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CAROLINE ISABEL GIARETTA DIREITO CIVIL 5

Art. 1.233 CC. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono
ou legítimo possuidor.

Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não


o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.

Art. 1.234 CC. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu
valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte
da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.

Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o


esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor,
as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.

Art. 1.235 CC. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou


possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.

Art. 1.236 CC. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta


através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o
seu valor os comportar.

Art. 1.237 CC. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou
do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta
vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do
descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição se
deparou o objeto perdido.

Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa


em favor de quem a achou.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DOS BENS IMÓVEIS

Adquire-se a propriedade dos bens imóveis, entre vivos, por três modos:

 Pelo registro do título translativo


 Pela usucapião
 Pelas espécies de acessão
O registro do título translativo configura modo derivado de aquisição da propriedade,
pois deriva de uma transferência do domínio de seu titular anterior ao novo. Já a
usucapião e a acessão configuram modos originários de aquisição da propriedade.
1. Da Aquisição pelo Registro do Título

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título


translativo no Registro de Imóveis.

§ 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser


havido como dono do imóvel.

§ 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de


invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a
ser havido como dono do imóvel.

Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título


ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.

Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado


reclamar que se retifique ou anule.

Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o


imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

2. Da Usucapião

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé;
podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título
para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o


possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado
obras ou serviços de caráter produtivo.

Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua
como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1 o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à


mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2 o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo


possuidor mais de uma vez
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição,
posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.

§ 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de


uma vez.

3. Da Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:

I - Por formação de ilhas;

II - Por aluvião;

III - por avulsão;

IV - Por abandono de álveo;

V - Por plantações ou construções.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DOS BENS MÓVEIS


Pode se dar por oito modos:

 Tradição
 Ocupação,
 Achado do tesouro
 Especificação
 Confusão
 Comistão
 Adjunção
 Usucapião

PERDA DA PROPRIEDADE
O direito de propriedade é, por natureza, perpétuo, e, inclusive, transmite-se
em razão da morte do proprietário aos seus herdeiros. No entanto, existem modos de
perda da propriedade.

Art. 1.275 CC. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a
propriedade:

I - Por alienação;
II - Pela renúncia;

III - por abandono;

IV - Por perecimento da coisa;

V - Por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade
imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no
Registro de Imóveis.

PROPRIEDADE RESOLÚVEL

O ordenamento contempla duas hipóteses de propriedade resolúvel: a clássica,


em que o próprio título de propriedade contém condição ou termo, e a da revogação
da doação.

Um exemplo de propriedade resolúvel é o da propriedade adquirida por contrato


com cláusula de retrovenda, a qual admite que o vendedor, em prazo não superior a
três anos, possa recomprar a coisa.

Art. 1.359 CC Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo


advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na
sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a
coisa do poder de quem a possua ou detenha.

Art. 1.360 CC. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o


possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado
proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação
contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor.

PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA

A propriedade fiduciária é resolúvel por uma causa contida no próprio título de


propriedade, baseada em um contrato de alienação fiduciária em garantia

Art. 1.361 CC. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel


infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.

§ 1 o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado


por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e
Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição
competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

§ 2 o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da


posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
§ 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o
arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.

O art. 1.362 do Código exige que constem do contrato de alienação fiduciária: o


valor total da dívida, ou sua estimativa; o prazo, ou a época do pagamento; a taxa de
juros que houver; a descrição da coisa objeto da alienação, com todos os elementos
indispensáveis à sua identificação.

Art. 1.364 CC. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender,
judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de
seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.

Art. 1.365 CC. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a
coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito
eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.

Art. 1.366 CC. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento
da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante.

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