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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIMAX

DIREITO

THAUAN FARIAS SANTIAGO

RESUMO
MANUAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS - TEORIA
E PRÁTICA

INDAIATUBA
2023
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THAUAN FARIAS SANTIAGO

RESUMO
MANUAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS - TEORIA
E PRÁTICA

Projeto apresentado ao curso de Direito, do


Centro Universitário UniMAX, a ser utilizado de
modo avaliativo como atividade prática para
matéria de Técnicas de Solução de Litigio.

Prof. Dr. Jose Jorge Tannus Junior

INDAIATUBA
2023
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1. PARTE 01 – DA TEORIA GERAL DOS JUIZADOS ESPECIAL CÍVEIS

1.1 AS CARACTERISTICAS BÁSICAS

O autor, Felippe Borring Rocha, enfatiza que ao longo das diferentes Constituições Federais
desde 1934, é evidente a presença de disposições que contemplam a possibilidade de estabelecer
diversos modelos de Juizados Especiais no Brasil. Essas disposições não apenas definem a
autorização legislativa para a criação e implementação dos Juizados Especiais, mas também
delineiam seus propósitos e características gerais.
No que diz respeito à autorização legislativa, a interpretação predominante sugere que o
fundamento constitucional para os Juizados Especiais se baseia principalmente no artigo 24,
inciso X, da Constituição Federal. Essa interpretação é derivada da leitura literal dos artigos 24,
inciso X, e 98, caput, da Constituição Federal, sendo reforçada pelo fato de que alguns estados
promulgaram leis para criar seus próprios modelos de Juizados Especiais.
É relevante destacar que essa interpretação predominante foi desenvolvida com base na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou todos os modelos regionais
de Juizados Especiais implementados no Brasil. No entanto, é crucial lembrar que essa
orientação predominante foi estabelecida considerando uma realidade que existia antes da
promulgação da Lei 9.099/1995.
O autor observa que as atribuições previstas no artigo 7º, relacionadas aos conciliadores e
juízes leigos, bem como as disposições sobre as responsabilidades da secretaria, conforme o
artigo 13, parágrafo 4º, complementam a estrutura normativa. As regras processuais, por sua
vez, estão principalmente nos artigos 2º a 13, abrangendo princípios, competência e os
participantes do processo, enquanto as normas específicas estão contidas nos artigos 14 a 53 da
Lei.
Inicialmente, existia uma interpretação restritiva do artigo 98, inciso I, da Constituição Federal,
e do artigo 1º da Lei 9.099/1995, que levava à conclusão de que a criação de Juizados Especiais
na Justiça Federal não era possível devido às prerrogativas processuais atribuídas a essas
entidades. No entanto, em 2001, a Lei 10.259 foi promulgada, estabelecendo os Juizados
Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal.
De acordo com a doutrina, para definir os Juizados Especiais como um conjunto de órgãos, é
necessário considerar diversos elementos relacionados a esse instituto:
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a) O fundamento constitucional do instituto, estabelecido no artigo 98, inciso I, da


Constituição Federal, e sua inclusão no Sistema dos Juizados Especiais, conforme o
parágrafo único do artigo 1º da Lei 12.153/2009.
b) A presença de princípios fundamentais expressamente previstos, como aqueles
constantes nos artigos 2º, 5º e 13 da legislação.
c) A ênfase na promoção da composição não apenas das causas previstas na Lei
9.099/1995, mas também daquelas resultantes de acordos entre as partes, conforme
indicado no artigo 3º, parágrafo 3º, e das causas incluídas pelo legislador, de acordo
com o artigo 58.
d) A definição da competência para julgar as causas consideradas de menor
complexidade, conforme estabelecido nos artigos 3º e 8º.
e) A determinação da competência para executar as decisões proferidas pelos Juizados
Especiais, conforme os artigos 3º, parágrafo 1º, inciso I, e 52, bem como para executar
títulos executivos extrajudiciais no valor de até 40 salários-mínimos, conforme os
artigos 3º, parágrafo 1º, inciso II, e 53.
f) A previsão de um sistema de recursos específico, conforme os artigos 41 a 46 e 48 a
50.
g) A existência de procedimentos processuais específicos, caracterizados por serem
sumarizados e orais, conforme o disposto no artigo 98, inciso I, da Constituição Federal,
e nos artigos 14 a 53 da Lei 9.099/1995.

2. PARTE 02 – DA TUTELA COGNITIVA

2.1 A ETAPA DE COMPOSIÇÃO

A expressão "tutela jurisdicional" emerge como um conceito jurídico que representa a proteção
oferecida pelo Poder Judiciário em contraposição à autotutela. O verbo "tutelar" carrega em seu
contexto jurídico o significado de salvaguardar. Nesse âmbito, a tutela jurisdicional simboliza
a resguardo conferido pelo sistema judiciário aos interesses legais submetidos à sua apreciação
por meio de um processo legal.
No contexto do procedimento sumaríssimo, a fase inicial visa primordialmente a busca por
uma resolução consensual do conflito entre as partes litigantes. Para dar início ao procedimento
sumaríssimo, é imprescindível determinar quais causas são passíveis de serem encaminhadas
aos Juizados Especiais. Caso uma causa não se submeta a um rito processual especial estipulado
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por lei, é suficiente que esteja em conformidade com os requisitos legais delineados nos artigos
3º e 8º para ser considerada elegível para tramitação nos Juizados Especiais. Em todas essas
circunstâncias, o procedimento a ser seguido está definido pela Lei 9.099/1995.
É fundamental destacar que os Juizados Especiais não são adequados para lidar com ações
cautelares de natureza antecedente, uma vez que essas ações possuem procedimentos especiais
próprios. É imperativo reconhecer que, mesmo que esses procedimentos especiais não estejam
expressamente previstos na legislação que regulamenta os Juizados Especiais (Lei 9.099/1995),
pelo menos dois deles não podem ser excluídos desse contexto.
A recusa em aplicar esses procedimentos especiais compeliria as partes envolvidas a
recorrerem ao mandado de segurança como meio de salvaguardar seus direitos. Isso se deve ao
fato de que, em situações em que não existe um procedimento específico nos Juizados Especiais
para lidar com uma determinada demanda, as partes teriam que buscar o mandado de segurança
como recurso para proteger seus interesses.

2.2 O “PEDIDO” (PETIÇÃO INICIAL)

No processo judicial, a criação da relação jurídico-processual é um passo essencial. No âmbito


do direito processual civil, o instrumento apropriado para iniciar o processo é conhecido como
"petição inicial," conforme estabelecido pelo artigo 312 do Código de Processo Civil. Embora
a terminologia possa gerar confusões, uma vez que pode ser confundida com um dos
componentes da demanda chamado de "pedido," é uma nomenclatura amplamente reconhecida.
Nos Juizados Especiais, embora a legislação não faça menção explícita, a petição inicial deve
ser acompanhada dos documentos necessários para a propositura da ação. Na petição inicial, é
fundamental apresentar uma exposição sucinta dos fatos, de modo que o julgador possa
compreender a causa submetida a julgamento. A fundamentação legal, no entanto, não é um
requisito estritamente necessário na elaboração da petição inicial.
É importante destacar que a petição inicial pode ser apresentada por escrito ou oralmente. A
opção pela apresentação oral da petição inicial visa atender aos interesses da parte litigante e
não do advogado.
Dado que o procedimento não estabelece um momento específico para o saneamento do
processo, acreditamos que a modificação do pedido, desde que haja concordância da parte
adversa, pode ser efetuada durante a audiência, até o momento em que a sentença seja proferida.

3. PARTE 03 – DA TUTELA EXECUTIVA


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3.1 A FASE EXECUTIVA DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

A Lei 9.099/1995 tomou a dianteira em relação às reformas no Código de Processo Civil de


1973 e rompeu com uma tradição jurídica estabelecida. Isso se baseia principalmente no inciso
IV do artigo 52 da Lei 9.099/1995, que aponta para uma situação específica em que é possível
estabelecer uma nova relação jurídico-processual de execução com base em um título judicial.
Esse cenário se refere à execução de acordos civis celebrados nos Juizados Especiais Criminais,
conforme estipulado no artigo 74 da Lei 9.099/1995.
O procedimento de execução nos Juizados Especiais segue as etapas estabelecidas pelo Código
de Processo Civil, dependendo da natureza da obrigação em questão. A pessoa com
legitimidade para solicitar a execução de uma decisão judicial é aquela identificada como
detentora da obrigação estabelecida pelo tribunal. Além do devedor, no polo passivo da
execução podem figurar outras partes, como o espólio, herdeiros, sucessores do devedor, um
novo devedor que tenha assumido a obrigação com o consentimento do credor e o garantidor
(conforme o artigo 779 do CPC).
Nos Juizados Especiais, a competência para conduzir o processo de execução de uma decisão
judicial está limitada aos próprios julgamentos realizados nesses Juizados. Mesmo que a
sentença tenha um valor inferior a 40 salários-mínimos, se for proveniente de um juízo comum,
não pode ser executada nos Juizados, em nenhuma circunstância. É crucial observar que a
competência para a execução judicial é de natureza funcional, e qualquer desrespeito a esse
princípio resulta em nulidade absoluta.
A iniciativa de iniciar a execução de uma decisão dos Juizados Especiais decorre da existência
de um dispositivo que reconhece a exigibilidade de uma obrigação, seja ela de pagamento,
realização de um ato, abstenção ou entrega. É importante notar que a exigibilidade está
intrinsicamente relacionada a uma pretensão. No caso de uma obrigação alternativa em que a
escolha cabe ao credor, este deve indicar qual opção deseja ao iniciar a execução. Se a escolha
recair sobre o devedor, ele será notificado para fazer a escolha e cumprir a obrigação dentro de
um prazo de 10 dias, a menos que outro prazo tenha sido estabelecido por lei, contrato ou
decisão.
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4. PARTE 04 – DO SISTEMA RECURSAL E DOS MEIOS IMPUGNATIVOS DAS


DECISÕES

4.1 O SISTEMA RECURSAL

Em conformidade com a normativa da Lei dos Juizados Especiais, as sentenças proferidas por
esses órgãos, sejam elas de caráter definitivo, terminativo ou relacionadas à homologação de
acordos ou laudos arbitrais, não estão sujeitas a interposição de recursos. Essa limitação tem o
propósito de conferir uma maior proteção às decisões que emergem da autonomia da vontade
das partes envolvidas. Importante ressaltar que tais sentenças não podem ser contestadas por
meio de recursos por terceiros prejudicados e adquirem imediatamente a qualidade de coisa
julgada após a homologação do acordo.
No que tange ao artigo 41 da mencionada legislação, este não versa sobre a regulamentação de
recursos de maneira abrangente, como poderia sugerir em um primeiro momento, mas se
concentra especificamente na abordagem do "recurso inominado". Todavia, é pertinente
observar que uma interpretação que confere a natureza de recurso às sentenças homologatórias
encontra um desafio considerável no artigo 26 da mesma lei, que admite a possibilidade de um
acordo ou laudo arbitral não abordar aspectos relevantes da controvérsia ou apresentar graves
contradições, obscuridades ou erros materiais.

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4.1 AS CARACTERISTICAS BÁSICAS

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