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Sistema de esgotamento

sanitário
Concepção do Sistema de Esgotamento
Sanitário
Estudo de Concepção

É a primeira atividade do projeto do SES e serve para


a escolha da alternativa mais adequada aos objetivos
e interesses da comunidade.

FUNASA (2006):
“Concepção é o conjunto de estudos e conclusões
referentes ao estabelecimento das diretrizes,
parâmetros e definições necessárias e suficientes
para a caracterização completa do SES a ser
projetado.”
Estudo de Concepção

Nesse estudo são utilizados critérios técnicos, econômicos e ambientais para:


definir o corpo receptor;
indicar a localização da unidade de tratamento;
e sugerir o sentido de escoamento do esgoto sanitário.

O projetista deve observar a NBR 9648/1986 – Estudo


de Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário.
Estudo de Concepção

Noção Global e diretrizes do SES

Plano Diretor Setorial do Sistema de Esgotamento


Sanitário

Maioria de municípios brasileiros não existe


Estudo de Concepção

O Estudo de concepção pode ser dividido em


4 etapas:
Etapa 1-Obtenção de dados e informações;
Etapa 2-Definição das premissas básicas;
Etapa 3-Elaboração de alternativas;
Etapa 4-Definição da alternativa.
Estudo de Concepção
Etapa 1-Obtenção de dados e informações;

Devem ser utilizados documentos e informações para


caracterizar a área do empreendimento como:

a)Planta da área, com curva de nível e indicação dos


principais corpos d’água;
b)Estudo das características do corpo d’água;
c)Informações geográficas, geológicas e hidrológicas;
d)Dados meteorológicos e de recursos hídricos;
Estudo de Concepção
Etapa 1-Obtenção de dados e informações;

Cont..
e)Cadastro dos sistemas de infra-estrutura (água,
esgoto, drenagem, telefone etc.)
f)Análise das principais vias de acesso;
g)Estudos demográficos e de uso e ocupação do solo;
h)Aspectos sócio-econômicos e mão-de-obra
disponível;
i)Relatório com identificação e caracterização (fisica,
química e biológica) de possíveis corpos receptores;
Estudo de Concepção
Etapa 1-Obtenção de dados e informações;

j)Diagnóstico das condições hidráulicas e da vida útil das instalações, tubulações,


equipamentos e dispositivos do SES existente;
k)Legislação e Normas Vigentes;
l)Análises do Plano Diretor e/ou do Plano Diretor Setorial do SES do Município.
Estudo de Concepção
Etapa 2-Definição das premissas básicas

Definição do período de alcance do projeto;


Divisão da área da bacia e sub-bacias;
Projeção do crescimento populacional;
Cálculo da futura produção de esgoto.
Estudo de Concepção
Etapa 3-Elaboração de alternativas

São elaboradas as alternativas de concepção do


SES, com a realização das seguintes atividades:
a)Definição do corpo receptor, da localização da(s)
ETE(s) e do sentido de escoamento do esgoto na
rede coletora;
b)Pré-dimensionamento das unidades de coleta,
elevação, tratamento e destino final para cada
alternativa de concepção;
c)Estimativa do custo de implantação/operação por
alternativa.
Estudo de Concepção
Etapa 4-Definição da alternativa

São comparadas as alternativas de concepção,


com base em critérios econômicos, técnicos e
ambientais;
É selecionada a alternativa de concepção mais
adequada para o SES a ser projetado.
Traçado da Rede Coletora de
Esgoto
Traçado da Rede Coletora de Esgoto

O traçado da rede coletora de esgoto está


relacionado à localização da ETE, que por sua
vez, depende:
•Da capacidade do corpo receptor para receber o
efluente tratado;
•Do custo de desapropriação para instalação da ETE;
•Do local para destinação dos subprodutos(lodo e
gases) do tratamento.
Traçado da Rede Coletora de Esgoto

Alternativas de
concepção do SES.
Alternativas de
concepção do SES.
Traçado da Rede Coletora de Esgoto

“Projetista deve analisar as características do


terreno e determinar a alternativa de traçado que
resulte em menor custo de construção, operação
e manutenção da rede coletora.”

Aproveitamento da topografia natural do terreno

Na redução de custos, bem como


para evitar a construção de estações elevatórias de
esgoto
Traçado da Rede Coletora de Esgoto

Quais seriam esses custos?


a) Aquisição/desapropriação de áreas para instalação das EEEs;
b) Consumo de energia elétrica para o funcionamento dos conjuntos motor e bomba;
c) Pessoal especializado para operação e manutenção.
Finalidade
• O rápido afastamento dos dejetos e águas servidas é um dos

objetivos quando da construção das habitações, o que precisa ser

realizado de forma tecnicamente correta, pois, caso contrário, essas

águas residuárias poderão poluir/contaminar as proximidades e até

mesmo locais mais distantes da habitação, trazendo consequências

danosas e desagradáveis para o meio ambiente e para a saúde

pública.
Unidades do sistema de esgotamento
sanitário.
• Coleta;

• Elevação;
Tratamento
• Tratamento

• Destino final.

Destino final
Coleta Elevação
1) Coleta

• É destinada ao recebimento e transporte de esgoto sanitário,


sendo formada pelos ramais prediais, tubos coletores e
órgãos acessórios.

• Sempre que possível, essa unidade deve ser instalada de


forma a possibilitar o escoamento por gravidade da massa
líquida
1) Coleta

• O esgoto sanitário é formado por esgoto doméstico, águas de


infiltração e efluentes industriais, podendo ser coletado
isoladamente ( sistema separador absoluto), em conjunto
com águas pluviais que escoam nos logradouros e residências
(sistema unitário) ou em conjunto com águas pluviais
provenientes dos telhados e pátios das residências (sistema
separador parcial).
1) Coleta

Obs: Nos locais com intensa precipitação pluviométrica é

normalmente, utilizado o sistema separador absoluto, sendo


essa uma recomendação da NBR 9.649/1986

Os tipos de coleta de unidade de esgoto mais utilizados são a


coleta convencional, a coleta condominial e a coleta em redes
simplificadas.
Coleta convencional

Na coleta convencional o assentamento da tubulação é


feita na área pública (passeio ou via), o atendimento
das recomendações da NBR 9649 deve ser seguido e
caberá à concessionária do serviço de água e esgoto ter
responsabilidade integral das atividades de operação e
manutenção.
Coleta convencional
Coleta condominial
O sistema de coleta condominial pode ser instalado em via pública ou
em área particular, sendo portanto, um sistema de coleta diferenciado
em relação aos projetos de construção, operação e manutenção.

Esse tipo de sistema é formado por ramais prediais, rede condominial


e rede básica. Em cada quadra (condomínio) é instalada uma rede
condominial, sendo esta ligada na rede básica que atende diversas
quadras.
Coleta condominial

Quanto a localização da rede condominial, é possível classificar o


assentamento em fundo do lote, frente de lote e passeio. Os
tipos fundo e frente de lote apresentam a rede condominial
instalada no quintal e no jardim das residências,
respectivamente, ou seja, dentro da área particular, o que,
naturalmente, exige maior participação dos moradores em razão
das dificuldades de acesso dos funcionários da concessionária.
Coleta condominial
2) Unidade de elevação
Quando as tubulações de esgoto estão muito profundas - por baixa
declividade do terreno ou pela necessidade de se transpor uma
elevação - é necessário bombear o fluxo de esgoto para um nível mais
elevado. Para fazer esse bombeamento, são construídas estações
elevatórias de esgoto (EEE). As EEE abrigam os conjuntos de motor e
bomba, e tubulações hidráulicas responsáveis pela elevação da cota do
esgoto até o ponto em que poderá seguir por gravidade ao destino
final. Devem ser usadas em trechos em que, por motivos técnicos e
econômicos, o esgotamento por gravidade não é possível. Em geral, as
EEE são necessárias nos pontos mais baixos de uma bacia ou nas
proximidades de rios, córregos e represas.
2) Unidade de elevação
São constituídas de posso úmido, para o armazenamento de esgoto;
poço seco, para a instalação dos conjuntos eletromecânicos (bombas,
painel de controle etc.); tubulações de sucção e recalque; peças e
conexões especiais,

Apesar de essenciais em algumas situações, as EEEs acabam


aumentando os custos da construção, da operação e da manutenção
do sistema, razão para, sempre que possível, serem projetadas
unidades de coleta com escoamento por gravidade em todos os
trechos.
1.Posicionamento

Para a escolha do local adequado à construção de uma estação elevatória, devem ser

considerados vários aspectos. Entre eles, as dimensões do terreno, o menor custo e a

facilidade de desapropriação, a disponibilidade de energia elétrica, a facilidade de

extravasão do esgoto em condições de eventuais paralisações e o menor trajeto

possível da tubulação de recalque.


2. Edificação

A construção conta com uma unidade de pré-tratamento para remoção de sólidos

grosseiros do esgoto que afluem às estações elevatórias. Normalmente, o pré-

tratamento é feito por meio de grade de barras ou cesto. Também pode haver caixas

de areia e dispositivos de medição, como uma calha Parshall. Em seguida, o esgoto é

dirigido a um poço de sucção, que é uma estrutura de transição para o bombeamento.

Por fim, a EEE tem uma casa de bombas que abriga os conjuntos de bombeamento e

equipamentos hidráulicos complementares.


3. Tubulações

Os principais componentes são as canalizações de sucção, do barrilete e de recalque,

além das válvulas - que permitem, entre outras funções, o fluxo do esgoto em uma

única direção. As tubulações devem respeitar um diâmetro mínimo para a introdução

de equipamento de limpeza, de cerca de 80 mm


4. Equipamentos

Entre os equipamentos, toda EEE tem, no mínimo, bombas a motor - normalmente

elétrico - e comandos para seu controle e acionamento. Existem diversos tipos de

bombas hidráulicas. Geralmente, as mais usadas para recalque de esgotos são as

centrífugas.
2) Unidade de elevação
Inspeção e manutenção

O projeto da EEE deve atender as normas das companhias de saneamento e


as normas gerais, como a ABNT NBR 12209 (Elaboração de Projetos
Hidráulico-sanitários de Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários). Os
serviços de execução costumam ser medidos por unidade e separadamente
(edificação, instalação das tubulações e das motobombas, entre outros). A
manutenção da EEE deve verificar o funcionamento dos conjuntos
elevatórios, bombas - as quais devem funcionar alternadamente - e
emanação de odores.

3) Tratamento
O primeiro passo para o projeto de qualquer sistema de
infraestrutura urbana é o estudo de concepção e integração
entre as partes componentes. No caso específico do
sistema de esgotamento sanitário (SES), é preciso avaliar de
que forma a unidade de tratamento pode facilitar a
construção e o funcionamento das unidades anteriores
(coleta e elevação do esgoto tratado) e posteriores
(elevação e destino final do efluente tratado).
3) Tratamento
Desse modo, ainda na fase de elaboração do projeto, é
preciso verificar a viabilidade técnica, econômica, financeira
e ambiental em função do número e da localização da(s)
estação(ões) de tratamento de esgotos ETEs, sendo que o
projetista precisa logo definir se é mais viável a construção
de apenas uma grande ETE ou a instalação de número
maior de ETEs de pequena capacidade.
3) Tratamento
Com a concepção do SES, é possível definir as
características e calcular as dimensões básicas das unidades
de tratamento e, com isso, selecionar a área mais
apropriada para a construção da estação de tratamento.
Essa etapa ocorre no início do projeto e está ligada
diretamente ao planejamento das atividades, já que, em
muitas situações, envolve desapropriações ou aquisições de
terrenos.
3) Tratamento
Com a concepção do SES, é possível definir as
características e calcular as dimensões básicas das unidades
de tratamento e, com isso, selecionar a área mais
apropriada para a construção da estação de tratamento.
Essa etapa ocorre no início do projeto e está ligada
diretamente ao planejamento das atividades, já que, em
muitas situações, envolve desapropriações ou aquisições de
terrenos.
3) Tratamento
É importante que o terreno tenha boa consolidação geológica, pois
terrenos alagados, necessitam de reforço nas fundações e
estruturas das unidades, o que pode aumentar o custo construtivo.
Também é recomendado que a ETE seja localizada próximo de
curso d’água, para reduzir a capacidade dos equipamentos
eletromecânicos e as dimensões das tubulações que irão recalcar e
transportar, respectivamente, o efluente tratado até o corpo
receptor, o que naturalmente, também resulta em custos de
construção e operação.
3) Tratamento
Conhecidas a área e o corpo receptor, é preciso caracterizar
o esgoto sanitário quanto a sua variação de vazão e
composição, o que serve para o estudo de soluções factíveis
e como para responder às seguintes indagações: como
trata? Qual o tipo de sistema que será utilizado? Qual a
eficiência que se espera nesse tratamento? Quanto custa
tratar? E quais os subprodutos decorrentes desse
tratamento?
Vazão do esgoto sanitário
Não existe um padrão único de comportamento, pois as características sócio-

econômicas da população, as condições climáticas, a regularidade do sistema

de abastecimento de água, a extensão da rede coletora são alguns dos fatores

que influenciam na vazão e na composição do esgoto sanitário, por exemplo,

a contribuição do esgoto gerada por 10.000 no estado do Pará, não será

necessariamente semilar à gerada por São paulo.


Vazão do esgoto sanitário
A vazão do esgoto sanitário apresenta grande variação, de acordo com a hora,

o local de geração e a manutenção da rede coletora.


• Quando não é possível a realização da medição da vazão
de esgoto sanitário, a Associação Brasileira de Normas
Técnicas recomenda que a vazão média doméstica
(Qmed) seja a soma das vazões domésticas, (Pop. Q. C.)
de infiltração (Qinf) e de de efluentes industriais (Qind),
sendo calculada da seguinte maneira:
Qmed = Pop x q x C + Qinf + Qind
Composição do esgoto
• O esgoto sanitário é normalmente constituído por
material grosseiro, sólidos suspensos, matéria orgânica
e microrganismos, sendo suas características físicas,
químicas e biológicas variáveis com o padrão
socioeconômico da comunidade, as condições
climáticas, o consumo per capita de água, as
características da rede coletora etc.
Classificação do Esgoto Sanitário
quanto à composição
Parâmetro Campina grande PB Jaboatão dos São Carlos SP
Guararapes PE
Temperatura (°C) 30,0 27,0 -
pH 7,7 7,0 7,0
Alcalinidade Total 281 233 121
(mgCaCO3/L)
DQO (mg O2/L) 341 654 639
Sólidos 3,2 3,0 3,5
sedimentáveis
(ml/L)
Amônia (mg/L) 26,15 18 26
Fósforo Total (mg 4,5 6,0 -
P/L)
• Com o conhecimento da vazão e da composição do esgoto,
é possível determinar as cargas do esgoto sanitário, o que é
fundamental para avaliar o grau de poluição/contaminação
no corpo receptor, definir as unidades mais adequadas para
tratamento, monitorar o desempenho da ETE, verificar o
enquadramento do efluente tratado na legislação
ambiental e estimar a capacidade de autodepuração do
corpo receptor.
• As cargas de poluição/contaminação são normalmente
expressas em kg/dia, sendo o resultado da multiplicação
da vazão pela concentração do parâmetro de interesse,
por exemplo, as cargas de sólido total (Cst) e de matéria
orgânica (CODBO5) são:

CST = Q (m³/d) x ST (g/m³)


CODBO5 = Q (m³/d) x DBO5 (g/m³)

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