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fim de semana
PRL 111, 180503 (2013) CARTAS DE REVISÃO FÍSICA 1 de novembro de 2013

Caminhada Quântica Dinamicamente Desordenada como Gerador de Emaranhamento Máximo

Rafael Vieira,1 Edgard P. M. Amorim,1,* and Gustavo Rigolin2,†

1
Departamento de Fÿ´sica, Universidade do Estado de Santa Catarina, 89219-710 Joinville, Santa Catarina, Brazil
2
Departamento de Fÿ´sica, Universidade Federal de Sa˜o Carlos, 13565-905 Sa˜o Carlos, Sa˜o Paulo, Brazil
(Received 14 May 2013; revised manuscript received 21 June 2013; published 31 October 2013)

Mostramos que o emaranhamento entre os graus de liberdade interno (spin) e externo (posição) de um qubit
em um passeio aleatório quântico (QRW) unidimensional de tempo discreto aleatório (dinamicamente desordenado)
atinge seu valor máximo possível assintoticamente no número de etapas, superando o emaranhamento obtido
usando QRW ordenado. A desordem é modelada pela introdução de um aspecto extra aleatório ao QRW, uma
moeda clássica que dita aleatoriamente qual moeda quântica impulsiona a evolução temporal do sistema.
Mostramos também que o emaranhamento máximo é alcançado independentemente do estado inicial do
caminhante, estudamos o número de passos que o sistema deve percorrer para estar dentro de uma pequena
vizinhança fixa de seu limite assintótico e propomos dois experimentos onde essas ideias podem ser testadas.

DOI: 10.1103/PhysRevLett.111.180503 Números PACS: 03.67.Bg, 03.65.Ud, 03.67.Ac, 05.40.Fb

Imagine que temos um qubit, uma partícula quântica que além
de seus graus de liberdade externos (posição e momento) tem um
interno tipo spin-1=2 (sistema de dois níveis) [1]. Assumimos que
evolui no tempo da seguinte forma. Primeiramente aplicamos uma
operação unitária C (nossa ''moeda quântica'') atuando apenas no
grau de liberdade interno do qubit, deixando-o geralmente em uma
superposição de spin para cima e para baixo. Em seguida,
aplicamos outra operação unitária S que correlaciona o
deslocamento do qubit ao seu grau de liberdade interno. Ele se
move para a direita se o estado de rotação em um determinado
local for para cima e para a esquerda, caso contrário. Desta forma,
emaranhamos os graus de liberdade internos e externos do sistema.
As sucessivas aplicações do procedimento anterior levam à
evolução no tempo discreto (deslocamento) do qubit.
Isso é o que chamamos de caminhada aleatória quântica de
tempo discreto unidimensional (QRW) [2,3].
A principal diferença entre o passeio aleatório clássico (CRW)
[4] e o QRW é o princípio de superposição da mecânica quântica,
uma característica que obviamente falta no CRW. A aplicação de
C seguida pelo operador de deslocamento S em cada passo gera
um estado catlike entre todas as posições possíveis da partícula,
preparando o cenário para que os efeitos de interferência ocorram.
A interferência entre as amplitudes de probabilidade se manifesta
produzindo uma distribuição de probabilidade de posição PðjÞ
drasticamente diferente da clássica. De fato, PðjÞ para o CRW
imparcial sempre atinge o pico em torno da posição inicial e cai
exponencialmente com o quadrado da distância (distribuição
gaussiana). Além disso, sua variância é proporcional ao número n
de etapas (moedas lançadas). Este é o 2comportamento difusivo.
Para o QRW imparcial,
no entanto, PðjÞ é aproximadamente uniforme à medida que nos
afastamos da origem, tendo picos distantes dela. Além disso,
dependendo do estado de spin inicial, podemos ter um pico à
esquerda, ou à direita, ou dois sym/ n2, um ganho quadrático
(picos métricos balísticos [3], e comportamento) na propagação
2
CRW. Além disso, devido à estrutura
da partícula
SUð2Þ quando
de C, comparado ao
tem uma moeda com três parâmetros independentes, enquanto
classicamente existe apenas um.
Tanto o CRW quanto o QRW, nas versões de uma ou mais
dimensões, possuem muitas aplicações importantes [5]. E a
maioria dos estudos que tratam do QRW assume que C é o
mesmo durante todas as etapas da caminhada ou muda de forma
determinística [3,8–13]. O que aconteceria, porém, se ruído,
desordem ou flutuações mudassem C de um passo para o outro?
O que aconteceria se C mudasse aleatoriamente entre duas
moedas possíveis? Um palpite ingênuo sugeriria que todos os
recursos do QRW podem ser eliminados por tal processo.
De fato, sabe-se que algumas características típicas do QRW,
como PðjÞ e 2, mudam nesses processos aleatórios e se
aproximam do caso clássico [14]. No entanto, até agora não foram
feitos estudos numéricos e/ou analíticos sistemáticos nessa linha
para o conteúdo de emaranhamento do andador e para qualquer
condição inicial. A única exceção é a Ref. [15], que chegou ao
nosso conhecimento após a conclusão deste trabalho e onde para
apenas uma condição inicial e um tipo particular de desordem
estática e dinâmica o comportamento do emaranhamento foi
investigado numericamente para uma caminhada de 100 passos.
Nosso principal objetivo aqui é investigar esse aspecto extra
aleatório em um QRW e analisar se ele é ou não prejudicial à sua
capacidade de geração de emaranhamento. Nossa principal
descoberta é, surpreendentemente, que o oposto da suposição
ingênua ocorre quando se trata de geração de emaranhamento
usando um QRW dinamicamente desordenado. Mostramos que o
emaranhamento, uma característica quântica genuína, entre os
graus de liberdade internos e externos do caminhante é
potencializado quando C muda de um passo para o outro de forma
verdadeiramente aleatória. Mostramos também que alcançamos,
assintoticamente no número de passos, um estado maximamente
emaranhado. Além disso, mostramos que esse efeito é
independente da condição inicial, ao contrário dos esquemas
padrão de geração de emaranhamento que dependem criticamente
do estado inicial do sistema e nunca atingem o emaranhamento
máximo [12]. Vale ressaltar que esse estado inicial

0031-9007=13=111(18)=180503(5) 180503-1 2013 Sociedade Americana de Física

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independência que mostramos aqui tem importantes
consequências e mostra que a geração de emaranhamento
esquema aqui apresentado é robusto contra imperfeições em
a preparação do estado inicial.
Para explorar essas ideias, apresentamos um andador
que combina as características tanto do clássico quanto do quântico
em um único formalismo. Tem dois ingredientes aleatórios, um dos
quais é uma moeda clássica semelhante à do
CRW. Esta moeda dita qual moeda quântica (a fonte de
aleatoriedade da posição) será usado em cada passo da caminhada.
Esta é a essência deste caminhante, e a presença destes
dois aspectos aleatórios diferentes, um clássico e outro
quântico, nos leva a chamá-lo de aleatório quântico aleatório
processo de caminhada (RQRW). Mostramos na Ref. [16] que CRW e
QRW são dois casos particulares de RQRW. Observe que o
aspecto aleatório quântico se manifesta apenas quando
medir a posição ou rotação do andador (medição
postulado da mecânica quântica). A dinâmica é unitária,
entretanto, levando alguns autores a chamarem o caso ordenado
simplesmente QW em vez de QRW.
Formalismo matemático.—O espaço de Hilbert de RQRW
é H ¼ HC HP, onde HC é um
espaço vetorial complexo associado aos estados de spin
fj "i; j #ig e HP é uma dimensão infinita, mas contável
espaço de Hilbert complexo gerado por todos os inteiros. Sua base é
representado pelos kets jji, j 2 Z, e eles denotam o
posição do qubit na rede. Com esta notação
escrevemos um estado inicial arbitrário do qubit (walker)
como j ð0Þi ¼ P j½aðj; 0Þj "i jji þ bðj; 0Þj #i jji , com
Pj½jaðj ; 0Þj2 þ jbðj; 0Þj2 ¼ 1 sendo a normalização
condição e j rodando sobre todos os inteiros. O tempo t é
discreto, e denota os passos do caminhante. Em um n-passo
processo, o tempo muda de t ¼ 0 para t ¼ n em incrementos de
um, e o estado do caminhante é j ðnÞi ¼
UðnÞ... Uð1Þj ð0Þi ¼ T Qn
denota um produto encomendado no tempo e
UðtÞ ¼ S½CðtÞ 1P :
Aqui 1P é o operador de identidade atuando no espaço HP,
CðtÞ a moeda quântica dependente do tempo e S o operador de
deslocamento condicional. O operador S move o
qubit no site j para o site j þ 1 se seu spin for para cima e para o site
j 1 se seu spin for baixo. Usando a notação atual,
S ¼ P jðj "ih" j jj þ 1ihjj þ j #ih# j 1ihjjÞ. jj
Um CðtÞ arbitrário é dado pela forma mais geral de
escrevendo uma transformação unitária SUð2Þ. Até uma fase global
vant irregular temos CðtÞ1ÿ4c""ðtÞj "ih"jþc"#ðtÞj "i qðtÞ p ,
controlar a fase relativa entre os dois estados no
sobreposição. Observe que estamos explorando o SUð2Þ completo
estrutura de CðtÞ com seus três parâmetros independentes,
o que o torna mais geral do que os da Ref. [14].
Caminhantes dependentes do tempo também foram explorados em [17],
onde, em vez de C, S foi feito dependente do tempo, e
em [18,19].
A evolução temporal geral pode ser obtida aplicando-se
UðtÞ [Eq. (1)] para um estado arbitrário no tempo tj ðtÞi 1. Este
conduz para
¼UðtÞj ðt1Þi ¼P j½aðj; tÞj "ijjiþ
bjj tÞj #ijji , onde
adj; tÞ ¼ c""ðtÞtÞj 1; t 1Þ þ c"#ðtÞbðj 1; t 1
bðj; tÞ ¼ c#"ðtÞtj þ 1; t 1Þ þ c##ðtÞbðj þ 1; t 1: (2)
Vamos nos concentrar aqui em dois tipos de RQRW (ver Fig. 1).
A primeira lida com apenas duas moedas quânticas: C1 e
C2. A cada passo da caminhada, a decisão de usar C1 ou C2 é
feito pelo resultado de uma moeda clássica. Se ficarmos de cabeça
passo t, usamos C1, e se obtivermos coroa, usamos C2. Nós chamamos isso
processar um RQRW2, com o subíndice denotando que nosso
escolhas são feitas aleatoriamente entre duas moedas quânticas.
No segundo RQRW temos um número infinito de CðtÞ
escolher em cada etapa. Os parâmetros independentes de CðtÞ,
ou seja, qðtÞ, ðtÞ e 'ðtÞ, são escolhidos de
distribuições uniformes abrangendo o intervalo de suas
valores. Note que podemos dar um passeio onde um, dois,
ou todos os parâmetros mudam a cada passo. Chamamos tais caminhadas
RQRW1.
Emaranhamento.—Como ðtÞ¼j ðtÞih ðtÞj é puro, nós
quantificar o emaranhamento entre os graus de liberdade internos
e externos pela entropia de von Neumann do
estado parcialmente reduzido CðtÞ ¼ TrP½ ðtÞ [20], SE½ ðtÞ ¼
Tr½ CðtÞlog2 CðtÞ , com TrPð Þ sendo o traço sobre
t¼1 UðtÞj ð0Þi, onde T os graus de liberdade da posição. SE é 0 para separável
estados e 1 para estados maximamente emaranhados. Desde CðtÞ¼
ðtÞj "ih"jþ ðtÞj #ih#jþ ðtÞj "ih#jþ ðtÞj #ih"j, ðtÞ¼P Onde
(1)
jjaðj;tÞj2, ðtÞ¼P jjbðj;tÞj2, ðtÞ¼P jaðj;tÞ b ðj;tÞ, e conjugado
de z é o complexo tenho
ffiffiffiffiffiffi

h#jþc#"ðtÞj #ih"jþc##ðtÞj #ih#j , com c" "ðtÞ1ÿ4 1qðtÞ

c"#ðtÞ1ÿ4
p ei ðtÞ FIGO. 1 (cor online). (a) A linha tracejada representa uma possível
ffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffi ffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffi

realização de CRW, onde não ocorre superposição. O sólido

p no'ðtÞ ,
1qðtÞ ¼
, c#"ðtÞ¼ e c##ðtÞ
curvas representam amplitudes de probabilidade para RQRW2, onde apenas
ffiffiffiffiffiffi

.
qðtÞ p ei½ ðtÞþ'ðtÞ Aqui 0 qðtÞ ðtÞ, 1e0
são permitidos dois CðtÞ (discos vermelhos e azuis). (b) Vista esquemática para
'ðtÞ 2. O primeiro parâmetro controla a polarização de CðtÞ. RQRW1, onde CðtÞ são escolhidos aleatoriamente a partir de distribuições
Para qðtÞ ¼ 1=2 a moeda cria uma superposição igual de contínuas uniformes de moedas quânticas (em cada passo um
os estados de spin ao agir em j "i ou j #i e um cor ou moeda é usada). Observe que a cada passo todas as moedas ou cores
um desbalanceado para qðtÞ 1=2. Os dois últimos parâmetros são os mesmos (desordem dinâmica).

180503-2
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SE½ ðtÞ ¼ þðtÞlog2 þðtÞ p ¼ tÞlog2 tÞ, com condições iniciais, e o conjunto de estados iniciais dando alta
ffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffiffi

f1=2
autovalores de 1=4 ðtÞ½1
CðtÞ. ðtÞ þ j ðtÞj2 g sendo o valores de SE não é denso. Um exemplo importante é o
caminhada de Hadamard, onde pode ser mostrado [12] que o

Resultados.—Começamos estudando dois representantes típicos valores assintóticos de SE oscilam continuamente entre
de RQRW. O primeiro é RQRW2 com C1 sendo o SE ¼ 0:661 e SE ¼ 0:979, pois cobrimos um conjunto de
Moeda Hadamard (H) [qðtÞ ¼ 1=2, ðtÞ ¼ 'ðtÞ ¼ 0] e C2 condições semelhantes às da Fig. 2.
a moeda de Fourier ou Kempe (F) [qðtÞ ¼ 1=2, ðtÞ ¼ 'ðtÞ ¼ Para obter mais informações sobre o limite assintótico de SE,
=2]. Observe que a última moeda introduz um relativo = 2 executamos outro conjunto de experimentos numéricos para os três

fase entre j "i e j #i. O outro passeio é RQRW1, caminhadas descritas na Fig. 2, mas agora subindo para 1000 passos

onde em cada passo os valores de qðtÞ, ðtÞ e 'ðtÞ são e também contando o número de condições iniciais que levam

escolhidos aleatoriamente a partir de três uniformes contínuos distintos altos valores de SE. Olhando para a Fig. 3, fica claro que
distribuições. SE ! 1 para RQRW1 e RQRW2, enquanto o Hadamard

Para investigar a dependência da assintótica O emaranhamento assintótico QRW é altamente sensível ao

condições iniciais.
comportamento do SE em condições iniciais, executamos vários
Agora, como SE é limitado de cima por um, hSEi ! 1
milhares de experimentos numéricos, cada um com um
implica que para RQRW o conjunto de estados iniciais em que
doença. Cada realização da caminhada dá no passo ta
SE ! 1 assintoticamente é denso. Em outras palavras, isso sugere
valor para SE, e na Fig. 2 mostramos os valores médios de
que no limite assintótico SE ! 1 para qualquer inicial
SE sobre todas as realizações em cada etapa t.
doença. A justificativa da última afirmação é dada por
Como pode ser visto na Fig. 2, o emaranhamento médio
o seguinte teorema.
hSEi se aproxima do valor máximo possível (SE ¼ 1) para
Teorema.—No limite assintótico e para qualquer inicial
ambos os casos RQRW após algumas centenas de passos. Para
condição, SE ! 1 se a moeda quântica agindo no andador
comparação, mostramos o QRW usual com uma moeda Hadamard, onde
em cada passo é um operador unitário aleatório SUð2Þ.
claramente hSEi 1 assintoticamente. Com efeito, para o ordenado
Aqui nós esboçamos as ideias principais que levam à prova, e
caso o valor assintótico de SE seja altamente sensível ao
os detalhes são dados em [16]. No regime de longa data,

1
Cðt þ 1Þ ¼ CðtÞ þ Oðt 1=4Þ. Assim, Cðt þ 1Þ ¼ CðtÞ
para t! 1. Em termos de seus coeficientes, ðt þ 1Þ ¼ ðtÞ
0,9
e ðt þ 1Þ ¼ ðtÞ. Isso, mais a evolução temporal de ðtÞ
0,8
RQRWÿ e ðtÞ, que pode ser calculado com a Eq. (2), leva a
0,7
RQRW2
Ref½c"" ðt þ 2Þ=c"# ðt þ 2Þ c"" ðt þ 1Þ=c"# ðt þ 1Þ ðtÞg ¼ 0.
0,6 QRW
200
Observe que, para moedas constantes, essa igualdade é trivialmente
0,04
0,5
Dispersão

Emaranhamento
Médio
150
0,03
0,4 Probabilidade
média
1
0,02 100
0,3 0,9
0,01 50
0,2 0,8
0 0
0,1 -300 -200 -100 0 100 200 300 0 100 200 300 400 0,7 100
Posição Número de etapas RQRWÿ
0 0,6 80 RQRW2
0 100 200 300 400
0,5
QRW
Número de etapas 60
Condições
Iniciais
das
%

Emaranhamento
Médio

0,4
40

FIGO. 2 (cor online). hSEi foi calculado pela média de 0,3

20
16 384 condições iniciais da forma j ð0Þi¼ ðcos sj "iþ 0,2
0
ei s sem sj #iÞ ðcos pj1iþei p sem pj1iÞ , com 2 1ÿ20; 2 s;p 2 ½0; 0,1 0,95 0,97 0,99
Emaranhamento no Passo 1000
e . A primeira realização usou a condição inicial
s;p 0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
s; s; p; pÞ¼ð0; 0; 0; 0Þ e os subsequentes todos quad Número de etapas
¼
ð rúbricas de pontos em incrementos independentes de 0,4 s;p
até e ¼ 2. Trabalhamos com caminhada de 400 passos. O azul FIGO. 3 (cor online). hSEi foi obtido pela média de
s;p
(quadrado) dá RQRW1, o vermelho (círculo) um RQRW2, 2016 condições iniciais localizadas dadas como j ð0Þi ¼ ðcos sj "i þ
e o verde (sólido) o Hadamard QRW. A inserção esquerda ei s sin sj #iÞ j0i, onde 2 ½0; e 2 ½0;
s 2O s
.
mostra as distribuições de probabilidade de posição média [hPðjÞi] primeira realização utilizou a condição inicial ð s; sÞ¼ð0; 0Þ e
após 400 passos e o certo as dispersões médias
ffiffiffiffiffi os próximos todos os pares de pontos em incrementos independentes de 0,1
2 pi). As curvas tracejadas pretas representam os resultados esperados ¼e
até ¼ 2. sTrabalhamos com
s caminhada de 1000 passos.
(h para CRW começando na origem, e eles se sobrepõem às curvas A inserção mostra a taxa de condições iniciais que levam a SE
para RQRW1, que é mais localizado que RQRW2. Os dois maior que 0,95, 0,97 e 0,99 na etapa 1000. Observe que para
picos em hPðjÞi para RQRW2 são devidos ao fato de que ele é construído em RQRW [barras do meio (azul) e direita (vermelha)] quase 100% do
as moedas de Hadamard e Fourier, onde essas pontas são uma condições iniciais levam a SE > 0:97, enquanto para QRW [esquerda (verde)
tendência comum. bar] isso ocorre para menos de 10%.

180503-3
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satisfeito. Mas para os aleatórios dependentes do tempo, o termo
dentro dos colchetes é um número complexo aleatório zðtÞ ¼ xðtÞ þ
iyðtÞ, com xðtÞ e yðtÞ reais aleatórios. Portanto, xðtÞRe½ ðtÞ
yðtÞIm½ ðtÞ ¼ 0. leva
Repetir este
a xðt argumento
þ 1ÞRe½ ðtÞ por
yðt þum tempoðtÞ
1ÞIm½ subseqüente
¼ 0.
Essas expressões formam um sistema homogêneo de equações
lineares nas variáveis Re½ ðtÞ e Im½ ðtÞ .
Uma solução não trivial existe se o determinante de seus
coeficientes for zero. Mas isso quase certamente não acontecerá, já
que xðtÞ, yðtÞ, xðt þ 1Þ e yðt þ 1Þ são quatro números aleatórios
independentes. Assim ðtÞ ¼ 0 e ðtÞ ¼ 1=2, pois a dinâmica e a
condição assintótica dão ðtÞ ¼ 1=2 þ Re½ ðtÞc""ðt þ 1Þ=c"#ðt þ 1Þ .
Esses valores
para ðtÞ e ðtÞ dão SE ¼ 1, um estado maximamente emaranhado.
Na Ref. [16], investigamos numericamente outros RQRW, alguns
deles não cobertos pelo teorema, e quanta desordem devemos ter
para alcançar SE ! 1 assintoticamente.
Mostramos que a desordem fraca é suficiente para gerar estados
altamente emaranhados para condições iniciais arbitrárias em uma
variedade de RQRW e fornecemos mais detalhes sobre a distribuição
de probabilidade do caminhante e suas propriedades de dispersão.
Finalmente, também investigamos a rapidez com que condições
iniciais altamente não locais (distribuições gaussianas) se aproximam
do limite assintótico SE ! 1.
Implementação experimental.—A tecnologia atual permite
implementar de pelo menos duas maneiras as caminhadas anteriores.
O primeiro é baseado em elementos ópticos passivos, como placas
de um quarto (QWP) e meia (HWP) de onda e divisores de feixe de
polarização (PBSs), além de um modulador eletro-óptico de comutação
rápida (EOM) [21], onde o O grau de liberdade do caminhante é a
polarização de um fóton e a posição ou externa é mapeada para
diferentes tempos de chegada do fóton no fotodetector (time bins) [22].
A segunda forma também usa fótons como caminhantes, mas é
baseada na fotônica integrada, onde uma caminhada desordenada é
construída em circuitos integrados de guias de onda, proporcionando
perfeita estabilidade de fase. Usando técnicas de escrita a laser de
femtosegundo de última geração, os autores da Ref. [23] foram
capazes de forjar uma matriz de interferômetros em um vidro que
reproduz a dinâmica de RQRW [24].
Para testar as ideias aqui apresentadas, precisamos medir o
emaranhamento do caminhante, que é obtido se conhecermos o
estado da moeda CðtÞ. Mas CðtÞ é determinado alterando ligeiramente
os dois esquemas descritos acima. De fato, uma vez que um estado
geral de polarização de fótons é escrito como CðtÞ ¼
1C þ P3 j se
sendo com de Pauli, podemos j¼1 rj j, determinar CðtÞ
matrizes
medirmos rj. Mas isso é conseguido medindo a polarização
média do fóton no eixo vertical (horizontal) (r3), no eixo 45 (r1), e a
polarização circular média direita (esquerda) (r2) [25]. Essas medidas
podem ser facilmente implementadas organizando adequadamente
um HWP e QWP antes que o fóton passe por um PBS com
fotodetectores em cada um de seus braços. Observe que os dados
brutos estão relacionados a ðtÞ, e precisamos traçar sua
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1 de novembro de 2013
posicione graus de liberdade (medição pós-processamento) para
obter CðtÞ. Na Ref. [16], mostramos que apenas alguns passos são
suficientes para ter diferentes previsões para o comportamento do SE
se trabalharmos com RQRW2 ou QRW.
Resumo.—Definimos o RQRW, um esquema de passeio aleatório
quântico de tempo discreto cuja evolução unitária em cada passo é
escolhida aleatoriamente usando uma moeda clássica de duas faces
(ou infinitas). Mostramos que tanto os passeios aleatórios clássicos
quanto os quânticos usuais são casos particulares de RQRW. Em
seguida, estudamos sua capacidade de geração de emaranhamento.
Mostramos que RQRW cria estados maximamente emaranhados no
limite assintótico para vários tipos de desordem dinâmica (evolução
temporal aleatória), ao contrário do QRW ordenado. Além disso, e
surpreendentemente, provamos que as capacidades de criação de
emaranhamento RQRW são independentes da condição inicial do
caminhante, outra propriedade em contraste com o QRW ordenado.
Por fim, ressaltamos que nossas descobertas naturalmente levam
a novas questões importantes. Por exemplo, qual é a interação entre
ordem ou desordem e criação de emaranhamento para caminhantes
bi ou tridimensionais? O que aconteceria com o emaranhado de
desordem estática [15,21,23]? Os resultados anteriores podem ser
adaptados para o caso de dois ou mais caminhantes [13] para
melhorar a criação de emaranhamento bipartido e multipartido,
respectivamente, apenas entre os graus de liberdade internos?
Acreditamos que investigações nesse sentido podem trazer outros
resultados inesperados e intrigantes e fomentar o desenvolvimento de
novos protocolos de geração de emaranhamento.
Os autores agradecem ao parecerista anônimo por muitas
sugestões perspicazes que melhoraram a apresentação deste
manuscrito. A RV agradece a CAPES (Agência Brasileira de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo financiamento. A
GR agradece as agências brasileiras CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e FAPESP (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo financiamento e
CNPq/FAPESP pelo apoio financeiro através do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia da Informação Quântica.
*eamorim@joinville.udesc.br
†
rigolin@ufscar.br
[1] Esse grau de liberdade interno pode ser o spin de um
elétron, a polarização de fótons ou os estados fundamental
e excitado de um átomo.
[2] Y. Aharonov, L. Davidovich e N. Zagury, Phys. Rev. A 48,
1687 (1993).
[3] J. Kempe, Contemp. Física 44, 307 (2003); SE Venegas
Andraca, Quantum Inf. Processo. 11, 1015 (2012).
[4] K. Pearson, Nature (Londres) 72, 294 (1905); 72, 342
(1905); L. Rayleigh, ibid. 72, 318 (1905).
[5] O CRW é empregado desde a modelagem de processos
biológicos [6] até a física de polímeros [7]. QRW provou
dar importantes insights sobre a implementação de
algoritmos de busca quântica [8], a compreensão da física de
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fotossíntese [9], a construção de um computador quântico
universal [10,11] e a geração de estados emaranhados para
sistemas com um [12] e mais caminhantes [13].
[6] HC Berg, Random Walks in Biology (Princeton
University, Princeton, NJ, 1993).
[7] P.-G. de Gennes, Scaling Concepts in Polymer Physics (Cornell
University, Ithaca, 1979).
[8] N. Shenvi, J. Kempe e K. Birgitta Whaley, Phys. Rev. A 67,
052307 (2003).
[9] GS Engel, TR Calhoun, EL Read, T.-Kyu Ahn, T.
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Fleming, Nature (Londres) 446, 782 (2007).
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[11] NB Lovett, S. Cooper, M. Everitt, M. Trevers e V.
Kendon, Phys. Rev. A 81, 042330 (2010).
[12] I. Carneiro, M. Loo, X. Xu, M. Girerd, V. Kendon e PL Knight,
New J. Phys. 7, 156 (2005); G. Abal, R. Siri, A. Romanelli e R.
Donangelo, Phys. Rev. A 73, 042302 (2006); S. Salimi e R.
Yosefjani, Int. J. Mod. Física B 26, 1250112 (2012).
[13] SE Venegas-Andraca e S. Bose, arXiv:0901.3946; SK
Goyal e CM Chandrashekar, J. Phys. A 43, 235303 (2010); C.
Di Franco, M. Mc Gettrick e Th. Busch, Fisica. Rev. Lett. 106,
080502 (2011); B. Alle´s, S. Gûndu¨c¸, e Y. Gûndu¨c¸, Quantum
Inf. Processo. 11, 211 (2012); E.
Roldán, C. DiFranco, F. Silva, and GJ de Valcárcel, Phys.
Rev. A 87, 022336 (2013); S. Moulieras, M. Lewenstein e G.
Puentes, J. Phys. B 46, 104005 (2013).
[14] P. Ribeiro, P. Milman e R. Mosseri, Phys. Rev. Pe. Lett. 93,
190503 (2004); MC Banuls , C Navarrete , A Perez , E
Roldán, e JC Soriano, Phys. Rev. A 73, 062304 (2006).
[15] CM Chandrashekar, arXiv:1212.5984.
[16] Consulte o material complementar em http://link.aps.org/
splemental/10.1103/PhysRevLett.111.180503 para uma prova
de que CRW e QRW são casos particulares de RQRW, uma
demonstração detalhada do teorema no texto principal, estudos
numéricos de vários outros RQRW e uma descrição detalhada
de como testar experimentalmente essas ideias com a
tecnologia atual.
180503-5
fim de semana
1 de novembro de 2013
[17] O. Buerschaper e K. Burnett, arXiv:quant-ph/0406039; A. Wo
´jcik, T. ÿuczak, P. Kurzyn´ski, A. Grudka e M. Bednarska,
Phys. Rev. Lett. 93, 180601 (2004); UMA.
Romanelli, A. Auyuanet, R. Siri, G. Abal, and R.
Donangelo, Physica (Amsterdã) 352A, 409 (2005).
[18] D. Shapira, O. Biham, AJ Bracken e M. Hackett, Phys. Rev. A
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Física 307, 65 (2011).
[19] A. Ahlbrecht, C. Cedzich, R. Matjeschk, VB Scholz, AH Werner
e RF Werner, Quantum Inf. Process.
11, 1219 (2012); A. Ahlbrecht, H. Vogts, AH Werner e RF
Werner, J. Math. Física (NY) 52, 042201 (2011); A. Ahlbrecht,
VB Scholz e AH Werner, J. Math.
Física (NY) 52, 102201 (2011).
[20] CH Bennett, HJ Bernstein, S. Popescu e B.
Schumacher, Phys. Rev. A 53, 2046 (1996).
[21] A. Schreiber, K. N. Cassemiro, V. Potocÿek, A. Ga´bris, I.
Jex, e Ch. Silberhorn, Phys. Rev. Lett. 106, 180403 (2011); A.
Schreiber, KN Cassemiro, V. Potocÿek, A.
Gábris, PJ Mosley, E. Andersson, I. Jex, and Ch.
Silberhorn, Phys. Rev. Lett. 104, 050502 (2010).
[22] O operador de moeda aleatória C é implementado usando HWP
e EOM, enquanto o operador de deslocamento condicional S
dois PBSs e uma linha de atraso de fibra onde uma polarização
segue um caminho óptico mais longo. Além disso, condições
iniciais arbitrárias são simplesmente geradas por QWP e HWP.
Uma característica importante do esquema na Ref. [21] é a
sua escalabilidade com o número de passos. De fato, as
técnicas de retroalimentação óptica permitem a implementação
de uma caminhada de muitos passos usando poucos elementos
ópticos. Na Ref. [21], os autores já implementaram caminhadas
de 28 passos com desordem estática e dinâmica.
[23] A. Crespi, R. Osellame, R. Ramponi, V. Giovannetti, R.
Fazio, L. Sansoni, F. De Nicola, F. Sciarrino, and P.
Mataloni, Nat. Fotônica 7, 322 (2013).
[24] Em circuitos de guia de onda integrados, o PBS é um acoplador
direcional e os deslocamentos de fase são implementados
escrevendo circuitos com diferentes comprimentos ou deformações.
[25] A. Peres, Teoria Quântica: Conceitos e Métodos (Kluwer
Academic, Nova York, 2002).