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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

NA SAÚDE DO ADULTO I
GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais

MULTIVIX em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo,


Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória,
e com a Educação a Distância presente
em todo estado do Espírito Santo, e com
polos distribuídos por todo o país.

Desde 1999 atua no mercado capixaba,


destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando
pela qualidade de seu ensino e pela
formação de profissionais com consciência
cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de


Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109
R EE II T O R
R
instituições avaliadas no Brasil, apenas
15% conquistaram notas 4 e 5, que são
consideradas conceitos de excelência em
ensino. Estes resultados acadêmicos
colocam todas as unidades da Multivix
entre as melhores do Estado do Espírito
Santo e entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cidadã para o


mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida


nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

MULTIVIX EAD
2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Natacha Bolorino

Assistência de Enfermagem na Saúde do Adulto I / BOLORINO, N - Multivix, 2023

Catalogação: Biblioteca Central Multivix


2023 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

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LISTA DE QUADROS

UNIDADE 1

> Classificação da pressão arterial de acordo com os valores de PAS e PAD


 60

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LISTA DE FIGURAS

UNIDADE 1

> Engajamento de profissionais da saúde 16


> A obesidade e os principais riscos à saúde 18
> Condições econômicas desfavoráveis 19
> Representação de qualidade 21
> Multicausalidade de doenças crônicas não transmissíveis 21
> Diminuição de gastos das demandas das DCNT 23
> Eixos temáticos prioritários das DCNT 24
> Modelo de Atenção à Condições Crônicas (MACC) 25
> Ambulância 27
> Processo de trabalho 28
> Educação permanente dialógica 29
> Melhoria colaborativa 30
> Troca de informações 31
> Pessoas idosas ativas 34
> Entrevista profissional para identificação de fatores de risco 35
> Consumismo 36
> Criança se alimentando de maneira saudável 37
> Equipamentos para mensuração de peso 39
> Ferramenta 5As 40
> Ah não! 41
> Ganho de peso 42
> Coleta de sangue 43
> Consulta de enfermagem 44
> Atendimento multidisciplinar 45
> Monitoramento de indicadores de saúde 46

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UNIDADE 2

> Monitorização da pressão arterial 51


> Herança genética 52
> Órgão alvo: coração nas mãos do profissional 53
> Sobrepeso 55
> Sal de cozinha 56
> Medicamentos 57
> Jaleco branco. 58
> Consultório de saúde. 59
> Esfigmomanômetro. 62
> Sono tranquilo. 63
> Aceitável ou não aceitável. 64
> Casal pensativo. 65
> Continuidade rumo à progressão. 66
> Profissional atendendo um paciente com diabetes. 67
> Profissional segurando as mãos de um idoso. 68
> Prato de alimentação vazio (jejum). 69
> Comunicação na população). 70
> Vida uterina 71
> Adulto jovem 72
> Sistema imunológico combatendo células 73
> Corpo magro 74
> Gerações 75
> Sintomas de hiperglicemia 76
> Bebê em vida uterina envolto pela placenta 77
> Enfermeira 78
> Enfermeira atendendo o paciente no hospital 79
> Livro com ideias e conhecimento 80
> Tempo de estudo 81
> Educação em saúde para o diabetes 82
> Construção da aprendizagem 83

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6 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 3

> Cuidados com o coração 87


> Angina instável 88
> Obstrução arterial 89
> Formação de trombos 90
> Dor no estômago 92
> Molécula da morfina 93
> Administração de oxigenoterapia 93
> Anotação de informações 95
> Punção para acesso venoso 96
> Cuidados com o pulmão 98
> Exame de imagem do pulmão 99
> Tabagismo 100
> Asfixia 102
> Eixos do tratamento da asma 102
> Nebulização 103
> Eixos do tratamento de manutenção da rinite 104
> Ausculta pulmonar 105
> Irritantes pulmonares e ações de enfermagem 106
> Não fumar 106
> Intubação endotraqueal 107
> Ansiedade 108
> Preparo de sedativo e medicamentos 109
> Expressão dos sentimentos 110

UNIDADE 4

> Mulher com câncer 114


> Palpação das mamas 115
> Atividade física 116
> Exame das mamas 117
> Herança genética 118
> Intestino 119
> Comparação das células sanguíneas normais e com anemia 120

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> Tratamento do câncer 121
> Tratamento para o câncer colorretal 122
> Marcação para mastectomia 123
> Papel do enfermeiro na promoção da imagem corporal positiva 124
> Mulher mastectomizada 125
> Troca de experiências 126
> Paciente com indicação para ostomia 127
> Urina com aspecto alterado 128
> Achados nos exames laboratoriais do portador de doença crônica 129
> Cansaço 130
> Dor na região posterior dos rins 131
> Alimentação contendo carboidrato e proteína biológica 132
> Enfermeira oferecendo assistência humanizada 133
> Atribuições do enfermeiro na terapia renal substitutiva 134
> Assistência de saúde ao sistema urinário 135
> Assistência infusional de enfermagem 136
> Equipe multiprofissional de saúde 137
> Cuidados com os rins 138
> Amostra de sangue 139
> Idoso suscetível 140
> Humanização da assistência 141

UNIDADE 5

> Vírus do HIV 145


> Fita dupla do DNA 146
> Atenção aos preservativos 147
> Fases do HIV 148
> Temperatura elevada no termômetro 149
> Coleta de sangue para exames laboratoriais 150
> Bacilos 151
> Vacina para todos 152
> Microscópio 153
> Enfermeiro auxiliando 154

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8 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
> Cólicas abdominais 155
> Pensamento e análise 156
> Tosse 157
> Notificação 158
> Elevação da temperatura 159
> Mosquito da dengue 160
> Fases da dengue 161
> Cefaleia 162
> Células do sangue 163
> Ingestão de líquidos 165
> Inseto picando uma pele 166
> Fases da malária 167
> Mal-estar 167
> Medicamentos 168
> Consulta médica 170
> Identificação de pessoas 171

UNIDADE 6

> Teste rápido para detecção de IST 175


> Conversa entre profissional e cliente 176
> Preocupação com a saúde sexual 177
> Sorriso e descontração para quebrar o gelo 178
> Rastreamento de IST 179
> Coleta de exames laboratoriais 180
> Convocação 182
> Envio de e-mail 183
> Apresentação do cliente 184
> Quebra de vínculo entre parceiros 185
> Possibilidades de abordagem a parceiros sexuais 185
> Atenção 187
> Mandala da prevenção combinada 188
> Vacinação 190
> Preservativo 191

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> Análise laboratorial de microrganismos 192
> Saudável 193
> Amostra de sangue para exame laboratorial 195
> Preparo de medicamento intramuscular 196
> Preocupação com a saúde genital 197
> Febre e mal-estar 198
> Menstruação 199
> HIV 200
> Início 201
> Vírus 203

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10 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA13

UNIDADE 1 1. REDE DE ATENÇÃO A PACIENTES CRÔNICOS E OBESIDADE COMO FATOR


DE RISCO15
INTRODUÇÃO DA UNIDADE15
1.1 REDE DE ATENÇÃO A PACIENTES CRÔNICOS15
1.2 SOBREPESO E OBESIDADE COMO FATOR DE RISCO33

UNIDADE 2 2. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 149


INTRODUÇÃO DA UNIDADE49
2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA49
2.2 DIABETES MELLITUS66

UNIDADE 3 3. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 286


INTRODUÇÃO DA UNIDADE86
3.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES86
3.2 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS97

UNIDADE 4 4. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 3113


INTRODUÇÃO DA UNIDADE113
4.1 CÂNCERES113
4.2 DOENÇA RENAL CRÔNICA127

UNIDADE 5 5. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 144


INTRODUÇÃO DA UNIDADE 144
5.1 HIV/AIDS E TUBERCULOSE 144
5.2 DENGUE E MALÁRIA159

UNIDADE 6 6. INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)174


INTRODUÇÃO DA UNIDADE174
6.1 MANEJO DAS IST174
6.2 PRINCIPAIS IST191

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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
De maneira geral, esta disciplina poderá proporcionar uma reflexão acerca
da assistência de enfermagem para pessoas adultas, de modo a apresentar
as condições crônicas do processo saúde-doença-cuidado desde o panora-
ma epidemiológico, as intervenções de enfermagem, a promoção e a pre-
venção à saúde até os modelos assistenciais pautados nas recomendações
dos principais órgãos responsáveis pela saúde. Ressalta-se que o papel de
profissionais de enfermagem requer o direcionamento da formação como
base estruturante para que possam atuar nos desafios do mundo de trabalho
e acompanhem o desenvolvimento da população de acordo com as transfor-
mações do mundo e a necessidade de indivíduos na vida adulta, de modo a
minimizar os riscos e os agravos à saúde.
Esperamos que até o final da disciplina você possa:

• Apreender a saúde da pessoa adulta, a organização do processo de trabalho


e a atuação da equipe de saúde, com enforque na equipe de enfermagem.

• Identificar os princípios básicos das doenças mais prevalentes na vida adulta.

• Conhecer e refletir sobre o processo de enfermagem direcionado para


as principais doenças crônicas não transmissíveis e transmissíveis que
acometem os ciclos adulto e senil.

Antes de iniciar a leitura, pare um instante e reflita sobre algumas questões: a


que você, enquanto profissional, deverá se atentar na assistência à saúde de
pessoas adultas? Com quais desafios poderá se deparar?
Não se preocupe. Não é necessário responder de imediato a essas questões.
Esperamos que, até o final dos estudos, você tenha respostas e formule ou-
tras perguntas.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender a organização


do trabalho na rede de atenção
a pacientes crônicos.
> Reconhecer o sobrepeso e
a obesidade como fatores de
risco para desenvolvimento de
doenças crônicas e conhecer a
abordagem intervencionista da
enfermagem.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

1. REDE DE ATENÇÃO A PACIENTES


CRÔNICOS E OBESIDADE COMO
FATOR DE RISCO

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará uma reflexão sobre a necessidade de saúde para in-
divíduos adultos e quais transformações pelas quais a população passou aos
longos dos anos no sentido de impactar a assistência de saúde prestada e
esperada.
No primeiro momento, trataremos dos aspectos epidemiológicos da popu-
lação com a finalidade de compreender detalhadamente o panorama das
principais doenças e dos agravos à saúde que apresentam maior prevalência
na população.
Na sequência, compreenderemos os fatores de risco que podem levar à cro-
nicidade da doença, isto é, o que pode condicionar ou determinar que uma
doença tenha um longo curso de desenvolvimento, tratamento e reabilita-
ção. Sabendo das transformações de um mundo globalizado, vamos falar do
sobrepeso e da obesidade. Nessa direção, refletiremos sobre os fatores de ris-
co que ocasionam essa condição e como evitar as possíveis complicações.
Assim, vamos nos aprofundar no papel profissional da enfermagem, ou seja,
como deverá ser a abordagem em tal cenário de saúde e das doenças crôni-
cas. A assistência de enfermagem servirá como subsídio para a atuação de
profissionais da equipe multidisciplinar e como protagonista no processo de
gerenciamento do cuidado com doentes crônicos.

1.1 REDE DE ATENÇÃO A PACIENTES CRÔNICOS


A rede de atenção a pacientes crônicos está baseada na compreensão da cau-
salidade dos agravos e estruturada nas ações de prevenção e de promoção da
saúde para que impacte diretamente os riscos de complicações que gera-
riam mais demandas de saúde, gastos com internações, além de aumentar a
morbidade e a mortalidade de pessoas na fase adulta.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

1.1.1 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS


CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são o maior problema de saú-
de global. Além do impacto econômico nas famílias, nas comunidades e na
sociedade em geral, as DCNT estão associadas a mortes prematuras substan-
ciais e à qualidade de vida reduzida, bem como a altos níveis de limitação e
incapacidade (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018).
O Ministério da Saúde (MS) apresentou o mais atual cenário das DCNT no
país e enfatizou a importância do engajamento da saúde pública em garantir
metas regionais e globais com o envolvimento do governo federal e da socie-
dade civil para o enfrentamento desse agravo (MINISTÉRIO…, 2021).

ENGAJAMENTO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissionais da saúde em reunião, aplaudindo um discurso.

Esse órgão apresentou preocupação com o cenário atual, que revela a mortali-
dade de, aproximadamente, 41 milhões de pessoas a cada ano. Esse quantita-
tivo representa 71% de todas as mortes no mundo. Desse modo, é prioritário o
foco da assistência à saúde em manter a vigilância nesse agravo e, consequen-
temente, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), que consiste na
porta de entrada de usuários ao sistema público de saúde (MINISTÉRIO…, 2021).

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Mortalidade: número de óbitos ocorridos ao longo


de um ano. Esse indicador é calculado a cada mil
habitantes e reflete a relação entre o número de
mortes anuais e de habitantes de determinado local.

Morbidade: conjunto de pessoas que adquirem


doenças (ou determinadas doenças) em dado
intervalo de tempo, em determinada população.
Representa o comportamento das doenças e dos
agravos à saúde na população.

Com base nisso, as DCNT são caracterizadas por múltiplas etiologias, variados
fatores de risco, longo período de incubação, longo curso e origem não infec-
ciosa também porque estão associadas a disfunção, incapacidade e cronici-
dade (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018).
A literatura se aprofunda em outras características da DCNT, como: longa
história natural, interação entre a causalidade, causalidade inicial desconhe-
cida, inespecificidade, longo período de desenvolvimento da doença como
assintomática, progressão lenta e permanente, manifestações de sinais e sin-
tomas brandos ou severos, dano celular irreversível e com terminalidade na
incapacidade funcional, podendo aumentar a mortalidade (ROUQUAYROL;
GURGEL, 2018).
De modo geral, os padrões de mortalidade e morbidade da população no
país sofreram grandes mudanças nas últimas décadas devido aos processos
de transição epidemiológica, demográfica e nutricional (ROUQUAYROL;
GURGEL, 2018).
No que diz respeito à transição epidemiológica, pode-se observar que hou-
ve queda acentuada das doenças transmissíveis ou parasitárias e aumento
das doenças não transmissíveis, de acidentes e de violência (ROUQUAYROL;
GURGEL, 2018). Outro fato interessante é que houve declínio da mortalidade
precoce e da fertilidade, bem como aumento da expectativa de vida ao nas-
cer e da população idosa, que contribuem tanto para a transição epidemioló-
gica quanto demográfica (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018).
Com relação à transição demográfica, observa-se que o Brasil está mudan-
do ligeiramente a estrutura etária e em breve terá uma pirâmide etária se-

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

melhante à dos países europeus, que representa a maior parte da população


com idade acima de 60 anos. Essas mudanças gerarão desafios para todos os
setores que prestam serviços à população, exigindo repensar os serviços es-
senciais. Nessa perspectiva, o aumento da população idosa poderá acarretar
o crescimento da carga de doenças, em especial das doenças crônicas (ROU-
QUAYROL; GURGEL, 2018).

Conheça a pirâmide etária da população brasileira


de 1980 até as projeções para 2050. Acesse a notícia
e saiba mais! Link.

Na sequência, a transição nutricional, que aconteceu muito rapidamente


nas últimas décadas, com taxas decrescentes de desnutrição infantil e adulta,
e em contrapartida o aumento significativo da população que apresenta so-
brepeso e obesidade. Todas as notícias e literaturas apontam que a proporção
de pessoas adultas com excesso de peso aumentou gradativamente, o que
não era visto antes (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018).

A OBESIDADE E OS PRINCIPAIS RISCOS À SAÚDE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde avaliando pessoa com sobrepeso com balança e


fita métrica. Ao redor, círculos indicando: acometimento osteomuscular, gastrointestinal,
cardiovascular e hidratação.

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Por outro lado, discute-se que determinantes sociais, tais como renda, gêne-
ro, raça, educação e ocupação se relacionam à prevalência e aos fatores de ris-
co para esse agravo. Desse modo, as transições demográfica, epidemiológica
e nutricional, assim como os processos de urbanização, crescimento econô-
mico e social, resultaram em uma população com maior risco de desenvol-
ver doenças crônicas. Nesse contexto, grupos étnicos e raciais desfavorecidos
economicamente são responsáveis pelo aumento da carga de doenças crôni-
cas (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018; BRASIL, 2011).
Um exemplo prático disso são doenças e agravos como diabetes mellitus,
câncer, doenças circulatórias e doenças respiratórias crônicas que afetam in-
divíduos, famílias e sistemas de saúde. Sob essa perspectiva, podem represen-
tar gastos das famílias com DCNT e reduzem a disponibilidade de recursos
para atender a necessidades básicas, como alimentação, moradia e educação
(ROUQUAYROL; GURGEL, 2018; BRASIL, 2011).
Estima-se que 100 milhões de pessoas vivem em condição socioeconômica
desfavorecida nessas condições e que isso pode gerar custos para os serviços
de saúde. Sob essa ótica, no país, conta-se com o Sistema Único de Saúde
(SUS) público e de acesso universal (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018; BRASIL,
2013; BRASIL, 2011).

CONDIÇÕES ECONÔMICAS DESFAVORÁVEIS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mãos abrindo uma carteira e mostrando que ela está vazia.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

No entanto, mesmo contando com o SUS, as famílias que requerem serviços


assistenciais de saúde para doenças crônicas representam alto custo com a
saúde, e esse fato está fortemente associado ao desemprego e à perda da
produtividade na composição da renda familiar (ROUQUAYROL; GURGEL,
2018; BRASIL, 2013; BRASIL, 2011).
Esse alto custo com os serviços de saúde está relacionado ao fato de que as
DCNT representam o principal motivo para as internações. Nesse aspecto,
detalham-se os custos diretos, como tratamento médico, medicação, inter-
nação, exames e procedimentos, fisioterapia e reabilitação, além de custos
indiretos, como perda de produção e contribuição na renda familiar e absen-
teísmo. Já os custos intangíveis são difíceis de estimar e se referem a renda
familiar, cuidados informais, entre outros (ROUQUAYROL; GURGEL, 2018).
Na etiologia, referente às doenças crônicas, o modelo de compreensão se
difere das demais categorias de doenças representando a multicausalidade
como principal etiologia e modelo de associação. (ROUQUAYROL; GURGEL,
2018). Compreende-se multicausalidade como diversas causas que ocasio-
nam a doença.
Silva et al. (2003) expõem elementos que fazem parte do modelo da multi-
causalidade. O primeiro, a biologia humana, constitui fatores do próprio orga-
nismo e o fato de ele se adaptar ou não a um patógeno ou a uma condição
clínica. O meio ambiente se refere ao meio externo em que a pessoa está in-
serida, que podem ser fatores climáticos, condições econômicas e sociais. Na
sequência, o estilo de vida representa as escolhas que podem determinar a
condição social ou cultural. Por fim, a organização da atenção à saúde repre-
senta o acesso, a disponibilidade e os serviços de saúde oferecidos com base
na qualidade.

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REPRESENTAÇÃO DE QUALIDADE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: pessoas debatendo e apontando ícones que representam qualidade,


como relatórios, indicadores e gráficos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expõe a complexidade da compre-


ensão das doenças e identifica elementos como

1. determinantes e condicionantes socioeconômicas, culturais e ambientais;


2. fatores não modificáveis;
3. fatores de risco modificáveis (WHO, 2005).

MULTICAUSALIDADE DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

MULTICAUSALIDADE DAS DCNT

Fatores não Fatores


modificáveis modificáveis

Determinantes
sociais da
saúde Tabagismo
Genética Alimentação
Idade Álcool
Inatividade física

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando a multicausalidade das DCNT, com base nos


Determinantes Sociais da Saúde. Fatores não modificáveis: genética e idade. Fatores
modificáveis: tabagismo, alimentação, álcool e inatividade física.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

• Tabagismo

Cerca de 6 milhões de pessoas morrem a cada ano em razão do uso do


tabaco, tanto por utilização direta como por fumo passivo.

• Alimentação inadequada

O grande consumo de sal e a alta ingestão de gorduras saturadas


são importantes determinantes de hipertensão e de problemas
cardiovasculares.

• Álcool

Cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem a cada ano em virtude do


consumo nocivo de álcool, correspondendo a 3,8% de todas as mortes
do mundo.

• Inatividade física

Estima-se que 3,2 milhões de pessoas morram a cada ano devido à


inatividade física (WHO, 2010).

O modelo representado demonstra a direção para a promoção da saúde para


profissionais da saúde, tanto para conhecimento da causalidade como tam-
bém para eixos direcionadores das ações de controle e de prevenção das DCNT.
Atualmente, são enfrentados outros riscos à saúde, como obesidade e sobre-
peso, que ainda não foram superados. Desse modo, a promoção da saúde e
a prevenção impactam diretamente a saúde e diminuem o risco de doenças
não transmissíveis, além de baixar os custos relativos aos agravos das DCNT.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

DIMINUIÇÃO DE GASTOS DAS DEMANDAS DAS DCNT

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração cofre de dinheiro em formato de porquinho sendo quebrado


por uma seta para baixo, que representa um declínio.

Algumas pessoas têm a concepção de que as


DCNT abrangem apenas um grupo específico da
população, mas isso não é verdade. Conheça nove
mitos e verdades em relação às DCNT. Acesse a
matéria no link a seguir e saiba mais! Link.

1.1.2 ASSISTÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DO


PROCESSO DE TRABALHO
A organização da Rede de Atenção (Assistência) às Pessoas com Doenças
Crônicas se configura como o principal desafio da gestão do SUS. Atualmen-
te, observa-se a fragmentação da disposição dos serviços prestados, da dis-
ponibilidade de programas de saúde e de práticas assistenciais, ocasionan-
do o distanciamento entre os serviços ofertados e a necessidade das pessoas
(BRASIL, 2013).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

Desse modo, os objetivos da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crô-


nicas são:

1. Fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado


às pessoas com doenças crônicas.
2. Garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas.
3. Impactar positivamente nos indicadores relacionados às doenças crônicas.
4. Contribuir para a promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento das
doenças crônicas e suas complicações. (BRASIL, 2013 p. 11)

O Ministério da Saúde (MS) reafirma o compromisso em manter como priori-


dade a rede organizada e direcionada para os seguintes eixos temáticos:

EIXOS TEMÁTICOS PRIORITÁRIOS DAS DCNT

EIXOS PRIORITÁRIOS DAS DCNT

1. Doenças renocardiovasculares

2. Diabetes

3. Obesidade

4. Doenças respiratórias crônicas

5. Câncer de mama e de colo do útero


Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema dos eixos prioritários da DCNT: 1. Doenças renocardiovasculares;


2. Diabetes; 3. Obesidade; 4. Doenças respiratórias crônicas; 5. Câncer de mama e de colo
do útero.

Com base nesses eixos prioritários, devem ser desenvolvidas as linhas para os
cuidados e para a prevenção dos fatores de riscos que antecedem esses agra-
vos. A organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) é guiada pelo modelo
de atenção à saúde, isto é, o modo como a RAS se organiza segue as relações
obtidas entre a população com foco na intervenção específica do sistema ou
da necessidade dos indivíduos (BRASIL, 2013).

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Redes de Atenção à Saúde (RAS): são arranjos


organizativos de ações e serviços de saúde, de
diferentes densidades tecnológicas, que, integradas
por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado
(BRASIL, 2010).

Partindo desse pressuposto, para o melhor funcionamento da RAS é neces-


sária uma intervenção com foco nas doenças agudas e crônicas, construindo
uma intersetorialidade para a promoção da saúde, englobando a oferta de
serviços considerando os riscos de vulnerabilidade das pessoas, da família e
da coletividade com a intenção de qualificar e fortalecer as ações de controle
das doenças crônicas (BRASIL, 2013).
Nessa vertente, Mendes (2012) propõe o Modelo de Atenção às Condições Crô-
nicas (MACC), conforme representado a seguir.

MODELO DE ATENÇÃO À CONDIÇÕES CRÔNICAS (MACC)

MACC
Nível 1: intervenção de promoção à saúde

Nível 2: intervenções de prevenção das condições crônicas

Nível 3: gestão da condição de saúde

Nível 4: gestão da condição de saúde

Nível 5: gestão do caso

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: modelo de atenção às condições crônicas. Nível 1: intervenção de


promoção à saúde. Nível 2: intervenções de prevenção das condições crônicas. Nível 3:
gestão da condição de saúde. Nível 4: gestão da condição de saúde. Nível 5: gestão do caso.

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O nível 1 do MACC corresponde à população total e à acessibilidade desta aos


serviços de saúde. Destacam-se as ações que promovem a saúde por meio
da comunicação entre os setores de saúde. No nível 2, as subpopulações são
estratificadas de acordo com os riscos relacionados a estilo de vida e compor-
tamentos, isto é, as ações de saúde com foco na prevenção dos riscos. Dessa
forma, a prevenção tem foco na modificação dos fatores de risco. Nesse nível
destacam-se as ações: “saúde na escola” e “academia da saúde”, que são ini-
ciativas do MS para alterações de comportamento e que integram a Rede de
Cuidado às Pessoas com Doenças Crônicas (BRASIL, 2013).
Já no nível 3 está a doença crônica instalada. Nesse nível se concentram as
condições de baixo e médio riscos, com ações de apoio à população ou aten-
ção individualizada provenientes da atenção básica. Na sequência (nível 4), a
população de alto risco, com necessidade de cuidados especializados volta-
dos para a condição crônica correspondente (BRASIL, 2013).
Por fim, no último nível (Nível 5), está a população com casos complexos que
consomem todos os recursos provenientes da rede, com planos de cuidados
singulares e, principalmente, ferramentas de gestão, como fluxogramas de
atendimento e diretrizes clínicas para atendimento (BRASIL, 2013).
Em relação aos pontos de atenção que podem prestar assistência a pacientes
crônicos, eles são constituídos de: 1) Atenção Básica à Saúde: ordenadora da
rede com potencial para identificar os problemas de saúde e estratificar o
risco; 2) atenção ambulatorial especializada e atenção hospitalar: nesse con-
texto, a atenção se dá por especialistas com foco na condição crônica, ressal-
tando a comunicação entre esse ponto de atenção e a atenção básica, para
que não haja atuação fragmentada; 3) sistemas logísticos: representam os
transportes (ambulâncias) e os meios eletrônicos de informação clínica para
garantir o acesso quando se trata de urgência e compartilhamento de infor-
mações de saúde (BRASIL, 2013).

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AMBULÂNCIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ambulância estacionada em uma vaga.

Para o atendimento integral, o MS destaca o papel da atenção básica, que


acompanha pacientes em todos os níveis, desde a identificação da necessi-
dade, os próximos atendimentos, mesmo em outro setor, até a continuidade
do acompanhamento.
Com relação à estratificação de risco, o MS aponta o conhecimento profundo da
população atendida para a organização do fluxo de atendimento nos outros se-
tores, possibilitando a organização da consulta e dos procedimentos realizados.

Estratificação de risco na prática: conheça como


ocorre a estratificação de risco das condições
crônicas na Atenção Básica, na perspectiva de
profissionais de saúde. Acesso o vídeo e veja o relato
profissional aqui.

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1.1.3 EDUCAÇÃO PERMANENTE


No cenário da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, é neces-
sária a qualificação profissional para a atuação. É imprescindível que as estra-
tégias educacionais valorizem a equipe profissional e a bagagem que detém
com base na experiência e no conhecimento prévio (BRASIL, 2013).
A Educação Permanente em Saúde (EPS) significa a aprendizagem para lidar
com os desafios e as ações que poderão surgir no ambiente de trabalho, com
foco na transformação da realidade. Desse modo, permite a reflexão sobre o
processo de trabalho, a identificação da autogestão do conhecimento e o tra-
balho em equipe (BRASIL, 2018).

PROCESSO DE TRABALHO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissionais segurando uma engrenagem.

Recomenda-se a utilização da aprendizagem baseada em problemas, da


aprendizagem significativa e estruturada na resolução de problemas em gru-
po compostos pela equipe profissional (BRASIL, 2013).
A estratégia educacional tradicional deve ser superada para romper o para-
digma da fragmentação do conhecimento de cada profissional, permeando,
assim, a aprendizagem eficaz para a implementação de diretrizes clínicas e
promovendo a indissociabilidade entre a teoria e a prática, para que exista
diálogo entre as categorias profissionais (BRASIL, 2013).

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EDUCAÇÃO PERMANENTE DIALÓGICA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: reunião com profissionais sentados em uma mesa, dialogando.

Com vistas às necessidades de qualificação profissional, o Ministério da Saúde


(MS) propõe a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNPS),
que vem ao encontro das remodelações constantes que o setor de saúde
deve deter para o acompanhamento do desenvolvimento da população e das
necessidades de saúde (BRASIL, 2018).
Como um elemento essencial do aprimoramento profissional, destaca-se a
inovação da educação em saúde por meio de laboratórios. A inovação em
saúde constitui um processo que resulta na melhoria dos atendimentos pres-
tados, enfatizando avanços, novas práticas e maneiras de atender à popula-
ção (BRASIL, 2018).

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MELHORIA COLABORATIVA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: cubos com desenhos de seta. A ponta da seta está sendo colocada por
uma mão.

Laboratórios de inovação: espaços de produção


de evidências de boa gestão, a partir de práticas
inovadoras desenvolvidas por gestões do SUS e
de outros países, inicialmente abordando o tema
Redes de Atenção à Saúde e coordenadas pela
Atenção Primária à Saúde, focando processos
inovadores que induzem a melhores resultados
em saúde. Acesse o site para saber mais dessa
ferramenta. Link.

Laboratório de inovação em educação na saúde se configura como uma es-


tratégia complementar para educar profissionais de saúde, implementar po-
líticas e iniciativas de saúde e debater os processos de trabalho com base em
evidências clínicas (BRASIL, 2018).

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Os debates profissionais são espaços que permeiam as trocas de saberes pro-


fissionais e coletas de informações. Eles permitem a ampliação e a reflexão
acerca dos desafios encontrados na prática, resultando em medidas que au-
xiliam a busca por soluções.

TROCA DE INFORMAÇÕES

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de duas pessoas conversando, com balões representando as


falas.

Além disso, essa troca de saberes permite um mecanismo para a troca de


conhecimentos e experiências significativas, sobre a realidade local e as ino-
vações na resolução de estudos de caso.
Segundo Brasil (2018, p. 34), durante anos diversos temas foram abordados
nos laboratórios de inovação, como:

1. Redes de Atenção à Saúde;


2. Atenção Primária à Saúde (APS);
3. gestão participativa dos serviços de saúde;
4. atenção domiciliar; e
5. manejo das doenças crônicas na APS.

O produto resultante dos laboratórios consiste em tomada de decisão, altera-


ção das práticas locais, adoção de medidas inovadoras e compartilhamento
de experiências de sucesso. Dessa forma, a discussão profissional nesses es-

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paços também pode ressoar na mudança das políticas de saúde em âmbito


nacional pelo envolvimento de gestores de saúde, experts no assunto e atores
envolvidos na produção de saúde.
As experiências de sucesso precisam ser compartilhadas nacionalmente
como um entendimento do conhecimento produzido que qualificará ainda
mais as políticas, os programas e as iniciativas de saúde.
Dentre essas experiências, destacam-se três eixos temáticos: integração en-
sino-serviço-comunidade; educação e práticas interprofissionais; e gestão da
política de educação permanente em saúde:

Integração ensino-serviço-comunidade: Este eixo parte do entendimento


de que a EPS guarda uma interface importante com o sistema de ensino.
Levando em consideração o potencial formativo dos serviços de saúde
e a capacidade como contribuição, das instituições de ensino, destaca-
se a importância da articulação das ações de integração para redefinir
e refletir sobre as práticas docente-assistencial. Nesse sentido, este eixo
agrupa as experiências que demonstram a relação entre as instituições de
ensino (docentes e estudantes), serviços de saúde (gestores, profissionais
e trabalhadores) e comunidade (usuários e cidadãos), como um espaço
de aprendizagem nas experiências de formação profissional. Educação
e práticas interprofissionais: Diante do reconhecimento do tema da
Educação Interprofissional na realidade do SUS e de sua aproximação com os
pressupostos da PNEPS, enquanto dispositivo que se dialoga com as bases do
sistema educacional e sistema de saúde brasileiro, este eixo busca identificar
experiências que se utilizam da Educação e práticas interprofissionais, com
vistas a melhorar as respostas dos serviços às necessidades e a qualidade da
atenção à saúde. Gestão da Política de Educação Permanente em Saúde:
Este eixo incorpora as experiências que se caracterizam pela capacidade
de formular, implementar e avaliar a PNEPS nas áreas técnica, financeira e
administrativa e o desempenho nos diferentes níveis – estadual e municipal.
(BRASIL, 2018 p. 36)

Após a realização dos laboratórios de inovação em saúde, o MS publica perio-


dicamente as ações exitosas para que as demais realidades tenham acesso,
inspirem-se e as coloquem as sugestões em prática, quando for viável. Todos
os eixos explanados anteriormente, são avaliados quanto aos resultados.

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Práticas de educação permanente em


saúde (EPS): conheça um documento com o
compartilhamento dos desafios e dos avanços
dos processos de EPS essenciais para a resposta
oportuna e resolutiva do setor às necessidades de
saúde da população. Acesse o documento aqui.

1.2 SOBREPESO E OBESIDADE COMO FATOR DE


RISCO
Atualmente, observa-se aumento no quantitativo de pessoas com sobrepeso
ou obesidade. O MS demonstra preocupação em atuar nessa vertente por
pacientes que são atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS), o que repre-
senta 60% de toda a população (BRASIL, 2021).
Observa-se que a assistência prestada à população com sobrepeso é incipien-
te quanto à avaliação individual, o que ocasiona o aumento das taxas de obe-
sidade e, consequentemente, o crescimento da hipertensão e da obesidade
instalada ou em desenvolvimento com esse fator de risco (BRASIL, 2021).
No país, gastos com doenças como diabete e hipertensão ultrapassaram R$
3 bilhões em 2018, divididos em 11%, correspondentes ao tratamento de obe-
sidade (BRASIL, 2021).

1.2.1 PESSOA ADULTA SAUDÁVEL E DESAFIOS


PARA A OBESIDADE
As características humanas dos tempos atuais têm demonstrado alterações
na distribuição demográfica pelo aumento da expectativa de vida e pela
maior proporção da população idosa (CATANDUVA, 2019).

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PESSOAS IDOSAS ATIVAS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de quatro pessoas idosas representando atividades, com um


taco de golfe, uma bolsa, acenando e sorrindo.

Diante disso, a APS, pela natureza de se configurar como porta de entrada


de usuários ao sistema de saúde, tem a complexidade de compreender as
pessoas e realizar promoção à saúde com foco nos agravos que acometem
indivíduo, família e coletividade (CATANDUVA, 2019).
Nesse sentido, as intervenções de saúde devem ir ao encontro dos indicado-
res de morbidade e mortalidade, bem como dos fatores de risco que podem
determinar uma doença (CATANDUVA, 2019).

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ENTREVISTA PROFISSIONAL PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional com uma prancheta na mão entrevistando paciente.

Para a assistência de enfermagem nesse nível de atenção é imprescindível


que o profissional reconheça quais são os fatores de risco e vulnerabilidades
do adulto para que seja planejada a assistência (CATANDUVA , 2019).
O comportamento humano atual, outra vertente, está baseado no consumis-
mo e necessidade de satisfação dos prazeres rápidos e resposta imediatas,
que favorecem maus hábitos de vida e refletem no estado de saúde (CATAN-
DUVA, 2019).

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CONSUMISMO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher segurando sacolas e mexendo no celular, representando o


consumismo.

A manutenção dos hábitos saudáveis está relacionada com os desafios de


vida, como trabalho, família, socialização e lazer. A combinação desses desa-
fios se reflete na saúde física, mental, social e espiritual. Por esse motivo, é
necessário se manter vigilante para esses fatores, que são riscos para a saúde
Na tentativa de identificar esses fatores, a intenção de profissional de saúde
deve ser modificá-los em tempo oportuno, antes que ocorra o aparecimento
de doenças e agravos à saúde (CATANDUVA, 2019).
A tentativa deve englobar ações de promoção da alimentação saudável, prá-
tica de atividade física e de controle do tabagismo, por exemplo, incluem três
vertentes: incentivo, proteção e apoio A Atenção Primária à Saúde é o espaço
de destaque para a mudança do estilo de vida em breve momento, para que
isso se reflita em toda a família, a vida adulta e a velhice, por meio do incentivo
e do apoio à adoção de hábitos alimentares e à promoção da atividade física
em período regular (CATANDUVA, 2019).
Além de hábitos alimentares, uma pessoa adulta saudável deve controlar o
peso corporal, realizar recreação e atividade físicas, não fazer uso de tabaco e

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bebidas alcóolicas nem de substâncias que possam ser prejudiciais ao orga-


nismo (CATANDUVA, 2019).
Partindo do pressuposto da educação em saúde como estratégia para a pro-
moção de uma vida saudável, pode-se considerar que esta ocorra ainda no
período da infância. A alimentação saudável incluída no desenvolvimento da
criança tem um impacto que determina a rotina e os costumes da vida adulta
(FUNDAÇÃO JULITA, 2017).

CRIANÇA SE ALIMENTANDO DE MANEIRA SAUDÁVEL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: criança comendo cereais e segurando uma banana como se fosse um


telefone.

Nesse âmbito, a criança que não aprendeu sobre a alimentação saudável não
crescerá e não se desenvolverá adequadamente para a faixa etária. Desse modo,
é necessário intervir com a conscientização e sensibilização da família para o
controle dos fatores de riscos ainda na infância (FUNDAÇÃO JULITA, 2017).
Algumas escolas, com o apoio da APS, podem compor a merenda escolar
com alimentos saudáveis, como frutas, verduras e alimentos ricos em nutrien-
tes. Como ingredientes de baixo custo se destacam verduras e hortaliças, que
podem ser inseridas na alimentação para o estabelecimento de um estilo de

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vida saudável. Recomenda-se a criação de espaços como hortas caseiras ou


comunitárias para estreitar a relação de acesso a esses alimentos e estimular
o consumo (FUNDAÇÃO JULITA, 2017).

Alimentação saudável para crianças: conheça


algumas orientações para a criação de bons hábitos
para crianças. Acesse o vídeo e acompanhe as
indicações aqui.

1.2.2 AÇÕES PARA O SOBREPESO E A


OBESIDADE
As ações em saúde para o sobrepeso e obesidade estão pautadas no diagnós-
tico proveniente dos serviços da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Para tanto,
é necessário compreender os elementos que dão suporte a esses agravos e
condições de saúde:

Infraestrutura: Disponibilidade de serviços com salas amplas; salas para


realização de atividades coletivas; disponibilização de rampas de acesso.
Ainda, sugere-se avaliar a disponibilidade de serviços com horário estendido
de atendimento, condição que poderá facilitar a execução das atividades.
Equipamentos: balanças adequadas (com capacidade superior a 200kg),
estadiômetro, fita métrica, esfigmomanômetro adequado às pessoas
com obesidade, estetoscópio e outros equipamentos para exame clínico;
cadeiras adequadas nas salas de espera, macas e cadeiras ginecológicas e
odontológicas adequadas.
Tecnologia da informação: equipamentos como computador,
disponibilidade de rede de internet, impressoras, sistemas informatizados
disponíveis (e-SUS AB, prontuário eletrônico etc.). Além disso, equipamentos
para implantação de telemedicina poderão auxiliar na assistência e na
regulação do município e/ ou região de saúde, especialmente em territórios
com barreiras de acessibilidade. (BRASIL, 2021, p. 22)

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EQUIPAMENTOS PARA MENSURAÇÃO DE PESO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: pesagem em uma balança e fita métrica envolta nos pés.

Diante da complexidade do atendimento a pessoas com sobrepeso e obesi-


dade, é necessário que a gestão local realize a identificação desse agravo na
população com a finalidade de organizar a Linha de Cuidado do Sobrepeso e
Obesidade, permitindo o estabelecimento da integralidade para essas pessoas.
Recomenda-se a articulação entre os setores da RAS para o melhor funciona-
mento das ações, considerando os níveis de atenção, os serviços de referência,
a disponibilidade e o encaminhamento para consultas e exames para essa
demanda advinda da população (BRASIL, 2021).
Profissionais devem realizar a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), que
consiste na identificação de fatores de risco ou tendências de alimentação e
nutrição da população. Para tanto, na oportunidade de contato, profissionais
devem se atentar a esse agravo, identificando precocemente algum compor-
tamento inadequado que possa acarretar o excesso de peso e a obesidade
(BRASIL, 2021).
Como uma intervenção inicial, a mensuração dos dados de peso, de altura e
de preferência alimentar podem organizar o processo de trabalho e, subse-
quentemente, a continuidade do cuidado com pessoas que necessitem de

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apoio, de maneira coletiva, para uma intervenção de qualidade (BRASIL, 2021).


Para o atendimento dessa população específica, o MS recomenda a utiliza-
ção da ferramenta 5As. Esse método se refere a cinco palavras que traduzem
ações que direcionam a abordagem profissional: 1) Aborde/Pergunte; 2) Ava-
lie; 3) Aconselhe; 4) Acorde; e 5) Ajude (BRASIL, 2021).

FERRAMENTA 5AS

FERRAMENTA 5As

1) Aborde/Pergunte

2) Avalie

3) Aconselhe

4) Acorde

5) Ajude

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: Ferramenta 5As. 1) Aborde/Pergunte, 2) Avalie; 3) Aconselhe; 4) Acorde; 5)


Ajude.

Na etapa 1, profissionais devem abordar e investigar se a pessoa tem interesse


em falar sobre o peso e se aquele é um bom momento para pensar em mu-
danças. É necessário que ocorra a permissão em falar sobre esse assunto e a
tranquilidade de que não é uma questão tão complexa (BRASIL, 2021).
Ao realizar a adoção de hábitos saudáveis, se não houver motivação, a pessoa
poderá ficar frustrada, assim como quem prestar o atendimento. Por esse
motivo, a escuta lapidada e compreensiva, livre de julgamentos, pode resultar
em uma boa troca e estabelecimento de vínculo. Além disso, considere a pos-
sibilidade de a pessoa já ter realizado tratamento em outro momento ou até
mesmo estar realizando mudanças nos hábitos (BRASIL, 2021).
É possível que a pessoa que está buscando tratamento já tenha iniciado um
processo de mudanças antes mesmo de conversar com profissionais de saú-
de. É necessário enfatizar também que o processo de cuidado das pessoas

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com obesidade se inicia com a criação de práticas favoráveis. Por isso, avalie
as instalações físicas da unidade de saúde, os equipamentos e os materiais
utilizados e o quanto eles fazem pacientes nessas condições sentirem acolhi-
mento ou exclusão nos serviços de saúde (BRASIL, 2021).

AH NÃO!

AH
NÃO!

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de mulher com as mãos na cabeça e pensando: “Ah, não!”.

Na etapa 2, com a avaliação dos riscos relacionados à obesidade e às princi-


pais raízes, profissionais devem avaliar as complicações e principalmente as
barreiras que poderão impedir a perda de peso. Observe os aspectos econô-
micos, sociais, ambientais, emocionais e biológicos (BRASIL, 2021).
Já na terceira etapa, no que tange ao aconselhamento, profissionais devem
orientar sobre os riscos de acometimento à saúde e possibilitar tratamentos
adequados com base na preferência de pacientes. Essa etapa é importante,
pois não foca apenas a perda de peso, e sim a transformação de padrões no
comportamento, que poderão ser ofertados para a promoção da saúde, refe-
rente a alimentação, atividade física, acompanhamento psicoterápico e ações
específicas em outros pontos da RAS (BRASIL, 2021).
A quarta etapa diz respeito ao acordo estabelecido com a pessoa para a ob-
tenção de resultados de saúde e metas de mudanças de comportamento.
Ressalte que a mudança de comportamento poderá impactar o peso e gerar
mais resultados ao longo do tempo. Converse sobre metas de perda de peso
que são atingíveis (BRASIL, 2021).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

A última etapa consiste em fornecer ajuda quanto ao acesso a recursos de


saúde diante da condição clínica instalada. Enfatize que o acompanhamento
profissional não se encerra na orientação fornecida e que pode haver conti-
nuidade na contribuição para o autogerenciamento do peso (BRASIL, 2021).
Nesse caso, profissionais devem planejar o acompanhamento por um lon-
go período, de modo frequente, para que pacientes tenham contato com a
equipe. Em casos de recuperação do peso, não significa que houve falha no
tratamento, mas que isso pode ser tratado com naturalidade e pode ser o re-
sultado esperado de uma condição crônica de saúde, em que o processo será
diferenciado para cada pessoa (BRASIL, 2021).

GANHO DE PESO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: homem segurando no abdome, fazendo uma prega.

Obesidade na APS: conheça algumas orientações


para o fortalecimento da identificação da obesidade
da APS. Confira aqui.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

1.2.3 ABORDAGEM DA EQUIPE DE ENFERMAGEM


PARA SOBREPESO E OBESIDADE
Com relação à abordagem da equipe de enfermagem, profissionais de enfer-
magem devem incentivar a participação comunitária em ações que promo-
vam a qualidade de vida da pessoa com sobrepeso ou obesidade (BRASIL, 2021).
Profissionais devem também realizar orientações em saúde sobre alimenta-
ção saudável, prevenção de excesso de peso e ações de vigilância nutricional.
Nesse momento, pensando em sobrepeso e obesidade como fator de risco,
isto é, antes que ocorram complicações (BRASIL, 2021).
Durante a consulta de enfermagem, é possível solicitar exames complemen-
tares se houver estabelecimento no protocolo institucional e realizar a mensu-
ração de medidas antropométricas (peso, altura e cálculo do índice de massa
corpórea) (BRASIL, 2021).

COLETA DE SANGUE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde realizando a coleta de sangue para exames.

Quando houver necessidade, profissionais de enfermagem podem encami-


nhar pacientes ao nível especializado, a serviços clínicos ou de nutrição. Após

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

o encaminhamento, devem controlar os agravos à saúde, atuar a partir da


contrarreferência e coordenar as ações de educação permanente da equipe,
supervisionando o caso e participando de reuniões para o planejamento das
intervenções como membro da equipe multidisciplinar (BRASIL, 2021).
Para identificar a necessidade de pacientes, profissionais de enfermagem ou
a equipe de enfermagem podem realizar a captação diante de uma deman-
da espontânea que compareceu à Unidade Básica de Saúde (UBS) ou abor-
dar esse tema durante as consultas programáticas, bem como a busca ativa
de casos que apresentam riscos (BRASIL, 2021).

CONSULTA DE ENFERMAGEM

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: enfermeira realizando consulta de paciente e mostrando dados em uma


prancheta.

A consulta inicial pode ser realizada por profissionais de enfermagem a partir


do interesse manifestado por pacientes para início da avaliação do estado nu-
tricional e determinação dos riscos de desenvolvimento de doenças crônicas
(BRASIL, 2021). Já o acompanhamento individualizado pode ser realizado por
profissionais de enfermagem enquanto parte da equipe multidisciplinar, de
maneira sistemática, estabelecendo metas e obtendo o cuidado comparti-
lhado (BRASIL, 2021).

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ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: equipe multidisciplinar envolvida nos cuidados à saúde.

Outra vertente de atuação da enfermagem é na promoção da saúde em gru-


pos terapêuticos sistemáticos, que podem ter outra finalidade ou até mes-
mo grupos direcionados para a promoção da alimentação saudável ou para o
acompanhamento da obesidade (BRASIL, 2021).
Em espaços coletivos, como é o caso de grupos terapêuticos, as ações devem
ocorrer periodicamente, com o levantamento de temas que envolvam possi-
bilidades da continuidade do hábito saudável, ou seja, a enfermagem pode
propor medidas inovadoras que motivem e despertem o interesse de quem
participa (BRASIL, 2021).
Em face do exposto, de modo a qualificar a assistência prestada, a enferma-
gem deve envolver toda a equipe de saúde nas ações de controle. Além dis-
so, incluir na agenda de prioridades a serem trabalhadas, detalhar e registrar
essas ações como identificação de riscos para o desenvolvimento de doenças
crônicas (BRASIL, 2021).
No monitoramento dessas ações, profissionais de enfermagem devem elen-
car indicadores que possibilitem o acompanhamento das ações e verificar se
objetivos estão sendo atingidos de acordo com a orientação do Ministério da
Saúde (BRASIL, 2021).

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MONITORAMENTO DE INDICADORES DE SAÚDE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: homem monitorando dados no computador.

Os indicadores podem ser mensurados quanto à quantidade e à qualidade.


Por exemplo: cobertura de acompanhamento do estado nutricional e propor-
ção de atendimentos individuais por problema ou condição avaliada obesi-
dade, que devem conter metas esperadas, com progressividade ao longo da
implementação de estratégias de abrangência da população (BRASIL, 2021).
Essas informações referentes à situação alimentar e nutricional da popula-
ção devem ser registradas por profissionais de enfermagem no Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional para a geração de relatórios, orientações
de políticas e programas de saúde, bem como o monitoramento dos casos
acompanhados.

Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional


(SISVAN): conheça o sistema de acompanhamento,
registro e avaliação dos dados de saúde sobre a
alimentação e a nutrição da população. Acesse o
site e fique por dentro.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. SOARES, B. K. P. et al. Impactos das tecnologias de informação e comunicação como estraté-


gia de educação permanente em saúde para os profissionais de enfermagem. Revista Ciência
Plural, v. 8, n. 2, p. 1-18, 2022.. LINK.

2. SOARES FILHO, A. M.; DE FRANÇA, G. V. A.; MALTA, D. C. Tripla carga de doenças no Brasil, 1990-
2021: Mudanças, inflexões e o fator COVID-19. Revista Mineira de Enfermagem, v. 26, 2022. LINK.

3. MENDEZ, R. D. R. et al. Estratificação do risco cardiovascular entre hipertensos: influência de


fatores de risco. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, p. 1985-91, 2018. LINK.

4. FRANZEN, E. et al. Adultos e idosos com doenças crônicas: implicações para o cuidado de en-
fermagem. Revista HCPA, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 28-31, 2007. LINK.

5. BRAGA, V. A. S. et al. Intervenções do enfermeiro às pessoas com obesidade na Atenção Primá-


ria à Saúde: revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 51, 2018. LINK.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender os princípios


básicos da hipertensão
arterial sistêmica e conhecer
os cuidados de enfermagem.
> Compreender os princípios
básicos do diabetes mellitus
e conhecer os cuidados de
enfermagem.

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2. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 1

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará uma reflexão sobre a hipertensão arterial sistêmica e
o diabetes mellitus, com relação aos princípios básicos desses agravos, como
a fisiopatologia, que analisa a ocorrência no corpo humano, bem como as
manifestações clínicas.
Nos dias atuais observam-se mudanças no padrão de vida que propiciam
maus hábitos de saúde, influências do meio externo e aumento da expec-
tativa de vida. Com esses avanços, têm-se discutido a qualidade de vida, as
possíveis doenças crônicas e as complicações decorrentes.
No que tange ao trabalho do enfermeiro no cenário atual, surge a necessi-
dade de ele estar apto a trabalhar com essas condições de saúde, visto que a
ocorrência de novos casos tem se mantido crescente.
Diante da cientificidade da profissão, espera-se que o enfermeiro tenha co-
nhecimento para educar em saúde de forma assertiva e eficaz, preenchendo
a lacuna do conhecimento do paciente e o tornando empoderado para atuar
no autocuidado.

2.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA


Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde dos últimos anos, um número alto de
adultos brasileiros tem hipertensão, representando 21,4% de todos os adultos,
incluindo até mesmo aqueles indivíduos que usam anti-hipertensivo (BAR-
ROSO et al., 2021).
Esse agravo representou 1.312.663 óbitos, devido às complicações. Dentre elas
destacam-se as doenças cardiovasculares, que podem ser desenvolvidas pela
cronicidade.

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2.1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HIPERTENSÃO


ARTERIAL SISTÊMICA
A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não infecciosa (DCNT) defi-
nida como um nível de pressão arterial em que os benefícios do tratamento
(não farmacológico ou farmacêutico) superam os riscos. É uma doença multi-
fatorial, que depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais
(BARROSO et al., 2020).

Conheça mais do Dia Mundial da Hipertensão e das


estratégias para a prevenção e o controle com base
na conscientização da população. Link.

Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020, esse agravo


caracteriza-se por PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA dias-
tólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, ao
menos em dois momentos diferentes, na ausência de medicação anti-hiper-
tensiva (BARROSO et al., 2020).
Quando possível, recomenda-se que essas medições sejam validadas por
uma avaliação da pressão arterial fora do consultório usando a Monitorização
Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), Monitorização Residencial da Pres-
são Arterial (MRPA) ou Automedida da Pressão Arterial (AMPA) (BARROSO et
al., 2020).

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MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde aferindo a pressão de uma paciente utilizando um


esfigmomanômetro.

A pressão arterial é o produto do débito cardíaco (DC) e da resistência pe-


riférica. Já a hipertensão deve-se ao aumento do dióxido de carbono (CO2),
aumento da resistência periférica (vasoconstrição) ou ambos. O aumento do
dióxido de carbono geralmente está associado ao alargamento dos vasos
sanguíneos. Pode-se considerar um distúrbio multifatorial, embora a causa
exata não possa ser determinada na maioria dos casos de hipertensão. Como
a pressão alta pode ser um sintoma, ela provavelmente tem várias causas
(HINKLE; CHEEVER, 2015).
Dessa forma, deve haver uma ou mais resistências periféricas que afetam
atores ou alterações de CO2. A predisposição à hipertensão é hereditária. No
entanto, o perfil genético por si só não pode prever quem desenvolverá ou
não hipertensão (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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HERANÇA GENÉTICA

Fonte: ©kjpargeter, Freepik (2023).

#pratodosverem: fita dupla de DNA com uma célula alterando a composição.

As causas sugeridas, segundo Hinkle e Cheever (2015) incluem:

• aumento do tônus simpático associado ao comprometimento do sistema


nervoso autônomo;
• aumento da absorção renal de sódio, cloreto e água devido à variação
genética;
• aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona;
• diminuição da associação com vasodilatação arterial associada à disfunção
endotelial;
• resistência à insulina; e
• ativação de respostas imunes que podem levar à inflamação e à deterioração
da função renal.

Por ser geralmente uma condição assintomática, a HA frequentemente se


desenvolve com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como
coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. Esse agravo pode ser considerado
um fator de risco modificável para o desenvolvimento da Doença Cardiovas-

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cular (DCV), Doença Renal Crônica (DRC) e morte prematura. E ainda pode
estar associado a fatores de risco metabólicos para doenças cardiovasculares
e renais, incluindo dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e
diabetes mellitus (DM) (BARROSO et al., 2020).

ÓRGÃO ALVO: CORAÇÃO NAS MÃOS DO PROFISSIONAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: representação de um coração nas mãos de um profissional da saúde.

Os fatores genéticos podem afetar os níveis de pressão arterial em 30-50%,


e estão entre os fatores de risco que podem desencadear a HA. No entanto,
devido à variedade de genes, variantes genéticas e híbridos estudados até o
momento, não foram identificados dados consistentes sobre esse fator. A PAS
se torna mais problemática com a idade devido à rigidez progressiva e perda
de complacência nas grandes artérias.
Nas faixas etárias mais jovens, os homens apresentaram pressão arterial mais
alta, mas as mulheres tiveram maiores aumentos de estresse por década. As-
sim, as mulheres tendem a ter pressão arterial mais elevada e maior preva-
lência de HA na sexta década de vida. Em ambos os sexos, a frequência de
HA aumentou com a idade, chegando a 61,5 ± 8,0% em homens e mulheres,
respectivamente, na faixa etária de 65 anos ou mais (BARROSO et al., 2020).

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Conheça mais do acometimento da HA em homens,


bem como a realização de abordagem para esse
público específico. Link.

A raça é um fator de risco significativo para HA, mas o status socioeconômico


e o estilo de vida são fatores de maior relevância para as diferenças na inci-
dência de AH, mais do que a própria raça. Dados do Vigitel, de 2018, não mos-
traram diferença significativa na prevalência de AH entre negros e brancos
em nosso país (24,9% versus 24,2%) (BARROSO et al., 2020).

Conheça mais do Sistema de Vigilância de Fatores


de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel). Link.

O ganho de peso (sobrepeso/obesidade) também é um fator de risco preocu-


pante que interfere nos níveis pressóricos. Apesar de décadas de evidências
claras de que a Circunferência da Cintura (CC) fornece informações indepen-
dentes e adicionais ao Índice de Massa Corporal (IMC) na previsão do risco de
morbidade e mortalidade, essas medidas não são realizadas rotineiramente
na prática clínica. Os profissionais devem ser treinados para a realização cor-
reta dessa medida e compreender a importância na prática clínica (BARRO-
SO et al., 2020).

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SOBREPESO

Fonte: Kazakova, Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher com sobrepeso realizando a mensuração da circunferência


abdominal com uma fita métrica.

Também é digno de nota que a ingestão excessiva de sódio é um dos fatores


de risco modificáveis mais importantes para a prevenção e o tratamento de
HA e doenças cardiovasculares, com um gasto hospitalar de US$ 102 milhões,
em 2013, devido à ingestão excessiva de sódio. Em contraste, o aumento da
ingestão de potássio reduziu os níveis de pressão arterial. Vale ressaltar que o
efeito da suplementação de potássio, aparentemente, é maior em indivíduos
com maior ingestão de sódio e em negros. O consumo médio de sal no Brasil
foi de 9,3 gramas por dia (9,63 gramas por dia para homens e 9,08 gramas
por dia para mulheres), enquanto o potássio foi de 2,7 gramas por dia para
homens e 2,1 gramas por dia para mulheres (BARROSO et al., 2020).

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SAL DE COZINHA

Fonte: ©Racool_studio, Freepik (2023).

#pratodosverem: colher de pau de cozinha cheia de sal ( que contém sódio).

Entre os fatores socioeconômicos, podemos inferir o menor nível de escola-


ridade, condições de residência inadequadas e situações desfavorecidas de
composição da renda familiar, que constituem dados fortemente significati-
vos, como risco para o desenvolvimento da HA (BARROSO et al., 2020).

2.1.2 CLASSIFICAÇÕES E MANIFESTAÇÕES


CLÍNICAS
De modo geral, são considerados indivíduos hipertensos aqueles que apre-
sentarem PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg. Durante a realização desse
diagnóstico, é necessário que a medida realizada no consultório seja validada
com os dados obtidos por meio de medidas realizadas na residência repeti-
damente, utilizando as mesmas condições, com intervalos de dias ou sema-
nas, por meio do MAPA ou MRPA (BARROSO et al., 2020).
Pode-se definir a classificação da PA do consultório de acordo com os valores
mais elevados de PA sistólica e diastólica. Dessa maneira, indivíduos com PAS
≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg serão denominados HA sistólica isolada. Já os

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indivíduos que apresentarem < 140 mmHg e PAD ≥ 90 mmHg denomina-se


HA diastólica isolada. Dentre essas denominações, apresentam maior preva-
lência de HA do avental branco (HAB) (BARROSO et al., 2020).
Chama-se a atenção para aqueles que apresentam a PAS entre 130 e 139 e
PAD entre 85 e 89 mmHg. São considerados pré-hipertensos pelo fato de re-
presentarem maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares, doença
arterial coronariana e acidente vascular encefálico, quando comparados a in-
divíduos com níveis entre 120 e 129 ou 80 e 84 mmHg (BARROSO et al., 2020).
Ainda há classificações em relação ao ambiente de aferição da PA. Caracteri-
za-se a Normotensão Verdadeira (NV) como a medida obtida no consultório e
fora dele com valores considerados normais. Já a Hipertensão Sustentada (HA)
quando os valores obtidos nos dois ambientes resultaram em anormais. A Hi-
pertensão do Avental Branco (HAB) é considerada quando a PA estiver eleva-
da durante o atendimento no consultório, resultando em parâmetros fora do
normal. A Hipertensão Mascarada (HM) ocorre quando se obtiveram valores
normais dentro do consultório e elevada fora dele (BARROSO et al., 2020).
Ressalta-se que as denominações HAB e HM são destinadas às pessoas que não
realizam tratamento para HA. Já as pessoas que realizam tratamento medica-
mentoso anti-hipertensivo podem apresentar comportamentos de valores dis-
crepantes da PA, tanto no consultório quanto fora dele (BARROSO et al., 2020).

MEDICAMENTOS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma mão segurando comprimidos e pílulas e alguns


elementos químicos ao redor.

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Para aqueles que tomam anti-hipertensivos utiliza-se a nomenclatura: HA


mascarada não controlada, que consiste na apresentação de valores normais
no consultório e elevada fora dele; HA do avental branco não controlada quan-
do a PA está elevada durante a consulta e normal fora dele. HA sustentada
não controlada quando a PA, tanto no consultório quanto fora, está alterada,
com valores elevados; HA controlada quando a PA está normal nos dois am-
bientes (BARROSO et al., 2020).
Quando se trata da aferição da PA, classificações e efeitos que podem alterá-
-las, observamos alguns efeitos que podem alterar a aferição, tais como, o Efei-
to do Avental Branco (AEB) e Efeito de Mascaramento (EM), que correspon-
dem a eventos referentes às medidas obtidas dentro do consultório e fora ele,
sendo positivos e negativos, respectivamente. Compreende-se efeito como
sendo algo temporário (BARROSO et al., 2020).

JALECO BRANCO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional utilizando um jaleco branco.

As evidências que compõem as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial –


2020 informam que pode haver a diferença de 15mmHg ou mais de PAS e/ou
9mmHg na PAD, determinando um EAB significativo (BARROSO et al., 2020).

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Conheça como o Evento do Avental Branco (EAB)


tem afetado milhares de pessoas e verifique os
valores da mensuração alterados. Link.

Esses eventos não alteram o diagnóstico de HA, pois o indivíduo que tem ní-
veis elevados pressóricos se manterá hipertenso, e aquele que tiver valores
pressóricos dentro dos parâmetros de normalidade também será considera-
do normotenso (BARROSO et al., 2020).
Sendo assim, a identificação desses eventos poderá ser útil para identificar
o risco de apresentar diferenças significativas dos níveis pressóricos dentro e
fora do consultório, o que poderá permitir o melhor gerenciamento do trata-
mento (BARROSO et al., 2020).

CONSULTÓRIO DE SAÚDE.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: sala de consultório de atendimentos de saúde.

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Os parâmetros também poderão ser apresentados segundo o estágio de de-


senvolvimento desse agravo, conforme os valores de PAS e PAD:

CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ACORDO COM OS VALORES


DE PAS E PAD

Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)

PA ótima < 120 e <80

PA normal 120-129 e/ou 80-84

Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89

HA estágio 1 140-159 e/ou 90-99

HA estágio 2 160-179 e/ou 100-109

HA estágio 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110

Fonte: adaptado de Barroso et al. (2020, p. 545).

#pratodosverem: quadro de classificação da pressão arterial de acordo com os valores de


PAS e PAD.

HA: hipertensão arterial; PA: pressão arterial; PAS:


pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial
diastólica.

Como apoio ao diagnóstico, o profissional deverá se atentar para as manifes-


tações clínicas, que também poderão indicar níveis elevados de PA.
Segundo Hinkle e Cheever (2015, p. 617), são elas:

• O exame físico pode não revelar nenhuma anormalidade, a não ser a pressão
arterial elevada;
• Na hipertensão arterial grave, podem-se observar alterações na retina com
hemorragias, exsudatos, estreitamento das arteríolas, manchas algodonosas
(pequenos infartos) e papiledema;
• Em geral, os sintomas indicam lesão vascular relacionada com os órgãos
supridos pelos vasos acometidos;
• A doença arterial coronariana com angina e o infarto do miocárdio constituem
consequências comuns;

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• Pode ocorrer hipertrofia ventricular esquerda; pode-se observar o


desenvolvimento de IC;
• Podem ocorrer alterações patológicas nos rins (nictúria e níveis aumentados
de ureia sanguínea e creatinina);
• O comprometimento vascular encefálico pode levar a acidente vascular
encefálico (AVE, ou ataque cerebral), ataque isquêmico transitório (AIT), com
sintomas de alterações na visão ou na fala, tontura, fraqueza, queda súbita
ou hemiplegia transitória ou permanente.

A primeira tentativa de quantificar numericamente


o pulso arterial, de maneira não invasiva, foi feita
pelos franceses, J. Hérrison (médico) e P. Gernier
(engenheiro), em 1834. Tratava-se de um aparelho
similar a um termômetro, com um reservatório de
Hg na parte inferior, e de uma coluna graduada
em mm. Colocado sobre o pulso, o peso do Hg
comprimia a artéria, cuja pulsação movimentava a
coluna de Hg. Verifique a notícia completa aqui.

2.1.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O


PACIENTE HIPERTENSO
Os cuidados de enfermagem para o paciente hipertenso se iniciam na ava-
liação inicial do paciente para o planejamento das ações de enfermagem.
O profissional, deverá realizar a aferição da PA com intervalos frequentes e,
em caso de alterações, registrar no prontuário ou instrumento para possíveis
comparações dos níveis pressóricos (HINKLE; CHEEVER, 2015).
A utilização da técnica apropriada é imprescindível, usando um equipamento
adequado, o manguito recomendado para a faixa etária e padrão do biotipo.
O enfermeiro tem autonomia para avaliar e classificar o padrão da PA como
parte do conjunto de sinais vitais, observar sinais de lesão dos órgãos-alvo,
como angina, dispneia, alterações na fala, na visão ou no equilíbrio, epistaxe,
cefaleia, tontura ou nictúria (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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ESFIGMOMANÔMETRO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: esfigmomanômetro, aparelho utilizado para a aferição da pressão arterial.

O profissional poderá questionar o cônjuge sobre a ocorrência de apneia obs-


trutiva do sono e como tem ocorrido o padrão de sono do parceiro. Ainda na
avaliação, deve-se observar a frequência, o ritmo e as características da pulsa-
ção nos focos apicais e periféricos.

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SONO TRANQUILO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher deitada e dormindo na cama, aparentemente tendo um sono


tranquilo.

Realizar também a investigação para melhor compreensão de como a HA


tem afetado a vida social, pessoal e financeira e se esse motivo o torna inapto
para realizar alguma atividade do cotidiano (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Durante a entrevista, o profissional deverá educar em saúde, ressaltando a
importância da manutenção de padrões no estilo de vida que poderão con-
trolar a HA, tais como encaminhá-lo para a nutrição visando a uma melhora
no padrão alimentar, controle de peso e inserção de nutrientes que favorece-
rão o controle nos níveis pressóricos (HINKLE; CHEEVER, 2015). Recomendar
que o paciente evite o consumo de bebidas alcoólicas, bem como o uso de
tabaco e de substâncias nocivas ao estado de saúde. Um bom estilo de vida
pode promover mudanças na PA progressivamente e em longo prazo (HINK-
LE; CHEEVER, 2015).
Em casos de utilização de medicamentos anti-hipertensivos, o importante é
reforçar a adesão ao tratamento medicamentoso. Estimular o paciente à par-
ticipação ativa do autocuidado, como vigiar os níveis de pressão e manter-se
constante na dieta alimentar (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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Essa responsabilização no autocuidado é um estímulo para que os pacien-


tes sejam capazes de participar do tratamento e evoluir constantemente, tor-
nando-se capazes de participar de um plano de cuidados aceitável por eles
(HINKLE; CHEEVER, 2015).

ACEITÁVEL OU NÃO ACEITÁVEL.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma mulher mostrando-se indecisa entre “sim” e “não”.

Em cada estratégia aceita, o enfermeiro deverá encorajar o paciente na re-


alização, principalmente no que tange às pequenas mudanças observadas
na progressão de cada consulta de enfermagem, que serão direcionadas a
alcançar metas (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Durante as consultas realizadas, poderá propor a participação em grupos de
apoio ao autocuidado para fortalecer o controle do peso e, se houver necessi-
dade, o encorajamento para o abandono do tabaco, redução da ansiedade/es-
tresse e inclusão de atividades físicas no cotidiano (HINKLE; CHEEVER, 2015).
No que tange aos autocuidados que deverão ser realizados no domicílio, o en-
fermeiro poderá fornecer o conhecimento por escrito sobre os efeitos espera-
dos e colaterais da terapia medicamentosa, bem como sinais e sintomas de
HA, com a finalidade de fixar melhor o conhecimento e servir de apoio caso ele

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tenha dúvidas. Além disso, enfatizar que a interrupção brusca do uso dos medi-
camentos poderá ocasionar um efeito rebote. O acondicionamento do medica-
mento em casos de viagem e como utilizar embalagens que facilitam o acesso
também poderá ser outro ponto a ser discutido (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Ainda sobre o tratamento medicamentoso, deverá informar aos pacientes
que os medicamentos da classe betabloqueadores poderão causar disfunção
sexual em algumas pessoas e que, em caso de ocorrência, poderão utilizar
outros medicamentos disponíveis (HINKLE; CHEEVER, 2015).

CASAL PENSATIVO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: imagem de um casal pensativo, cada um sentado de um lado da cama.

Os pacientes idosos poderão ter mais dificuldade na adesão à terapêutica


medicamentosa pelo fato de não se lembrarem de tomar o medicamento
ou até mesmo por problemas econômicos devido aos custos (HINKLE; CHEE-
VER, 2015). Nesses casos, o profissional poderá se certificar de que o esquema
foi compreendido pelo paciente, que ele tem entendimento das instruções e
verificação da prescrição, dos medicamentos, das embalagens e do armaze-
namento. O enfermeiro também poderá envolver um familiar ou cuidador no
acompanhamento das orientações, de modo que possam:

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(1) compreender as necessidades do cliente; (2) incentivar a adesão ao plano


de tratamento; (3) saber quando e quem chamar se surgirem problemas ou
se houver necessidade de informações. (HINKLE; CHEEVER, 2015 p. 623)

Já com relação à continuidade do tratamento, vale destacar a importância do


acompanhamento regular para a atualização do histórico e do exame físico,
reforço das orientações para estímulo da continuidade do tratamento e ava-
liação da possibilidade da hipotensão ortostática, que consiste na queda dos
níveis pressóricos ao manter-se de pé, que pode ser condicionada aos anti-
-hipertensivos (HINKLE; CHEEVER, 2015).

CONTINUIDADE RUMO À PROGRESSÃO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: degraus crescentes interligados por uma seta rumo à progressão.

Com a cientificidade do trabalho do enfermeiro, este poderá observar as po-


tenciais complicações que poderão colaborar para o agravo da condição de
HA. São elas: hipertrofia ventricular esquerda, infarto agudo do miocárdio, do-
enças cardiovasculares, acidente vascular encefálico, falência ou insuficiência
renal e hemorragia retiniana. Desse modo o planejamento da assistência de
enfermagem deverá ser norteado pelas metas de prevenção das complica-
ções (HINKLE; CHEEVER, 2015).

2.2 DIABETES MELLITUS


Aproximadamente 79% dos indivíduos com diabetes vivem em países em de-
senvolvimento, onde o maior aumento de casos de diabetes é esperado nas
próximas décadas (SBD, 2020).

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O aumento na prevalência de diabetes está relacionado a vários fatores, in-


cluindo rápida urbanização, transição demográfica, epidemiológica, nutricio-
nal, sedentarismo, sobrepeso e obesidade (SBD, 2020).

2.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIABETES


MELLITUS
O diabetes mellitus (DM), também conhecido como diabetes, representa
uma doença do grupo das doenças metabólicas e é caracterizado por níveis
elevados de glicemia no sangue (hiperglicemia), devido à defeitos na secre-
ção ou na ação da insulina (HINKLE; CHEEVER, 2015).

PROFISSIONAL ATENDENDO UM PACIENTE COM DIABETES.

Fonte: ©jcomp, Freepik (2023).

#pratodosverem: um profissional dando as mãos para o paciente e sobre a mesa uma


prancheta para anotações e um glicosímetro.

As classificações mais comuns do diabetes são: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2,


diabetes gestacional. Inclui-se também o pré-diabetes, que pode ser dividido
em: comprometimento da tolerância à glicose (CTG) ou comprometimento
da glicose em jejum (CGJ), que predeterminam uma condição clínica (HINK-
LE; CHEEVER, 2015).

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Dentre as complicações dessa doença, destacam-se as que estão associadas


ao desequilíbrio glicêmico de curto prazo: hipoglicemia, cetoacidose diabéti-
ca (CAD) e síndrome da hiperosmolaridade hiperglicêmica (SHH). Diante do
quadro clínico de hiperglicemia, esta poderá promover complicações nos mi-
crocapilares venosos/arteriais, ocasionando lesões oculares e renais, além de
neuropatias periféricas clínicas (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Outra complicação relacionada com o DM é o aumento da incidência de do-
enças vasculares, como a doença arterial coronariana (DAC), acidente vascular
encefálico (AVE) e doença vascular periférica clínica (HINKLE; CHEEVER, 2015).
No que tange ao perfil étnico-racial, observa-se a prevalência do DM em ido-
sos, grupos de vulnerabilidade, como as minorias, afrodescendentes, ame-
ricanos e hispânicos, que podem ser mais afetados clinicamente (HINKLE;
CHEEVER, 2015).

PROFISSIONAL SEGURANDO AS MÃOS DE UM IDOSO.

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: imagem de um profissional segurando as mãos de um idoso

Compreendendo a fisiologia, denota-se que a insulina é um hormônio pro-


duzido no próprio corpo humano e excretado pelas células beta do pâncreas,
que facilitam a passagem da glicose para os órgãos, tecidos e, principalmen-
te, o tecido adiposo.

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No tecido adiposo, esse hormônio tem função anabólica, que permite a me-
tabolização da molécula de glicose para que seja transformada em energia. A
glicose será armazenada no fígado após a transformação e se chamará glico-
gênio. Dessa maneira, aumentarão os lipídios nutricionais e haverá um trans-
porte acelerado para dentro das células (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Se um indivíduo se mantiver em jejum, o pâncreas libera pequenas quanti-
dades de insulina, que se ligam ao hormônio pancreático denominado glu-
cagon, estimulando o fígado a liberar a glicose que se mantém armazenada.
Esse processo mantém a glicemia em parâmetros constantes (HINKLE; CHE-
EVER, 2015).

PRATO DE ALIMENTAÇÃO VAZIO (JEJUM).

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: prato vazio e talheres segurados por mãos, representando um jejum.

Já o distúrbio CAD poderá ocorrer frequentemente em indivíduos com o


diabetes tipo 1, pela deficiência nos níveis de insulina, ocasionando a degra-
dação da gordura em ácidos graxos livres e glicerol. Assim, os ácidos graxos
são transformados em corpos cetônicos pelo fígado, gerando a acidose me-
tabólica, que é caracterizada por: hiperglicemia, cetose e acidose metabólica
(HINKLE; CHEEVER, 2015).

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A maneira de prevenir esse agravo é a manutenção de cuidados à saúde de


qualidade antes que a doença se instale ou de modo a prevenir a doença ou
reduzir os possíveis danos causados. A primeira entende-se como prevenção
primária e a segunda como prevenção secundária e, por fim, a prevenção ter-
ciária (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Na realização da prevenção primária, a intencionalidade é a de reduzir a in-
cidência do diabetes na população. De modo geral, poderá ser aplicada em
toda a população e não somente naquelas pessoas que têm risco de desen-
volvimento (HINKLE; CHEEVER, 2015).

COMUNICAÇÃO NA POPULAÇÃO).

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: um balão de fala preenchido pela diversidade de pessoas.

Percebe-se que atualmente a prevenção do diabetes tipo 1 é desconhecida


e não há indícios que sustentem a prevenção para esse grupo específico. No
entanto, algumas evidências apontam para a amamentação exclusiva até os
três meses de vida, que pode reduzir a probabilidade do desenvolvimento
(SBD, 2020).
Sobre as hipóteses para o acometimento para o diabetes tipo 1, as células B
pancreáticas apresentam falhas, podendo ter associação com o estresse psi-

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cológico e o consumo de alimentos com glúten precocemente (SBD, 2020).


E as hipóteses para o desenvolvimento do diabetes 2 partem do ambiente ex-
terno, desde a fase intrauterina até a fase da infância. Por exemplo, ao nascer,
o neonato de baixo peso pode apresentar níveis elevados de pró-insulina no
sangue e esse é um indicativo da probabilidade de desenvolver diabetes tipo
2 (SBD, 2020).

VIDA UTERINA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de um bebê no útero.

Dentre as evidências, destaca-se que nos estudos de aplicação na população


as mudanças levam tempo para serem observadas. Por esse motivo, muitas
descobertas ainda são incipientes (SBD, 2020).
Nos últimos anos, têm-se observado a crescente vertente de mecanismos
para o desenvolvimento do diabetes, tais como: mecanismos genéticos, am-
bientais e até mesmo imunológicos, que podem predeterminar a doença,
evolução e possíveis complicações. Enfatiza-se que, alguns indivíduos pode-
rão apresentar as complicações antes ou após a hiperglicemia, confirmando
a heterogeneidade do diabetes (SBD, 2020).

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2.2.2 CLASSIFICAÇÕES E MANIFESTAÇÕES


CLÍNICAS
No que tange à prevalência dos subtipos de diabetes, o DM tipo 1 corresponde
a 88 mil brasileiros e no ranking dos países o Brasil ocupa a terceira posição.
Essa prevalência é crescente, no entanto representa apenas 5-10% dos casos
totais de diabetes (SBD, 2020).
O DM tipo 1 acomete com mais frequência crianças e adolescentes, e algu-
mas vezes, adultos jovens, e pode ser dividido entre DM 1A e DM 1B.

ADULTO JOVEM

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de quatro adultos jovens.

DM 1A é o tipo mais prevalente de DM1. Confirma-se pela presença de auto-


anticorpos, que pode ser associada ao antígeno leucocitário humano (human
leukocyte antigen, HLA) DR3 e DR4, isto é, tem relação com os fatores genéti-
cos e ambientais e desencadeia uma resposta autoimune (SBD, 2020).
Entende-se como fator ambiental as infecções, dieta consumida e microbio-
ta intestinal. E dentre a autoimunidade destaca-se a presença de: anti-ilhota
autoanticorpo e anticorpo antitirosina-fosfatase IA-2 e IA-2B; e anticorpo an-

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titransportador de zinco, que poderão atuar promovendo quadros de hiper-


glicemia por longos períodos (meses ou anos) antes do desenvolvimento da
doença (SBD, 2020).

SISTEMA IMUNOLÓGICO COMBATENDO CÉLULAS

Fonte: ©starline, Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de um escudo protegendo contra células.

• Anti-ilhota anticorpo

Utilizada na predição do início de diabetes mellitus insulino-


dependente em filhos de diabéticos.

• Antitirosina fosfatase

Pesquisa de anticorpos contra a proteína da família da fosfatase


tirosina.

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• Anticorpo antitransportador de zinco

Pesquisa se há presença de autoimunidade para o diabetes tipo 1.

Quando a DM1 está instalada, no estágio inicial, observa-se cetoacidose dia-


bética na maioria dos casos. Pode ainda haver uma variação no biotipo físico,
isto é, alguns indivíduos apresentam o peso normal ou até mesmo sobrepe-
so ou obesidade, sendo que na maioria dos casos apresentam peso normal
(SBD, 2020).

CORPO MAGRO

Fonte: ©wayhomestudio, Freepik (2023).

#pratodosverem: tronco de mulher com corpo magro.

As evidências não recomendam a prática de dosagem frequente dos autoan-


ticorpos para investigação periódica da autoimunidade, visto que a presença
deles não apresentaria oscilações, mas sim a presença ou não (SBD, 2020).
Já a DM 1B representa os casos de DM1, nos quais não foram detectados auto-
anticorpos, representando dificuldade em se obter o diagnóstico, bem como
confusão para se determinar a classificação. Por outro lado, apresentam a ne-
cessidade de introdução precoce da insulinoterapia (SBD, 2020).
Tanto para a DM 1A quanto para a DM1B mantêm-se os riscos para o desenvol-
vimento das complicações do diabetes (SBD, 2020). Em contrapartida, o DM

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tipo 2 corresponde majoritariamente ao maior quantitativo de casos (90-95%)


de origem multifatorial, englobando fatores genéticos e ambientais. Por ve-
zes, esse agravo acomete as pessoas na faixa etária dos 40 anos e em alguns
países pode atingir a fase infantil (SBD, 2020).
Evidências científicas apontam a forte herança familiar que, consequente-
mente, acaba favorecendo os fatores ambientais passados entre as gerações.
São eles: padrão de alimentação, estilo de vida, prática irregular de exercícios
físicos, sobrepeso e obesidade infantil (SBD, 2020).

GERAÇÕES

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração mostrando a linha do tempo das gerações; de idosos até


crianças.

A condição clínica de hiperglicemia, juntamente com a hiperglucagonomia,


pode apresentar períodos prolongados, bem como a resistência nos tecidos
periféricos, que os tornam insensíveis à insulina. Além de haver um aumento
da produção de glicose no fígado, lipólise, ácidos graxos circulantes e reabsor-
ção renal da glicose infantil (SBD, 2020).
Diferentemente da DM1, na maioria dos casos o indivíduo vai apresentar so-
brepeso/obesidade e outras características da síndrome metabólica, de forma
silenciosa ou com a presença de vários sintomas, por período estendido, sen-
do necessária a monitorização de exames laboratoriais rotineiros para detec-
ção de complicações. A realização de exames laboratoriais confirma o caso de
DM2 (SBD, 2020).
Esses indivíduos poderão apresentar sintomas de hiperglicemia, tais como:
poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal de peso. Não se observa com
frequência a cetoacidose diabética ao longo do tempo, sendo apenas uma
manifestação inicial (SBD, 2020).

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SINTOMAS DE HIPERGLICEMIA

HIPERGLICEMIA

Poliúria Polidipsia Polifagia Perda de peso

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando os quatro sinais de hiperglicemia, que são


poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso.

• Poliúria

Aumento na quantidade da urina a cada micção.

• Polifagia

Fome excessiva ou apetite excessivo.

• Polidipsia

Sede excessiva.

A DM gestacional representa uma condição temporária diante da gravidez.


A placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas placentárias que
metabolizam a insulina, havendo um mecanismo compensatório da produ-
ção de insulina e gerando uma resistência a ela (SBD, 2020).

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BEBÊ EM VIDA UTERINA ENVOLTO PELA PLACENTA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de bebê em vida uterina envolto pela placenta.

Exemplificando, poderá ocorrer uma intolerância aos carboidratos, sendo


uma condição instalada somente após a gravidez. Essa condição promove
riscos à vida de mãe e do bebê com prevalente diagnóstico a partir dos seis
meses de gestação, podendo se estender até mesmo após o parto e predizer
a DM2 como condição crônica de saúde (SBD, 2020).

2.2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O


PACIENTE COM DIABETES
O cuidado de enfermagem para o paciente com diabetes, deverá englobar
o planejamento de cuidados para o tratamento das possibilidades de distúr-
bios fisiológicos principalmente quando o diagnóstico for recente (HINKLE;
CHEEVER, 2015).

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ENFERMEIRA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: imagem de uma enfermeira.

Alerta-se para a procura espontânea do paciente aos serviços de saúde na


apresentação das manifestações clínicas em busca de respostas que poderão
sugerir o diabetes (HINKLE; CHEEVER, 2015).
A atuação do enfermeiro deverá se basear no autocuidado do paciente e de-
verá deter conhecimento e habilidades necessárias devido à cronicidade da
doença e longo período de tratamento para evitar possíveis complicações.
Diante disso, é de suma importância que o enfermeiro eduque o paciente
para que ele tenha uma base consistente para o autocuidado eficaz (HINKLE;
CHEEVER, 2015).
No âmbito hospitalar, a hiperglicemia é uma manifestação clínica da DM que
poderá ser intensificada no período de hospitalização, diminuindo a imunida-
de e favorecendo o aparecimento de infecções e, consequentemente, estatís-
ticas para a mortalidade (HINKLE; CHEEVER, 2015). Desse modo, o enfermeiro
deverá ter o olhar vigilante para a monitorização da glicemia em todos os
pacientes internados.

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ENFERMEIRA ATENDENDO O PACIENTE NO HOSPITAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: enfermeira atendendo a um paciente no leito hospitalar.

Recomendam-se os seguintes princípios:

• O alvo da glicemia é de 140 a 180 mg/dℓ.


• A insulina (SC ou IV) é preferida aos agentes antidiabéticos orais para
controlar a hiperglicemia .
• Os protocolos de insulina ou a lista de prescrições devem minimizar a
complexidade, assegurar um treinamento adequado da equipe, incluir o
tratamento padronizado da hipoglicemia e tornar as diretrizes disponíveis
para as metas de glicemia e a dose de insulina.
• O momento apropriado para as verificações do nível de glicemia, refeições e
dose de insulina é de importância crucial para controlar a glicose e evitar a
hipoglicemia (HINKLE; CHEEVER, 2015 p. 400).

Tanto na atenção primária à saúde quanto no ambiente hospitalar deverão


ser estimulados comportamentos saudáveis e enfatizada a importância des-
sa manutenção para o autocuidado (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Por esse motivo, manter a flexibilidade nas orientações, isto é, dentro do que
é permitido para o autocuidado, para que o paciente tenha a autonomia de
decidir de acordo com a própria preferência e considerar que uma orientação
que funcionou para uma pessoa não necessariamente funcionará para o pa-
ciente atual (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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De modo a ilustrar as orientações, poderá utilizar imagens, livretos, vídeos e


exemplos que fazem parte da vida diária e do contexto em que o paciente
está inserido para que ele se observe nessa realidade. Esses folhetos deverão
ser intencionais, com linguagem apropriada para cada público, com letras
de fácil visualização e conteúdo no nível da leitura de cada pessoa (HINKLE;
CHEEVER, 2015).

LIVRO COM IDEIAS E CONHECIMENTO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: uma lâmpada representando ideias sobre um livro, disseminando


conhecimento.

• Livreto

Pequeno livro, com capa de papel e acabamento em grampos,


utilizados para educar em saúde.

• Ilustração

Imagem que passa uma mensagem, que pretende informar, explicar


ou auxiliar no entendimento de algo.

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• Folhetos

Objetos impressos cuja finalidade é dar informação ao público.

O profissional poderá fornecer uma escuta qualificada, permitindo que o pa-


ciente e a família explanem as principais dúvidas, preocupações e ideias errô-
neas sobre a DM. Dessa maneira, permitirá um espaço para exteriorizarem os
sentimentos, bem como também identificar as lacunas no déficit do conhe-
cimento e intervir de forma assertiva (HINKLE; CHEEVER, 2015).
A avaliação da situação socioeconômica é um elemento imprescindível, pois
poderá intervir na realização do tratamento e no plano de cuidados. Por
exemplo: nível de escolaridade, renda familiar, plano de saúde, rede de apoio,
ocupação e doenças preexistentes) (HINKLE; CHEEVER, 2015).

TEMPO DE ESTUDO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: dois livros e um relógio, indicando tempo de estudo.

É importante avaliar a situação social do paciente à procura de fatores que


possam influenciar o tratamento do diabetes e o plano de orientação. Por
exemplo, baixo nível de instrução, recursos financeiros limitados ou falta de
plano de seguro de saúde, apoio familiar ou não, agenda diária, déficits neu-
rológicos (HINKLE; CHEEVER, 2015; HINKLE, 2022).

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Incentive o paciente a continuar o aprendizado, realizando sucessivas aproxi-


mações no cuidado e atualizações nas evidências científicas disponíveis, bem
como a integração em atividades grupais dos serviços de saúde e manuseio de
sites de recomendações para o paciente diabético (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Em relação àqueles que fazem insulinoterapia, o enfermeiro poderá instruir
o paciente a ter frascos reservas dos tipos de insulina para serem utilizados
em casos de emergência ou de feriados e viagens, para que não falte no pla-
nejamento (HINKLE; CHEEVER, 2015). Observar atentamente o conteúdo do
frasco, pois a insulina poderá se manter turva com o passar do tempo e ele
terá que manuseá-la rolando de um lado para o outro, cuidadosamente, na
palma da mão, para que o conteúdo (líquido) seja misturado (HINKLE; CHEE-
VER, 2015).
Em casos de déficit cognitivo, o enfermeiro poderá treinar o responsável fami-
liar nos cuidados com a insulina e, principalmente, a técnica correta, compreen-
são do glicosímetro e parâmetros da glicemia capilar (HINKLE; CHEEVER, 2015).

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O DIABETES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O DIABETES

Cuidados com Utilização do


a insulina glicosímetro
Paciente
ou
familiar
Interpretação
Técnica de
dos valores
aplicação
da glicemia

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando as bases da educação em saúde para o paciente


com diabetes. Deverá haver orientação para o paciente ou familiar a respeito dos cuidados
com insulina, técnica de aplicação, utilização do glicosímetro e interpretação dos valores
da glicemia.

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Como um feedback do aprendizado, é interessante que todas as informações


de educação em saúde destinadas ao paciente e ao familiar sejam repetidas.
O enfermeiro poderá solicitar que eles demonstrem a técnica de preparo, ar-
mazenamento, aplicação e interpretação da glicemia, para que seja observa-
do e identificadas as possíveis falhas a cada consulta, com vistas à aprendiza-
gem progressiva e significativa (HINKLE; CHEEVER, 2015; HINKLE, 2022).

CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: construção da aprendizagem por meio de diversas ideias.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou compreender os princípios básicos da hipertensão


arterial sistêmica e compreender os princípios básicos do diabetes mellitus,
além de conhecer os cuidados de enfermagem para esses agravos.
Em ambos os agravos, fica evidente e atuação do enfermeiro na prevenção
primária, isto é, antes mesmo que as doenças crônicas diabetes e hipertensão
se instalem. Além disso, quando o paciente tem a doença instalada, é possível
planejar os cuidados para a prevenção das complicações.
Tanto a hipertensão quanto o diabetes se assemelham nos fatores de risco
para o desenvolvimento: sobrepeso/obesidade, inatividade física, estilo de
vida inadequado e hereditariedade. Compreende-se que o enfermeiro pode-
rá agir de modo a reconhecer e intervir nos fatores de risco.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. AMARAL-MOREIRA M., B.; MOURA-LANZA, F.; NOGUEIRA-CORTEZ, D. Efetividade da consulta


de enfermagem na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Revista de Salud
Pública, v. 21, p. 324-32, 2023... LINK.

2. BACURY, C. de L. et al. Avaliação da aplicabilidade do Programa Hiperdia, na perspectiva dos


profissionais de saúde e usuários. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem, v. 23, n. 1, 2023.. LINK.

3. SILVA, D. R. G. da et al. Impacto do autocuidado no controle glicêmico de portadores de Dia-


betes Mellitus: revisão integrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n. 1, p. 3452-66, 2023..
LINK.

4. PROCÓPIO, F. de O. et al. Diabetes tipo 2 e transplante renal: estudo comparativo sobre adesão
medicamentosa. Acta Paulista de Enfermagem, v. 36, 2023.. LINK.

5. TAKEDA, C. H. et al. O Guia Diabetes Mellitus Tipo 2: experiência de produção tecnológica. Re-
vista Saber Digital, v. 16, n. 1, 2023. LINK.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender os princípios


básicos das principais
doenças cardiovasculares
e conhecer os cuidados de
enfermagem.
> Conhecer os cuidados
de enfermagem para
as principais doenças
respiratórias.

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3. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 2

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade fará uma reflexão sobre as doenças e agravos crônicos à saúde
do adulto no âmbito das principais doenças cardiovasculares e doenças respi-
ratórias. Também refletiremos sobre os cuidados de enfermagem direciona-
dos para os sistemas cardiovascular e respiratório.
As doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de morte no
país e no mundo, partindo do pressuposto do estilo de vida do adulto que
tem sofrido mudanças ao longo dos anos e refletindo em doenças crônicas
que o acompanharão na fase adulta.
Já as doenças respiratórias também constituem um agravo com grande re-
presentatividade na mortalidade do adulto. No entanto, algumas poderão ser
evitadas ou minimizadas com base na atuação de um bom profissional.
Dessa forma, o papel do enfermeiro se apoiará no aporte sólido e teórico para
a identificação das patologias e isso refletirá na qualidade da assistência pres-
tada à saúde do adulto.

3.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES


Atualmente, as doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis pela morte
de 17 milhões de pessoas no mundo, representando 45% do total de mortes.
Já no Brasil esse quantitativo também é expressivo, resultando em 30% das
causas de morte no país, conforme relatório da Sociedade Brasileira de Car-
diologia, 2022.

3.1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SÍNDROME


CORONARIANA AGUDA E INFARTO AGUDO
DO MIOCÁRDIO
A síndrome coronariana aguda (SCA) é uma patologia que requer atendimen-
to de emergência. Ela resulta da isquemia miocárdica, isto é, quando há mor-

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te de uma ou mais regiões do músculo cardíaco. Por esse, motivo é necessária


intervenção imediata (HINKLE; CHEEVER, 2015).

CUIDADOS COM O CORAÇÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: representação de um coração nas mãos de um paciente entregando para


um profissional, que recebe com um estetoscópio para o auscultar.

Conheça os cinco passos para a intervenção na


síndrome coronariana aguda (SCA) e como ocorre
a lesão no miocárdio. Assista ao vídeo aqui.

Quando nos referimos à SCA, segundo Hinkle e Cheever (2015) ela engloba:

1. angina instável;
2. infarto agudo do miocárdio (IAM) sem supra “T”; e
3. IAM com supra “T”.

Compreendendo a fisiopatologia, durante a angina instável pode haver uma


redução do fluxo sanguíneo para as áreas do coração, geralmente ocorrida

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por uma ruptura de placa aterosclerótica, sendo levado pela artéria coronária
(HINKLE; CHEEVER, 2015).

Angina instável: dor torácica nova ou pior,


ou dor torácica que ocorre em repouso.
IAM sem supra “T”: dor torácica aguda sem
supradesnivelamento persistente do segmento
“ST” no eletrocardiograma, sugerindo isquemia
miocárdica.
IAM com supra “T”: estado mais grave, decorrente
da SCA com supradesnivelamento persistente de
“ST” no eletrocardiograma, sugerindo isquemia
miocárdia.
Placa aterosclerótica: acúmulo de placas
gordurosas obstruindo o lúmen da artéria.

ANGINA INSTÁVEL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: imagem em preto e branco de homem segurando a região do


mediastino, levemente à esquerda. Essa região está sendo indicada pela coloração
vermelha, indicando dor na região.

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Em decorrência da lesão no miocárdio um coágulo começa a ser gerado no


local, obstruindo parcialmente o lúmen da artéria. Esse processo causa dor
aguda na região do mediastino e outros sintomas. A angina poderá prece-
der um infarto se não houver intervenções em momento oportuno (HINKLE;
CHEEVER, 2015).
Na sequência, o IAM instalado poderá romper essa placa que ainda não obs-
truiu totalmente o lúmen. Esse fragmento e a formação do coágulo se jun-
tam resultando em um trombo, que consiste em uma partícula estranha para
o corpo humano, que obstruirá completamente o lúmen arterial impedindo
o fluxo sanguíneo e consequentemente, a oxigenação para todas as áreas do
miocárdio (HINKLE; CHEEVER, 2015).

OBSTRUÇÃO ARTERIAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: lúmen arterial obstruído por placa de gordura. Há uma indicação de que
essa artéria faz parte do suprimento do coração.

Desse modo, a área que sofrerá isquemia poderá ser reflexo da inefetividade
desse processo em poucos minutos ou até mesmo em horas, sendo necessá-
ria a intervenção de tratamento imediato (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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Sendo assim, a decorrência do IAM poderá ser definida pela região afetada,
como parede anterior, inferior, posterior ou lateral. Ou até mesmo pelo perío-
do em que ocorreu: agudo, em evolução ou tardio (HINKLE; CHEEVER, 2015).

Os profissionais da saúde utilizam comumente


a expressão “Tempo é músculo”, que se refere ao
atendimento imediato para o paciente com IAM e
as decorrências da lesão. Saiba mais de uma série
denominada “Tempo é Músculo”. Clique aqui.

FORMAÇÃO DE TROMBOS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração dos quatro estágios de formação do trombo ao lado do


coração. No primeiro, o lúmen arterial sem obstrução; na sequência, o lúmen obstruído
gradativamente; por fim, a obstrução total na formação do trombo, composto de placa de
gorduras e coágulos sanguíneos.

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3.1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO INFARTO


AGUDO DO MIOCÁRDIO
O infarto agudo do miocárdio pode ser caracterizado pela lesão de isquemia
em uma ou mais regiões do músculo cardíaco em decorrência da falta ou
suprimento insuficiente de oxigenação sanguínea (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Por vezes, os achados referentes aos sinais e sintomas que indicariam o IAM
não podem ser diferenciados da angina instável, dessa forma, eles propiciam
a evolução da SCA (HINKLE; CHEEVER, 2015).
Entre as manifestações, a mais comum se destaca pela dor torácica aguda.
Ela poderá surgir repentinamente e persiste mesmo que o indivíduo esteja
em repouso e que já tenha sido realizada analgesia medicamentosa (HINKLE;
CHEEVER, 2015).
De modo geral, os indivíduos poderão apresentar os mais variados sintomas.
A maioria já tinha diagnóstico prévio de doença arterial coronariana (DAC) e,
com esse diagnóstico, não apresentaram sintomas específicos (HINKLE; CHE-
EVER, 2015).

Conheça a formação da doença arterial crônica pela


ótica de uma profissional da saúde aqui.

Entre os principais sinais e sintomas decorrentes do IAM, Hinckle (2022) elenca:

• dor torácica;
• falta de ar;
• indigestão;
• náuseas;
• ansiedade;
• pele fria;
• pele pálida;
• pele úmida; e
• frequência cardíaca e frequência respiratória mais rápidas do que o normal.

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DOR NO ESTÔMAGO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de mulher sentada segurando a região abdominal superior,


com dor no estômago.

Conheça as funções do sistema nervoso simpático


e quais manifestações clínicas podemos observar
no indivíduo. Clique aqui.

No atendimento inicial na suspeição de IAM deverá ser ofertado oxigênio su-


plementar, ácido acetilsalicílico, nitroglicerina, morfina, clopidogrel e hepari-
na. Lembrando que essa terapia deverá ser administrada segundo prescrição
médica (HINKLE, 2022). Associamos a esse atendimento ao método mnemô-
nico: MONABCH, que corresponde à oferta de: morfina, oxigênio, nitrogliceri-
na, AAS, β-bloqueadores, clopidogrel e heparina.

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MOLÉCULA DA MORFINA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: molécula química da morfina.

Nesses casos de redução da demanda de oxigênio para o miocárdio, a inten-


ção é de favorecer a demanda de oxigênio por meio do oxigênio suplementar,
utilizar medicamentos e mantendo repouso no leito para reabilitação. Assim
como os medicamentos trombolíticos têm como objetivo minimizar a forma-
ção de trombos, que agravariam ainda mais o quadro clínico (HINKLE, 2022).

ADMINISTRAÇÃO DE OXIGENOTERAPIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: enfermeira colocando uma máscara de oxigenoterapia em paciente no


leito hospitalar.

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Outra alternativa é a realização da revascularização do miocárdio, um proce-


dimento cirúrgico que permite o tratamento das áreas afetadas de longa ex-
tensão quando a capacidade da artéria tem pouca perfusão (HINKLE, 2022).

Com os avanços tecnológicos na saúde, há a


possibilidade de a revascularização do miocárdio
ser minimamente invasiva (MIDCABG - Minimally
Invasive Direct Coronary Artery Bypass). Sendo
assim, é realizado um acesso via minitoracotomia,
em que o cirurgião poderá realizar a intervenção
por esse meio (HINKLE, 2022).

Por fim, quando o quadro do indivíduo estiver estabilizado, isto é, quando


houver o controle dos sinais e sintomas, é necessário realizar um programa
de reabilitação cardíaca pós-IAM, com vistas à perfusão eficaz e inclusão no
programa de autocuidado (HINKLE, 2022).

3.1.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS


DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Os cuidados de enfermagem se iniciam na anamnese (entrevista) para me-
lhor compreensão das manifestações clínicas. O enfermeiro deverá obter os
dados sobre o estado atual do cliente para o acompanhamento da evolução
das doenças cardiovasculares (HINKLE, 2022).
É importante direcionar a entrevista para o registro de: dor ou desconforto
torácico, dispneia, palpitações no peito, falta de ar nos pequenos esforços, his-
tórico de desmaio e outros achados que indicariam isquemia cardíaca.

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ANOTAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional registrando informações em uma agenda.

O exame físico como método propedêutico também para a coleta de infor-


mações deverá ser focado no coração, porém de modo cefalopodal, visto que
as alterações podem ser sistêmicas. De modo geral, segundo Hinkle (2022),
podemos observar:

• Nível de consciência.
• Avaliação da dor torácica (dor localizada ou irradiada?).
• Frequência e ritmo cardíaco.
• Há presença de arritmia durante a palpação e ausculta cardíaca?
• Avaliação das bulhas cardíacas.
• Aferição da pressão arterial.
• Avaliação e comparação dos pulsos periféricos bilateralmente.
• Aspecto da pele (cor, temperatura e umidade).
• Ausculta pulmonar buscando por estertores.
• Avaliação da motilidade intestinal.
• Avaliar o débito urinário.
• Verificar a presença de edema em membros inferiores.

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• Nível de consciência – Orientado

Apresenta orientação em tempo e espaço.

• Nível de consciência – Desorientado

Não apresenta a consciência de lugar, tempo e espaço.

• Nível de consciência – Confusão mental

Apresenta alteração da atenção, consciência e cognição.

Como conduta a ser realizada, a enfermagem deverá manter o cliente com,


no mínimo, dois acessos venosos para utilizar a infusão de drogas vasoativas,
em caso de piora do quadro (HINKLE, 2022).

PUNÇÃO PARA ACESSO VENOSO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional realizando punção venosa em membro superior.

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Nesse âmbito, espera-se que o atendimento de enfermagem promova alívio


da dor aguda e das manifestações clínicas, prevenção de maiores lesões no
músculo cardíaco, manutenção da oxigenação por meio da suplementação,
melhora na perfusão, redução da ansiedade, adesão e envolvimento no auto-
cuidado e atenção às complicações decorrentes dos agravos cardiovasculares
(HINKLE, 2022).
Contudo, espera-se que o planejamento dos cuidados de enfermagem pro-
mova o alívio do quadro de angina, boa atividade cardíaca e respiratória, re-
estabelecimento da perfusão, diminuição da ansiedade, participação de gru-
pos de autocuidado para o adulto saudável e que não ocorram complicações
(HINKLE, 2022).

3.2 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS


As doenças respiratórias estão presentes em todos os níveis assistenciais de
atuação do enfermeiro. Algumas delas podem ser consideradas crônicas,
sendo mais comum a doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e rinite. No
entanto, é necessária a identificação precoce dos fatores de risco para evitar
complicações que poderão ser fatais.

3.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOENÇA


PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é resultante da limitação do
fluxo de ar de maneira persistente e progressiva, o qual pode ser reversível
parcialmente devido à resposta inflamatória do pulmão a partículas ou gases
nocivos (HINKLE, 2022).

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CUIDADOS COM O PULMÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: duas mãos segurando o desenho de papel de um pulmão. Ao redor, há


um estetoscópio.

Esses gases nocivos podem ter origem no ambiente de trabalho do indivíduo


ou ambiente domiciliar. Os indivíduos que trabalham com carvão, algodão
ou grãos podem estar expostos a esses gases nocivos à saúde. Considera-se
também o ambiente domiciliar, que pode conter esses gases por meio da
fumaça emitida pelo fogão à lenha que, por sucessivas aproximações, poderá
constituir um agravo (HINKLE, 2022).
Além disso, considera-se a utilização de substâncias como tabaco e outras
drogas, que podem alterar a permeabilidade das vias aéreas, ocasionando
também uma resposta inflamatória (HINKLE, 2022).
Esses fatores de risco elencados contribuem progressivamente para o desen-
volvimento da DPOC, que poderá se cronificar e perdurar por, aproximada-
mente, 20-30 anos, sendo necessário refletir e identificar os fatores de risco no
qual o indivíduo foi exposto há anos (HINKLE, 2022).

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EXAME DE IMAGEM DO PULMÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional de saúde observando um raio X de um pulmão.

Diante desse quadro, as complicações da DPOC podem resultar na falência


respiratória, pneumonia, atelectasia ou até mesmo pneumotórax, que são
condições agudas e apresentam risco de morte. Nos Estados Unidos, esse
agravo representa a quarta causa de morte, o que gera preocupação (HINK-
LE, 2022).
A DPOC pode se dividir em bronquite ou enfisema, que são encontrados fre-
quentemente na população. Na bronquite, pode haver a obstrução das vias
aéreas pelo acúmulo de secreção nos brônquios e o enfisema diminui a capa-
cidade de retração do pulmão (HINKLE, 2022).
Diante desses quadros instalados acrescentam-se também outras complica-
ções, como diminuição da ventilação e, consequentemente, perfusão aérea
(HINKLE, 2022).

• Ventilação

Representa o processo de entrada e saída de ar dos pulmões.

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• Perfusão aérea

Processo de bombeamento de sangue para os pulmões.

• Permeabilidade aérea

Passagem de ar nos pulmões.

Em ambos os agravos, destacam-se os fatores de riscos provenientes do am-


biente, que resultam em fatores determinantes e condicionantes de saúde:
tabagismo, poeiras, substâncias químicas e poluição do ar. Quando observa-
mos a ausência desses fatores ambientais, sugere-se a pesquisa pela intera-
ção entre gene e ambiente: deficiência de alfa1-antitripsina (HINKLE, 2022).

TABAGISMO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher acendendo um cigarro.

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A deficiência da proteína Alfa1-antitripsina foi


registrada pela primeira no ano de 1963 como um
fator hereditário responsável por afetar 1-3% dos
acometidos. No entanto, há uma dificuldade na
determinação dessa deficiência, resultando em um
diagnóstico tardio. Ainda assim, essa deficiência
poderá causar um enfisema precoce.

3.2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ASMA E DA RINITE


A asma é uma doença inflamatória e crônica, que acomete as vias aéreas in-
feriores, com reação de hipersensibilidade e fluxo de ar variável de origem
multifatorial influenciado pelos fatores ambientais externos e internos, como
a hereditariedade. Observa-se a variedade de células que sinalizam o proces-
so inflamatório atuando na via aérea (BRASIL, 2010).
Caracteriza-se por um quadro clínico crônico, que pode apresentar um qua-
dro agudo, também conhecido como mal asmático. Tem início rápido e per-
sistente e comumente demora para dar resposta ao tratamento. Há episódios
ou crises asmáticas que podem evoluir para asfixia (HINKLE; CHEEVER, 2015).

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ASFIXIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher com semblante de asfixia, com reflexo de tosse e segurando a


garganta.

As bases do tratamento estão alicerçadas em três eixos, conforme a figura a


seguir:

EIXOS DO TRATAMENTO DA ASMA

Tratamento da asma

Ação Cuidados Tratamento


educativa ambientais farmacológico

Fonte: elaborada pela autora (2023).

#pratodosverem: figura ilustrativa dos eixos do tratamento da asma: ação educativa,


cuidados ambientais e tratamento farmacológico.

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A primeira base, a ação educativa, tem como finalidade a educação para o


autocuidado do cliente, familiar e para a equipe de saúde, que deve deter
conhecimentos para identificar, principalmente, o quadro agudo. Educa-se
sobre o tratamento, os efeitos colaterais dos medicamentos, os nebulizadores
e dispositivos, a prevenção dos sintomas que precedem a crise e o reconhe-
cimento dos sinais que agravam o caso, além do monitoramento das crises.
Recomenda-se a realização de atividade física para melhora da disposição e
qualidade de vida (BRASIL, 2010).

NEBULIZAÇÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: homem realizando nebulização.

A segunda base, que são os cuidados ambientais, consiste em encorajar o


indivíduo a parar de fumar, caso ele seja fumante, ou ainda, orientar o familiar
fumante realize esse ato fora de casa. Manter a cama com capa impermeável,
evitar objetos que acumulam poeira, lavar roupas com água quente ou expor
no sol, e no ambiente interno da casa evitar a presença de animais que pos-
sam soltar pelos. Sabe-se que todas essas medidas podem mudar o quadro,
no entanto, evidências científicas sugerem que o fumante ativo ou passivo
tem alta associação com a asma (BRASIL, 2010).

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A rinite é uma inflamação aguda ou crônica que pode ter origem infecciosa
ou alérgica e ocasiona uma irritação na mucosa nasal, isto é, a ocorrência é de-
terminada pela exposição ao agente irritante ao qual o organismo emite uma
resposta inflamatória medida pela imunoglobulina E (IgE) (BRASIL, 2010).
O diagnóstico poderá ser realizado de acordo com a sintomatologia. Já o tra-
tamento de manutenção é baseado em três eixos:

EIXOS DO TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO DA RINITE

Tratamento de manutenção da rinite

Abordagem Tratamento não Tratamento


educacional farmacológico farmacológico

Fonte: elaborada pela autora (2023).

#pratodosverem: figura ilustrativa dos eixos do tratamento de manutenção da rinite:


abordagem educacional, tratamento não farmacológico e tratamento farmacológico.

3.2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS


DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Os cuidados de enfermagem para os indivíduos com doenças respiratórias
são baseados no acompanhamento clínico e minimização dos fatores que
podem agravar a situação da saúde (HINKLE, 2022).
Em casos de internação hospitalar, ao realizar o exame físico específico do
sistema respiratório, o enfermeiro deverá se atentar para a ausculta pulmonar
em busca de: sibilos, sons pulmonares diminuídos, dificuldade de respirar e
hipoxemia (HINKLE, 2022).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

AUSCULTA PULMONAR

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde realizando a ausculta pulmonar na face posterior de


um paciente.

Provavelmente, o paciente com doenças respiratórias usará medicamentos


broncodilatadores e corticoides segundo prescrição médica. O cuidado será
baseado no planejamento da assistência para que seja administrado no ho-
rário correto, considerando os efeitos colaterais dos medicamentos (HINKLE,
2022).
Nas ações de enfermagem no âmbito da promoção, prevenção e reabilita-
ção da saúde, o enfermeiro deverá encorajar o cliente a reduzir os irritantes
pulmonares que podem alterar o padrão respiratório e agravar o caso, como
o uso de substâncias nocivas à saúde e tabaco, conforme representado na fi-
gura a seguir. E sempre que houver necessidade de eliminação de secreções,
poderá instrui-lo a tossir (HINKLE, 2022).

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IRRITANTES PULMONARES E AÇÕES DE ENFERMAGEM

Irritantes pulmonares nas ações de enfermagem

Promoção

Não usar: substâncias


Prevenção
nocivas e tabaco

Reabilitação

Fonte: elaborada pela autora (2023).

#pratodosverem: figura ilustrativa dos irritantes pulmonares e ações de enfermagem.

NÃO FUMAR

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: símbolo que representa “não fume”.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

Em alguns casos, a utilização da nebulização com soro fisiológico poderá me-


lhorar o quadro clínico e fluidificar a secreção existente, promovendo melhor
permeabilidade do ar (HINKLE, 2022).
Em casos de intubação endotraqueal e suporte ventilatório mecânico, o en-
fermeiro deverá buscar condições subjacentes, como doenças de base, histó-
ria pregressa de atendimento e histórico familiar (HINKLE, 2022).

INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: realização da intubação endotraqueal por um médico.

Em pacientes intubados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além da moni-


torização constante, deve-se considerar o posicionamento do cliente em leito
hospitalar de modo que a cabeceira se mantenha elevada, evitando a bron-
coaspiração e minimizando o risco de ocorrer pneumonia associada à ventila-
ção mecânica (HINKLE, 2022).
Nesse momento, considere as prioridades do cliente exprimidas pelos ges-
tos e semblante facial, favorecendo o melhor posicionamento, diminuição da
ansiedade e manutenção do repouso. Assim, para reduzir a ansiedade você
poderá conversar próximo ao paciente, fornecer informações sobre a terapêu-
tica e a evolução com reforços positivos (HINKLE, 2022).

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107 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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ANSIEDADE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma jovem envolta por nuvem de pensamentos ruins,


representando ansiedade.

O enfermeiro deverá se atentar para problemas com relação ao respirador


mecânico, que podem causar interrupção da ventilação, por exemplo: obs-
trução do tubo, queda dos níveis de oxigênio, dispneia ou acionamento do
equipamento, o que indica o mau funcionamento.

Você sabia que o ventilador mecânico e o respirador


mecânico têm diferenças estruturais e finalidades
distintas? Acesse o informativo do Instituto
Butantan para saber mais. Clique aqui.

A utilização da sedação conforme prescrição médica poderá apoiar esse pro-


cesso diminuindo o consumo de oxigênio e possibilitando uma melhor venti-
lação, além de reduzir os efeitos da ansiedade que afetam a ventilação (HINK-
LE, 2022).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

PREPARO DE SEDATIVO E MEDICAMENTOS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mãos aspirando sedação ou medicamento com seringa em frasco-


ampola.

Ainda assim, para complementar a sedação, pode ser que sejam utilizados
agentes paralisantes intercalados com a sedação. Recomenda-se tranquilizar
o cliente de que esse efeito é esperado e temporário, explicando a finalidade
de melhorar a ventilação (HINKLE, 2022).

• Sedativos

Promove a sedação e analgesia de curta duração. Exemplos:


etomidato, fentanila, cetamina, propofol e tiopental.

• Paralisantes

Promove o relaxamento e bloqueio neuromuscular. Exemplos:


rocurônio, succinilcolina, atracúrio e cisatracúrio.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

Antecipam-se os cuidados referente à dor e ao conforto, pois espera-se que


o cliente necessite, devido ao desconforto da patologia. Manter os olhos hi-
dratados e protegidos também é um cuidado a ser realizado para todos os
pacientes que necessitam da intubação (HINKLE, 2022).
Atenção especial ao bloqueio neuromuscular, que pode ser uma complicação
da utilização de agentes paralisantes, pois causa desconforto e, pelo fato de
o paciente estar intubado, ele não consegue expressar claramente os senti-
mentos. Nesses casos, administra-se analgesia juntamente com os sedativos
e paralisantes, conforme prescrição médica (HINKLE, 2022).

EXPRESSÃO DOS SENTIMENTOS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração representando vários semblantes faciais expressando as


emoções.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou-se a compreender os princípios básicos das principais


doenças cardiovasculares e respiratórias, além conhecer os cuidados de en-
fermagem para essas doenças e agravos.
O estudo emergiu a partir da fisiopatologia de cada agravo para compreen-
der como a doença se comporta no corpo humano para auxiliar na associa-
ção dos cuidados de enfermagem recomendados.
No cuidado ao paciente adulto para as doenças cardiovasculares e respirató-
rias fica evidente a importância do reconhecimento da patologia com base
no aporte teórico para embasar a prática.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. MAIA, L. F. dos S. et al. Assistência de enfermagem ao adulto com agravos respiratórios. Revista
Recien – Revista Científica de Enfermagem, v. 6, n. 18, p. 85-91, 2016. LINK.

2. OLIVEIRA, L. A. M. et al. Cuidados de enfermagem ao paciente com infarto agudo do miocár-


dio: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, v. 28, n. 3, p.
77-9, 2019. LINK.

3. CUNHA, G. H. da. Diagnósticos de enfermagem segundo a teoria do autocuidado em pacien-


tes com infarto do miocárdio. Aquichan, v. 18, n. 2, p. 222-33, 2018. LINK.

4. MARQUES, G. Á. et al. Tratamentos utilizados por portadores de DPOC no Brasil: Pesquisa


Nacional de Saúde, 2013. Revista de Saúde Pública, v. 56, 2023. LINK.

5. CANELLA, G. A. da C. et al. Estudos de plantas para tratamento da bronquite, asma e covid-19:


uma revisão de literatura. Recima21 Revista Científica Multidisciplinar, v. 4, n. 2, 2023. LINK.

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UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender os principais


cânceres e conhecer
cuidados de enfermagem
ao paciente submetido à
retirada de mama e câncer
colorretal.
> Compreender a doença
renal crônica, terapia renal
substitutiva e conhecer
cuidados de enfermagem ao
paciente renal crônico.

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4. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO


TRANSMISSÍVEIS (DCNT) – PARTE 3

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará uma reflexão sobre os cânceres que mais acometem
a população e a doença renal crônica, bem como o tratamento e os cuidados
de enfermagem para os clientes portadores dessas doenças, que são assuntos
específicos da saúde do adulto.
Durante a prática profissional, independentemente do setor em que o
enfermeiro estiver trabalhando, poderá encontrar um adulto portador de
câncer de mama ou colorretal, ou ainda portador de doença renal crônica.
Diante do cenário de atuação, o enfermeiro deverá estar apto a realizar uma
assistência integral e humanizada. Para tanto, é necessário que ele disponha de
competências e habilidades para que tenha segurança na prática profissional
para a tomada de decisões e planejamento da assistência de enfermagem.
Dessa forma, para o desenvolvimento da competência, partimos do
pressuposto da preparação para o olhar clínico do enfermeiro, que deverá se
basear na fisiopatologia, nas manifestações clínicas, possíveis complicações,
tratamentos e cuidados de enfermagem como uma recomendação da
literatura existente voltada para o exercício profissional. Já a habilidade
será desenvolvida a partir do momento da aplicação dos conhecimentos
aprendidos que qualificarão ainda mais a prática profissional.

4.1 CÂNCERES
Os cânceres mais comuns na população são o câncer de mama e o câncer
colorretal. O câncer de mama poderá ser decorrente da evolução de tumores
biológicos variados, resultando em diversas manifestações clínicas, nos
padrões dos exames laboratoriais e de imagem. A principal preocupação
dessa ocorrência é a evolução dessa doença para as estruturas subjacentes
(INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021).
Já o câncer colorretal assim, denominado segundo a área afetada, poderá ser
no intestino grosso (cólon) ou no reto, representando 50% da contribuição para

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esse agravo. No seu desenvolvimento, observa-se a alteração da manifestação


clínica que pode se iniciar por meio de um pólipo que sofreu erosões ou
pequenos sangramentos (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021).

MULHER COM CÂNCER

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher sorrindo, usando uma bandana na região dos cabelos.

4.1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CÂNCER DE


MAMA
O câncer de mama é uma doença caracterizada pela alteração genética celular
que ao evoluir poderá se tornar palpável no exame físico. Ele pode se dividir
em: ductal, lobular, mucinoso, ductal tubular ou inflamatório e medular, de
acordo com a região que se instala podendo sofrer a metástase (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).
Com frequência, observa-se que o câncer de mama ductal infiltrativo acomete
cerca de 80% das mulheres, isto é, os tumores se originam nos ductos e
perpassam pelas estruturas adjacentes. Já o câncer lobular infiltrativo acomete
uma parcela baixa das mulheres, entre 10-15%, iniciando-se no epitélio lobular
e gerando um espessamento, uma deformidade nas mamas.

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• Câncer de mama ductal infiltrativo

Inicia-se no ducto de armazenamento do leite materno e se expande


para o tecido gorduroso.

• Câncer lobular infiltrativo

Tem início no tecido mamário e glândulas mamárias.

• Metástase do câncer

Quando as células do câncer migram e se instalam em outras regiões


do corpo.

PALPAÇÃO DAS MAMAS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher fazendo palpação das mamas.

Os principais fatores de risco incluem o sexo feminino, idade crescente,


histórico de câncer de mama na família e, principalmente, em mulheres.

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Denota-se que esse risco poderá ser agravado em casos de parentesco de


primeiro grau e mais de um número de casos de câncer de mama na família
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Fatores hormonais e outros são incluídos, como relatado por Brunner e
Suddarth (2015, p. 226):

Os fatores hormonais incluem menarca precoce (antes de 12 anos de idade),


nuliparidade, primeira gestação depois dos 30 anos de idade, menopausa
tardia (depois dos 55 anos de idade) e terapia hormonal (anteriormente
designada como terapia de reposição hormonal), (BRUNNER; SUDDARTH,
2015, p.226)

Em contrapartida, os fatores de proteção dizem respeito aos fatores externos


como, por exemplo: atividade física com intervalos regulares, diminuição
do percentual de gordura, redução do peso, gravidez antes dos 30 anos e
aleitamento materno (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

ATIVIDADE FÍSICA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher se alongando.

Para a melhor identificação dos agravos, o profissional deverá se atentar


para as alterações estruturais e relato verbal do cliente, que consistem em
manifestações como: lesões indolores, fixas, endurecidas de bordas irregulares.

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Chama-se a atenção para a região mais acometida, que é o quadrante superior


externo da mama (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Com relação ao formato, este poderá estar alterado e apresentar discrepância
quando comparado com o lado oposto. Poderá haver secreção no mamilo,
visto que não são todas as mulheres que apresentam um nódulo palpável
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Com o avanço das manifestações, poderá ocorrer depressão na pele e até
mesmo a retração do mamilo, o que resulta em alteração visual facilmente
detectada com base no olhar clínico (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Para complementar os achados clínicos, poderá ser realizado um procedimento
cirúrgico de biópsia e histológico para buscas de células malignas. Exames de
imagem poderão ser solicitados.

EXAME DAS MAMAS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional manuseando um aparelho para exame diagnóstico de


imagem, atendendo uma paciente.

De modo a prevenir o câncer, o rastreamento precoce poderá ser realizado


para aquelas mulheres que possuem risco em desenvolver o câncer de
mama, por meio de uma consulta detalhada. Serão recomendados exames

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de mamas clínicos por um profissional qualificado pelo menos duas vezes por
ano, iniciando aos 25 anos de idade, mamografia anual e, se necessário, uma
ressonância magnética e ultrassom das mamas (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Outra estratégia, a quimioprevenção, uma ação medicamentosa e profilática,
e a mastectomia profilática, é recomendada para aquelas com histórico
familiar de mama em casos de câncer prévio em mamas. Esta última garante
a prevenção total contra o desenvolvimento do câncer de mama (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).

HERANÇA GENÉTICA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração que representa um profissional de saúde caminhando pela fita


dupla de DNA.

No que tange ao tratamento, há várias opções, tais como: mastectomia


(cirúrgica), radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou, ainda, a
combinação de várias delas (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

Conheça como o câncer de mama poderá atingir a


saúde do homem. Assista ao vídeo aqui.

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4.1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CÂNCER


COLORRETAL
O câncer colorretal consiste predominantemente em adenocarcinoma (95%
dos casos), sendo o câncer de cólon mais de duas vezes mais frequente que o
localizado no reto. No início, pode-se apresentar na forma de pólipo benigno,
no entanto, pode tornar-se maligno, invadir os tecidos normais, destruí-los e
estender-se para as estruturas adjacentes (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

INTESTINO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração que representa o intestino.

As células cancerígenas podem se disseminar para longe do tumor primário,


isto é, para outras partes do corpo (com mais frequência, para o fígado, o
peritônio e os pulmões) (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Com o avanço da idade, a incidência aumenta tornando esse um fator de risco,
sendo mais alta em indivíduos com mais de 85 anos de idade e maior em
pessoas com história familiar de câncer de cólon, aquelas com doença intestinal
inflamatória ou até mesmo com pólipos (BRUNNER, SUDDARTH, 2015).

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Indivíduos com polipose adenomatosa familiar (PAF) têm um risco aumentado


de câncer colorretal. Se a doença for detectada e tratada precocemente, a
taxa de sobrevida de cinco anos é de 90%, antes que a doença se espalhe.
No entanto, apenas 39% dos cânceres colorretais são detectados em estágio
inicial. As taxas de sobrevivência após o diagnóstico tardio são muito baixas. O
estágio até o diagnóstico é a única variável constante que afeta o prognóstico
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

Na enfermagem, utiliza-se algumas terminologias para


as manifestações clínicas do câncer colorretal e outras
patologias do sistema gastrintestinal. São elas:

• Enterorragia: presença de sangue vivo nas fezes.


• Melena: sangue digerido presente nas fezes que as torna enegrecidas
e fétidas.
• Obstrução intestinal: bloqueio do bolo fecal pelo lúmen do intestino.

COMPARAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS NORMAIS E COM ANEMIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: amostra de sangue fazendo comparação entre as células normais de


sangue, que são numerosas, e as células de um indivíduo com anemia, que apresenta em
menor quantidade.

Após a avaliação clínica, é possível complementar o diagnóstico por


meio de exames abdominais e retais de sangue, de imagem e de biópsia,
como por exemplo: pesquisa de sangue oculto nas fezes, enema baritado,
proctossigmoidoscopia, colonoscopia, biópsia e esfregaço, além da utilização

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de marcadores de câncer no tumor para avaliar a progressão (BRUNNER;


SUDDARTH, 2015).
O tratamento inclui a tomada de decisões de acordo com a individualidade e o
estágio. Pode-se realizar a retirada do tumor por meio cirúrgico, quimioterapia,
radioterapia, imunoterapia e terapia modal. Já o sintoma clássico de obstrução
intestinal é aliviar sintomas como a drenagem gástrica ou intestinal e, se
houver perda de sangue, complementa-se com hemoderivados (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).

TRATAMENTO DO CÂNCER

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher recebendo terapia infusional para tratamento do câncer.

Em casos mais avançados, é necessário realizar uma anastomose, que


resultará em uma colostomia (exteriorização de uma parte do intestino
grosso no abdome) ou ileostomia (exteriorização de uma parte do intestino
delgado no abdome) temporária ou permanente devido à ressecção intestinal
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Para a descompressão intestinal antes da cirurgia, adota-se o procedimento
de inserção de um stent para alívio do fluxo intestinal antes de a área ser
operada e reabilitada (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

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Um fato sobre os clientes idosos é que eles podem usar colostomia ou


ileostomia, mas há uma dificuldade no autocuidado, pela acuidade visual,
auditiva e cognitiva diminuídas.

TRATAMENTO PARA O CÂNCER COLORRETAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração que representa um intestino sendo examinado por profissionais


da saúde e, ao redor, medicamentos para o tratamento.

Observe como são identificados os pólipos


intestinais por meio do exame de imagem. Assista
ao vídeo aqui.

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4.1.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA


O PACIENTE SUBMETIDO À CIRURGIA DE
RETIRADA DE MAMA E CÂNCER COLORRETAL
O cuidado de enfermagem para o pré-operatório da cirurgia de retirada da
mama (mastectomia) é a orientação para os tratamentos cirúrgicos, com
informações sobre as possibilidades do tratamento e as expectativas no pré e
pós-operatório. O profissional poderá informar sobre a redução da mobilidade
do braço, antebraço e ombro no período de reabilitação, mas deverá alertar
o paciente que, em caso de dor aguda, serão administrados analgésicos
(HINKLE, 2022).

MARCAÇÃO PARA MASTECTOMIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mãos de um profissional realizando a marcação na mama por meio de


traços de caneta.

Com relação aos riscos decorrentes do tratamento, o enfermeiro poderá


questionar a cliente sobre qual opção de tratamento melhor lhe agrada,
segundo as possibilidades médicas e do seu diagnóstico e quais são os
recursos disponíveis, além de informar seus riscos e benefícios (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).

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Para o alívio da dor, recomenda-se avaliar e preparar a cliente dizendo que a


dor será mais intensa nos primeiros dias do pós-operatório. A dor é única de
acordo com a experiência de cada um, portanto deve ser considerada uma
singularidade (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Avaliar o aspecto da incisão (ferida cirúrgica) em busca de sinais de infecção
ou deiscência no local, avaliar também edema, drenagem. Se houver drenos,
tomar a decisão de comprimir a incisão e comunicar o cirurgião (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).
É muito importante que o profissional promova a imagem corporal positiva,
mostrando gentileza e incentivo, mantendo-se de prontidão para mostrar a
incisão pela primeira vez, manter a privacidade e se for desejo da paciente,
ela poderá ser submetida à cirurgia de reconstrução da mama. O enfermeiro
poderá sugerir um molde de mama provisório para que seja inserido no sutiã,
conforme figura a seguir. Nesse momento, é importante reforçar que as suas
emoções são consideradas “normais” e esperadas para o momento vivido
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

PAPEL DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA IMAGEM CORPORAL POSITIVA

Mostrar a incisão

Manter a privacidade
Mulher
mastectomizada
Sugerir reconstrução
da mama

Sugerir molde
para sutiã

Fonte: Elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando o papel do enfermeiro na promoção da imagem


corporal positiva para a mulher mastectomizada. São eles: mostrar a incisão, manter a
privacidade, sugerir reconstrução da mama e molde para sutiã.

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MULHER MASTECTOMIZADA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher vestida de rosa, posando para a foto e indicando com as mãos que
foi mastectomizada.

Em relação aos cuidados a serem tomados com o paciente com câncer


colorretal, o enfermeiro deve fornecer apoio emocional, compreendendo
o nível de ansiedade, encontrar mecanismos de enfrentamento, como por
exemplo: respiração profunda e visualização da cirurgia concluída com
sucesso (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Além disso, o profissional poderá utilizar de grupos de autocuidado para
obter histórias de pessoas que realizaram o mesmo procedimento e estão
enfrentando a doença, para compartilharem suas experiências e preocupações
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: pessoas conversando, trocando experiências.

No pós-operatório do câncer colorretal, os cuidados do enfermeiro consistem


na vigilância para a minimização dos agravos, verificar se há peristaltismo e as
características das fezes após a cirurgia (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
É importante enfatizar que o enfermeiro deverá informar ao cliente e à família
sobre os sinais de irritação da pele no local da aderência da bolsa de colostomia/
ileostomia, orientar como é a higienização, os cuidados com o estoma e a
troca da bolsa, para que ela possa realizar esses cuidados no domicílio com
segurança (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

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PACIENTE COM INDICAÇÃO PARA OSTOMIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher indicando com as mãos a região do abdome, no qual será


realizado um estoma.

Observe os cuidados de enfermagem para as


pessoas portadoras de bolsa de colostomia. Assista
ao vídeo aqui.

4.2 DOENÇA RENAL CRÔNICA


A doença renal crônica é caracterizada pelo déficit na função renal, progressiva
e irreversível que poderá causar efeitos sistêmicos no organismo, incluindo
alterações em outros sistemas que dependem da função renal. O tratamento
consiste em preservar os rins e realizar o suporte na função que deveria ser
desempenhada, promovendo conservação das demais funções do organismo
(HINKLE, 2022).

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4.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOENÇA RENAL


CRÔNICA
Após a lesão renal sustentada, é necessária a substituição da função renal
como suporte para as necessidades fisiológicas dos rins. Nesse caso, podemos
denominar Insuficiência Renal Crônica (IRC) ou Doença Crônica Terminal
(DRT) (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Essa doença é decorrente da diminuição da função renal e de distúrbio
subjacente, como por exemplo: excreção urinária de proteína insuficiente e
instalação da hipertensão arterial sistêmica (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

URINA COM ASPECTO ALTERADO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde segurando uma amostra de urina e indicando com


as mãos que não “está bom” (joia invertido).

Com relação às manifestações nos exames laboratoriais, observamos a


hiperpotassemia, hiperlipedemia, anemia e trombocitopenia, conforme
figura a seguir. Além de alterações pulmonares com presença de estertores
na ausculta pulmonar, produção de muco, pouco reflexo de tosse, dispneia,
taquipneia e movimentos respiratórios arrítmicos (BRUNNER; SUDDARTH,
2015).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

ACHADOS NOS EXAMES LABORATORIAIS DO PORTADOR DE DOENÇA CRÔNICA

Hiperpotassemia

Hiperlipidemia
Exames
laboratoriais
Anemia

Trombocitopenia

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando os achados nos exames laboratoriais do portador


de doença crônicas: hiperpotassemia, hiperlipidemia, anemia e trombocitopenia.

A pele se apresenta com a coloração cinza-bronzeado, pode haver prurido,


equimose, unhas fracas ou quebradiças com pouca quantidade de pelos
espalhados pelo corpo (HINKLE, 2022).
Podem ser observadas alterações gastrintestinais, como halitose, em
decorrência da exalação de amônia, soluções, úlceras e sangramento na boca,
bem como a alteração do padrão intestinal com a presença de constipação
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
No âmbito neurológico, poderão ser referidas a sensação de cansaço e
fraqueza, déficit na concentração, inquietação nas pernas, queimação da
região plantar dos pés e alterações de comportamento, com episódios de
confusão mental (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

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CANSAÇO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: homem com semblante de cansaço.

Alterações musculoesqueléticas poderão ser encontradas com o relato verbal


de cãibras recorrentes nos membros inferiores, dor em região de articulações
e ossos, perda da força muscular repentina e probabilidade de haver fraturas
ósseas com facilidade (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Já as alterações no aparelho reprodutivo podem ser a amenorreia e diminuição
da libido, infertilidade em casos de “tentantes”, além de atrofia testicular
observada no exame físico, em casos de homens (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
A principal complicação é hiperpotassemia pelo déficit na excreção, acidose
metabólica, complicações cardíacas, como o tamponamento pericárdico
em casos de diálise malsucedida, hipertensão arterial com disfunção no
sistema renina-angiotensina, anemia e hemorragias no trato gastrintestinal
com potencial para perdas de sangue durante a hemodiálise (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

DOR NA REGIÃO POSTERIOR DOS RINS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher indicando dor na região posterior dos rins, localizando a dor com
as mãos.

O tratamento farmacológico será baseado na suplementação de cálcio,


administração de anti-hipertensivos e cardíacos, anticonvulsivantes e
eritopoetina, além de fármacos que se liguem ao fósforo (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).
Uma intervenção para o tratamento muito utilizada entre os clientes
renais crônicos é o controle da ingestão hídrica e o balanço hídrico, isto é, o
monitoramento de quanto de volume entrou e saiu e, se for necessário, utilizar
agentes diuréticos para evitar a insuficiência cardíaca e o edema pulmonar
(BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
A permanência de carboidratos e gorduras são recomendadas na dieta. Já
a quantidade de proteínas é restritiva, com preferência para as proteínas
biológicas derivadas dos animais, com suplementação de vitaminas.

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ALIMENTAÇÃO CONTENDO CARBOIDRATO E PROTEÍNA BIOLÓGICA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: prato de macarrão à bolonhesa indicando carboidrato e proteína animal.

Para equilibrar os eletrólitos, pode-se utilizar o bicarbonato de sódio ou a


diálise, para reverter o quadro de acidose metabólica, e para a anemia utiliza-
se eritropetina ou concentrados de hemácias para o controle e reversão do
quadro (HINKLE, 2022).
Devido às consequências da DRC, o cliente deverá realizar a diálise ou ter
indicação para o transplante renal. Desse modo, a diálise deverá ser iniciada
quando os rins forem incapazes de realizar a sua função, ocasionando um estilo
de vida razoável por meio desse tratamento (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).
Durante a realização da hemodiálise poderá ser administrada heparina com
valores ajustados para reduzir o risco de coagulação de sangue nas linhas do
equipamento utilizado (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

Observe a dieta para os pacientes portadores da


doença renal crônica estabelecida por um instituto
do rim. Assista ao vídeo aqui.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

4.2.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA


TERAPIA SUBSTITUTIVA
Os objetivos da assistência de enfermagem na terapia substitutiva são realizar
a previsão e provisão dos recursos humanos e materiais, além de verificar a
estrutura do local de realização do procedimento com foco em proporcionar
ao cliente e família conforto durante a permanência.
Segundo o Manual para abordagem de pacientes em tratamento
hemodialítico, para atingir os objetivos, é necessário o estabelecimento dos
seguintes objetivos específicos:

a) proporcionar atenção direta de enfermagem ao paciente renal crônico,


dentro das suas necessidades humanas básicas, afetadas pela doença renal;
b) planejar, implementar, avaliar e acompanhar as ações da equipe de
enfermagem, no atendimento ao paciente renal crônico, em programa de
terapia renal substitutiva;
c) favorecer a integração transdisciplinar, no atendimento ao paciente renal
crônico, compartilhando dados que favoreçam uma abordagem assistencial
holística;
d) favorecer o desenvolvimento de um ambiente humanizado. (SECRETARIA
DO ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011, p.37)

ENFERMEIRA OFERECENDO ASSISTÊNCIA HUMANIZADA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: enfermeira dando apoio a uma paciente por meio do gesto de segurá-la
firmemente pelas mãos.

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As atribuições do enfermeiro nesse âmbito poderão ser divididas entre:


administrativas, assistenciais e educativas, requerendo o aporte teórico aliado
à experiência prática para a manutenção do padrão da assistência que vise à
qualidade dos serviços prestados, conforme figura a seguir (SECRETARIA DO
ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA

Administrativas

Enfermeiro da
Assistenciais
terapia
renal substitutiva

Educativas

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodoverem: esquema representando o enfermeiro da terapia renal substitutiva e suas


atribuições, que são: administrativa, assistenciais e educativas.

Na primeira função, a administrativa, o enfermeiro deverá cumprir o Código


de Ética Profissional e a Lei do Exercício profissional, realizar a provisão dos
recursos humanos para que trabalhem nesse ambiente, supervisionar os
cuidados executados pela equipe de enfermagem, elaborar escalas de trabalho
e de atribuições para a equipe, realizar reuniões periódicas para alinhamento
das metas, avaliar o desempenho da equipe e qualidade da assistência
(SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).
Na função assistencial, são esperadas atribuições como a orientação dos
clientes e familiares sobre a terapia e os seguintes autocuidados no âmbito
domiciliar: aplicação do processo de enfermagem, inclusão na tomada de
decisão multiprofissional acerca da realização da terapia renal substitutiva
(TRS) conforme protocolos, verificação dos padrões dos exames de rotina a
cada novo exame, estado vacinal do cliente, supervisão dos procedimentos
que predeterminam a utilização dos equipamentos (SECRETARIA DO ESTADO
DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).

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ASSISTÊNCIA DE SAÚDE AO SISTEMA URINÁRIO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração que representa dois profissionais de saúde examinando o


sistema urinário; um deles está utilizando uma lupa e o outro profissional está segurando
um tubo com amostra de sangue.

Já na função educativa, espera-se o envolvimento do enfermeiro na educação


e pesquisa, com a elaboração de educação permanente em saúde dos
funcionários segundo as necessidades de atendimento. O profissional poderá
desenvolver programas para o doente e familiares ou responsáveis, realizar a
integração de novos funcionários e participar de grupos de pesquisas para
implementar evidências na prática profissional (SECRETARIA DO ESTADO DE
SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).
Os membros da equipe de enfermagem, os auxiliares e técnicos deverão
administrar as medicações dispostas na prescrição médica e realizar os
cuidados que estão na prescrição de enfermagem estabelecidas pelo
enfermeiro (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO
SUL, 2011).

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ASSISTÊNCIA INFUSIONAL DE ENFERMAGEM

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma profissional da enfermagem realizando a infusão de


medicamentos ou hemoterapia para dois pacientes que estão sentados em poltronas.

Caberá ao auxiliar de enfermagem a realização de cuidados sob a supervisão


do enfermeiro, observar os sinais vitais, anotando no prontuário do cliente.
Realizar procedimentos repetitivos, de higiene e conforto, e tratamento simples
(SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).
Em casos de alta do setor ou instituição de terapia renal substitutiva, o
enfermeiro deverá participar da decisão com a equipe multiprofissional e
comunicar o cliente juntamente com as orientações sobre o autocuidado
(higiene, realização de exames, fármacos e estilo de vida) (SECRETARIA DO
ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).

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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: equipe multiprofissional da saúde.

Em casos de transferência para a instituição mais próxima da residência


do cliente, é necessária a verificação da vaga de acordo com a central de
regulação de vagas do município (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO
MATO GROSSO DO SUL, 2011).
Óbitos durante ou após a realização do procedimento poderão ser
desencadeados em razão da condição clínica do cliente. A equipe deverá estar
preparada apoiando e orientando os familiares ou responsáveis, zelando pela
privacidade do corpo, evitando comentários desnecessários, solicitar o apoio
do serviço social, se for necessário, e preparar o corpo para envio ao necrotério
(SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO DO SUL, 2011).

Observe a estrutura física de uma clínica de terapia


renal substitutiva. Assista ao vídeo aqui.

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4.2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O


PACIENTE RENAL CRÔNICO
Os cuidados de enfermagem para paciente renal crônico consistem em
identificar os elementos que podem predizer o desequilíbrio eletrolítico.
Elementos esses que são identificados por meio do monitoramento da
entrada e saída de volumes líquidos. A entrada de volumes deverá ser de,
aproximadamente, 500-600 ml a mais do que o volume de saída no período
de 24 horas, sendo necessário o acompanhamento individualizado de acordo
com a massa corpórea do cliente (HINKLE, 2022).

CUIDADOS COM OS RINS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma estrutura dos rins sendo observada por uma pessoa
que está realizando uma leitura, outra realizando um checklist e outra examinando por
uma lupa.

O acompanhamento aliado à nutrição poderá garantir o suprimento de


alimentos necessários e individualizado dentro dos limites estabelecidos para
o esquema terapêutico. Desse modo, o enfermeiro poderá contar com o apoio
da nutrição para a adequação e o acompanhamento da dieta (BRUNNER;
SUDDARTH, 2015).

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Para a continuidade do cuidado, enfatize a importância de realizar exames


para o acompanhamento constante dos níveis de eletrólitos e de células
sanguíneas para o melhor ajuste do tratamento (HINKLE, 2022).

AMOSTRA DE SANGUE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional segurando uma amostra de exame de sangue.

Evidências científicas da literatura apontam que os cuidados de enfermagem


devem ser baseados em uma teoria para norteamento dos cuidados e que,
em especial nos pacientes crônicos, recomenda-se uma teoria que aborde o
autocuidado (SOUSA et al., 2019).
Já nos clientes idosos, com maior suscetibilidade às infecções e
imunossupressão, foi verificado que para a reabilitação é necessário o estímulo
para adesão ao tratamento (SOUSA et al., 2019).

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IDOSO SUSCETÍVEL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: idoso tomando comprimido.

Outra ferramenta a ser utilizada é a Sistematização da Assistência de


Enfermagem (SAE), para tornar metódica a assistência e melhorar a qualidade
de vida considerando a assistência oferecida aos clientes com DRC (SOUSA et
al., 2019).

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HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: paciente abraçando uma enfermeira, demonstrando confiança e


humanização.

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CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou apresentar uma reflexão sobre o câncer de mama, o


câncer colorretal, a doença renal crônica e a terapia substitutiva, bem como
os cuidados que deverão ser realizados pelo enfermeiro e pela equipe para
esse público atendido.
Desse modo, os cuidados para o câncer de mama incluem o conhecimento
sobre as manifestações clínicas e fatores de risco, que poderão predeterminar
a doença. Já o apoio da enfermagem, principalmente para o sexo mais
acometido (feminino), parte da consideração da imagem corporal com
reforço positivo para a mulher, assim como deverá ser para a nova vida do
paciente que for ostomizado devido ao câncer colorretal, para a adaptação à
nova condição clínica.
No que se refere à assistência ao paciente portador de doença crônica, o
principal papel da enfermagem refere-se a prestar um cuidado humanizado
com olhar clínico para o atendimento das complicações contatadas por
meio da identificação dos sinais clínicos e acompanhamento dos exames
laboratoriais para monitoramento das condições de saúde.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. Conceito vivido de sobrevivente ao câncer de mama: direcionamentos para cuidados de enfer-


magem e saúde. LINK.

2. Assistência do enfermeiro ao homem com câncer de mama: revisão literária. LINK.

3. A autoestima da mulher com câncer de mama: orientações da enfermagem: uma revisão.


LINK.

4. Cuidados de enfermagem ao paciente com câncer colorretal em uso de bolsa de colostomia:


revisão de literatura. LINK.

5. Manejo de enfermagem para paciente hemodialítico na Unidade de Terapia Intensiva: revisão


integrativa. LINK.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender as doenças


transmissíveis mais
prevalentes (HIV/Aids e
tuberculose) e conhecer
cuidados de enfermagem
para esses agravos.
> Compreender os princípios
básicos da dengue, malária
e conhecer cuidados de
enfermagem para esses
agravos.

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5. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará o HIV/Aids com foco na fundamentação teórica da do-
ença. Dessa maneira, você poderá encontrar informações de como se com-
porta o vírus HIV no corpo humano e a fisiopatologia dele. Além disso, estu-
dará a tuberculose, que é um agravo que acomete os indivíduos suscetíveis.
Dessa maneira, poderá relacionar a tuberculose como uma infecção oportu-
nista para pacientes com HIV ou outras doenças imunossupressoras. A as-
sistência de enfermagem será baseada na identificação desses agravos na
comunidade e início do tratamento imediatamente, para interferir na cadeia
de transmissão.
Na sequência, falaremos das principais arboviroses que são consideradas en-
dêmicas no país: a dengue e a malária. Sabendo que o ambiente poderá ser
considerado um determinante e condicionante de saúde, o clima tropical
do país constitui um meio fundamental para a sobrevivência do vetor. Desse
modo, a assistência de enfermagem será baseada nas manifestações clínicas
da doença, cuidado continuado e manutenção da recuperação.

5.1 HIV/AIDS E TUBERCULOSE


O HIV é um vírus que acomete diversas pessoas no mundo, tendo o pico da
disseminação a década de 1990. No Brasil, pela dimensão geográfica, a doen-
ça é considerada uma pandemia. Já a Aids é caracterizada pelo aparecimento
das manifestações clínicas da doença.
A tuberculose é uma doença que também atinge milhares de pessoas no
país, com foco nas pessoas que apresentam imunossupressão e estão mais
suscetíveis a esse agravo.

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VÍRUS DO HIV

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: ilustração do vírus do HIV e hemácias ao redor.

5.1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA INFECÇÃO PELO


HIV E AIDS
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a manifestação clínica avançada
dele são chamadas de síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Essa
doença é um importante problema de saúde pública devido à natureza pan-
dêmica e prevalência (BRASIL, 2019).
Pessoas infectadas pelo HIV sem tratamento desenvolvem disfunção grave
do sistema imunológico, quando os linfócitos TCD4, uma das principais célu-
las-alvo do vírus, são destruídos (BRASIL, 2019).
Para o controle da doença, foi desenvolvida a terapia antirretroviral (ART), in-
troduzida no Brasil em 1996, resultando em aumento da sobrevida humana
por meio da restauração da função imunológica e redução de doenças se-
cundárias (BRASIL, 2019).
Essa doença tem o HIV-1 e HIV-2 como retrovírus da família Lentiviridae. Eles
pertencem a um grupo de retrovírus citopáticos e não oncogênicos que re-
querem transcriptase reversa para se reproduzir, que é responsável pela

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transcrição do ácido ribonucleico (RNA) viral em cópias de ácido desoxirribo-


nucleico (DNA), que podem, então, integrar-se ao hospedeiro (BRASIL, 2019).

FITA DUPLA DO DNA

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: imagem de fita do DNA.

Saiba como o vírus se comporta no corpo humano.


Assista ao vídeo aqui.

Com relação à transmissão do HIV, ela pode se dar sexualmente (sêmen e


secreções vaginais), pelo sangue (gravidez ou parto) ou pelo leite materno.
A transmissão vertical para crianças pode ocorrer durante a gravidez, parto
e amamentação. A partir do momento em que uma pessoa é infectada, ela
poderá transmitir o HIV (BRASIL, 2019).
A infecção pode ocorrer em relações sexuais desprotegidas; uso de sangue
ou hemoderivados não devidamente testados, receber órgãos ou esperma de
doadores não testados, reutilização e compartilhamento de seringas e agu-
lhas, acidente de trabalho durante o manuseio de artigos contaminados com
sangue e secreções humanas (BRASIL, 2019).

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

Em infecção muito recente ("infecção aguda") ou infecção avançada, há maior


concentração de HIV no sangue (alta carga viral) e secreções sexuais, o que
aumenta a infecciosidade do vírus (BRASIL, 2019).

ATENÇÃO AOS PRESERVATIVOS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: ilustração de um preservativo personificado segurando uma placa que


indica “atenção”.

No desenvolvimento da Aids, outros processos infecciosos e inflamatórios são


facilitados, especialmente a presença de doenças sexualmente transmissí-
veis. O tempo entre infecção pelo HIV e a fase aguda, sinais e sintomas da sín-
drome retroviral aguda (SARS) é de uma a três semanas (BRASIL, 2019). Sendo
que leva, em média, dez anos para que os sinais e sintomas da Aids apareçam
após uma infecção aguda. No entanto, sinais e sintomas de imunodeficiência
associados à infecção pelo HIV, e não à Aids, podem aparecer em intervalos
diferentes após a infecção aguda (BRASIL, 2019).
No Brasil, a epidemia de HIV/Aids está concentrada em determinados grupos
populacionais que respondem pela maioria das novas infecções. Além disso,
destaca-se o aumento da infecção pelo HIV entre jovens (BRASIL, 2019).
A doença poder ser dividida em três fases

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FASES DO HIV

Fases do HIV

Infecção aguda Assintomática Sintomática inicial

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando as três fases do HIV: 1) infecção aguda; 2)


assintomática; 3) sintomática inicial.

A primeira fase, fase de infecção aguda, acomete menos de 50% das pessoas,
caracterizada pelos números de vírus elevados e resposta imune, com declí-
nio dos linfócitos TCD4. As manifestações clínicas dessa fase se assemelham a
sintomas gripais, no entanto, pode variar de acordo com a imunidade de cada
indivíduo (BRASIL, 2019).
Já a fase assintomática é caracterizada pela alta transmissão e em alguns ca-
sos linfoadenopatia com dor ou sem, podendo durar um longo período (BRA-
SIL, 2019).
Por fim, na fase sintomática inicial, observam-se manifestações de infecções
oportunistas, tais como candidíase oral, linfadenopatia generalizada, diarreia,
febre, fraqueza, sudorese noturna e perda ponderal de peso (BRASIL, 2019).

Candidíase oral

Infecção fúngica caracterizada por placas ou grumos de coloração


branca na cavidade oral.

Linfoadenopatia

Aumento dos linfonodos, tornando-os palpáveis ao exame físico.

Infecções oportunistas

Infecções que se aproveitam do declínio do sistema imunológico.

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TEMPERATURA ELEVADA NO TERMÔMETRO

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: termômetro para aferição da temperatura e algumas pílulas de


medicamentos.

O diagnóstico consiste em teste rápido e exame laboratorial que pode detec-


tar a infecção dependendo da sensibilidade do teste. Alguns indivíduos po-
dem apresentar a “janela” diagnóstica de 30 dias, que corresponde ao período
de início da infecção até a detecção nos exames (BRASIL, 2019).
Já o tratamento preconizado no Brasil, ofertado pelo Sistema Único de Saúde
recomenda:

A terapia inicial deve sempre incluir combinações de três ARV, sendo dois
ITRN/ ITRNt associados a uma outra classe de antirretrovirais (ITRNN, IP/r
ou INI). No Brasil, para os casos em início de tratamento, o esquema inicial
preferencial deve ser a associação de dois ITRN/ITRNt – lamivudina (3TC)
e tenofovir (TDF) – associados ao inibidor de integrase (INI) – dolutegravir
(DTG). (BRASIL, 2018 p. 93)

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

Conheça a orientação ministerial para o tratamento


do HIV/Aids, esquema preferencial e esquemas
alternativos. Acesse aqui.

COLETA DE SANGUE PARA EXAMES LABORATORIAIS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: bandeja contendo materiais para coleta de amostras de sangue: garrote,


tubos de coleta, perfurador e frasco de álcool.

5.1.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TUBERCULOSE


A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuber-
culosis, que afeta, principalmente, os pulmões, embora outros órgãos e siste-
mas também possam ser afetados. A transmissão ocorre por meio das vias
aéreas de indivíduos infectados (BRASIL, 2019).
Os bacilos se acumulam nas vestimentas, pertences pessoais e outros obje-
tos. São difíceis de decompor em aerossóis, por isso não desempenham um
papel importante na propagação da doença (BRASIL, 2019).

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BACILOS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: imagem ampliada de bacilos.

Geralmente, os indivíduos infectados são resistentes à doença após serem in-


fectados e desenvolvem imunidade parcial à doença. Os bacilos são encapsu-
lados em estado latente em pequenas colônias de repouso, que não se espa-
lham ou causam doenças (BRASIL, 2019).
Observa-se que o risco de adoecimento é maior em pessoas com doenças
que debilitam a resposta imunológica, principalmente aquelas infectadas
pelo vírus da imunodeficiência adquirida (BRASIL, 2019).
Como medida profilática, utiliza-se a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guërin),
que previne as formas mais graves da doença (tuberculose miliar e menín-
gea). Ela é indicada para crianças menores de cinco anos (BRASIL, 2019).

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VACINA PARA TODOS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: ilustração de seringa com vacina e, ao fundo, a representação do mundo


com uma infecção.

A tuberculose poderá ser manifestada na forma extrapulmonar. O sintomas


mais frequentes da forma pulmonar são a tosse persistente há três semanas,
hipertermia, suores noturnos, perda de peso e cansaço aos mínimos esforços
(BRASIL, 2019).
Com relação ao diagnóstico, ele pode ser clínico ou laboratorial. O clínico pode
ser considerado quando a suspeita não puder ser comprovada por exames
laboratoriais (bacteriológicos). Nesses casos, deve ser combinado com os re-
sultados de outros estudos adicionais (imagem e histológico) (BRASIL, 2019).
A amostra de escarro é comumente utilizada para a pesquisa de bacilos álco-
ol-ácido resistentes (BAAR) pelo método de Ziehl-Nielsen, que é um método
simples e barato e é mais amplamente utilizado no diagnóstico de tuberculo-
se. Quando é realizado corretamente, a baciloscopia de escarro pode detectar
a maioria dos casos pulmonares (BRASIL, 2019).

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MICROSCÓPIO

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: imagem de um microscópio.

Para o tratamento dessa doença, utiliza-se o esquema RHZE ou RHZ, composto


de: rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E), com varia-
bilidade de, no mínimo, seis meses, dependendo da apresentação da doença.

Conheça a orientação ministerial para o tratamento


da tuberculose e as formas dela, o esquema
preferencial e os esquemas alternativos.
Acesse aqui.

5.1.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA


PACIENTE COM HIV E TUBERCULOSE
Os cuidados de enfermagem para pessoas com HIV se iniciam na identifica-
ção dos fatores de risco, incluindo prática sexual e uso de substâncias intrave-
nosas ou injetáveis (HINKLE, 2022).

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ENFERMEIRO AUXILIANDO

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: enfermeiro utilizando uniforme privativo e equipamentos de proteção


individual, posicionado de braços cruzados; atrás dele há asas de anjo.

Observe o estado físico e psicológico do paciente, levando em conta os fato-


res que afetam a função do sistema imunológico. O estado emocional afeta-
do poderá interferir no sistema imunológico (HINKLE, 2022).
Devido ao sistema imunológico comprometido, o enfermeiro deverá avaliar
constantemente a integridade da pele, o padrão de eliminação gastrintesti-
nal, verificar se há ausência de infecções, melhora na tolerância à atividade,
melhora no emocional, melhora na respiração, maior conforto, melhora na
nutrição, aumento da sociabilidade e se há déficit no conhecimento da doen-
ça (HINKLE, 2022).
No sistema tegumentar, deverá ser avaliada a pele e a mucosa oral quanto a
alterações na aparência física, localização e tamanho das lesões e sinais de in-
fecção e rompimento da integridade, incentivando a observação de cuidados
de higiene (HINKLE, 2022).
No padrão de eliminação intestinais, observar a função intestinal para diar-
reia, se apresenta alteração no aspecto, frequência ou queixas de cólicas fre-
quentes, e, em casos de alterações, observar se foi realizado o exame de fezes
(HINKLE, 2022).

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CÓLICAS ABDOMINAIS

Fonte: Pixabay (2023)

#pratodosverem: homem segurando a região abdominal inferior, aparentando sentir dor.

Desse modo, deve-se aconselhar o paciente sobre formas de reduzir a diar-


reia, evitando alimentos que irritam o intestino, incluindo frutas e vegetais
crus ou alimentos ricos em fibras. Além disso, alimentações fracionadas ge-
ram bons resultados (HINKLE, 2022). Empodere o indivíduo a monitorar sinais
e sintomas de infecção. Pode-se sugerir a prevenção de infecções no trato res-
piratório superior, realizando higiene, evitando lugares fechados, com grande
circulação de pessoas, e manter-se aquecido (HINKLE, 2022).
Com relação aos exames laboratoriais, o enfermeiro deverá consultá-los sem-
pre que disponível, buscando sinais que podem indicar infecção, como conta-
gem de glóbulos brancos e marcadores de outras doenças infectocontagio-
sas (HINKLE, 2022).
É importante que a pessoa com HIV realize atividades constantemente. De-
verá ser verificada a capacidade de realizá-las, assim como a capacidade de
executar as tarefas humanas diárias (HINKLE, 2022).
No que tange ao estado mental, observar mudanças no estado emocional do
indivíduo e, principalmente, buscar compreender os motivos que levaram a

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essa condição (HINKLE, 2022).

PENSAMENTO E ANÁLISE

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: indivíduo observando um quadro com informações.

Sugere-se reforçar a rede de apoio, para que o paciente adote medidas que
favoreçam a socialização, respeitando a vontade dele de comentar o diagnós-
tico para as pessoas ou não (HINKLE, 2022).
Educar em saúde é uma estratégia que melhora a adesão ao tratamento e
manutenção do autocuidado. O enfermeiro deverá educar o paciente e a fa-
mília em relação às medidas apropriadas para o autocuidado, principalmente
em relação ao uso do medicamento de tratamento e os efeitos colaborais
(HINKLE, 2022).
Outro ponto relevante é estar atento para as infecções oportunistas, que po-
derão ser observadas na aparição dos sinais e sintomas, tais como: hiperter-
mia, mal-estar, dificuldade em respirar, náuseas, vómitos, diarreia, dificuldade
em engolir e outros sinais de inchaço ou secreção. Esses sintomas devem ser
relatados ao médico imediatamente (HINKLE, 2022).
A perspectiva dos cuidados de enfermagem para o paciente com TB se ba-
seia na manutenção das vias aéreas superiores, que poderá estar obstruída

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devido à produção de secreção. O enfermeiro deverá incentivar o aumento da


ingestão de líquidos para a fluidificação das secreções. Aconselhar o paciente
a se manter em posição confortável, mas que auxilie na entrada de ar pelas
vias aéreas. Desse modo, pode sugerir manter-se sentado com apoio (traves-
seiros) (HINKLE, 2022).

TOSSE

Fonte: Pixabay (2023)

#pratodosverem: homem com o punho fechado perto da boca, representando auxílio para
tossir.

As literaturas sobre a temática apontam o papel do enfermeiro na adesão ao


tratamento. Esse papel poderá ser desempenhado com base no empode-
ramento do paciente na situação de saúde, na doença e nos agravos, bem
como orientar sobre a terapia medicamentosa, interações e efeitos colaterais.
Por exemplo: a utilização de bebidas alcoólicas pode diminuir a eficácia do
medicamento e torná-lo mais duradouro até a cura (HINKLE, 2022).
Monitorar de perto os sinais vitais e observar picos de temperatura ou mudan-
ças na condição clínica do paciente. Deve-se também instruir os cuidadores
do paciente hospitalizado a monitorar a temperatura e o estado respiratório
dele. Em casos de alterações, comunique ao médico quaisquer alterações no
estado respiratório do paciente (HINKLE, 2022).

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O enfermeiro poderá contar com o apoio da nutrição e educador físico para


promover atividade e nutrição adequadas, além de planejamento de um pro-
grama de atividade graduada com o paciente para aumentar o desempenho,
a resistência e a força muscular. O programa de nutrição deverá incluir refei-
ções e suplementos que poderão ajudar a atender às necessidades diárias de
calorias (HINKLE, 2022).
Ensinar ao paciente, cuidadosamente, importantes medidas de higiene, in-
cluindo higiene bucal, cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar, descarte ade-
quado de tecidos e lavagem das mãos (HINKLE, 2022).
Notificar o departamento de saúde sobre casos de tuberculose para que
aqueles que estiveram em contato com o paciente doente durante a fase in-
fecciosa possam ser examinados e realizem um possível tratamento, se ne-
cessário (HINKLE, 2022). Essa notificação deverá ocorrer via Sistemas de Infor-
mação de Agravos e Notificação (SINAN).

NOTIFICAÇÃO

Fonte: Pixabay (2023)

#pratodosverem: imagem de uma caderneta e uma caneta sobre uma mesa.

Aconselhar o paciente sobre o risco de propagação da TB para outras partes


do corpo (a disseminação da infecção por TB para áreas não pulmonares do
corpo é conhecida como tuberculose miliar) (HINKLE, 2022).

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Monitorar cuidadosamente o paciente para tuberculose miliar: monitorar si-


nais vitais e observar picos de temperatura e possíveis alterações na função
renal e cognitiva em funcionamento. O exame físico do tórax mostra poucos
sinais físicos, mas nesse momento, o paciente apresenta tosse intensa e falta
de ar (HINKLE, 2022).

ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA

Fonte: Pixabay (2023)

#pratodosverem: termômetro com o traçado que indica a temperatura se elevando.

5.2 DENGUE E MALÁRIA


A dengue é uma das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti que repre-
senta endemia e epidemia no país. É o mais importante vírus de árvores ur-
banas nas Américas. A doença é transmitida por mosquitos do gênero Aedes
e tem como agente etiológico o vírus da dengue (BRASIL, 2019).

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MOSQUITO DA DENGUE

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: imagem do mosquito da dengue.

Conheça o panorama da malária no Brasil, de


acordo com o programa para eliminação na região
da Amazônia. Clique aqui.

5.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DENGUE


É dengue é considerada uma arbovirose urbana mais comum nas Américas,
inclusive no Brasil, sendo importante suspeita em pacientes com febre aguda.
A ocorrência é ampla e afeta, principalmente, países tropicais e subtropicais,
nos quais as condições climáticas e ambientais favorecem o desenvolvimento
e a reprodução dos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus (BRASIL, 2019).
No Brasil, as evidências científicas até o momento indicam que o DENV é
transmitido ao homem por meio da picada de fêmeas infectadas da espécie

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Aedes aegypti. A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica,


que pode ter um amplo espectro clínico, desde casos assintomáticos até ca-
sos graves (BRASIL, 2019).
A doença pode ser dividida em três fases:

FASES DA DENGUE

Fases da Dengue

Febril Crítica Recuperação

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando as três fases da dengue: 1) febril; 2) crítica; 3)


recuperação.

Fase febril: a primeira manifestação é febre, geralmente acima de 38°C, súbita,


e iniciando no segundo até o sétimo dia. Além de cefaleia, fraqueza, mialgia,
artralgia e dor orbitária posterior, falta de apetite, náusea, vômito e diarreia,
sendo que esta última ocorre em proporção significativa dos casos. Essa lesão
exantemática, que ocorre na maioria dos casos, é, principalmente, do tipo ma-
culopapular e acomete face, tronco e extremidades. Também pode aparecer
eczema em outras formas – com ou sem prurido (coceira). Após a fase febril, a
maioria dos pacientes se recupera gradualmente, o estado geral melhora e o
apetite retorna (BRASIL, 2019).

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CEFALEIA

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de uma pessoa com a mão na cabeça, indicando cefaleia.

Cefaleia

Dor de cabeça.

Mialgia

Dores nos músculos.

Artralgia

Dores nas articulações.

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Anorexia

Perda da fome.

Fase crítica: inicia-se com a diminuição da febre (adoecimento) entre o tercei-


ro e o sétimo dia do início da doença. A maioria delas se deve ao aumento da
permeabilidade capilar (BRASIL, 2019).
Essa condição, que marca o início da deterioração clínica do indivíduo, poderá
evoluir para o choque e extravasamento de plasma. Sem reconhecimento e
tratamento adequado, alguns pacientes podem evoluir para formas graves.
Os sinais de alerta são assim chamados porque indicam vazamentos de plas-
ma ou hemorragias, que podem causar choque grave e morte no paciente
(BRASIL, 2019).

CÉLULAS DO SANGUE

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: células do sangue em diversidade.

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Sinais de choque:

• Pulso rápido e fraco.


• Hipotensão arterial.
• Pressão arterial (PA) convergente (diferença entre PAS e PAD
≤20mmHg em crianças – em adultos, o mesmo valor indica choque
mais grave).
• Extremidades frias.
• Enchimento capilar lento.
• Pele úmida e pegajosa.
• Oligúria.
• Manifestações neurológicas, como agitação, convulsões e
irritabilidade (em alguns pacientes). • Sintomas neurológicos como
inquietação, convulsões e irritabilidade (em alguns pacientes) (BRASIL,
2019 p. 417).

Fase de recuperação: ocorre cerca de 24 a 48 horas após a fase crítica, quan-


do o líquido que vazou na seção extravascular é gradativamente absorvido
nas próximas 48-72 horas (BRASIL, 2019).
O estado geral do paciente melhora, o apetite retorna gradualmente, os sin-
tomas gastrointestinais diminuem, o estado hemodinâmico se estabiliza e o
débito urinário melhora (BRASIL, 2019).
Para o tratamento, recomenda-se a manutenção da volemia e manutenção
dos sinais e sintomas de cada indivíduo (BRASIL, 2019).

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INGESTÃO DE LÍQUIDOS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: um copo sendo enchido de água.

5.2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MALÁRIA


A malária é uma doença infecciosa caracterizada por quadros de febre ele-
vada. No Brasil, a incidência e prevalência são mais elevadas no Amazonas
(BRASIL, 2019).
Isso causa prejuízos sociais e econômicos significativos para populações vul-
neráveis, especialmente aquelas que vivem em condições de moradia menos
favorecidas (BRASIL, 2019).
No Brasil, o An darlingi é o principal vetor, com comportamento bastante an-
tropofílico e endófago (das espécies brasileiras, é a que mais pica dentro e
ao redor das residências). Essa espécie normalmente se reproduz em águas
profundas, claras e sombreadas com correntes baixas e baixo teor de matéria
orgânica e sais (BRASIL, 2019).

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INSETO PICANDO UMA PELE

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: fotografia de um mosquito picando uma pele humana.

O modo de transmissão ocorre da seguinte maneira:

Ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, quando


infectada pelo Plasmodium spp. Ao picar uma pessoa infectada, os plasmódios
circulantes no sangue humano, na fase de gametócitos, são sugados pelo
mosquito, que atua como hospedeiro principal e permite o desenvolvimento
do parasito, gerando esporozoítos no chamado ciclo esporogônico. Por sua
vez, os esporozoítos são transmitidos aos humanos pela saliva do mosquito
no momento das picadas seguintes. O ciclo do parasito dentro do mosquito
tem duração variada conforme as espécies envolvidas, com duração média
de 12 a 18 dias, sendo, em geral, mais longo para P. falciparum do que para P.
vivax. (BRASIL, 2019 p. 524)

As manifestações clínicas são caracterizadas por febre, calafrios e sudorese,


fraqueza e dor de cabeça, que ocorrem ciclicamente, dependendo da espécie
de Plasmodium infectante. Alguns pacientes apresentam sintomas prodrô-
micos vários dias antes do início da doença, como náuseas, vômitos, fraqueza,
fadiga e anorexia (BRASIL, 2019).
A doença poderá se dividir em três fases:

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FASES DA MALÁRIA

Fases da malária

Infecção Remissão Período toxêmico

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando as três fases da malária: 1) infecção; 2) remissão; 3)


período toxêmico.

1. Período de infecção: caracterizado pelo aparecimento dos sinais clíni-


cos, como mal-estar, fadiga e dores nos músculos. Ataque paroxístico,
calafrios, com duração de aproximadamente 15 minutos. A hipertermia é
elevada, podendo chegar a 41°C. Poderá haver vômitos e, ao exame físico,
o baço e fígado podem estar aumentados (BRASIL, 2019).

MAL-ESTAR

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: mulher com semblante de mal-estar.

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2. Remissão: há a queda da temperatura (apirexia) e melhora nos sinto-


mas, com episódios de hipertermia intermitente (BRASIL, 2019).
3. Período toxêmico: caracterizado pela evolução para complicações gra-
ves, tais como “hiperpirexia (temperatura >41°C), convulsão, hiperpara-
sitemia (>200.000/mm3), vômitos repetidos, oligúria, dispneia, anemia
intensa, icterícia, hemorragias e hipotensão arterial. Pode cursar com
alteração de consciência, delírio e coma” (BRASIL, 2019 p. 515).

Para o tratamento, recomenda-se o uso da primaquina por 14 dias ou sete


dias, com dose dobrada. Em alguns casos, a cloroquina poderá ser recomen-
dada. A dosagem e período poderão variar de acordo com as manifestações
da doença, estágio e adesão ao tratamento (BRASIL, 2019).

MEDICAMENTOS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: várias cartelas de comprimidos.

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Conheça a orientação ministerial para o tratamento


da malária, com base no esquema preferencial,
faixa etária e manifestações da doença. Acesse aqui.

5.2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA


PACIENTES COM DENGUE E MALÁRIA
Os cuidados de enfermagem para pacientes com dengue consistem na orien-
tação para que realizem a hidratação hídrica constantemente e que tomem o
soro caseiro ou fornecido pela Unidade Básica de Saúde (BRASIL, 2013).
Orientar o paciente para que ele observe se há sangramentos nas mucosas,
sinais de petéquias na pele, epistaxe, hematêse ou sangue na urina ou fezes.
E no aparecimento desses sintomas, procurar a UBS. Em casos de febre, ob-
servar se há outros sintomas acompanhando (BRASIL, 2013).

Petéquias

Manchas avermelhadas puntiformes espalhadas pelo corpo.

Epistaxe

Sangramento proveniente dos vasos sanguíneos do nariz.

Hematêmese

Vômito com presença de sangue.

O retorno à consulta médica deverá acontecer entre o terceiro e sexto dia do


desenvolvimento da doença ou à critério médico. Lembrar o paciente dessas
datas e reforçar a importância do comparecimento (BRASIL, 2013).

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CONSULTA MÉDICA

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: médico atendendo a um paciente no consultório.

Se houver necessidade, o paciente poderá fazer o uso de antipiréticos de cos-


tume, ficando restrito à utilização de medicamentos anti-inflamatórios, que
poderiam agravar as hemorragias. Reforçar a informação de que ele deverá
manter repouso (BRASIL, 2013).
A notificação da doença deverá ser realizada após a confirmação, porém, no
momento da suspeita, deverá ser notificado como uma suspeita de dengue
(BRASIL, 2013).
Com relação à malária, os cuidados de enfermagem se baseiam na identifica-
ção de pessoas com suspeita de malária na comunidade e a inserção na rede
de saúde para o diagnóstico precoce. Do mesmo modo da dengue, deverá
ser realizada a notificação dessa doença, mesmo que naquele momento seja
apenas uma suspeita (BRASIL, 2006).

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IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS

Fonte: Pixabay (2023).

#pratodosverem: ilustração de várias pessoas, com uma delas sendo apontada pelo dedo
indicador de alguém.

É importante ressaltar que, tanto na dengue quanto na malária, o papel do


enfermeiro será realizar a busca de outros casos na família, bairro ou proximi-
dade. Um mosquito poderá infectar mais de uma pessoa próxima. Por esse
motivo, deve-se verificar se há familiares ou conhecido com os mesmos sin-
tomas (BRASIL, 2006).

Conheça algumas medidas de prevenção da


malária, com base na conscientização da população.
Clique aqui.

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CONCLUSÃO

Apresentamos os princípios básicos das doenças transmissíveis e infectocon-


tagiosas, como HIV/Aids e tuberculose, além da dengue e da malária, que são
doenças prevalentes no Brasil devido às condições climáticas.
Desse modo, os cuidados de enfermagem para essas patologias se iniciam
com o papel primordial de detecção precoce e intervenção rápida, para que
não ocorra prognóstico ruim com foco nas complicações. Além disso, ressal-
tou-se a importância do acompanhamento continuado desde a detecção até
a alta por cura ou cronificação da doença com acompanhamento periódico.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. SANTOS, M. C. de F. et al. Mapeamento de intervenções de enfermagem para a mulher idosa


com vulnerabilidade relacionada ao HIV/Aids. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 56,
2022. LINK.

2. NASCIMENTO, N. K. R.; SILVA, A. K. B. Acolhimento prestado pelo enfermeiro aos pacientes com
tuberculose na atenção primária: revisão de literatura. Revista Multidisciplinar do Sertão, v. 4, n.
4, p. 480-8, 2022. LINK.

3. SILVA, Y. S. et al. Análise dos casos notificados de tuberculose na região Centro-Oeste. Revista
Baiana de Enfermagem, v. 36, 2022. LINK.

4. LEAL, N. et al. Conhecimento dos enfermeiros sobre acolhimento dos casos suspeitos de den-
gue. Revista Recien – Revista Científica de Enfermagem, v. 12, n. 37, p. 153-62, 2022. LINK.

5. GALDINO, F. E. F. et al. Epidemiologia descritiva da malária em São Gabriel da Cachoeira, Ama-


zonas: 2010 a 2019. Enfermagem em Foco, v. 13, 2022. LINK.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender a
detecção, controle e
prevenção das IST.
> Compreender
as principais IST e
conhecer o manejo da
enfermagem para o
paciente acometido por
esse agravo.

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6. INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS (IST)

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Apresentaremos, nesta unidade, as principais infecções sexualmente trans-
missíveis (IST), com o intuito de mostrar como deverá ocorrer o rastreamento
e a profilaxia, prevenção, abordagem do cliente e parceiro, princípios básicos
da sífilis, herpes genital, com foco nas ações de enfermagem para esses aco-
metimentos, pautadas nas orientações ministeriais.
Acerca do rastreamento e da profilaxia, observa-se que eles poderão garantir
o cuidado continuado do cliente e parceiro nos serviços de saúde, além de
constituírem uma forma de detecção precoce das IST, bem como realizar a
quebra na cadeia de transmissão. Desse modo, torna-se imprescindível a con-
centração de saberes nessa temática e aplicação na prática profissional.
Por outro lado, o conhecimento sólido baseado em patologias como sífilis
e herpes poderá propiciar a identificação precoce e a intervenção adequa-
da com base no reconhecimento das manifestações clínicas desses agravos,
pautadas na evidência científica.

6.1 MANEJO DAS IST


O manejo das infecções sexualmente transmissíveis (IST) é baseado na qua-
lidade do atendimento continuado e na identificação realizada em tempo
oportuno. As ações para controle, tratamento, prevenção e rastreamento po-
derão garantir a eficácia no tratamento, queda da cadeia de transmissão e
melhor adesão do cliente e parceiro.
Desse modo, é fundamental que a equipe de saúde esteja com as ações pau-
tadas em conhecer a clientela atendida, com foco nas populações-chave e
vulneráveis, bem como o conhecimento sobre a atividade sexual desprotegi-
da, que poderá constituir um fator de risco para esses agravos.

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6.1.1 RASTREAMENTO E PROFILAXIA DAS IST


O rastreamento é a realização de exames diagnósticos em indivíduos assinto-
máticos com o objetivo de reduzir a morbimortalidade da doença, por meio
de diagnóstico precoce (BRASIL, 2022).
Ao contrário de outros testes de rastreamento, como a mamografia para cân-
cer de mama, o rastreamento de IST não detecta doenças em apenas uma pes-
soa, pelo contrário, está sempre ligado à rede de transmissão (BRASIL, 2022).

TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE IST

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional segurando uma tira reagente de teste rápido para detecção
de IST.

Se o problema não for reconhecido e tratado no parceiro, ele vai continuar na


comunidade e pode reinfectar a pessoa, se não for confirmado o uso do pre-
servativo (BRASIL, 2022).

O termo “IST” deverá ser utilizado em substituição


a doenças sexualmente transmissíveis (DST), pois o
indivíduo poderá ser portador de uma infecção e não
apresentar a manifestação da doença (BRASIL, c2023).

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Somente por meio de uma avaliação adequada pode ser determinado o risco
de uma pessoa contrair uma IST. As hipóteses e conclusões sobre o risco de
IST podem ser imprecisas (BRASIL, 2022).
O investimento exclusivo em diagnóstico e tratamento não é suficiente se
não estivermos falando de sexo na abordagem ao cliente. Saber o tema é
importante para poder conversar e diminuir o estigma associado às práticas
sexuais e às doenças sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2022).

CONVERSA ENTRE PROFISSIONAL E CLIENTE

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: duas pessoas conversando, com ilustração de dois balões de conversas.

A saúde sexual é uma parte importante da saúde geral de todos. O conheci-


mento do histórico sexual dos indivíduos em atendimento é essencial. Dessa
forma, a abordagem será focada na individualidade do sujeito. Esse estudo
deve ser desenhado para identificar fatores de risco relacionados à saúde se-
xual, identificação de práticas e comportamentos sexuais, além de oportuni-
dades para intervenções de mudança comportamental de curto prazo (BRA-
SIL, 2022).

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PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE SEXUAL

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher sentada na cama, com as mãos na cabeça, demonstrando


preocupação. Ao fundo, o parceiro na cama, com os braços cruzados.

A confiança do paciente deve ser obtida primeiro pela história de hábitos se-
xuais e riscos. Uma abordagem mais direta pode funcionar para alguns, con-
tudo o profissional deve fazer uma abordagem passo a passo visando à cons-
trução de uma relação de confiança, normalizando as perguntas e o tema e,
de maneira geral, caminhando para o específico (BRASIL, 2022).
Metáforas podem ser usadas para introduzir gradualmente o tema, porém a
comunicação precisa expressar clareza e transparência para abordar os pon-
tos mais importantes da análise de risco. Nesse segundo ponto, ou para usuá-
rios com os quais o profissional já tenha estabelecido uma relação de confian-
ça e para os quais possa funcionar um ponto de partida mais direto, algumas
questões abertas e diretas podem ser utilizadas para uma comunicação mais
transparente (BRASIL, 2022).

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SORRISO E DESCONTRAÇÃO PARA QUEBRAR O GELO

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher sorrindo demonstrando descontração.

Conheça como pode ocorrer o rastreamento para


as IST. Assista ao vídeo aqui.

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RASTREAMENTO DE IST

Rastreamento de IST

Testes Identificação do
diagnósticos comportamento sexual

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando a síntese do rastreamento das IST, que consiste


na realização de testes diagnósticos e identificação do comportamento sexual.

6.1.2 ABORDAGEM A PESSOAS COM IST E


PARCERIAS
Na abordagem às pessoas com IST ou parceiros, realiza-se o levantamento
do histórico, identificação de várias vulnerabilidades e exame físico, que são
questões importantes na abordagem de pessoas com infecções sexualmente
transmissíveis (BRASIL, 2022).

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COLETA DE EXAMES LABORATORIAIS

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional coletando amostra de sangue via punção venosa em membro


superior de paciente.

Durante o exame físico, são coletados materiais biológicos para exame labo-
ratorial (BRASIL, 2022).
Os seguintes exames são recomendados (BRASIL, 2022, p. 37).

• gonorreia;
• clamídia;
• sífilis;
• HIV;
• hepatite B; e
• hepatite C.

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• Gonorreia

Infecção bacteriana.

• Clamídia

Infecção bacteriana.

Hepatite

Infecção viral.

As amostras para os testes rápidos ou laboratoriais indicados devem ser co-


letadas na admissão inicial. Se os resultados não estiverem imediatamente
disponíveis, a abordagem terapêutica não deve ser adiada até que estejam
disponíveis (BRASIL, 2022).
A consulta clínica é complementada pela prescrição e orientações terapêu-
ticas, bem como pela definição do acompanhamento da relação sexual, es-
tratégia de tratamento e disponibilização de contraceptivos como parte da
rotina de tratamento (BRASIL, 2022).
Para quebrar a cadeia de transmissão de doenças sexualmente transmissí-
veis, é necessário tratar os contatos sexuais de pessoas infectadas. Portanto,
essas informações devem ser fornecidas à pessoa com IST e disponibilizadas
ferramentas de comunicação e total suporte até o final do processo.

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CONVOCAÇÃO

Fonte:© Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher fazendo um gesto “chamando” com uma das mãos.

Ao se comunicar com o cartão, o profissional de saúde que atende o paciente


deve obter o nome, endereço e outras informações de identificação do par-
ceiro sexual para preencher o cartão de comunicação (BRASIL, 2022).
O cartão é composto de duas partes: a parte A é mantida na unidade finaliza-
da e a parte B é transferida para a caixa de arquivo, que, por sua vez, é transfe-
rida para a empresa. Um novo cartão deve ser preenchido para cada parceiro
(a) identificado (a) (BRASIL, 2022).
Na sequência, Brasil (2022, p. 37) descreve como deverá ocorrer a comunica-
ção por cartão:

A parte A do cartão deve conter: código da Classificação Internacional


das Doenças (CID-10); número do prontuário; nome do caso-índice; dados
da parceria (nome, endereço); data do preenchimento e assinatura do
profissional de saúde que preencheu o cartão. A parte B deve conter o mesmo
CID-10, número do prontuário, dados da parceria sexual (nome, endereço),
mensagem com solicitação de comparecimento ao serviço de saúde, nome e
endereço da unidade de saúde para o atendimento, data do preenchimento
e assinatura do profissional de saúde. Quando a parceria apresentar a parte
B, o profissional de saúde identificará a IST que ocasionou a comunicação e
a unidade que emitiu o cartão. Procede-se então ao tratamento, de acordo
com as orientações deste PCDT-IST.

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Outra estratégia que poderá ser adotada é a comunicação por correspondên-


cia, isto é, se os parceiros sexuais não responderem à mensagem do cartão no
prazo de 15 dias, ou se o cliente não quiser entregar os cartões (mas transmitir
os dados pessoais dos parceiros), poderá ser utilizada essa estratégia. Além
disso, poderão ser adotados outros meios que assegurem a confidencialida-
de da informação, como por telefone ou e-mail (BRASIL, 2022).

ENVIO DE E-MAIL

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: pessoa utilizando um notebook para enviar um e-mail.

Outra possibilidade é a comunicação por busca ativa, que poderá ser utilizada
quando os outros métodos forem esgotados. Cada unidade deve implemen-
tar funções incrementais do sistema conforme disponibilidade. Por exemplo,
especialistas qualificados, um grupo de monitoramento epidemiológico ou
uma estratégia de saúde da família podem lidar com a comunicação (BRA-
SIL, 2022).
Ao se apresentar ao serviço de saúde, o parceiro deve ser considerado porta-
dor da mesma infecção que afetou o caso índice, devendo receber tratamen-
to conforme recomendado no ambiente clínico. Parceiros sexuais de gestan-
tes com IST ou gestantes deverão ser considerados prioridades para a busca
ativa (BRASIL, 2022).

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APRESENTAÇÃO DO CLIENTE

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: pessoa fazendo um gesto com as mãos, representando “eu?”.

A comunicação dos parceiros sexuais pelo caso índice deverá ser voluntária,
manifestada pelo interesse. Independentemente da manifestação do inte-
resse, os parceiros deverão obter o acesso continuado aos serviços de saúde.
Pode acontecer que o caso índice se demonstre contrariado a comunicar ou
impeça que o profissional entre em contato. Sendo assim, essa decisão deve
ser tomada após a consulta, de acordo com os princípios éticos (BRASIL, 2022).

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QUEBRA DE VÍNCULO ENTRE PARCEIROS

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: símbolos de “feminino” e “masculino” com o elo fragmentado.

POSSIBILIDADES DE ABORDAGEM A PARCEIROS SEXUAIS

Rastreamento de IST

Comunicação Comunicação por Comunicação por


por cartão correspondência busca ativa

Fonte: elaborado pela autora (2023).

#pratodosverem: esquema representando as três possibilidades de abordagem a parceiros


sexuais: 1) comunicação por cartão; 2) comunicação por correspondência; 3) comunicação
por busca ativa.

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Conheça um exemplo de cartão de convocação


de parceiros. Consulte a página 210 do “Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST)”. Acesse o Link.

6.1.3 PREVENÇÃO COMBINADA


O termo “prevenção combinada” se refere à combinação de diferentes medi-
das para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, HIV, hepatites
virais e fatores relacionados. Assim, definição indica uma combinação de três
tipos de intervenções: biomédica, comportamental e estrutural (marcos le-
gais), aplicadas em escalas individuais e coletivas (BRASIL, 2022).

• Intervenção biomédica

Minimização dos riscos entre o agente etiológico e cliente.

• Intervenção comportamental

Ações que promovem a sensibilização do cliente.

• Intervenção estrutural

Diminuição das desigualdades sociais que interferem nos fatores de


vulnerabilidade.

Mandala é uma combinação de várias estratégias de prevenção e uma ideia


de negócio originalmente proposta para a infecção pelo HIV. Tal combinação
de atividades deve ter como foco as pessoas, os grupos a que pertencem e a
sociedade em que estão inseridas, levando em consideração as especificida-
des dos sujeitos e dos contextos (BRASIL, 2022).

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Os profissionais de saúde devem utilizar a mandala nas orientações de pre-


venção para pessoas com risco de DST, HIV e hepatites virais. A mesma lógica
se aplica à saúde reprodutiva. Ao chegar ao serviço de saúde buscando mé-
todos contraceptivos, seja um casal ou um indivíduo sozinho, o profissional
de saúde deverá auxiliar, orientando sobre o melhor método que se adapta à
rotina, que pode ser: anticoncepcionais orais ou injetáveis, DIU de cobre, pre-
servativos, vasectomia etc. (BRASIL, 2022).

ATENÇÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: símbolo de triângulo amarelo com ponto de exclamação no centro,


denotando atenção.

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MANDALA DA PREVENÇÃO COMBINADA

Fonte: Brasil (2017, p. 28).

#pratodosverem: mandala da prevenção combinada. No centro, as populações-chave e


prioritárias; ao redor: 1) Usar preservativo masculino/feminino e gel lubrificante; 2) Tratar todas
as pessoas vivendo com HIV/Aids; 3) Testagem regular para o HIV e outras IST; 4) Profilaxia
pós-exposição; 5) Profilaxia pré-exposição; 5) Prevenir a exposição vertical; 6) Imunizar para
HBV e HPV; 7) Redução de danos; 8) Diagnosticar e tratar pessoas com IST e HIV.

Conheça como pode ser utilizada a PrEP e a PeP.


Clique aqui.

As ações de saúde deverão ser voltadas aos segmentos populacionais espe-


cíficos, que se configuram como as populações que mais apresentam o risco
de desenvolver as IST.

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O grupo é dividido entre população-chave e população vulnerável:

População-chave para as IST:

• Trabalhadores do sexo;
• Pessoas que usam álcool e outras drogas;
• Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH);
• Pessoas trans;
• Pessoas privadas de liberdade;

Populações vulneráveis e prioritárias:

• População negra;
• População jovem;
• População em situação de rua;
• População indígena (BRASIL, 2017, p. 17-18)

Diante o esquema da mandala de prevenção combinada, chama-se a aten-


ção para a prevenção primária, que se trata da imunização contra as IST (BRA-
SIL, 2022).
A imunização contra o HPV é feita com a vacina quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e
18) e é destinada a meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. O crono-
grama consiste em duas doses, com seis meses de intervalo (BRASIL, 2022).

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VACINAÇÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional vacinando paciente no em músculo deltoide.

A transmissão sexual do HIV pode limitar os benefícios preventivos do uso


de preservativos, e a prevenção deve ser complementada por outros meios,
como a limpeza das mãos, genitais, períneo e ânus antes e depois da relação
sexual; uso de preservativo de látex durante o sexo oral-anal e uso de luvas de
látex durante ou fisting; vibradores de limpeza e outros acessórios ou brin-
quedos eróticos. A vacinação é a principal medida preventiva contra a hepati-
te A, e é muito eficaz e segura (BRASIL, 2022).

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PRESERVATIVO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: uma mão segurando um preservativo embalado.

6.2 PRINCIPAIS IST


Diante do cenário de saúde, o indivíduo com IST poderá se apresentar quais-
quer níveis de atenção à saúde. A sífilis adquiria acomete anualmente milha-
res de pessoas podendo evoluir para a cura ou se cronificar com a evolução
dos estágios se não houver o tratamento adequado e oportuno. Já a herpes
atinge o menor público por ação do sistema imunológico, comumente pode-
-se observar em indivíduos imunocomprometidos.

6.2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SÍFILIS


ADQUIRIDA
A sífilis é uma infecção bacteriana de curso agudo e crônico que, se não for tra-
tada, progride em vários graus levando ao acometimento dos órgãos. É uma
doença antiga, e o país ainda não atingiu a eliminação dela. O agente etio-
lógico é o Treponema pallidum, subespécie pallidum. É transmitida pela via
sexual, majoritariamente, no entanto, pode ocorrer via vertical (BRASIL, 2022).
A infecciosidade da sífilis é maior nas fases iniciais da doença (sífilis primária
e secundária), e diminui gradualmente ao longo do tempo (sífilis tardia ou la-
tente tardia). Deve-se notar que no primeiro ano de latência, 25% dos pacien-

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tes podem apresentar recidiva com atividade secundária e, portanto, pode


ocorrer infecção (BRASIL, 2022).

ANÁLISE LABORATORIAL DE MICRORGANISMOS

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de mulher com uma lupa observando microrganismos.

A seguir, observaremos a classificação da sífilis, segundo Brasil (2022, p. 45-46):


Sífilis primária:

O período de incubação é de 10 a 90 dias (em média três semanas). A primeira


manifestação é caracterizada por uma úlcera com muita treponemia,
geralmente única e indolor, com borda bem definida e regular, fundo
endurecido e fundo limpo, que ocorre no ponto de entrada de bactérias (pênis,
vulva, vagina), colo do útero, ânus, boca ou outras partes do tecido da pele)
chamado de “cancro duro”. A lesão primária envolve linfadenopatia regional
(afeta os gânglios linfáticos próximos ao câncer duro). Geralmente varia muito
em duração, geralmente de três a oito semanas, e não desaparece com a
terapia. O paciente pode não perceber ou apreciar isso. Embora menos comum,
em alguns casos a lesão primária pode ser múltipla. (BRASIL, 2022 p.45).

Sífilis secundária: ocorre, em média, de seis semanas a seis meses após o


reparo do cotovelo, embora os sintomas primários, recorrentes ou inferiores
possam durar até um ano.
Como manifestação clínica, observa-se erupção macular eritematosa (rosela),
inicialmente quase imperceptível, principalmente no tronco e nas raízes dos

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membros. Nessa fase, são comuns placas nas mucosas, bem como lesões cin-
zentas e quase imperceptíveis nas mucosas. As lesões cutâneas evoluem para
lesões papulosas, eritematosas e marrons mais proeminentes, que podem se
espalhar por toda a pele e são frequentemente observadas nos órgãos genitais.
Elas geralmente afetam as solas e as palmas das mãos e têm um colar escamo-
so característico que geralmente não coça. Mais tarde, os condilomas planos
podem ser reconhecidos nas pregas da mucosa, especialmente na área ano-
genital. Essas são lesões úmidas e crescentes que, muitas vezes, são confundi-
das com verrugas anorretais e genitais decorrentes do HPV (BRASIL, 2022).
Sífilis latente:

Período em que não se observam sinais ou sintomas. O diagnóstico é feito


com base apenas na reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos.
A maioria dos diagnósticos é feita nesta fase. A sífilis latente é dividida em
latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano
de infecção). Aproximadamente 25% dos pacientes não tratados intercalam
períodos de latência com lesões secundárias. (BRASIL, 2022 p. 46).

SAUDÁVEL

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher com os braços abertos em atividade física, aparentemente em


bom estado de saúde.

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Sífilis terciária: ocorre em, aproximadamente, 15% das infecções não tratadas
após um período de latência variável e pode aparecer de um a dez anos após
o início da infecção. Nessa fase, a inflamação causada pela sífilis causa a des-
truição dos tecidos. O envolvimento dos sistemas nervoso e cardiovascular é
comum. Além disso, gengivas sifilíticas (tumores que tendem a exsudar) apa-
recem na pele, membranas mucosas, ossos ou outros tecidos. Lesões podem
causar lesões corporais, ferimentos e até a morte (BRASIL, 2022).
Como apoio ao diagnóstico, além de ser clínico, poderá ser utilizada a associa-
ção dos testes treponêmicos e não treponêmicos:
Testes de treponema (treponêmicos): são os primeiros a se tornarem rea-
gentes e podem ser usados como primeiro teste ou como teste adicional. Em
85% dos casos, eles permanecem reativos por toda a vida, mesmo após a tera-
pia e, portanto, não são projetados para monitorar a resposta (BRASIL, 2022).
Testes não treponêmicos: permitem análises qualitativas e quantitativas. Se
for realizado um teste não treponêmico, é necessário analisar uma amostra
pura e diluída, devido ao efeito prozona. Se for detectada reatividade no tes-
te, a amostra deve ser diluída por um fator de diluição de dois até a última
diluição na qual o teste não apresenta mais reatividade. O resultado final dos
testes de reação deve, portanto, ser expresso em títulos. Os testes não trepo-
nêmicos são usados para diagnóstico (como primeiro teste ou como teste
adicional) e para monitorar a resposta à terapia e monitorar a melhora. Diag-
nóstico de sífilis: uma aplicação de rede laboratorial. Um teste imunológico
deve ser solicitado quando um teste rápido não estiver disponível no serviço.
Diagnóstico de sífilis após RT positivo: quando o teste rápido foi feito em cen-
tro de saúde com resultado positivo. Nesse ponto, o laboratório começará a
testar com um teste não treponêmico. Acompanhamento do tratamento da
sífilis: se a sífilis já foi diagnosticada e tratada e os títulos de anticorpos não
treponêmicos devem ser monitorados (BRASIL, 2022).

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AMOSTRA DE SANGUE PARA EXAME LABORATORIAL

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: profissional da saúde usando luvas descartáveis azuis e analisando frascos


com amostras de sangue para exames e fazendo anotações em uma prancheta.

A recomendação é de que a benzilpenicilina deve ser administrada por via


preferencial nos glúteos. Já a região ventroglútea também é uma via de op-
ção para a administração pelo motivo de não ter vasos sanguíneos e nervos
importantes adjacentes e o tecido subcutâneo ser menos espesso, causando
menos efeitos colaterais e dor local (BRASIL, 2022).

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PREPARO DE MEDICAMENTO INTRAMUSCULAR

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: seringa com agulha e um frasco-ampola.

Conheça a aplicação de um teste rápido para sífilis.


Assista ao vídeo aqui.

6.2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HERPES


GENITAL
A herpes vírus-simples (HSV), tipos 1 e 2, pertence à família Herpesviridae, que
inclui citomegalovírus – CMV, vírus varicela zoster, vírus Epstein-Barr e herpes-
vírus humano. Todos são vírus de DNA com diferentes composições químicas,
sendo que podem ser distinguidos por métodos imunológicos (BRASIL, 2022).
Embora o HSV-1 e o HSV-2 possam causar lesões em todo o corpo, o tipo 2
predomina nas lesões genitais e o primeiro tipo caracteriza-se por lesões na
região perianal. Segundo a literatura, eles se dividem em infecções primárias
por herpes e surtos recorrentes (BRASIL, 2022).

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PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE GENITAL

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher com semblante de preocupação, colocando as mãos sobre a


própria genitália.

Sabe-se que muitas pessoas que foram infectados por HSV nunca manifesta-
rão a doença, e a proporção de infecções sintomáticas corresponde à minoria,
podendo chegar até 37% das pessoas (BRASIL, 2022).
Em pessoas infectadas pelo HIV, as manifestações costumam ser dolorosas,
atípicas e de maior duração. O período de incubação da primeira infecção
por herpes é de seis dias, em média. Em geral, representa uma manifestação
mais grave, caracterizada por lesões eritemato-papulares de 1-3 milímetros de
diâmetro, que rapidamente se desenvolvem em vesículas de fundo eritema-
toso, muito dolorosas e de localização variada na região genital (BRASIL, 2022).

• Lesões eritemato-papulares

Lesão avermelhada circunscrita.

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197 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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• Lesões periorais

Lesões ao redor dos lábios superiores e inferiores.

• Conteúdo turvo

Líquido com falta de transparência.

O conteúdo dessas bolhas é geralmente citrino, raramente turvo. No caso de


uma primeira infecção, o quadro local costuma ser muito sintomático e, na
maioria dos casos, é acompanhado de manifestações gerais, que podem se
manifestar como febre, mal-estar, mialgia e disúria, com ou sem retenção uri-
nária. Especialmente em mulheres, pode simular inflamação do trato urinário
inferior (BRASIL, 2022).

FEBRE E MAL-ESTAR

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: mulher olhando para o termômetro e com a mão na cabeça, expressando


preocupação.

Além disso, poderá ser observada linfadenopatia dolorosa bilateral, que ocor-
re em 50% dos casos. Quando o HSV afeta o colo do útero, o corrimento vagi-
nal é normal e pode ser abundante (BRASIL, 2022).

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Nos homens, o envolvimento uretral pode causar corrimento e raramente


está associado a lesões extragenitais, com estimada duração de três semanas.
Em seguida à infecção genital, o HSV poderá atingir nervos sensitivos perifé-
ricos, penetrar nos núcleos dos gânglios sensitivos e entrar em estado latente.
Nenhuma intervenção terapêutica reduz a incidência de infecção do gânglio
sensorial (BRASIL, 2022).
Os episódios recorrentes são muito mais comuns em pacientes com infec-
ção primária por HSV-2 do que por HSV-1. Após infecção genital primária com
HSV-2 ou HSV-1, 90% dos indivíduos desenvolveram novas manifestações em
um ano devido à reativação viral (BRASIL, 2022).
Essa reativação é causada por doenças infecciosas, exposição à radiação ul-
travioleta, trauma local, menstruação, estresse físico ou mental, antibioticote-
rapia de longo prazo ou imunodeficiência. O quadro clínico de uma recidiva
é mais brando do que o de uma primeira infecção e pode ser precedido por
sintomas prodrômicos típicos, como coceira leve ou queimação, dores mus-
culares e "picadas" nas pernas, quadris e área genital (BRASIL, 2022).

MENSTRUAÇÃO

Fonte: Freepik (2023).

#pratodosverem: imagem de absorventes, calcinha na cor branca e coletor menstrual.

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As lesões desaparecem espontaneamente em 7 a 10 dias, com ou sem cica-


triz. A tendência natural das epidemias é tornar-se menos intensa e menos
frequente ao longo do tempo (BRASIL, 2022).
Já as gestantes com herpes simples correm maior risco de complicações fe-
tais e neonatais, especialmente se a infecção ocorrer no final da gravidez. O
maior risco de propagação do vírus ocorre quando o feto passa pelo canal de
parto (BRASIL, 2022).

HIV

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração que representa a estrutura do vírus do HIV.

6.2.3 MANEJO DA ENFERMAGEM PARA


PACIENTE ACOMETIDO POR INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
O manejo da enfermagem para o cliente acometido por IST poderá iniciar
com a solicitação para que o cliente descreva o início e a progressão dos sinto-
mas, incluindo a localização das lesões e a descrição da drenagem. Descubra
por que essa informação é necessária (HINKLE, 2022).

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Deverá ser descrito o processo de notificação obrigatória e os recursos dispo-


níveis para ajudar parceiros sexuais ou bebês e crianças. O exame físico inclui
a verificação de erupções cutâneas, lesões, drenagem, drenagem ou inchaço.
Deve-se palpar os gânglios linfáticos inguinais para ver se há sensibilidade e
inchaço e verificar a boca (usando luvas) para observar se há inflamação ou
secreção. Nas mulheres, examina-se a sensibilidade do abdome ou do útero
(HINKLE, 2022).

INÍCIO

Fonte: © Freepik (2023).

#pratodosverem: dedo indicador apertando um símbolo de “play”.

Os principais objetivos são melhor compreensão da história da doença do


cliente e tratamento da infecção, redução da ansiedade, melhor cumprimen-
to das metas de tratamento e prevenção e ausência de complicações (HINK-
LE, 2022).

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É recomendada a disponibilização de orientações sobre doenças sexual-


mente transmissíveis, fatores etiológicos, modos de transmissão e prevenção
da transmissão das infecções sexualmente transmissíveis a outras pessoas
(HINKLE, 2022).
Deverá ser enfatizada a importância de interromper o tratamento conforme
prescrito e que quaisquer efeitos colaterais ou progressão dos sintomas sejam
relatados. Repita que o contato sexual frequente com a mesma pessoa pode
levar à reinfecção, se o parceiro não for tratado. Encoraje o cliente a discutir as
razões para resistir ao uso do preservativo (HINKLE, 2022).

Conheça as ações de saúde preventiva das IST.


Assista ao vídeo aqui.

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CONCLUSÃO

Apresentamos, nesta unidade, uma reflexão sobre a compreensão da detecção,


controle e prevenção das IST, as principais IST, como a sífilis adquirida e os está-
gios dela, herpes genital e o manejo da enfermagem em face desses agravos.

VÍRUS

Fonte: ©Storyset, Freepik (2023).

#pratodosverem: ilustração de molécula de vírus.

De modo geral, as ações de prevenção configuram elementos-chave para a


detecção precoce das IST no âmbito da rede de serviços. Do ponto de vista do
estágio inicial da doença, permitem o tratamento eficaz para aquele cliente-
-índice e se tornarão um caso encerrado por meio da cura. Além disso, essas
ações poderão repercutir no parceiro e em toda a família, que também será
abordada pela enfermagem por meio de estratégias de comunicação, garan-
tindo, assim, o controle das IST na comunidade.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais do tema, acesse:

1. SOLINO, M. dos S. S. et al. Desafios do enfermeiro na assistência de enfermagem aos usuários


com diagnóstico de sífilis: revisão integrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p.
13917-30, 2020. Link.

2. SANTOS, T. S. dos et al. Atuação da enfermagem no tratamento de lesões por herpes genital. Revis-
ta Remecs – Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, v. 1, n. 1, p. 263, 2020. Link.

3. ARAUJO, M. A. L. et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020:


abordagem às pessoas com vida sexual ativa. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 30, n. esp. 1,
2021. Link.

4. SILVA, J. W. S. B. et al. Mandala da Prevenção Combinada: ferramenta pedagógica no enfrenta-


mento da epidemia de IST, Aids e hepatites virais, em Pernambuco. Saúde Redes, v. 7, supl. 2, p.
45-59, 2021. Link.

5. SILVEIRA, P. P. de S. et al. Uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como prevenção combinada


na contenção da disseminação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) em grupos de risco.
Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 6, 2022. Link.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO I

REFERÊNCIAS
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Acesso em: 7 mar. 2023.

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de Cardiologia, v. 116, p. 516-658, 2021. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/
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-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view. Acesso em: 16 de março de 2023.

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pt-br/pub/2017/diretrizes-para-organizacao-do-cta-no-ambito-da-prevencao-combinada-e-nas-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Ações de controle da malária: manual para profissionais de saúde
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BRASIL. Ministério da Saúde. Dengue: manual de enfermagem. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da
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BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas
nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília, DF: Ministério da
Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Ministério da Saúde, Secretaria de


Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde: volume único. 3. ed. Brasília, DF:
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205 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade no


âmbito da atenção primária à saúde do sistema único de saúde. Brasília, DF: Ministério da
Saúde, 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose


no brasil. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/
centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/manual-de-recomendacoes-e-
-controle-da-ttuberculose-no-brasil-2a-ed.pdf/view. Acesso em: 11 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de educação permanente em saúde: o que se


tem produzido para o seu fortalecimento? Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Traba-
lho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde.1. ed. rev. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politi-
ca_nacional_educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf. Acesso em: 12 jan. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Diário Oficial da


União, Brasília, DF, 31 dez. 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2010/prt4279_30_12_2010.html. Acesso em: 3 mar. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infec-
ção pelo HIV em adultos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://www.gov.
br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/
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BRUNNER & SUDDARTH. Manual de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Tradução Patricia
Lydie Voeux. Revisão técnica Sonia Regina de Souza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

CATANDUVA. Prefeitura Municipal de Catanduva. Atenção à saúde do adulto: protocolo de


enfermagem, 2019. Disponível em: http://www.catanduva.sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/09/
sms_resolucao_02_2019_protocolo_de_enfermagem_na_atencao_a_saude_do_adulto.pdf. Acesso
em: 19 fev. 2023.

CONHEÇA o Nefro Vera – Nefrologia e terapia renal substitutiva. 2021. 1 Vídeo (1 min25s). Publica-
do pelo canal Dra. Kátia Ramos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PDqJK6Cct10.
Acesso em: 27 mar. 2023.

CUIDADOS de enfermagem com colostomia. 2019. 1 vídeo (1 min 59s). Publicado pelo canal En-
fermagem Florence. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3a3R2E42wZ0. Acesso
em: 27 mar. 2023.

DA SILVA, M. C. dos S. et al. Manejo de enfermagem para paciente hemodialítico na Unida-


de de Terapia Intensiva: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 9,
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view/31849. Acesso em: 7 mar. 2023.

DIETA para pacientes com DRC (Doença Renal Crônica) – Potássio. 2014. 1 vídeo (4 min35s). Pu-
blicado pelo canal Grupo Instituto do Rim do Paraná. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=epc1Ouwqc3M. Acesso em: 27 mar. 2023.

FUNDAÇÃO JULITA. Guia de boas práticas de educação em saúde: criança saudável, adulto sau-
dável. 2017. Disponível em: https://www.fundacaojulita.org.br/files/referencias/guia_de_boas_prati-
cas_de_educacao_em_saude.pdf. Acesso em: 19 fev. 2023.

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http://www.as.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2016/08/manual_renal-x1a.pdf. Acesso em: 7
mar. 2023.

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nível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/43314. Acesso em: 18 fev. 2023.

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