polos distribuídos por todo o país.

Desde 1999 atua no mercado capixaba,


destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando
pela qualidade de seu ensino e pela
formação de profissionais com consciência
cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de


Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109
R EE II T O R
R
instituições avaliadas no Brasil, apenas
15% conquistaram notas 4 e 5, que são
consideradas conceitos de excelência em
ensino. Estes resultados acadêmicos
colocam todas as unidades da Multivix
entre as melhores do Estado do Espírito
Santo e entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cidadã para o


mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida


nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Adriana Greco Ferreira

Análise das Demonstrações Contábeis / FERREIRA, Adriana Greco -


Multivix, 2021

Catalogação: Biblioteca Central Multivix


2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

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LISTA DE QUADROS

UNIDADE 1

>> Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício 17


>> Estrutura da Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL) 22
>> Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 29

UNIDADE 2

>> Balanço patrimonial de uma sociedade empresarial em 31 de dezembro


de 20x1. 39
>> Demonstração do Resultado do Exercício de uma sociedade empresarial
em 31 de dezembro de 20x1. 40
>> Análise vertical das contas do ativo de uma sociedade
empresarial em 31 de dezembro de 20x1. 41
>> Análise vertical das contas do passivo de uma sociedade
empresarial em 31 de dezembro de 20X1. 42
>> Análise vertical das contas de resultado de uma sociedade empresarial
em 31 de dezembro de 20x1. 43
>> Balanço patrimonial de uma sociedade empresarial em 31 de dezembro
de 20x1. 45
>> Demonstração do Resultado do Exercício de uma sociedade empresarial
em 31 de dezembro de 20X1. 46
>> Análise horizontal das contas do ativo de uma sociedade
empresarial em 31 de dezembro de 20X1. 47
>> Análise horizontal das contas do passivo de uma sociedade empresarial
em 31 de dezembro de 20x1. 48
>> Análise horizontal das contas de resultado de uma sociedade
empresarial em 31 de dezembro de 20x1. 49
>> Balanço patrimonial de uma sociedade empresarial em 31 de dezembro
de 20X1. 59

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LISTA DE FIGURAS

UNIDADE 1

>> Estrutura do Balanço patrimonial 13

UNIDADE 2

>> Relação entre as contas patrimoniais e o índice de liquidez imediata 53


>> Relação entre as contas patrimoniais e o índice de liquidez corrente  54
>> Relação entre as contas patrimoniais e o índice de liquidez seca 57
>> Relação entre as contas patrimoniais e o índice de liquidez geral 58

UNIDADE 3

>> Visão gerencial do ciclo econômico de uma entidade 79


>> Visão gerencial do ciclo financeiro de uma entidade 80
>> Visão gerencial do ciclo operacional de uma entidade 81

UNIDADE 5

>> Comportamento do ativo circulante 111


>> Comportamento do ativo circulante 121
>> Representação gráfica do efeito tesoura 123

UNIDADE 6

>> Processo contábil dentro das entidades 133


>> Correlação entre a contabilidade e a análise das demonstrações
contábeis 134
>> Processo de análise das demonstrações contábeis 138
>> Exemplo de relatório breve 150

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA9

UNIDADE 1 1  ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS11


1.1  DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BÁSICAS11
1.2  OUTRAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS23

UNIDADE 2 2  PRINCÍPIOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E ÍNDICES


DE LIQUIDEZ36
2.1  PRINCÍPIOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS37
2.2  ÍNDICES DE LIQUIDEZ50

UNIDADE 3 3  ÍNDICES DE ATIVIDADE E SEUS CICLOS65


3.1  ÍNDICES DE ATIVIDADE65
3.2  CICLOS DE ATIVIDADE78

UNIDADE 4 4  ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL E DE RENTABILIDADE86


4.1  ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL86
4.2  ÍNDICES DE RENTABILIDADE95

UNIDADE 5 5  ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO109


5.1  ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO109
5.2  ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO120

UNIDADE 6 6  ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E SEU RELATÓRIO132


6.1  ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS132
6.2  RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 144

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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina “Análise das demonstrações contábeis” tem o objetivo de estudar
e avaliar a situação econômico-financeira das entidades capazes de atingir
melhor desempenho e obter vantagem competitiva no mercado.
Devido à alta competitividade e às constantes mudanças no mercado, as en-
tidades precisam conhecer a sua situação econômico-financeira e planejar
suas ações a fim de perpetuarem suas operações e apresentarem melhores
condições em relação aos seus concorrentes. Para que isso aconteça, é impor-
tante a produção de informações capazes de auxiliar o processo de tomada
de decisão e avaliar seu desempenho ao longo do tempo.
As entidades são responsáveis por elaborarem as demonstrações contábeis
transparentes e fidedignas capazes de trazerem informações aos diferentes
usuários. A partir delas, poderão calcular e analisar diferentes indicadores eco-
nômico-financeiros que evidenciarão liquidez, solvência, endividamento, ní-
veis de atividade, rentabilidade e lucratividade da entidade. Com isso, pode-se
analisar se o investimento realizado é rentável, se a entidade possui alto grau
de endividamento, se ela possui capacidade de saldar suas obrigações junto
a terceiros, se ela traz lucratividade ao seu negócio e tantas outras avaliações.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender
as finalidades das
demonstrações
contábeis.
> Conhecer a
estrutura das
demonstrações
contábeis.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1  ESTRUTURA DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1.1  DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BÁSICAS


Evidenciam os efeitos patrimoniais e financeiros de maneira estruturada e
simplificada aos usuários das informações. Por meio delas, pode-se obter in-
formações fidedignas e relevantes que contribuam para o processo de toma-
da de decisão e alcance dos objetivos de todos os interessados.

Borelli e Pimentel (2017) afirmam que as demonstrações contábeis são resul-


tantes do processo contábil que consiste em:

•  colher dados referentes às operações realizadas pela entidade mediante


documentação probatória;

•  verificar, mensurar e registrar as operações de acordo com a estrutura


conceitual e normas contábeis;

•  produzir relatórios que possuam


informações contábeis decorrentes de
processos anteriores;

•  divulgar as demonstrações contábeis


aos diferentes usuários, atendendo às
exigências legais.

O item 10 da NBC TG 26 (Resolução CFC


n. 1.185/09) estabelece que o conjunto
Atenção completo das demonstrações contábeis é
A administração da composto por:
entidade é a responsável
pela elaboração das •  Balanço Patrimonial.
demonstrações contábeis.
•  Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).

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•  Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).

•  Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).

•  Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

•  Notas explicativas.

Cada uma dessas demonstrações contábeis possui


uma finalidade diferente. No entanto, elas são
complementares e consistentes entre elas. Ou
seja, o usuário da informação consegue associar
os dados apresentados em uma demonstração
contábil com as outras.

Clique aqui e assista à palestra produzida pelo


CRC-SP sobre demonstrações contábeis.

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1.1.1  BALANÇO PATRIMONIAL


É considerada uma das demonstrações contábeis mais importantes no pro-
cesso de tomada de decisão. Isso porque os elementos do balanço patrimo-
nial permitem o cálculo e a análise de indicadores de solvência, liquidez, en-
dividamento, de atividade, rentabilidade e outros (MARTINS et al., 2020).
O balanço patrimonial demonstra, de forma qualitativa e quantitativa, a si-
tuação patrimonial e financeira da entidade (artigo 178, da Lei n. 6.404/76).
Sua posição é estática, pois apresenta o patrimônio da companhia em um
determinado período. Contudo, sua estrutura será apresentada de maneira
diferente após o seu fechamento. O balanço patrimonial é composto por três
grupos: ativo, passivo e patrimônio líquido, conforme exposto no esquema
a seguir.

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Ativo Passivo
Circulante Circulante

Ativo Não Passivo Não


Circulante Circulante

Patrimônio
Líquido

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

#PraCegoVer

Na imagem, o balanço patrimonial é dividido em dois lados. O esquerdo apresenta o ativo


que é subdividido em ativo circulante e ativo não circulante. O lado direito evidencia o
passivo e o patrimônio líquido. O primeiro é subdividido em passivo circulante e passivo
não circulante.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1.1.1.1 ATIVO
Compreendem bens e direitos da entidade resultantes de eventos passados
e do qual se esperam futuros benefícios econômicos (IUDÍCIBUS, 2017). As
contas do ativo são apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez.
A Lei n. 11.638/07 determina que o ativo esteja disposto em dois grupos: ativo
circulante e ativo não circulante.
No ativo circulante, encontram-se os bens e direitos realizáveis no curto pra-
zo. É composto por disponível (caixa e equivalente de caixa), contas a receber,
estoques e despesas antecipadas.
No ativo não circulante, estão as contas de menor liquidez, pois serão realiza-
das no longo prazo e não se destinam à venda (ASSAF NETO, 2020). A Lei n.
11.638/07 subdivide o ativo não circulante em Realizável a Longo Prazo, Inves-
timento, Imobilizado e Intangível.
O ativo Realizável a Longo Prazo compreende itens semelhantes aos do ati-
vo circulante, porém são realizados no longo prazo. Constitui valores deriva-
dos de venda a prazo de produtos ou prestação de serviços, empréstimos ou
adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a direto-
res, acionistas etc. (MARTINS et al., 2020).

A sociedade é considerada coligada quando a


investidora possui influência significativa sobre
ela, apresentando poder de participar e influenciar
sobre decisões relacionadas à investida sem
necessariamente ter o controle de seu capital
(ASSAF NETO, 2020).

Os componentes do Investimento têm como característica não se destinar à


atividade-fim da entidade. Compreendem obras de arte, terrenos ou imóveis
para especulação imobiliária e participações em outras entidades.

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O Imobilizado constitui bens corpóreos e direitos destinados à atividade ope-


racional da entidade.
De acordo com Martins et al. (2020), os componentes do Imobilizado pos-
suem as seguintes características básicas:

•  serem mantidos para atividade produtiva, fornecimento de produtos ou


serviços ou fins administrativos;

•  utilização por mais de um ano.

O Intangível constitui direitos que tenham por objeto bens incorpóreos vol-
tados à atividade-fim da entidade ou exercidos com esse propósito. Encon-
tram-se nesse subgrupo direitos autorais, marcas, patentes, gastos com de-
senvolvimento de novos produtos etc. (MARTINS et al., 2020).

1.1.2.1 PASSIVO
Nesse grupo, são classificadas as obrigações da entidade. As contas são apre-
sentadas em ordem decrescente de exigibilidade. Ou seja, evidenciam ini-
cialmente aquelas que devem ser pagas primeiro. A Lei n. 11.638/07 determina
que o passivo esteja disposto em dois grupos: passivo circulante e passivo
não circulante.
No passivo circulante, estão as obriga-
ções que serão liquidadas no curto prazo.
É composto por fornecedores, obrigações
fiscais, contas a pagar, empréstimos e fi-
nanciamentos, debêntures e outros títu-
los de dívida e provisões (MARTINS et al.,
2020).
Glossário
No passivo não circulante, estão as obri- Debêntures constituem
gações que serão liquidadas no longo títulos de crédito emitidos
prazo. É composto por empréstimos e fi- pela entidade e negociados
nanciamentos, fornecedores, debêntures no mercado de capitais a fim
de financiar suas operações
e outros títulos de dívida e outros. ou realizar um investimento.

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1.1.3.1  PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Compreende os recursos próprios da entidade. Representa a origem dos re-
cursos derivados de sócios, proprietários ou acionistas e da movimentação
normal do patrimônio – lucros ou prejuízos (RIBEIRO, 2017). É constituído por
capital social, reservas de capital, ajuste de avaliação patrimonial, reservas de
lucros e prejuízos acumulados.

Clique aqui e assista ao vídeo elaborado pela Gen


Negócios e Gestão sobre o grupo de contas do
Balanço Patrimonial.

1.2.1  DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO


EXERCÍCIO (DRE)
Compreende uma demonstração contábil que tem por objetivo demonstrar
a composição do resultado (lucro ou prejuízo) de maneira estruturada em
um determinado exercício. Por meio dela, é possível analisar as tendências
da receita, dos custos e das despesas de diferentes naturezas (MARTINS et
al., 2020). A imagem a seguir apresenta uma estrutura de Demonstração do
Resultado do Exercício:

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ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita líquida

(-) Custo dos Produtos, serviços ou mercadorias vendidos (CPV, CSV ou CMV)

= Resultados Bruto (Lucro ou Prejuízo Bruto)

(-) Despesas Administrativas

(-) Despesas Gerais

(-) Outras Despesas

(+) Receita de Equivalência Patrimonial

(-) Despesa de Equivalência Patrimonial

= Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras

(-) Despesas Financeiras

(+) Receitas Financeiras

= Resultado antes do IR e CSLL

(-) Despesa com IR e CSLL

(-) Participações Estatutárias sobre o lucro

= Resultado Líquido do Exercício

Fonte: Adaptado CPC (2011).

#PraCegoVer

Na imagem, as contas da Demonstração do Resultado do Exercício são apresentadas


na vertical. As receitas são deduzidas dos custos e despesas, gerando o resultado líquido
do período.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O usuário da informação contábil pode combinar os


dados apresentados no Balanço Patrimonial com
a Demonstração do Resultado do Exercício para
analisar a rentabilidade do ativo e do patrimônio
líquido da entidade. Isso permite que eles avaliem a
sua remuneração em relação aos recursos aplicados.

1.2.1.1  RECEITA LÍQUIDA


Compreende a diferença entre receita bruta e as deduções de vendas. A re-
ceita bruta compreende o valor relativo às vendas dos produtos ou prestação
de serviço de acordo com o regime de competência. As deduções de vendas
constituem os impostos sobre vendas (IPI, ISS, PIS, COFINS e ICMS), descontos
e abatimentos e devolução de mercadorias.

1.2.1.2  RESULTADO BRUTO


É a diferença entre receita líquida e custo dos produtos e serviços prestados.
Esses são os gastos incorridos pela entidade na elaboração ou revenda do
produto ou prestação de serviço.
Dependendo da natureza da atividade da entidade, o custo pode possuir di-
ferentes nomes:

Custo do Produto Vendido (CPV)

em empresas industriais.

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Custo da Mercadoria Vendida (CMV)

em empresas comerciais.

Custo dos Serviços Prestados (CSP)

em empresas prestadoras de serviços.

1.2.1.3  RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E


DESPESAS FINANCEIRAS
Trata-se da diferença entre resultado bruto e despesas líquidas. Esse último
contempla despesas com vendas, gerais, administrativas e outras, resultado
de equivalência patrimonial.
As despesas com vendas contemplam a promoção do produto até a sua dis-
ponibilidade junto ao cliente – comercialização e distribuição (IUDÍCIBUS,
2017). Compreendem propaganda e publicidade, comissão de vendas, frete
sobre produtos, salários e encargos dos funcionários de marketing etc.
As despesas gerais e administrativas constituem os gastos necessários para
administração da entidade. São contemplados salários e encargos dos fun-
cionários administrativos, material de escritório, seguro do prédio administra-
tivo, honorários da administração etc.
Outras receitas e despesas são aquelas que não podem ser enquadradas nos
grupos anteriores. Por exemplo, receita de vendas com sucatas e doações.
Receita e despesa com equivalência patrimonial compreende a variação nos
investimentos avaliados por equivalência patrimonial.

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1.2.1.4  RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO


Compreende a diferença entre o resultado antes das receitas e despesas fi-
nanceiras e despesas financeiras líquidas, despesa com imposto de renda e
contribuição social sobre o lucro e participações estatutárias.
As despesas financeiras líquidas com-
preendem o valor líquido das transações
(receitas e despesas) financeiras. Ou seja,
as despesas financeiras são deduzidas
das receitas financeiras da entidade em
um determinado exercício (ASSAF NETO,
2020). As despesas financeiras são as re-
munerações ao capital de terceiros en- Saiba mais
quanto as receitas financeiras são ren-
As despesas financeiras
dimentos provenientes de aplicações advêm de decisões
monetárias da entidade. Por exemplo, relacionadas ao passivo
juros de empréstimos e financiamentos e enquanto as receitas
descontos obtidos. financeiras provêm do
ativo da entidade (ASSAF
O imposto de renda e a contribuição so- NETO, 2020).
cial sobre o lucro são apurados com base
no lucro ajustado de acordo com a legisla-
ção fiscal e não com relação ao lucro operacional apurado pela entidade.
O art. 190 da Lei das Sociedades por Ações
(Lei n. 6.404/76) determina que as parti-
cipações estatutárias de empregados,
administradores e partes beneficiárias
sejam determinadas, sucessivamente e
nessa ordem, com base nos lucros que re-
manescerem depois de deduzida a parti-
cipação anteriormente calculada.
Mídia
Clique aqui e assista à
aula do professor Gabriel
Rabelo sobre a estrutura da
Demonstração do Resultado
Líquido.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1.1.3  DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)
É considerada uma demonstração essencial para os usuários, uma vez que
possibilita conhecer as movimentações ocorridas nas diferentes contas do
patrimônio líquido durante um determinado exercício.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido complementa as informações apresentadas
no Balanço Patrimonial e na Demonstração do
Resultado do Exercício.

A estrutura da DMPL apresenta colunas para cada conta do patrimônio líqui-


do e linhas que representam as transações ocorridas em determinado perío-
do. A primeira linha contém os saldos iniciais das contas e, na última, os res-
pectivos saldos finais (RIBEIRO, 2017). O quadro a seguir apresenta a estrutura
da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

Companhia: Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido

Exercício findo em:

Ajustes de
Capital Reservas Reservas Ações em Prejuízos Lucros a
Descrição Avaliação Totais
Social de Capital de Lucros Tesouraria Acumulados Destinar
Patrimonial

Saldo em 21/12/X0

Aumentos de Capital:

· Com Reservas de Capital

· Lucro ou Prejuízo do Exercício

· Reversão de Reservas

Destinação do Exercício:

· Reserva Legal

· Reserva para Investimentos

· Dividendos

· Juros sobre o Capital Próprio

· Saldo em 31/12/X1

Aumentos de Capital:

· Com Reservas de Capital

Lucro ou Prejuízo do Exercício

Reversão de Reversas

Destinação do Exercício:

· Reserva Legal

· Reserva para Investimentos

· Dividendos

· Juros sobre o Capital Próprio

Saldo em 31/12X2

Fonte: Ribeiro (2017, p. 122).

#PraCegoVer

No quadro, é apresentado a estrutura da DMPL com as colunas representando as contas do


patrimônio líquido e as linhas que são as transações ocorridas dentro do exercício.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A fim de evitar uma grande quantidade de colunas


na demonstração, as informações relativas ao
capital social e a reservas podem ser apresentadas
de maneira global em seus respectivos grupos.

1.2  OUTRAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1.2.1  DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE


CAIXA (DFC)
Evidencia as entradas (recebimentos) e as saídas (pagamentos) que acontece-
ram no caixa e equivalentes de caixa da entidade em determinado exercício.
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários de livre mo-
vimentação (Banco Conta Movimento). Equivalentes de caixa constituem
aplicações financeiras de curto prazo (no máximo, três meses de resgate) e
alta liquidez, prontamente conversíveis em caixa, sujeitas a um insignificante
risco de mudança e valor.
A DFC permite que os usuários da informação contábil analisem a capacida-
de de geração de caixa e equivalente de caixa, o tempo e o grau de segurança
de geração dos recursos financeiros, bem como a necessidade de liquidez
da companhia.
Em conjunto com as demonstrações contábeis, a Demonstração dos Fluxos
de Caixa permite a avaliação das alterações nos ativos líquidos da entidade,
sua estrutura financeira e sua capacidade para modificar valores e prazos dos
fluxos de caixa (SANTOS; SCHMIDT, 2011).
A DFC possibilita os usuários a avaliar e comparar o valor presente dos fluxos
futuros de caixa de diferentes entidades. Ademais, melhora a comparabilida-
de dos relatórios de desempenho operacional, pois reduz os efeitos recorren-
tes de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e even-
tos (SANTOS; SCHMIDT, 2011).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A fim de demonstrar as movimentações ocorridas no caixa e equivalente de


caixa, a contabilidade segrega as atividades existentes na Demonstração dos
Fluxos de Caixa em grupo de atividade. Dessa forma, tem-se:

•  fluxo de caixa das atividades operacionais;

•  fluxo de caixa das atividades de investimento;

•  fluxo de caixa das atividades de financiamento.

A evidenciação das movimentações segregadas nesses três tipos de


atividades proporciona os usuários avaliarem o impacto das atividades sob o
ponto de vista financeiro e patrimonial da organização (BORINELLI; PIMEN-
TEL, 2017).

A soma do caixa gerado ou consumido em cada


uma das atividades resulta na variação total de
caixa e equivalente de caixa do período, que deve
refletir o balanço patrimonial (comparação entre o
saldo inicial e final dos valores de caixa e equivalente
de caixa).

O fluxo de caixa das atividades operacionais compreende pagamentos e re-


cebimentos derivados da geração de lucro das operações da entidade. O fluxo
de caixa das atividades de investimento constitui entradas e saídas de caixa
relacionados com ativos realizáveis a longo prazo, investimento, imobilizado,
intangível e ativos financeiros em instrumento de capital e em instrumentos
de dívida não classificados como equivalentes de caixa (ALMEIDA, 2018). As-
sim, pode-se afirmar que são transações realizadas com o objetivo de gerar
lucro e fluxo de caixa futuro.

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24 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com o CPC 03, a Demonstração dos Fluxos de Caixa pode ser
realizada pelo:

Método direto

a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa,


evidenciando a procedência do dinheiro e onde foi gasto.

FLUXO DE CAIXA – MÉTODO DIRETO

Fluxo de caixa das atividades operacionais:


Venda de mercados e serviços (+);
Pagamento de fornecedores (-);
Salários e encargos sociais dos empregados (-);
Dividendos recebidos (+);
Impostos e outras despesas legais (-);
Recebimento de seguros (+);
Caixa líquido das atividades operacionais (=/-).

Fluxo de caixa das atividades de investimento:


Venda de imobilizado (+);
Aquisição de imobilizado (-);
Aquisição de outras empresas (-);
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-).

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:


Empréstimos líquidos tomados (+);
Pagamento de leasing (-);
Emissão de ações (+);
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-).

Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa


Caixa e equivalente de caixa – início do ano
Caixa a equivalente de caixa – final do ano

Fonte: Adaptado de Santos e Schmidt (2011)


#PraCegoVer: No esquema, temos um Fluxo de Caixa por Método
direto.

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 25
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Método indireto

reconciliação entre lucro líquido e o caixa gerado pelas operações.

FLUXO DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO

Fluxo de caixa das atividades operacionais:


Lucro líquido;
Depreciação e amortização (+);
Provisão para devedores duvidosos (+);
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-);
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-);
Aumento/diminuição em contas a receber (+/-);
Aumento/diminuição em estoques (+/-);
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-).

Fluxo de caixa das atividades de investimento:


Vanda de imobilizado (+);
Aquisição de imobilizado (-);
Aquisição de outras empresas (-);
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-).

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:


Empréstimos líquidos tomados (+);
Pagamento de leasing (-);
Emissão de ações (+);
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-).

Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa


Caixa e equivalente de caixa – início do ano
Caixa a equivalentes de caixa – final do ano

Fonte: Adaptado de Santos e Schmidt (2011)


#PraCegoVer: No esquema, temos um Fluxo de caixa por Método
indireto.

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26 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Clique aqui e assista à aula do professor Mario Jorge


sobre a elaboração da Demonstração dos Fluxos de
Caixa.

1.2.2  DEMONSTRAÇÃO DO VALOR


ADICIONADO (DVA)
De acordo com Martins et al. (2020), a DVA teve suas origens nos movimentos
europeus que impulsionaram a responsabilidade social no final do século XX.
Por isso, tornou-se parte essencial ao Balanço Social.
De acordo com o CPC 09, os fundamentos da DVA estão em consonância
com os conceitos macroeconômicos, uma vez que ela apresenta a parcela de
contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB).
Afinal, ela demonstra o quanto a entidade
agrega de valor aos insumos adquiridos
de terceiros e que são vendidos ou consu-
midos durante determinado exercício.
Os usuários da informação contábil utili-
zam a Demonstração do Valor Adiciona-
do a fim de tomar conhecimento sobre a
natureza econômica e social da entidade,
bem como avaliar as atividades dela den- Glossário
tro da sociedade na qual está inserida (RI- O Balanço Social é um
BEIRO, 2017). relatório que mostra
informações da entidade com
A Demonstração do Valor Adicionado é a sociedade a fim de divulgar
uma demonstração contábil que eviden- sua gestão econômico-social
e seu relacionamento com a
cia a geração e a distribuição de riqueza
comunidade.
da entidade. Isto é, quanto foi adicionado

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 27
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

de valor aos seus fatores de produção e de que forma a riqueza foi distribuída
aos funcionários, governo, acionistas e financiadores de capital e quanto ficou
retido na entidade (RIBEIRO, 2017). A tabela abaixo mostra a estrutura da De-
monstração do Valor Adicionado.

Alguns países emergentes só aceitam a instalação


e a manutenção de uma empresa transnacional
se ela demonstrar o valor adicionado que será
produzido (MARION, 2019).

MULTIVIX EAD
28 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

Descrição Em milhares de reais 20X1 Em milhares de reais 20X1

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprio

1.4) Provisão para créditos de liquidação – Reversão / (Constituição)

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos –


ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUI (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

Fonte: Adaptado de CPC (2008).

#PraCegoVer

Na tabela, é apresentada a estrutura da DVA onde há as contas relacionadas à geração e


distribuição de valor da entidade.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 29
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As informações contidas na Demonstração do Valor


Adicionado provêm das contas da Demonstração
do Resultado do Exercício e de algumas contas do
Balanço Patrimonial (RIBEIRO, 2017).

O valor adicionado bruto é resultante da diferença entre as receitas e os cus-


tos dos recursos adquiridos de terceiros utilizados na operação da entidade
(MARION, 2019).
A depreciação, amortização e exaustão refletem a redução do imobilizado e
do intangível da entidade. Mesmo que, não ocorra desembolso, certamente,
ela acontecerá no futuro, quando houver a reposição dos ativos. Por conse-
guinte, a entidade terá redução da riqueza gerada. Assim, a depreciação, a
amortização e a exaustão serão deduzidas do valor adicionado bruto, acarre-
tando um segundo resultado, chamado de valor adicionado líquido produzi-
do pela entidade (MARION, 2019).
Outros acréscimos nesse resultado, além
do operacional, devem ser destacados
para melhor análise dos usuários da con-
tabilidade, como é o caso de resultado de
equivalência patrimonial, receita finan-
ceira, dividendos etc. Esse resultado é de-
nominado valor adicionado a distribuir
(MARION, 2019).
Mídia
Posteriormente, tem-se a parte mais im-
Clique aqui e assista à aula
portante dessa demonstração, chamada do professor Ricardo Rios
de distribuição do valor adicionado que sobre conceito e estrutura
evidencia a contribuição da entidade para da Demonstração do Valor
os diferentes segmentos (funcionários, Adicionado (DVA).
acionistas, instituições financeiras, gover-

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30 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

no e reinvestimento na própria entidade) da sociedade. Assim, realiza-se uma


análise da distribuição dos recursos da entidade, evidenciando sua contribui-
ção à comunidade, aos acionistas, à remuneração ao capital de terceiros, a
toda a sociedade através dos impostos etc. (MARION, 2019).

1.2.2  NOTAS EXPLICATIVAS


São informações complementares às demonstrações contábeis previstas em
lei e nos pronunciamentos contábeis (CPC). Têm por finalidade ajudar o usuá-
rio da contabilidade a compreender melhor os dados apresentados pela enti-
dade (RIBEIRO, 2017). Ao ler as notas explicativas, é possível conhecer detalhes
que não estão explícitos nas demonstrações contábeis.

De acordo com as normas contábeis, cada item das


demonstrações contábeis deve possuir referência
cruzada (número ou código) com a respectiva
informação apresentada nas notas explicativas
(RIBEIRO, 2017).

Com a adoção das normas internacionais no Brasil, houve um aumento no


número de notas explicativas. Isso aconteceu porque a contabilidade brasi-
leira passou ser baseada em princípios. Tal cenário acarretou maior responsa-
bilidade para o contador que precisou fornecer informações mais claras aos
usuários das informações contábeis. Portanto, o espaço mais adequado para
explicação dos diversos acontecimentos relevantes que impactam cada con-
ta das demonstrações contábeis é exatamente as notas explicativas (MAR-
TINS et al., 2020).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A Lei n. 6.404/76 determina que as notas explicativas devem apresentar as


seguintes informações:

•  os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente


estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de
constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender
a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo;

•  os investimentos relevantes em outras sociedades;

•  os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a


terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;

•  as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a


longo prazo;

•  o número, espécie e classes das ações do capital social;

•  as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;

•  os ajustes de exercícios anteriores;

•  os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham,


ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados
futuros da companhia.

O CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis estabelece que as


notas explicativas devem:

•  apresentar informações sobre a base para a elaboração das demonstrações


contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas;

•  divulgar informações requeridas pelos Pronunciamentos, Orientações e


Interpretações que não tenham sido apresentadas nas demonstrações
contábeis;

•  prover informações adicionais que não tenham sido apresentadas nas


demonstrações contábeis, no entanto, que sejam relevantes para seu
entendimento.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A Natura & Co Holding S.A. publicou a seguinte nota explicativa referente aos
seus estoques em 31 de dezembro de 2020:

Consolidado

2020 2019

Produtos acabados 3.592.864 1.253.145


Matérias-primas e materiais de embalagem 1.015.156 253.063
Materiais auxiliares 170.188 82.228
Produtos em elaboração 36.025 27.346
Provisão para perdas (269.963) (185.232)

4.544.270 1.430.550

A movimentação da provisão para perdas na realização dos estoques para os exercícios findos em
31 de dezembro de 2020 e 2019 está assim representada:

Consolidado

Saldo em 31 de dezembro de 2018 (178.268)

Adições (a) (147.140)


Baixas(b) 136.431
Variação cambial 3.745

Saldo em 31 de dezembro de 2019 (185.232)

Adições (a) (341.799)


Baixas(b) 354.692

(269.963) (269.963)

a) Se referem à constituição de provisão líquida para perdas por descontinuação, vencimento e


qualidade, para fazer face às perdas esperadas na realização dos estoques, conforme política da
companhia e suas controladas.

b) Consistem em baixas de produtos descartados pela companhia e suas controladas.

Pode-se notar que a entidade demonstra a composição dos estoques e expli-


ca as movimentações ocorridas nessa conta no exercício de 2020. Isso auxilia
os usuários a compreenderem a situação patrimonial, bem como a gestão de
estoques da entidade.

MULTIVIX EAD
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou uma reflexão sobre as demonstrações contábeis


elaboradas pelas entidades. Vimos que a entidade é responsável pela elabo-
ração do Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, De-
monstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos
de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado e Notas Explicativas. Além dis-
so, essas demonstrações contábeis devem obedecer às legislações vigentes e
normas contábeis, oferecendo informações claras e fidedignas aos seus usu-
ários. Com isso, eles poderão analisar a situação patrimonial e financeira da
entidade e tomar a melhor decisão.

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34 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Analisar a situação


econômico-financeira
das entidades.
> Estudar a
capacidade de
liquidação das
obrigações das
entidades.

MULTIVIX EAD
35 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2  PRINCÍPIOS DE ANÁLISE DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Esta unidade traz os princípios da análise das demonstrações contábeis bem
como o cálculo e a análise dos indicadores de liquidez.
Diante das demonstrações contábeis, os usuários podem realizar diferen-
tes análises econômico-financeiras seja por compreensão de tendências de
uma conta ou grupo de contas ou cálculo e avaliação dos indicadores de
desempenho.
Para atingir seus diferentes objetivos, os analistas poderão verificar as tendên-
cias financeiras das contas apresentadas nas demonstrações contábeis por
meio das análises vertical e horizontal. Elas ajudam a entender a composição
das contas, bem como a sua evolução história.
Para complementar essas análises, pode-se utilizar o cálculo e a avaliação de
indicadores econômico-financeiros. Eles ajudam a compreender a liquidez,
solvência, endividamento, rentabilidade e lucratividade da entidade e, com
isso, tomar a melhor decisão.
Os indicadores de liquidez permitem avaliar a capacidade de pagamento
da entidade, além de permitir que os usuários verifiquem se ela conseguirá
cumprir suas obrigações com terceiros no curto, curtíssimo e longo prazo.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 36
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1  PRINCÍPIOS DE ANÁLISE DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1.1 INTRODUÇÃO
Para ajudar os usuários da contabilidade na análise das demonstrações con-
tábeis, podem ser aplicadas técnicas para entender as tendências de uma
conta ou grupo de contas de maneira rápida e simples, bem como compará-
-las entre si e entre diferentes períodos.
Esse processo é indispensável à análise da situação econômico-financeira da
entidade e é representado por meio de duas análises:

vertical que evidencia a composição da


conta; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos uma planilha impressa, uma calculadora e uma mão
apontando para a planilha.

horizontal que mostra a evolução histórica


da conta.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos duas setas apontando para o centro.

MULTIVIX EAD
37 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As análises vertical e horizontal é uma das maneiras de avaliar as demonstra-


ções contábeis, pois permitem identificar as principais variações ocorridas na
dinâmica operacional e patrimonial da entidade (SILVA, 2019). Por meio delas,
o usuário conhece os pormenores dessas demonstrações o que seria mais
difícil com a análise de índices.
Para realizar as análises vertical e horizontal, é importante possuir dados de
dois ou mais exercícios. Assim, o usuário consegue compreender a evolução
de uma conta ou grupo de contas ao longo do tempo.

Clique aqui e leia o artigo acadêmico sobre análise


das demonstrações contábeis de uma organização
sem fins lucrativos do município de Corumbá-MS,
escrito por Geovane Franco Alfonso, Josiel Cena De
Arruda, Lucas Espinato De Moraes, Marta Souza
Fernandes e Valéria Peron De Souza Pinto.

2.1.2  ANÁLISE VERTICAL


Avalia a estrutura de composição das contas e sua evolução (IÚDICIBUS, 2017).
Tem por finalidade mostrar a representatividade de cada conta ou subgrupo
de uma demonstração contábil relativamente a um determinado total (MAR-
TINS et al., 2020a). Pode ser utilizada para todas as demonstrações contábeis.
No entanto, a análise vertical possui mais relevância na análise do Balanço
Patrimonial e da Demonstração do Resultado (DRE). Pode ser calculada da
seguinte forma:
Análise Vertical = (Conta desejada/Conta-base) x 100
No balanço patrimonial, a conta-base é o ativo total e, na Demonstração do
Resultado do Exercício, é a receita operacional líquida.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 38
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade empresarial apresentou o seguinte Balanço Patrimonial e De-


monstração do Resultado do Exercício em 31 de dezembro de 20X1, em reais:

BALANÇO PATRIMONIAL DE UMA SOCIEDADE EMPRESARIAL EM 31 DE


DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1

Ativo Passivo
Circulante
14.000 13.780 Circulante
10.500 10.686

Ativo Não Passivo não


Circulante
12.600 12.870 Circulante
2.184 1.794

Realizável a Patrimônio
longo prazo
2.772 2.886 líquido
13.916 14.170

Investimento 3.220 3.289

Imobilizado 4.368 4.524

Intangível 2.240 2.171

Passivo +
Ativo total 26.600 26.250 Patrimônio 26.600 26.650
líquido

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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39 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 31/12/20X1

Receita operacional líquida 44.586 46.523

(-) Custo das mercadorias vendidas (8.917) (9.305)

(=) Resultado bruto 35.669 37.218

(-) Despesas comerciais (10.701) (11.166)

(-) Despesas gerais e administrativas (12.484) (13.026)

(-) Outras despesas (3.567) (3.720)

(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras 8.917 9.306

(+/-) Receita e Despesa financeiras (2.430) (2.436)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 6.487 6.870

(-) Despesa com IR e CSLL (2.206) (2.336)

(=) Lucro líquido do exercício 4.281 4.534

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para o cálculo da análise vertical das contas patrimoniais, será considerada a


conta-base o ativo total. Assim, tem-se:

ANÁLISE VERTICAL DAS CONTAS DO ATIVO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE VERTICAL 31/12/20X1 ANÁLISE VERTICAL

Ativo total 26.600 100,00% 26.650 100,00%

Ativo (14.000/26.600) (13.780/26.650)


circulante
14.000 13.780
x 100 = 52,63% x 100 = 51,71%

Ativo não (12.600/26.600) (12.870/26.650)


circulante
12.600 12.870
x 100 = 47,37% x 100 = 48,29%

Realizável a (2.772/26.600) (2.886/26.650)


longo prazo
2.772 2.886
x 100 = 10,42% x 100 = 10,83%

(3.220/26.600) (3.289/26.650)
Investimento 3.220 3.289
x 100 = 12,11% x 100 = 12,34%

(4.368/26.600) (4.524/26.650)
Imobilizado 4.368 4.524
x 100 = 16,42% x 100 = 16,98%

2.240/26.600) (2.171/26.650)
Intangível 2.240 2.171
x 100 = 8,42% x 100 = 8,15%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Em 20X0, o ativo circulante representava 52,63% do ativo total e, em 20X1, pas-


sou para 51,71%. É importante observar que o somatório da análise vertical do
ativo realizável a longo prazo (10,42% e 10,83%), investimento (12,11% e 12,34%),
imobilizado (16,42% e 16,98%) e intangível (8,42% e 8,15%) equivale à análise
vertical que equivale à análise vertical do ativo não circulante (47,37% em 20X0
e 48,29% em 20X1).

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41 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE VERTICAL DAS CONTAS DO PASSIVO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE VERTICAL 31/12/20X1 ANÁLISE VERTICAL

Ativo total 26.600 100,00% 26.650 100,00%

Passivo (10.500/26.600) (10.686/26.650)


circulante
10.500 10.686
x 100 = 39,47% x 100 = 40,10%

Passivo não (2.184/26.600) (1.794/26.650)


circulante
2.184 1.794
x 100 = 8,21% x 100 = 6,73%

Patrimônio (13.916/26.600) (14.170/26.650)


líquido
13.916 14.170
x 100 = 52,32% x 100 = 53,17%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

O passivo circulante equivale a 39,47% do ativo total em 20X0 e 40,10% em


20X1. O patrimônio líquido representa 52,32% do ativo total no primeiro ano e,
no período seguinte, aumenta para 53,17%.
Para o cálculo da análise vertical das contas de resultado, será considerada a
conta-base receita operacional líquida. Assim, tem-se:

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE VERTICAL DAS CONTAS DE RESULTADO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE VERTICAL 31/12/20X1 ANÁLISE VERTICAL

Receita
operacional 44.586 100,00% 46.523 100,00%
líquida

(-) Custo das (-8.917/44.586) (-10.235/46.523)


mercadorias (8.917) (10.235)
vendidas x 100 = 20,00% x 100 = -22,00%

(=) Resultado (35.669/44.586) (36.288/46.523)


bruto
35.669 36.288
x 100 = 80,00% x 100 = 78,00%

( - ) Despesas (-10.701/44.586) (-10.235/46.523)


comerciais
(10.701) (10.235)
x 100 = -24,00% x 100 = -22,00%

( - ) Despesas (-12.484/44.586) (-13.026/46.523)


gerais e (12.484) (13.026)
administrativas x 100 = -28,00% x 100 = -28,00%

( - ) Outras (-3.567/44.586) (-3.720/46.523)


despesas
(3.567) (3.720)
x 100 = -8,00% x 100 = -8,00%

(=) Resultado
antes das (8.917/44.586) (9.306/46.523)
receitas e 8.917 9.306
despesas x 100 = 20,00% x 100 = 20,00%
financeiras

( +/- ) Receita (-2.430/44.586) (-2.436/46.523)


e Despesa (2.430) (2.436)
financeiras x 100 = -5,45% x 100 = -5,24%

= Resultado
antes do
Imposto (6.487/44.586) (6.870/46.523)
de renda e
6.487 6.870
x 100 = 14,55% x 100 = 14,77%
Contribuição
Social

(-) Despesa (-2.206/44.586) (-2.336/46.523)


com IR e CSLL
(2.206) (2.336)
x 100 = -4,95% x 100 = -5,02%

(=) Lucro (4.281/44.586) (4.534/46.523)


líquido do 4.281 4.534
exercício x 100 = 9,60% x 100 = 9,75%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

MULTIVIX EAD
43 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O custo das mercadorias vendidas representava 20,00% da receita operacio-


nal líquida em 20X0 e passou para 22,00% em 20X1. Com isso, o resultado bru-
to passou de 80,00% para 78,00% no período.
O resultado antes das despesas e receitas financeiras não sofreu alteração nos
dois anos (permaneceu em 20,00% da receita operacional líquida), mesmo
com a variação de percentual das despesas comerciais (24,00% para 22,00%),
gerais e administrativas (manteve 28,00%) e outras despesas (não sofreu alte-
ração, permaneceu em 8% da receita operacional líquida).
A conta receita e despesa financeira não sofreu alteração significativa (5,45%
para 5,24%), bem como a despesa com imposto de renda e contribuição social
(4,95% para 5,02%). Com isso, o lucro líquido do exercício representou, respec-
tivamente, 9,60% e 9,75% nos dois anos.

2.1.3  ANÁLISE HORIZONTAL


Tem por finalidades analisar a evolução histórica dos valores que compõem
o patrimônio da entidade e mostrar a relação de cada conta das demonstra-
ções contábeis em períodos consecutivos. A comparação é feita por meio de
visão horizontal dos percentuais ao longo dos períodos nas demonstrações.
Para realizar a análise horizontal, determina-se uma base de referência (pe-
ríodo inicial em relação ao final, por exemplo), considerando o exercício das
contas disponíveis para análise. Para o seu cálculo percentual, utiliza-se a se-
guinte fórmula:
Análise Horizontal % = [(Valor da conta final (ano 2)/Valor da conta inicial
(ano 1)) – 1] x 100

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 44
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade empresarial apresentou o seguinte Balanço Patrimonial e De-


monstração do Resultado do Exercício em 31 de dezembro de 20X1, em reais:

BALANÇO PATRIMONIAL DE UMA SOCIEDADE EMPRESARIAL EM 31 DE


DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1

Ativo Passivo
Circulante
14.000 13.780 Circulante
10.500 10.686

Ativo Não Passivo não


Circulante
12.600 12.870 Circulante
2.184 1.794

Realizável a Patrimônio
longo prazo
2.772 2.886 líquido
13.916 14.170

Investimento 3.220 3.289

Imobilizado 4.368 4.524

Intangível 2.240 2.171

Passivo +
Ativo total 26.600 26.250 Patrimônio 26.600 26.650
líquido

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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45 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 31/12/20X1

Receita operacional líquida 44.586 46.523

(-) Custo das mercadorias vendidas (8.917) (9.305)

(=) Resultado bruto 35.669 37.218

(-) Despesas comerciais (10.701) (11.166)

(-) Despesas gerais e administrativas (12.484) (13.026)

(-) Outras despesas (3.567) (3.720)

(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras 8.917 9.306

(+/-) Receita e Despesa financeiras (2.430) (2.436)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 6.487 6.870

(-) Despesa com IR e CSLL (2.206) (2.336)

(=) Lucro líquido do exercício 4.281 4.534

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para o cálculo da análise horizontal das contas patrimoniais, será considerado


o ano-base 20X0. Portanto, como as contas não sofreram qualquer alteração,
considera-se 100% no primeiro. Assim, tem-se:

ANÁLISE HORIZONTAL DAS CONTAS DO ATIVO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE HORIZONTAL 31/12/20X1 ANÁLISE HORIZONTAL

[(26.650/26.600)– 1]
Ativo total 26.600 100,00% 26.650
x 100 = - 0,19%

Ativo [(13.780/14.000) – 1]
circulante
14.000 100,00% 13.780
x 100 = -1,57%

Ativo não [(12.870/12.600) – 1]


circulante
12.600 100,00% 12.870
x 100 = 2,14%

Realizável a [(2.886/2.772) – 1]
longo prazo
2.772 100,00% 2.886
x 100 = 4,11%

[(3.289/3.220) – 1]
Investimento 3.220 100,00% 3.289
x 100 = 2,14%

[(4.524/4.368) – 1]
Imobilizado 4.368 100,00% 4.524
x 100 = 3,57%

[(2.171/2.240) – 1]
Intangível 2.240 100,00% 2.171
x 100 = - 3,08%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Observa-se que o ativo total manteve praticamente seu valor. O ativo circu-
lante reduziu 1,57% entre 20X0 e 20X1. O ativo realizável a longo prazo aumen-
tou 4,11% e o ativo intangível reduziu 3,08% no mesmo período.

MULTIVIX EAD
47 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE HORIZONTAL DAS CONTAS DO PASSIVO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE HORIZONTAL 31/12/20X1 ANÁLISE HORIZONTAL

Passivo [(10.686/10.500) – 1]
circulante
10.500 100,00% 10.686
x 100 = 1,77%

Passivo não [(1.794/2.184) – 1]


circulante
2.184 100,00% 1.794
x 100 = -17,86%

Patrimônio [(14.170/13.916) – 1]
líquido
13.916 100,00% 14.170
x 100 = 1,83%

Passivo + [(26.650/26.600)– 1]
Patrimônio 26.600 100,00% 26.650
líquido x 100 = 0,19%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

O passivo circulante aumentou 1,77%, o passivo não circulante reduziu 17,86%


e o patrimônio líquido teve incremento de 1,83% entre os dois anos. Pode-
-se notar que o total do ativo e do patrimônio líquido manteve praticamente
inalterado.
Para o cálculo da análise vertical das contas de resultado, será considerado
também o ano-base 20X0 e as contas ficarão com o valor de 100% no primeiro
ano. Assim, tem-se:

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 48
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE HORIZONTAL DAS CONTAS DE RESULTADO DE UMA SOCIEDADE


EMPRESARIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 ANÁLISE HORIZONTAL 31/12/20X1 ANÁLISE HORIZONTAL

Receita [(46.523/44.586) – 1]
operacional 44.586 100,00% 46.523
líquida x 100 = 4,34%

(-) Custo das [(-10.235/-8.917) – 1]


mercadorias (8.917) 100,00% (10.235)
vendidas x 100 = 14,78%

(=) Resultado [(36.288/35.669) – 1]


bruto
35.669 100,00% 36.288
x 100 = 1,74%

( - ) Despesas [(-10.235/-10.701)–1]
comerciais
(10.701) 100,00% (10.235)
x 100 = -4,35%

( - ) Despesas [(-13.026/-12.484)–1]
gerais e (12.484) 100,00% (13.026)
administrativas x 100 = 4,34%

( - ) Outras [(-3.720/-3.567) – 1]
despesas
(3.567) 100,00% (3.720)
x 100 = 4,29%

(=) Resultado
antes das [(9.306/8.917) – 1]
receitas e 8.917 100,00% 9.306
despesas x 100 = 4,37%
financeiras

( +/- ) Receita [(-2.436/-2.436) – 1]


e Despesa (2.430) 100,00% (2.436)
financeiras x 100 = 0,25%

= Resultado
antes do
Imposto [(6.870/6.487) – 1]
de renda e
6.487 100,00% 6.870
x 100 = 5,91%
Contribuição
Social

(-) Despesa [(-2.336/-2.206) – 1]


com IR e CSLL
(2.206) 100,00% (2.336)
x 100 = 5,89%

(=) Lucro [(4.534/4.281) – 1]


líquido do 4.281 100,00% 4.534
exercício x 100 = 5,92%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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49 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A receita operacional líquida e o custo da


mercadoria vendida aumentaram 4,34%
e 14,78%, respectivamente, entre 20X0 e
20X1. As despesas comerciais diminuíram
4,35%, as despesas gerais e administrati-
vas, bem como outras despesas tiveram
incremento de 4,34% e 4,29%, respectiva-
mente, nesse período. O resultado antes Saiba mais
do imposto de renda e contribuição social
Clique aqui e assista ao vídeo
não só aumentou 5,91% como também a sobre análise horizontal
despesa com imposto de renda e contri- elaborado pela Stephanie
buição social (5,89%). O lucro líquido teve Kalynka.
incremento de 5,92% em 20X1.

2.2  ÍNDICES DE LIQUIDEZ


De acordo com Martins et al. (2020b), os índices demonstram relações entre
as contas apresentadas nas demonstrações contábeis que auxiliam os usuá-
rios da informação avaliarem a situação econômico-financeira da entidade.
Muitas empresas utilizam os índices de liquidez para analisarem a capacida-
de de pagamento da entidade (MARION, 2019). Como eles permitem medir
se há bens e direitos suficientes para liquidar as obrigações, o seu cálculo é
realizado pela comparação entre as contas do ativo e do passivo no Balanço
Patrimonial (ALMEIDA, 2019).
Os ativos são classificados de acordo com a sua liquidez. O dinheiro disponível
em caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo (disponibilidades)
são os ativos mais líquidos. Concomitantemente, são contabilizados os valores
a receber e os estoques, como os ativos realizáveis de longo prazo.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 50
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Com base nessa disposição dos ativos, as entidades podem avaliar a liquidez
mediante quatro perspectivas:

Liquidez corrente;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos várias cédulas de 50 reais e moedas de R$1 e R$0,50.

Liquidez seca;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos uma pessoa tirando dinheiro da carteira.

Liquidez geral; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos moedas empilhadas na frente e cédulas de R$ 50 e R$ 100.

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51 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Liquidez imediata.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos a mão de uma mulher segurando cédulas de R$ 50 e R$
100, como se estivesse oferecendo dinheiro.

Clique aqui e assista ao vídeo do professor Quintino


sobre os índices de liquidez.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 52
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.2.1  LIQUIDEZ IMEDIATA E CORRENTE

2.2.1.1  LIQUIDEZ IMEDIATA


Revela a capacidade da entidade em cumprir com as suas dívidas de curtíssi-
mo prazo. É calculada por meio da seguinte fórmula:
Disponibilidade
Liquidez imediata =
Passivo Circulante

O numerador constitui os ativos que possuem maior liquidez dentro da en-


tidade (caixa, bancos e aplicações financeiras de curtíssimo prazo). No deno-
minador, têm-se as obrigações que, apesar de serem de curto prazo, vence-
rão em diferentes prazos. A Figura a seguir demonstra a relação do índice de
liquidez imediata.

RELAÇÃO ENTRE AS CONTAS PATRIMONIAIS E O ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA

Ativo Passivo + PL

Disponível
Relação PC

Outros AC
PNC

ANC
PL

AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo não Circulante
PL = Patrimônio Líquido

Fonte: Almeida (2019, p. 127).

#PraCegoVer

Na imagem, há duas colunas: ativo à esquerda e passivo à direta, onde há a relação entre
disponível e passivo circulante que resulta no índice de liquidez imediata.

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53 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.2.1.2  LIQUIDEZ CORRENTE


Demonstra a relação entre os bens e direitos (disponíveis e conversíveis em
dinheiro) e as obrigações da entidade no curto prazo (IUDÍCIBUS, 2017). É cal-
culado pela seguinte fórmula:
Ativo Circulante
Liquidez corrente =
Passivo Circulante

No numerador, são consideradas diferentes contas do ativo circulante, como


disponibilidades (caixa e bancos), valores a receber no curto prazo, estoques
e despesas pagas antecipadamente. No denominador, são consideradas as
dívidas e obrigações vencíveis no curto prazo (passivo circulante), como em-
préstimos, financiamentos e fornecedores, bem como valores a pagar (im-
postos, salários e outros). A Figura a seguir ilustra a relação do indicador de
liquidez corrente com as contas patrimoniais.

RELAÇÃO ENTRE AS CONTAS PATRIMONIAIS E O ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

Ativo Passivo + PL

Relação PC
AC

PNC

ANC

PL

AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo não Circulante
PL = Patrimônio Líquido

Fonte: Almeida (2019, p. 133).

#PraCegoVer

Na imagem, há duas colunas: ativo à esquerda e passivo à direta, onde há a relação entre o
ativo circulante e passivo circulante que resulta no índice de liquidez corrente.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A liquidez corrente está relacionada a outro índice chamado de capital cir-


culante líquido. Esse índice evidencia a folga financeira da entidade no curto
prazo. Enquanto o capital circulante líquido é calculado por meio da diferença
entre ativo circulante e passivo circulante, a liquidez corrente compreende a
razão entre essas contas.
Dessa forma, podem existir três situações:

Quando o capital circulante líquido for


positivo, a liquidez corrente será maior que
1,0.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos a sigla de Cifrão acima e em baixo uma planilha com seta
indicando crescimento.

Quando o capital circulante líquido for nulo,


a liquidez corrente será igual a zero.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos uma balança sendo segurada por dois hologramas, um de
cada lado.

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55 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Quando o capital circulante líquido for


negativo, a liquidez corrente será menor
que 1,0.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, temos uma planilha com a seta descendo e um ponto de
interrogação com uma seta para baixo no lugar do pingo do ponto.

Clique aqui e assista ao vídeo de André Bona sobre


o índice de liquidez corrente.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.2.2  LIQUIDEZ SECA


Mostra a parcela das obrigações de curto prazo (passivo circulante) que po-
deriam ser saldadas por meio dos ativos de maior liquidez da companhia,
basicamente disponível e contas a receber (MARTINS ET AL, 2020b). Ele é cal-
culado da seguinte maneira:
Ativo Circulante - Estoques - Despesas antecipadas
Liquidez seca =
Passivo Circulante

Excluem-se os estoques porque estão sujeitos a risco de liquidez em decorrên-


cia de diferentes métodos de avaliação, roubos, obsolescência, deterioração
etc. e sua conversão em dinheiro levar certo tempo (MARTINS et al., 2020b).
As despesas antecipadas são deduzidas no índice de liquidez seca porque já
foram pagas a terceiros e constituem um direito à entidade.
O numerador contempla o disponível, valores a receber de curto prazo e apli-
cações financeiras. O denominador compreende as obrigações de curto pra-
zo, como empréstimos e financiamentos, fornecedores e valores a pagar (im-
postos, salários e outros). A Figura abaixo mostra a relação do indicador de
liquidez seca com as contas do balanço patrimonial.

RELAÇÃO ENTRE AS CONTAS PATRIMONIAIS E O ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA

Ativo Passivo + PL

Disponível + Relação PC
Contas a Receber +
Aplicações Financeiras

Outros AC PNC

ANC
PL

AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo não Circulante
PL = Patrimônio Líquido

Fonte: Almeida (2019, p. 130).

#PraCegoVer

Na imagem, há duas colunas: ativo à esquerda e passivo à direta, onde há a relação entre as
contas do ativo circulante (disponível, contas a receber e aplicações financeiras) e passivo
circulante que resulta no índice de liquidez seca.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.2.3  LIQUIDEZ GERAL


Demonstra a capacidade de pagamento da entidade nos curto e longo pra-
zos, considerando todas as contas que serão convertidas em dinheiro (ALMEI-
DA, 2019). Normalmente, é utilizada como medida de segurança financeira
da entidade no longo prazo, demonstrando sua capacidade de saldar suas
obrigações (ASSAF NETO, 2020). É calculado da seguinte maneira:
Ativo Circulante + Ativo realizável a longo prazo
Liquidez geral =
Passivo Circulante + Passivo não Circulante

O numerador abrange o disponível, aplicações financeiras, bem como valo-


res a receber de curto e longo prazos. Incluem-se as obrigações vencíveis nos
curto e longo prazos no denominador. A Figura a seguir ilustra a relação do
indicador de liquidez geral com as contas do balanço patrimonial.

RELAÇÃO ENTRE AS CONTAS PATRIMONIAIS E O ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL

Ativo Passivo + PL

Relação PC
AC

PNC
ARLP

Outros ANC
PL

AC = Ativo Circulante
ARLP = Ativo não Circulante
ANC = Ativo não Circulante
PC = Passivo Circulante
PL = Patrimônio Líquido

Fonte: Almeida (2019, p. 135).

#PraCegoVer

Na imagem, há duas colunas: ativos circulante e realizável a longo prazo (ARLP) à esquerda
e passivo circulante e não circulante à direta, onde há a relação entre a soma do ativo
circulante e realizável a longo prazo e a soma do passivo circulante e do passivo não
circulante que resulta no índice de liquidez geral.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.2.4.  APLICAÇÃO PRÁTICA


Uma sociedade empresarial apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em
31 de dezembro de 20X1, em reais:

BALANÇO PATRIMONIAL DE UMA SOCIEDADE EMPRESARIAL EM 31 DE


DEZEMBRO DE 20X1.

31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1

Disponibilidade 3.542 3.484 Fornecedores 2.968 3.159

Contas a Empréstimos
receber
2.184 2.171 a pagar
3.304 3.276

Impostos a
Estoques 4.564 3.718 recuperar
2.842 2.717

Despesas Salários a
antecipadas
3.710 4.407 pagar
1.386 1.534

Passivo
Ativo circulante 14.000 13.780 circulante
10.500 10.686

Realizável a Empréstimos
longo prazo
2.772 2.886 a pagar
2.184 1.794

Passivo não
Investimento 3.220 3.289 circulante
2.184 1.794

Imobilizado 4.368 4.524 Capital social 7.700 7.280

Reserva de
Intangível 2.240 2.171 lucros
6.216 6.890

Ativo não Patrimônio


circulante
12.600 12.870 líquido
13.916 14.170

Passivo +
Ativo total 26.600 26.650 Patrimônio 26.600 26.50
líquido

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para o cálculo da liquidez imediata em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a se-


guinte fórmula:
Liquidez imediata 31/12/20X0 = Disponível /Passivo circulante
Liquidez imediata 31/12/20X0 = R$ 3.542/R$ 10.500
Liquidez imediata 31/12/20X0 = 0,38
Liquidez imediata 31/12/20X1 = Disponível /Passivo circulante
Liquidez imediata 31/12/20X1 = R$ 3.484/R$ 10.686
Liquidez imediata 31/12/20X1 = 0,33
Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a entidade tem recursos imediata-
mente disponíveis de R$ 0,38 em 20X0 e R$ 0,33 em 20X1. O índice teve uma
pequena queda entre os anos. Esse fato é explicado pela queda de 1,64% da
disponibilidade entre os anos, mesmo com o aumento de 1,77% do passivo
circulante.
Para o cálculo da liquidez corrente em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a se-
guinte fórmula:
Liquidez corrente 31/12/20X0 = Ativo circulante/Passivo circulante
Liquidez corrente 31/12/20X0 = R$ 14.000/R$ 10.500
Liquidez corrente 31/12/20X0 = 1,33
Liquidez corrente 31/12/20X1 = Ativo circulante/Passivo circulante
Liquidez corrente 31/12/20X1 = R$ 13.780/R$ 10.686
Liquidez corrente 31/12/20X1 = 1,29
Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a entidade tem ativos circulantes de
R$ 1,33 em 20X0 e R$ 1,29 em 20X1. O índice teve uma razoável diminuição en-
tre os anos, em virtude da redução de 1,57% do ativo circulante nesse período.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para o cálculo da liquidez seca em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte


fórmula:
Liquidez seca 31/12/20X0 = (Ativo circulante – estoques – despesas pagas ante-
cipadamente) /Passivo circulante
Liquidez seca 31/12/20X0 = (R$ 14.000 – R$ 4.564 -3.710)/R$ 10.500
Liquidez seca 31/12/20X0 = R$ 5.726/R$ 10.500
Liquidez seca 31/12/20X0 = 0,55
Liquidez seca 31/12/20X1 = (Ativo circulante – estoques – despesas pagas ante-
cipadamente) /Passivo circulante
Liquidez seca 31/12/20X1 = (R$ 13.780 – R$ 3.718 – R$ 4.407)/R$ 10.686
Liquidez seca 31/12/20X1 = R$ 5.655/R$ 10.686
Liquidez seca 31/12/20X1 = 0,53
Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a entidade tem ativos líquidos de R$
0,55 em 20X0 e R$ 0,53 em 20X1. Houve um pequeno decréscimo no índice
nesse período, em decorrência do aumento de 1,77% do passivo circulante e
redução de 1,24% nas disponibilidades e contas a receber.
Para o cálculo da liquidez geral em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte
fórmula:
Liquidez geral 31/12/20X0 = (Ativo circulante + Ativo realizável a longo prazo) /
(Passivo circulante + Passivo não circulante)
Liquidez geral 31/12/20X0 = (R$ 14.000 + R$ 2.772)/(R$ 10.500 + R$ 2.184)
Liquidez geral 31/12/20X0 = R$ 16.772/R$ 12.684
Liquidez geral 31/12/20X0 = 1,32
Liquidez geral 31/12/20X1 = (Ativo circulante + Ativo realizável a longo prazo) /
(Passivo circulante + Passivo não circulante)
Liquidez geral 31/12/20X1 = (R$ 13.780 + R$ 2.886)/(R$ 10.686 + R$ 1.794)
Liquidez geral 31/12/20X1 = R$ 16.666/R$ 12.480
Liquidez geral 31/12/20X1 = 1,34

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para cada R$ 1,00 de dívida total de curto e longo prazos, a entidade tem
ativos circulantes e realizáveis a longo prazo de R$ 1,32 em 20X0 e R$ 1,34 em
20X1. Houve um pequeno aumento no índice no período, em virtude do au-
mento de 4,11% do ativo realizável a longo prazo e redução de 17,86% do pas-
sivo não circulante.
Diante dos exemplos apresentados nos
índices de liquidez, surge o seguinte
questionamento: os índices apurados na
sociedade empresarial nos dois períodos
são bons ou ruins? Geralmente, os auto-
res consideram que os índices de liquidez
acima de 1,0 são bons para as entidades.
Contudo, conceituar um índice, descon- Saiba mais
siderando outros parâmetros, trata-se de Clique aqui e leia o artigo
uma análise arriscada. Isso porque é es- acadêmico Indicadores de
sencial conhecer o setor de atividade e liquidez e a sua influência no
resultado econômico escrito
as particularidades das operações da en-
por Bruna Terra Mohad e
tidade. Afinal, determinados segmentos Alexandre Costa Quintana.
de mercado apresentam indicadores de
liquidez abaixo de 1 e possuem excelente
saúde financeira.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou as análises vertical e horizontal das contas apresen-


tadas nas demonstrações contábeis da entidade, bem como o cálculo e ava-
liação dos indicadores de liquidez.
Vimos que a análise vertical evidencia a composição das contas e subgrupos
das contas enquanto a análise horizontal demonstra a evolução história das
contas dentro de um determinado período.
Estudamos que os indicadores de liquidez permitem avaliar se a entidade
possui capacidade de saldar suas obrigações junto a terceiros. Esses índices
permitem o usuário verificar a liquidez de curtíssimo, curto e longo prazos.
Por esse motivo, são divididos em liquidez imediata, corrente, seca e geral.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Analisar o
desempenho
operacional das
entidades.
> Conhecer os ciclos
existentes dentro das
entidades.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3  ÍNDICES DE ATIVIDADE E SEUS


CICLOS
No mundo corporativo, é essencial que os gestores conheçam suas opera-
ções para que possam obter vantagem competitiva em relação aos seus con-
correntes, bem como atinjam os melhores resultados possíveis.
Para atingir o melhor desempenho, as entidades utilizam os índices de ativi-
dade. Eles auxiliam a identificar as necessidades de investimento em giro e
estão relacionados com a liquidez e a rentabilidade.
Ao conhecer os índices de atividade, é possível a entidade analisar e calcular
seus ciclos operacional, financeiro e econômico. Eles são importantes para
entender o processo produtivo que se inicia com a compra de matérias-pri-
mas e vai até o recebimento pela venda dos produtos.
Nessa unidade, você analisará o desempenho operacional e conhecerá os ci-
clos existentes dentro das entidades. Bons estudos!

3.1  ÍNDICES DE ATIVIDADE


Os índices de atividade demonstram a velocidade com que os elementos
patrimoniais são renovados dentro de um determinado intervalo de tempo.
Com isso, é possível analisar o desempenho operacional da entidade e suas
necessidades de investimento em giro (ASSAF NETO, 2020).
Expressam os relacionamentos dinâmicos que impactam, direta ou indireta-
mente, a liquidez e a rentabilidade da entidade (IUDÍCIBUS, 2017). Para o seu
cálculo, são utilizadas contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração do
Resultado do Exercício.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Os índices de atividade compreendem:

Prazo médio de estocagem (PME);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, a funcionária averigua o estoque.

Prazo médio de fabricação (PMF);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, o funcionário acompanha a produção de uma máquina, com
várias garrafas andando em uma esteira.

Prazo médio de vendas (PMV);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, o senhor está mostrando o tablet para uma mulher.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Prazo médio de cobrança (PMC);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, a mulher calcula o valor da fatura.

Prazo médio de pagamento a fornecedores


(PMP).

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, mostra as caixas de produtos sendo enviadas para diferentes
partes do mundo.

3.1.1  PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM E


PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO
O prazo médio de estocagem (PME) consiste no tempo médio (em dias) entre
a compra da matéria-prima até sua requisição. Ou seja, é o período que ela
permanece no estoque até ser consumida no processo de produção. É calcu-
lado da seguinte maneira:
Prazo médio de estocagem = (Estoque médio de matéria-prima/Custo das
mercadorias vendidas) x 360
Em que:
Estoque médio de matéria-prima = (Estoque inicial de matéria-prima + Esto-
que final de matéria-prima)/2

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Na análise do prazo médio de estocagem, Silva (2019) recomenda os seguin-


tes pontos:

Verificação de mudança na política de


gestão de estoques;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, o homem está lendo um livro.

Identificação de mudanças nos critérios de


avaliação de estoques;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mulher escreve no caderno perto de um colega de trabalho.

Averiguar a existência de itens obsoletos; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem escreve em uma prancheta.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Apresentação de estoques elevados ou


bastante reduzidos em virtude de aspectos
conjunturais ou sazonalidade do setor de
atividade.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há estoque de bens alimentícios.

As entidades podem utilizar também indicadores relacionados ao giro. Eles


permitem compreender a velocidade com que os elementos patrimoniais
são renovados durante um determinado período (IUDÍCIBUS, 2017). Devido à
sua natureza, os seus resultados podem ser apresentados em dias, meses ou
períodos maiores, fracionados de um ano.
O giro do estoque evidencia a efetividade da entidade na gestão de seu esto-
que. Representa o número de vezes que ela conseguiu renovar seu estoque
em decorrência da venda de seus produtos. Para calcular o giro do estoque,
utiliza-se a seguinte fórmula:
Giro do estoque = Custo das mercadorias vendidas/Estoque médio de maté-
ria-prima
Por exemplo, uma sociedade industrial apurou custo das mercadorias vendi-
das no valor de R$ 288.563,00 em 31 de dezembro de 2020. A contabilidade
realizou o cálculo de estoque médio anual
no valor de R$ 86.554,00. Com base nes-
sas informações, pode-se calcular o giro
do estoque da seguinte maneira:
Giro do estoque = Custo das mercado-
rias vendidas/Estoque médio de produtos
acabados
Mídias
Giro do estoque = R$ 288.563,00/ R$
86.554,00 Clique aqui e assista
à palestra online realizada
Giro do estoque = 3,33 vezes pelo Antônio Jerônimo,
consultor do SEBRAE, sobre a
gestão de estoques.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Nota-se que o estoque da sociedade industrial se renovou 3,33 vezes em de-


corrência das vendas de seus produtos. Ou seja, seu estoque demora 3 meses
e 18 dias para ser vendido (12 meses dividido por 3,33 vezes).
O prazo médio de fabricação (PMF) compreende o tempo médio (em dias)
que a entidade elabora seus produtos. Ele é calculado de acordo com a se-
guinte fórmula:
Prazo Médio de fabricação = (Estoque médio de produtos em elaboração/Cus-
to das mercadorias vendidas) x 360
Em que:
Estoque médio de produtos em elaboração = (Estoque inicial de produtos em
elaboração + Estoque final de produtos em elaboração)/2

Uma sociedade industrial produz um único produto.


No final de 2020, ela apresentava os seguintes
saldos:
Estoque médio de matéria-prima: R$ 42.520,00
Custo das mercadorias vendidas: R$ 289.792,00
Estoque médio de produto em elaboração: R$
32.640,00
O prazo médio de estocagem e prazo médio de
fabricação serão calculados da seguinte maneira:
Prazo médio de estocagem = (Estoque médio de
matéria-prima/Custo das mercadorias vendidas) x
360
Prazo médio de estocagem = (R$ 42.520,00/R$
289.792,00) x 360
Prazo médio de estocagem = 53 dias
Prazo médio de fabricação = (Estoque médio de
produtos em elaboração/Custo das mercadorias
vendidas) x 360
Prazo médio de fabricação = (R$ 32.640,00/ R$
289.792,00) x 360
Prazo médio de fabricação = 41 dias
A sociedade industrial mantém sua matéria-prima
em estoque por 53 dias e demora 41 dias para
produção de seu produto.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.1.2  PRAZO MÉDIO DE VENDAS


Representa o tempo médio (em dias) entre o estoque de produtos acabados
e a sua venda. Pode ser apurado pela seguinte fórmula:
Prazo médio de vendas = (Estoque médio de produtos acabados/Custo das
mercadorias vendidas) x 360
Em que:
Estoque médio de produtos acabados = (Estoque inicial de produtos acaba-
dos + Estoque final de produtos acabados)/2

Uma sociedade industrial produz um único produto.


No final de 2020, ela apurou estoque médio de
produtos acabados no valor de R$ 24.836,00 e custo
de mercadorias vendidas de R$ 289.792,00.
Diante dessas informações, pode-se calcular o
prazo médio de vendas:
Prazo médio de vendas = (Estoque médio de
produtos acabados/Custo das mercadorias
vendidas) x 360
Prazo médio de vendas = (R$ 24.836,00/R$
289.792,00) x 360
Prazo médio de vendas = 31 dias
A sociedade industrial vende seus estoques em 31
dias.

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3.1.3  PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA E PRAZO


MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES
O prazo médio de cobrança (PMC) compreende o prazo médio (em dias) que
a entidade espera para receber o valor referente às suas vendas. O seu estudo
ajuda a avaliar a política de concessão de créditos e eficiência do departa-
mento de cobrança (SILVA, 2019). Pode ser apurado de acordo com a seguinte
fórmula:
Prazo médio de cobrança = (Duplicatas a receber média/Vendas a prazo)
x 360
Em que:
Duplicatas a receber média = (Saldo inicial de duplicatas a receber + Saldo
final de duplicatas a receber)/2

As vendas brutas contemplam os impostos sobre a


venda (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS e outros). Ademais,
seus valores já apresentam desconto de devoluções,
abatimentos etc., ou seja, os mesmos valores que
compõem contas a receber. Atualmente, as vendas
brutas poderão ser obtidas nas notas explicativas,
uma vez que a Demonstração do Resultado do
Exercício começa com as receitas líquidas (MARTINS
et al., 2020).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Iudícibus (2017) afirma que o prazo médio de cobrança pode demorar mais
ou menos tempo em decorrência:

do seu tipo de setor de atividade;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um boneco olha o gráfico em barra.

da política de maior ou menor abertura para


o crédito aos clientes;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há uma caneta em cima de uma tabela e ao lado moedas e uma
calculadora.

da eficiência do serviço de cobranças; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mão toca na calculadora.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

da situação financeira de liquidez dos


consumidores.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem compra produtos em um supermercado.

Assim, é imprescindível que a entidade realize gestão e controle sobre os fato-


res que ela possui controle para que ela consiga minimizar o prazo médio de
cobrança (IUDÍCIBUS, 2017).
Caso a entidade deixe de receber dinheiro com o qual poderia investir, uma
solução seria o desconto de duplicatas – desde que os custos financeiros não
sejam altos (IUDÍCIBUS, 2017).
O giro do contas a receber demonstra a efetividade da política de cobrança
da entidade.
Assim, é vital que a entidade realize a gestão e o controle do suas contas a
receber para que ela consiga minimizar o intervalo de tempo do recebimento
das vendas. O giro do contas a receber é calculado da seguinte forma:
Giro do contas a receber = Vendas a prazo/Duplicatas a receber média
É importante ressaltar que a tendência de crescimento do giro do contas a
receber é bom para as entidades, uma vez que tal fato demonstra efetividade
na cobrança dos saldos a receber.
Por exemplo, uma sociedade industrial apurou vendas a prazo no valor de R$
362.486,00 em 31 de dezembro de 2020. A contabilidade realizou o cálculo da
média anual das duplicatas a receber no valor de R$ 148.382,00. Com base
nessas informações, pode-se calcular o giro do contas a receber da seguinte
maneira:
Giro do contas a receber = Vendas a prazo/Duplicatas a receber média
Giro do contas a receber = R$ 362.486,00/R$ 148.382,00
Giro do contas a receber = 2,44 vezes

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Observa-se que a sociedade industrial gira 2,44 vezes até receber por suas
vendas de produtos. Ou seja, ela espera 4 meses e 27 dias para receber dinhei-
ro pela venda a prazo (12 meses dividido por 2,444 vezes).

Clique aqui e leia o artigo acadêmico “Mensuração do


efeito de aumentar o prazo médio de recebimento
no resultado das vendas: estudo intervencionista
em rede de lojas”, escrito por Rodney Wernke e
Ivanir Rufatto.

O prazo médio de pagamentos a fornecedores (PMF) demonstra o tempo


médio, em dias, que a entidade paga as matérias-primas adquiridas junto aos
fornecedores. Pode ser calculado de acordo com a seguinte fórmula:
Prazo médio de pagamento a fornecedores = (Fornecedores a pagar médio/
Compras a prazo) x 360
Fornecedores médio = (Saldo inicial de fornecedores + Saldo final de fornece-
dores)/2

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial produz um único


produto. No final de 2020, ela apurou as seguintes
informações:
Duplicatas a receber média: R$ 43.562,00
Vendas a prazo: R$ 587.130,00
Fornecedores a pagar médio: R$ 32.524,00
Compras a prazo: R$ 256.242,00.
Diante dessas informações, pode-se calcular o prazo
médio de cobrança e prazo médio de pagamento
a fornecedores:
Prazo médio de cobrança = (Duplicatas a receber
média/Vendas a prazo) x 360
Prazo médio de cobrança = (R$ 43.562,00/ R$
587.130,00) x 360
Prazo médio de cobrança = 27 dias
Prazo médio de pagamento a fornecedores =
(Fornecedores a pagar médio/Compras a prazo) x
360
Prazo médio de pagamento a fornecedores = (R$
32.524,00 / R$ 256.242,00) x 360
Prazo médio de pagamento a fornecedores = 46
dias
A sociedade industrial cobra seus clientes em 27
dias e paga seus fornecedores em 46 dias.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A rotação dos fornecedores demonstra o número


de vezes que a entidade conseguiu saldar seus
compromissos financeiros junto aos fornecedores.
É calculado da seguinte maneira:
Rotação de fornecedores = Compras a prazo/
Fornecedores a pagar médio
Por exemplo, uma sociedade industrial apurou
compras a prazo no valor de R$ 356.772,00 e a média
anual dos fornecedores a pagar no valor de R$
245.986,00 em 31 de dezembro de 2020. Com base
nessas informações, pode-se calcular a rotação de
fornecedores da seguinte maneira:
Rotação de fornecedores = Compras a prazo/
Fornecedores a pagar médio
Rotação de fornecedores = R$ 356.772,00/R$
245.986,00.
Rotação de fornecedores = 1,45 vezes
Pode-se notar que a sociedade industrial gira 1,45
vezes para saldar seus compromissos financeiros
junto aos fornecedores. Ou seja, ela espera 8 meses
e 8 dias para pagar seus fornecedores (12 meses
dividido por 1,45 vezes).

Quando uma entidade concede bastante


prazo aos seus clientes e os seus fornece-
dores permite um prazo curto para saldar
as suas compras a prazo, ela necessitará
de capital de giro adicional para concreti-
zar seus negócios. Diante dessa situação, a
entidade deve trabalhar com maior mar-
Mídias
gem de lucro sobre as vendas, negociar
postergação dos prazos de pagamento e Clique aqui e ouça episódio
do canal Consultei que
determinar política agressiva de cobrança
explica os prazos médios
e de desconto (IUDÍCIBUS, 2017). relacionados ao ciclo
operacional das organizações.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 77
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.2  CICLOS DE ATIVIDADE


Na realização das atividades operacionais, a entidade executa um sistema de
produção de produtos e/ou prestação de serviços com a finalidade de vendê-
-los e, consequentemente, receber dinheiro por isso (ASSAF NETO, 2020). As-
sim, a entidade maximiza a sua margem de lucro a fim de gerar rentabilidade
ao seu negócio.
Durante o desenvolvimento desse sistema, é possível identificar diferentes ci-
clos de atividade como:

Ciclo econômico;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há uma mão segurando moedas e uma segunda virada para baixo.

Ciclo financeiro; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há uma lupa apontando para a evolução de dados de um gráfico.

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Ciclo operacional;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há dois homens e uma mulher em frente ao computador
analisando a operação da entidade.

3.2.1  CICLO ECONÔMICO


Compreende o período entre a aquisição de matéria-prima e a permanência
do produto em estoque, conforme demonstra a Figura a seguir:

VISÃO GERENCIAL DO CICLO ECONÔMICO DE UMA ENTIDADE

Ciclo econômico

Mês Mês Mês


0 1 2

Compras Venda Pag. Rec.


estoque estoque Forn. cliente

Fonte: Adaptado de Almeida (2019, p. 187).

#PraCegoVer

Na imagem, a seta do ciclo econômico indica o intervalo de tempo entre compra de


matéria-prima e a permanência do produto em estoque.

Quanto maior o ciclo econômico, maior será a necessidade da entidade em fi-


nanciar com recursos de terceiros suas atividades operacionais. Isso porque o
estoque ficará estagnado, trazendo mais custos de armazenagem, e a entida-
de não conseguirá transformá-lo em dinheiro, comprometendo sua liquidez.
O ciclo econômico representa o prazo médio de estocagem da empresa. Por
exemplo, se uma entidade fica, em média, 31 dias com seus produtos em es-
toque. Isso quer dizer que seu ciclo econômico é de 31 dias.

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 79
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.2.2  CICLO FINANCEIRO


Pode também ser chamado de ciclo de caixa, pois evidencia a necessidade de
capital de giro dentro das companhias. Compreende o tempo médio que a
entidade paga os fornecedores e o recebimento das vendas (BAZZI, 2019). Ou
seja, o ciclo financeiro começa com a primeira transação financeira (aquisição
de matérias-primas junto aos fornecedores) da entidade e a última (paga-
mento dos clientes em virtude das compras de produtos). A Figura a seguir
representa o ciclo financeiro das entidades:

VISÃO GERENCIAL DO CICLO FINANCEIRO DE UMA ENTIDADE

Ciclo financeiro

Mês Mês Mês


0 1 2

Compras Venda Pag. Rec.


estoque estoque Forn. cliente

Fonte: Almeida (2019, p. 187).

#PraCegoVer

Na imagem, a seta do ciclo financeiro indica o intervalo de tempo entre o pagamento de


fornecedores e o recebimento das vendas.

O ciclo financeiro é calculado pela seguin-


te fórmula:
Ciclo financeiro = Ciclo operacional – Pra-
zo Médio de Pagamento a Fornecedores
A análise do ciclo financeiro permite que
a entidade identifique se há necessidade
de recursos financeiros extras ou não para Mídias
finalizar o seu ciclo operacional. Dessa for-
Clique aqui e ouça episódio
ma, quanto maior for o ciclo financeiro,
do canal Consultei que
pior será para entidade. explica o ciclo financeiro.

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80 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

3.2.3  CICLO OPERACIONAL


É composto pelas etapas operacionais de uma entidade. Ou seja, é o período
compreendido entre a compra da mercadoria ou matéria-prima até o rece-
bimento pela venda do produto (MARTINS et al., 2020). A Figura a seguir de-
monstra a visão detalhada do ciclo operacional de uma entidade:

VISÃO GERENCIAL DO CICLO OPERACIONAL DE UMA ENTIDADE

Compras de
matéria-prima

Tempo que a
matéria-prima demora
para ser requisitada
para fabricação

Processo de
fabricação

Tempo que o
produto demora
para ficar pronto

Produto
acabado

Tempo que o
produto demora
para ser vendido

Vendas

Demora
para recebimento
dos clientes

Recebimento
das vendas

Fonte: Almeida (2019, p. 188).

#PraCegoVer

Na imagem, há duas colunas associadas por setas: a primeira mostra os tempos médios das
atividades e a segunda demonstra a atividade relacionada.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Nas empresas industriais, as matérias-primas são adquiridas junto aos forne-


cedores. Elas ficarão no estoque até a sua
requisição para produção. Nesse momen-
to, as matérias-primas são levadas para a
fábrica e transformadas em produto aca-
bado. Em seguida, ele será enviado para
o estoque até o momento de sua venda
junto aos consumidores. Quando isso
ocorrer, eles levarão o produto e pagarão Mídias
o valor (à vista ou a prazo) para entidade.
Clique aqui e ouça episódio
Assim, cálculo do ciclo operacional será o do canal Minuto com
somatório de todos os prazos médios que Fernando Monteiro que
conhecemos até o momento conforme explica o ciclo operacional.
fórmula a seguir:
Ciclo operacional = PME + PMF + PMV + PMC
Em que:
PME = Prazo médio de estocagem
PMF = Prazo médio de fabricação
PMV = Prazo médio de vendas
PMC = Prazo médio de cobrança

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82 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial produz um único


produto. No final de 2020, ela apurou os seguintes
prazos médios:
Prazo médio de estocagem = 53 dias
Prazo médio de fabricação = 41 dias
Prazo médio de vendas = 31 dias
Prazo médio de cobrança = 27 dias
Prazo médio de pagamento a fornecedores = 46
dias
Ciclo operacional = PME + PMF + PMV + PMC
Ciclo operacional = 53 + 41 + 31 + 27
Ciclo operacional = 152 dias
Ciclo financeiro = Ciclo operacional – Prazo Médio
de Pagamento a Fornecedores
Ciclo financeiro = 152 – 46
Ciclo financeiro = 106
A sociedade industrial leva, em média, 152 dias no
seu ciclo operacional que contempla a aquisição de
matérias-primas até o recebimento de vendas e 106
dias para pagar os fornecedores e receber por suas
vendas.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Quanto mais longo for o ciclo operacional, maior


será a possibilidade da entidade em buscar recursos
no mercado para financiar seu ciclo operacional.
Dessa maneira, é vital que a entidade acompanhe
constantemente seu ciclo e tome medidas para
minimizá-lo até um nível ideal (ALMEIDA, 2019).

As entidades podem financiar algumas fases operacionais por meio de com-


pras a prazo e postergação de prazos para pagamentos de despesas, por
exemplo, salários e encargos sociais. Caso elas não consigam esse tipo de
financiamento, as entidades precisarão utilizar fundos como, por exemplo,
empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras (ASSAF NETO,
2020).

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou os índices de atividade que evidenciam a velocidade


de renovação dos elementos patrimoniais dentro de um determinado perío-
do. Eles contribuem para a análise do desempenho operacional da entidade
e das necessidades de investimento em giro.
A atividade operacional das entidades, geralmente, abrange a compra de
matérias-primas junto aos fornecedores, sua estocagem até o momento de
elaboração do produto e a sua venda aos consumidores. Nesse processo, a
entidade precisa conhecer seus ciclos para que possa maximizar sua mar-
gem de lucro com a finalidade de gerar rentabilidade e lucratividade ao seu
negócio.

MULTIVIX EAD
84 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Entender a posição


de endividamento
das entidades.
> Compreender o
retorno financeiro
dentro das entidades.

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85 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4  ÍNDICES DE ESTRUTURA
PATRIMONIAL E DE RENTABILIDADE
As entidades podem buscar os capitais próprios e de terceiros para investir
em seus bens e direitos. Os sócios ou quotistas aplicam seu capital na enti-
dade com o objetivo de auxiliar a entidade na sua atividade operacional. Em
contrapartida, esperam obter maior rentabilidade. Assim, eles analisam as de-
monstrações contábeis para controlar e analisar o desempenho da entidade
para que eles obtenham seus rendimentos esperados. As instituições finan-
ceiras, por exemplo, constituem capitais de terceiros. Eles concedem emprés-
timos e financiamentos para a entidade e esperam obter rendimentos com
essa operação. Por isso, essas transações são onerosas para a entidade. Além
disso, há capital de terceiros não oneroso, como postergação de pagamento
de salários de funcionários e de fornecedores em que a entidade consegue
gerir seu dinheiro conforme sua necessidade de caixa. Diante dessas condi-
ções, é importante que a entidade avalie cuidadosamente se deve ou não
adquirir essa transação.
Nessa unidade, você entenderá a posição de endividamento dentro das enti-
dades e compreenderá o retorno financeiro concedido aos seus stakeholders.
Bons estudos!

4.1  ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL


O ativo de uma entidade pode ser financiado pelo capital de terceiros (pas-
sivo circulante e passivo não circulante) e pelo capital próprio (patrimônio lí-
quido). Assim, esses capitais constituem fontes de recursos para as entidades.
Os índices de estrutura patrimonial mostram a proporção entre os capitais
próprios e os capitais de terceiros, sendo calculados de acordo com os valores
informados no Balanço Patrimonial (RIBEIRO, 2018). Ademais, pode-se obser-
var os recursos de terceiros que possuem maior vencimento no curto (passivo
circulante) ou no longo prazo (passivo não circulante).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 86
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com Marion (2019), a análise dos índices de estrutura patrimonial


contribui para determinar se as entidades recorrem às dívidas como:

•  complemento dos capitais próprios a fim de realizar aplicações em seus


ativos (por exemplo, aquisição de máquinas e equipamentos); ou

•  saldar outras dívidas que vencerão em breve. Por não possuírem recursos
suficientes, as entidades podem adquirir empréstimos e financiamentos
sucessivos. Caso permaneça nesse ciclo, é possível que a entidade se torne
insolvente e, consequentemente, encerre suas operações.

Para a análise de estrutura de capital, geralmente, são utilizados os seguintes


indicadores:

Composição do endividamento;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem com uma expressão preocupada segura papéis em
sua mão.

Imobilização do patrimônio líquido; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem com blusa banca escreve à caneta no papel.

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87 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Imobilização de recursos não correntes.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, tabelas e gráficos financeiros em papel na mesa.

4.1.1  COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO


Para obter conhecimento sobre a solvência da entidade, é essencial conhecer
os prazos de vencimento das dívidas. Assim, a composição do endividamento
demonstra quanto da dívida total (passivo circulante e passivo não circulante)
é exigível a curto prazo (MARTINS et al., 2020). Esse índice é calculado da se-
guinte maneira:
Passivo Circulante
Composição do endividamento = x 100
Passivo total
em que:

Passivo total = passivo circulante + passivo não circulante

O estudo da composição do endividamento permite identificar o perfil da dí-


vida da entidade. A ampliação do perfil pode ser explicada pela renegociação
de dívidas antigas vencíveis no curto prazo ou pela obtenção de novos em-
préstimos com prazos de vencimentos prolongados. É essencial que o ana-
lista identifique os motivos determinantes das variações desses índices por
meio da análise das demonstrações contábeis (SILVA, 2019).

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 88
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Se a entidade quiser conhecer a parcela da dívida


de longo prazo, basta deduzir a composição do
endividamento por 1. Por exemplo, se uma entidade
apresentou composição de endividamento de 0,48.
Ela pode afirmar que as dívidas de longo prazo
representam R$ 0,52 (1 – 0,48) para cada R$ 1,00 de
obrigações existentes.

Silva (2019) salienta que podem ser observados os seguintes perfis de dívidas
a partir da composição do endividamento:

•  Dívidas de curto prazo: podem ser liquidadas com recursos já disponíveis ou


que possam ser geradas no curto prazo. Podem ser onerosas ou não.

•  Dívidas de longo prazo: há maior prazo para gerar recursos até a sua
liquidação. Normalmente, são classificadas como onerosas e captadas para
investimentos em recursos permanentes.

Passivo não oneroso compreende aqueles


relacionados à atividade da entidade e não
apresentam custos financeiros embutidos. Por
exemplo, impostos e salários.

Passivo oneroso é aquele que gera algum custo


para a entidade. Por exemplo, empréstimos e
financiamentos.

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89 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial elaborou o seguinte Balanço Patrimonial em 31 de


março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

Com base nas informações acima, pode-se calcular a imobilização do patri-


mônio líquido nos dois anos da seguinte maneira:
Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2020 = [(Investimento + Imobilizado
+ Intangível)/Patrimônio líquido] x 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2020 = [(R$ 122.443,00 + R$ 638.703,68
+ R$ 119.739,52)/ R$ 588.501,55] x 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2020 = 149,68%

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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 90
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2021 = [(Investimento + Imobilizado


+ Intangível)/Patrimônio líquido] x 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2021 = [(R$ 148.156,03 + 677.285,16 +
R$ 127.765,57)/ R$ 839.840,68] x 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/03/2021 = 113,50%
Pode-se notar que o aumento de 42,71% no patrimônio líquido entre os
dois exercícios acarretou diminuição da imobilização do patrimônio líquido
(149,68% em março de 2020 para 113,50% em março de 2021).
A análise da imobilização sobre patrimônio líquido é direcionada a identificar
a existência ou não de capital circulante próprio. Esse índice demonstra o ex-
cesso do patrimônio líquido sobre o ativo fixo. Pode ser calculado da seguinte
maneira:
Capital Circulante Próprio (CCP) = Patrimônio líquido – Ativo fixo
Pode-se notar que o capital circulante próprio é a parcela do capital próprio
investida no ativo circulante. Ademais, pode-se observar através dele a exis-
tência ou não de capitais de terceiros para financiar o ativo circulante.
Por exemplo, uma entidade apresentou os seguintes saldos no Balanço Patri-
monial em um determinado período:
Ativo circulante: R$ 216.542,00
Realizável a longo prazo: R$ 36.897,00
Ativo investimento: R$ 64.532,00
Ativo imobilizado: R$ 198.745,00
Ativo intangível: R$ 38.976,00
Passivo circulante: R$ 298.465,00
Passivo não circulante: R$ 127.493,00
Patrimônio líquido: R$ 129.734,00
Com base nas informações anteriores, pode-se calcular o capital circulante
próprio da seguinte maneira:
Capital Circulante Próprio (CCP) = Patrimônio líquido – Ativo fixo

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Capital Circulante Próprio (CCP) = R$ 129.734,00 – (R$ 64.532,00 + R$ 198.745,00


+ R$ 38.976,00)
Capital Circulante Próprio (CCP) = - R$ 259.997,00
Pode-se notar que o capital circulante próprio não é suficiente para financiar
o ativo fixo da entidade.

4.1.3  IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO


CORRENTES
Evidencia a relação entre o ativo fixo e os recursos não correntes. Ou seja,
quanto a entidade investiu no ativo fixo para cada R$ 1,00 de patrimônio lí-
quido e passivo não circulante. A imobilização de recursos não correntes é
calculada da seguinte maneira:

Investimento + Imobilizado + Intangível


Imobilização de recursos não correntes = x 100
Patrimônio líquido + Passivo não circulante

A interpretação da imobilização de recursos não correntes deve ser orienta-


da a identificar se o capital circulante próprio negativo foi compensado pelo
passivo não circulante. É importante ressaltar que a existência de capital cir-
culante próprio negativo não deve ser percebida como uma situação deses-
peradora. Isso pode acontecer em momentos em que a entidade passa por
ampliação ou expansão do negócio. Dessa maneira, a obtenção de emprés-
timos imediatos a serem pagos no longo prazo pode ser uma decisão capaz
de sanar esse problema, uma vez que a entidade terá tempo suficiente para
apurar lucro e saldar esse compromisso financeiro (RIBEIRO, 2020).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial elaborou o seguinte Balanço Patrimonial em 31 de


março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a imobilização de re-


cursos não correntes nos dois anos da seguinte maneira:
Imobilização de recursos não correntes 31/03/2020 = [(Investimento + Imobili-
zado + Intangível)/(Patrimônio líquido + Passivo não circulante)] x 100
Imobilização de recursos não correntes 31/03/2020 = [(R$ 122.443,00 + R$
638.703,68 + R$ 119.739,52)/(R$ 588.501,55 + R$ 518.016,94)] x 100
Imobilização de recursos não correntes 31/03/2020 = 79,60%

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93 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Imobilização de recursos não correntes 31/03/2021 = [(Investimento + Imobili-


zado + Intangível)/(Patrimônio líquido + Passivo não circulante)] x 100
Imobilização de recursos não correntes 31/03/2021 = [(R$ 148.156,03 + 677.285,16
+ R$ 127.765,57)/(R$ 839.840,68 + R$ 448.815,54)] x 100
Imobilização de recursos não correntes 31/03/2021 = 73,97%
Pode-se notar que a redução da imobilização dos recursos não correntes
(79,60% em março de 2020 para 73,97% em março de 2021) ocorreu em vir-
tude do aumento do patrimônio líquido (42,71%). Isso mostra que a entidade
consegue financiar os ativos fixos com recursos próprios e de terceiros.
Normalmente, os ativos fixos apresentam vida útil elástica e, por esse motivo,
pode ser inviável a sua aquisição com recursos próprios. Assim, as entidades
preferem investir capital em seu imobilizado por meio de financiamento de
longo prazo. Diante dessa situação, Silva (2019) ressalta que devem ser obser-
vados os seguintes aspectos:

•  o prazo de vencimento da dívida deve ser compatível com o tempo de vida


útil do bem financiado; e

•  o período de carência e de vencimento das prestações oferecido pela


instituição financeira deve ser suficiente para que a entidade possa gerar
recursos capazes de saldar a sua obrigação de longo prazo.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.2  ÍNDICES DE RENTABILIDADE


Tem por finalidade identificar o desempenho econômico da entidade, rela-
cionando o resultado (lucro ou prejuízo) líquido com receita, ativo e patrimô-
nio líquido. São calculados com base em valores extraídos do Balanço Patri-
monial e da Demonstração do Resultado do Exercício.
Consideram-se índices de rentabilidade:

Margens sobre vendas;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, o vendedor mostra um carro para o casal.

Rentabilidade do ativo; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, tabelas e gráficos financeiros em papel na mesa.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Rentabilidade do patrimônio líquido.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, símbolo de porcentagem com um pé e uma mola saltando sobre
um fundo branco do gráfico de barras.

4.2.1  MARGENS SOBRE VENDAS


Também pode ser conhecido como índices de lucratividade, pois estão asso-
ciados aos resultados da entidade. São compostos por:

Margem bruta;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há uma seta vermelha mostrando aumento da porcentagem.

Margem operacional; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há dois funcionários trabalhando em um supermercado.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Margem líquida.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há muitas cédulas de dólares em um fundo branco.

Clique aqui e assista ao vídeo elaborado por


Emerson Bisco sobre margem bruta, operacional e
líquida.

4.1.1.1  MARGEM BRUTA


É o percentual do resultado bruto que a entidade gerou com as suas vendas
líquidas. É calculada da seguinte forma:

Resultado bruto
Margem bruta = x 100
Receita operacional líquida

A receita operacional líquida é extraída da primeira linha da Demonstração


do Resultado do Exercício (DRE). Ela é resultante das vendas brutas deduzi-
das dos impostos incidentes (ICMS, IPI, ISS etc.) e das devoluções e dos abati-
mentos.
O resultado bruto é a diferença entre a receita operacional líquida e o custo
apurado em um determinado exercício.

MULTIVIX EAD
97 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial elaborou a seguinte Demonstração do Resultado


do Exercício em 31 de março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021

Receita operacional líquida 987.698,00 778.963,00

(-) Custo das mercadorias vendidas (256.801,48) (163.582,23)

(=) Resultado bruto 730.896,52 615.380,77

( - ) Despesas com vendas (108.358,45) (91.861,35)

( - ) Despesas gerais e administrativas (167.908,66) (77.896,30)

( - ) Outras despesas (49.384,90) (38.948,15)

= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 405.244,51 406.674,97

(+/-) Receita/Despesa financeira (28.753,96) (15.579,26)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 376.490,55 391.095,71

(-) Despesa com IR e CSLL (245.879,00) (250.796,58)

(=) Lucro líquido do exercício 130.611,55 140.299,13

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a margem bruta nos
dois anos da seguinte maneira:
Margem bruta 31/03/2020 = (Resultado bruto/Receita operacional líquida) x
100
Margem bruta 31/03/2020 = (R$ 730.896,52/R$ 987.698,00) x 100
Margem bruta 31/03/2020 = 74,00%
Margem bruta 31/03/2021 = (Resultado bruto/Receita operacional líquida) x 100
Margem bruta 31/03/2021 = (R$ 615.380,77/R$ 778.963,00) x 100
Margem bruta 31/03/2021 = 79,00%
Pode-se notar que há um aumento na margem bruta entre os anos (74,00%
em 31 de março de 2020 para 79,00% em 31 de março de 2021). Isso aconteceu
devido à redução de 36,30% nos custos, apesar da diminuição de 21,13% nas
vendas líquidas nesse período.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 98
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1.1.2  MARGEM OPERACIONAL


É o percentual do resultado operacional (resultado antes das receitas e des-
pesas financeiras) que a entidade gerou com as suas vendas líquidas. É calcu-
lada da seguinte forma:

Resultado antes das receitas e despesas financeiras


Margem operacional = x 100
Receita operacional líquida

Esse índice demonstra o percentual do resultado que a entidade obteve de


receita excluídos abatimentos, impostos, devoluções, descontos incondicio-
nais, custos e despesas necessários à sua atividade.
Uma sociedade industrial elaborou a seguinte Demonstração do Resultado
do Exercício em 31 de março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021

Receita operacional líquida 987.698,00 778.963,00

(-) Custo das mercadorias vendidas (256.801,48) (163.582,23)

(=) Resultado bruto 730.896,52 615.380,77

( - ) Despesas com vendas (108.358,45) (91.861,35)

( - ) Despesas gerais e administrativas (167.908,66) (77.896,30)

( - ) Outras despesas (49.384,90) (38.948,15)

= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 405.244,51 406.674,97

(+/-) Receita/Despesa financeira (28.753,96) (15.579,26)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 376.490,55 391.095,71

(-) Despesa com IR e CSLL (245.879,00) (250.796,58)

(=) Lucro líquido do exercício 130.611,55 140.299,13

MULTIVIX EAD
99 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a margem operacio-


nal nos dois anos da seguinte maneira:
Margem operacional 31/03/2020 = (Resultado antes das receitas e despesas
financeiras/Receita operacional líquida) x 100
Margem operacional 31/03/2020 = (R$ 405.244,51/R$ 987.698,00) x 100
Margem operacional 31/03/2020 = 41,03%
Margem operacional 31/03/2021 = (Resultado antes das receitas e despesas
financeiras /Receita operacional líquida) x 100
Margem operacional 31/03/2021 = (R$ 406.674,94/R$ 778.963,00) x 100
Margem operacional 31/03/2021 = 52,21%
Pode-se notar que há um aumento na margem operacional entre os anos
(41,03% em 31 de março de 2020 para 52,21% em 31 de março de 2021). Isso
aconteceu devido à redução de 15,22% nas despesas com vendas, de 53,61%
nas despesas gerais e administrativas e de 21,13% em outras despesas.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 100
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1.1.3  MARGEM LÍQUIDA


É conhecido também como retorno sobre vendas. Mostra a relação entre o
resultado líquido e a receita operacional líquida.

Resultado líquido
Margem líquida = x 100
Receita operacional líquida

Uma sociedade industrial elaborou a seguinte Demonstração do Resultado


do Exercício em 31 de março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021

Receita operacional líquida 987.698,00 778.963,00

(-) Custo das mercadorias vendidas (256.801,48) (163.582,23)

(=) Resultado bruto 730.896,52 615.380,77

( - ) Despesas com vendas (108.358,45) (91.861,35)

( - ) Despesas gerais e administrativas (167.908,66) (77.896,30)

( - ) Outras despesas (49.384,90) (38.948,15)

= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 405.244,51 406.674,97

(+/-) Receita/Despesa financeira (28.753,96) (15.579,26)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 376.490,55 391.095,71

(-) Despesa com IR e CSLL (245.879,00) (250.796,58)

(=) Lucro líquido do exercício 130.611,55 140.299,13

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a margem líquida nos
dois anos da seguinte maneira:
Margem líquida 31/03/2020 = (Resultado líquido/Receita operacional líquida)
x 100
Margem líquida 31/03/2020 = (R$ 130.611,55/R$ 987.698,00) x 100
Margem líquida 31/03/2020 = 13,22%

MULTIVIX EAD
101 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Margem líquida 31/03/2021 = (Resultado líquido /Receita operacional líquida)


x 100
Margem líquida 31/03/2021 = (R$ 140.299,13/R$ 778.963,00) x 100
Margem líquida 31/03/2021 = 18,01%
Pode-se notar que há um aumento na margem operacional entre os anos
(13,22% em 31 de março de 2020 para 18,01% em 31 de março de 2021). Isso
aconteceu devido à redução de 54,18% nas despesas financeiras.

Clique aqui e leia o artigo acadêmico Indicadores


de desempenho diferenciam empresas do mesmo
segmento? Escrito por Luiz Henrique Figueira
Marquezan, Marivane Vestena Rossato, Bernardo
Cohen Ely e Tiago Ribas Fogaça.

4.1.1  RENTABILIDADE SOBRE ATIVO


É também conhecido como retorno sobre investimentos. Alguns analistas
conhecem esse indicador como Return on Total Assets (ROA) ou Return on
Investiment (ROI). Mede os resultados obtidos pela entidade em relação aos
investimentos realizados (MARTINS et al., 2020). É um indicador importante,
pois evidencia a rentabilidade em decorrência do capital investido na ativida-
de. É calculado da seguinte maneira

Resultado líquido
Rentabilidade sobre ativo = x 100
Ativo total

em que:

Ativo total = Ativo circulante + Ativo não circulante

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 102
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Uma sociedade industrial elaborou o Balanço Patrimonial e a Demonstração


do Resultado do Exercício em 31 de março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

MULTIVIX EAD
103 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

31/03/2020 31/03/2021

Receita operacional líquida 987.698,00 778.963,00

(-) Custo das mercadorias vendidas (256.801,48) (163.582,23)

(=) Resultado bruto 730.896,52 615.380,77

( - ) Despesas com vendas (108.358,45) (91.861,35)

( - ) Despesas gerais e administrativas (167.908,66) (77.896,30)

( - ) Outras despesas (49.384,90) (38.948,15)

= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 405.244,51 406.674,97

(+/-) Receita/Despesa financeira (28.753,96) (15.579,26)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 376.490,55 391.095,71

(-) Despesa com IR e CSLL (245.879,00) (250.796,58)

(=) Lucro líquido do exercício 130.611,55 140.299,13

Com base nas informações acima, pode-se calcular a rentabilidade sobre o


ativo nos dois anos da seguinte maneira:
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2020 = (Resultado líquido/Ativo total) x 100
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2020 = (R$ 130.611,55/R$ 2.097.968,49) x 100
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2020 = 6,23%
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2021 =
(Resultado líquido/Ativo total) x 100
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2021 =
(R$ 140.299,13/R$ 2.268.300,25) x 100
Rentabilidade sobre ativo 31/03/2021 = 6,19%
Pode-se notar que a rentabilidade sobre
o ativo manteve praticamente constante
Mídia
em decorrência do aumento de 8,12% no
Clique aqui e assista ao vídeo ativo total e de 7,41% no resultado líquido.
elaborado por André Musso
sobre o Retorno sobre Ativo.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 104
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1.2  RENTABILIDADE SOBRE PATRIMÔNIO


LÍQUIDO
Também denominada de Retorno do Capital Próprio (Return on Equity –ROE).
Demonstra o retorno que os acionistas ou quotistas da empresa obtiveram
em relação aos seus investimentos na entidade (SILVA, 2019). É calculado da
seguinte maneira

Resultado líquido
Rentabilidade sobre patrimônio líquido = x 100
Patrimônio líquido

Uma sociedade industrial elaborou o Balanço Patrimonial e a Demonstração


do Resultado do Exercício em 31 de março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

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105 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

31/03/2020 31/03/2021

Receita operacional líquida 987.698,00 778.963,00

(-) Custo das mercadorias vendidas (256.801,48) (163.582,23)

(=) Resultado bruto 730.896,52 615.380,77

( - ) Despesas com vendas (108.358,45) (91.861,35)

( - ) Despesas gerais e administrativas (167.908,66) (77.896,30)

( - ) Outras despesas (49.384,90) (38.948,15)

= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 405.244,51 406.674,97

(+/-) Receita/Despesa financeira (28.753,96) (15.579,26)

= Resultado antes do Imposto de renda e Contribuição Social 376.490,55 391.095,71

(-) Despesa com IR e CSLL (245.879,00) (250.796,58)

(=) Lucro líquido do exercício 130.611,55 140.299,13

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a rentabilidade sobre


o ativo nos dois anos da seguinte maneira:
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2020 = (Resultado líquido/Patri-
mônio líquido) x 100
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2020 = (R$ 130.611,55/R$
588.501,55) x 100
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2020 = 22,19%
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2021 = (Resultado líquido/Patri-
mônio líquido) x 100
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2021 = (R$ 140.299,13/R$
839.840,68) x 100
Rentabilidade sobre patrimônio líquido 31/03/2021 = 16,71%

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 106
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Pode-se notar que a rentabilidade sobre patrimônio líquido teve redução


durante o período em virtude do aumento 42,71% no patrimônio líquido.
Isso mostra que o acionista ou quotista reduziu a sua rentabilidade entre os
dois anos.

Clique aqui e assista ao vídeo elaborado por André


Musso sobre o Retorno sobre Ativo.

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou uma reflexão sobre os índices de estrutura patri-


monial e de rentabilidade. Os índices de estrutura patrimonial evidenciam
a parcela entre os capitais próprios (patrimônio líquido) e os capitais de ter-
ceiros (passivos circulante e não circulante). Eles compreendem os seguintes
índices: composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido
e imobilização de recursos não correntes. Os índices de rentabilidade e o de-
sempenho econômico da entidade, relacionando o resultado líquido com
receita de vendas ou de serviços, ativo e patrimônio líquido. Compreendem:
margens sobre vendas (margem bruta, operacional e líquida, rentabilidade
do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.
Por meio dos índices de estrutura patrimonial e de rentabilidade, as entida-
des podem avaliar se o processo de tomada de decisão foi capaz de atingir os
seus objetivos empresariais e trazer rentabilidade para seus usuários.

MULTIVIX EAD
107 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Avaliar o equilíbrio


financeiro das
entidades.
> Analisar a dinâmica
operacional das
entidades.

MULTIVIX EAD
108 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

5  ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL


DE GIRO
O ciclo operacional das entidades mostra a entrada das matérias-primas até
o recebimento pelas vendas dos produtos. Esse intervalo precisa de capital de
terceiros ou próprios para financiar suas atividades operacionais. Dessa for-
ma, a análise do capital de giro complementa a análise ao mostrar a capaci-
dade da entidade em manter o equilíbrio da sua situação financeira ao longo
do tempo.
Por meio da análise dinâmica, a entidade avalia a sua capacidade de solvên-
cia e liquidez para manter o seu funcionamento e o alcance dos objetivos
empresariais.
Nessa unidade, você avaliará o equilíbrio financeiro e analisará a dinâmica
operacional das entidades. Bons estudos!

5.1  ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO


Um dos grandes desafios das entidades é manter o equilíbrio da sua situação
financeira. Isso porque ela pode não conseguir honrar seus compromissos
financeiros com terceiros e os credores podem apresentar dificuldades para
saldarem os valores na data e nas condições acordadas (MÁLAGA, 2017). As-
sim, torna-se vital que a entidades analisem constantemente seu capital de
giro para conseguirem realizar suas atividades operacionais.

5.1.1  CARACTERÍSTICAS DO ATIVO


CIRCULANTE
O ativo circulante também pode ser chamado de capital de giro. Ele com-
preende o grupo de contas patrimoniais de maior liquidez que é impactado
pelas atividades operacionais da entidade (ASSAF NETO, 2020). São contas do
ativo circulante: disponibilidades imediatas da entidade (caixa, bancos, títulos
de negociação imediata etc.), valores a receber no curto prazo, estoques e
despesas antecipadas (despesas já pagas, porém ainda não houve prestação
de serviços ou recebimento de produtos).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 109
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

De acordo com Assaf Neto (2020), o ativo circulante apresenta duas caracte-
rísticas:

Curta duração

os bens e direitos não podem superar o período de um ano.

Rápida conversão

a aplicação de capital de terceiros ou próprios no ativo circulante tem


por finalidade gerar a produção do produto e a sua venda aos clientes.

Clique aqui e assista à live promovida pelo Sebrae


sobre capital de giro.

O esquema a seguir demonstra o comportamento do ativo circulante segun-


do suas características.

MULTIVIX EAD
110 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

COMPORTAMENTO DO ATIVO CIRCULANTE

Recursos aplicados Estoque


Disponível
no circulante de materiais

Realizável

Vendas à vista Vendas a prazo

Estoques de
produtos acabados

Produção

Fonte: Assaf Neto (2020, p. 154).

#PraCegoVer

Na imagem, há o fluxo com o comportamento do ativo circulante.

Inicialmente, os recursos aplicados no ativo circulante são canalizados no dis-


ponível (caixa, bancos, títulos de negociação imediata etc.) que atenderá todas
as necessidades financeiras das operações da entidade. A primeira saída será
a compra de estoques de materiais e pagamentos dos gastos relacionados
à produção. Quando houver finalização da produção, os produtos acabados
serão estocados até a sua venda. Quando
forem vendidos, o dinheiro retorna à enti-
dade imediatamente (se forem vendas à
vista) ou no curto prazo (se as vendas fo-
rem a prazo). Esse processo é ininterrupto
e toda vez que os recursos financeiros vol-
tam para o disponível são acrescidos dos
lucros e dos valores não desembolsáveis
como, por exemplo, depreciação e amor- Mídia
tização (ASSAF NETO, 2021). Clique aqui e assista ao
vídeo do Sebrae sobre como
administrar o capital de giro.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

5.1.2  CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO


A entidade visa manter o equilíbrio financeiro e as obrigações de curto prazo
devem ser destinadas a aplicações no ativo circulante que apresentam um
contínuo processo de transformação. Entretanto, em algumas situações, os
capitais de terceiros não são suficientes para financiar as necessidades do
ativo circulante. Nesse contexto, torna-se essencial a busca por fontes perma-
nentes de recursos (longo prazo) para financiarem o ativo circulante (ASSAF
NETO, 2020).
Dessa maneira, as entidades avaliam o capital de giro líquido ou capital circu-
lante líquido que compreende o excedente de aplicação no curto prazo em
relação às captações de recursos no curto prazo. Ele pode ser calculado da
seguinte maneira:

Capital de Giro Líquido (CGL) = Ativo Circulante – Passivo Circulante

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Uma sociedade industrial elaborou o seguinte Balanço Patrimonial em 31 de


março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular o capital de giro líqui-
do nos dois anos da seguinte maneira:
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = Ativo Circulante – Passivo
Circulante
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = R$ 1.071.196,29 – R$ 991.450,00
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = R$ 79.746,29
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = Ativo Circulante – Passivo
Circulante
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = R$ 1.134.194,85 – R$ 979.644,03

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = R$ 154.550,82


Percebe-se que houve um aumento do capital de giro líquido no período em
decorrência do aumento de 27,54% nas duplicatas a receber.
Há um outro enfoque que define também o capital de giro líquido como o
excedente de recursos de longo prazo (próprios ou de terceiros) em relação ao
montante aplicado nos ativos de longo prazo. Por esse motivo, pode também
ser calculado da seguinte forma:
Capital de Giro Líquido (CGL) = (Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante)
– (Ativo Não Circulante)
Uma sociedade industrial elaborou o seguinte Balanço Patrimonial em 31 de
março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular o capital de giro líqui-
do nos dois anos da seguinte maneira:
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = (Patrimônio Líquido + Passivo
Não Circulante) – (Ativo Não Circulante)
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = (R$ 588.501,55 + R$ 518.016,94) –
R$ 1.026.772,20
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2020 = R$ 79.746,29
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = (Patrimônio Líquido + Passivo
Não Circulante) – (Ativo Não Circulante)
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = (R$ 839.840,68 + R$ 448.815,54)
– R$ 1.134.105,40
Capital de Giro Líquido (CGL) em 31/03/2021 = R$ 154.550,82
De acordo com Assaf Neto (2020), o capital de giro líquido é o volume de recur-
sos de longo prazo da entidade que está aplicado no ativo circulante. Assim,
ele deve gerar condições de sustentação e crescimento em suas atividades.
Quando o capital de giro líquido for:

positivo (maior que zero)

a entidade possui recursos permanentes de financiamento aplicado


no ativo circulante, promovendo sua folga financeira.

nulo (igual a zero)

a entidade não apresenta folga financeira.

negativo (menor que zero)

a entidade apresenta excesso de recursos de terceiros no curto prazo.


Há um desequilíbrio financeiro.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Clique aqui e leia o artigo acadêmico “Análise e


desenvolvimento da estrutura de administração de
capital de giro de uma empresa de prestação de
serviços de transporte de cargas para as empresas”,
escrito por Fabrício Molica de Mendonça, Gustavo
Christófaro Lombardi, Kelly Aparecida Torres, Erika
Loureiro Borba e Pablo Luiz Martins.

5.1.3  TRANSAÇÕES QUE IMPACTAM O


CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
Diferentes transações dentro da entidade podem impactar o capital de giro
líquido de maneira positiva ou negativa.
Assaf Neto (2020) enumera as seguintes operações podem acarretar aumen-
to do capital circulante líquido.

existência de um fluxo de caixa proveniente


das operações positivas (lucro líquido e
despesas não desembolsáveis);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mão desenha a entrada e saída de dinheiro.

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vendas de bens do ativo não circulante;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma fila de carros de diferentes modelos.

obtenção de empréstimos e financiamentos


de longo prazo;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, há o prédio de uma instituição bancária.

integralização de capital social; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, cédulas e moedas de real.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

recebimento de realizável a longo prazo.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem em frente de uma parede com gráficos e números.

Assaf Neto (2020) enumera que as seguintes operações podem acarretar di-
minuição do capital circulante líquido:

apuração de prejuízo líquido no exercício;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, gráfico em barra mostra queda na evolução.

compra de elementos permanentes;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, fila de escavadeiras.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

amortização de passivos não circulante.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, mulher mostra cédulas de dólares.

Não são todas as transações que impactam o capital de giro líquido. Os lan-
çamentos contábeis que abrangem contas classificadas como curto prazo ou
como longo prazo, consideradas isoladamente, não influenciam o montante
do ativo circulante (ASSAF NETO, 2020).
Assaf Neto e Lima (2017) exemplificam as seguintes transações que não afe-
tam o capital de giro líquido:

pagamento de passivo circulante;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mão entrega cédulas de dinheiro para outra.

aquisição de estoques à vista;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, mulher realiza controle de estoques.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

compra de ativos fixos por meio de


financiamentos de longo prazo.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, fila de caminhões.

5.2  ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO


A análise do capital de giro permite que a entidade compreenda os seus pra-
zos operacionais, seu volume de recursos permanentes que financia o giro e
as necessidades de investimento operacional (ASSAF NETO, 2020).
O comportamento do capital de giro é dinâmico, demandando modelos efi-
cientes e rápidos de avaliação da situação financeira da entidade. Assim, uma
dimensão malsucedida da necessidade de investimento em giro pode com-
prometer a solvência da entidade, comprometendo a posição econômica da
rentabilidade (ASSAF NETO, 2020).

5.2.1  CONTAS CÍCLICAS DO GIRO


Para o processo de análise dinâmica do capital de giro, é interessante que os
elementos da estrutura patrimonial da entidade sejam reclassificados em: fi-
nanceiro, cíclico e permanente. O esquema a seguir ilustra essa classificação
dos elementos patrimoniais da entidade.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

COMPORTAMENTO DO ATIVO CIRCULANTE

Passivo
Ativo

Circulante
Financeiro

Passivo
Financeiro
Circulante
Ativo

Passivo
Cíclico
Ativo
Cíclico
Passivo
Permanente
(Exigível a Longo Não
Ativo Prazo +
Não Circulante
Permanente Patrimônio
Circulante
(Não Cíclico) Líquido)

Fonte: Assaf Neto (2020, p. 197).

#PraCegoVer

Na imagem, há a estrutura do Balanço Patrimonial reclassificada em financeiro, cíclico e


permanente.

As contas financeiras fazem parte tanto no ativo circulante como no passivo


circulante. As contas do ativo circulante financeiro não estão associadas dire-
tamente ao ciclo operacional da entidade. Assaf Neto e Silva (2012) afirmam
que elas não denotam um comportamento preestabelecido. A sua variação
ocorre em função da conjuntura e do risco de liquidez que a entidade deseja
assumir. São contas do ativo circulante financeiro: disponibilidades, aplicações
financeiras etc. As contas do passivo circulante financeiro compreendem as
obrigações junto a terceiros e que não estão vinculadas diretamente à ativi-
dade operacional da entidade. Mudanças que possam acontecer no volume
de atividade ou nas fases operacionais não impactam diretamente sobre o
ativo financeiro (ASSAF NETO; SILVA, 2012). São contas do passivo circulante
financeiro: empréstimos e financiamentos de curto prazo, duplicatas descon-
tadas, imposto de renda e contribuição social etc.
As contas cíclicas também constituem tanto ativo circulante como no passivo
circulante. Estão relacionadas diretamente à atividade operacional da enti-
dade. São diretamente influenciados pelo volume de negócios (ASSAF NETO;
SILVA, 2012). As contas do ativo circulante cíclico são: duplicatas a receber,
adiantamento a fornecedores, estoques etc. As contas do passivo circulante
cíclico compreendem fornecedores, adiantamentos de clientes, salários e en-
cargos sociais etc.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Os ativos circulantes cíclicos devem ser coerentes


com o ciclo operacional da entidade. Assim, o volume
de investimentos nessas contas seja representativo
de suas necessidades de investimento em capital
de giro (ASSAF NETO; SILVA, 2012).

As contas permanentes compreendem aquelas apresentadas no ativo não cir-


culante, no passivo não circulante e no patrimônio líquido. O ativo permanente
constitui os direitos a receber no longo prazo, investimentos, imobilizado e in-
tangível. O passivo permanente se refere às fontes de financiamento a longo
prazo que podem ser de capital próprios (patrimônio líquido) ou de capitais
de terceiros (passivo não circulante). É essencial para as entidades financiarem
suas necessidades permanentes de recursos (ASSAF NETO; SILVA, 2012).
Pode-se notar que essa reclassificação das contas patrimoniais em cíclica, fi-
nanceira e permanente fornece um modelo de decisão para a gestão do ca-
pital de giro.

5.2.2  EFEITO TESOURA


A entidade pode apresentar um crescimento acima da sua
capacidade de financiamento (SILVA, 2019). Esse descompasso, chamado de
efeito tesoura, acontece quando a entidade tem uma tendência ao compro-
metimento de suas disponibilidades financeiras em virtude da obtenção de
empréstimos de curto prazo para financiar seu ciclo operacional (PEREZ JÚ-
NIOR; BEGALLI, 2015).
As entidades possuem seu ciclo de vida com características próprias em rela-
ção à sua atividade operacional. Elas podem ser mais ou menos dependen-
tes de recursos financeiros para operar suas atividades. Se dependentes de
grande necessidade de capital de giro, poderão ter esse crescimento com-
prometido com o efeito tesoura, prejudicando o seu saldo de tesouraria. Ele é
calculado da seguinte maneira:

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Saldo de tesouraria = Ativo Circulante Financeiro – Passivo Circulante Financeiro

Assim, pode-se dizer que o efeito tesoura acontece quando há um descom-


passo entre a evolução das fontes disponíveis de longo prazo (capital de giro
líquido) e as aplicações que necessitam ser financiadas (necessidade de ca-
pital de giro). Nessa situação, o saldo de tesouraria se torna crescentemente
negativo, apresentando uma tendência cada vez mais acentuada dos recur-
sos de curto prazo para o financiamento das atividades da companhia. Quan-
do esse caso é persistente, há aumento do risco financeiro e desequilíbrio
financeiro (SILVA, 2009). O efeito tesoura pode ser explicado no gráfico a se-
guir onde há o afastamento da necessidade de capital de giro e do capital de
giro líquido, trazendo a representação gráfica parecida com as duas partes de
uma tesoura. O espaço aberto entre elas evidencia a participação de recursos
financeiros de curto prazo inserido no saldo de tesouraria, utilizados no finan-
ciamento do capital de giro.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EFEITO TESOURA

$1.000.000

5 Vendas
4 NCG

3
T

CDG
1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Anos
Investimentos Investimentos

Fonte: Silva (2009, s.n).

#PraCegoVer

Na imagem, o gráfico demonstra o efeito tesoura de uma entidade.

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De acordo com Silva (2019), o efeito tesoura pode acontecer pelos seguintes
motivos:

•  alto crescimento do nível de atividade empresarial (overtrade) ou tendência


do ciclo operacional deficitário;

•  desvio de recursos do giro para imobilizações;

•  inflação;

•  apuração sucessiva de prejuízo, acarretando captação de recursos do curto


prazo para financiar suas atividades; e

•  decisões de imobilizações sem que haja recursos próprios ou recursos de


longo prazo disponíveis.

O overtrade acontece quando a entidade opera


acima da sua capacidade financeira. Nessa situação,
não há capital de giro suficiente para financiar
suas atividades de curto prazo. Dessa forma, o
endividamento é a opção para o financiamento
dos estoques e das contas a receber, geralmente,
com vencimento no curto prazo (SILVA, 2019).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Uma sociedade industrial apresentou as seguintes informações nos últimos


cinco anos:

2016 2017 2018 2019 2020

Vendas R$ 120.000,00 R$ 44.000,00 R$ 201.600,00 R$ 352.800,00 R$ 705.600,00

% - 20% 40% 75% 100%

Necessidade
de capital de R$ 48.000,00 R$ 57.600,00 R$ 100.800,00 R$ 201.600,00 R$ 443.520,00
giro

% - 20% 75% 100% 120%

Capital de
R$ 60.000,00 R$ 72.000,00 R$ 100.800,00 R$ 181.440,00 R$ 344.736,00
giro líquido

% - 20% 40% 80% 90%

Saldo de
R$ 12.000,00 R$ 14.400,00 R$ - -R$ 20.160,00 -R$ 98.784,00
tesouraria

Em 2020 e 2021, a situação financeira da sociedade industrial se deteriora,


evidenciando as características do efeito tesoura. A necessidade do capital
de giro encontra-se acima do capital de giro líquido, acarretando saldo de
disponível negativo. Pode-se notar que a entidade financia suas necessida-
des de investimento em giro nesses dois
anos de acordo com os recursos financei-
ros de curto prazo, assumindo maior risco
financeiro.
Na utilização crescente dos recursos fi-
nanceiros de curto prazo do saldo de te-
souraria, quanto maior for a distância
entre a necessidade de capital de giro e
Mídias
fontes disponíveis de longo prazo maior
será o saldo de tesouraria. Assim, maior Clique aqui e leia o artigo
“Efeito tesoura na gestão de
será a abertura da tesoura e a deteriora- capital de giro”, escrito por
ção da situação financeira da entidade Rodrigo Moreira e publicado
(SILVA, 2009). no site da Infomoney.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

5.2.3  NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO


As contas cíclicas são necessárias para a atividade operacional da entidade e,
portanto, não podem ser realizadas, uma vez que comprometeria a sua conti-
nuidade. Ademais, são utilizadas para saldarem as obrigações financeiras. Den-
tro desse contexto, sempre que houver aumento no volume de produção ou
de vendas, haverá necessidade de ampliação dos investimentos e retenção do
giro para atender o novo nível de atividade (PADOVEZE; BENEDICTO, 2011).
Quando a atividade operacional da entidade tiver um fluxo de saídas de caixa
mais rápido que a entrada, haverá uma necessidade permanente de investi-
mento em seu giro. Ela é calculada da seguinte maneira:
Necessidade de Capital de Giro (NCG) = Ativo Circulante Cíclico – Passivo Cir-
culante Cíclico
Silva (2019) identifica as seguintes situações na análise da necessidade de ca-
pital de giro:

•  Necessidade de capital de giro positivo: a entidade possui necessidade de


capital de giro. Portanto, precisa obter fontes de financiamento;

•  Necessidade de capital de giro nulo: há equilíbrio financeiro e a entidade


não apresenta necessidade de financiamento do giro; e

•  Necessidade de capital de giro negativo: a entidade possui mais


financiamentos que investimentos operacionais.

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março de 2021, em reais:

31/03/2020 31/03/2021 31/03/2020 31/03/2021

Ativo Passivo
Circulante
1.071.196,29 1.134.194,85 Circulante
991.450,00 979.644,03

Caixa 25.045,44 27.800,44 Fornecedores 229.184,00 265.102,40

Bancos, Conta Empréstimos e


e Movimento
388.553,35 302.010,85 financiamentos
389.742,00 330.767,80

Estoque 331.719,18 388.753,56 Salários a pagar 126.645,00 132.977,25

Duplicatas a Impostos a
receber
325.878,32 415.630,00 pagar
245.879,00 250.796,58

Ativo não Passivo não


circulante
1.026.772,20 1.134.105,40 circulante
518.016,94 448.815,54

Realizável a Empréstimos e
longo prazo
145.886,00 180.898,64 financiamentos
518.016,94 448.815,54

Patrimônio
Investimentos 122.443,00 148.156,03 líquido
588.501,55 839.840,68

Imobilizado 638.703,68 677.285,16 Capital Social 457.890,00 568.930,00

Reservas de
Intangível 119.739,52 127.765,57 Lucros
130.611,55 270.910,68

Total Passivo
Total Ativo 2.097.968,49 2.268.300,25 + Patrimônio 2.097.968,49 2.268.300,25
líquido

Com base nas informações anteriores, pode-se calcular a necessidade de ca-


pital de giro nos dois anos da seguinte maneira:
Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2020 = Ativo Circulante Cíclico –
Passivo Circulante Cíclico

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2020 = (R$ 331.719,18 + R$ 325.878,32)


– (R$ 229.184,00 + R$ 126.645,00 + R$ 245.879,00)
Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2020 = R$ 55.889,50
Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2021 = Ativo Circulante Cíclico –
Passivo Circulante Cíclico
Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2021 = (R$ 388.753,56 + R$
415.630,00) – (R$ 265.102,40 + R$ 132.977,25 + R$ 250.796,58)
Necessidade de Capital de Giro (NCG) 31/03/2021 = R$ 155.507,33
Percebe-se que a necessidade de capital de giro entre os anos aumentou,
passou de R$ 55.889,50 em 31/03/2020 para R$ 155.507,33 em 31/03/2021. Isso
demonstra que a sociedade industrial recorre a fontes de financiamentos.

As entidades que sofrem influência de sazonalidade


tendem a aumentar o volume de ativo circulante
cíclico e o passivo circulante cíclico, acarretando
maior necessidade de gestão da necessidade de
capital de giro. Em períodos de baixa demanda,
a necessidade de capital de giro pode reduzir em
decorrência dos baixos níveis de estoques, valores
a receber de clientes e a pagar de fornecedores
(ASSAF NETO; SILVA, 2012).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

O nível necessário de investimento em capital de giro é influenciado pelo ci-


clo financeiro. Quando o ciclo financeiro for alto, a entidade apresenta maior
demanda de recursos. Um ciclo financeiro mais curto exige menor investi-
mento em ativo circulante cíclico e menor necessidade de capital de giro (AS-
SAF NETO; SILVA, 2012).

Clique aqui e leia o artigo “Determinantes da


necessidade de capital de giro e do ciclo financeiro
das empresas brasileiras listadas na B3”, escrito
por Sabrina Espinele da Silva, Marcos Antônio de
Camargos, Simone Evangelista Fonseca e Robert
Aldo Iquiapaza.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou a análise dinâmica do capital de giro. As entidades


precisam manter o equilíbrio financeiro para manter sua continuidade ope-
racional. Para que isso aconteça, é essencial o estudo do capital de giro. Ele
consiste no ativo circulante das entidades e que será essencial para manter a
liquidez e o funcionamento dos seus negócios. O capital de giro líquido tam-
bém é um indicador importante para que as entidades analisem o excedente
de aplicações de recursos capazes de saldar seus compromissos financeiros.
O comportamento do capital de giro deve ser estudado constantemente pe-
las entidades para que ela analise as reais necessidades de capital de giro e
não esteja passando pelo efeito tesoura que compromete a solvência e a sua
capacidade financeira.

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130 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Conhecer o
processo de análise
das demonstrações
contábeis dentro das
entidades.
> Conhecer o
relatório de análise
das demonstrações
contábeis das
entidades.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

6  ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS E SEU RELATÓRIO
As demonstrações contábeis são elaboradas pela contabilidade das entida-
des a partir da escrituração dos fatos e da sua documentação comprobatória.
A partir delas, os usuários podem analisá-las para avaliarem sua situação eco-
nômica, financeira e patrimonial e tomarem decisões capazes de atingirem
seus objetivos.
A análise das demonstrações contábeis compreende a coleta de dados (qua-
litativos e quantitativos) que produzirão informações relativas ao desempe-
nho da entidade ao longo dos exercícios. Ela abrange comparação dos seus
indicadores em uma série histórica ou com entidades do mesmo setor de
atividade. Além disso, é essencial conhecer o setor de atividade e o panorama
econômico-financeiro do mercado e de seus concorrentes para realizar uma
análise eficiente das demonstrações contábeis.
Ao final desse trabalho, é emitido o relatório de análise que será disponibiliza-
do aos usuários. Nele, estão descritos os procedimentos realizados, os cálculos
efetuados, as comparações e as recomendações fornecidas pelo analista. Por
meio do relatório de análise, é possível identificar a situação passada, presen-
te e futura da entidade.
Nessa unidade, você conhecerá o processo de análise das demonstrações
contábeis dentro das entidades e o relatório de análise das entidades. Bons
estudos!

6.1  ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


A contabilidade é responsável pela interpretação e registro dos fatos contá-
beis, bem como elaboração das demonstrações contábeis que demonstrarão
a posição econômica, financeira e patrimonial da entidade (SILVA, 2019). A
imagem a seguir demonstra o processo contábil dentro das entidades.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

PROCESSO CONTÁBIL DENTRO DAS ENTIDADES

Disponível

Início

Fatos fundamentados em documentos idôneos


• Compras/Vendas
• Pagamentos
• Recebimentos (documentos idôneos)

Escrituração
• Diário
• Razão
• Caixa
• Contas-correntes

Apuração do resultado

Final

Demonstrações
• Balanço Patrimonial
• Demonstração do Resultado do Período
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
• Demonstração do Resultado Abrangente
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
• Demonstração do Valor Adicionado

Fonte: Ribeiro (2020, p. 14).

#PraCegoVer

Na imagem, há o fluxo com processo contábil elaborado nas entidades.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Clique aqui e assista à Live promovida pelo CRC-


SP sobre “Gestão da crise: preparação e análise de
demonstrações contábeis”.

Por meio das demonstrações contábeis elaboradas pela contabilidade, os


usuários podem extrair diferentes informações e realizar análises capazes de
auxiliá-los no processo de tomada de decisão, conforme imagem a seguir.

CORRELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Fatos e eventos Dados para


DCs e
econômicos tomada
informações
e financeiros de decisões

Processo Técnicas de
contábil análise das DCs

Fonte: Ribeiro (2020, p. 14).

#PraCegoVer

Na imagem, o fluxo começa com o processo contábil e termina com a análise das
demonstrações contábeis.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Perez Júnior e Begalli (2015) reforçam que as


informações disponibilizadas nas demonstrações
contábeis precisam apresentar os seguintes
atributos:

• Confiável;

• Abrangente;

• Objetiva e simples; e

• Oportuna e recente.

A análise das demonstrações contábeis dependerá do interesse de cada usu-


ário. De acordo com Almeida (2019) e Ribeiro (2020), os principais usuários das
demonstrações contábeis são:

•  Acionistas ou investidores: aplicam seus recursos financeiros nas entidades


por meio de ações e estão interessados na sua valorização e remuneração
de dividendos. A análise das demonstrações contábeis permite verificar a
rentabilidade e a lucratividade do seu investimento na entidade. Ademais,
ajudará a decidir pela continuidade ou liquidação das ações em sua carteira.

•  Administração: tem por objetivo gerir de maneira eficiente e eficaz os


negócios da entidade para atingir os objetivos empresariais. A análise das
demonstrações contábeis mostra o desempenho alcançado pelas medidas
tomadas e mostram possíveis problemas a serem corrigidos.

•  Instituições financeiras: estão interessados em conhecer a capacidade


da entidade em liquidar as obrigações de empréstimos e financiamentos.
Assim, a análise das demonstrações contábeis permite a análise de liquidez,
endividamento e de rentabilidade.

•  Fornecedores: precisam compreender a capacidade de pagamento e o grau


de liquidez dos seus clientes para assegurarem que eles terão condições de
cumprir seus contratos.

•  Sindicatos: salvaguardar o desempenho das entidades filiadas a fim de


estabelecer padrões do setor.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

•  Governo: nas concorrências públicas,


quando estiverem à disposição duas
ou mais entidades que atenderam
às exigências dos editais, ele poderá
decidir por aquela que apresentar a
melhor situação financeira. Além disso,
poderá acompanhar o desempenho da
empresa vencedora a fim de averiguar
Mídia
se ela terá condições de cumprir os
compromissos assumidos. A análise Clique aqui e ouça o episódio
“O que é contabilidade?
das demonstrações contábeis permite
Seus usuários e finalidade”
o Governo acompanhar o desempenho do podcast Contabilidade
da economia do país, comparando as societária.
entidades de acordo com os setores
econômicos.

6.1.1 FINALIDADE
A análise das demonstrações contábeis é uma técnica de coleta de dados que
visa a avaliar a situação financeira, conhecer a estrutura patrimonial e avaliar
o potencial da entidade em gerar bons resultados (SILVA, 2019). Além disso,
permite entender os motivos que determinaram a evolução apresentada e as
tendências futuras. Ou seja, são extraídas informações sobre a situação passa-
da, presente e futura da entidade (ASSAF NETO, 2020).
O analista deve apresentar conhecimento sobre os princípios contábeis que
orientam a escrituração dos fatos, dos critérios de elaboração das demons-
trações contábeis, das atividades da entidade e do comportamento do se-
tor, culminando pela compreensão dos tipos de análise a serem levantados
(SILVA, 2019).
Pode-se obter as demonstrações contábeis junto à entidade em estudo, aos
órgãos governamentais (por exemplo, Comissão de Valores Mobiliários) ou à
B3 (Bolsa de Valores do Brasil, caso seja uma empresa de capital aberto). Em
posse das demonstrações, inicia-se o processo de análise com o exame, pa-
dronização e coleta dos dados. O analista estuda as contas apuradas e a sua
essência econômica. Além disso, verifica se as demonstrações contábeis es-

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

tão padronizadas, reclassificadas e ajustadas para adequá-las ao objetivo da


sua análise. Para não levar o analista a decisões equivocadas, averígua-se os
valores apresentados nas demonstrações contábeis não contemplam ajus-
tes relativos a impactos inflacionários (PEREZ JÚNIOR; BEGALLI, 2015). Dessa
maneira, elas deverão ser atualizadas monetariamente com base nos índices
adequados.
Em seguida, o analista efetua o cálculo e a interpretação dos coeficientes,
quocientes ou números índices. São utilizadas as análises vertical e horizon-
tal para compreender a evolução histórica e a composição das contas e dos
grupos de contas. Ademais, podem ser aplicados os indicadores de liquidez,
de rentabilidade, de atividade e de endividamento, conforme estudado nas
unidades anteriores. Com base nesses dados, se compara esses valores com
aqueles apurados pelo setor de atividade ou com o critério adotado pelo ana-
lista (período anterior, por exemplo). Por último, elabora o relatório com as
suas conclusões no relatório, conforme imagem a seguir.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

PROCESSO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Início

Exame e Padronização
• Balanço Patrimonial
• Demonstração do Resultado do Período
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
• Demonstração do Valor Adicionado

Coleta de Dados
• Extração de valores das Demonstrações Contábeis,
como total do Ativo Circulante, do Patrimônio
Líquido, das Vendas Líquidas etc.

Cálculo dos indicadores


• Quocientes
• Coeficientes
• Números-índices

Interpretação dos Quocientes


• Interpretação isolada e conjunta

Análise Vertical/Horizontal
• Análise e interpretação de coeficientes e números-índices

Comparação com Padrões


• Cálculos e comparações

Conclusões
• Elaboração de relatórios inteligíveis por leigos.

Fonte: Ribeiro (2020, p. 16).

#PraCegoVer

Na imagem, há o fluxo com processo de análise das demonstrações contábeis.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A utilização dos indicadores na análise das


demonstrações contábeis é particular ao analista.
Ou seja, dependerá do seu conhecimento técnico,
da sua experiência e da sua própria intuição.
Dois analistas podem chegar a conclusões bem
diferentes sobre uma entidade, mesmo sendo
utilizadas mesmas informações e técnicas de
análise iguais. Por outro lado, as conclusões de
diferentes analistas poderão ser bem próximas,
conforme demonstrem mais nível de experiência.
Contudo, dificilmente apresentarão conclusões
exatamente iguais (ASSAF NETO, 2020).

Clique aqui e assista à live “Análise das


demonstrações contábeis e valuation” com Eliseu
Martins, Gilberto Miranda e Josedilton Diniz.

6.1.2  COMPARAÇÃO DOS QUOCIENTES


Os quocientes são índices extraídos das demonstrações contábeis por meio
dos confrontos entre contas ou grupos de contas (RIBEIRO, 2020). A fim de
obter um bom diagnóstico em relação à situação econômico-financeira da
entidade, recomenda-se a utilização de um pequeno número de quocientes
para que não haja acúmulo de informações capaz de distorcer a opinião do
analista. Além disso, aconselha-se a análise separada da situação econômi-
ca e financeira para que os resultados obtidos em cada uma sejam consoli-
dados e componham um quadro geral da situação patrimonial da entidade
(RIBEIRO, 2020).

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139 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise das demonstrações contábeis utiliza os quocientes em seu estudo e


é fundamentalmente comparativa. Isso porque a análise isolada do quocien-
te não produz informação suficiente para uma adequada conclusão. Assim, é
indispensável o conhecimento da evolução do quociente ao longo do tempo
e em que nível a entidade se encontra em relação aos concorrentes e padrões
do mercado (ASSAF NETO, 2020).

A análise isolada compreende na avaliação do


significado intrínseco de cada quociente. É
considerada um processo simples que apresenta
um efeito mais didático do que prático, pois a
análise de demonstrações contábeis só é plena
quando efetuada por meio da interpretação
conjunta dos quocientes em um mesmo exercício
ou em sucessivos exercícios, além da comparação
com quocientes-padrão (RIBEIRO, 2020).

Iudícibus (2017) afirma que os quocientes apurados pela entidade devem ser
comparados com:

série histórica da mesma entidade;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mulher em frente a um gráfico.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

padrões previamente estabelecidos pelos


gestores da entidade;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, fundo abstrato com conceito de positivo e negativo.

quocientes análogos de entidades


pertencentes ao mesmo ramo de atividade,
bem como com as médias, medianas e
modas dos quocientes do setor;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um gráfico mostra evolução positiva e outro, negativa.

certos parâmetros de interesse regional,


nacional ou mesmo internacional.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um boneco possui diferentes opções que são simbolizadas
por setas.

A série histórica mostra os quocientes da entidade ao longo dos anos. Nor-


malmente, o analista estuda os três últimos exercícios sociais da entidade
para compreender a tendência ao longo do tempo e não limitar a avaliação
em um único período (ASSAF NETO, 2020).

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141 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Um tipo de comparação efetuada pelo analista pode ser realizado com pa-
drões previamente estabelecidos pelos gestores da entidade. Ela favorece
uma melhor análise dos desvios e do conjunto de medidas para saná-los.
Além disso, não exclui a comparação com quocientes de outras entidades.
Por exemplo, a fixação da meta básica de quociente em X% faz com que os
analistas fiquem em alerta quanto ao desempenho do setor. Ou seja, a aná-
lise das médias de desempenho do setor de atividade sempre será realizada,
mesmo que a forma de comparação escolhida pela entidade seja com seus
quocientes-padrão. Isso faz com que a entidade deixe de prestar atenção ao
desempenho de seus concorrentes (IUDÍCIBUS, 2017).
Geralmente, os analistas comparam os quocientes análogos das entidades
pertencentes ao mesmo setor de atividade por meio de publicações espe-
cializadas ou desenvolvidas pela própria entidade (ASSAF NETO, 2020). Por
exemplo, Conjuntura Econômica, publicada pela FGV e a revista 100 Maiores
Empresas, do Valor Econômico divulgam essas informações de maneira clara
e transparente.

A comparação com quocientes de entidades do


mesmo setor deve ser realizada somente quando
são utilizadas políticas e procedimentos contábeis
semelhantes.

Há grandes empresas ou entidades que só conseguem realizar comparações


de seus quocientes com aqueles apurados por congêneres fora dos limites
nacionais (por exemplo, Petrobras). Isso porque não há grandes concorrentes
no território ou os que existem não são relevantes para comparação. É impor-
tante salientar que esse processo exige cuidado dos analistas, pois é necessá-
rio que as demonstrações estejam padronizadas da mesma maneira a fim de
não existirem erros na análise.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

6.1.3  INTERPRETAÇÃO CONJUNTA


Permite conhecer com facilidade a capa-
cidade econômica e financeira da entida-
de. A interpretação conjunta dos quocien-
tes pode ser realizada comparando-os
entre si e/ou em sucessivos períodos. Por
exemplo, o analista pode realizar os cál-
culos dos indicadores de liquidez e de
atividade para verificarem as condições Atenção
da entidade em relação à realização das As indagações existentes
suas operações e se há capacidade saldar na interpretação isolada
os compromissos financeiros (RIBEIRO, de cada quociente podem
ser esclarecidas por meio
2020).
da interpretação conjunta
Iudícibus (2017) recomenda as seguin- (RIBEIRO, 2020).
tes providências na análise conjunta de
quocientes:

•  Antes de iniciar o processo de análise das demonstrações contábeis, deve-


se conhecer intimamente a entidade a ser analisada: produto e/ou serviço
oferecido ao cliente, setor de atividade, se existem operações típicas de
financiamento etc.

•  Coletar todos os quocientes calculados e realizar a análise: individual (avaliação


de cada quociente e comparação com o quociente análogo do setor) e por
grupos (liquidez, endividamento, rentabilidade ou outros quocientes que
tenha interesse).

•  Comparar com os quocientes e as conformações dos grupos acima do setor.


Escrever algumas conclusões preliminares para cada grupo e comparar com
as metas da empresa.

•  Realizar projeção das demonstrações contábeis para o próximo exercício


social e calcular alguns quocientes projetados.

•  Informar os principais quocientes em uma folha de trabalho. Comparar


atentamente a situação de liquidez, de endividamento, os quocientes de
rotatividade e a posição de rentabilidade. Procure emitir uma opinião sobre
os quocientes em conjunto. Escreva todas as suas observações e conclusões.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

•  Discutir suas observações com os principais gestores da entidade.

•  Realize uma revisão final sobre suas conclusões. Elabore um relatório de


recomendação aos principais gestores e interessados.

A opinião deve ser realizada de acordo com a sensibilidade do analista, as


metas almejadas e o posicionamento da entidade em relação ao setor. É im-
portante ressaltar que a análise deve ser documentada e mostrar as observa-
ções realizadas pelo analista. Ademais, deve conter providências que poderão
solucionar os problemas ou capitalizar tendências positivas (IUDÍCIBUS, 2017).

6.2  RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Após a reunião de todas as informações coletadas no processo de análise das
demonstrações contábeis, o analista redigirá o relatório quanto à situação
econômica, financeira e patrimonial da entidade a fim de avaliar o desem-
penho passado, presente e futuro. A visão do passado e do presente é per-
ceptível nas demonstrações contábeis. Já a previsão futura requer uma visão
mais acurada das demonstrações, das projeções do ambiente que abrange a
entidade (MARTINS et al., 2020).

6.2.1 CONCEITO
Constitui um documento que contém as conclusões resultantes do processo
de análise das demonstrações contábeis (RIBEIRO, 2018).
Como existem diferentes usuários da análise de demonstrações
contábeis, cada um deles poderá demandar informações diferentes acerca da
situação patrimonial da entidade. Dessa maneira, o analista deverá direcionar
seus trabalhos com o objetivo de atender às necessidades de cada usuário
(RIBEIRO, 2020).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

De acordo com Ribeiro (2020), os seguintes pontos devem ser considerados


no relatório de análise:

Deve ser elaborado com uma linguagem


simples e clara para que todos os usuários da
informação compreendam as informações
apresentadas;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, dois homens e uma mulher analisam relatório.

O analista deverá relatar suas conclusões a


fim de auxiliar os usuários no processo de
tomada de decisão;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem em miniatura em pé analisando os números
apresentados no papel.

Dependendo da necessidade dos usuários,


o relatório poderá conter muitas ou poucas
informações.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, gráfico, lupa e caneta em cima da mesa.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Além de apresentar informações sobre a situação


econômica e financeira da entidade, o relatório
deve esclarecer as causas que proporcionaram
as variações nos quocientes de endividamento,
liquidez e rentabilidade encontrados.

6.2.2  COMO ELABORAR UM RELATÓRIO DE


ANÁLISE
As informações apresentadas no relatório devem ser facilmente compreen-
didas pelos usuários. Por isso, geralmente, o relatório de análise está dividido
em seções com títulos e subtítulos, conforme listado a seguir:

Elementos pré-textuais (nome da entidade,


capa, data, local e sumário);

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, modelo de relatório rosa em um fundo branco.

Resumo executivo;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um homem e duas mulheres discutindo o relatório.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Introdução;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma mão escreve com caneta em um papel.

Desenvolvimento;

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, pessoa efetua cálculos e desenha um gráfico em pizza.

Conclusão; e

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, um grupo de funcionários analisa os dados financeiros de um
determinado período.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Apêndices.

Fonte: Plataforma Deduca (2021).


#PraCegoVer: Na imagem, uma folha presa em uma tacha.

O sumário fornece uma visão geral esquemática da estrutura e do conteúdo


do relatório da análise das demonstrações contábeis. Deve incluir todos os
títulos e subtítulos das seções, numerados e redigidos conforme aparecem
no relatório, e com respectivos números de página e uma lista de tabelas ou
figuras (MARTINS et al., 2020).
O resumo executivo fornece um breve comentário sobre os aspectos finan-
ceiros, econômicos e operacionais da entidade. Permite que o usuário tenha
compreensão geral do negócio e da saúde financeira. Contempla uma visão
geral das informações de maior destaque no relatório: o escopo, o(s) método(s)
de análise, as conclusões importantes e as recomendações do analista (MAR-
TINS et al., 2020).
A introdução apresenta os termos de referência do relatório e descreve a sua
estrutura. Os termos de referência se referem aos parâmetros (o quê, onde
e quando) e aos objetivos do relatório, e realiza uma descrição da entidade,
destacando o setor de atividade, os aspectos operacionais e os modelos con-
tábeis (MARTINS et al., 2020).

Embora exista alguma semelhança entre o resumo


executivo e a introdução, o objetivo do resumo
executivo é fornecer um resumo das descobertas
de cada seção do relatório. Já a introdução
visa descrever a abrangência do relatório (MARTINS
et al., 2020).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O desenvolvimento evidencia as análises realizadas, especificando os grupos


de índices (liquidez, rentabilidade, endividamento, de atividade etc.), com-
paração com entidades do mesmo setor e a meta das entidades. Além dis-
so, avalia-se o comportamento da entidade a partir de uma análise histórica
(MARTINS et al., 2020).
A conclusão deve abranger a situação da entidade econômica e financeira da
entidade. Ademais, deve propor recomendações sobre as possíveis diretrizes
a serem tomadas a fim de manter o desempenho ou de reverter a situação
atual (caso, ela seja considerada desfavorável).

No resumo executivo, as recomendações são


destacadas brevemente enquanto a conclusão
aborda de maneira mais detalhada.

Os apêndices compreendem as informa-


ções detalhadas que suportam a análise
realizada. Podem ser compostos de ta-
belas, gráficos ou planilhas. Nessa seção,
pode apresentar informações quanto à
metodologia utilizada para a coleta dos
dados, o detalhamento dos ajustes e re-
classificações de contas efetuadas, fórmu-
Mídia
las utilizadas, outras entidades analisadas
Clique aqui e veja o relatório
para comparação, referência bibliográfica
de análise de resultados da
utilizada, sites consultados e outras infor- Natura & Co referente ao
mações necessárias à compreensão dos primeiro trimestre de 2021.
usuários (SILVA, 2019).

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

6.2.3  RELATÓRIO BREVE


Esse tipo de relatório abrange apenas os aspectos mais importantes da si-
tuação patrimonial e se baseia na interpretação de poucos quocientes eco-
nômicos e financeiros, sendo preferido por instituições financeiras, clientes
e fornecedores, além de outros usuários que desejam ter acesso a poucas in-
formações. Ribeiro (2020) exemplifica o relatório breve da Comercial Seul S.A,
conforme imagem a seguir.

EXEMPLO DE RELATÓRIO BREVE

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

(Destinatário)

Após a análise e interpretação dos quocientes econômicos e financeiros calculados com


base no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício da Comercial
Seul S/A, levantados em 31 de dezembro de X1, apresentamos as seguintes informações:

1. Situação financeira

Endividamento: a empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma vez que


os Quocientes de Estrutura de Capitais se encontram abaixo do Quociente Mediano de
seus concorrentes. Isso pode ser comprovado pela preponderância dos capitais próprios
sobre os capitais de terceiros, pela boa margem existente entre as obrigações de longo
prazo e as obrigações de curto prazo e pela não imobilização total dos capitais próprios,
revelando a existência de liberdade financeira para tomadas de decisão sem a
necessidade de se sujeitar a regras impostas por credores.

Liquidez: com relação à solvência, a empresa encontra-se muito bem estruturada,


apresentando solidez financeira que garante o cumprimento de seus compromissos de
curto e de longo prazo. Operando com quocientes acima de mediana do ramo, apresenta
garantia que pode ser oferecida a terceiros quando fatos inesperados colocarem a
empresa em situação de insolvência momentânea.

2. Situação econômica

Rentabilidade: a empresa apresenta situação econômica satisfatória em decorrência da


boa rentabilidade, que permite girar em 5,26 anos o capital total investido.

3. Situação econômica e financeira

A Comercial Seul S/A encontra-se muito bem estruturada sob os pontos de vista
econômico e financeiro, em razão do baixo grau de endividamento, do alto grau de
liquidez e do grau de rentabilidade que permite o retorno do capital próprio investido
em apenas 2,63 anos, constituindo negócio altamente positivo para aqueles que
confiaram na empresa.

(Local, data, assinatura e identificação do analista)

Fonte: Ribeiro (2020, p. 106).

#PraCegoVer

Na imagem, há o relatório breve da Comercial Seul S.A.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Clique aqui e veja o relatório elaborado pela Natura


& Co referente ao primeiro trimestre de 2021.

CONCLUSÃO

Esta unidade apresentou a importância do relatório de análise das demons-


trações contábeis. Ele é uma peça importante dentro das entidades, pois for-
nece informações essenciais para os diferentes usuários da contabilidade.
A análise das demonstrações contábeis é um processo de coleta de dados
que permite conhecer a situação patrimonial, financeira e econômica da en-
tidade. Nela, são utilizados dados qualitativos e quantitativos que permitem
conhecer o produto ou serviço ofertado aos clientes, a atividade operacional,
o ramo que ela está inserida e o contexto macroeconômico.
O processo se inicia com a contextualização da entidade e o cálculo dos seus
indicadores (liquidez, endividamento, atividade, capital de giro, rentabilidade
etc.). Nesse momento, estipula-se o período em estudo (pode ser 3 ou mais
exercícios sociais) e a base de comparação (um concorrente, média do setor
de atividade ou um indicador-padrão estipulado pela gestão da entidade).
Por fim, o analista insere suas conclusões e recomendações sobre o que en-
controu na análise. Diante do relatório de análise das demonstrações contá-
beis, os usuários avaliam e estudam as decisões a serem tomadas.

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