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//Curso de

APERFEIÇOAMENTO
FORTALECIMENTO
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO
NOS TERRITÓRIOS
MUNICIPAIS

MÓDULO V
Aula
28
// DIA A DIA NA SALA
DE VACINA II
Todos os direitos reservados. É permitida a
reprodução parcial ou total desta obra, desde
//

que citada a fonte e que não seja para venda


ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta
Créditos

publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado


pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São
Leopoldo Mandic.

Ficha Catalográfica

Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de


Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos
Territórios Municipais. Módulo V: Dia a Dia na Sala de Vacina e
Planejamento e Avaliação dos Resultados das Ações em
Imunização - Aula 28 – Dia a dia na sala de vacina II.
Curadoria e Produção de
Conteúdos Mandic
André Ricardo Ribas Freitas
Fabiana Medeiros Lopes de
Oliveira Giuliano Dimarzio Ficha Técnica
Laura Andrade Lagoa
Nóbrega
Márcia Fonseca
Regina Célia de Menezes
Succi Este material foi
elaborado e desenvolvido
Professora Conteudista - pela equipe técnica e
Faculdade São Leopoldo pedagógica do Mais
Mandic CONASEMS em parceria
Daniela Aparecida Alves dos com a Faculdade São
Santos Leopoldo Mandic.
Gestor Educacional
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação Técnica e
Pedagógica Web Desenvolvedor
Cristina Crespo Aidan Bruno
Valdívia Marçal Alexandre Itabayana
Barbara Monteiro
Coordenação Pedagógica – Cristina Perrone
Faculdade São Leopoldo Paloma Eveir
Mandic
Fabiana Succi Coordenação Geral
Patricia Zen Tempski Conexões Consultoria em
Saúde Ltda.
Especialista em Educação a
Distância Revisão Textual
Kelly Santana Gehilde Reis Paula de Moura
Priscila Rondas

Designer Instrucional
Alexandra Gusmão
Juliana de Almeida
Fortunato
Pollyanna Micheline
Lucarelli
Olá!
Este é o seu Material de
Referência da Aula 28 do Módulo
5. Ele apresenta de forma mais
aprofundada o conteúdo referente ao
Dia a dia na sala de vacina e o
planejamento e a avaliação dos
resultados das ações em imunização . A
proposta é agregar mais conhecimento
à sua aprendizagem, por isso, leia-o
com atenção e consulte-o sempre que
necessário!
Objetivos de
aprendizagem
Prover a necessidade de materiais de consumo e
01 insumos.

Aprender os cuidados com o resíduo da sala de


vacina e seu destino. 02
Realizar o registro das atividades de imunização nos
03 instrumentos necessários.

Avaliar sistematicamente as atividades


desenvolvidas e propor medidas de ação. 04

Valorizar a busca de faltosos como importante ação


05 para manter elevadas coberturas vacinais, além de
definir estratégias para sua realização.
intro
dução
Nesta Aula 28, você irá aprimorar seus conhecimentos
do dia a dia da sala de vacinação II. É responsabilidade
do trabalhador da sala de vacina realizar a segregação,
o acondicionamento e a identificação dos resíduos de
serviços de saúde, incluindo o serviço de vacinação
humana público e privado.

Boa leitura!
// CUIDADOS COM O
RESÍDUO DA SALA DE
VACINAÇÃO
Resíduos de Serviços de Saúde são todos aqueles
resultantes das atividades existentes nos serviços de
atendimento à saúde humana ou animal que, por suas
características, necessitam de processos diferenciados
em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à
sua disposição final. Incluem-se aí os serviços de
assistência domiciliar e de trabalhos de campo;
laboratórios analíticos de produtos para saúde;
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem
atividades de embalsamamento; serviços de medicina
legal; drogarias e farmácias inclusive as de
manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa
na área de saúde; centros de controle de zoonoses;
distribuidores de produtos farmacêuticos,
importadores, distribuidores e produtores de materiais
e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis
de atendimento à saúde; serviços de acupuntura;
serviços de tatuagem, dentre outros similares.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
O gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde, incluindo o serviço de vacinação humana
público e privado devem estar em conformidade
com as definições estabelecidas na Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março
de 2018, que dispõe sobre o regulamento técnico
para o gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde e a Resolução Conama n.º 358, de 29 de
abril de 2005, que dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos Resíduos dos Serviços de
Saúde (RSS).

O manejo desses resíduos inclui as fases de:


• segregação,
• acondicionamento,
• identificação,
• transporte interno,
• armazenamento temporário,
• tratamento,
• armazenamento externo,
• coleta e transporte externos e disposição final.

É responsabilidade do trabalhador da sala


de vacina realizar a segregação, o
acondicionamento e a identificação de tais
resíduos.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Separação / segregação
Conforme a Resolução do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), em seu Artigo 14, a separação entre o
resíduo infectante e o resíduo comum deve ser realizada no
local de sua origem, ou seja, na própria sala de vacina e
apresenta as seguintes vantagens:
• permite o tratamento específico e de acordo com as
necessidades de cada categoria;
• impede a contaminação do resíduo como um todo;
• permite que as medidas de segurança sejam adotadas
ainda na sala de vacina;
• facilita a ação em caso de acidentes ou de emergência.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Descarte
O descarte do resíduo da sala de vacina deve ser
realizado de acordo com sua classificação.
Resíduos classificados nos grupos A e E
Os resíduos classificados nos grupos A e E devem ser
descartados em recipientes identificados, rígidos,
providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento; respeitando os limites de peso e sua
capacidade, garantindo sua integridade e fechamento
(Figura 1).

Figura 1- Caixa para descarte de resíduos da sala de vacina


classificados nos grupos A e E.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Na caixa coletora de material perfurocortante são
acondicionados:
• seringas e agulhas descartáveis usadas;
• frascos usados de vacinas bacterianas e virais e os de
soros;
• frascos de produtos que sofreram alteração de
temperatura e que tiveram autorização para o descarte;
• frascos de produtos com prazo de validade vencido;
• ampolas quebradas.
Os frascos vazios de imunobiológicos, assim como aqueles
que devem ser descartados devido a perdas técnicas ou
físicas (alteração de temperatura, validade vencida) podem
ser acondicionados no mesmo recipiente utilizado para o
descarte das seringas e agulhas. Tal recipiente rígido deve
ser acondicionado em saco plástico na cor branco-leitosa e
identificado pelo símbolo de risco biológico.
No caso de descarte de grandes volumes de vacinas devido
a alteração de temperatura ou validade, poderá ser
utilizado saco constituído de material resistente à ruptura,
ao vazamento e impermeável na cor branco-leitosa,
devidamente identificado conforme orientado. Devem ser
respeitados os limites de peso de cada saco, assim como o
limite de 2/3 (dois terços) de sua capacidade, garantindo-se
sua integridade e fechamento.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Resíduo classificado no
Grupo D

O resíduo comum
deve ser
acondicionado em
saco plástico na cor
preta.

O resíduo do chão deve ser


recolhido, com o esfregão
ou rodo envolvido em pano
úmido e colocado no cesto
com a pá.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Tratamento
O tratamento adequado do resíduo da sala de
vacina classificado no Grupo A é qualquer processo
capaz de modificar suas características físicas,
químicas e biológicas. Esses processos, executados
dentro de condições de segurança e com eficiência
comprovada, deixam o resíduo infectante de
acordo com os padrões indicados para disposição
final.
Devem passar por tratamento antes do descarte,
os frascos que sofreram alteração de temperatura
(com autorização para o descarte) e os frascos de
produtos com prazo de validade vencido, das
seguintes vacinas atenuadas: BCG, poliomielite
bivalente, rotavírus, febre amarela, tríplice viral e
varicela.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Muitos serviços possuem contrato com empresa
que realiza o tratamento desses imunobiológicos
antes da destinação final. Caso contrário, será
necessário realizar o tratamento na própria
unidade geradora do resíduo. Para proceder ao
tratamento, colocar os frascos fechados na
autoclave, durante 15 minutos, em uma
temperatura entre 121°C e 127°C. Na falta da
autoclave, os frascos devem ser colocados em
estufa, por duas horas, a 170°C.

O tratamento não precisa ser feito para os


produtos compostos por bactérias mortas ou por
vírus inativados ou os produzidos por engenharia
genética.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Acondicionamento
Após o tratamento, o resíduo infectante é armazenado
em local apropriado e exclusivo para essa finalidade no
serviço de saúde. No dia e horário programados para a
coleta, o resíduo é transportado para ser armazenado
externamente, local que deve ter as seguintes
características:
• ficar em área externa e de fácil acesso para a coleta
externa;
• ser telado para permitir a circulação do ar e a
iluminação;
• ter paredes laváveis;
• dispor de ponto de água com mangueira;
• ter piso apropriado para possibilitar a drenagem da
água;
• ser mantido fechado (a chave deve ficar com o
vigilante do serviço de saúde).
• estar identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE
RESÍDUOS”.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Coleta e destino final
Coleta é o transporte do resíduo , desde a sua origem
até o local do tratamento ou disposição final. Para que
a coleta atenda aos requisitos de segurança, é
necessário que:
• os resíduos estejam devidamente acondicionados e
identificados;

• o recolhimento diário seja feito em horário


determinado, para diminuir o tempo de permanência
dos resíduos no serviço;

• o carro da coleta seja fechado e de material lavável;

• o pessoal responsável seja treinado para a tarefa que


desempenha.

A disposição final dos resíduos dos serviços de saúde


está associada a um tratamento prévio, como forma de
impedir a disseminação de agentes patogênicos ou de
qualquer outra forma de contaminação acima dos
limites aceitáveis.
A partir do momento em que o resíduo do serviço de
saúde é removido do local de armazenamento externo,
desde que tratado, a responsabilidade pelo destino do
mesmo é exclusiva do órgão municipal de limpeza
urbana. A preferência é o aterro sanitário de
compactação, não sendo recomendada a reciclagem
para evitar a contaminação ambiental.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
Na falta de um sistema de disposição final, ou seja, na
falta do aterro sanitário, o produtor dos resíduos (o
próprio serviço de saúde) é responsável pelo destino
final, bem como pelo eventual tratamento prévio, como
no caso do resíduo composto por resíduos infectantes e
o resíduo especial.
Qualquer sistema de reprocessamento e disposição final
de resíduos sólidos deve garantir o mínimo de risco para
a saúde pública e para a qualidade do meio ambiente.
Como o sistema de disposição final recomendado (o
aterro sanitário) de maneira geral não está disponível, o
correto é realizar o tratamento prévio do resíduo da sala
de vacina.

// Cuidados com o resíduo da sala de


vacinação
// RECURSOS
MATERIAIS
Imunobiológicos

Na sala de vacina, deve haver imunobiológicos em


quantidade suficiente para atender à
população-alvo sem desperdícios. Uma vez
estabelecidas as metas, é calculado o quantitativo
levando em conta o esquema básico, o
atendimento de grupos populacionais específicos e
os destinados ao atendimento de situações
especiais.
Com relação a outros grupos de risco, deve-se
levar em conta situações epidemiológicas
específicas ou a demanda de anos anteriores.

// Recursos materiais
Além do número de doses, para prever o
quantitativo de imunobiológicos, é importante
considerar:
• as estratégias definidas;
• o cronograma de utilização;
• a enfrascagem da vacina;
• o prazo de validade; e
• o tempo de validade após aberto o frasco.

Na previsão de quantitativos para redistribuição às


unidades locais, considerar unidades com pequena e
com grande demanda, tendo o cuidado para que as
vacinas não fiquem estocadas na instância local por
mais de três meses.

// Recursos materiais
Percentual de reserva

Ao quantitativo, deve ser acrescentado um


percentual de reserva para cobrir eventuais
perdas, ocasionadas, principalmente, pela
quebra de frascos ou falhas na rede de frio.
Os quantitativos anuais são divididos de acordo
com o cronograma de distribuição estabelecido.
O controle dos estoques é feito, principalmente,
a partir do registro minucioso de entrada e saída
dos produtos. O registro contém o total de doses
recebidas, distribuídas, utilizadas, inutilizadas,
remanejadas e o saldo existente, segundo o tipo
de vacina, o número do lote e a data do
vencimento. Com isso, evita-se a falta ou a perda
por expiração do prazo de validade, pois o
controle permite redistribuir e usar aqueles
produtos cuja data de validade esteja mais
próxima de vencer.

// Recursos materiais
Insumos e Equipamentos

O planejamento/previsão dos diferentes materiais utilizados


no trabalho de vacinação leva em conta as metas, as
estratégias, a análise da situação epidemiológica realizada
pela unidade/ município, com relação aos equipamentos,
material de consumo, impressos e outros materiais básicos.
O controle administrativo de todos os materiais e
equipamentos utilizados pelo serviço de saúde contribui para
evitar falta, desperdício ou extravio, podendo-se adotar uma
lista-padrão com os mais utilizados. Uma providência
importante é fornecer dados que possibilitem a definição do
estoque máximo (com previsão para vários meses) e do
estoque mínimo (quantidade mínima) para não paralisar as
atividades enquanto aguarda uma nova remessa.

// Recursos materiais
Deve ser prevista a quantidade necessária de
câmaras refrigeradas, caixas térmicas, termômetros e
gelo reciclável, bem como a necessidade de seringas
e agulhas que apresentam graduação e calibre
específicos por tipo de imunobiológico, por exemplo:
• para as vacinas tríplice bacteriana (DTP), dupla
adulto, contra o pneumococo, contra a influenza e
contra a raiva: prever seringa de 3 mL agulhada
(ou sem agulha), com agulha 25x7;
• para a vacina hepatite B: prever seringa de 3 mL
agulhada (ou sem agulha), com agulha 20x5,5 ou
20x6 ou 25x7;
• para a vacina tríplice viral, varicela e febre
amarela: seringa de 3 mL agulhada (ou sem
agulha), com agulha de 13x3,8 ou 13x4,0 ou
13x4,5;
• a vacina BCG-ID: seringa de 1ml, tipo
tuberculínica, graduada em centésimos de
mililitros, acoplada com agulha 10x5,0 ou 13x4,0
ou 13x4,5.

// Recursos materiais
A previsão ou o planejamento inclui, também, a
aquisição de gerador de energia e equipamentos para
informatização dos registros de vacinação
(computadores, impressoras, nobreak). Ao fazer a
previsão, incluir a necessidade de local para
instalação e utilização dos equipamentos (sala, tela,
mesa, cadeiras, etc.), de ligação à rede elétrica,
prevendo-se também recursos financeiros para
manutenção, para aquisição ou produção dos
insumos utilizados, tais como: cartuchos de tinta e
outros materiais de computação.

// Recursos materiais
// REGISTRO DAS
ATIVIDADES DE
VACINAÇÃO
No campo da imunização, as primeiras
informações coletadas se referiam apenas aos
dados sobre vacinação.
Até meados da década de 1990, essas
informações eram obtidas em planilhas
elaboradas manualmente, consolidadas por tipos
de vacinas e basicamente relativas às doses
aplicadas em crianças com menos de um ano de
idade. A partir de 1994, foi desenvolvido o
Sistema de Informação de Avaliação do
Programa de Imunizações (SI-API), implantado
em todas as Unidades da Federação somente no
final da mesma década (1998). Fornecia dados
sobre vacinados de forma consolidada por tipo
de imunobiológico, faixa etária, alvo da
vacinação e instância de gestão, por ocorrência
da vacinação, disponibilizando dados desde a
sala de vacina até a instância nacional.

// Registro das atividades da


vacinação
O Ministério da Saúde (MS) decidiu implantar
em 2012, um novo Sistema de Informação para o
registro de doses aplicadas, o SI-PNI (Sistema de
Informação – Programa Nacional de
Imunizações), desenvolvido pelo Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde do
Brasil (DATASUS), com o objetivo de coletar os
dados referentes às atividades de vacinação de
forma individualizada a partir do nível local
qualificando o registro. O SI-PNI foi desenvolvido
por módulos, dentre os quais se destacam os
seguintes:
• Registro do Vacinado: registra dados dos
vacinados nas estratégias de vacinação de
rotina, especial, intensificação vacinal, bloqueio
vacinal e campanhas de vacinação. Permite a
identificação dos vacinados e de suas
procedências. Possibilita o registro de vacinação
em Centros de Referência de Imunobiológicos
Especiais e dos motivos de indicação da
vacinação, o registro de vacinação anterior do
indivíduo vacinado em qualquer tempo
(fornecendo o histórico de vacinas), além de
identificar grupos populacionais específicos, tais
como a população geral, indígenas, quilombolas,
indivíduos privados de liberdade, assentados e
acampados.

// Registro das atividades da


vacinação
• Movimento de Imunobiológicos: registra a
entrada, a saída e a disponibilidade dos produtos
por tipo de imunobiológico, permitindo monitorar
(desde a sala de vacinas até a instância nacional) o
total de doses utilizadas (frascos abertos) e
aplicadas, as perdas físicas (doses perdidas em
frascos fechados), as perdas técnicas (doses de
frascos abertos que não foram aplicadas) e os
gastos financeiros com essas perdas.
• Eventos Adversos Pós-Vacinação (on-line):
registra os eventos adversos ocorridos após a
vacinação e o processo de investigação do evento
por tipo de imunobiológico, segundo a gravidade e
o tipo do evento suposto. Este módulo substitui a
versão do SI-EAPV em ambiente de linguagem
Delphi em ambiente Windows.
• Relatórios: este módulo permite a emissão de
vários relatórios, que consolidam os registros
realizados nos módulos referidos anteriormente,
entre outros, a lista de vacinados por tipo de
vacina, as coberturas vacinais, as taxas de
abandono, os aprazamentos, os faltosos, os
esquemas vacinais incompletos (com ou sem
atrasos) e os tipos de eventos adversos (este
último em desenvolvimento).

// Registro das atividades da


vacinação
Considerando o processo não finalizado de
implantação do SI-PNI em todos os municípios
brasileiros, a necessidade de informação e a
insustentabilidade do SI-API, o PNI implantou o
APIWeb a partir de julho de 2013 para atender a
digitação do boletim mensal de doses aplicadas de
forma consolidada.
A partir do ano de 2016/2017, foi iniciado o
processo de implantação do SI-PNI em todos os
municípios brasileiros. No decorrer dos anos de
2016 a 2018, o sistema federal implantado foi
intensamente alterado com novas implementações
durante o decorrer desse período.
A Portaria n.º 2.499, de 23 de setembro de 2019,
altera a forma de registro de dados de aplicação de
vacinas, imunoglobulinas e soros realizada nas
unidades para apenas um sistema, o e-SUS AB. A
integração dos sistemas de informação visa
proporcionar melhoria nos registros de imunização
e também no acompanhamento por parte das
equipes de saúde do histórico de vacinação dos
cidadãos. Os profissionais devem registrar as
informações de imunização exclusivamente nos
softwares disponibilizados pelo Ministério da
Saúde (Prontuário Eletrônico do Cidadão - PEC ou
Coleta de Dados Simplificada - CDS) ou nos
sistemas próprios ou de terceiros devidamente
integrados ao Sistema de Informação em Saúde.

// Registro das atividades da


vacinação
O acompanhamento de cobertura vacinal e outros
indicadores da situação vacinal serão realizados por
meio dos relatórios disponíveis no SIPNI Web e no
Tabnet do SIPNI, independente do sistema utilizado
pelo município. Além disso, a movimentação de
imunobiológicos e a notificação de EAPV permanecem
no SI-PNI.

O E-sus possibilita a organização do processo de


trabalho, o registro das vacinas, imunoglobulinas e
soros que fazem parte do Programa Nacional de
Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde,
contribuindo, dessa forma, para o controle, erradicação
e eliminação de doenças imunopreveníveis. O PNI
define o calendário de vacinação com orientações
específicas para crianças, adolescentes, adultos,
gestantes e idosos.

O registro da vacina no E-sus tem o intuito de


proporcionar aos profissionais de saúde o
acompanhamento da situação vacinal do cidadão, sob
a responsabilidade da equipe. Esta funcionalidade
facilita, no momento da consulta/ atendimento, a
visualização das vacinas que já foram aplicadas, as que
estão em atraso e as que ainda não estão no período
indicado. O Cartão minimizado apresenta informações
essenciais e objetivas ao acompanhamento da situação
vacinal, tais como: se a vacina está em dia, qual foi a
última vacina aplicada e a data em que foi aplicada.

// Registro das atividades da


vacinação
Portanto, todas as informações devem ser digitadas
no sistema de informação oficial com registro
nominal (SI-PNI ou e-SUS ou sistema próprio),
atualizando os dados pessoais, os registros
anteriores e a vacina administrada. As unidades
sem conexão de internet devem anotar as
informações em impresso (cartão controle ou
cartão espelho) para digitação posterior em outra
unidade com acesso à internet.
Cada sistema de informação é constituído por
instrumentos de coleta de dados específicos,
padronizados nacionalmente e disponibilizados na
internet para download pelos serviços de
vacinação.

Importante
A análise da real situação vacinal de uma dada
população depende do registro correto e é condição
essencial para a construção de indicadores fidedignos
e a tomada de decisões baseadas em evidências.
Informações incorretas podem gerar um mau
planejamento e uma equivocada programação.

// Registro das atividades da


vacinação
// ORGANIZAÇÃO DO
ARQUIVO DE
VACINAÇÃO
Organização do Arquivo de Vacinação

O arquivo é o local destinado à guarda e à classificação dos


impressos utilizados para o registro das atividades de
vacinação com o objetivo de:
• centralizar dados registrados;
• controlar o comparecimento das pessoas à vacinação;
• identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à
vacinação;
• avaliar as atividades desenvolvidas;
• contribuir para a manutenção da organização do serviço
de saúde.

// Organização do arquivo de
vacinação
Os impressos arquivados são os
seguintes:
• Formulários para o registro das doses
administradas de imunobiológicos que
permanecem no serviço de saúde: Cartão de
Controle (espelho) e Boletim Diário/Mensal
de Imunizações;
• Formulários para registro de informações
sobre os imunobiológicos estocados,
recebidos, distribuídos, remanejados ou
devolvidos; para o controle diário de
temperatura; para solicitação de vacinas e
soros; e outros;
• Impressos para a notificação e investigação
dos eventos adversos pós-vacinais.

// Organização do arquivo de
vacinação
Organização do arquivo de usuários com
agendamento
Os cartões dos usuários com agendamento devem
ser organizados pela data de retorno para vacinação:
• Os cartões são arquivados no local correspondente
à data agendada, segundo o mês do retorno, o que
permitirá a identificação dos faltosos em cada dia
de trabalho. No fundo do arquivo, após o último
mês, deve haver um espaço destinado aos faltosos
convocados. Esses cartões devem ser organizados
por ordem de data de vacinação e ordem alfabética,
caso haja muitas pessoas a serem vacinadas
naquele dia.
• O e-SUS é uma estratégia do Departamento de
Atenção Básica para reestruturar o registro de
informações das ações realizadas em nível nacional.
O e-SUS faz parte da estratégia de informatização
do processo de trabalho e da qualificação da
informação.

// Organização do arquivo de
vacinação
Arquivo Permanente de Vacinação

A organização e manutenção do arquivo permanente de


vacinação tem os seguintes objetivos:

• proporcionar um registro dos esquemas de vacinação


completados;
• possibilitar um registro dos usuários que iniciaram o
esquema e não o completaram por motivo de mudança
para outro município ou estado, por óbito, ou por ter
completado o esquema em outro serviço;

• facilitar o fornecimento de
dados e informações ao
usuário que perdeu ou
extraviou a Caderneta de
Vacinação;
• fornecer subsídios para
estudos e pesquisas, baseados
no levantamento de
informações contidas nesse
arquivo.

Os cartões de controle de crianças


com esquema vacinal completo
deverão ser arquivados por
ordem alfabética.

// Organização do arquivo de
vacinação
O sistema de informação nominal (SI-PNI) contém todas
as informações descritas e, para que sejam utilizadas
todas essas funcionalidades, ele deve ser alimentado
corretamente. Dessa forma, o sistema de informação
poderá substituir o arquivo da sala de vacina.

O SIPNI emite Relatórios de Imunizações apresentando ao


usuário os dados referentes às pessoas vacinadas e aos
imunobiológicos administrados. A informação pode ser
individualizada, por pessoa, por determinado
imunobiológico, em um determinado período de tempo,
segundo instância. Além disso, pode-se obter informação
segundo a estratégia de vacinação, o grupo de
atendimento, população residente, não residente ou
ambas, situação da pessoa (gestante ou comunicante de
hanseníase). Ainda existe a opção de relatório por
laboratório ou bairro. No caso de imunobiológicos
especiais, pode-se obter a informação referente ao
motivo da indicação e a especialidade do encaminhador
(solicitante).
Ao abrir o campo “escolha de relatório” aparecem as
opções de relatórios específicos de imunizações:
• Vacinados por vacina;
• Vacinas por vacinado;
• Listagem de faltosos;
• Listagem de aprazamentos e
• Listagem de vacinados com esquema incompleto.

// Organização do arquivo de
vacinação
Busca dos Faltosos
Os cartões arquivados no fichário com
agendamento são retirados diariamente do
arquivo e encaminhados para a sala de vacina.
Ao término da jornada de trabalho,
verificam-se os faltosos daquele dia,
reservando suas fichas. Aguardar uma semana
a presença desses usuários. Caso não
apareçam nesse prazo, os cartões deverão ser
entregues ao responsável pela busca dos
faltosos. A busca deve ser feita
semanalmente, ou quinzenalmente, de acordo
com as possibilidades da equipe de saúde.
Poderá ser feita:
• indo à casa do faltoso (visita domiciliar);
• enviando carta ou aerograma, ligações
telefônicas ou mensagem de texto;
• utilizando programas de rádio, igrejas,
escolas, grupos e organizações da
comunidade;
Pode-se, também, colocar listagens de
faltosos na porta do serviço de saúde ou em
locais de movimento na comunidade. A
equipe de saúde pode identificar e criar
outros meios e mecanismos para convocar os
faltosos à vacinação.

// Organização do arquivo de
vacinação
// AVALIAÇÃO DAS
ATIVIDADES DE
VACINAÇÃO
O sistema de informação é uma ferramenta fundamental
para subsidiar as ações de planejamento, execução e
avaliação das atividades de imunização nas diferentes
esferas de gestão do sistema de saúde.
Para avaliar satisfatoriamente um programa, é preciso
definir, de forma clara, e com antecedência, o que se espera
dele, ou seja, suas metas administrativas, políticas e sociais.
As informações coletadas e processadas nos sistemas de
informação devem ser utilizadas para a avaliação do
desempenho do Programa Nacional de Imunizações. Vários
indicadores de imunização podem ser construídos e devem
ser instrumentos para a programação das atividades de
imunização, alguns indicadores são específicos da
imunização, por exemplo, para se conhecer a situação
vacinal de determinada área, em determinado tempo e por
determinados imunobiológicos.

// Avaliação das atividades de vacinação


Os indicadores devem ser avaliados regularmente pela
esfera de gestão do PNI com o propósito de orientar a
tomada de decisão. Informações de qualidade produzem
indicadores de qualidade e, consequentemente, tornam-se
ferramentas fundamentais para o planejamento e a
programação adequada das ações.
A avaliação dos serviços de vacinação de um município não
pode ser vista de forma isolada. É importante considerar a
situação de saúde da população, bem como as suas
condições sociais e econômicas, o grau de organização dos
serviços e sua capacidade resolutiva. Esses e outros fatores,
numa interação dinâmica, terminam por influenciar os
resultados do trabalho, principalmente em termos da
cobertura vacinal alcançada.
Na realidade, é difícil imaginar que um município que
investe poucos recursos em saúde e que tenha poucos
serviços públicos para atender uma população muito
carente, alcance e mantenha altas taxas de vacinação
rapidamente. É necessário planejamento e investimento
para pretender bons resultados.

// Avaliação das atividades de vacinação


A avaliação é uma tarefa desenvolvida de forma coletiva, em
equipe. O ideal é que, além do pessoal diretamente
envolvido na execução da vacinação, sejam integrados ao
processo de avaliação representantes do órgão municipal de
saúde, do nível regional e/ou estadual e da própria
população. A população, principalmente, deve ter acesso
aos resultados obtidos, seja pela divulgação de informações
mensais, utilizando-se rádio, jornal, alto-falante, quadro
informativo, seja pelas próprias organizações da
comunidade. É importante ficar bem claro que o objetivo
final de um programa de vacinação não é simplesmente
obter altas coberturas, mas reduzir a morbidade e a
mortalidade das doenças-alvo. Sabe-se, por outro lado, que
essa redução só será observada se forem alcançados e
mantidos altos níveis de cobertura vacinal e homogênea no
território. Para alcançar e manter altas e homogêneas
coberturas, um programa de vacinação tem que passar por
processos frequentes de avaliação, em que determinados
indicadores devem ser medidos utilizando-se instrumentos
e informações disponíveis nos próprios serviços e outros
existentes na comunidade.

// Avaliação das atividades de vacinação


// MONITORAMENTO E
SUPERVISÃO
Por meio do monitoramento e da supervisão, realiza-se a
procura ordenada das informações que se deseja obter
sobre o andamento do programa, para poder corrigir ou
mudar rapidamente aspectos inadequados de seu
planejamento e execução.
Existem vários indicadores que podem ser coletados por
amostragem, em nível local, pelo monitoramento das
atividades de vacinação que pode ser realizado pela
supervisão. Alguns podem ser avaliados semanalmente,
outros mensalmente ou anualmente, por exemplo:
• As atividades do programa de vacinação vêm
ocorrendo conforme o agendado? Caso negativo, por
quê?
• A quantidade de vacinas e outros materiais têm sido
suficientes para a demanda? Tem sido feito o controle de
estoque? O material tem sido enviado para o nível local
com a regularidade prevista?
Houve falta de envio de vacinas durante determinado
período? Quais? A situação foi regularizada? Quando?
• Tem sido checada diariamente a temperatura do
refrigerador? Esta tem sido a preconizada?

// Monitoramento e supervisão
• Os responsáveis pelas crianças têm sido
corretamente informados sobre a necessidade de
retornar ao serviço para outras doses de vacina?
• As gestantes têm sido corretamente agendadas?
• Tem-se calculado as doses de vacina aplicadas
(inclusive com percentuais de primeira e terceira
doses das vacinas pentavalente e contra a
poliomielite)?
• Quantos casos de doenças imunopreveníveis têm
ocorrido na região de abrangência do serviço? Estes
casos ocorreram em vacinados?
• A supervisão tem sido feita com frequência? Caso
não, por quê?
• Quais os principais problemas detectados? Foram
resolvidos?
• Qual a cobertura vacinal e taxa de abandono no
território no primeiro quadrimestre, semestre, no
segundo quadrimestre e no ano?

// Monitoramento e supervisão
// CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Chegamos ao final desta aula. É importante
destacar os seguintes pontos abordados:
• É responsabilidade do trabalhador da sala de
vacina realizar a segregação, o acondicionamento e
a identificação dos resíduos de serviços de saúde,
incluindo o serviço de vacinação humana público e
privado.
• A quantidade de imunobiológicos necessária deve
atender à população-alvo sem desperdícios. Uma
vez estabelecidas as metas, é calculado o
quantitativo levando em conta o esquema básico, o
atendimento de grupos populacionais específicos e
os destinados ao atendimento de situações
especiais.
• O controle dos estoques é feito, principalmente, a
partir do registro minucioso de entrada e saída dos
produtos.
• O planejamento/previsão dos diferentes materiais
utilizados no trabalho de vacinação leva em conta
as metas, as estratégias, a análise da situação
epidemiológica realizada pela unidade/município,
com relação aos equipamentos, material de
consumo, impressos e outros materiais básicos.

// Considerações finais
• Os dados pessoais, os registros anteriores e a
vacina administrada devem ser digitados no
sistema de informação oficial com registro nominal
(SI-PNI ou e-SUS ou sistema próprio).

• A integração dos sistemas de informação


proporcionará melhoria nos registros de
imunização e também no acompanhamento por
parte das equipes de saúde do histórico de
vacinação dos cidadãos. O e-SUS faz parte da
estratégia de informatização do processo de
trabalho e da qualificação da informação. O
sistema de informação oficial com registro nominal
contém todas as informações necessárias e, para
que sejam utilizadas todas as suas funcionalidades,
ele deve ser alimentado corretamente e
constantemente. Desta forma, o sistema de
informação poderá substituir o arquivo da sala de
vacina.
• As informações coletadas e processadas nos
sistemas de informação devem ser utilizadas para a
avaliação do desempenho do Programa de
Imunizações. Até a
próxima!

// Considerações Finais
Manual do Sistema de Informação do
//

Programa Nacional de Imunizações SIPNI. Fev


2014. CGPNI – GT-AINFO. [acesso em: 22 jul.
referências

2021]. Disponível em:


https://www.saude.go.gov.br/images/imagen
s_migradas/upload/arquivos/2015-02/manua
lsipni_20022014_final.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de


Normas e Procedimentos para Vacinação.
Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância em Doenças
Transmissíveis, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Curso de


atualização para o trabalhador da sala de
vacinação. 3.ed. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância em
Doenças Transmissíveis. 2014

// referências
//

Resolução COFEN – 302/2005. [acesso em: 23


jul. 2021] . Disponível em:
referências

http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3022
005_4337.html.

Manual de capacitação para vacinadores


contra a COVID-19- Campo Grande jan 2021.
[acesso em: 22 jul. 2021]. Disponível em:
http://ms.corens.portalcofen.gov.br/wp-cont
ent/uploads/2021/01/manual-de-vacina-covi
d-19.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de


Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual
de Rede de Frio do Programa Nacional de
Imunizações / Ministério da Saúde, Secretaria
de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 5. ed.
Brasília : Ministério da Saúde, 2017. [acesso
em: 22 jul. 2021]. Disponível em:
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/
pdf/2017/dezembro/15/rede_frio_2017_web
_VF.pdf

// referências
Créditos das imagens

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// créditos

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