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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIARIAS

COLÉGIOECONOMIA
INTEGRADO POLIVALENTE
E MERCADO
“Qualidade na Arte de Ensinar”

APRESENTAÇÃO

Acreditamos que, como nós, você lute “por um Brasil melhor” na perspectiva do desenvolvimento da
Educação Profissional.
Você encontrará um material inovador que orientará o seu trabalho na realização das atividades
propostas. Além disso, percebera por meio de recursos diversos como é fascinante o mundo da “Educação
Profissional”. Gradativamente, dominará competências e habilidades para que seja um profissional de
sucesso.
Participe de direito e de fato deste Curso de Educação a Distância, que prioriza as habilidades
necessárias para execução de seu plano de estudo:
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propriedade do CIP – Lei n° 9.610
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIARIAS
ECONOMIA E MERCADO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 1
SUMÁRIO ....................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO................................................................................................. 4
ECONOMIA DE MERCADOS ............................................................................. 5
OBJETO DA ECONOMIA.................................................................................................................. 5
DIVISÃO DA ECONOMIA................................................................................................................ 6
METODOLOGIA .............................................................................................................................. 6
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO .............................................................................. 7
O PROCESSO PRODUTIVO .............................................................................. 8
FATORES DE PRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
UNIDADES PRODUTORAS .............................................................................................................. 8
APARELHO PRODUTIVO ................................................................................................................ 9
BENS E SERVIÇOS ......................................................................................................................... 9
AGREGADOS MACROECONÔMICOS ................................................................................................ 9
A FORMAÇÃO DOS PREÇOS ...........................................................................10
TEORIA DO VALOR ...................................................................................................................... 10
O SISTEMA DE PREÇOS ............................................................................................................... 10
O MOVIMENTO DOS PREÇOS ....................................................................................................... 11
ELASTICIDADE ............................................................................................................................ 14
A FIRMA........................................................................................................15
CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................................. 15
HIPÓTESES BÁSICAS................................................................................................................... 15
CUSTOS DE PRODUÇÃO ............................................................................................................... 15
RECEITAS .................................................................................................................................... 16
LUCRO......................................................................................................................................... 16
O MERCADO ..................................................................................................16
O CIRCUITO ECONÔMICO ............................................................................................................ 16
CONCEITO DE MERCADO ............................................................................................................. 17
FUNÇÕES DO MERCADO............................................................................................................... 17
ESTRUTURAS DO MERCADO......................................................................................................... 17
MERCADO SECUNDÁRIO DOS BENS PRODUZIDOS....................................................................... 17
MERCADO PRIMÁRIO DOS FATORES DE PRODUÇÃO.................................................................... 18
ANÁLISE DO MERCADO ............................................................................................................... 18
POTENCIAL DE MERCADO............................................................................................................ 18
O SISTEMA FINANCEIRO...............................................................................19
CONCEITO ................................................................................................................................... 19
A MOEDA ..................................................................................................................................... 19
O CRÉDITO .................................................................................................................................. 19
A OFERTA MONETÁRIA ................................................................................................................ 20
SEGMENTOS DO MERCADO FINANCEIRO ..................................................................................... 21
ESTRUTURA DO MERCADO FINANCEIRO ..................................................................................... 21
NOÇÕES BÁSICAS DE INFLAÇÃO ................................................................................................. 24
O SETOR GOVERNAMENTAL...........................................................................24
AS RAZÕES DA INTERVENÇÃO..................................................................................................... 24
OS OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO ............................................................................................... 25
A POLÍTICA ECONÔMICA............................................................................................................. 25
O SETOR EXTERNO ........................................................................................26
TAXA CAMBIAL............................................................................................................................ 26
O BALANÇO DE PAGAMENTO ....................................................................................................... 27
SUPERÁVIT ................................................................................................................................. 28
DÉFICIT ...................................................................................................................................... 28
OS DESEQUILÍBRIOS E SEUS AJUSTAMENTOS ............................................................................ 28
METAS ECONÔMICAS ....................................................................................29
UM ALTO NÍVEL DE EMPREGO ..................................................................................................... 29
ESTABILIDADE DE PREÇOS ......................................................................................................... 30
EFICIÊNCIA................................................................................................................................. 31
UMA DISTRIBUIÇÃO EQÜITATIVA DA RENDA.............................................................................. 32
O CRESCIMENTO ......................................................................................................................... 32
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ECONOMIA E MERCADO

AS INTER-RELAÇÕES ENTRE AS METAS .........................................................33


UM TRAILER..................................................................................................33
PROBLEMAS ................................................................................................................................ 34
TESTE ..................................................................................................................................... 34
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 35

GLOSSÁRIO...................................................................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................39

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INTRODUÇÃO

Você esta iniciando o estudo do Módulo – ECONOMIA E MERCADO. Você terá contato
com teorias importantes que vão proporcionar um desempenho eficiente durante o seu Curso.
Você terá oportunidades de estudar a Economia e Mercado, seus objetos, divisões e

metodologia – O processo produtivo – A formação dos preços – A firma – O mercado – O

sistema Financeiro – O setor Governamental – O setor externo – Metas econômicas e suas

implicações, entre outros assuntos relacionados.

Nossa linha de trabalho abre um caminho atraente e seguro pela seqüência das
atividades – leitura, interpretação, reflexão e pela variedade de propostas que mostram
maneiras de pensar e agir, e que recriam situações de aprendizagem.
As aprendizagens teóricas são acompanhadas de sua contrapartida prática, pois se
aprende melhor fazendo. Tais praticas são momentos de aplicação privilegiados, oportunidades
por excelência, de demonstrar o saber adquirido.
Nessa perspectiva, dois objetivos principais serão perseguidos neste material. De um
lado, torná-lo habilitado a aproveitar os frutos da aprendizagem, desses saberes que lhe são
oferecidos de muitas maneiras, em seu estudo, ou até pela mídia – jornais, revistas, rádio,
televisão e outros – pois sabendo como foram construídos poderá melhor julgar o seu valor.
Por outro lado, capacitando-se para construir novos saberes. Daí a necessidade do seu estágio
para aliar a teoria à pratica.

A soma de esforços para que estes módulos respondessem as suas necessidades, só foi possível
mediante a ação conjunta da Equipe Polivalente.
Nossa intenção é conduzir um dialogo para o ensino aprendizagem com vistas a conscientização,
participação para ação do aluno sobre a realidade em que vive.

A Coordenação e Tutores/Professores irá acompanhá-lo em todo o seu percurso de


estudo, onde as suas dúvidas serão sanadas, bastando para isso acessar o nosso site:
WWW.COLEGIOPOLIVALENTE.COM.BR

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ECONOMIA E MERCADO

ECONOMIA DE MERCADOS As necessidades são infinitas e ilimitadas: a


quantidade de necessidades sentidas por um
INTRODUÇÃO GERAL indivíduo está sempre variando e nunca são
plenamente satisfeitas.
CONCEITUAÇÃO As necessidades podem ser divididas em:
a. Privadas;
b. Sociais;
A conceituação de Economia pode ser
entendida a partir de vários autores: c. Meritórias”.
• Adam Smith: “Economia é uma investigação
sobre a natureza e as causas da riqueza das Entendemos por necessidades privadas
Nações”. aquelas que são atendidas pelo mercado e sujeitas o
• Alfred Marshall: “A Economia... é a ciência da princípio de exclusão, ou seja, a pessoa, caso não
administração dos recursos escassos numa disponha de recursos para adquirir o bem ou serviço
sociedade humana: estuda as formas assumidas de que necessita, será excluída do prazer de
pelo comportamento humano na ordenação usufruí-lo.
onerosa do mundo exterior em decorrência da As necessidades sociais são definidas por
tensão existente entre os desejos ilimitados e os Musgrave como “aquelas que devem ser satisfeitas
meios limitados dos agentes econômicos”. através de serviços que precisam ser consumidos
• J. Petrelli Gastaldi: “... É a ciência que trata das por todos em quantidades iguais. As pessoas que
leis que governam a produção, a circulação e o não pagam pelos serviços não podem ser excluídas
consumo das riquezas”. dos benefícios que deles resultam; e, já que não
• Gastaldi conclui que a Economia é, podem ser excluídas, jamais se disporão a pagar
simultaneamente, arte e ciência. Como voluntariamente”.
ciência, procura estabelecer as relações A noção de necessidade social envolve a
constantes, existentes entre os fenômenos noção de consumo conjunto, mas não vice-versa;
econômicos; como arte, visa a indicar os segurança externa é um exemplo desse tipo de
meios para promover o bem-estar necessidade.
econômico. Já as necessidades meritórias são entendidas
como aquelas que, sujeitas ao princípio de exclusão
e podendo ser atendidas pelo mercado, são
OBJETO DA ECONOMIA atendidas também pelo governo, através do
orçamento público, dada a importância junto à
As ciências podem ser classificadas em dois sociedade. Educação gratuita é um exemplo.
grupos: Essa classificação de necessidades é
a. Ciências físicas (ciências da natureza): importante para o entendimento do papel a ser
tratam das relações entre as coisas, entre desempenhado pelo Estado e pelas empresas.
fenômenos naturais;
NOÇÃO DE RECURSO
b. Ciências sociais (ciências dos homens): Recurso: “Qualquer coisa, seja na forma de
dizem respeito às ações do homem, às relações objetos físicos, ou de serviços humanos, que possa
entre os homens e as coisas e às relações dos ser usada diretamente, ou através de
homens entre si. transformações em outras coisas, para satisfazer
A economia pertence ao grupo das ciências nossas necessidades” – Richardson.
sociais. Ao contrário das necessidades, os recursos
Cada uma das ciências sociais exprime são finitos e limitados: sua quantidade (a curto
apenas um aspecto da realidade social, diversa e prazo) e suas possibilidade de atender necessidades
complexa. Alfred Marshall caracteriza o aspecto da podem ser avaliadas (escassez).
realidade social, pelo qual se interessa a Economia, Essa característica dos recursos nos dá a
da seguinte maneira: “A Economia examina a parte idéia de escassez: os recursos são escassos em
da atividade individual e social essencialmente relação aos fins a que se destinam (atendimento das
preocupada em alcançar e utilizar as condições necessidades humanas).
materiais do bem-estar”. Uma noção mais aprofundada de recursos
O aspecto da realidade social pelo qual se será possível na unidade seguinte, quando
interessa a Economia, portanto, está ligado à tratarmos dos fatores de produção e dos bens e
utilização de recursos para atendimento de serviços econômicos.
necessidades humanas.
ATIVIDADE HUMANA E LUTA CONTRA A
NOÇÃO DE NECESSIDADE ESCASSEZ
Necessidade: “Desejo de dispor de meio Quando os recursos se apresentam
capaz de prevenir ou interromper a sensação escassos, deparamo-nos com o problema de como
penosa, de provocar, conservar ou aumentar a utilizá-los de maneira a que venham satisfazer mais
sensação agradável” – Maffeo Pantaleoni. plenamente as nossas necessidades.
A noção econômica de necessidade é
subjetiva: somente o indivíduo pode dizer se ela
existe e com intensidade se manifesta. ”
meritória – que merece prêmio ou louvor.
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Entretanto, não estamos limitados apenas b. “A promoção simultânea do progresso e


pela escassez dos recursos suscetíveis de da satisfatória repartição de seus frutos parece
satisfazerem nossas necessidades. Segundo consubstanciar o objeto da economia moderna” – J.
Raymond Barre, o homem experimenta, ainda, três P. Rossetti;
limitações: c. “Vivendo a crise dos anos 30, Keynes
a. Sua natureza orgânica e psíquica: o deslocou, a partir de então, para a análise das
homem não pode desfrutar tudo ao mesmo tempo; flutuações da atividade econômica o objeto central
alguns recursos (certos tipos de alimentos, por da economia. A correção dos ajustamentos e
exemplo) não podem ser usados pelo homem, desequilíbrios parece ser, com efeito, a preocupação
porque lhe causam indisposição orgânica (em fundamental das Ciências Econômicas na atualidade.
algumas pessoas); Esse objeto, aliás, está intimamente ligado à
procura de maior normalidade para a ação
b. Os meios de que dispõe para fazer face econômica, fator que muito auxilia a tarefa do
às suas necessidades a aquisição de recursos para o desenvolvimento das nações” – J. P. RossettI.
atendimento de nossas necessidades, nos dias
atuais, é feita mediante o uso da moeda, e a sua DIVISÃO DA ECONOMIA
distribuição pelos indivíduos é desigual, limitando a
quantidade de recursos que pode ser adquirida; O professor J.P.Rossetti, acompanhando
corrente predominante, apresenta a seguinte divisão
c. O tempo a vida é curta; não temos para a Economia:
tempo suficiente para atender a todas as
necessidades de que gostaríamos.

Segundo Raymond Bane, estas limitações


levam o homem a resolver problemas de escassez e
fazer escolhas no tempo: é a luta contra a escassez,
que assim se manifesta: inicialmente, os indivíduos
experimentam a sensação de pena ou de
insatisfação (necessidade), conhecendo, em
seguida, os meios possíveis de aliviá-la (recursos);
praticam, então, uma série de atos (de produção e/
ou de troca), a fim de consegui-los (consumo).
Segundo Richard G. Lipsey, “a capacidade
O PROBLEMA ECONÔMICO
de separar os juízos normativos dos positivos deve
A luta contra a escassez pode ser resumida
ser vista como uma das principais razões do
em três questões fundamentais, que caracterizam o
progresso e do êxito da ciência econômica e
problema econômico:
também de outros ramos do conhecimento
a. O que e quanto se deve produzir?
humano”.
I. Devemos produzir camisas, alimentos ou tratores,
Para o professor Rossetti, a economia
máquinas etc?
positiva trata do que, é, era ou será; não estabelece
II. Devemos produzir uma quantidade maior ou
normas de conduta nem se ocupa de julgamentos
menor do que na vez anterior?
de valor. O observador se limita a descrever e a
b. Como produzir? teorizar. Já a economia normativa cuida exatamente
I. Quem irá produzir? da fixação de normas de conduta, procedendo aos
II. Que recursos serão utilizados na produção? julgamentos correspondentes aos procedimentos
III. Que tecnologia deverá ser utilizada? práticos que venham a ser recomendados e
desencadeados. Ao estabelecer normas, os agentes
c. Para quem produzir? que aplicam, na realidade prática, os ensinamentos
I. Como a produção será distribuída pela sociedade? da economia positiva, não podem deixar de avaliar
conseqüências e de refletir sobre quais as melhores
As respostas para estas questões são alternativas de ação.
fornecidas pelo Mercado e pelas Unidades
Produtoras (empresas, principalmente). Quem METODOLOGIA
decide o que, quanto e como produzir é o
empresário; o mercado responde para quem se Segundo o professor J. P. Rossetti, a
destina a produção. elaboração da Economia baseia-se sobre três
princípios legítimos de conhecimento e de raciocínio:
SÍNTESE a. O reconhecimento – constitui a
a. A Ciência Econômica está voltada para a descrição e classificação adequada dos fatos reais;
atividade social essencialmente preocupada em b. A indução – generalização da
resolver as questões decorrentes dos desejos experiência; parte do conhecimento de fatos
ilimitados dos indivíduos e os meios limitados dos particulares para estabelecer determinada hipótese
agentes econômicos; de validade geral;
c. A dedução – o raciocínio parte do geral
para o particular; das causas para os efeitos.
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“Partindo do conhecimento de determinados Quatro pontos fundamentais se destacam


aspectos da realidade, levanta hipóteses sobre o na Curva de Possibilidades de Produção:
comportamento de outros aspectos não a. Ponto O – indica uma situação de pleno
inteiramente conhecidos ou, então, sobre as desemprego dos recursos, o que, na prática, é
relações entre os fatos conhecidos e outros ainda impossível, uma vez que sempre haverá um mínimo
desconhecidos. Se as deduções puderem ser de atividades, necessário à sobrevivência;
posteriormente provadas pela experiência passam a
ser reais ou factíveis” – RossettI. b. Ponto P – indica que a comunidade está
operando com capacidade ociosa, existindo,
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO portanto, recursos que podem ser aproveitados no
sentido de atingir a máxima eficiência produtiva. E a
A Curva de Possibilidades de Produção é um situação mais comum encontrada nas várias
instrumento gráfico utilizado para melhor economias;
compreender o problema decorrente das opções de
produção e da utilização dos recursos disponíveis. c. Ponto C – indica uma situação de pleno
O seu entendimento é facilitado se emprego dos recursos, assim como qualquer outro
partirmos da hipótese de que cada comunidade ponto localizado sobre a curva. Também, na prática,
produz dois bens: X (de consumo) e Y (de é muito difícil uma situação de pleno emprego, pois
produção). sempre haverá algum recurso ocioso;
A tabela a seguir mostra as possibilidades
máximas de produção dos dois bens, dada a d. Ponto M – indica um nível de produção
disponibilidade de recursos: impossível de se atingir com os recursos atuais;
poderá ser atingido no futuro, caso haja uma
Alternativas Produção expansão quantitativa e/ ou qualitativa dos
Bem Y Bem X recursos disponíveis.
A 250 0 Um deslocamento da curva para a direita
B 200 250 significa uma ampliação do conjunto de alternativas.
C 150 450 Esse deslocamento poderá ocorrer nos seguintes
D 100 600 casos:
E 50 700 I. Aprimoramento ou expansão dos recursos;
F 0 750 II. Aumento da população apta para o exercício de
atividades produtivas;
III. Construção de novos bens de produção que
Para traçar a curva, utilizando-se os dados aumentam a produtividade;
da tabela, representamos no eixo das abscissas as IV. Incorporação das inovações científicas no
quantidades correspondentes ao Bem X, e, no eixo processo produtivo.
das ordenadas, as quantidades correspondentes ao Por outro lado, um deslocamento da curva
Bem Y. (Figura 1) para a esquerda significa um empobrecimento da
comunidade, indicando uma redução nas suas
Alternativas de produção. É o caso das economias
que optam pela produção de bens de consumo, em
detrimento da produção de bens de capital, bem
como daquelas que sofrem as conseqüências de
grandes catástrofes: guerras, terremotos,
inundações etc.
No gráfico a seguir, a curva Y1 X1 indica uma
expansão da fronteira de produção, enquanto que a
curva Y2 X2 indica uma retração. (Figura 2)

A curva A, B, C, D, F, F representa uma


fronteira de produção, indicando que a comunidade
somente conseguirá quantidades adicionais de um
bem se deixar de produzir uma certa quantidade do
outro bem. Assim, a alternativa B mostra que, dada
a disponibilidade de recursos, a comunidade
conseguirá produzir 200 unidades do BEM Y e 250
unidades do BEM X, caso a comunidade opte por
produzir 450 unidades de Bem X, deverá reduzir a
produção do Bem Y para 150.

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CAPACIDADE TECNOLÓGICA
A tecnologia pode ser entendida como a
técnica de combinação dos demais fatores; é um
O PROCESSO PRODUTIVO fator de produção de natureza qualitativa.
A capacidade tecnológica refere-se ao
CONCEITO “saber fazer”, cuja capacidade acumula-se,
Entende-se por processo produtivo transforma-se e evolui pela permanente transmissão
(produção), a integração dos fatores de produção e de conhecimentos.
das unidades produtoras, visando a obtenção de A evolução e modernização dos Recursos de
bens e/ ou serviços econômicos. Capital estão em função da evolução tecnológica.
“É importante entender que a palavra
produção não se resume em identificar CAPACIDADE EMPRESARIAL
transformações físicas e materiais. Seu sentido é Trata-se, também, de um fator de produção
mais amplo, abrangendo também a oferta de de natureza qualitativa. É o espírito empreendedor
serviços, como transporte, financiamentos e que movimenta e anima processo produtivo.
atividades comerciais” – Garófalo e Carvalho. Essa capacidade pode ser assumida tanto
pelo Estado como pelos empresários em suas
FATORES DE PRODUÇÃO respectivas esferas de atuação.

CONCEITO RESERVAS NATURAIS


“Chama-se fator de produção qualquer coisa São as dádivas da Natureza: terra, subsolo,
que contribua para o processo produtivo” – J. forças motrizes, climas etc.
Petrelli GastaldI.

CLASSIFICAÇÃO UNIDADES PRODUTORAS


A análise tradicional classifica os fatores de
produção em três categorias: Recursos Naturais, CONCEITO
Trabalho e Capital. Unidade Produtora é todo local onde se
Autores contemporâneos: entretanto, combinam os fatores de produção, com o fim de se
classificam os fatores de produção em cinco obter lucros, bens e/ ou serviços econômicos.
categorias, denominando-as “recursos básicos”. São
eles: CLASSIFICAÇÃO
a. População Economicamente Mobilizável; a. Empresa:
b. Recursos de Capital; Unidade produtora predominante nas
c. Capacidade Tecnológica; sociedades capitalistas, identificada pelas seguintes
d. Capacidade Empresarial; características:
e. Reservas Naturais. I. Existência de patrimônio;
II. Combinação econômica dos fatores de produção,
mais do que quantidade, a empresa combina preços
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE de fatores;
MOBILIZÁVEL III. Distinção entre os agentes que fornecem os
fatores de produção e aquele que os combina
A população de um país divide-se em: (empresário);
1. Economicamente mobilizável (ou IV. Objetivo de venda no mercado;
produtiva): é o contingente de população na faixa V. Maximização do lucro.
etária apta para o exercício de atividades de
produção; b. Exploração pública.
2. Dependente: é o contingente de Unidade produtora cuja importância ganhou
população que ainda não ingressou ou já se retirou extraordinário avanço a partir da década de 30; sua
das funções produtivas. participação nas economias subdesenvolvidas é tão
Os limites de faixa etária variam em função ou mais marcante do que a empresa. Suas
do estágio de desenvolvimento da economia. características principais são:
I. Propriedade no todo ou em parte do Estado;
RECURSOS DE CAPITAL II. Gestão do Estado;
São riquezas obtidas através do Trabalho e III. Orientação pelo interesse geral (comunitário) e
dos Recursos Naturais e que destinam a uma não pela procura de maior lucro.
sucessiva reprodução (bens duráveis).
Modernamente, os Recursos de Capital são c. Exploração agrícola:
representados por um variado e complexo conjunto Unidade produtora típica do setor agrícola,
de instrumentos e de elementos infra-estruturais onde a empresa não desenvolveu tão bem como nos
que dão suporte às operações produtivas. demais setores da atividade econômica. Suas
características principais são:
I. Produção apenas em parte para o mercado:
assegura a satisfação das necessidades do
explorador e de sua família;

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II. O explorador dispõe de renda real, que pode CATEGORIAS


assegurar sua subsistência e mesmo permitir o seu O processo produtivo dá origem a um certo
funcionamento com prejuízo; volume de bens e serviços econômicos que são
III. Combinação dos preços dos fatores pouco classificados, habitualmente, em três categorias:
racionalizada; sistema de contabilidade rudimentar;
IV. Preços de venda sujeitos à importância da a. Bens e serviços de consumo: são os bens
colheita; que satisfazem diretamente as necessidades dos
V. Pouca especialização técnica da produção; consumidores; estão prontos para o consumo
VI. Volume de produção subordinado às condições doméstico (roupas, alimentos, calçados, peça teatral
climáticas e aos imperativos naturais (prazo para etc.).
produção). Os bens de consumo podem ser ainda:
I. Duráveis: aqueles cuja utilização se prolonga no
d. Exploração artesanal: tempo (roupas, sapatos etc.);
Unidade produtora de pouca expressão nas II. Imediatos: aqueles bens que desaparecem após
economias desenvolvidas, caracterizando-se por: uma única utilização (alimentos, peça teatral etc.)
I. O artesão exerce duplo papel: organizador da
produção (empresário) e fornecedor dos fatores; b. Bens e serviços intermediários: são os bens
II. Produção limitada. utilizados na produção dos bens de consumo e/ ou
de capital. São insumos destinados a
reprocessamentos.
APARELHO PRODUTIVO
“A todos os bens e serviços desta categoria,
CONCEITO ao retomarem as unidades de produção, são
Consiste na reunião dos diversos tipos de adicionados novos esforços ativos, que não apenas
unidades produtoras, com seus respectivos modificarão suas características, como também o
domínios, formando uma estrutura de emprego de seu valor econômico” – RossettI.
fatores.
c. Bens de capital: são os bens que não se
DIVISÃO destinam ao consumo, mas a uma sucessiva
Face à diversidade de papéis que cabem às reprodução. São bens duráveis, que irão aumentar o
unidades produtoras, a Economia divide o Aparelho estoque de recursos de capital da economia.
Produtivo em três grandes setores: São representados por: ferrovias, portos,
a. Setor primário: englobam as atividades que se hidrelétricas, rodovias, edificações fabris,
exercem próximas à base de recursos naturais implementos agrícolas, equipamentos industriais,
(agropastoris e extrativas); equipamentos diversos etc.

b. Setor secundário: engloba as atividades AGREGADOS MACROECONÔMICOS


industriais mediante as quais os bens são
transformados (setor de indústrias); CONCEITO
“... é a expressão quantitativa de um
c. Setor terciário: engloba as atividades cujo levantamento estatístico sobre fato que tenha
produto não tem expressão material. É o setor de repercussão em toda a estrutura econômica” –
prestação de serviços (transportes, educação, Armando Kraemer.
diversões etc.).
PRINCIPAIS AGREGADOS
BENS E SERVIÇOS a. Produto Nacional Bruto (PNB): é a
medida do valor total dos bens e serviços
CONCEITUAÇÃO produzidos pelo sistema econômico, em um dado
Para Raymond Barre, um bem econômico “é período de tempo (normalmente, um ano).
uma coisa considerada apta à satisfação de uma Quando calculado aos preços do ano
necessidade humana e disponível para este uso”. É corrente, denomina-se “PNB a preços correntes”;
ainda o citado autor que estabelece três condições a quando calculado aos preços de um dado ano,
serem preenchidas, para que haja bem econômico: tomado como base, denomina-se “PNB a preços
a. Existência de necessidade concreta no constantes”.
indivíduo e ligação estabelecida por ele entre a Quando se adiciona ao PNB o montante dos
necessidade e o objeto que julgar apto para impostos diretos que incidem sobre a produção,
satisfazê-la; tem-se o “PNB a preços de mercado”; caso
b. Possibilidade de o indivíduo aplicar o contrário, denomina-se “PNB a preços de fatores”.
objeto à satisfação de sua necessidade; O Produto Nacional Bruto (PNB) inclui as
c. Limitação das quantidades disponíveis do relações comerciais com o Resto do Mundo.
bem em relação às necessidades do homem.
b. Produto Interno Bruto (PIB): é a medida do
Um bem ou um serviço é útil quando valor dos bens e serviços produzidos dentro dos
efetivamente desejado por um consumidor. limites geográficos de um país, em um determinado
período de tempo (normalmente, um ano).

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mercado, em função dos vários níveis de preços


c. Produto Nacional Líquido (PNL): é o valor do possíveis, em determinados período de tempo” –
PNB, após a dedução do valor correspondente à J.P.RossettI.
depreciação necessária para repor os equipamentos A oferta representa o comportamento dos
desgastados no processo produtivo. produtores;
Pode ser definido, também, a preços de CURVA DA OFERTA
mercado ou a custo de fatores. Princípio geral: as quantidades ofertadas
aumentam sucessivamente em função de aumentos
d. Renda Nacional (RN): é a soma dos também sucessivos nos níveis gerais dos preços.
rendimentos que os proprietários dos fatores de Existe uma relação funcional de dependência entre
produção recebem por sua contribuição no processo as quantidades ofertadas (QO) de um determinado
produtivo. bem e o seu preço (P).

Matematicamente, QO = f (P).
A FORMAÇÃO DOS PREÇOS
CONCEITO DE PREÇO
“O preço das coisas é o seu valor calculado
em termos e uma unidade monetária padrão...” – A.
Meyers.
“O preço é expressão do valor de troca. Em
seu sentido mais geral e abstrato, a noção de preços
surge desde que se trate de trocar duas
mercadorias” – Henri Guitton.
“Os preços pelos quais são transacionados
os bens e serviços produzidos por um sistema
econômico constituem – em linguagem elementar –
a expressão monetária de seus valores” – RossettI.

TEORIA DO VALOR

O que determina o valor de um bem?

ESCOLA CLÁSSICA INGLESA A relação de dependência está evidenciada


O valor de um bem poderia ser expresso no gráfico 01 anterior: a elevação do preço de P
como função do trabalho necessário para obtê-lo. para P1 provocará um aumento nas quantidades
A análise do valor foi conduzida para o ofertadas de Q para Q1.
terreno da oferta e dos custos de produção. A explicação mais lógica para esse
comportamento dos produtores está na estrutura
ESCOLA MARGINALISTA dos custos de produção; a expansão dos níveis de
A escassez relativa dos bens e a sua preços significa uma modificação positiva na
utilidade, somadas às escalas das preferências margem da remuneração empresarial, o que
individuais, é que seriam os verdadeiros incentiva os produtores a aumentar o volume da
determinantes do valor. produção.
A análise do valor foi conduzida para o
terreno a procura e da utilidade. PROCURA
“Chama-se procura, em dado mercado, a
ESCOLA DE CAMBRIDGE quantidade de um bem ou serviço que os agentes
A explicação do valor e, portanto, dos econômicos estão dispostos a adquirir a certo preço,
preços, está em função tanto da procura (baseada quer agindo racionalmente, quer sofrendo a
na utilidade) como da oferta (baseada nos custos de influência do meio” – Raymond Barre.
produção). A procura representa o comportamento dos
“Da mesma forma que não se pode afirmar consumidores;
se é a lâmina inferior ou superior de uma tesoura
que corta uma folha de papel, também não se pode CURVA DA PROCURA
discutir se o valor e os preços são governados pela Princípio geral: quanto mais baixos
utilidade ou pelo custo de produção” – Alfred apresentam-se os preços, mais altas são as
Marshall. quantidades procuradas; quanto
mais altos apresentarem-se os
O SISTEMA DE PREÇOS preços, mais baixas serão as
quantidades procuradas.
OFERTA Existe uma relação funcional
“A oferta de determinado produto pode ser de dependência entre a quantidade
definida como as várias quantidades que os procurada (QP) de um determinado
produtores estarão dispostos e aptos a oferecer no bem e o seu preço (P).

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Matematicamente, QP = f (P). mercado de Q2 Q1 quantidades do produto, o que


levará os consumidores a oferecerem um preço mais
alto, até retomar à posição de equilíbrio;

c. A elevação de preço de P para P2


incentivará os produtores, que elevarão a
quantidade ofertada de Q para Q3; entretanto, a
elevação de preço levará os consumidores a
reduzirem suas compras, diminuindo as quantidades
procuradas de Q para Q4, resultando num excedente
de Q4 Q3 quantidades do produto, o que deverá forçar
uma redução no preço, no sentido de E, pois cada
produtor acredita que, a um preço menor do que o
de seus concorrentes poderá dispor de seu
excedente. (veja gráfico 3).

A relação de dependência está evidenciada


no gráfico 2 anterior: a elevação do preço de P para
Pl provocará uma redução na quantidade procurada,
de Q para Ql.
A explicação para esse comportamento dos
consumidores pode ser assim resumida:
I. Efeito-renda: a baixa do preço acarreta o
acréscimo do poder de compra do consumidor;
mesmo se sua renda nominal não mudar, sua renda
real (seu poder de compra) aumentará;
inversamente, um aumento nos preços reduzirá o
poder de compra do consumidor;

II. Efeito-substituição: o consumidor tende a


substituir a mercadoria, cujo preço subiu, por outra
mercadoria mais barata;
O MOVIMENTO DOS PREÇOS
III. Utilidade marginal: na medida em que o
consumidor passa a dispor de mais unidades de um DESLOCAMENTOS DA PROCURA E
mesmo produto, a utilidade de cada unidade OFERTA
adicional certamente irá decrescer. É necessário fazer uma distinção entre
mudança da procura e mudança da quantidade
O PREÇO DE EQUILÍBRIO procurada. Do mesmo modo, se faz necessário
“O preço de equilíbrio que ajusta os distinguir entre mudança da oferta e mudança da
interesses dos que realizam a oferta e dos que quantidade ofertada.
exercem a procura é o resultado de um Uma mudança da quantidade procurada de
prolongamento do jogo de ensaios e de erros. um determinado produto é um movimento ao longo
Partindo da hipótese de que o mercado está da curva da procura desse produto, em virtude de
submetido a uma’ situação de concorrência perfeita, uma variação em seu próprio preço. Já uma
o preço de equilíbrio será determinado pela livre mudança da procura de um determinado produto é
manifestação das forças da oferta e da procura” – J. um deslocamento (para a direita ou para a
P. RossettI. esquerda) de toda a curva da procura desse
produto, em virtude da mudança do valor de outra
Analisando o gráfico 3: variável que não o preço.
a. Ao preço de P cruzeiros, as quantidades Essa variável pode ser:
ofertadas e procuradas se igualam (Q) e atinge-se o a. O poder aquisitivo;
ponto de equilíbrio (E); b. Atitudes e preferências dos consumidores (a
vontade de comprar);
b. A redução de preços P para P1 levará os c. Dimensão do mercado;
consumidores a desejarem aumentar suas compras, d. Preços de outros produtos etc.
elevando-as do Q para Q1; essa redução de preço,
entretanto, desestimulará os produtores, que
estarão dispostos a colocar no mercado apenas Q2
quantidade, provocando um déficit (escassez) no
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Os gráficos 4 e 5 mostram uma mudança da Os gráficos 6 e 7 mostram uma mudança da


quantidade procurada e uma mudança da procura quantidade ofertada e uma mudança da oferta (para
(para mais e para menos), respectivamente. mais e para menos respectivamente).

Do mesmo modo, uma mudança da


quantidade ofertada de um determinado produto é
um movimento ao longo da curva da oferta desse FLUTUAÇÕES DOS PREÇOS
produto, em virtude de uma variação em seu Os deslocamentos das curvas da procura e
próprio preço. Já, uma mudança da oferta de um da oferta relacionam-se tanto com o movimento dos
determinado produto, é um deslocamento (para a preços como com o processo produtivo.
direita ou para a esquerda) de toda a curva da Partindo da hipótese da não intervenção
oferta desse produto, em virtude da mudança do governamental, podemos considerar quatro
valor de outra variável que não o preço. situações:
Essa variável pode ser: a. Expansão da Procura, permanecendo inalterada a
I. Número de empresas; Oferta.
II. Condições da oferta dos fatores de produção;
III. Mudanças tecnológicas;
IV. Expectativas sobre o comportamento da procura
etc.

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Havendo uma expansão da oferta (gráfico


10), indicada pelo deslocamento da curva O para O1,
permanecendo inalterada a procura, o ponto de
equilíbrio se deslocará de F para F1, provocando uma
redução no preço, de P para P1; ao mesmo tempo,
Havendo uma expansão da procura, as quantidades negociadas se elevarão de M para
permanecendo inalterada a oferta, o ponto de M1. É o caso da maioria dos produtos agrícolas, no
equilíbrio se alterará, com a conseqüente alteração período em que se concentram suas colheitas; d.
do preço. No gráfico 8, a demanda expandiu de D Retração da Oferta, permanecendo inalterada a
para D1, alterando o ponto de equilíbrio que se Procura.
deslocou de E para E1, elevando o preço de P para
P1; ao mesmo tempo, as quantidades negociadas se
elevaram de M para M1.
Como exemplo dessa situação, podemos
citar a expansão da procura por peixes na semana
santa ou de flores no dia de finados; b. Retração
da procura, permanecendo inalterada a oferta.

Havendo uma retração da procura (gráfico


9), indicada pelo deslocamento da curva D para D1, Havendo uma retração da oferta (gráfico
permanecendo inalterada a oferta, o ponto de 11) indicada pelo deslocamento da curva O para O1,
equilíbrio se deslocará de F para F1, provocando uma permanecendo inalterada a procura, o ponto de
redução no preço, que cairá de P para P1; ao mesmo equilíbrio se deslocará de F para F1, provocando uma
tempo, as quantidades negociadas cairão de M para elevação no preço, de P para P1; ao mesmo tempo,
M1. É o que pode ocorrer por exemplo, com o boato as quantidades negociadas serão reduzidas de M
da contaminação da carne suma; c. Expansão da para M1.
Oferta, permanecendo inalterada a Procura. É o caso da carne bovina nos meses da
seca, quando o emagrecimento do gado desestimula
o abate.

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ELASTICIDADE Algebricamente, o conceito de elasticidade


de Alfred Marshall pode ser assim expresso:
ELASTICIDADE DA PROCURA Onde:
∆ = pequena variação em;
CONCEITO X = quantidade procurada;
“Elasticidade é a mudança percentual da P = preço.
quantidade procurada, dividida pela mudança
percentual do preço, quando a mudança no preço é O sinal de elasticidade da procura é
pequena” Alfred Marshall. necessariamente negativo, porque preço e
Segundo Paul A. Samuelson, a elasticidade quantidade variam em direções opostas. Considera-
indica o grau de sensibilidade da quantidade se o resultado, porém, em seu valor absoluto.
procurada a alterações no preço de mercado; Quando o valor encontrado for maior do que
1, diz-se que a procura é elástica; quando for igual a
CÁLCULO DA ELASTICIDADE DA 1, diz-se que a procura tem elasticidade unitária;
PROCURA quando for menor do’ que 1, diz-se que a procura é
A procura de um bem pode apresentar-se inelástica.
elástica, inelástica ou de elasticidade unitária. Exemplo:
Calcular a elasticidade da procura de um
I. Procura Elástica dado produto cujo preço, ao reduzir-se de 100 para
Diz-se que um determinado produto 90, provocou um aumento da quantidade procurada
apresenta procura elástica quando as variações no de 1.000.000 de unidades/ mês para 1.200.000
preço desse produto provocam variações unidades/mês.
proporcionalmente maiores, nas quantidades ∆X = 200,000
X = 1,000,000
procuradas.
∆P = –10.00
Se um determinado produto tiver um
P = 100.00
aumento de 15% em seu preço, e se, em
conseqüência, houver uma redução de 20% em sua Resposta: o produto apresenta procura
quantidade procurada, diz-se que o produto elástica;
apresenta uma procura elástica.
O mesmo se diz quando uma redução de FATORES QUE INFLUENCIAM
15% no preço provocar um aumento de 20% na AELASTICIDADE DA PROCURA:
quantidade procurada; I. Disponibilidade de bens substitutos para o
produto considerado: se o produto possui poucos
II. Procura Inelástica substitutos, sua procura tende a ser relativamente
Diz-se que um determinado produto rígida; caso contrário, a elasticidade é forte;
apresenta procura inelástica, quando as variações
no preço desse produto provocam variações II. Número de utilização que se pode dar ao
proporcionalmente menores nas quantidades produto: quanto maior o número de usos para dado
procuradas. produto, mais elástica tenderá a ser sua procura e
Se um determinado produto tiver um vice-versa;
aumento do 15% em seu preço, e se, em
conseqüência, houver uma redução de 10% na III. Preço do produto, em relação à renda dos
quantidade procurada, diz-se que o produto consumidores: os produtos que requerem grande
apresenta uma procura inelástica. O mesmo se diz desembolso (refrigeradores, televisores etc.), de
quando uma redução de 15% no preço provocar um uma maneira geral, são mais elásticos do que os
aumento de 10% na quantidade procurada; produtos que requerem pequeno desembolso.
III. Procura de Elasticidade Unitária ELASTICIDADE DA OFERTA
Diz-se que um determinado produto
apresenta procura de elasticidade unitária quando CONCEITO
as variações no preço desse produto provocam A elasticidade da oferta pode ser entendida
variações exatamente iguais, nas quantidades como a mudança percentual da quantidade
procuradas. ofertada, dividida pela mudança percentual do
Se um determinado produto tiver um preço, quando a mudança no preço é pequena;
aumento de 20% em seu preço, e se, em
conseqüência, houver uma redução de 20% em sua CÁLCULO DA ELASTICIDADE DA
quantidade procurada, diz-se que o produto OFERTA
apresenta procura de elasticidade unitária. O O cálculo da elasticidade da oferta é
mesmo se diz quando uma redução de 20% no análogo ao da elasticidade da procura, ressalvando-
preço provocar um aumento de 20% na quantidade se que o sinal, na maioria das vezes, é positivo,
procurada. uma vez que preço e quantidade ofertada variam na
mesma direção.
Um produto apresentará oferta elástica
quando o valor encontrado da elasticidade for maior
do que 1; quando o valor for igual a 1, o produto
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apresentará oferta de elasticidade unitária; quando incompetência é sancionado por prejuízos ou pela
o valor for menor do que 1, o produto apresentará falência;
oferta inelástica; c. Fatores que influenciam a c. O exercício de uma função de autoridade
elasticidade da oferta: Como chefe de uma unidade de produção, o
I. Existência ou não de estoques: um aumento no empresário dispõe de poder compulsório referente
preço de um produto poderá ser prontamente àqueles que trabalham sob sua direção.
respondido, caso haja estoque do produto, até que a
oferta tenha condições de reagir;
PRODUÇÃO
II. Existência de fatores de produção disponíveis: “Produção é a transformação dos fatores
em uma situação de pleno emprego dos fatores de adquiridos pela empresa em produtos para a venda
produção, a oferta tende a ser rígida; entretanto, no mercado” – Watson.
numa situação de subemprego dos fatores, a oferta “É importante que se entenda que a palavra
terá condições de expandir; produção não se resume em identificar
transformações físicas e materiais. Seu sentido é
III. Fluidez e imobilidade dos fatores de produção: mais amplo, abrangendo, também, a oferta de
mesmo estando os fatores de produção disponíveis, serviços, como transportes, financiamentos e
dificilmente conseguem deslocar-se de um emprego atividades comerciais. As palavras produção e produto
para outro ou de uma região para outra. devem ser considerados como sinônimos perfeitos”
– Garófalo e Carvalho.

A FIRMA
HIPÓTESES BÁSICAS

9 Maximização do lucro.
CONCEITOS BÁSICOS
Qualquer firma, ao tomar decisões, procura
sempre maximizar seus lucros, tanto a curto, como
FIRMA
a longo prazo;
Entende-se por firma (ou empresa) a
unidade produtora identificada pelas seguintes
9 Minimização dos custos.
características:
As firmas procuram sempre produzir o mais
9 Existência de patrimônio;
barato possível, dadas as condições técnicas
9 Combinação econômica dos fatores de
existentes.
produção: mais do que quantidade, a
empresa combina preços de fatores;
9 Distinção entre os agentes que fornecem os
CUSTOS DE PRODUÇÃO
fatores de produção e aquele que os combina
(empresário);
CONCEITO
9 Objetivo de venda no mercado;
“Ao valor monetário dos fatores utilizados
9 Maximização do lucro.
no processo de produção denominamos custo” –
Calmbach.
EMPRESÁRIO
CLASSIFICAÇÃO
“Se a empresa é o organismo central da
a. Custos fixos:
economia capitalista, o empresário é o seu
Entende-se por custo fixo os encargos com
personagem econômico mais representativo: com
que a firma deve arcar, independentemente do
efeito, a instituição não vale na maioria das vezes
volume de produção; mesmo para uma produção
senão pelo homem que lhe serve ou a anima” –
zero, os custos fixos estarão presentes. Ex.: o
Raymond Barre.
aluguel do prédio; a taxa mínima de energia, água e
Para Raymond Barre, do ponto de vista da
telefone; o seguro contra incêndio etc;
Teoria Econômica, a atividade do empresário
caracteriza-se por:
b. Custos variáveis:
São aquelas despesas que guardam certo
a. Organização da produção, que
tipo de relação com O volume de produção. Se a
compreende:
empresa estiver parada serão iguais a zero. Ex.:
I. O diagnóstico da situação econômica;
imposto sobre a produção, energia, combustíveis,
II. O estabelecimento de um plano de ação;
matérias-primas etc;
III. A organização administrativa;
IV. O controle da execução do plano.
c. Custo total:
É a soma de todas as despesas realizadas
b. Assunção dos riscos
pela firma para obter a sua produção. É igual ao
O empresário produz para o mercado, cuja
custo fixo mais o custo variável;
procura prevê; não possui certeza alguma quanto ao
escoamento de sua produção. Seu êxito é traduzido
na obtenção de um lucro líquido; seu erro, ou

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d. Custo médio (ou unitário): b. Lucro presumido: usado apenas para


É o resultado da divisão dos custos totais aquelas empresas cujo capital social e receita bruta
pela quantidade produzida. Representa o custo de anual são suficientemente pequenos, tornando
produção de uma unidade do produto. antieconômica a manutenção de um sistema de
contabilidade. Nesse caso, o imposto é calculado
Os custos médios compreendem: através de uma alíquota única sobre a receita bruta;
I. Custo fixo médio: é calculado dividindo-se o
custo fixo total pelas correspondentes quantidades c. Lucro arbitrado: usado quando as
produzidas; empresas, sem motivo justificado, não
II. Custo variável médio: é calculado dividindo-se apresentarem um sistema de contabilidade que
o custo variável total pelas correspondentes permita a correta apuração do lucro sujeito ao
quantidades produzidas; imposto. Nesse caso, o Governo pode arbitrar um
III. Custo total médio: é calculado dividindo-se o lucro que corresponderá a um percentual sobre o
custo total pelas correspondentes quantidades ativo real total, ou da receita bruta, ou ainda, do
produzidas: capital.
IV. Custo marginal: é o acréscimo ao custo total
proveniente da produção de mais, uma unidade do
produto. O MERCADO
E preciso atenção para não confundir o
custo marginal com o custo médio (ou unitário); à O CIRCUITO ECONÔMICO
medida que a produção aumenta o custo fixo médio
reduz, por unidade, enquanto que o custo variável Segundo Armando Kraemer, a produção e a
médio aumenta, por unidade. O custo marginal só circulação das riquezas, em uma economia liberal,
contém custo variável. Apenas em um dado nível da podem ser visualizadas através do seguinte
produção o custo marginal e o custo médio serão diagrama:
iguais.

RECEITAS

CONCEITO
“Ao valor conseguido pela venda do
produto, expresso em moeda, denominamos receita
da empresa” – Calmbach.

CLASSIFICAÇÃO
a. Receita total: entende-se por receita
total, da firma, o valor monetário resultante da
multiplicação das quantidades vendidas do produto
pelo preço de cada uma unidade do produto;
b. Receita média: é o resultado da receita
total dividida pela quantidade vendida. Indica a De um lado, tem-se o Aparelho Produtivo,
receita por unidade de produto, ou o preço da responsável pela produção, de outro lado, tem-se a
unidade do produto; Comunidade, proprietária dos fatores de produção
c. Receita marginal: “a receita marginal, a (RN, K, T). Para que os fatores de produção se
um nível qualquer da produção de uma firma, é a desloquem até o aparelho produtivo, onde os
receita que se obteria com a venda de mais uma organizadores da produção os combinarão para
unidade do produto da firma” – Stonier e Hague. obter uma certa quantidade de bens e/ ou serviços,
é preciso que a Comunidade os ofereça (oferta) para
tal fim; por outro lado, a disposição do aparelho
LUCRO produtivo em adquirir os fatores de produção deverá
ser expressa através da procura desses fatores
“A diferença entre custo e a receita (procura essa baseada em dinheiro). Do encontro
denominamos receita líquida que é tomada como dessas duas forças (oferta e procura dos fatores de
uma medida do lucro do empreendimento” – produção) surge o preço (preço do Capital; preços
Calmbach. dos Recursos Naturais; preços do Trabalho), que,
Para fins de imposto de renda, a legislação por sua vez, possibilita a troca, fazendo que os
considera três critérios para a apuração do lucro das fatores de produção se desloquem para o Aparelho
empresas: Produtivo e o dinheiro que lastreava sua procura se
a. Lucro real: nesse caso, a base de cálculo desloque para a Comunidade, como retribuição aos
do imposto é representada pela diferença entre as proprietários dos fatores pela sua contribuição no
receitas e os custos, o que obriga as empresas a processo produtivo. Ao encontro da oferta e da
manterem um sistema de contabilidade eficiente; procura dos fatores de produção, dá-se o nome de
“mercado primário dos fatores de produção”.

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De posse dos fatores de produção, as b. Natureza da mercadoria ou fator de


unidades produtor as os combinam, obtendo bens e/ produção, objeto de negociação (grau de
ou serviços econômicos, que oferecem à homogeneidade ou de diferença).
Comunidade (oferta); a Comunidade, desejando
adquirir esses bens, para a satisfação de suas
necessidades, expressa esse desejo através da MERCADO SECUNDÁRIO DOS BENS
procura desses bens, procura esta lastreada pelo PRODUZIDOS
dinheiro que recebeu pela venda dos fatores de
produção ao Aparelho Produtivo. Do encontro MONOPÓLIO
dessas duas forças (oferta e procura dos bens e “É uma situação de mercado que representa
serviços), surge o preço (preço de alimentos, preço o caso limite em que existe um único vendedor de
de sapatos, preço de cinema etc.), que por sua vez, um produto que não possui substitutos próximos e
possibilita a troca, fazendo que os bens se dirijam à na qual existem restrições à entrada de novas
Comunidade e o dinheiro que lastreava a procura firmas...” – Guilherme Von Calmbach.
desses bens se dirija às unidades produtoras, que o Nessa situação de mercado, o poder do
usarão para novamente adquirir os fatores de monopolista sobre a formação do preço é
produção e dar início a um novo ciclo de produção. considerável.
Do encontro da oferta e da procura dos bens e
serviços econômicos dá-se o nome de “mercado
secundário dos bens produzidos”. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
A partir dessa visão do circuito econômico É uma situação de mercado em que:
fica mais fácil entender o “conceito de mercado”. I. Tanto do lado da oferta como do lado da procura
existe grande número de unidades econômicas
(compradores e vendedores) e nenhuma dentre elas
CONCEITO DE MERCADO dispõe de dimensão ou poder suficiente para exercer
influência sobre a produção e o preço da indústria
“Mercado é o lugar onde compradores e considerada;
vendedores encontra-se para comprar e vender seus
recursos e seus bens e serviços” – Richard A. Bilas. II. O produto transacionado possui substitutos
A expressão “lugar onde” não condiciona próximos, não perfeito, mas diferenciado; essa
necessariamente uma dimensão geográfica ao diferenciação pode ser imaginária, ou seja, só existe
mercado, uma vez que as comunicações modernas para o comprador. A preferência do consumidor por
permitem o contato entre compradores e um bem em detrimento” a outro, apesar de
vendedores sem que eles se vejam. idêntico, pode estar relacionada com a cortesia do
Assim, o conceito de J. Petrelli Gastaldi nos atendimento, localização geográfica, facilidade de
parece mais elucidativo, ou seja: “mercado, em acesso e estacionamento, horário de funcionamento
sentido genérico, é o local onde se encontram os etc.
produtores e os consumidores de determinada zona Nessa situação de mercado os vendedores
ou região econômica. No seu sentido econômico, se ajustam ou se adaptam ao preço resultante das
quer referir-se à situação de continuado forças impessoais do mercado, ao qual acreditam
ajustamento entre a oferta, realizada ou possível, que conseguem vender toda a sua produção.
de bens e serviços e a demanda, efetiva ou Os exemplos mais clássicos da concorrência
esperada, desses mesmos bens e serviços”. monopolística estão no ramo de prestação de
serviços (consertos de eletrodomésticos, salão de
FUNÇÕES DO MERCADO beleza, venda e administração de imóveis etc.)

a. Estabelecer valores; OLIGOPÓLIO


b. Organizar a produção; “Situação de mercado em que existem
c. Distribuir o produto; alguns vendedores de um determinado produto (ou
d. Racionar o consumo corrente à produção serviço) ou produtos substitutos próximos, mas em
disponível; tão pequeno número que cada vendedor
e. Prover para o futuro (poupança e individualmente representa parcela substancial da
investimento). oferta do mercado” – Guilherme Calmbach.
Nessa situação de mercado, o oligopolista
entende que, se desejar aumentar suas vendas,
ESTRUTURAS DO MERCADO deverá baixar o preço; e, se elevá-lo, poderá
diminuir suas vendas. Como acentua Garófalo,
Dois elementos caracterizam a estrutura de “cada vendedor assemelha-se a um jogador de
um mercado: xadrez que, antes de qualquer lance, necessita
a. Quantidades de agentes vendedores e considerar as possíveis reações por parte de seu
compradores atuando no mercado (interessa, em antagonista e as maneiras potencialmente factíveis
certos casos, mais o comportamento desses agentes de dirimi-las”.
do que o seu número);

”
detrimento – dano, perda, prejuízo.
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A tendência do oligopólio é um acordo entre a. Poder aquisitivo do grupo consumidor;


os produtores (vendedores), objetivando o b. A vontade de comprar;
monopólio. Esse acordo, dependendo de suas c. A possibilidade de acesso ao produto ou
características, pode assumir a forma de um cartel, serviço.
de um conluio etc. Segundo Marcos Cobra, “o potencial pode
ser alcançado quando todos os possíveis
compradores estão comprando a plena capacidade”.
MERCADO PRIMÁRIO DOS FATORES DE
PRODUÇÃO POTENCIAL DE VENDAS
Do conceito de potencial do mercado
MONOPSÔNIO deriva-se o conceito de potencial de vendas da
“É o regime ou estrutura de mercado em empresa, que pode ser entendido como o índice de
que um único comprador, ou grupo de compradores, participação que a empresa pode vir a ter no
atuando como um todo, concentra em suas mãos a potencial de mercado.
totalidade da compra dos fatores de precaução, não Difere, portanto do conceito de quota de
obstante se defronte com grande número de mercado que é entendido como a parcela de vendas
vendedores ou ofertantes de tais fatores” – Garófalo já conquistada pela empresa.
e Carvalho;
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
MONOPÓLIO BILATERAL Segmentar e dividir são palavras sinônimas.
Situação de mercado em que existe apenas Assim, segmentação de mercado significa
um único comprador de determina do fator de uma parte do mercado, com características próprias,
produção e também um único vendedor desse fator. mas que guardam as características básicas do
Um exemplo dessa situação de mercado é a mercado.
negociação de um contrato coletivo de trabalho: de A segmentação de mercado é importante
um lado, a associação de empresários; de outro para a empresa na formulação de sua estratégia de
lado, o sindicato da classe dos trabalhadores; vendas, principalmente, no que se refere a:
previsão de vendas, cotas de vendas e zoneamento.
OLIGOPSÔNIO
“O regime de mercado denominado PREVISÃO DE VENDAS
oligopsônio é aquele em que três ou mais A previsão de vendas pode ser entendida
compradores concentram em suas mãos a compra como a estimativa do comportamento futuro da
dos fatores de produção, em condições de empresa. A previsão estabelecida após a definição
influenciar nos seus preços” – Garófalo e Carvalho. do potencial de vendas da empresa, e indica o
O exemplo mais comum dessa situação de esforço de vendas a ser por ela empreendido, em
mercado é a atuação dos frigoríficos, no Brasil, que determinado prazo.
adquirem sua matéria-prima (gado) de grande Uma previsão baixa não permite à empresa
número de vendedores; a maximização do lucro, refletindo um fraco
desempenho que permite ganhos extras a seus
CONCORRÊNCIA MONOPSONÍSTICA concorrentes: se, entretanto, a previsão for
Situação de mercado em que existe grande superestimada, implicará gastos desnecessários os
número de compradores e vendedores, mas os quais elevarão os seus custos de produção, o que a
fatores de produção são diferenciados, ou seja, colocará em posição desvantajosa com relação aos
possuem substitutos próximos (não perfeitos). seus concorrentes.
Nessa situação de mercado os compradores
não exercem influência sobre os preços dos fatores, COTAS DE VENDAS
apesar da preferência de alguns por determinado A cota de vendas pode ser entendida como
vendedor. a parcela (em termos físicos ou de faturamento) da
previsão de vendas, a ser atingida por vendedor.
ANÁLISE DO MERCADO
ZONEAMENTO
POTENCIAL DE MERCADO Uma zona de vendas é um dado conjunto de
Do ponto de vista de vendas, o potencial do territórios de vendas, entendendo-se por território
mercado é definido pela American Marketing de vendas uma segmentação geográfica do
Association como “a oportunidade máxima de venda mercado; esta segmentação é justificada pela
de todos os vendedores de determinado tipo de quantidade potencial de clientes, o que recomenda
produto ou serviço”. visitas periódicas do vendedor.
Este conceito é utilizado para se determinar
o comportamento dos consumidores de determinado PESQUISA MERCADOLÓGICA
produto ou serviço, durante certo tempo, a. definição:“A coleta, o registro e análise de
independentemente da ocorrência de alguns fatores todos os fatos referentes aos problemas
como, por exemplo, elevação dos preços, alterações relacionados à transferência e venda de mercadorias
de hábitos etc. Assim, a determinação do potencial e serviços do produtor ao consumidor” – Boyd e
de mercado leva em consideração: Westfall.
b. abrangência:A pesquisa mercadológica
abrange:
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I. Novas oportunidades de vendas: TIPOS DE MOEDAS


1. Pesquisa de novos produtos; a. Papel-moeda: notas (cédulas) sem
2. Pesquisa de novos mercados. utilidade própria, de curso forçado e legal; também
II. Aumento da eficiência da situação atual: conhecida como moeda fiduciária. Sua característica
1. Pesquisa para aumentar a eficiência do principal é a não conversibilidade. A sua emissão é
departamento de vendas; de competência exclusiva das autoridades
2. Pesquisa para melhoria das vias de monetárias;
distribuição; b. Moeda subsidiária: é utilizada apenas para
3. Pesquisa para melhoria dos meios de pequenos pagamentos. É de metal, mas o metal
propaganda. nela incorporado é de valor inferior ao da moeda;
c. Moeda escritural: é empréstimo realizado
c. métodos pelas casas bancárias, com base em uma, parcela
do papel moeda recebido de seus depositantes. É
I. experimental: Partindo da suposição de que as representada pelos depósitos à vista nos bancos;
condições encontradas durante os testes se d. Moeda manual: é o papel-moeda e as
repetirão no futuro, o método adota o chamado moedas metálicas (subsidiárias) em poder do
“mercado-piloto”, que é uma amostra público;
representativa de uma área mais extensa, à e. Quase moeda: é título de grande liquidez
qual se objetiva atingir; que, apesar de não ser aceito, normalmente, em
II. Questionário: Consulta direta ao mercado, troca de
através de entrevistas, que tanto podem ser bens e serviços, pode, rapidamente, ser
pessoais, pelo correio, ou, ainda, por telefone. convertido em moeda (CDB, LTN, Letras etc.).
III. Observação: Registros e interpretações de
comportamentos dos consumidores, através de Entende-se por meios de pagamentos o
observadores humanos ou mecânicos; papel-moeda em poder do público, inclusive moedas
IV. Painel de consumidores: “Consiste em escolher, metálicas (moeda-manual), mais depósitos à vista
de forma permanente, um grupo de no Banco do Brasil e nos Bancos Comerciais (moeda
consumidores do qual se recolhem escritural).
permanentemente observações sobre seu
comportamento e gastos em função de um dado O CRÉDITO
produto.
O painel é selecionado através de uma CONCEITO
amostra que seja representativa determinada “O crédito pode ser definido genericamente
população”–Roberto Simões. como a entrega de um bem a terceiro, mediante
promessas de retorno e remuneração. A
remuneração do crédito recebe o nome de juros” –
O SISTEMA FINANCEIRO J. P. A. Magalhães.

TÍTULOS DE CRÉDITO
CONCEITO
a. Conceito “Títulos de crédito são títulos
especiais, representativos de direitos creditórios e
“Conjunto de instituições e instrumentos
transmissíveis de uma para outra pessoa, mediante
financeiros (moeda e crédito) que possibilitam a
uma declaração de transferência” – J. P. Gastaldi;
transferência de recursos dos ofertadores últimos
b. Principais títulos:
para os tomadores últimos e criam condições para
I. Notas promissórias;
que os títulos tenham liquidez no mercado”
II. Letras de câmbio;
Introdução ao Mercado de Ações, da Comissão
III. Duplicatas;
Nacional de Bolsa de Valores – Ed. 1983.
IV. Certificado de depósito a prazo;
V. Debêntures”;
A MOEDA VI. Letras imobiliárias;
VII. Letras do Tesouro Nacional.
CONCEITO
É um instrumento, ou objeto, que, pelo fato O DESCONTO
de ser aceito pela população em troca de bens e As chamadas operações de desconto
serviços, passa a ser usado como meio de troca. referem se aos seguintes títulos de crédito: nota
promissória, letra de câmbio e duplicata.
FUNÇÕES BÁSICAS Os títulos de créditos acima indicados
a) Intermediário de troca: a moeda é um podem ser transferidos de propriedade, mediante
bem que representa direito sobre todos os outros uma operação denominada “endosso””, que tanto
bens, em mercado; pode ser:
b) Medida de valor: a moeda presta-se às
“Comparações de valor de tudo aquilo que é levado
a mercado”;
”
debêntures-título de dívida amortizável, emitido por
c) Reserva de valor: a moeda permite a companhias mercantis.
distribuição no tempo de poder de compra de seus ”
endosso-declaração escrita ou somente assinatura, nas
detentores. costas de uma letra ou título de crédito.
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a. Em preto quando o titular do crédito pagar” num total de 10 vezes, ou seja, 1.000
transfere o seu direito, por escrito, declarando o Escrituração do depósito à vista:
nome do endossatário”;
b. Em branco: quando o titular do crédito se ATIVO PASSIVO
limita a colocar sua assinatura no título, tornando-o Encaixe: 100 Depósitos:100
ao portador.
Assim, uma compra a prazo pode Escrituração, após os empréstimos:
transformar-se em uma venda à vista. Caso uma
empresa, detentora de um título de crédito cujo ATIVO PASSIVO
vencimento é para daqui a 90 dias, necessita Encaixe 100 Depósitos 1.000
daquela importância antes desse prazo, basta Emprést. p/ A 500
endossar o título, transferindo-o a um banco, Emprést. p/ B 400
recebendo, em troca, a importância declarada no Total 1.000 Total 1.000
título, diminuída de um certo ágio. Diz-se então: o
título foi descontado pelo banco. Por simples lançamentos contábeis o banco
“O desconto é, pois, a operação de compra criou 900 de moeda escritural. Seu encaixe
de um título de crédito mediante a transferência, representa 10% das obrigações (depósitos);
por endosso, de sua propriedade ao comprador” –
Thales Mello Carvalho. O ágio cobrado pelo banco II. No caso de vários bancos Sendo M o total dos
compõe-se de: meios de pagamentos, M1 a moeda manual e M2
I. Juro do capital adiantado pelo banco; a moeda escritural, temos:
II. Taxas e comissões, que o banco cobra para M = M1 + M2.
cobrir despesas e riscos de operação. Uma emissão primária de papel-moeda,
considerando-se que o público retenha uma parcela
A OFERTA MONETÁRIA sobre a forma de moeda manual e deposite a outra
parcela na rede bancária, promoverá um acréscimo
SISTEMA MONETÁRIO no total dos meios de pagamento, de tal forma que:
a. Conceito: “Conjunto de regras que regem ∆M = ∆M1 + ∆M2
a emissão e a circulação da moeda” — J. P. A. O acréscimo havido no total da moeda
Magalhães. escritural (∆M2) deverá dar origem a novos
b. Sistema de emissão desdobramentos. Desse acréscimo, uma parcela
I. Sistema de autorização legal o Executivo solicita será mantida sob a forma de reservas técnicas (t.C);
ao Legislativo, autorização para emitir certa outra deverá ser esterilizada pelas autoridades
quantidade de notas de banco que julga ser monetárias, sob a forma de recolhimentos
necessária para o bom funcionamento da compulsórios (∆RC); o restante será aplicado pelo
economia; sistema bancário em novas operações de
II. Sistema de reserva ouro O Executivo tem empréstimos ( ∆). Assim:
liberdade de emissão, prevista em lei, desde ∆M2 = ∆C + ∆RC + ∆E
que mantenha uma certa porcentagem desta O componente ∆E exercerá significativo
emissão em reserva de ouro. O ouro em reserva efeito multiplicador.
não se destina à conversibilidade; sua função é Os empréstimos criarão novos depósitos e
limitar o total das emissões. estes importarão em sucessivas adições ao estoque
III. Sistema de títulos da dívida pública como de moeda escritural da economia.
reserva. O multiplicador pode ser assim expresso:
As emissões devem estar cobertas K = 1/ r, onde:
integralmente por títulos da dívida pública. K = magnitude do efeito multiplicador;
c. Criação de moeda escritura: Uma r = taxa representativa dos encaixes técnicos,
determinada emissão de papel-moeda, injetada na recolhimentos compulsórios e retenções voluntárias.
economia e canalizada para o sistema bancário, Assim, na hipótese de os encaixes técnicos,
tende a gerar um volume de moeda escritural bem recolhimento e retenções (r) somarem 25%, o
maior do que seu valor inicial. multiplicador será:
I. Noção básica, no caso de um único banco. K = 1/ 0,25 = 4
A todo instante existem depósitos e saques, Para uma emissão primária de papel-
de tal forma que somente uma parcela do total de moeda, no montante de 1.000.000.000,
depósitos é necessária para o atendimento das considerando-se o efeito multiplicador supra, a
retiradas (mediante cheques). criação de moeda escritural atingirá a cifra de
A parcela para atender as retiradas é 4.000.000.000.
pequena (10%, por exemplo): assim o banco pode
fazer “promessas de pagar” em um valor múltiplo do MECANISMO DE CONTROLE
total de depósitos iniciais (empréstimos). MONETÁRIO
No caso da parcela de 10%, um depósito à
vista no valor de 100 permitirá fazer “promessas de a. Monopólio das emissões As emissões
de notas e moedas metálicas são de competência
exclusiva do Banco Central, que regula o volume de
notas em circulação;
”
endossatário-pessoa a quem se endossou uma letra.
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b. Recolhimentos compulsórios: são b. Agentes especiais: — BNDES – Banco


constituídos pela esterilização, junto às autoridades Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
monetárias, de uma parcela dos depósitos
existentes no sistema bancário. A elevação ou SUBSISTEMA OPERATIVO
redução das taxas do compulsório reduz ou eleva a a. Instituições financeiras bancárias:
oferta monetária; I. Bancos Comerciais;
c. Sistema de redesconto: quando um II. Caixas Econômicas:
banco desconta um título para uma empresa, e
necessita da importância antes do vencimento do b. Instituições financeiras não-bancárias
título, poderá, mediante uma dada taxa, I. Bancos de Investimento;
redescontá-lo junto ao Banco Central. A redução das II. Bancos de Desenvolvimento;
taxas de redesconto aumenta a oferta monetária; a III. III.Sociedades de Crédito, Financiamento e
sua elevação reduz a oferta monetária: Investimento (financeiro);
d. Operações com títulos: operações de IV. Sociedades de Crédito Imobiliário;
compra e venda de Letras do Banco Central LBC, V. Associações de Poupança e Empréstimo;
por parte do Banco Central. VI. Sociedades Seguradoras;
Quando o Governo compra seus títulos VII. Bolsas de Valores;
possuídos pelo público, realiza o pagamento através VIII. Sociedades Corretoras;
de cheques que, normalmente são depositados nos IX. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
bancos comerciais, gerando encaixes excedentes Mobiliários;
que permitirão a expansão de moeda escritural. X. Agentes Autônomos de Investimento.
Quando o Governo vende seus títulos, os O subsistema normativo regula e controla o
compradores pagam através de cheques; o Banco subsistema operativo, através de normas legais,
Central, ao descontar esses cheques, reduz as expedidas pelas Autoridades Monetárias ou pela
reservas dos bancos que se vêem obrigados a oferta seletiva de crédito.
contrair a oferta monetária.
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
SEGMENTOS DO MERCADO FINANCEIRO É um órgão colegiado, com funções
exclusivamente deliberativas, encarregado de
MERCADO MONETÁRIO formular a política da moeda e do crédito em todos
É onde se realizam as operações de curto e os seus aspectos, objetivando:
curtíssimo prazo. Nele são financiados os a. Adaptar o volume dos meios de
desencaixes momentâneos dos agentes econômicos, pagamento às reais necessidades da economia
especialmente as necessidades momentâneas de nacional e seu processo de desenvolvimento;
caixa dos bancos comerciais e do Tesouro Nacional. b. Regular o valor interno da moeda;
c. Regular o valor externo da moeda e o
MERCADO DE CRÉDITO equilíbrio do balanço de pagamentos; d) orientar a
É onde são efetuados os financiamentos, a aplicação dos recursos das instituições financeiras,
curto e médio prazo, do consumo corrente e dos propiciando condições favoráveis ao
bens duráveis, e do capital de giro das empresas. desenvolvimento da economia nacional;
d. Propiciar o aperfeiçoamento das
MERCADO DE CAPITAIS instituições e dos
É onde são efetuados os financiamentos de instrumentos financeiros com vistas à maior
capital de giro e do capital fixo das empresas e das eficiência na mobilização dos recursos para as
construções habitacionais. atividades produtivas;
Os financiamentos são, basicamente, de e. Zelar pela liquidez e solvência das
médio e de longo prazo. instituições financeiras;
f. Coordenar a política monetária,
MERCADO CAMBIAL creditícia”, fiscal, orçamentária e da dívida pública.
É onde são realizadas operações que O Conselho Monetário é assim constituído:
envolvem a necessidade de conversão de moedas I. Ministro da Fazenda;
estrangeiras em moedas nacionais e vice-versa. II. Ministro Chefe da Secretaria do Planejamento da
Esse segmento refere-se apenas às Presidência da República (SEPLAN);
operações internas. III. Ministro da Indústria e Comércio;
IV. Presidente do Banco Central do Brasil;
ESTRUTURA DO MERCADO FINANCEIRO V. Presidente da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM);
SUBSISTEMA NORMATIVO VI. Presidente do Banco do Brasil;
VII. Presidente do Banco Nacional de
a. Autoridades monetárias: Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
I. Conselho Monetário Nacional; VIII. Três membros designados pelo Presidente
II. Comissão de Valores Mobiliários; da República.
III. Banco Central do Brasil;
IV. Banco do Brasil S/ A.
”
creditícia-relativo ao crédito público.
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COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS BANCO DO BRASIL S/ A


“Entidade autárquica, vinculada ao O Banco do Brasil exerce duplo papel: atua
Ministério da Fazenda, administrada por um como autoridade monetária e como banco
presidente e quatro diretores nomeados pelo comercial.
Presidente da República e que funciona como órgão Segundo publicação da Comissão Nacional
de deliberação colegiada...” – CNBV. de Bolsas de Valores, entre as principais funções do
Atuando no mercado de valores mobiliários, Banco do Brasil, destacam-se:
“a CVM tem por objetivos fundamentais estimular a a. Ser agente financeiro do Tesouro
aplicação de poupanças no mercado acionário, Nacional; principal executor dos serviços bancários
assegurar o funcionamento eficiente e regular das de interesse do Governo Federal, inclusive suas
Bolsas de Valores e de outras instituições auxiliares autarquias; arrecadador dos depósitos voluntários
que operem nesse mercado, proteger os titulares de das instituições financeiras;
valores mobiliários (notadamente os pequenos e b. Realizar operações cambiais, por conta
minoritários) contra emissões irregulares e outros própria e por conta do Banco Central; executar, por
tipos de atos ilegais, evitando ou coibindo, conta do Banco Central, o serviço de compensação
modalidades de fraude ou manipulação destinadas a de cheques e outros papéis; realizar recebimentos e
criar condições artificiais de demanda, de oferta ou pagamentos por conta do Banco Central;
de preços dos valores mobiliários negociados nos c. Dar execução à política de comércio
mercados primário e secundário de ações” – exterior; adquirir e financiar estoques de produção
Rossetti & Carmo Lopes. exportável; conceder créditos especiais e atividades
julgadas prioritárias, especialmente crédito rural,
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN executar a política de preços mínimos dos produtos
Entidade autárquica vinculada ao Ministério agro-pastoris;
da Fazenda, criada em 1964, atuando como órgão d. Ser banco comercial como qualquer outro.
executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe
cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam BANCO NACIONAL DE
o funcionamento desse sistema e as normas DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
expedidas pelo CMN – Conselho Monetário Nacional. (BNDES)
“...O BACEN pode ser considerado como: Empresa pública, criada em 1952, vinculada
a. Banco dos bancos, à medida que recebe, à Secretaria de Planejamento da Presidência da
com, exclusividade, os depósitos compulsórios dos República. Principal órgão executor da política de
bancos comerciais, fornecem empréstimos de investimento do governo, na área federal, o BNDES
liquidez e redescontos para atender às necessidades “exerce uma tarefa de apoio aos investimentos
imediatas das instituições financeiras e regulamenta estratégicos necessários ao desenvolvimento do país
o funcionamento dos serviços de compensação de e, particularmente, ao fortalecimento da empresa
cheques e outros papéis; privada nacional”.
b. Superintendente do sistema financeiro
nacional, à medida que adapta seu desenvolvimento BANCOS COMERCIAIS
e os fundos e programas especiais por ele Classificados como instituições monetárias
administrados às reais necessidades e em razão de terem poder para criar moeda
transformações verificadas na economia do país, escritural, os bancos comerciais recebem depósitos
baixando normas, fiscalizando e controlando as e efetuam empréstimos, via de regra, a curto prazo.
atividades das instituições financeiras, concedendo Atendem às necessidades de capital de giro das
autorização para seu funcionamento e decretando empresas privadas, e às necessidades de pessoas
intervenção ou liquidação extrajudicial dessas físicas em situações deficitárias, por intermédio de
instituições; operações de curto prazo.
c. Executor da política monetária, à medida Os bancos comerciais prestam, ainda,
que regula a expansão dos meios de pagamento, outros serviços, tais como: cobrança de títulos de
elaborando o orçamento monetário e utilizando os crédito, execução de ordens de pagamento,
instrumentos de política monetária (administração arrecadação de impostos, taxas e contribuições
das taxas dos recolhimentos compulsórios, dos previdenciárias e recebimentos diversos.
redescontos de liquidez e das operações de compra
e venda de títulos públicos no mercado aberto); CAIXAS ECONÔMICAS
d. Banco emissor, à medida que detém o À semelhança dos bancos comerciais, as
monopólio de emissão do papel-moeda e da moeda caixas econômicas (tanto na esfera federal como na
metálica e executa os serviços de saneamento do estadual) recebem depósitos e realizam
meio circulante; empréstimos, o que também lhes confere poder de
e. Banqueiro do governo, à medida que criação de moeda escritural. Sua diferença básica
financia o Tesouro Nacional, mediante a colocação reside no recebimento de depósitos em caderneta
de títulos públicos, administra a dívida pública de poupança e na sua atuação no financiamento
interna e externa, é depositário e administrador das habitacional.
reservas internacionais do país e executa as
operações ligadas a organismos financeiros
internacionais “. – Rossetti & Carmo Lopes.

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BANCOS DE INVESTIMENTO SOCIEDADES SEGURADORAS


“Os Bancos de Investimentos são entidades “... constituídas sob a forma de sociedades
privadas, especializadas em operações de anônimas, caracterizam-se pelo recebimento de
participação ou financiamento, a médio e longo uma taxa de prêmio, assumindo em troca a
prazo, para suprimento de capital fixo ou de obrigação de pagar uma determinada indenização se
movimentos (capital de giro), mediante a aplicação ocorrer a perda ou dano do que foi segurado” –
de recursos próprios e coleta, intermediação e CNBV.
aplicação de poupança de terceiros” – CNBV.
BOLSAS DE VALORES
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO “Constituídas sob a forma de associações civis, cujo
Os Bancos de Desenvolvimento, à patrimônio é representado por títulos patrimoniais
semelhança do BNDES, “estão voltados para o que pertencem às sociedades corretoras membros,
desenvolvimento econômico, só que a nível regional as bolsas de valores são as instituições para as
e, para tanto, estabelecendo um sistema de quais convergem as operações que se realizam no
integração com o BNDES, do qual são agentes mercado acionário do país” – Rossetti & Carmo
financeiros, e com organismos regionais e setoriais Lopes. Operam com exclusividade nas bolsas de
de desenvolvimento, tais como a Superintendência valores as sociedades corretoras de títulos e valores
do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), a mobiliários; operam, ainda, os agentes autônomos
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia de investimento.
(SUDAM)...” – CNBV.
SOCIEDADES CORRETORAS
SOCIEDADES DE CRÉDITO, “São instituições financeiras constituídas
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS. como sociedades anônimas ou sociedades por
Também conhecidas como Financeiras, “são quotas de responsabilidade limitada. Sua principal
instituições privadas, constituídas na forma de função é a de promover, de forma eficiente, a
sociedade anônima, que têm por objetivo o aproximação entre compradores e vendedores de
financiamento ao consumo (crédito direto ao títulos e valores mobiliários, dando a estes
consumidor), captando recursos no mercado, negociabilidade adequada através de leilões
basicamente através da colocação de letras de realizados em recinto próprio (pregão das Bolsas de
câmbio. Valores)”.
As letras de câmbio não são emitidas pelas
financeiras e sim pelos mutuários, mas recebem, SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE
através de aceite, a coobrigação da Sociedade de TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Crédito, Financiamento e Investimento. Os recursos Podem ser constituídas como:
assim captados são transferidos aos emitentes da a. Sociedades anônimas;
letra, mutuários (consumidor ou empresa b. Sociedades por quotas de
comercial). Na prática, porém, tudo funciona como responsabilidade limitada;
se a financeira emitisse o ativo financeiro, já que c. Firmas individuais. Suas atribuições,
por intermédio do aceite ela se torna responsável definidas pela Resolução n° 76, de 22.11.67, do
pelo resgate do principal e dos juros para quem Banco Central, são:
comprou a letra de câmbio” – CNBV. I. Subscrever, isoladamente ou em consórcios,
emissões de títulos ou valores mobiliários para
SOCIEDADES DE CRÉDITO revenda; intermediar a colocação de emissões
IMOBILIÁRIO (SCIS) no mercado; contratar com a emissora, em
São constituídas sob a forma de sociedades conjunto ou separadamente, a sustentação de
anônimas, operando em financiamento imobiliários. preços dos títulos no mercado, no período de
A captação de recursos é feita, basicamente, por lançamento e colocação da emissão;
meio da colocação de letras imobiliárias (ativo II. Encarregar-se da venda à vista, a prazo ou a
financeiro de sua emissão), recebimento de prestação, de títulos e valores mobiliários por
depósitos em contas de poupança e repasses de conta de terceiros;
créditos concedidos pelo BNH (hoje, CEF) – CNBV. III. Operar também no mercado aberto.

ASSOCIAÇÃO DE POUPANÇA E AGENTES AUTÔNOMOS DE


EMPRÉSTIMOS (APFS) INVESTIMENTO
São constituídas sob a forma de sociedades “São pessoas físicas credenciadas por
civis restritas a determinadas regiões e sem fins bancos de investimento, financeiras, corretoras e
lucrativos, operando em financiamentos imobiliários, distribuidoras, que, sem vínculo empregatício e em
exclusivamente, para seus associados. Utilizam, caráter individual, exercem, por conta das
como instrumentos básicos de captação, os instituições credenciadoras, a colocação de títulos e
depósitos em cadernetas de poupança realizados valores mobiliários, de quotas de fundos de
exclusivamente por pessoas físicas que, ao investimento e outras atividades de intermediação
depositarem, tomam-se associadas com direito a expressamente autorizadas pelo Banco Central” –
voto e participação nos lucros através de Rossetti & Carmo Lopes.
dividendos, e as cédulas hipotecárias.

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NOÇÕES BÁSICAS DE INFLAÇÃO empresas,m provoca o desvio de recursos das


atividades produtivas (investimentos) para
CONCEITO atividades especulativas (papéis, imóveis etc.);
Entende-se por inflação as altas contínuas, d. Sobre o balanço de pagamento: o
persistentes e generalizadas dos preços. A elevação processo inflacionário poderá encorajar as
do preço de alguns produtos (comum na importações,m desestimulando as exportações.
entressafra) não caracteriza um processo Embora esse efeito possa ser neutralizado através
inflacionário”. “É preciso que todos os bens e de uma desvalorização da taxa cambial, esta
serviços apresentem uma tendência altista” medida tende a provocar aumento nos custos das
generalizada e contínua” – RossettI. empresas que dependem de suprimento externo de
matérias-primas;
TIPOLOGIA e. Sobre o mercado: a elevação de preços
Dependendo da intensidade do processo deixa de representar um indicador seguro para os
inflacionário, podemos ter: empresários, no sentido de alocação mais eficaz de
a. Inflação rastejante: elevação pequena ou recursos escassos.
quase imperceptível nos níveis de preços em geral;
b. Inflação galopante: violenta expansão do
nível geral dos preços, permanecendo, contudo, sob
o controle das autoridades;
O SETOR GOVERNAMENTAL
c. Hiperinflação: violenta expansão do nível
geral de preços, totalmente fora do controle das AS RAZÕES DA INTERVENÇÃO
autoridades, podendo destruir as bases da ordem Até o início da depressão mundial iniciada
econômica. em 1929, o equilíbrio orçamentário era a condição
básica das finanças públicas; os gastos
CAUSAS governamentais, em nenhuma hipótese, poderiam
a. Expansão dos meios de pagamentos: as superar a arrecadação.
emissões de papel-moeda, principalmente, as Entendiam os economistas que, se de um
destinadas a cobrir o déficit orçamentário do lado, a despesa pública não passava de um
Governo, elevam substancialmente os meios de “fenômeno improdutivo de consumo” (J. B. Say),
pagamento, em razão do efeito multiplicador da por outro lado, os impostos exerciam uma função de
moeda escritural. Quando esse aumento do poder desestímulo nas atividades econômicas. Para esses
aquisitivo não é acompanhado por um aumento economistas, tanto mais salutar seria a atitude do
paralelo no volume de bens e serviços produzidos, Estado quanto mais ele se afastasse das atividades
haverá uma expansão inflacionária dos preços; econômicas, pois entendiam que o mecanismo de
b. Expansão dos custos: caso típico é o de mercado, através do sistema de preços, sob a
um sindicato com grande poder de negociação e que batuta da iniciativa privada, atendia de maneira a
consegue aumentos excessivos de salários; as mais eficiente possível, às necessidades da
empresas, para suportar o aumento, também comunidade, competindo ao Estado, então, apenas
aumentam o preço de seus produtos. as atividades de manutenção da ordem, distribuição
Do mesmo modo, setores oligopolizado ou da justiça, defesa militar etc.
monopolizados, responsáveis pela produção de bens A primeira Grande Guerra (1914 – 1918) e
de alta importância nos custos de produção da a Grande Depressão (iniciada em 1929) foram,
economia, poderão aumentar excessivamente seus talvez, os fatores fundamentais para o abandono
preços; as empresas, por sua vez, sentindo o das idéias de orçamento equilibrado e do
impacto em seu custo de produção, aumentarão alheamento” do Estado às atividades econômicas.
também seus preços, dando início a uma espiral O golpe fatal seria desfechado em 1936, com a
inflacionária. popularização da obra de John Maynard Keynes.
Criticando o equilíbrio automático da
PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS economia e o alheamento do Estado à atividade
a. Sobre o poder aquisitivo: o processo econômica, o pensamento econômico que se inicia
inflacionário reduz o poder aquisitivo; quando mais ao final da década de 1930 confere ao Estado o
intenso for o processo, mais violenta será a papel principal na solução das crises cíclicas, além
redução. Os maiores prejudicados são os de incluir em suas funções a de promover a justa
assalariados e todos aqueles que vivem de renda distribuição das riquezas, função para a qual se
fixa, e que não conseguem reajustar seu poder mostrou incompetente o mecanismo de mercado.
aquisitivo à expansão do custo de vida; Mesmo o objetivo de desenvolvimento econômico
b. Sobre o mercado de crédito: nesse caso, o tornou-se então, mais factível e seguro com a
processo inflacionário beneficiará os devedores, participação do Estado, em sua nova função de
penalizando os credores. O crédito privado a médio harmonizar objetivos, recursos e tempo.
e longo prazo praticamente desaparece; A política de grandes obras públicas, além
c. Sobre os investimentos produtivos: a de possibilitar a absorção de grande contingente de
inflação, ao destruir a previsibilidade financeira das trabalhadores em época de desemprego (o que
mantém o nível de consumo), viabiliza os
investimentos privados em época de tranqüilidade,
”
inflacionário-relativo a inflação.
”
altista-especulador que joga na alta do câmbio. ”
alheamento-alienação.
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favorecendo o crescimento econômico e, lhe o poder de consumo e viabilizando os


conseqüentemente, o desenvolvimento econômico. investimentos privados.
Uma das importantes observações de Em períodos inflacionários a redução, o
Keynes é a de que as pessoas que decidem investir cancelamento ou adiantamento, dos gastos públicos
nem sempre são as mesmas que decidem poupar. atua no sentido de redução do consumo agregado,
Assim, um desequilíbrio no processo econômico se amortecendo pressões inflacionárias de demanda.
instala no momento em que cair o estímulo para Por outro lado, os subsídios e as transferências
investir, surgindo economias estéreis. A reativação atuam no sentido de atenuar os desequilíbrios
dos negócios cabe ao Estado que, substituindo setoriais e regionais da renda.
(temporariamente) a iniciativa privada, proporciona Considerando-se que os gastos públicos
ocupação aos desempregados, restituindo-lhes a exercem efeitos expansionistas na economia, os
capacidade de consumo, e revitaliza a atividade impostos exercem efeitos contrários, constituindo-se
inversionista. em vazamentos que fazem o sistema contrair-se.
Assim, o déficit orçamentário passa a ser
admitido como imprescindível para a eliminação dos POLÍTICA MONETÁRIA
obstáculos ao desenvolvimento econômico, como A política monetária pode ser entendida
também para atenuar o impacto dos períodos lhe como o uso deliberado de certos instrumentos que
recessão. Como mostra o Professor Aliomar visam a regular o fluxo e o suprimento dos meios de
Baleeiro, “não se trata de equilibrar o orçamento, pagamento. Esses instrumentos são: recolhimento
mas fazer que este equilibre a economia nacional”. compulsório, sistema de redesconto, operações do
governo, controle das taxas de juros. Como o
OS OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO recolhimento compulsório é caracterizado por uma
Segundo Richard Musgrave, a participação parcela dos depósitos existentes no sistema
do Estado na atividade econômica visa: bancário que é esterilizada junto ao Banco Central,
a. Assegurar ajustamentos na alocação de o aumento dessa parcela tem o poder de contrair a
recursos, atuando naqueles casos em que não oferta monetária, uma vez que reduz o poder dos
houver a necessária eficiência da iniciativa privada: bancos de emitir moeda escritural; inversamente, a
investimentos na formação da infra-estrutura redução do compulsório, aumenta o poder de
econômica; produção de bens que, pela sua criação de moeda escritural por parte dos bancos,
características, não podem ser produzidos pelas expandindo a oferta monetária.
empresas privadas ou o são de maneira insuficiente: Resultado semelhante se obtém com as
iluminação pública, saúde, educação etc; operações do governo, que são caracterizadas pela
b. Conseguir ajustamentos na distribuição da compra e venda de títulos da dívida pública. Quando
renda e da riqueza, valendo-se medidas através das há excesso de oferta monetária, exercendo pressões
quais se apropria de parte da renda das classes inflacionárias, as Autoridades Monetárias ingressam
mais abastadas, transferindo-as para as classes no mercado vendendo títulos que são adquiridos
mais humildes, corrigindo falhas do mercado que, principalmente pelos bancos, retirando de circulação
ao considerar apenas aspectos econômicos, uma parcela dos meios de pagamento;
promove uma distribuição injusta das riquezas; inversamente, quando a oferta monetária é
c. Garantir a estabilização econômica, insuficiente, as Autoridades Monetárias ingressam
através de medidas que assegurem elevado nível de no mercado resgatando os títulos, e recompondo os
emprego, estabilidade nos níveis de preços, meios de pagamento, irrigando o mercado
equilíbrio no balanço de pagamento e compatível financeiro.
taxa de crescimento econômico.
POLÍTICA CAMBIAL
A POLÍTICA ECONÔMICA A política cambial pode ser entendida como
A consecução dos objetivos governamentais o manejo da taxa de câmbio visando condicionar o
é viabilizada pela política econômica, assim definida comportamento dos agentes econômicos em suas
por Reynaldo de S. Gonçalves: “política econômica é relações com o resto do mundo. A fixação de uma
a orientação que o governo toma em matéria dada taxa de câmbio não é mais o resultado da livre
econômica”. manifestação das forças da oferta e da procura por
A operacionalização da política econômica divisas estrangeiras; é o resultado de uma decisão
se faz por meio de instrumentos ou procedimentos governamental, adotado em função dos objetivos da
que visam a condicional o comportamento dos política econômica.
diversos agentes econômicos, constituindo-se em Uma desvalorização da moeda nacional
políticas parciais. pode conduzir aos seguintes resultados:
a. Incentivo às exportações, uma vez que os
POLÍTICA FISCAL exportadores nacionais obterão um maior volume de
A política fiscal pode ser entendida como o moeda nacional com a conversão das divisas
uso deliberado dos componentes da receita e da obtidas
despesa pública para condicional a atividade no exterior;
econômica. Nas fases recessivas, os gastos b. Desestímulo às importações, um vez que
governamentais, principalmente, em investimentos, maiores volumes de moeda nacional serão
absorvem a população desempregada, restituindo- necessários para se adquirir a mesma quantidade de
produtos no exterior;

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c. Estímulo ao ingresso de capitais de risco, taxa cambial é fixada por uma decisão
uma vez que os investidores passarão a receber um governamental, em função dos interesses da política
montante maior de moeda nacional pela conversão econômica interna, e não pelas forças da oferta e da
das divisas que trouxeram. procura.
Por outro lado, uma valorização da moeda
nacional poderá provocar resultados opostos. MANUTENÇÃO DA PARIDADE”
Em casos extremos, a política cambial pode Como vivemos em um mundo inflacionário,
acionar o “controle das operações de câmbio” que os preços em geral sobem tanto nos países menos
consiste em impor limites à liberdade de atuação desenvolvidos como naqueles economicamente
dos agentes econômicos em suas operações de amadurecidos. Assim, a igualdade na paridade
compra e venda de divisas. aquisitiva que a taxa cambial reflete, logo se
Usado em épocas excepcionais, o controle deteriora.
das operações de câmbio implica o bloqueio das Por outro lado, o ritmo inflacionário é
remessas de divisas para o exterior, centralizando diferente de país para país. “Sempre que os preços
as receitas cambiais de todas as fontes externas e internos se modificam a ritmos diferentes entre os
fazendo a oferta seletiva de divisas em função dos vários países, a taxa de câmbio deve ser reajustada
objetivos previstos. de modo a manter seu alinhamento com as
correspondentes paridades aquisitivas” – Armando
O SETOR EXTERNO Kraemer.

Exemplo:
TAXA CAMBIAL Suponhamos a seguinte taxa:
U$ I = 1.300
CONCEITO Admitindo que em um dado período, após a
“Taxa de câmbio é simplesmente o preço de fixação dessa taxa, os índices de preços no Brasil se
uma moeda em termos de outra; é, portanto, uma elevem em 80% e, no mesmo período, os índices de
relação que se estabelece entre duas moedas preços nos Estados Unidos se elevem em 15%;
diferentes, e a taxa exprimem assim o preço da quebra-se, então, a paridade anterior, devendo a
moeda estrangeira em ternos de moeda nacional” – taxa cambial ser reajustada para refletir a paridade
Armando Kraemer. aquisitiva atual.
Como qualquer preço, a taxa de câmbio é A taxa cambial deverá ser desvalorizada no
influenciada pela oferta e pela procura. Brasil em, aproximadamente, 65%, ou seja:
A procura por divisas estrangeiras se deve U$ 1 = 2.145
a: Para evitar uma desvalorização de tal
a. Desejo ou necessidade de importar bens e magnitude (maxi), recorre-se a desvalorização em
serviços do exterior; períodos menores (minidesvalorizações).
b. Remessas unilaterais que pretendemos
enviar para fora do país; REPERCUSSÕES
c. Investimentos que realizamos no a. Sobre as exportações: a desvalorização
estrangeiro; da moeda nacional pode conduzir a uma expansão
d. Empréstimos que concedemos a outros das exportações: os exportadores receberão maior
quantidade de moeda nacional convertendo as
países.
A oferta de moeda estrangeira é suprida divisas recebidas no exterior.
por: A valorização da moeda nacional pode
I. Exportação de bens produzidos no país e serviços conduzir a uma retração das exportações: os
prestados a pessoas residentes no exterior; exportadores receberão menor quantidade de
moeda nacional se converterem as divisas recebidas
II. Recebimentos de donativos e transferências
unilaterais que vieram do resto do mundo; do exterior;
b. Sobre as importações: as importações
III. Investimentos que empresas privadas, sediadas
no estrangeiro, realizam em nosso país; serão desestimuladas com a desvalorização da
IV. Financiamento que conseguimos obter no moeda nacional, uma vez que o preço dos produtos
exterior, junto a entidades internacionais. importados aumentará (somente no país que
desvalorizou sua moeda).
A FIXAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO A valorização da moeda nacional poderá
No sistema de taxa cambial flutuante, a sua estimular as importações, uma vez que o preço dos
fixação baseia-se no livre confronto entre as produtos importados será relativamente mais baixo;
c. Sobre o movimento de capitais: a
pressões da oferta e da procura.
Em 1946, entrou em funcionamento o FMI desvalorização da moeda nacional estimulará o
(Fundo Monetário Internacional), passando o dólar ingresso de capitais de risco, já que os investidores
americano a assumir o papel de moeda-base, receberão maior quantidade de moeda nacional pela
servindo como de referencia às demais moedas do conversão de suas divisas.
mundo. Adotou-se, então, o sistema de taxa A valorização da moeda nacional
cambial fixa. desestimulará o ingresso de capitais de risco,
Atualmente, a maioria dos países adota o
sistema de taxa cambial administrada, ou seja “a ”
paridade – parecença; analógica.
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porque os investidores receberão menor quantidade 1. Exportações: são transações bilaterais;


de moeda nacional pela conversão de suas divisas. sai mercadoria e entra dinheiro, que costumamos
chamar de divisas estrangeiras;
2. Importações: são também transações
bilaterais: mercadorias estrangeiras entram no país
OBS.: No Brasil, o controle cambial está a e, em pagamento, entrega-se moeda de aceitação
cargo do Conselho Monetário Nacional e do Banco internacional aos exportadores no exterior.
Central do Brasil. A formulação da política cambial
compete ao Conselho Monetário Nacional e a sua II. Balança de serviços: é a diferença entre
execução se faz através do Banco Central, por valores recebidos e pagos por serviços prestados,
intermédio do Banco do Brasil. tais como: viagens, transportes, seguros, rendas de
capitais, serviços governamentais etc.
1. Viagens internacionais: englobam, no
lado da receita, os gastos realizados pelos turistas e
O BALANÇO DE PAGAMENTO homens de negócios procedentes do exterior e
temporariamente em viagem pelo país; no lado da
CONCEITO despesa, registra os gastos dos residentes no país
“Levantamento sistemático de todas as em suas viagens para o exterior;
transações econômicas que ocorrem durante
determinado período de tempo entre os residentes 2. Transportes: as receitas correspondem
em determinado país – pessoas físicas e jurídicas, aos pagamentos realizados pelos residentes de
instituições com ou sem fins lucrativos e entidades outros países que utilizam a infra-estrutura e dos
governamentais – e os residentes em outros países” meios de transporte de propriedade de empresas
– RossettI. nacionais. As despesas correspondem aos
pagamentos realizados pelos residentes no país às
ESTRUTURA empresas estrangeiras, pelo fornecimento dos
A estrutura do balanço de pagamentos é mesmos serviços;
mostrada pelo Professor Rossetti da seguinte
maneira: 3. Seguros: é o registro das receitas
recebidas pelas empresas seguradoras do país pela
a. Transações correntes prestação de serviços de seguros a residentes em
I. Balança comercial: outros países, e das despesas realizadas no sentido
1. Exportações; inverso.
2. Importações.
4. Rendas de capitais: é o registro dos
II. Balança de serviços: recebimentos e dos pagamentos de juros, lucros e
1. Viagens internacionais; dividendos, decorrentes de empréstimos e de
2. Transportes; investimentos internacionais.
3. Seguros;
4. Rendas de capitais; 5. Serviços governamentais: é o registro
5. Serviços governamentais; das despesas realizadas com a manutenção de
6. Serviços diversos. efetivos militares e de atividades diplomáticas no
exterior, englobando ainda as contribuições
III. Transferências unilaterais nacionais transferidas para organizações
internacionais, a título de contribuição para
manutenção de suas estruturas administrativas.
b. Movimento de capital: Registra, também, as receitas oriundas dos
I. Investimentos; pagamentos no sentido inverso;
II. Empréstimos a médio e a longo prazos;
III. Empréstimos a curto prazo; 6. Serviços diversos
IV. Amortizações. I. Transferências unilaterais: é o registro,
como despesa, das remessas para outros países,
A. TRANSAÇÕES CORRENTES: que não têm origem comercial, sem qualquer
Abrangem operações comerciais que se compensação prévia ou futura. Registra-se como
ajustam em moeda estrangeira e se liquidam receita os recebimentos nas mesmas condições.
normalmente a curto prazo; dentro destes critérios
se entendem aquelas que não ultrapassam o
período de um ano. As transações correntes B. MOVIMENTOS DE CAPITAL:
correspondem ao somatório dos resultados da É o resultado das operações de
Balança Comercial, da Balança de Serviços e investimentos, empréstimos e amortização.
Transferências Unilaterais. I. Investimentos: é o registro dos investimentos
I. Balança comercial: é a diferença entre o realizados no país por empresas privadas sediadas
valor das mercadorias exportadas e importadas. no exterior, e dos investimentos de nacionais
aplicados no exterior;

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II. Empréstimos a médio e a longo prazo: é o CAUSAS


registro dos empréstimos, e/ ou financiamentos As principais causas que levam a um déficit
destinados a projetos de altos custos e longos crônico no balanço de pagamento de um país são:
prazos de maturação, recebidos e concedidos; I.Grande dependência ao suprimento externo
III. Empréstimos a curto prazo: é o registro dos (necessidade de importar), seja em função da
empréstimos e/ ou financiamentos destinados, em incapacidade do aparelho produtivo em conseguir
sua maior parte, a compensar déficits de transações volume adequado de bens para o consumo interno,
correntes não estruturais, recebidos e concedidos; seja em função da dependência do processo
IV. Amortizações: é o registro das amortizações, produtivo ao fornecimento de matérias primas
parciais ou totais, de empréstimos e financiamentos provenientes do exterior;
contraídos a curto, médio e longo prazos. Quando as
instituições de crédito do país são credoras de II. Balança de serviços deficitária em
residentes em outros países, as amortizações conseqüência de:
implicam em ingresso de divisas; caso contrário, 1. Dependência do país aos meios de
implicam em remessa de divisas. transporte internacionais;
2. Despesas de turistas nacionais no exterior
em volume não contrabalançados por gastos de
SUPERÁVIT turistas estrangeiros no país;
3. Pesados encargos do “serviço da dívida”
Quando a soma total dos ingressos em (pagamento de juros externos) que aumentam
divisas supera as saídas, diz-se que houve um consideravelmente à medida que o déficit persiste,
superávit. anulando todo o esforço do país nas exportações;
O superávit implica para o país o aumento
de suas divisas em moedas estrangeiras; são III. Investimentos maciços no exterior em
consideradas “reservas”, que servem para reforçar o volume superior às disponibilidades líquidas;
grau de liquidez financeira internacional que o país
apresenta. IV. Fuga, em grande escala, de capital
O superávit se compõe de: especulativo, que sai à procura de melhores ganhos
9 Ouro; e/ ou maior segurança;
9 Moedas estrangeiras de aceitação V. Cotação muito alta da moeda nacional no
internacional; mercado cambial.
9 Créditos disponíveis em bancos no exterior.
CORREÇÕES
Dentre as medidas que podem ser adotadas
DÉFICIT para a correção do déficit crônico, destacam-se:
I. Restrições às importações, através de medidas
Significa para o país que suas transações de política fiscal;
com o Resto do Mundo acarretaram um crescimento II. Restrições às importações, através de
de compromissos financeiros no exterior. Sua licenças especiais;
regularização se faz por: III. Estabelecimento de incentivos para
9 Venda de ouro; investimentos no país;
9 Redução das reservas que o país dispõe em IV. Desvalorização da moeda nacional em
moedas estrangeira; termos de moeda estrangeira, estabelecendo uma
9 Aumento das dívidas a curto prazo. taxa cambial adequada e realista.

SUPERÁVIT PERSISTENTE
OS DESEQUILÍBRIOS E SEUS AJUSTAMENTOS Superávits continuados significam déficits
em outros países, podendo criar obstáculos às
A persistência de déficit ou de superávit trocas internacionais.
poderá criar uma série de problemas para o país. Por outro lado, as divisas estrangeiras, que
entram no país devem ser convertidas em moeda
O DÉFICIT CRÔNICO nacional, para que seus proprietários possam gastá-
A persistência de déficit no balanço de las; assim, o governo coloca em circulação grande
pagamento pode levar o país a um nível de volume de papel moeda que, certamente, irá
endividamento externo que irá comprometer todo o desencadear pressões inflacionárias.
seu esforço interno de produção. Os valores Um excesso de reservas, decorrente de
correspondentes aos juros e às amortizações vão se persistentes superávits no balanço de pagamentos,
avolumando, exigindo que parcelas cada vez pode ser corrigido de duas maneiras:
maiores da produção sejam direcionadas para a. Incentivando investimentos e aplicações
exportação, com evidentes prejuízos para o no exterior para compensar a posição desfavorável
mercado interno, principalmente, quando um país dos países deficitários;
não dispõe de condições para aumentar b. Valorizando a moeda nacional em termos
significativamente sua produção. de moeda estrangeira.

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degradar o meio ambiente: a redução da poluição é


BALANÇO DE PAGAMENTO DO BRASIL - 1978 importante. A liberdade econômica - o direito de os
indivíduos escolherem suas profissões, fazerem
DISCRIMINAÇÃO SAÍDAS contratos e gastarem suas rendas corno desejam - é
1. BALANÇA COMERCIAL um objetivo desejável, assim corno a segurança
a. Exportações 12.651 - econômica, isto é, que o indivíduo possa ser livre do
b. Importações - 13.639 espectro de uma doença grave ou de outra
2. BALANÇA DE SERVIÇOS catástrofe qualquer que possa colocá-lo em uma
a. Viagens Internacionais 68 254 situação financeira desesperadora.
b. Transportes 562 1.587 A realização de nossas metas econômicas
c. Seguros 91 23 representa o enfoque principal deste livro-texto.
d. Rendas de Capital 651 3.906 Como pano de fundo dos capítulos seguintes,
e) Serviços Governamentais 54 128 investigaremos as metas principais, mais
f) Serviços Diversos 591 1.093 detalhadamente, ainda neste capítulo.
3. TRANSFERENCIAS UNILATERAIS 252 180
4. TRANSAÇÕES CORRENTES 14.920 20.810 UM ALTO NÍVEL DE EMPREGO
(1 + 2 + 3
5. CAPITAIS A importância da manutenção de um
a. Investimentos 1.031 125 elevado nível de emprego destacou-se, mais
b. Empréstimos – Médio e Longo 13.631 - durante a Grande Depressão dos anos 30, quando
Prazo muitos países não alcançaram este objetivo.
c. Empréstimos – Curto Prazo 234 - Durante a forte contração da economia entre 1929 e
d. Amortizações - 5.170 1933, o produto total dos Estados Unidos caiu em
6. ERROS E OMISSÕES 333 - 30 por cento, por exemplo, e os gastos com novas
TOTAL 30.149 26.105 instalações e equipamentos diminuíram em quase
SUPERÁVIT 4.044 - 80 por cento. Enquanto a situação econômica
Fonte: Introdução a Economia. piorava, mais e mais trabalhadores perdiam seus
. José Paschoal Rossetti – Ed. Atlas S/ A – 8ª Edição. empregos. Em 1933, 25 por cento da força de
trabalho estavam desempregados. Longas filas de
desempregados formaram-se às portas das fábricas
METAS ECONÔMICAS na esperança de conseguir um emprego, sendo
premiados, na maioria das vezes com a desilusão. E
o problema não foi resolvido de imediato. A queda
Já foi notado que a meta da economia é o até o fundo da Depressão durou quase quatro anos
desenvolvimento de melhores políticas, que e o processo de recuperação até altos níveis de
minimizem os problemas e maximizem os benefícios emprego, foi ainda mais demorado. Foi só no início
em troca do nosso esforço diário. Mais dos anos 40, quando a produção de material bélico
especificamente, existe um consenso de que aumentou vertiginosamente, que muitos dos
devemos procurar as seguintes metas: americanos desempregados conseguiram encontrar
1. Um alto nível de emprego. As pessoas trabalho. Durante a década 31-40, a taxa de
dispostas a trabalhar devem poder encontrar um desemprego não ficou abaixo de 14 por cento da
emprego com razoável facilidade. O desemprego em força de trabalho.
massa é desmoralizador e representa uma perda
econômica; a sociedade é privada dos bens e
Uma depressão existe quando a taxa de desemprego
serviços que os desempregados poderiam ter
permanece alta durante um longo período.
produzido.
2. Estabilidade de preços. Devem ser
evitados aumentos ou quedas constantes no nível Alguma com na verdade, andou errada há
geral de preços. economia – extremamente errada. O desemprego
3. Eficiência. Quem trabalha deve querer em massa implica um enorme desperdício; o tempo
aproveitar o tempo com a máxima eficiência. perdido na forma de ociosidade involuntária é
4. Uma distribuição eqüitativa de renda. Se há perdido para sempre. Mas o custo do desemprego
muitos que vivem luxuosamente, não se pode envolve mais que o produto perdido; o desemprego
aceitar que grupos de cidadãos vivam em estado de implica uma redução de aspirações. Os que não
pobreza aguda. podem arranjar um emprego sofrem de frustração e
5. O crescimento. Como o Gráfico 1.1 perdem o respeito por si mesmos. Além disso, as
demonstra, a economia brasileira tem crescido qualificações adquiridas são esquecidas aos poucos,
muito durante os últimos 40 anos. Uma continuação sem a prática diária.
do crescimento possibilitaria um padrão de vida O termo desempregado se, aplica àquelas
ainda mais elevado no futuro, e geralmente é pessoas que estão dispostas a trabalhar e têm a
considerada uma meta importante (embora tenha- capacidade necessária, mas não encontram um
se tomado uma meta muito mais controversa emprego. Assim, um estudante universitário de
durante a última década). tempo integral não se classifica como
A lista está longe de ser completa. Não só desempregado, o trabalho imediato dele é o de se
queremos produzir mais, mas queremos fazê-lo sem educar. não o de encontrar emprego. Da mesma
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maneira um aposentado de setenta anos de idade aumento apenas vem demonstrar a cobiça dos
seria excluído das estatísticas do desemprego. vendedores.
Com um aumento no preço do trigo, os
agricultores pensam que está na hora deles
A inflação é definida como um aumento no nível geral receberem um retorno razoável pelo seu trabalho.
dos preços. (A deflação é uma queda no nível geral Quando o preço do petróleo sobe, as empresas de
dos preços.) petróleo argumentam que estão recebendo apenas o
retorno necessário para financiar a busca de mais
A taxa de desemprego se calcula como uma petróleo. Quando aumenta o preço dos livros, os
percentagem do total da população economicamente autores acham que estão recebendo só um retorno
ativa, ou seja, a sorna dos indivíduos empregados “justo” pelo esforço de criação, e as editoras
com os desempregados. (As estatísticas de insistem que não são compensadas excessivamente
população economicamente ativa e de desemprego pelos tremendos riscos assumidos. Entretanto,
são calculadas em função da definição tradicional de quando o agricultor, a empresa de petróleo, o autor
“empregos”). e a editora descobrem que os preços dos bens que
Assim, uma mulher que fica em casa e compram estio aumentando, acham-se fraudados
cuida de seus próprios filhos, por exemplo, não está pela inflação. Quem sabe sejamos todos vítimas de
na “força de trabalho” nem “empregada”, embora, uma ilusão - a ilusão de que podemos e devemos
certamente trabalhe.) ganhar um aumento no preço das coisas que
No Brasil, informações anuais sobre o vendemos, sem que os preços das coisas que
número de desempregados só começaram a ser compramos aumentem. Para toda a economia, isto
coletadas a partir de 1967, quando a primeira é impossível.
Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios A dupla natureza de aumentos de preços –
(pNAD) foi realizada. Mesmo assim, sabemos que um ganho para o vendedor, uma perda para o
nossa economia não sofreu tanto como a dos países consumidor - dificulta a avaliação do perigo da
industrializados e que o nível de produção industrial inflação. Realmente, há muita discussão sobre o
caiu apenas levemente de 1929 a 1930, valor a dar a uma baixa taxa de inflação (digamos,
recuperando em 1931*. Este fato talvez explique 1 ou 2 por cento ao ano). Diz-se que um pouco de
parcialmente por que, historicamente, a inflação facilita os ajustes que uma sociedade
preocupação com o desemprego conjuntural (aquele dinâmica tem de fazer e reduz a dificuldade de
devido a flutuações cíclicas no nível de atividade manter alto o nível de emprego. Porém, há outros
econômica) tenha sido menos intensiva que a que respondem que políticas inflacionárias não
preocupação com o desemprego estrutural (aquele levam a um alto nível de emprego, e que mesmo
relacionado com o descompasso entre o número de taxas de inflação tendem a se acelerar até resultar
novos trabalhadores que ingressam no mercado e o em inflação descontrolada. Não é uma discussão
número de empregos criados) em nosso país que fácil de entender. Não podemos resolver a questão
em outros países onde a Depressão dos anos 30 em poucas palavras; voltaremos ao assunto em
causou tantos problemas. capítulos posteriores.
Quando a inflação ultrapassa um nível
ESTABILIDADE DE PREÇOS moderado, todos concordam que eu se converte em
ameaça. A inflação chega a ser mais que uma
Repetindo, o desemprego corresponde a simples transferência do comprador ao vendedor;
uma perda, pura e simples; a sociedade perde os interfere na capacidade produtiva da economia. Isto
bens que os desempregados poderiam ter ficou mais claro durante as inflações galopantes do
produzido. O problema com a inflação não é óbvio. ano passado, quando a atividade econômica foi
Quando um preço aumenta, alguém ganha e alguém severamente afetada. A hiperinflação - isto é, uma
perde. O comprador tem que pagar mais e há um explosão de preços com taxas anuais de 100 por
ganho equivalente para o vendedor. Ao fazer a cento, 1.000 por cento ou mais - aconteceu no sul
comparação, não fica claro se a sociedade como um dos Estados Unidos durante a Guerra Civil, na
todo perdeu ou ganhou. Alemanha na primeira parte dos anos 20, na China
durante a Guerra Civil que se realizou no fim dos
Uma pessoa está desempregada se ela tem anos 40 e no Brasil em 1983. (As hiperinflações
capacidade e embora procurando, não encontra geralmente são observadas durante ou pouco depois
emprego. de conflitos bélicos, que causam um aumento, em
disparada, das compras governamentais.) Uma
Há muito ressentimento contra a inflação, hiperinflação destrói rapidamente o poder de
como mostra o levantamento de opinião pública compra do dinheiro; todos desejam gastar o
mencionada no início deste capítulo. Mas este dinheiro o quanto antes, enquanto ainda podem
ressentimento reflete, talvez, simplesmente uma trocá-lo por coisas de real valor.
peculiaridade da natureza humana. Quando os Naturalmente, una hiperinflação de 100 por
produtores vêem os preços dos bens que produzem cento ou mais por ano é um exemplo extremo. Mas
subindo acham que estes pensamentos do taxas inferiores de inflação, digamos 10 por cento
perfeitamente justos normais e razoáveis. Mas ou menos, também pode ter sérias conseqüências:
quando o consumidor descobre o aumento no preço 1. A inflação prejudica aqueles que vivem de
do bem que compra, freqüentemente acha que o renda fixa e as pessoas que pouparam quantias

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fixas de dinheiro para suas aposentadorias ou para de especulação se forma; quando a demanda passa
eventualidades (previsão contra acidentes ou a crescer mais devagar, a onda se desfaz.
doenças graves). Um casal que tivesse guardado
seu 13º salário embaixo do colchão no fim de 1979 3. Em geral, a inflação pode levar a mais
para fazer a eventualidades, estaria mal assegurado erros econômicos. Para tomar as decisões certas, as
até o fim de 1980. O cruzeiro perdeu quase a empresas precisam ter uma imagem acurada da
metade de seu poder de compra entre fins de 1979 conjuntura. Quando os preços sobem rapidamente
e fins de 1980. (A história recente da inflação no esta imagem de conjuntura fica fora de foco e perde
Brasil está resumida no Gráfico 1.3) a clareza. As pessoas que decidem começam a
perder contato com a realidade.
Nossa economia é complexa e depende de
um fluxo continuo de boa informação. Os preços
formam um elo importante na cadeia de informações. Por
exemplo, um preço alto deve indicar aos produto
que os consumidores estão especialmente
interessados na compra de um produto específico.
Mas durante uma inflação aguda, os produtores têm
problemas em saber se é isto que a alta de um
preço específico significa ou se o preço subiu porque
todos os preços estão subindo. Em resumo, uma
inflação aguda interfere na mensagem transmitida através
dos preços.

EFICIÊNCIA

A economia pode exibir um mau


desempenho mesmo com taxas bem baixas de
desemprego e de inflação. Por exemplo, as pessoas
que trabalham em regime de tempo integral
poderiam ser mal orientadas em suas tarefas e os
bens produzidos não serem aqueles considerados os
mais necessários. É claro que isto não é una
situação satisfatória.
A eficiência é a meta de obter o resultado máximo
do esforço produtivo. Dentro da categoria, podemos
distinguir dois tipos de eficiência: alocativa e
técnica.
Gráfico 1.3 – Preços ao consumidor na cidade do Rio Para dar um exemplo de eficiência técnica,
de Janeiro (1920-1980) vamos considerar dois fabricantes de bicicletas. O
primeiro utiliza muitos trabalhadores e várias
Ocasionalmente têm caído os preços - por máquinas para produzir 1000 bicicletas. O segundo
exemplo, durante a primeira parte dos anos 30. utiliza menos trabalhadores e menos máquinas, mas
Porém, em décadas recentes, a tendência produz o mesmo número de bicicletas. O segundo
ascendente dos preços tem sido clara. Em 1981, o fabricante não é nem sábio nem uma pessoa de
Brasil sofreu a maior inflação da história, com os muita sorte; simplesmente é um melhor
preços aos consumidores subindo quase 100 por administrador. Ele é tecnicamente eficiente
cento de dezembro de 1980 a dezembro de 1981. enquanto o primeiro fabricante é tecnicamente
Fonte: Cláudio R. Contador e Cláudio R. Haddad, ineficiente. [A ineficiência técnica existe quando a
Produto Real, Moeda e Preços: A Experiência mesma produção pode ser obtida com menos
Brasileira no Período 1861-1970, Revista Brasileira de trabalhadores e menos maquinaria trabalhando num
Estatística, 36 (143), p. 435, jul./set. 1975. ritmo normal. (A eficiência técnica não requer a
exploração do trabalhador.) A ineficiência técnica
2. A inflação pode induzir a uma especulação resulta de movimentos desnecessários e de má
improdutiva. Os devedores, por exemplo, os que administração, a solução é melhorar a
tomam dinheiro emprestado para comprar imóveis, administração].
beneficiam-se da inflação. Conseqüentemente, uma A eficiência alocativa, em contraste, tem a ver
aceleração da inflação leva, com freqüência a uma com a produção do melhor conjunto de bens,
corrida dos que querem enriquecer de vez com a empregando o melhor conjunto de elementos de
compra e posterior venda de bens imóveis. Excessos produção. Quanto de pão devemos produzir, e
especulativos podem advir com os preços dos quanto de manteiga? Se produzimos só pão, não
imóveis subindo muito devido à corrida de alcançamos a meta de eficiência alocativa, porque
compradores. Muitos compradores agem com a idéia os consumidores querem pão e manteiga. Assim, a
de lucrar rapidamente na revenda da propriedade, e eficiência alocativa significa a escolha do conjunto
não pensam em viver ou trabalhar nela. Uma onda certo de produtos. Também significa usar-se o
conjunto certo de bens e serviços produtivos, como

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mão-de-obra e máquinas. Na produção de trigo, habitação é mais alto, gastam mais dinheiro em
deu-se usar muitas máquinas e poucos necessidades básicas que os que moram no campo,
trabalhadores, ou poucas máquinas e muitos, onde cada família pode produzir uma parte do
trabalhadores? próprio sustento. Não existe uma medida simples e
única para definir uma “linha de pobreza” que
UMA DISTRIBUIÇÃO EQÜITATIVA DA RENDA marcaria o limite entre as famílias pobres e as não
pobres.
A economia brasileira está crescendo; Uma das maneiras mais eficazes de se
porém, muitos indivíduos continuam vivendo uma combater a pobreza deve ser aumentar a produção
pobreza tão profunda que têm dificuldades em em geral. Com um aumento generalizado de rendas
comprar os bens de primeira necessidade - por toda a economia, a renda das pessoas com
alimentos, roupas, moradia. Algumas pessoas menos recursos também aumentará.
sofrem privações no meio da abundância. A questão Mas um aumento no tamanho do bolo que a
ética não pode ser evitada; devem algumas pessoas economia produz representa só uma das maneiras
ter tanto enquanto outras têm tão pouco? de lidar com a pobreza. Outra maneira é aumentar a
parcela do bolo que se destina às pessoas com as
Se a pergunta for feita desta maneira, a menores rendas. Em outras palavras, pode-se
resposta instintiva seguramente terá de ser “não”. combater a pobreza com uma redistribuição de renda.
Nosso sentido de justiça é ferido por diferenças Por exemplo, pode-se cobrar um imposto dos
extremas, e a compaixão exige que uma assistência abastados com o fim de financiar programas
seja proporcionada àqueles debilitados por doenças governamentais, cuja finalidade é beneficiar os
e àqueles criados no meio de privações inumanas. pobres.
Há um consenso de que a sociedade tem a
responsabilidade de ajudar as camadas econômicas O CRESCIMENTO
menos privilegiadas.
Nosso sentido de eqüidade, ou justiça, é Em uma economia com desemprego em
ferido por diferenças extremas. Assim, a maioria massa, pode-se aumentar o produto ao dar trabalho
definiria a “eqüidade” como um conceito próximo à aos desempregados; mas, feito isto, há um limite à
“igualdade”, Mas estes dois conceitos não significam quantidade que se pode produzir com a força de
a mesma coisa. As duas palavras estão longe de trabalho, terra, fabricas e equipamentos disponíveis.
serem sinônimas. Embora exista um consenso de Aumentar o produto além deste limite exigirá ou um
que se deve ajudar aos menos afortunados, não aumento nos recursos disponíveis (por exemplo,
existe um consenso no sentido de que a meta da mais fábricas e máquinas) ou um avanço
sociedade deve ser a mesma renda para todos. tecnológico (quer dizer, a invenção de novos tipos
Alguns indivíduos estão dispostos a trabalhar horas de máquinas mais produtivas ou de novas maneiras
extras; geralmente se reconhece que é justo e de organizar a produção). Quando os economistas
aconselhável que percebam, como conseqüência, falam em crescimento, tipicamente querem dizer um
uma renda maior. Do contrário, por que devem aumento na produção resultante de avanços
trabalhar mais horas? Da mesma maneira, tecnológicos ou de incrementos nos recursos.
geralmente se considera “correto” que os que As vantagens de crescimento são óbvias. Se
trabalham mais duro recebam uma fatia maior do a economia cresce, nossa renda será maior no
bolo; afinal, contribuíram sobremaneira para a futuro; nós e nossos filhos teremos padrões mais
produção do bolo. Em contraste, algumas pessoas altos de conforto material. Além disso, enquanto a
são boas-vidas. Se recebessem automaticamente a economia cresce, uma parte do aumento da
mesma renda que os demais, nosso sentido de produção pode ser utilizada para beneficiar os
equidade seria ferido: não merecem a mesma pobres da população sem reduzir a renda absoluta
parcela. (E se fosse garantido que todo o mundo dos ricos. Durante os anos 50, o crescimento se
recebesse a mesma renda, quantas iriam tomou uma meta proeminente no Brasil, durante o
trabalhar?). auge do “desenvolvimentismo”.
Não existe uma concordância de opiniões no Durante os anos 60 e 70, começaram a
sentido de que devemos ter uma igualdade aparecer dúvidas em relação à importância do
completa de renda como meta; a distribuição crescimento como meta principal da política
“melhor” de renda, é mal definida. Portanto as econômica. Embora tenha vantagens óbvias, o
discussões sobre a distribuição de renda tendem a crescimento tem um custo.
focalizar um ponto relativamente limitado: o que Se desejarmos crescer mais rapidamente,
está acontecendo com as camadas menos uma parcela maior da produção corrente terá que
privilegiadas? E com as famílias que vivem na ser constituída de máquinas e, portanto, menos de
pobreza? bens de consumo serão produzidos. É claro que no
Devido a óbvias complicações, a pobreza é futuro, quando as novas máquinas começarem a
difícil de ser definida em termos monetários. Em funcionar, produziria mais bens de consumo -
primeiro lugar, nem todo o mundo tem as mesmas vestuário, rádios ou comida enlatada. Assim, uma
necessidades. Os doentes precisam de mais política atual para estimular o crescimento
cuidados médicos; as famílias grandes precisam possibilitará um nível mais alto de consumo no
com mais urgência de alimentos e roupas. Os que futuro. Mas hoje o consumo irá sofrer. Portanto, ao
moram na cidade onde o custo de alimentos e de determinar a taxa em que a economia deve crescer,

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temos de contrastar as vantagens de consumo mais pobres com o incremento na renda nacional, sem
alto no futuro com as desvantagens de um consumo reduzir, em termos absolutos, a renda dos ricos.
mais baixo hoje. Deste ponto de vista, não é claro Assim, podem-se abrandar conflitos sociais sobre a
que a mais alta taxa de crescimento seria a melhor. divisão do bolo se o tamanho do bojo aumenta. De
Por exemplo, por que devo ficar com um automóvel modo semelhante, a manutenção de baixas taxas de
usado apenas para possibilitar aos meus filhos desemprego evita a inclusão de grande número de
dirigirem um carro de luxo? A geração futura desempregados na classe pobre, facilitando, assim,
merece consideração, mas a de hoje também o a realização do objetivo de eqüidade. Quando as
merece. metas são complementares como nestes três
Adicionalmente, o rápido crescimento dos exemplos (quer dizer, quando o progresso em
anos do chamado “milagre brasileiro” coincidira com relação a uma meta facilita atingir outra meta), é
uma redistribuição da renda nacional a favor dos relativamente fácil formular política econômica. Um
segmentos mais ricos da população. Embora alguns ataque sobre uma frente ampla com o fim de atingir
autores tenham afirmado que esta redistribuição várias metas aumentará a probabilidade de se
seria um aspecto passageiro e que não haveria atingir cada uma delas.
necessidade de mudanças fundamentais no modelo Infelizmente, as metas econômicas nem
de política econômica adotada, não faltaram vozes sempre são complementares em muitos casos,
sustentando o ponto de vista de que a piora envolvem um conflito. Por exemplo, quando se
observada na distribuição de renda não iria se reduz o problema de desemprego, o problema da
corrigir sozinha e que seria preferível crescer mais inflação tende a piorar. Há uma boa explicação para
devagar, mas com maior eqüidade.” isso. Se os consumidores compram mais que o
Mesmo que a única preocupação seja o bem normal, isto reduz o desemprego, mas aumenta a
estar das gerações futuras, não é totalmente certo inflação. Reduz o desemprego porque, se os
que quanto mais crescimento, melhor. Níveis mais consumidores compram mais automóveis, pessoas
altos de produção usam quantias crescentes de que estavam desempregadas serão contratadas
matérias-primas. Uma taxa moderada de para trabalhar nas fábricas de automóveis; quando
crescimento pode possibilitar a conservação de as famílias compram mais casas, os operários da
recursos escassos e assim servir melhor aos construção encontrarão trabalho com mais
interesses das gerações futuras. facilidades. Simultaneamente, este aumento nas
Além disso, taxas muito altas de compras tende a piorar a inflação porque é mais
crescimento podem danificar o meio ambiente. Se o provável que os produtores aumentem os preços se
nosso objetivo é produzir mais e mais aço e os compradores disputarem ativamente os bens
automóveis, pode ser que, por isto, se dê pouca disponíveis. Conflitos entre as metas põem a prova
atenção à fumaça das usinas de aço ou aos efeitos a sabedoria dos responsáveis pela política
do automóvel na qualidade do ar que respiramos. econômica; sentem-se apreensivos ao decidir quais
Nem sempre mais produção deve ser o único as metas alcançar.
objetivo. Devemos considerar tanto as vantagens
quanto os custos de produção. UM TRAILER
Em vista do exposto, fica extremamente
difícil especificar-se a meta de crescimento em As cinco metas principais da política
termos quantitativos. Uma taxa de crescimento de 4 econômica são: níveis altos de emprego estabilidade de
por cento ano não é claramente melhor que uma preços, eficiência, uma distribuição eqüitativa de renda e
taxa de 3 por cento. Não obstante, uma taxa crescimento.
robusta de crescimento geralmente é mencionada As primeiras duas metas se relacionam com
como um dos principais objetivos econômicos. a estabilidade da economia. Se a economia é
instável, deslocando-se como uma montanha russa,
ter-se-á desemprego muito insatisfatório. Na
AS INTER-RELAÇÕES ENTRE AS recessão, muitas pessoas perderão o emprego. E
METAS nos vôos altos da expansão descontrolada, os
preços irão subir muito com a corrida geral para a
compra dos bens disponíveis. Portanto, podem-se
Atingir uma meta pode ajudar a atingir visualizar as primeiras dessas metas como dois
outras. Já mencionamos que o crescimento pode aspectos diferentes de uma única meta; a obtenção
facilitar a solução dos problemas de pobreza. de um equilíbrio de alto nível na economia.
Especificamente, pode-se aumentar a renda dos ... o segundo “E” – a eficiência – estamos
obtendo o máximo de nosso esforço produtivo? Em
que circunstâncias o mercado livre – onde
”
Para uma apresentação do primeiro ponto de vista, veja compradores e vendedores se encontram sem
Carlos Geraldo Langoni. Distribuição da Renda e interferência governamental – estimula a eficiência?
Desenvolvimento do Brasil, Rio de Janeiro, Editora E quando o mercado livre não estimula a eficiência
Expressão e Cultura, 1973, p. 190. Para uma critica, veja os que medidas são recomendáveis?
artigos de Hoffman e de Fishlow em Tolipan. Ricardo e ... o terceiro “E” - a eqüidade – se o governo
Arthur Carlos Tinelli (orgs.). A Controvérsia sobre adota uma posição de laissez-faire que renda
Distribuição de Renda e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, receberão os trabalhadores? Os proprietários de
terras? Outros? De que maneira os sindicatos
Zahar Editores, 1975.
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afetam a renda dos trabalhadores? Que pode fazer o 04. O serviço prestado por um Técnico em Transações
governo para melhorar a vida dos pobres? Imobiliárias a uma administradora de imóveis, em
caráter eventual, classifica-se como:
PROBLEMAS a) bem não econômico
b) bem de consumo
1.1 segundo a “mão invisível” de Smith, c) bem material
obtemos a carne no açougue não devido a d) bem imaterial
benevolência do açougueiro, mas à maneira com
que ele defende seus próprios interesses. Qual o 05. O que é ideal para o mercado:
interesse do açougueiro em vender carne? Que a) concorrência imperfeita
recebe em troca? b) concorrência mista
1.2 Suponha que está acontecendo outra c) monopólio
depressão parecida com a depressão dos anos 30. d) concorrência perfeita
De que maneira você seria afetado? (A consideração
06. A soma dos ganhos líquidos de uma empresa
desta pergunta foi tema dos debates de uma
significa.
geração de economistas, que se apavorou com a
a) custo
idéia e decidiu tomar parte na prevenção de uma
b) desconto
repetição da Grande Depressão.)
c) venda
1.3 A seção sobre a distribuição eqüitativa
d) lucro
de renda inclui dois pontos de visa em relação à
abordagem correta do problema da pobreza:
07. A higiene é uma necessidade.
a) O mais importante é satisfazer as
a) social
necessidades básicas dos pobres, quer dizer, dar-
b) secundária
lhes pelo menos uma renda mínima, em termos
c) primária
absolutos.
d) coletiva
b) O mais importante é reduzir a
desigualdade, quer dizer, reduzir o hiato entre os 08.
ricos e os pobres. 1. Transformações de matéria-prima em produto
Estes pontos de vista Não são iguais. Por final
exemplo, o rápido crescimento da economia poderia
permitir a realização do objetivo (a) sem qualquer 2. Plantio de arvores para reflorestamento e
progresso em atingir o objetivo (b). Que objetivo corte
você acha mais importante? Por quê? Tem uma
opinião firme a respeito? Por quê? 3. Comercialização de lotes para construção civil As
1.4 Explique como um aumento de compras atividades acima pertencem, respectivamente, aos
afetará (a) o emprego e (b) a inflação. Estes setores.,
resultados são um exemplo de metas a) secundário / terciário /primário
complementares ou conflitantes? b) primário / secundário / terciário
c) secundário / primário / terciário
d) terciário / primário / secundário
TESTE
09. os indivíduos obtêm suas rendas de várias formas.
Com as rendas obtidas, gastam determinada parte,
01. Os fatores de produção são: para satisfação de suas necessidades e para o seu
a) tecnologia e capital bem estar, comprando das empresas bens ou
b) capital, trabalho e tecnologia serviços. A parte não despendida denomina-se:
c) recursos naturais e trabalho a) capital
d) empresa e trabalho b) titulo
e) recursos naturais, capital, trabalho e tecnologia c) renda familiar
d) poupança
02. As atividades cujos produtos não têm expressões
englobam os setores: 10. O valor conseguido pela venda do produto,
a) secundário expresso em moeda, denomina-se:
b) primário a) lucro real
c) terciário b) receita
d) nenhum dos três c) lucro
d) lucro arbitrado
03. As necessidades que são atendidas como recursos
oriundos de impostos e taxas são chamadas:
a) sociais
b) privadas Quando andamos na luz de Deus, somos
e) acidentais transformados.
d) básicas

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11. Entende-se por necessidades privadas aquelas que: 17. Os imóveis, quando vendidos, são transferidos de
a) devem ser satisfeitas por serviços que precisam um proprietário para outro. Essa afirmativa
ser consumidos por todos em quantidades iguais caracteriza a circulação:
b) são atendidas pelo mercado e sujeitas ao a) real
principio de exclusão b) social
c) são atendidas pelo mercado e também pelo c) permutável
governo, através do orçamento d) imobiliária
d) envolvem a noção de consumo conjunto e) mercadológica
e) a 2’ e a 4’ opções estão corretas
18. Uma situação de mercado em que existem alguns
12. Marque com X a opção mais correta: vendedores de um determinado produto ou
a) a escassez de recursos é uma limitação que os produtos substitutos próximos, mas em tão
indivíduos enfrentam para satisfazer suas pequeno número, que cada vendedor
necessidades Individualmente representa parecia substancial do
b) tanto a natureza orgânica quanto psíquica, são mercado, é um conceito de:
obstáculos à satisfação de nossas necessidades a) monopólio
c) a exiguidade de tempo é um fator que limita a b) monopsônio
satisfação de nossas necessidades c) oligopólio
d) a satisfação de nossas necessidades está limitada d) oligopsônio
em função da quantidade de dinheiro de que e) concorrência monopolista
dispomos
19. “A oportunidade máxima de venda de todos os
e) todas as opções estão corretas
vendedores de determinado tipo de produto ou
serviço” é o conceito de:
13. O problema econômico pode ser assim resumido:
a) potencial de mercado
a) o que e quanto produzir? Onde produzir? Para
b) potencial de vendas
quem produzir?
c) segmentação de mercado
b) o que produzir? Onde produzir? Para quem
d) previsão de vendas
produzir?
e) zoneamento
c) o quê e quanto produzir? Como produzir? Para
quem produzir?
20. O segmento do mercado financeiro onde são
d) a 1’ e a 3’ opções estão corretas efetuados os financiamentos do capital fixo das
e) a 2’ e a 3’ opções estão corretas empresas e das construções habitacionais
denomina-se:
14. Marque com um X a opção mais correta: a) mercado monetário
a) na economia positiva, o observador se limita a b) mercado de crédito
descrever e a teorizar c) mercado de capitais
b) a economia normativa cuida da fixação de d) mercado cambial
normas de conduta e) ( ) mercado livre
c) os agentes que aplicam, na realidade prática, os
ensinamentos da economia positiva não
procedem a julgamentos de valores EXERCÍCIOS
d) a 1’ e a 2’ opções estão corretas
e) a 2’ e a 3’ opções estão corretas
01. Entende-se por necessidades privadas aquelas que:
15. A combinação econômica dos fatores de produção- a) devem ser satisfeitas por serviços que precisam
e o objetivo de venda no mercado são
ser consumidos por todos em quantidades iguais
características da unidade produtora denominada:
b) são atendidas pelo mercado e sujeitas ao
a) empresa
principio de exclusão
b) exploração pública
c) são atendidas pelo mercado e também pelo
c) exploração agrícola
governo, através do orçamento
d) exploração artesanal
d) envolvem a noção do consumo conjunto
e) a 1’ e a 3’ opções estão corretas
e) a 2” e a 4a opções estão corretas
16. A reunião dos diversos tipos de unidades
02. Marque com X a opção mais correta:
produtoras, formando uma estrutura de emprego
de fatores, identifica: a) a escassez de recursos é uma limitação que os
indivíduos enfrentam para satisfazer suas
a) o processo produtivo
necessidades
b) o aparelho produtivo
b) tanto a natureza orgânica quanto psíquica, são
e) o setor de serviços da economia
obstáculos à satisfação de nossas necessidades
d) o setor agrícola da economia
c) a exigüidade de tempo é um fator que limita a
e) o setor industrial da economia
satisfação de nossas necessidades
d) a satisfação de nossas necessidades está limitada
em função da quantidade de dinheiro de que
dispomos
e) todas as opções estão corretas

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03. O problema econômico pode ser assim resumido. 10. máxima de venda de todos os vendedores de
a) o quê e quanto produzir? Onde produzir? Para determinado tipo de produto ou serviço” é o
quem produzir? conceito de:
b) o que produzir? Onde produzir?. Para quem a) potencial de mercado
produzir? b) potencial de vendas
c) o quê e quanto produzir? Como produzir? Para c) segmentação de mercado
quem produzir? d) previsão de vendas
d) a 1’ e a 3’ opções estão corretas e) zoucamento
e) a 2’ e a 3’ opções estão corretas
11. O segmento do mercado financeiro onde são
04. Marque com um X a opção mais correta: efetuados os financiamentos do capital fixo das
a) na economia positiva, o observador se limita a empresas e das construções habitacionais
descrever e a teorizar denomina-se:
b) a economia normativa cuida da fixação de a) mercado monetário
normas de conduta b) mercado de crédito
c) os agentes que aplicam, na realidade prática, os c) mercado de capitais
ensinamentos da economia positiva não d) mercado cambial
procedem a julgamentos de valores e) mercado livre
d) ( ) a te a 2 opções estão corretas
e) ( ) a 2’ e a 3’ opções estão corretas 12. Os fatores de produção são.
a) tecnologia e capital
05. A combinação econômica dos fatores de produção b) capital, trabalho e tecnologia
e o objetivo de venda no mercado são c) recursos naturais e trabalho
características da unidade produtora denominada: d) empresa e trabalho
a) empresa e) recursos naturais, capital, trabalho e tecnologia
b) exploração pública
c) exploração agrícola 13. As atividades cujos produtos não têm expressões
d) exploração artesanal materiais englobam os setores:
e) a 1’ e a 3’ opções estão corretas a) secundário
b) primário
06. A reunião dos diversos tipos de unidades c) terciário
produtoras, formando uma estrutura de emprego d) nenhum dos três
de fatores, identifica.
a) o processo produtivo 14. As comunidades são proprietárias dos:
b) o aparelho produtivo a) aparelhos produtivos
c) o setor de serviços da economia b) mercado primário
d) o setor agrícola da economia c) mercado secundário
e) o setor industrial da economia d) fatores de produção

07. Marque com um X a opção que indica apenas bens 15. As necessidades que são atendidas como recursos
de consumo duráveis: oriundos de impostos e taxas são chamadas:
a) sapato, água potável, café a) sociais
b) camisa, remédio, arroz b) privadas
c) carro, sapato, leite c) acidentais
d) relógio, caneta, livro d) básicas
e) livro, camisa, carne
16. O serviço prestado por um Técnico em Transações
08. Os imóveis, quando vendidos, são transferidos de Imobiliárias a uma administradora de imóveis, em
um proprietário para outro. Essa afirmativa caráter eventual, classifica-se como:
caracteriza a circulação. a) bem não econômico
a) real b) bem de consumo
b) social e) em material
c) permutável d) bem imaterial
d) imobiliária
e) merca ecológica 17. O que é ideal para o mercado:
a) concorrência imperfeita
09. Uma situação de mercado em que existem alguns b) concorrência mista
vendedores de um determinado produto ou c) monopólio
produtos substitutos próximos, mas em tão d) concorrência perfeita
pequeno número, que cada vendedor
individualmente representa parcela substancial do
mercado, é um conceito de:
a) monopólio d) oligopólio
b) monopsônio e) oligopsônio Deus cuida de nós o tempo todo, estejamos
c) concorrência monopolistica ou não conscientes disso.

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18. Um certo indivíduo está propenso a comprar uma


casa para morar, O corretor mostra-lhe dois 26.
imóveis,, um no setor central e outro na periferia da 1. Transformações de matéria-prima em produto
cidade. O comprador gostou da primeira casa final
mostrada (setor central) mas escolheu a da 2. Plantio de árvores para reflorestamento e corte
periferia, pois não tinha dinheiro suficiente para 3. Comercialização de lotes para construção civil
comprar. Como podemos identificar ,este tipo de As atividades acima pertencem, respectivamente,
raridade, sob o conceito econômico? aos setores:
a) lei da sociedade a) secundário / terciário / primário
b) lei da utilidade marginal crescente b) primário / secundário / terciário
c) lei da utilidade marginal decrescente c) secundário / primário / terciário
d) lei da não sociedade d) terciário / primário / secundário

19. O conjunto de pessoas e / ou empresas que 27. Quando o administrador empresarial procurar o
oferecendo ou procurando bens e / ou capitais e / melhor processo tecnológico a ser empregado terá
ou serviços, determinam. o surgimento e as que consultar os fatores:
condições da relação entre a oferta e a procura. Em a) de mercado
economia, é a definição de: b) de ordem administrativa
a) finanças c) de ordem técnica
b) mercado d) de ordem juridical
c) linguagem comercial
d) mercadologia 28. Quando o empresário se preocupa em como e
quando efetuar um, lançamento de seu produto ele
20. Na terminologia comercial, a expressão usada para deve se basear em uma análise de:
indicar a ocorrência de vendedores sem a) potencial de vendas
compradores é: b) previsão de vendas
a) mercado frouxo c) zoncamento
b) mercado firme d) cotas de vendas
c) mercado estável
d) mercado invisível 29. Os indivíduos obtêm suas rendas de várias formas.
Com as rendas obtidas, gastam determinada parte,
21. Qual o significado de oferta? para satisfação de suas necessidades e para o seu
a) o processo de se trocar um produto bem estar, comprando das empresas bens e / ou
b) a ação de ir em busca de bens e/ou serviços serviços. A parte não despendida denomina-se:
c) ação de oferecer à venda ou colocar à disposição a) capital
de alguém os bens e/ou serviços b) título
d) negociação de mercadorias ou de valores para c) renda familiar
entrega d) poupança

22. A soma dos ganhos líquidos de uma empresa 30. O valor conseguido pela venda do produto,
significa: expresso em moedas, denomina-se:
a) custo a) lucro real
b) desconto b) receita
c) venda c) lucro
d) lucro d) lucro arbitrado

23. A situação do mercado depende:


a) da ocasião da venda
b) do número de comprador
c) da oferta e da procura
d) apenas da oferta

24. A higiene é uma necessidade:


a) social
b) secundária
c) primária
d) coletiva

25. Entre os bens econômicos indique quais são os


bens de Capital:
a) máquina, mesa e cofres
b) cigarro, bolachas e café
c) gasolina, álcool e gás
d) água, vinho e suco

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GLOSSÁRIO

”
meritória – que merece prêmio ou louvor.
”
detrimento – dano, perda, prejuízo.
”
debêntures-título de dívida amortizável, emitido por companhias mercantis.
”
endosso-declaração escrita ou somente assinatura, nas costas de uma letra ou título de crédito.
”
endossatário-pessoa a quem se endossou uma letra.
”
inflacionário-relativo a inflação.
”
altista-especulador que joga na alta do câmbio.
”
alheamento-alienação.
”
creditícia - relativo ao crédito público.
”
paridade – parecença; analógica.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste módulo, você encontrou conteúdo, textos e interpretações para apoiá-lo no seu Curso. Aqui, a
teoria é acompanhada da sua contrapartida – estágio – que será de grande valor para o seu enriquecimento
profissional.
Não pretendemos de forma alguma ditar receitas infalíveis. Nossa intenção é conduzir um diálogo
direcionado a você e dessa forma, ajudá-lo a desenvolver habilidades de estudo – consultas a dicionários
enciclopédias e leitura de textos – tornando-o apto a superar os limites que esse material encerra.
Agora, vamos ao seu desempenho. Se você acertou tudo, passará para o próximo módulo. Caso
contrário, esclareça suas dúvidas com o seu professor/tutor, de acordo com a sua disponibilidade de tempo e
esteja você onde estiver, seja por telefone, fax ou internet (www.colegiopolivalente.com.br)
O desafio de toda Equipe Polivalente é saber articular um ensino profissionalizante de modo a ser
compreendido pela comunidade. O único modo para articulá-lo e vivê-lo, é dando testemunho de vida.

O seu sucesso é também sucesso do CIP.


Afinal, o CIP é você!!!

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