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PERGUNTA NORTEADORA:

O papel do enfermeiro no parto frente à violência obstétrica.

OBJETIVO GERAL:

Este trabalho tem por força motriz principal descrever o papel do


enfermeiro no parto frente à violência obstétrica. O presente estudo objetiva
compreender o papel dos enfermeiros na prevenção da violência obstétrica no
parto. Esta é uma pesquisa fundamentada em diversificadas fontes, inclusive,
em fatos reais, em depoimentos pessoais de quem atua na área e convive com
a matéria discutida, em episódios midiáticos, em números seguros e
confiáveis de estatísticas e gráficos apresentados para ilustrar tal
problemática.

INTRODUÇÃO:

Falar sobre a violência da mulher, em geral e específico, tem sido um


evento cada vez mais cotidiano dentro da nossa sociedade, tem se tornado um
assunto pertinente a todos os olhos, todos ouvidos. Têm sido um conteúdo
relevante de maneira unânime. Essa crescente discussão se dá em detrimento
do aumento de casos concretos, de denúncias, de dados estatísticos, de
números de feminicídios crescendo desenfreadamente, de crimes que se
perpetuam dentro da população.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência é responsável


por 1,4 milhões de mortes a cada ano no mundo. Além da violência que leva a
morte, estima-se que 35% das mulheres em todo o mundo sejam vítimas de
violência física e/ou sexual durante a vida, sendo a maior parte perpetrada
por seus parceiros íntimos. [1]

Existem várias tipificações de violência contra a mulher, apesar de pouco


serem abordadas, amparadas e penalizadas dentro de nossas legislações
nacionais. A Lei Maria da Penha, que é o carro chefe no âmbito jurídico sobre
essa matéria, classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes
categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência
moral e violência psicológica. A Lei Maria da Penha é, inclusive, reconhecida
pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no
enfrentamento à violência de gênero. No entanto, os dados estatísticos
brasileiros de violência contra a mulher nos trazem um contraditório
inenarrável perante esse reconhecimento. A títulos jurisdicionais, cabe
mencionar que, além da Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, sancionada
pela presidenta Dilma Rousseff em 2015, colocou a morte de mulheres no rol
de crimes hediondos e diminuiu a tolerância nesses casos.

Podemos considerar a violência obstétrica como uma subclassificação de


violência física, bem como moral e psicológica, haja vista que são agressões
sofridas pelas gestantes sendo no pré-natal, no parto ou pós-parto, ou seja,
em um dos momentos mais delicados e fragilizados na vida da mulher.
Entende-se por violência obstétrica toda ação praticada pelo profissional de
saúde no que cerne ao corpo e aos procedimentos reprodutivos das mulheres,
exprimindo por meio de um artifício de parição fisiológicos.

Dentre essas problemáticas no tocante a violência contra à mulher,


podemos perceber que a semelhança dos fatos consiste, não singularmente,
na negligência do Estado, enquanto protetor do cidadão, na atuação e nas
medidas protetivas de segurança pública, educação, no cumprimento e na
taxatividade quanto à aplicabilidade das legislações que tutelam tais causas.
Dito isto, implica dizer que a violência obstétrica é um problema de saúde
pública. Em que pese o fulcro no relato unânime da maioria das mulheres que
aduzem sentir medo de serem atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
principalmente quando se trata do parto por via vaginal. Hoje, o cenário
brasileiro é de que, no momento mais delicado do ciclo de uma mãe, elas têm
que se preocupar em não serem agredidas, desrespeitadas ou até mesmo
violadas.

A violência obstétrica é considerada um fenômeno socialmente complexo


na área da Saúde da Mulher. Sua prevenção requer mudanças em práticas
assistenciais durante o ciclo gravídico-puerperal, a fim de reduzir
intervenções médicas desnecessárias, que podem ser prejudiciais à saúde
física e emocional das mulheres. [2] Boa parte do público feminino não faz ideia
quando estão vivenciando uma violência de cunho obstétrico. Essa ausência
de sensibilidade, em detrimento à ignorância e ao cerceamento das
informações educacionais necessárias, tem levado mulheres a traumas
irreversíveis, sem falar dos casos que se resultam em óbito.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Ministro mostra


avanços na Saúde da Mulher. Brasília. 2017.
Disponível em
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias
/ministro-da-saude-participa-da-2-conferencia-de-
saude-das-mulheres

2. Carlos GA, Matozinhos FP, Carmo JM, Manzo BF,


Duarte ED, Souza KV, et al. Profile of the
participants of an advanced course in obstetric
nursing. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1153.

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