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Prefácio .............................................
Introdução ..........................................
Capítulo I – Lei nº 10.352, de 26 de dezembro de 2001
Capítulo II – Lei nº 10.358, de 28 de dezembro de 2001
Capítulo III – Lei nº 10.444, de 07 de maio de 2002
Capítulo IV – Algumas Questões de Direito Intertemporal
BIBLIOGRAFIA .........................................
Índice Sistemático ...................................
ABREVIATURAS E SIGLAS USADAS
2
PREFÁCIO
3
O estudo apresentado pelo autor oportuniza um cor-
reto, claro e fácil entendimento das disposições trazidas pelos
diplomas acima, constituindo um enriquecimento para a literatura
jurídica, que marcará o direito processual civil.
Arnaldo Rizzardo
4
INTRODUÇÃO
1
- a respeito das alterações da Lei nº 9.756/98, recomenda-se a leitura
de artigo do autor, publicado na Revista da AJURIS, nº 75, de setem-
bro/99, sob o título CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 9.756/98.
2
- Editora Saraiva, São Paulo, 2ª edição, 1996, pág. IX.
3
- Malheiros Editores, 3ª edição, São Paulo, 1996, pág. 32/33.
5
Capítulo I
4
- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS – Teoria Geral dos Recursos, Editora Revista
dos Tribunais, 5ª edição, São Paulo, 2000, p. 57/58.
5
- Sérgio Bermudes, Carvalho Netto e José Eustáquio Cardoso.
6
- REMESSA OBRIGATÓRIA, no livro ASPECTOS POLÊMICOS E ATUAIS DOS RECUR-
SOS, Coordenação: Eduardo Pelegrini de Arruda Alvim e outros, Editora
Revista dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 2000, p. 126.
7
- são elas, segundo a jurista citada: voluntariedade, tipicidade, dia-
leticidade, interesse em recorrer, legitimidade, tempestividade e prepa-
ro.
6
8
Redação anterior:
Art. 475 Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal, sentença:
Redação atual:
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal, a sentença:
o
§ 1 Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tri-
bunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avo-
cá-los.
o
§ 2 Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito
controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos,
bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dí-
vida ativa do mesmo valor.
o
§ 3 Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver
fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em sú-
mula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
8
- chama-se a atenção do leitor para o fato de que esta obra chega às
bancas quando já em vigor as leis n° 10.352, 10.358/01 e 10.444/02. Por
isso, no confronto entre as redações anterior e atual dos dispositivos
alterados, a ordem é exatamente esta. Quer dizer: a redação anterior é
aquela vigente antes da entrada em vigor das citadas leis; a atual é a
decorrente das alterações legislativas ora em comento. Além disso, para
salientá-las, as alterações estão destacadas em negrito e itálico.
7
Primeiro, pela supressão da exigência do também cha-
mado reexame necessário para as sentenças que anularem o casamen-
to, previsto no inc. I do art. 475 do códex processual.
9
- a redação do dispositivo é a seguinte: “Aplica-se às autarquias e
fundações públicas o disposto nos arts. 188 e 475, caput, e no seu inciso
II, do Código de Processo Civil”.
8
ção anterior), tanto que muitos julgados entendiam cabível o duplo
grau de jurisdição obrigatório nas sentenças proferidas contra au-
tarquias. Todavia, a súmula nº 620 do Supremo Tribunal Federal se-
pultou a discussão, afastando a necessidade do reexame necessário
para as sentenças proferidas contra as autarquias. Justo porque o
legislador, no dispositivo em comento, não usou a expressão Fazen-
da Pública, que segundo a doutrina e jurisprudência, abrange as
autarquias, mas tão-somente nomeou as pessoas jurídicas de direito
público interno União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
10
- nesse sentido: Superior Tribunal de Justiça Tribunal de Justiça
(REsp nº 16.548/SP, 6ª Turma, Relator o Ministro Vicente leal, in DJU
11.05.98) e Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Apelação Cível nº
1998.04.01.070546-9/RS, 6ª Turma, Relator o Juiz João Surreaux Chagas,
julgada em 29.06.99, Apelação Cível nº 1999.04.01.063079-6/RS, 5ª Turma,
Relatora a Juíza Virgínia Scheibe, julgada em 14.10.99, in DJU de
03.11.99 e REO 97.04.71579-0, 1ª Turma, Relator o Juiz Fábio Bittencourt
da Rosa, in DJU de 02.09.88).
9
se abarca não só a total sucumbência da Fazenda Pública, mas tam-
bém quando o decaimento é parcial, o que não ocorria na redação
anterior, que cogitava apenas da improcedência – obviamente, a
doutrina e a jurisprudência sempre entenderam que o reexame neces-
sário era aplicável, também, na hipótese de parcial improcedência
da execução da dívida ativa da Fazenda Pública.
11
- a propósito, cumpre citar excerto da ementa de recente acórdão da
Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, do seguinte teor: III - O
legislador, ao tratar do reexame necessário, limitou seu cabimento, rela-
tivamente ao processo de execução, quando procedentes embargos opostos em
execução de dívida ativa, silenciando-se quanto aos outros casos de em-
bargos do devedor. IV - Em interpretação sistemática, tem-se que o inciso
II do art. 475, CPC dispõe apenas sobre as sentenças proferidas em pro-
cesso de conhecimento, enquanto o inciso III limita seu cabimento aos
embargos opostos em execução de dívida ativa, até mesmo porque, em tal
moldura, compatibilizam-se os interesses (Lei de Introdução, art. 5º) de
defesa do erário público e de resguardo aos hipossuficientes, estes não
só alvo de especial proteção constitucional mas também de injusta e per-
versa realidade, a dificultar-lhes, muitas vezes, o acesso à pretensão a
que por direito fazem jus. O entendimento que ora se exterioriza é também
o que melhor se adapta à nova sistemática da legislação processual dese-
jada, que objetiva a efetiva e rápida prestação jurisdicional, além de
prestigiar a definitividade da execução” (Embargos de Divergência no REsp
n° 258616/PR), 2ª Seção, Relator o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixei-
ra, julgado em 07.03.01, in DJU de 12.11.01, p. 121).
10
lavra voluntária na redação original era equivocado, pois não
existe apelação não voluntária, na medida em que o duplo grau de
jurisdição obrigatório não é recurso, mas requisito para a eficá-
cia da sentença. Rende-se o legislador, pois, à maioria da doutri-
na, que não considera recurso o reexame necessário. Assim, toda
apelação será, sempre, voluntária. De outra banda, desnecessária a
referência à apelação da parte vencida, na medida em que o reexame
necessário deve ocorrer mesmo que apenas a parte vencedora apele
(por exemplo, apenas para elevar a verba honorária).
12
- no anteprojeto, esse limite era de 40 salários mínimos.
13
- obra citada, p. 136.
11
Melhor que, ao invés de condenação, o legislador ti-
vesse usado valor da causa, ressalvada a possibilidade de prevale-
cer o valor daquela somente quando inferior a esse, ou nas causas
em que o valor da condenação é deixado ao arbítrio do juiz, como
na maioria das ações de reparação por dano moral, em que à causa é
atribuído valor inestimável. 14 Nessa hipótese, deveria ser obriga-
ção do juiz fiscalizar o valor atribuído à causa, podendo inclusi-
ve alterá-lo de ofício, o que parte da doutrina e jurisprudência
entendem incabível.
14
- no Rio Grande do Sul, as causas de valor inestimável correspondem,
para fins de preparo, ao equivalente a 50 URC’s, hoje pouco mais de R$
600,00.
12
or, caso em que o critério para a não dispensa do reexame será o
do valor da condenação.
15
- nesse sentido a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, conforme
acórdãos publicados na RTJ 115/949, 107/438, 109/391, 110/852, entre tan-
tos outros.
16
- RTJ 142/946, 144/953, 146/654, 147/316, 148/903, entre tantos ou-
tros.
13
ão da sentença. Todavia, sobrevém apelo do autor/embargante, caso
em que a sucumbência da Fazenda Pública, que antes não superava os
60 salários mínimos, passa, com o provimento (parcial ou total do
apelo), desse teto. Nesse caso, surgiria no Tribunal a necessidade
do reexame necessário? Sustenta-se que não, na medida em que o du-
plo grau de jurisdição obrigatório surge por ocasião da prolação
da sentença e, se inocorrer sua hipótese, nesse momento, reexame
não haverá, ainda que a sucumbência da Fazenda Pública seja majo-
rada na via recursal.
17
- JURISPRUDÊNCIA (PRE)DOMINANTE, in ASPECTOS POLÊMICOS E ATUAIS DOS
RECURSOS, Coordenação: Eduardo Pelegrini de Arruda Alvim e outros, Edito-
ra Revista dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 2000, p. 567.
18
- note-se que, conforme o § 2º do mesmo art. 21 do RISTF, o Relator
também poderia, em caso de manifesta divergência com súmula do Supremo
Tribunal Federal, prover, desde logo, o recurso extraordinário.
14
por decisão monocrática do Relator, quando a decisão recorrida es-
tivesse em manifesta divergência com súmula da Corte. Facultou-se
a aplicação da jurisprudência dominante, tão-somente, para a hipó-
tese de negativa de seguimento de recurso.
19
- obra citada, p. 583.
15
petente. Assim, será cabível o reexame necessário, ressalvada a
hipótese do § 2º (nova redação), ainda que a decisão do juiz de
primeiro grau estiver de acordo com jurisprudência dominante ou
súmula do Tribunal de Apelação (de Justiça, Alçada, ou Regional
Federal). Nessa hipótese, haverá reexame, mas poderá haver o jul-
gamento monocrático (CPC, art. 557, caput).
20
- obra citada, p. 137.
16
agravo, poderia o órgão colegiado (ou o relator, isoladamente),
entendendo não incidente o § 3º do art. 475, já efetuar o reexame
necessário.
21
- decisão que poderia vir no bojo da própria sentença, mas que não se-
ria impugnável via apelação, ausente essa, mas sim por simples agravo de
instrumento.
22
- Não se esqueça do art. 100, § 3º, da Constituição Federal, incluído
pela Emenda Constitucional nº 30/00, regulamentado pela Lei nº 10.259/01,
17
de ser abreviado poderia implicar antecipação de pelo menos um ano
no pagamento ao credor.
Redação anterior:
Art. 498 Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e
julgamento unânime e forem interpostos simultaneamente embargos infringentes e re-
curso extraordinário ou recurso especial, ficarão estes sobrestados até o julgamento da-
quele
Redação atual:
Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de vo-
tos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo pa-
ra recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unâni-
me, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos.
Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o prazo re-
lativo à parte unânime da decisão terá como dia de início aquele em que transitar
em julgado a decisão por maioria de votos.
art. 17 (esfera federal) e ADCT, art. 87, caput, incluído pela Emenda
Constitucional nº 37/02 (esferas estadual e municipal).
18
Aliás, essa era, segundo NELSON NERY JUNIOR 23, exce-
ção ao princípio da singularidade dos recursos, também chamado de
princípio da unirrecorribilidade, ou ainda, de princípio da unici-
dade, “segundo o qual, para cada ato judicial recorrível há um
único recurso previsto pelo ordenamento, sendo vedada a interposi-
ção simultânea ou cumulativa de mais outro visando à impugnação do
mesmo ato judicial”.
23
- obra citada, p. 93 e 99.
24
- mas isso apenas quando uma parte vence na divergência e é vencida na
unanimidade, ou vice-versa.
19
vergência, tal só tem início quando a parte não unânime transita
em julgado.
20
Ter-se-á, assim, um recurso de embargos infringentes
totalmente desnecessário, apenas para evitar a preclusão dessa
questão, o que não é aconselhável, na medida em que a mini-reforma
visa à celeridade da prestação jurisdicional, inclusive limitando,
como já se disse, a hipótese de cabimento dos embargos infringen-
tes (vide nova redação do art. 530).
Redação anterior:
Redação atual:
25
- Comentários ao Código de Processo Civil, Editora Forense, 6ª edição,
Rio de Janeiro, 1994, volume V, pág. 375.
21
463 e 515, caput. [...]; no presente contexto, porém, é lícito
enunciar como se segue a sua exigência fundamental: para que o ór-
gão ad quem possa apreciar o mérito da causa, faz-se necessário
que se tenha apelado de sentença também de mérito (definitiva)”.
26
- obra citada, p. 45.
27
- CURSO DE PROCESSO CIVIL, Sergio Antonio Fabris Editor, 3ª edição,
Porto Alegre, 1996, vol. I, p. 367.
22
ne a causa, de forma que se o novo julgamento não partir da deci-
são recorrida, mas estabelecer simplesmente uma nova decisão, o
princípio do duplo grau de jurisdição estará violado. O Tribunal
há que reexaminar a causa, não apenas proferir novo julgamento”.
28
- O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, in ASPECTOS POLÊMICOS E ATUAIS DOS RE-
CURSOS, Coordenação: Eduardo Pelegrini de Arruda Alvim e outros, Editora
Revista dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 2000, p. 589.
29
- (REsp 2306/SP, julgado em 19.06.90, in DJU de 24.09.90, p. 9978;
REsp 133529/MG, julgado em 17.12.98, in DJU de 22.03.99, p. 190; REsp
198835/RS, julgado em 02.03.99, in DJU de 03.05.99, p. 150 e REsp
154660/SP, julgado em 28.03.00, in DJU de 05.06.00, p. 154, todos da 3ª
Turma, Relator o Ministro Eduardo Ribeiro). Nesses acórdãos, admitiu-se
que o Tribunal, reformando apelação contra sentença que proclamou a pres-
crição, passe de imediato ao exame do mérito.
30
- o acórdão faz referência, inclusive, à tramitação no Congresso Naci-
onal de anteprojeto de lei visando à possibilidade de supressão do pri-
meiro grau de jurisdição, e que resultou na lei ora comentada.
31
- no mesmo sentido, entre tantos, os acórdãos da mesma Corte, proferi-
dos nos Recursos Especiais nº 215.488/SP (6ª Turma, Relator o Ministro
Hamilton Carvalhido, julgado em 28.09.99, in DJU de 21.02.00, pág. 206),
nº 167899/SP (5ª Turma, Relator o Ministro José Arnaldo da Fonseca, jul-
gado em 06.08.98, in DJU de 24.08.98, pág. 98), nº 150608/RN (2ª Turma,
Relator o Ministro Ari Pargendler, julgado em 15.12.97, in DJU de
16.02.98, p. 71), nº 111003/RJ (1ª Turma, Relator o Ministro Garcia Viei-
ra, julgado em 01.12.97, in DJU de 02.03.98, pág. 16), 44920/MA (3ª Tur-
ma, Relator para o acórdão o Ministro Nilson Naves, julgado em 30.06.94,
in DJU de 15.08.94, p. 20335), ROMS nº 5931/SP (2ª Turma, Relator o Mi-
nistro Antonio de Pádua Ribeiro, julgado em 08.02.96, in DJU de 26.02.96,
p. 3979) e ROMS nº 7786/RJ (6ª Turma, Relator o Ministro Anselmo Santia-
go, julgado em 05.08.99, in DJU de 13.12.99, pág. 179).
23
1.3.2) A novidade:
24
sa não seja exclusivamente de direito, ela estava madura para que
o juiz de primeiro grau fizesse-o. Entender o contrário, ou seja,
aplicando o novo instituto literalmente, será desprezar a mens le-
gislatoris, que sabidamente buscou abreviar a solução das deman-
das.
32
DOUTRINA E PRÁTICA DO PROCESSO CIVIL CONTEMPORÂNEO, Editora Revista
dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 2001, p. 383.
33
- a respeito desse assunto, cabe citar passagem da obra já referida do
mestre OVÍDIO (p. 367), donde se pode concluir que ele admite que o Tri-
bunal, apreciando apelação contra sentença que proclamou a prescrição ou
decadência, possa, desde já, examinar o mérito da causa: “Há casos, no
entanto, em que estas regras devem ser abrandadas, de modo que não se as
apliquem com rigor absoluto. Se, por exemplo, o juiz tiver reconhecido a
prescrição ou a decadência, para declarar a improcedência da ação, a ape-
lação que o autor interpuser de tal sentença atacará sem dúvida uma sen-
tença de mérito (art. 269, IV, do CPC); e nem sempre será possível reco-
nhecer-se a ocorrência de uma devolução integral ao juízo de segundo
grau. Bastará para tanto que a sentença que haja decretado a decadência
ou prescrição, tenha sido proferida sem que a instrução probatória se
tivesse completado, o que em certos casos, poderá acontecer. Verificando-
se tal hipótese, não nos parece que haja alternativa senão determinar o
25
Ora, se o tribunal pode o mais, ou seja, suprimir o
primeiro grau de jurisdição quando o juiz extinguiu o feito sem
julgamento do mérito, com mais razão para a incidência do novo §
3º do art. 515 do CPC quando o juiz, ainda que não tenha rejeitado
ou acolhido (total ou parcialmente) o pedido do autor, afirmou
presentes os pressupostos processuais e as condições da ação. To-
davia, vislumbrou a ocorrência da decadência ou prescrição. Nesse
caso, a solução deve ser a mesma. Assim, entendendo o tribunal
inocorrente a prescrição ou decadência reconhecida pelo juiz de
primeiro grau, e sendo a causa exclusivamente de direito ou, não o
sendo, estando a lide madura para apreciação, por esgotada a dila-
ção probatória, deve aquele examinar o mérito 34 da lide, suprimin-
do, assim, o primeiro grau de jurisdição.
26
1.4) Nova hipótese de efeito apenas devolutivo à ape-
lação:
Redação anterior:
Art. 520 A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no
entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
Redação atual:
Art. 520 A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no
entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
27
pretendida pelo autor, 37 não reabre o prazo para recurso contra
aquele decisum, muito menos permite que o apelo contra a sentença
possa obstar os efeitos do que já foi decidido e atingido pela
preclusão.
37
- comumente, a antecipação da tutela é postulada pelo autor. Todavia,
não é vedado que o réu, em reconvenção, postule-a em seu favor, na medida
em que, nessa hipótese, ele é, também, autor de uma demanda.
38
- ANTECIPAÇÃO DA TUTELA, Editora Saraiva, 3ª edição, São Paulo, 2000,
págs. 112/113.
28
da tutela na sentença, eventual recurso de apelação terá efeito
apenas devolutivo, no particular. Portanto, pretendendo manter os
efeitos da antecipação antes deferida, mas revogada na sentença,
caberá ao beneficiado (autor ou reconvinte) interpor recurso de
agravo de instrumento.
Redação anterior:
Art. 523 Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele
conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
§ 2º Interposto o agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após ouvida a parte con-
trária, em cinco dias.
§ 4º Será sempre retido o agravo das decisões posteriores à sentença, salvo caso de
inadmissão da apelação.
Redação atual:
Art. 523 Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele
conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
o
§ 2 Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz
poderá reformar sua decisão.
o
§ 4 Será retido o agravo das decisões proferidas na audiência de instrução e jul-
gamento e das posteriores à sentença, salvo nos casos de dano de difícil e de in-
certa reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em
que a apelação é recebida.
29
se, por isonomia, deveria ter o mesmo prazo do agravante (10 dias,
conforme o art. 522, caput).
39
- nesse sentido a 10ª conclusão do CETARS, assim redigida: No agravo
retido, a resposta do agravado será oferecida em dez dias, por isonomia
processual. O prazo de cinco dias, referido no § 2º do art. 523 do CPC, é
endereçado ao exercício da retratação.
30
caso em que, por exemplo, decisão que indeferiu contradita por ela
suscitada perderá seu objeto.
Redação anterior:
Art. 526 O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada,aos autos do pro-
cesso, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interpo-
sição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso
Redação atual:
Art. 526 O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada,aos autos do pro-
cesso, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interpo-
sição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso.
31
Parágrafo único O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüi-
do e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo.
40
- O NOVO RECURSO DE AGRAVO E OUTROS ESTUDOS, Editora Forense, 1ª edi-
ção, Rio de Janeiro, 1996, p. 60.
32
1.7.2) A mudança salutar – descumprido o art. 526, o
agravo não terá seguimento, se assim quiser o agravado:
Redação anterior:
II – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), comunicando ao juiz tal de-
cisão;
III – intimará o agravado,na mesma oportunidade, por oficio dirigido ao seu advogado,
sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de dez (10) dias,
facultando-lhe juntar cópias das peças que entender convenientes; nas comarcas sede
de tribunal, a intimação far-se-á pelo órgão oficial;
33
IV – ultimadas as providências dos incisos anteriores, mandará ouvir o Ministério Públi-
co, se for o caso, no prazo de dez (10) dias.
Parágrafo único. Na sua resposta, o agravado observará o disposto no § 2º do art. 525.
Redação atual:
III – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (Art. 558), ou deferir, em ante-
cipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao
juiz sua decisão;
34
1.8.1) A conversão do agravo de instrumento em reti-
do:
41
- obra citada, p. 27.
42
- Diz CASSIO SCARPINELLA BUENO, O NOVO § 3º DO ART. 542 DO CPC, in AS-
PECTOS POLEMICOS E ATUAIS DOS RECURSOS, Coordenação: Eduardo Pelegrini de
Arruda Alvim e outros, Editora Revista dos Tribunais, 1ª edição, São Pau-
lo, 2000, p. 84: “Em que pesem as inúmeras divergências entre os autores,
há, ao menos, consenso em um ponto da nova sistemática dos recursos ex-
traordinário e especial: não constam maiores dúvidas quanto à finalida-
de, como um todo, da mais recente lei alteradora do Código de Processo
Civil e, em específico, da disciplina que consta doravante de seu art.
542, § 3º: reduzir o número de recursos dirigidos aos Tribunais Superio-
35
Dessa decisão do relator poderá o agravante interpor
recurso ao órgão colegiado competente. 43 Como não há regulamenta-
ção especifica para esse recurso, ele seguirá o rito daquele pre-
visto no art. 557, §§ 1º e 2º, do CPC, ao que se remete o leitor.
36
réu. Não poderia, todavia, o relator conceder antecipação da tute-
la quando o juiz a quo a tivesse indeferido, pois não se suspende
efeitos de decisão que nenhum efeito tem.
44
- veja-se, entre tantos outros, os julgados publicados na RT 731/446,
Lex-JTA 163/361, Julgados do TARGS 100/376, RTJE 152/243, assim como a 1ª
Conclusão do ETAB: No agravo de instrumento é possível a concessão limi-
nar da tutela jurisdicional negada pela decisão agravada e 4ª Conclusão
do CETARS: Pode o relator conceder tutela antecipada ou cautelar, quando
o agravo ataca decisões indeferitórias (arts. 273 e parágrafos, e 800,
parágrafo único, do CPC). Na doutrina, veja-se o magistério de Adroaldo
Furtado Fabrício: Tutela antecipada: denegação no primeiro grau e conces-
são pelo relator do agravo (RF 349/11 e Revista da AJURIS 76/9).
45
- obra citada, pág. 110.
37
ROBERTO ARMELIN 46, embora discordando dos que chamam
de concessão do efeito suspensivo ativo a decisão do relator do
Agravo de instrumento que concede, total ou parcialmente, a ante-
cipação da tutela negada em primeiro grau, sustenta possível a
atuação do Relator, apenas ressalvando que “o chamado efeito ativo
do agravo de instrumento não passa de antecipação da tutela que se
busca na decisão de mérito do próprio recurso. Ora, não é efeito
suspensivo algum – não há o que suspender”.
46
- TUTELA EM SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO, in ASPECTOS POLÊMICOS DA ANTE-
CIPAÇÃO DE TUTELA, TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER e outros, Editora Revista
dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 1997, p. 450.
47
- EFEITO SUSPENSIVO DO AGRAVO, in ASPECTOS POLÊMICOS E ATUAIS DOS RE-
CURSOS, Coordenação: Eduardo Pelegrini de Arruda Alvim e outros, Editora
Revista dos Tribunais, 1ª edição, São Paulo, 2000, p. 643.
48
- no mesmo sentido a lição de ATHOS GUSMAO CARNEIRO, obra citada, p.
73/74.
49
- nesse sentido são inúmeros os acórdãos do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, podendo-se citar os seguintes, proferidos nos agravos re-
gimentais nº 70003693181 (11ª Câmara Cível, relator o Des. Voltaire de
Lima Moraes, julgado em 12/12/01), nº 70003344835 (10ª Câmara Cível,
relator o Des. Luiz Ary Vessini de Lima, julgado em 06/12/01), nº
70003241791 (13ª Câmara Cível, rel. o Des. Marco Aurélio de Oliveira Ca-
nosa, julgado em 04/10/01), nº 70002727725 (10ª Câmara Cível, relator:
38
zer uma distinção. Ora, quando o relator confirma a decisão de
primeiro grau, ou seja, não confere efeito suspensivo ao recurso,
realmente não há razão para que caiba novo recurso, na medida em
que, oportunamente, será julgado definitivamente o agravo de ins-
trumento, hipótese em que, em vista da existência de duas decisões
no mesmo sentido, é quase certo que a do colegiado seja a mesma.
39
1.8.4) A intervenção do Ministério Público:
Redação anterior:
Art. 530 Cabem embargos infringentes quando não for unânime o julgado proferido
em apelação e em ação rescisória Se o desacordo for parcial, os embargos serão res-
tritos à matéria objeto da divergência.
Redação atual:
Art. 530 Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver
reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado proce-
dente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à
matéria objeto da divergência.
51
- obra citada, pág. 472.
40
BOSA MOREIRA, 52 “com a conveniência de abrir-se nova oportunidade
à revisão da matéria julgada, quando, no próprio tribunal, não se
forma unanimidade”. Além disso, acena-se com o fato de que, no
julgamento dos embargos infringentes, sendo ele realizado por um
maior número de juízes, chegue-se a um resultado mais seguro.
52
- idem, pág. 473.
53
- idem, ibidem.
54
- a referência a esse número de julgadores pode induzir a equívoco,
pois é o quorum para o julgamento de apelação. Na ação rescisória, toda-
via, onde também são cabíveis os embargos infringentes, o número de jul-
gadores será de no mínimo três, dependendo da composição do órgão colegi-
ado que a apreciar, nos termos do Regimento Interno de cada Corte. No
Tribunal de Justiça gaúcho, por exemplo, as ações rescisórias de sentença
de primeiro grau são julgadas por uma Câmara, isoladamente; se o acórdão
é de uma Câmara, então a competência é de um Grupo Cível, formado por
duas Câmaras (excepcionalmente, o 1º Grupo Cível da Corte gaúcha é com-
posto por três Câmaras – 1ª, 2ª e 21ª Cíveis).
41
uniformidade nos fundamentos, algo que não apresentaria nenhum re-
sultado prático”. 55 Assim, a partir da vigência da nova redação do
art. 530, se, mesmo havendo voto divergente, a maioria optar, em
julgando apelação, pela confirmação da sentença, não serão cabí-
veis os embargos infringentes.
55
- RECURSOS NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, Aide Editora, 1ª edição, Rio
de Janeiro, 1997, p. 109.
56
- obra citada, pág. 98/100.
42
ção do juiz, ou se restrinja a chancelar, por assim dizer, a solu-
ção dada ao litígio por ato dispositivo das partes, ou de uma de-
las”.57
57
- os grifos são do autor.
58
- Sérgio Antonio Fabris Editor, 2ª edição, Porto Alegre, 1985, pág.
88/89
59
- os grifos são do original.
60
- acórdão publicado na Revista JULGADOS DO TARGS 70/190. Contrariamen-
te, todavia, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “ A ação rescisó-
ria tem por finalidade precípua a desconstituição de uma decisão que ver-
se sobre o mérito da causa. Na hipótese dos autos, o acórdão rescindendo
tratou, tão somente, de questão relativa à legitimidade ad causam de uma
das partes. Assim, com a decisão de natureza terminativa a coisa julgada
é essencialmente formal não ensejando, portanto, a rescisória” (Agravo
43
tra a sentença que extingue o processo por entender presente a
coisa julgada, porque impede seja novamente intentada a ação 61;
contra acórdão proferido em Agravo de instrumento, desde que tenha
examinado o mérito de uma controvérsia, a que pôs termo 62.
44
parte vencida possa repetir a mesma lide, ainda que a questão
apreciada não seja, exclusivamente, uma daquelas que o CPC, art.
269, enuncia como sendo hipóteses de extinção do feito com apreci-
ação do mérito.
68
- Primeira Seção, julgado em 12.09.01, in DJU de 22.10.01, p. 262. No
mesmo sentido, REsp nº 142991, 2ª Turma, julgado em 21.06.01, in DJU de
20.08.01, p. 425.
45
1.9.3) A mudança em relação à ação rescisória:
Redação anterior:
Redação atual:
46
Art. 533 Admitidos os embargos, serão processados e julgados conforme dis-
puser o regimento do tribunal
Art. 534. Caso a norma regimental determine a escolha de novo relator, esta re-
cairá, se possível, em juiz que não haja participado do julgamento anterior.
47
dos embargos fosse juiz que ainda não teve contato com os autos,
para que os examinasse com imparcialidade, de forma eqüidistante,
ao contrário daqueles que já atuaram no decisum embargado. Assim,
permitir que o relator dos embargos seja o mesmo do acórdão embar-
gado, é colocar o embargante em desvantagem, pois aquele, por já
ter proferido o voto majoritário, ficará propenso a, pura e sim-
plesmente, confirmá-lo, sabido que o juiz, ser humano que é, não
tem grande propensão a mudar posição tomada em julgamento anteri-
or.
Redação anterior:
Art. 544 Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
de instrumento, no prazo de dez (10) dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o
Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.
Redação atual:
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
de instrumento, no prazo de 10 (dez) dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o
Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.
o
§ 1 O agravo de instrumento será instruído com as peças apresentadas pelas
partes, devendo constar obrigatoriamente, sob pena de não conhecimento, có-
pias do acórdão recorrido, da certidão da respectiva intimação, da petição de in-
terposição do recurso denegado, das contra-razões, da decisão agravada, da cer-
tidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do
agravante e do agravado. As cópias das peças do processo poderão ser declara-
das autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
o
§ 2 A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não
dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será inti-
mado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo
48
instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o
agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental.
o
§ 3 Poderá o relator, se o acórdão recorrido estiver em confronto com a súmula ou ju-
risprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, conhecer do agravo para dar
provimento ao próprio recurso especial; poderá ainda, se o instrumento contiver os
elementos necessários ao julgamento do mérito, determinar sua conversão, observan-
do-se, daí em diante, o procedimento relativo ao recurso especial.
o
§ 4 O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de instrumento con-
tra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na mesma causa, houver re-
curso especial admitido e que deva ser julgado em primeiro lugar.
69
- sua redação original foi revogada pela Lei nº 8.038/90, que revogou
os arts. 541 a 546 do CPC, ocasião em que já houve um aumento das peças
obrigatórias a formarem o agravo de instrumento interposto contra decisão
denegatória de recurso extraordinário e/ou especial. A Lei nº 8.950/94
aumentou, novamente, o número dessas peças obrigatórias, restaurando, de
outra banda, os artigos revogados pela Lei dos Recursos.
70
- Nesse sentido, entre tantos, os acórdãos proferido no Agravo de ins-
trumento nº 245.328-RN (1ª Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, jul-
gado em 16.11.99, in DJU de 3.12.99, pág. 2) e Agravo Regimental no Agra-
vo de instrumento nº 230.135-PR (1ª Turma, Relator o Ministro Moreira
Alves, julgado em 2.3.99, in DJU de 30.44.99, pág. 15).
71
- veja-se, a respeito, decisões no Agravo Regimental no Agravo de ins-
trumento nº 227.234-RN (1ª Turma, Relator o Ministro Moreira Alves, jul-
gado em 14.12.98, in DJU de 5.3.99, pág. 12) e Agravo de instrumento nº
245.328-RN, já referido.
49
O mesmo é o entendimento do Superior Tribunal de Jus-
tiça, que inclusive sumulou a matéria, conforme o enunciado nº
223: A certidão de intimação do acórdão recorrido constitui peça
obrigatória do instrumento do agravo.
72
- Agravo Regimental no Agravo de instrumento nº 174.323-RS, 1ª Turma,
Relator o Ministro Demócrito Reinaldo, julgado em 14.4.98, in DJU de
18.5.98, pág. 58).
73
- nesse sentido, RTJ 115/739, 131/1403, 132/1345, 140/316 149/918,
170/624 e RT 667/214.
50
siderou necessária a autenticação das peças do processo principal
que formam o instrumento do agravo, 75 a inovação veio facilitar,
em muito, o trabalho do advogado interessado na subida do recurso.
Espera-se, porém, que os Advogados não se valham da facilidade
criada para juntar ao instrumento cópias que não fazem parte do
processo ou, eventualmente, que sejam adulteradas. Logicamente,
caberá à parte agravada o encargo de fiscalizar as peças juntadas
pelo agravante.
74
- leia-se, prática de crime de falsidade ideológica, tipificado no
art. 299, caput, do Código Penal.
75
- veja-se, no Supremo Tribunal Federal, decisões no Agravo Regimental
no Agravo de instrumento nº 172.559-SC (2ª Turma, Relator o Ministro Mar-
co Aurélio, julgado em 26.9.95, in DJU de 3.11.95, pág. 37.258). no Supe-
rior Tribunal de Justiça, Agravo Regimental no Agravo de instrumento nº
262.590-SP (4ª Turma, Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, julgado
em 14.12.99, in DJU de 10.04.00, pág. 98), 93.431-RJ (5ª Turma, Relator o
Ministro Félix Fischer, julgado em 1.7.97, in DJU de 8.9.97, pág. 42.536)
e 177.053-RJ (6ª Turma, Relator o Ministro Fernando Gonçalves, julgado em
16.4.98, in DJU de 4.5.98, pág. 245).
51
fotocópias de peças dos autos não precisarão ser autenticadas por
servidor judicial, bastando que o Advogado que subscreve as razões
da irresignação, assim como as contra-razões, declare serem autên-
ticas.
52
1.11) A descentralização dos serviços de protocolo
das Cortes de apelação, inclusive para fins de recursos ao Supremo
Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça
Redação anterior:
[...].
Redação atual:
Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o recorrido,
abrindo-se-lhe vista para apresentar contra-razões.
Art. 547. Os autos remetidos ao tribunal serão registrados no protocolo no dia de sua
entrada, cabendo à secretaria verificar-lhes a numeração das folhas e ordená-los para
distribuição.
76
- obra citada, pág. 559.
53
Em assim sendo, quaisquer petições, especialmente re-
cursos, endereçadas ao tribunal poderão ser protocoladas, se assim
o delegar a Corte, nos cartórios (na Justiça Federal, os cartórios
são chamados de Secretarias) de primeiro grau de jurisdição, caso
em que sua tempestividade será considerada não com base na data em
que chegaram ao tribunal, mas no dia em que entregues nos ofícios
de justiça.
77
- Provimento nº 462, de 10.10.91, do Conselho Superior da Magistratura
do Estado de São Paulo.
54
terpostos perante o Presidente do tribunal recorrido, devendo ser
protocolados, no prazo legal, nas respectivas Secretarias. 78
Redação anterior:
Art. 555 O julgamento da turma ou câmara será tomado pelo voto de três juízes,
seguindo-se ao do relator o do revisor e o do terceiro juiz.
Parágrafo único É facultado a qualquer juiz, que tiver assento na turma ou câmara,
pedir vista, por uma sessão, se não estiver habilitado a proferir imediatamente o seu
voto
Redação atual:
o
§ 1 Ocorrendo relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir ou
compor divergência entre câmaras ou turmas do tribunal, poderá o relator propor
seja o recurso julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar; reconhe-
cendo o interesse público na assunção de competência, esse órgão colegiado
julgará o recurso
o
§ 2 A qualquer juiz integrante do órgão julgador é facultado pedir vista por uma
sessão, se não estiver habilitado a proferir imediatamente o seu voto.
78
- nesse sentido, entre tantos, no Supremo Tribunal Federal, arestos
publicados na RTJ 125/387, 131/859 e RT 708/197; no Superior Tribunal de
Justiça, Reclamação nº 49-SP (2ª Seção, Relator o Ministro Nilson Naves,
julgada em 30.10.91, in DJU de 9.3.92, pág. 2.530) e Agravo Regimental no
Agravo de instrumento nº 31.132-SP (2ª Turma, Relator o Ministro Antonio
de Pádua Ribeiro, julgado em 3.3.93, in DJU de 15.3.93, pág. 3.814).
55
O caput do art. 555 teve sua redação alterada, supri-
mindo-se a parte final, sobre a ordem dos votos dos componentes do
órgão fracionário (câmara ou turma). Assim, a questão passa a ser
matéria de competência do regimento interno da respectiva Corte,
que poderá adotar outra ordem, diversa da redação atual do citado
dispositivo.
79
- é o seguinte o teor do art. 22, do RISTF:
“O Relator submeterá o feito ao julgamento do Plenário, quando houver
relevante argüição de inconstitucionalidade ainda não decidida.
Parágrafo único. Poderá o Relator proceder na forma deste artigo:
a) quando houver matéria em que divirjam as Turmas entre si ou alguma
delas em relação ao Plenário;
b) quando, em razão da relevância da questão jurídica ou da necessidade
de prevenir divergência entre as Turmas, convier pronunciamento do Ple-
nário.”.
56
Trata-se de hipótese totalmente diversa do incidente
de uniformização de jurisprudência, previsto nos arts. 476 e segs
do CPC, que se assenta na prévia existência de pronunciamentos di-
versos, no mesmo Tribunal, acerca de determinada questão de direi-
to.
80
- poderá a afetação ser usada, também, em agravo de instrumento, embo-
ra se reconheça que com menor alcance do que para a apelação.
57
grassa divergência 81 acerca da aplicação integral da Lei Estadual
nº 10.395/95, que concedeu reajustes parcelados aos servidores pú-
blicos do Poder Executivo, e cujos percentuais não foram implemen-
tados em sua integralidade sob a alegação da superveniência da lei
Camata, que limitou os gastos do Poder Público com seus servido-
res.
81
- dentro de cada órgão fracionário, todavia, não existe divergência,
pelo que não há ensejo ao oferecimento de embargos infringentes, que po-
deriam solucionar tal dissonância. Inclusive a 4ª Câmara Cível, com base
em seus reiterados julgados, tem proferido julgamentos monocráticos nos
processos que a ela aportam, relativamente a essa matéria. E de forma
equivocada, na medida em que o disposto no art. 557, caput, do CPC, só
tem incidência quando a decisão (ou sentença) recorrida estiver em con-
fronto com a jurisprudência dominante do próprio tribunal, não apenas com
a do órgão fracionário. Na hipótese, a questão não é pacífica, pois cada
Câmara julga em sentido diverso da outra.
58
sim, permite que essa tradição, extremamente salutar, diga-se de
passagem, seja trazida aos Tribunais de apelação.
59
Capítulo II
Redação anterior:
Redação atual:
Art. 14 São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma par-
ticipam do processo:
60
ato que tenda a ofender um tribunal na administração da justiça ou
a diminuir sua autoridade ou dignidade, incluindo a desobediência
a uma ordem".
82
- A MARCHA DO PROCESSO, Forense Universitária, Rio de Janeiro, 2000,
p.65.
83
- PODERES ÉTICOS DO JUIZ – A IGUALDADE DAS PARTES E A REPRESSÃO AO
ABUSO NO PROCESSO, Sérgio Antônio Fabris Editor, Porto Alegre, 1987,
p.67-68.
61
mente a do novo § único, os servidores da Justiça 84 que de qual-
quer forma não cumprirem adequadamente suas atribuições, assim co-
mo, por exemplo, o funcionário público que, recebendo ordem judi-
cial, não lhe dá cumprimento efetivo. Pode, também, ser alcançado
o gerente de pessoa jurídica de direito privado que não der aten-
dimento a ofício determinando desconto de alimentos em folha de
pagamento de empregado daquela.
84
- a responsabilização desses está prevista no art. 144 do CPC.
85
- obviamente, os demais incs. I a IV dirigem-se apenas às partes.
62
caso, há dúvida acerca dos limites subjetivos da coisa julgada, na
medida em que o juiz imporá sanção a quem não é parte. Além disso,
se terceiro que não faça parte do processo for, por decisão nele
proferida alcançado, por certo terá legitimidade para recorrer,
por força do art. 499, caput, e § 1º, do CPC.
86
- no art. 18, § 2º, se o juiz entender que o prejuízo foi superior a
20% sobre o valor da causa, poderá determinar a liquidação do prejuízo da
parte atingida pela litigância de má-fé do outro litigante por arbitra-
mento.
63
fere que a multa não paga após o trânsito em julgado da decisão
final da causa (aqui, leia-se, sentença proferida no processo de
conhecimento), e não necessitando essa de processo de execução pa-
ra seu cumprimento, não haverá outra decisão final da causa, para
que passe a ser exigível aquela, não sendo paga.
64
fissão. Punições essas que raramente ocorrem, em vista do corpora-
tivismo comum a toda a classe profissional. Infelizmente, perdeu-
se uma oportunidade para reprimir de forma mais efetiva o contempt
of court.
Redação anterior:
Redação atual:
87
Op. cit., p.67.
65
Art. 253 Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza:
II - quando, tendo havido desistência, o pedido for reiterado, mesmo que em litis-
consórcio com outros autores.
66
sível de punição exemplar do Advogado no próprio processo, o que é
inviável em vista da infeliz ressalva contida na parte inicial do
§ único do art. 14.
Redação anterior:
Art. 407 Incumbe à parte, cinco (5) dias antes da audiência, depositar em cartório o
rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, a profissão e a residência.
Parágrafo único É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez (10) testemunhas;
quando qualquer das partes oferecer mais de três (3) testemunhas para a prova de ca-
da fato, o juiz poderá dispensar as restantes
Redação atual:
Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audi-
ência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, pro-
fissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado
até 10 (dez) dias antes da audiência.
Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez testemunhas; quando
qualquer das partes oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o ju-
iz poderá dispensar as restantes.
67
são muito grandes, o que torna muito difícil a notificação das
testemunhas, indicadas apenas cinco dias antes da audiência.
Desta forma, ainda que o CPC não fixe prazo para que
o juiz apraze a audiência de instrução e julgamento, deve-se ter
por referência que, no procedimento sumário, entre a de instrução
e de conciliação, podem medear apenas trinta dias (art. 278, §
88
- Diz MOACYR AMARAL SANTOS, sobre o assunto: “A exigência do prazo e
da qualificação das testemunhas, pelo seu nome, profissão e residência,
advém da necessidade de se dar a conhecer à parte, contra a qual são ar-
roladas, elementos indispensáveis para identificá-las e proceder às res-
pectivas indagações quanto à sua pessoa, no que diz respeito às suas re-
lações com o adversário, à sua idoneidade moral e, principalmente, às
razões que teriam determinado o seu conhecimento dos fatos litigiosos.
Sem aqueles elementos e sem estas investigações, tornar-se-ia inútil, e
muitas vezes mesmo impossível, contraditar a testemunha, por incapaz,
impedida ou suspeita (art. 414, § 1º), de forma a vedar-se a sua inquiri-
ção ou mesmo fornecer ao juiz elementos que lhe permitam acautelar-se
contra o seu depoimento” (COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, Edito-
ra Forense, 5ª edição, Rio de Janeiro, 1989, volume IV, p. 279).
68
2º). No procedimento ordinário, a audiência conciliatória não de-
verá ser designada para mais de trinta dias (art. 331, caput).
Redação anterior:
Art. 433 O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo
menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Redação atual:
Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indica-
dos pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte
indicar mais de um assistente técnico.
Art. 433 O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo me-
nos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
89
- justo por isso é que não pôde o legislador, pura e simplesmente,
colocar as duas novas disposições no mesmo artigo ou, então, no caput e
parágrafo único.
69
2.4.1) O retorno do art. 427 do CPC.
90
- sabido que, pela teoria das nulidades no processo civil, se da omis-
são de determinada formalidade não houve prejuízo a nenhuma das partes,
não se declara a nulidade.
70
A hipótese, embora rara, é perfeitamente viável de
ocorrer. Assim, por exemplo, se para a apuração dos fatos objeto
da perícia necessita-se de conhecimentos de contabilidade e de
avaliação de bens imóveis, que, por previsão legal, não podem ser
efetuados pelo mesmo profissional (a não ser que, excepcionalmen-
te, uma mesma pessoa seja titulada em Ciências Contábeis e Enge-
nheiro Civil), a única solução é a nomeação de dois peritos, não
se podendo admitir que um só profissional se desincumba de tarefas
que não se encontrem, todas, nas atribuições de sua formação. E,
se mais de um perito pode ser nomeado pelo juiz, por princípio de
isonomia, também a parte pode socorrer-se de mais de um assistente
técnico.
91
- O que, todavia, não impede que perito e assistentes técnicos subs-
crevam um só laudo, se houver entre eles unanimidade. Apenas não se impõe
ao perito permitir a esses que assim seja feito.
71
Entretanto, como o § único em questão dispunha que o
prazo para os assistentes seria de dez dias após a apresentação do
laudo, independentemente de intimação, alguns julgados 92 entende-
ram que a contagem desse prazo seria automática, bastando a apre-
sentação do laudo pericial em juízo. Entendimento equivocado, na
medida em que não cabe à parte ou seu advogado diligenciar diaria-
mente no cartório a fim de verificar se o laudo pericial já foi
juntado aos autos.
92
- No Tribunal de Justiça gaúcho, veja-se o acórdão proferido no Agra-
vo de Instrumento nº 596213801 (5ª Câmara Cível, relator o Des. Araken de
Assis, julgado em 14/11/96); no extinto Tribunal de Alçada gaúcho, os
Agravos de Instrumento nº 196722268 (7ª Câmara Cível, relator o Des. Vi-
cente Barroco de Vasconcelos, julgado em 19/02/97) e nº 196017651 (4ª
Câmara Cível, Relator o Des. Moacir Leopoldo Haeser, julgado em
20/06/96).
93
- 3ª Turma, REsp 139.894-MG, Relator o Ministro Costa Leite, julgado
em 20.10.98, in DJU de 14.12.98, pág. 229.
94
- 5ª Turma, REsp 207.400-SP, Relator o Ministro Gilson Dipp, in DJU
de 21.2.00. no mesmo sentido, acórdão publicado na Revista JTJ 199/127.
72
2.5) A competência para a execução da sentença profe-
rida no juízo arbitral:
Redação anterior:
Redação atual:
95
- aliás, nem seria de boa técnica que a legislação especial trouxesse
disposição nesse sentido, pois a competência do juízo cível deve ser pre-
vista em uma só norma, o CPC.
96
- art. 18 da Lei nº 9.307/96.
73
do inc. III tratava da hipótese da instituição do compromisso ou
juízo arbitral, previsto no art. 1.037 a 1.048 do Código Civil,
que previa a instituição da arbitragem em processo judicial e, por
isso, era indispensável a homologação judicial, dispositivos que,
todavia, foram expressamente revogados pela Lei nº 9.307/96. Está,
pois, tal inc. III, ab-rogado pela legislação superveniente, nos
termos do art. 2º, § 1º, da LICC.
Redação anterior:
Redação atual:
74
Parágrafo único Os títulos a que se refere o n° V deste artigo têm força executiva ex-
clusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título uni-
versal ou singular
97
- ressalte-se que a redação atual do inc. III decorreu de alteração
levada a efeito pelo art. 41 da Lei nº 9.307/96.
98
- obra citada, pág. 130/131.
75
Capitulo III
Redação anterior:
o
§ 1 Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as ra-
zões do seu convencimento.
o
§ 2 Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibili-
dade do provimento antecipado.
o
§ 3 A execução da tutela antecipada observará, no que couber, o disposto nos incisos
II e III do art. 588.
o
§ 4 A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em de-
cisão fundamentada.
o
§ 5 Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julga-
mento.
Redação atual:
o
§ 1 Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as ra-
zões do seu convencimento.
o
§ 2 Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibili-
dade do provimento antecipado.
76
o
§ 3 A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua
o o
natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4 e 5 , e 461-A.
o
§ 4 A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em de-
cisão fundamentada.
o
§ 5 Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julga-
mento.
o
§ 6 A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos
pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
o
§ 7 Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
99
- TEORI ALBINO ZAVASCKI (obra citada, pág. 88/89), diz que, “pela ló-
gica que decorre da interpretação literal e isolada do § 2º, não haveria
porque falar em caução, já que onde fosse cabível caução seria incabível
a antecipação. [...] Assim, nos casos em que o direito afirmado pelo au-
tor seja de manifesta verossimilhança e que seja igualmente claro o risco
de dano iminente, não teria sentido algum sacrificá-lo em nome de uma
possível, mas improvável, situação de irreversibilidade. Em contraparti-
da, porém, é perfeitamente viável que se imponha ao autor, beneficiado
com a antecipação, a prestação de caução que assegure, pelo menos, even-
tual indenização por danos. O que sustentamos, em outras palavras, é que
o preceito normativo que decorre do inciso I do art. 588 do Código de
Processo Civil acaba sendo de aplicação imperiosa por força do próprio
sistema. Com efeito, em se tratando, como de fato, de execução sempre
provisória, sujeita a ser modificada ou tornada sem efeito a qualquer
tempo, cabe ao juiz preservar meios eficientes ao retorno ao status quo
ante, inclusive, se for o caso, exigindo caução idônea com tal finalida-
de. A exigência de caução, que aliás está prevista também no inciso II,
tem, ademais, sustento na aplicação analógica do art. 804 do CPC e, so-
bretudo, na inafastabilidade do princípio de salvaguarda do núcleo es-
sencial do direito à segurança jurídica do demandado. A provisoriedade da
execução deve ser considerada como garantia do executado, garantia essa
77
Ademais, o legislador faz menção expressa no sentido
de que, em se tratando de antecipação da tutela nas obrigações de
fazer ou não fazer, bem como nas obrigações para entrega de coisa,
poderá o juiz valer-se de outros meios para o cumprimento da refe-
rida decisão, como se verá adiante – item 3.5.
que não pode ser apenas formal, mas real. Ou seja: é indispensável pre-
servar as condições que propiciem retorno ao estado anterior, e a exigên-
cia de caução, quando necessária a tal finalidade, independe de autoriza-
ção expressa na lei”.
100
- NELSON NERY JUNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY (CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL COMENTADO e Legislação Processual Civil Extravagante em vigor, Edi-
tora Revista dos Tribunais, 6ª edição, São Paulo, 2002, nota n° 20 ao
art. 273, pág. 616) já referem a possibilidade, pela sistemática proces-
sual em vigor antes da Lei n° 10.444/02, acerca da possibilidade de apli-
cação do dispositivo ora introduzido expressamente no CPC: “Nada obstante
a decisão que adianta os efeitos da parte não contestada da pretensão
tenha alguns dos atributos de decisão acobertada pela coisa julgada mate-
rial parcial e, conseqüentemente, de título executivo judicial, reveste-
se do caráter de provisoriedade. Não há óbice no seu enquadramento dentro
da sistemática do processo civil brasileiro, ainda que o meio processual
para alcançá-lo seja o do instituto da tutela antecipada do CPC 273. Fa-
lamos em meio processual porque, na essência, ontologicamente, essa situ-
ação seria equiparável ao reconhecimento jurídico parcial do pedido, que
entre nós enseja a extinção do processo com julgamento do mérito, em fa-
vor do autor (CPC 269 II), ou seja, o nosso direito já contem guarida
para a pretensão do autor quando ocorre a admissão parcial do pedido con-
denatório”.
78
pedidos cumulados, e o réu deixa de contestar um deles, o mesmo
resta incontroverso, razão pela qual a antecipação da tutela deve-
ria ser incondicionada, eis que a sentença, em relação a esse pe-
dido, será sempre de procedência. 101
101
- logicamente, se a pretensão for amparada pelo ordenamento jurídico,
pois mesmo na revelia, o juiz não tem a obrigação de proferir julgamento
em favor do autor.
79
gido, se apresentar-se espontaneamente ou for também capturado.
102
- obra citada, pág. 45.
80
tecipação da tutela. Assim, se for pretendida tutela cautelar, lo-
gicamente que o juiz não poderá conceder antecipação da tutela, a
não ser que o autor previamente emende a inicial, a fim de adaptá-
la ao processo de conhecimento, atendendo aos requisitos do art.
273 do CPC.
Redação anterior:
I - nas causas, cujo valor não exceder 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente
no País;
81
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao esta-
do e à capacidade das pessoas.
I - não será admissível ação declaratória incidental, nem a intervenção de terceiro, sal-
vo assistência e recurso de terceiro prejudicado;
III - das decisões sobre matéria probatória, ou proferidas em audiência, o agravo será
sempre retido.
Redação atual:
I - nas causas, cujo valor não exceder sessenta (60) vezes o valor do salário mí-
nimo;
82
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao esta-
do e à capacidade das pessoas.
Art. 280. No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória inci-
dental e a intervenção de terceiros, salvo a assistência, o recurso de terceiro pre-
judicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.
83
103
ressarci-lo pelos valores que tivesse de pagar ao lesado.
Redação anterior:
Art. 287. Se o autor pedir a condenação do réu a abster-se da prática de algum ato, a
tolerar alguma atividade, ou a prestar fato que não possa ser realizado por terceiro,
constará da petição inicial a cominação da pena pecuniária para o caso de descumpri-
mento da sentença (arts. 644 e 645).
Redação atual:
Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de al-
gum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer
cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou
da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4º, e 461-A).
103
- ressalvada posição doutrinária do autor acerca do assunto, que no
artigo A DENUNCIAÇÃO DA LIDE NAS CAUSAS DE PROCEDIMENTO SUMÁRIO (Caderno
de Doutrina da Tribuna da Magistratura, APAMAGIS, ano I, n° 1, pág. 12),
sustenta a possibilidade da denunciação da lide com base em contrato de
seguro de responsabilidade civil, nas causas de procedimento sumário,
mesmo após a edição da Lei n° 9.245/95.
84
O artigo 287 passa a permitir, também na demanda que
tenha por objeto a entrega de coisa, certa ou incerta, que ao réu
seja imposta multa pecuniária em caso de descumprimento, não só da
sentença, mas também da decisão antecipatória da tutela, instituto
que, por força do novo artigo 461-A, passa a ser aplicável não só
nas ações cominatórias (art. 461), mas também nas ações em que o
autor postule a entrega de coisa certa ou incerta.
Redação anterior:
Art. 331. Se não se verificar qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes
e a causa versar sobre direitos disponíveis, o juiz designará audiência de conciliação, a
104
- consta da exposição de motivos do anteprojeto que resultou na Lei nº
10.444/02, a respeito da mudança de redação do art. 287 do CPC: “A alte-
ração proposta ao art. 287 visa a compatibilizá-lo com o disposto no § 4º
do art. 461 e no art. 461-A, ou seja, com as modernas técnicas do adim-
plemento forcado das obrigações de fazer e de não-fazer e das obrigações
de entrega de coisa. Assim, é excluída a menção à ´condenação´, que tec-
nicamente implica um posterior processo de execução, não adequado às sen-
tenças mandamentais e executivas lato sensu; a expressão “prestar fato
que não possa ser realizado por terceiro´, é resumida simplesmente para
´prestar fato´, pois também as obrigações de fazer fungíveis devem ser
abrangidas pela norma legal” (Diário da Câmara dos Deputados, 23.08.00,
pág. 44575).
85
realizar-se no prazo máximo de 30 (trinta) dias, à qual deverão comparecer as partes
ou seus procuradores, habilitados a transigir.
o
§ 1 Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
o
§ 2 Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos con-
trovertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a se-
rem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.
Redação atual:
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções preceden-
tes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará au-
diência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as
partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou
preposto, com poderes para transigir.
o
§ 1 Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
o
§ 2 Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos con-
trovertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a se-
rem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.
o
§ 3 Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da cau-
sa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o
o
processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2 .
86
Além disso, refere-se o novo texto à audiência preli-
minar, ao invés de conciliação. Trata-se de simples adequação de
terminologia, na medida em que nessa audiência, não alcançada a
conciliação ou sendo essa parcial, o juiz deve sanear o feito, pe-
lo que não se trata, tão-somente, de audiência conciliatória.
87
alizar a audiência preliminar quando, pela forma com que as partes
estão a discutir a causa, verificar ser improvável a conciliação,
o que é salutar, pois muitas vezes tal solenidade resulta inócua,
retirando do Juiz tempo precioso que ele pode dedicar a outras
atividades. Nesse caso, cumpre ao juiz sanear o processo, de ime-
diato, observando o disposto no § 2º do mesmo artigo.
Redação anterior:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimple-
mento.
o
§ 1 A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou
se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
o
§ 2 A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).
o
§ 3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de inefi-
cácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante
justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a
qualquer tempo, em decisão fundamentada.
o
§ 4 O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diá-
ria ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com
a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
o
§ 5 Para a efetivação da tutela específica ou para a obtenção do resultado prático
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas neces-
sárias, tais como a busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de
obras, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Redação atual:
106
- cumpre referir, todavia, que a denominação ora adotada pelo legisla-
dor está de acordo com a posição da doutrina mais abalizada sobre o as-
sunto. Tanto é assim que, ao comentar o art. 331, do CPC, com a redação
da Lei n° 8.952/94, ATHOS GUSMÃO CARNEIRO (obra citada, pág. 105), chama
a audiência de que cogita o citado dispositivo de AUDIÊNCIA PRELIMINAR NO
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO.
88
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fa-
zer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, deter-
minará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
o
§ 1 A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
o
§ 2 A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).
o
§ 3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficá-
cia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justifi-
cação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qual-
quer tempo, em decisão fundamentada.
o
§ 4 O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
o
§ 5 Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equi-
valente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas neces-
sárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade
nociva, se necessário com requisição de força policial.
o
§ 6 O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso
verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.
89
sua duração medida em dias, mas em frações maiores de tempo. Por
exemplo, a duração de uma construção, normalmente, é medida em me-
ses ou, pelo menos, em semanas, não em dias.
Redação atual:
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a
tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
o
§ 1 Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o cre-
dor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao deve-
dor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
o
§ 2 Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do
credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar
de coisa móvel ou imóvel.
o o o
§ 3 Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1 a 6 do art. 461.
107
- quando muito, tal providência poderia ser obtida com base no art.
273 do CPC, o que, entretanto, era bastante discutível.
90
ta no art. 461, que admite a antecipação da tutela específica em
se tratando de ação cominatória, que tinha nítido caráter condena-
tório, conforme a jurisprudência e doutrina majoritárias. 108
108
- a respeito do assunto, que não é o objeto da presente obra, remete-
se o leitor à doutrina de TEORI ALBINO ZAVASCKI (obra citada, págs.
145/152), quando fala a respeito da “Natureza da Ação do art. 461 do Có-
digo de Processo Civil: condenatória ou executiva lato sensu?”, e que
pode ser perfeitamente aplicada ao novo art. 461-A.
109
- não se olvide que, conforme a doutrina tradicional e a jurisprudên-
cia, sendo a sentença proferida na ação reivindicatória de eficácia con-
denatória, não executiva, ela carecia, para seu cumprimento, do processo
de execução, não bastando, uma vez transitada em julgado a sentença, a
simples expedição de mandado de imissão na posse, como ocorre com as
ações possessórias e de despejo. Tal entendimento, todavia, deixa de pre-
valecer a partir da Lei n° 10.444/02, pois a conjugação dos arts. 461-A e
621 deixa claro que tal sentença passa a ser cumprida mediante a simples
expedição de mandado, desnecessária a instauração de processo de execu-
ção. Ou seja, a sentença passa a ter eficácia executiva lato sensu.
91
do CPC e, assim, não possa embasar execução para entrega da coisa,
nem podendo o autor valer-se (não se trata de bem móvel) da ação
monitória, que fixe prazo para o cumprimento da obrigação. Nessa
hipótese, prudente que o juiz adote esse prazo já ajustado entre
as partes, não fixando outro diverso. A não ser que entenda que se
trata de prazo extremamente exíguo, e que tornaria praticamente
inviável a entrega do bem nesse lapso temporal.
110
- segundo a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça,
não são só benfeitorias que dão direito à retenção do imóvel, mas também
as acessões, que, conforme o Código Civil, art. 536, inc. V, consistem em
construções de obras e plantações, a elas se estendendo, pois, o direito
assegurado no art. 516 do mesmo códex. Nesse sentido: REsp 739 (4ª Turma,
Relator o Ministro ATHOS CARNEIRO, julgado em 21.08.90, in DJU de
10.09.90, pág. 9129), REsp 28489/SP (3ª Turma, Relator o Ministro Eduardo
Ribeiro, julgado em 19.10.93, in DJU de 22.11.93, pág. 24946), REsp
66192/SP (4ª Turma, Relator o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira,
julgado em 21.06.95, in DJU de 04.09.95, pág. 27837), REsp 51794/SP (3ª
Turma, Relator o Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, julgado em
03.09.96, in DJU de 11.11.96, pág. 43707), EDREsp 260238/ES (1ª Turma,
Relator o Ministro Garcia Vieira, julgados em 19.10.00, in DJU de
27.11.00, pág. 137) e REsp 157961/MG (4ª Turma, Relator o Ministro Ruy
Rosado de Aguiar, julgado em 19.05.98, in DJU de 29.06.98, pág. 204).
111
- conforme o anteprojeto de lei em tramitação no Congresso Nacional,
que altera o processo de execução da sentença, o réu poderá opor-se ao
seu cumprimento mediante impugnação, e um dos objetos dessa impugnação
(art. 475-L, inc. V) poderá ser o direito de retenção por benfeitorias
necessárias ou úteis, desde que a sentença as tenha considerado comprova-
das no processo de conhecimento.
92
744, que se aplica por analogia, o que poderá levar o juiz, por
exemplo, a revogar a medida. Ou, então, no mínimo exigir que a
caução prevista para o cumprimento da decisão antecipatória da
tutela leve em conta, também, o valor de tais benfeitorias e/ou
acessões. E, antes que o juiz decida acerca dessa questão, não se
admitirá o cumprimento da decisão antecipatória da tutela, ou se-
ja, a imissão do autor na posse do imóvel.
Redação anterior:
Art. 588. A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo que a definitiva,
observados os seguintes princípios:
II - não abrange os atos que importem alienação do domínio, nem permite, sem caução
idônea, o levantamento de depósito em dinheiro;
III - fica sem efeito, sobrevindo sentença que modifique ou anule a que foi objeto da
execução, restituindo-se as coisas no estado anterior.
o
Parágrafo único. No caso do n III, deste artigo, se a sentença provisoriamente execu-
tada for modificada ou anulada apenas em parte, somente nessa parte ficará sem efeito
a execução.
Redação atual:
Art. 588. A execução provisória da sentença far-se-á do mesmo modo que a definitiva,
observadas as seguintes normas:
III - fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto
da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior;
93
IV - eventuais prejuízos serão liquidados no mesmo processo.
o
§ 1 No caso do inciso III, se a sentença provisoriamente executada for modifica-
da ou anulada apenas em parte, somente nessa parte ficará sem efeito a execu-
ção.
o
§ 2 A caução pode ser dispensada nos casos de crédito de natureza alimentar,
até o limite de 60 (sessenta) vezes o salário mínimo, quando o exeqüente se en-
contrar em estado de necessidade.
112
- acórdão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (REsp
30.824/SP, relator o Ministro Costa Leite, julgado em 5.4.95, in DJU de
8.5.95, pág. 12.403) entendeu dispensável, mesmo ante a norma expressa do
art. 588, inc. I, do CPC, a prestação de caução pelo exeqüente, apenas
para ajuizar a execução provisória.
113
- no dizer de ARAKEN DE ASSIS (MANUAL DO PROCESSO DE EXECUÇÃO, pág.
335), “Reconhece o art. 588, I, o vetusto princípio qui sentit commoda,
et incommoda sentire debet: à vantagem produzida pela execução provisio-
nal em suas expectativas processuais corresponde, simetricamente, a res-
ponsabilidade objetiva do credor pelo dano por ela criado na esfera jurí-
dica do executado”.
94
A mudança do inc. III é mais de adaptação, eis se
substitui a palavra sentença prevista na redação atual por acór-
dão, pois a execução provisória ocorre justamente quando o recurso
contra a sentença não tem efeito devolutivo ou se cogite de recur-
so extraordinário e/ou especial. Em todos os casos, a decisão que
modificará a situação, em favor do devedor, será sempre um acór-
dão. Do mesmo modo, dispõe que, isso ocorrendo, restitui-se as
partes ao estado anterior, e não as coisas, o que é mais adequado.
95
Logicamente, não se trata a dispensa de caução de
simples faculdade do Juiz. Em verdade, se estiverem presentes os
requisitos do novo § 2º do art. 588, será direito do credor a des-
necessidade da caução.
Redação anterior:
Redação atual:
o
§ 1 Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes
em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá re-
quisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência;
se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-
se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor e a resistência do terceiro
será considerada desobediência.
o
§ 2 Poderá o juiz, antes de determinar a citação, valer-se do contador do juízo
quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da
decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária. Se o credor não
concordar com esse demonstrativo, far-se-á a execução pelo valor originariamen-
te pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador.
96
Assim, de bom alvitre que o juiz, antes de apreciar o
pedido de requisição, exija que a parte vencedora comprove ter so-
licitado ao órgão público o fornecimento das informações necessá-
rias. Se essas não forem atendidas, então sim, o juiz não só pode-
rá, mas deverá requisitar os informes necessários à apuração do
crédito. O prazo previsto para o atendimento é de no máximo trinta
dias, o que, entretanto, não impede que o juiz, em vista de reque-
rimento do vencido ou terceiro, prorrogue-o, à vista de razoável
argumento – necessidade de maior tempo para pesquisas, especial-
mente em se tratando de informações arquivadas há muitos anos,
etc.
97
rídica de direito público, ao seu representante judicial) ou ao
terceiro, não bastando a simples expedição de ofício entregue no
protocolo da repartição pública ou remetido pela via postal.
117
- no Poder Judiciário Estadual gaúcho, por exemplo, existe Ofício-
Circular da Corregedoria-Geral da Justiça (n° 4/96), prevendo a possibi-
lidade de elaboração do cálculo pela contadoria, não só quando a parte
litigar com gratuidade judiciária ou assistência judiciária gratuidade,
mas também quando assim expressamente o requerer.
118
- essa faculdade já é admitida ao juiz, conforme o Superior Tribunal
de Justiça: Apresentada memória de cálculo pela parte exeqüente, nos ter-
mos do art. 604 do CPC, ao juiz é permitido verificar se a conta está
correta, de acordo com o que fora decidido no processo de conhecimento,
e, se necessário, remeter os autos ao contador, para que se verifique a
adequação ao pedido, antes do julgamento da execução. Precedentes (REsp
182.137-SP, 5ª Turma, Relator o Ministro Felix Fischer, julgado em
11.04.00, in DJU de 8.5.00, pág. 108).
98
pelo credor. Caso o devedor pretenda fazer prevalecer aquele va-
lor, e não esse, terá de interpor embargos. Do contrário, a execu-
ção terá prosseguimento pela importância total pretendida, hipóte-
se em que devida a ampliação da penhora, para a segurança integral
do juízo e satisfação do crédito em sua inteireza.
Redação anterior:
Art. 621. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título execu-
tivo, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação, ou, seguro o juízo
(art. 737, II), apresentar embargos.
Redação atual:
Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atra-
so no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração,
caso se revele insuficiente ou excessivo.
119
- lembra-se que, antes da Lei n° 8.953/94, a execução de obrigação de
fazer ou não fazer só poderia ser de título judicial, passando o legisla-
dor, vigente o citado diploma, a permitir expressamente também a execução
de título extrajudicial, o que, todavia, já vinha sendo admitido pela
99
À primeira vista, a mudança pode causar perplexidade,
pois ficaria sem ação o credor de obrigação de fazer ou não fazer
constante de título judicial. Ocorre que o art. 644, também alte-
rado pela lei n° 10.444, deixa claro que o cumprimento da sentença
relativa a obrigação de fazer ou não fazer dispensa o ajuizamento
do processo de execução. Há, assim, simples cumprimento do julga-
do, nos próprios autos do processo de conhecimento, pelo mesmo mo-
do com que se cumpre a decisão antecipatória da tutela art. 461
do CPC).
100
que o baixo valor da multa é estímulo ao descumprimento.
Redação anterior:
Art. 624. Se o devedor entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por
finda a execução, salvo se esta, de acordo com a sentença, tiver de prosseguir para o
pagamento de frutos e ressarcimento de perdas e danos.
Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando esta não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for recla-
mada do poder de terceiro adquirente.
o
§ 1 Não constando da sentença o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avalia-
ção, o credor far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial.
o
§ 2 O valor da coisa e as perdas e danos serão apurados em liquidação de sentença.
Redação atual:
Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclama-
da do poder de terceiro adquirente.
o
§ 1 Não constando do título o valor da coisa, ou sendo impossível a sua avaliação,
o exeqüente far-lhe-á a estimativa, sujeitando-se ao arbitramento judicial.
o
§ 2 Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
101
expedição de mandado de imissão na posse (bem imóvel) ou busca e
apreensão (bem móvel), substitui-se a palavra sentença por título.
O mesmo ocorre com o § 2º, onde havia referência à liquidação de
sentença, palavra também suprimida.
Redação anterior:
Parágrafo único. O valor da multa poderá ser modificado pelo juiz da execução, verifi-
cado que se tornou insuficiente ou excessivo.
Redação atual:
102
Ocorre que, a partir da vigência da Lei n° 10.444, a
sentença proferida em ação cominatória não mais precisa ser execu-
tada em processo autônomo, bastando o simples cumprimento nos pró-
prios autos do processo de conhecimento, como passa a ocorrer,
também, com a sentença relativa a obrigação para entrega de coisa,
que se cumpre conforme o art. 461-A, já comentado.
Redação anterior:
Art. 659. Se o devedor não pagar, nem fizer nomeação válida, o oficial de justiça pe-
nhorar-lhe-á tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, custas e
honorários advocatícios.
o
§ 1 Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que em repar-
tição pública; caso em que precederá requisição do juiz ao respectivo chefe.
o
§ 2 Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos
bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
o
§ 3 No caso do parágrafo anterior e bem assim quando não encontrar quaisquer bens
penhoráveis, o oficial descreverá na certidão os que guarnecem a residência ou o esta-
belecimento do devedor.
o
§ 4 A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, e
inscrição no respectivo registro.
103
Redação atual:
Art. 659. Se o devedor não pagar, nem fizer nomeação válida, o oficial de justiça pe-
nhorar-lhe-á tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, custas e
honorários advocatícios.
o
§ 1 Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que em repar-
tição pública; caso em que precederá requisição do juiz ao respectivo chefe.
o
§ 2 Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos
bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
o
§ 3 No caso do parágrafo anterior e bem assim quando não encontrar quaisquer bens
penhoráveis, o oficial descreverá na certidão os que guarnecem a residência ou o esta-
belecimento do devedor.
o
§ 4 A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora,
cabendo ao exeqüente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art.
669), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, o
respectivo registro no ofício imobiliário, mediante apresentação de certidão de in-
teiro teor do ato e independentemente de mandado judicial.
o o
§ 5 Nos casos do § 4 , quando apresentada certidão da respectiva matrícula, a
penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, será realizada por
termo nos autos, do qual será intimado o executado, pessoalmente ou na pessoa
de seu advogado, e por este ato constituído depositário.
121
- segundo o Superior Tribunal de Justiça (REsp 292686/SP, 5ª Turma,
Relator o Ministro Jose Arnaldo da Fonseca, julgado em 03.05.01, in DJU
de 25.06.01, pág. 224), pelo § 4º do art. 659, o registro da penhora não
é pressuposto de sua validade, mas sim de eficácia erga omnes. No mesmo
sentido, RT 726/347, 737/435, Lex-JTA 162/491 e 173/57.
122
- Dissente-se, pois, do magistério de ARAKEN DE ASSIS (MANUAL DO PRO-
CESSO DE EXECUÇÃO, Editora Revista dos Tribunais, 7ª edição, São Paulo,
2001, pág. 544/545), quando diz, ao comentar o § 4º do art. 659 do CPC,
que “Desta cláusula final, excelentemente redigida, decorre que a penhora
de imóveis somente se ultimará com o registro. Logo, os efeitos que des-
cendem da penhora, nesta classe de bens, agora se vinculam ao complemento
registral. Em outras palavras, sem registro não há penhora, nem, a forti-
ori, quaisquer dos seus efeitos naturais. É verdade que, confrontada pe-
las conseqüências nocivas desta dispensável modificação legislativa, a
doutrina buscou limitar a eficácia do registro a terceiros. Esta forcada
exegese não condiz com o texto expresso da norma e, se acolhida, implica
a inutilidade da mudança, porque nada se modificaria, substancialmente,
quanto à fraude contra execução”.
104
perfeita, especialmente para dar início, uma vez juntado aos autos
o respectivo mandado de intimação do executado (CPC, art. 738), ao
prazo para a oposição de embargos pelo devedor.
123
- são vários os acórdãos do Superior Tribunal de Justiça entendendo
que a fraude à execução só se caracteriza, de maneira absoluta e irretor-
quível, quando o imóvel penhorado foi vendido após o registro da penhora.
Nesse sentido, “Execução. Fraude (inexistência). Penhora (falta de regis-
tro). Boa-fé. De acordo com a orientação do STJ, "não havendo registro da
penhora, não há falar em fraude à execução, salvo se aquele que alegar a
fraude provar que o terceiro adquiriu o imóvel sabendo que estava penho-
rado, o que não ocorre no presente caso" (REsp-140.670, DJ de 9.12.97).
De igual modo, REsp's 2.597, 3.259, 55.491, 76.063 e 92.507. Recurso es-
pecial conhecido pelo dissídio e provido.” (REsp 131871/MG, 3ª Turma,
Relator o Ministro Nilson Naves, julgado em 06.12.99, in DJU 17.04.00,
pág. 56). No mesmo sentido, REsp 249328/SP (julgado em 03.08.00, in DJU
09.10.00, pág. 144 e REsp 245064/MG (julgado em 15.06.00, in DJU
04.09.00, pág. 151), ambos da , 3ª Turma, Relator o Ministro Ari Pargen-
dler.
105
Lavrado o termo, o devedor, se não o subscrever, 124
deverá ser intimado por mandado (ou precatória, se residir em co-
marca diversa) 125 - , especialmente para que se perfectibilize o
depósito e tenha início o prazo para embargos.
106
maioria das vezes, quando constituir advogado para atuar em execu-
ção, o devedor pode não estar totalmente ciente de que esse pode-
rá, inclusive, assumir a condição de depositário em nome do clien-
te, correndo o risco até mesmo de prisão na hipótese de esse des-
fazer-se do bem constrito.
Redação anterior:
o
§ 1 Nos embargos especificará o devedor, sob pena de não serem recebidos:
o
§ 2 Na impugnação aos embargos poderá o credor oferecer artigos de liquidação de
frutos ou de danos, a fim de se compensarem com as benfeitorias.
o
§ 3 O credor poderá, a qualquer tempo, ser imitido na posse da coisa, prestando cau-
ção ou depositando:
107
II - a diferença entre o preço das benfeitorias e o valor dos frutos ou dos danos, que já ti-
verem sido liquidados.
Redação atual:
Art. 744. Na execução para entrega de coisa (art. 621) é lícito ao devedor deduzir
embargos de retenção por benfeitorias.
o
§ 1 Nos embargos especificará o devedor, sob pena de não serem recebidos:
o
§ 2 Na impugnação aos embargos poderá o credor oferecer artigos de liquidação de
frutos ou de danos, a fim de se compensarem com as benfeitorias.
o
§ 3 O credor poderá, a qualquer tempo, ser imitido na posse da coisa, prestando cau-
ção ou depositando:
II - a diferença entre o preço das benfeitorias e o valor dos frutos ou dos danos, que já ti-
verem sido liquidados.
108
mais cabíveis contra título executivo judicial, impunha-se o repo-
sicionamento do artigo 744, que passa a integrar o capítulo III do
mesmo título, que trata dos embargos à execução por título extra-
judicial.
Redação anterior:
Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de
concessão de arresto, a sentença líquida ou ilíquida, pendente de recurso ou o laudo
arbitral pendente de homologação, condenando o devedor no pagamento de dinheiro
ou de prestação que em dinheiro possa converter-se.
Redação atual:
127
- Alguns julgados do Tribunal de Justiça gaúcho já vinham exigindo,
mesmo antes da vigência da lei n° 10.444, que o direito de retenção fosse
suscitado na contestação, mesmo na ação reivindicatória, cuja sentença,
até então, tinha eficácia condenatória, não executiva lato sensu, do que
só foi dotada pelo legislador da mini-reforma do CPC. Só assim poderia o
réu, na execução da sentença, opor os embargos de retenção, se reconheci-
da a existência dessas benfeitorias e a sua característica – úteis ou
necessárias -, a ensejar o direito previsto no Código Civil, art. 516.
Nesse sentido, Agravo de Instrumento n° 70002520294 e Apelação Cível n°
70001974666, ambos da 17ª Câmara Cível, da relatoria da Desa. Elaine Har-
zheim Macedo, julgados em 19.06.01 e 13.02.01, respectivamente.
109
Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito
de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso,
condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinhei-
ro possa converter-se.
110
Capítulo IV
128
- CANDIDO RANGEL DINAMARCO afirma – obra citada, p. 42, diz que “O
art. 1211 só pretendeu disciplinar a vigência do próprio Código, não de
leis futuras que incidam sobre a matéria que ele disciplina”.
129
- obra citada, p. 41.
130
- idem, ibidem.
131
- obra citada, p. 425/426.
111
atos jurídicos processuais perfeitos, estando protegidos pela men-
cionada regra constitucional, não podendo ser atingidos pela lei
nova”.
112
Do mesmo modo, quanto ao § 6º do art. 273, ele só po-
derá ser aplicado a partir da Lei n° 10.444/02, pelo que, antes
disso, inviável ao juiz antecipar a tutela em relação a pedido (s)
incontroverso (s), ou parcela dele (s). Certo, o juiz poderá apli-
car o citado § 6º mesmo por ocasião da sentença, desde que já na
vigência da nova lei, ainda que não o tenha feito logo após a con-
clusão da fase postulatória, momento mais adequado, conforme já
referido no item 3.1.2 retro.
132
- nesse sentido: Agravo de instrumento nº 70003293487, 11ª Câmara Cí-
vel, relator o Des. Luiz Ary Vessini de Lima, julgado em 20/12/01; Apela-
ção Cível n° 70002566313, 6ª Câmara Cível, Relator o Des. Carlos Alberto
Álvaro de Oliveira, julgada em 24/10/01; Agravo de instrumento nº
70002198679, 6ª Câmara Cível, relator o Des. Osvaldo Stefanello, julgado
em 04.04.01, e Apelação Cível n° 70000832972, 6ª Câmara Cível, relator o
Des. Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, julgado em 22.09.00.
113
4.6) Quanto às mudanças do art. 331 do CPC:
114
derá ser maior do que o número de dias que medear a entrada em vi-
gor do novo dispositivo e a realização da solenidade. 136
136
- lembra-se, todavia, o que já foi dito (item 2.3) quanto ao prazo
máximo que pode ser fixado pelo juiz, que é de trinta dias.
137
- ressalva-se, contudo, o que já foi afirmado quanto ao art. 431-B,
na medida em que o mesmo é disposição legal desnecessária, sendo possí-
vel, mesmo sem a alteração legislativa em questão, a nomeação de mais de
um perito e, via de conseqüência, a indicação de mais de um assistente
técnico – veja-se item 2.4.2.
115
Assim, se antes da vigência do novo art. 461-A, o ju-
iz indeferiu a antecipação da tutela, em ação para entrega de en-
trega de coisa certa ou incerta, não pela ausência de previsão le-
gal, mas por não preenchidos os requisitos dos arts. 461 e 273 do
CPC, logicamente que não poderá deferi-lo, a partir de 08.08.02,
apenas pela entrada em vigor da Lei n° 10.444/02.
138
- no dizer de CELSO AGRÍCOLA BARBI, COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL, Editora Forense, 5ª edição, Rio de Janeiro, 1988, volume I, p.
390, “Não houvesse a regra e poderia ser mudado o lugar do processo, tan-
tas vezes quantas o réu transferisse o seu domicilio, se a competência
fosse decorrente dele”, o que, convenhamos, seria um absurdo.
116
ção, ainda que verse matéria não posta em juízo, se proferida a
partir de 28.03.02. Do contrário, poderá, quando muito, constituir
título executivo extrajudicial, nos termos do art. 585, inc. II,
do CPC. 139
139
- se transação referendada pelo Ministério Público ou Defensoria Pú-
blica e, até mesmo, pelos Advogados dos transatores, é reconhecida como
título executivo extrajudicial, com mais razão deve ter a mesma eficácia
a transação ou conciliação homologada por juiz, desde que tenha versado
sobre matéria estranha ao litígio judicial.
140
- vide acórdão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (REsp
30.824/SP, relator o Ministro Costa Leite, julgado em 5.4.95, in DJU de
8.5.95, pág. 12.403), já citado, dispensando a prestação de caução pelo
exeqüente, apenas para ajuizar a execução provisória.
117
anos, poderá o juiz, eventualmente, permitir a alienação do bem
penhorado, com a necessária caução por parte do credor. E isso
ainda que tenha existido, antes da data citada, decisão indeferin-
do-a, em vista da antiga redação do art. 588.
141
- hipótese freqüente em que se faz necessária a requisição judicial de
elementos para a confecção da memória de cálculo é em demandas movidas
por servidor público contra pessoa jurídica de direito público visando a
reajustes salariais, pois no mais das vezes aquele não conserva seus con-
tracheques de pagamento por muito tempo. Assim, por ocasião da execução,
o servidor não dispõe das folhas de pagamento relativas ao período do
reajuste obtido em juízo, pelo que se impõe, sempre, a requisição à re-
partição pública respectiva da relação dos pagamentos feitos ao servidor,
relativamente ao período compreendido no título executivo.
118
4.14) O art. 621:
119
4.15) Quanto às alterações do art. 627:
120
4.18) Quanto ao art. 744:
121
Na medida em que o direito de retenção está assegura-
do pelo direito material (Código Civil, art. 516), e que a todo
direito corresponde uma ação (mesmo códex, art. 75), não se poderá
negar o uso dos embargos, mesmo que dispensada a instauração do
processo de execução.
142
- ressalta-se, todavia, que para a quase totalidade da doutrina, o
duplo grau de jurisdição obrigatório não é recurso, em que pese tenha, no
Tribunal, procedimento similar a esse, inclusive cabendo, havendo diver-
gência, embargos infringentes, bem assim a interposição de recurso extra-
ordinário e/ou especial.
143
- idem, pp. 426 e 427.
144
- logicamente, se o julgamento tem início em uma sessão, mas só é con-
cluído em outra, por qualquer motivo (pedido de vista, falta de quorum
legal ou regimental, etc), mesmo que meses depois, considera-se como dia
do julgamento aquele em que o mesmo é concluído.
122
4.19.1) O duplo grau de jurisdição obrigatório:
145
- NELSON NERY JUNIOR, obra citada, p. 432.
123
hipótese de cabimento e admissibilidade 146 ou de procedimento do
recurso 147, eis que a redação ainda vigente dispõe que dois serão
os recursos extraordinário e/ou especial a serem interpostos, fi-
cando sobrestado (s) o (s) primeiro (s) até o julgamento dos em-
bargos infringentes, o que, à primeira vista, pode ser entendido
como regra de procedimento recursal? A partir de 27.03.02, apenas
um recurso extraordinário e/ou especial será cabível. Sustenta-se
que a primeira hipótese é mais adequada, na medida em que a nova
redação do art. 498, em verdade, suprimiu um recurso, dispondo que
apenas um extraordinário e/ou especial poderá ser manejado, mesmo
quando parte do decisum for passível de embargos infringentes.
Assim, só poderá ter aplicação o novo art. 498 em relação aos jul-
gamentos ocorridos a contar da vigência da nova lei, ainda que,
proferida a decisão anteriormente a 27.03.02, o prazo recursal
finde na vigência da lei nova.
146
- nesse caso, a lei regente é a da data do julgamento.
147
- caso em que a lei incidente é a da data da interposição do recurso.
148
- na hipótese, por exemplo, de pedido de vista ou qualquer outro moti-
vo que tenha levado à não conclusão do julgamento no dia inicialmente
aprazado.
124
observância não poderá resultar na inadmissibilidade do recurso,
caso argüida a omissão pelo agravado.
149
- remete-se o leitor ao item 1.8.2.
150
- item 4.19.1.
125
27.03.02, inclusive, não mais serão cabíveis os embargos na forma
ampla como hoje estão previstos. 151 E isso mesmo que o julgamento
tenha iniciado antes da vigência da nova lei. Importa é a data em
que ele tenha sido concluído, com os votos de todos os membros do
colegiado, proclamando seu presidente o resultado final.
151
- na redação anterior, poderiam os infringentes ser interpostos mesmo
que a sentença fosse confirmada ou que a ação rescisória fosse julgada
improcedente, havendo um só voto vencido. E, quanto à apelação, não im-
portava se a divergência residisse ou não no mérito da lide.
152
- nesse sentido, veja-se acórdão do Supremo Tribunal Federal publica-
do na RTJ 104/796.
126
– 27.03.02 -, ainda que o prazo para interposição tenha iniciado
antes. Desta forma, mesmo que o prazo para tais recursos finde de
26 de março em diante, as novas regras não incidem quanto aos re-
cursos interpostos anteriormente.
153
- a mesma regra, obviamente, aplica-se para o agravado, quando de sua
resposta, sendo-lhe facultada a juntada de cópias de peças dos autos,
caso em que, conforme foi dito no item 1.10.4, também poderá seu advogado
declarar sua autenticidade.
127
ção do julgamento só poderia ocorrer em relação a recursos inter-
postos contra decisões 154 proferidas a partir da vigência da nova
lei, ou seja, 27.03.02. Na segunda, ter-se-ia de observar a data
da interposição do recurso, o que significa que o novo § 1º só po-
deria ser aplicado a irresignações manejadas a partir de 27.03.02,
inclusive, independentemente da data em que tornado público o de-
cisum recorrido.
154
- leia-se, aqui, decisão em sentido amplo, ou seja, abrangendo inter-
locutórias e sentenças.
155
- veja-se o item 1.12.1.
128
BIBLIOGRAFIA
129
MOTA DE SOUZA, Carlos Aurélio, Poderes Éticos do Juiz – A Igualda-
de das Partes e a Repressão ao Abuso no Processo, Sérgio Antonio
Fabris Editora, Porto Alegre, 1987
130
ÍNDICE SISTEMÁTICO
131
1.8) Agravo de instrumento – providências preliminares do Relator
.................................................
1.8.1) A conversão do agravo de instrumento em retido ...
1.8.2) A explicitação dos poderes do Relator quanto ao efeito sus-
pensivo ativo ........................................
1.8.3) A intimação do Advogado do agravado pela imprensa oficial,
em qualquer hipótese ...........................
1.8.4) A intervenção do Ministério Público ..............
1.9) Embargos infringentes – limitação de seu cabimento e novas
regras para seu processamento .....................
1.9.1) A situação atual dos embargos infringentes .......
1.9.2) Novo requisito de admissibilidade – divergência sobre o mé-
rito ................................................
1.9.3) A mudança em relação à ação rescisória ...........
1.9.4) As modificações do processo e julgamento dos infringentes
............................................
132
2.2) Nova hipótese de distribuição por dependência ......
133
3.10) As modificações nos arts. 624 e 627 ...............
134
4.19.1) O duplo grau de jurisdição obrigatório ..........
135