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Conceito
O Direitos das coisas, é conceituado como o conjunto de normas destinadas a regular as relações jurídicas
concernentes a bens corpóreos (materiais) ou incorpóreos (imateriais) suscetíveis de apropriação pelo homem e, bem
assim, dotados de conteúdo econômico relevante e significativo. Portanto, só serão incorporadas ao patrimônio do
homem as coisas uteis e raras que despertam as disputas entre os homens, dando, essa apropriação, origem a um vínculo
jurídico que é o domínio.
O direito obrigacional ou pessoal consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo (credor) pode
exigir do sujeito passivo (devedor) determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa (direito relativo),
possuindo como fontes os contratos, os atos unilaterais e atos ilícitos.
Já o direito real pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa. É a
relação jurídica da pessoa na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é de sua propriedade. O
direito real tem como elementos essenciais o sujeito ativo, a coisa e a relação do sujeito ativo sobre a coisa, chamado
domínio.
A) Oponibilidade erga omnes, pois são oponíveis contra quem quer que detenha a coisa;
B) Sequela, ou seja, o credor pode perseguir o bem independentemente de não estar mais em suas mãos;
C) Numerus Clausus, pois são direitos reais apenas o que o art. 1.025 do CC diz;
D) Publicidade, pois é necessário que haja o registro deste bem;
E) Preferência.
Propriedade Imóvel
Pelos arts. 1.227, 1.238 a 1.259 e 1.784 do Código Civil brasileiro adquire-se a propriedade imóvel pelo
registro do título no Cartório de Registro de Imóveis, pelo usucapião, pela acessão, e pelo direito hereditário.
Tem-se aquisição originária quando o individuo faz seu o bem sem que este lhe tenha sido transmitido por
alguém, não havendo qualquer relação entre o domínio atual e o anterior, como sucede na acessão e no usucapião.
Diz-se derivada a aquisição quando houver transmissibilidade de domínio, por ato causa mortis ou inter
vivos. Tal se dá no direito hereditário e em negócio jurídico seguido de registro. Esta transmissão poderá ser a título
singular ou universal.
Será título singular quando o novo titular assume a condição jurídica do antecessor, sem, contudo, se sub-
rogar na totalidade dos seus direitos, pois a aquisição tem por objeto coisas individualizadas. Ocorre, em regra, nos
negócios jurídicos.
E será título universal quando o novo proprietário sucede o anterior em todos os seus direitos e obrigações;
essa transmissão se dá por meio de atos causa mortis; em que o herdeiro ocupa o lugar do de cujus.
No art. 1.227, o Código Civil brasileiro estabeleceu como um dos meios aquisitivos da propriedade imóvel
o registro do título de transferência no Cartório de Registro Imobiliário competente, declarando no art. 1.245 que a
propriedade se transfere, por ato entre vivos, com o registro do respectivo título translativo. Devem ser, portanto,
registrados os seguintes negócios jurídicos: compra e venda, troca, dação em pagamento, doação, transação em que
entre imóvel entranho ao litígio.
Logo, os negócios jurídicos, em nosso sistema, não são hábeis para transferir o domínio de bem imóvel.
Para que se possa adquiri-lo, além do acordo de vontade entre as partes, é imprescindível o registro do título translativo
na circunscrição imobiliária competente.
Clóvis Bevilácqua conceitua a cessão (CC, art. 1.248) como “o modo originário de adquirir, em virtude do
qual fica pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu bem”.
A acessão vem a ser o direito em razão do qual o proprietário de um bem passa a adquirir o domínio de
tudo aquilo que a ele adere.
O Código Civil contempla, no art. 1.248, cinco formas de acessão, no que concerne à propriedade imóvel:
I – pela formação de ilhas; II – por aluvião; III – por avulsão; IV – por abandono de álveo; e V – por plantação ou
construção.
A usucapião é considerada, pela maioria dos autores, como uma forma de aquisição originária, porque
a transmissão é determinada pela sentença declaratória do usucapião e não por manifestação da vontade do
anterior proprietário.
▪ Requisitos pessoais: o usucapiente deve ser pessoa natural e capaz. Os incapazes devem estar representados
– a sua posse só ocorrerá se seu representante exercer a posse em benefício do próprio incapaz. Se o proprietário
for absolutamente incapaz, o prazo só começa a contar quando ele atingir 16 anos, pois não há prescrição contra
absolutamente incapaz. O prazo suspende caso ele tenha começadoquando o proprietário era um capaz e, no meio
do decurso do prazo, transfere a propriedade para uma filha absolutamente incapaz. Ele volta a correr quando a
filha atingir os 16 anos.
▪ Requisitos reais: são concernentes à coisa. Só é possível usucapir bem ou direitos sobre os quais possa ser
exercida a posse. Não comportam usucapião bem de absolutamente incapaz, bem como bens públicos.
▪ Requisitos formais: diz respeito à posse e o tempo. A posse deve ser mansa, pacífica, contínua (aquela que
não sofreu interrupção) e com ânimo de proprietário. A contagem é feita a partir do primeiro diade posse,
consumando-se em cinco, dez ou quinze anos, dependendo da modalidade de usucapião.
CRITÉRIOS PRAZO
Posse 15 ANOS
Posse + moradia 10 ANOS
Posse + justo título + boa-fé 10 ANOS
Posse + moradia + registro cancelado 5 ANOS
Posse + moradia + imóvel rural + no máx. 50 he. – dono de imóvel urbano/rural 5 ANOS
Posse + moradia + imóvel urbano + no máx. 250m² – dono de imóvel urbano/rural 5 ANOS
Posse + moradia + imóvel urbano + no máx. 250m² – dono de imóvel urbano/rural
2 ANOS
+ cônjuge que abandonou o lar
Posse + moradia + imóvel urbano + no máx. 250m² + grupo de pessoas de baixa
5 ANOS
renda
Perda da Propriedade Imóvel
Os modos terminativos da propriedade imóvel estão arrolados nos arts. 1.275, I a V, 1.276
e 1.228 do Código Civil. São Eles:
Os bens móveis são adquiridos por negócio jurídico, podendo ser derivado de um
contrato, ato bilateral, ano unilateral etc. De acordo com o art. 1.267 e 1.268, do Código
Civil, para a aquisição do direito real de propriedade faz-se necessária a tradição física do
bem (transferência), não sendo suficiente o contrato meramente escrito. “A propriedade
das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição”.
Posse
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não, de alguns
dos poderes eminentes à propriedade (art. 1.196). Há algumas teorias a respeito.
Classificação da posse
O possuidor de boa-fé tem direito de ser indenizado pelo o que gastou com as
benfeitorias necessárias2 e uteis3. Com relação a elas, tem direito de retenção
(direito de ficar com uma coisa até receber uma indenização). Tem direito de
retirar os voluptuárias4;
O possuidor de má-fé tem direito de ser indenizado pelo que gastou com as
benfeitorias necessários. Não tem direito às uteis. Não pode levantar as
voluptuárias. Não tem direito de retenção.
Benfeitorias Direito de
Possuidor
Necessárias Uteis Voluptuárias retenção
Boa-fé Indenização Indenização Pode retirar Sim
Má-fé Indenização Sem indenização Não pode retirar Não
O possuidor de boa-fé não é responsável pela perda ou deterioração que não deu
causa. Já o de má-fé responde pela perda ou deterioração, ainda que acidentais,
salvo se provar que o dano ocorreria ainda que a coisa estivesse com o dono.
Constituo possessório
É a tradição ficta da posse que se perfaz por meio de cláusula inserta no contrato,
denominada de cláusula constituti. Tem o mesmo efeito da tradição real da posse.
No caso do constituto possessório, a ação de reintegração é a de integração da
posse (pois ele já tem a posse). Se não houver, será o caso da ação deimissão
de posse.