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com
Tubária 95-96%
CAPÍTULO 7
Intersticial e
cornual 2-3%
Ampolar (70%)
Ístmica 12%
Fímbrica 11%
Cicatriz de cesariana <1%
Ovariana 3%
Cervical <1%
Abdominal 1%
FIGURA 7-1 As várias localizações e frequências das gestações ectópicas. (De Cunningham, 2010, com permissão.)
40 25
explicar, em parte, essa tendência.
Taxa de fatalidade/caso por 10.000 casos
19 1
92
9
Ano
venção cirúrgica imediata. É importante
FIGURA 7-2 Taxa de casos fatais e incidência de gravidez ectópica distribuídas nos anos. (Dados ressaltar que as opções de tratamento mi-
retirados do Centers for Disease Control and Prevention, 1995.)
(1) a tuba ipsilateral está intacta e isolada do ovário; (2) a gra- Conforme discutido para casos suspeitos de gravidez tubária,
videz ectópica ocupa o ovário; (3) a gravidez ectópica está co- com o uso de UTV e as dosagens séricas de b-hCG, a gra-
nectada ao útero pelo ligamento útero-ovárico e (4) é possível videz intersticial pode ser diagnosticada de forma suficiente-
demonstrar histologicamente a presença de tecido ovariano no mente precoce para permitir tratamento clínico conservador
CAPÍTULO 7
tecido placentário. O aumento recente da incidência de gravi- (Bernstein, 2001). Dada sua baixa incidência, não há consenso
dez ovariana provavelmente é artificialmente causado pelo apri- estabelecido com relação apredição de sucesso com o uso de
moramento das modalidades de imagem. Os fatores de risco metotrexato. Jermy e colaboradores (2004) relataram taxa de
são similares àqueles descritos para gestações tubárias. Em um sucesso de 94% com o uso de metotrexato sistêmico usando
artigo publicado, as usuárias de DIU tiveram proporção mais dose de 50 mg/m2 de ASC. Sua série incluiu quatro mulheres
alta de gestações ovarianas em comparação com as não usuárias nas quais se confirmou a presença de atividade cardíaca fetal.
– 5,5% versus zero (World Health Organization – Organização Como essas pacientes apresentam níveis séricos iniciais altos de
Mundial da Saúde, 1985). Quase um terço das mulheres com b-hCG no momento do diagnóstico, geralmente há necessida-
gravidez ovariana apresenta-se com instabilidade hemodinâmi- de de acompanhamento prolongado. Deruelle e colaboradores
ca em razão de ruptura. O diagnóstico tem como base a des- (2005) defendem a embolização seletiva da artéria uterina pós-
crição ultrassonográfica clássica de cisto com um anel externo -metotrexato como auxiliar na prevenção de hemorragia e para
ecogênico amplo sobre ou dentro do ovário (Comstock, 2005). acelerar a resolução da gravidez ectópica.
Foram descritas técnicas para ressecção histeroscópica, as-
sim como para curetagem por sucção transcervical, de gravidez
GRAVIDEZ CORNUAL intersticial. Entretanto, os resultados em longo prazo dessas
técnicas não foram determinados (Sanz, 2002; Zhang, 2004).
A gravidez cornual implanta-se no segmento tubário proximal Não se conhece o risco de ruptura uterina em gestações
que se encontra dentro da parede uterina muscular. O acha- subsequentes após tratamento clínico ou cirúrgico conserva-
do anatômico característico é um inchaço lateral à inserção dor. Consequentemente, justifica-se a observação cuidadosa
do ligamento redondo (Fig. 7-11). Algumas vezes esse tipo dessas pacientes durante suas gestações, assim como conside-
de gravidez é incorretamente denominado cornual, mas este ração de indicação de cesariana eletiva.
termo se refere a estruturas que se desenvolvem para formar
os cornos uterinos com anomalias müllerianas (Lau, 1999;
Moawad, 2010). No passado, a ruptura de gravidez cornual GRAVIDEZ CERVICAL
ocorria após 8 a 16 semanas de amenorreia, em razão da gran-
de distensão do miométrio cobrindo o segmento intersticial A incidência relatada de gravidez cervical está entre 1 em 8.600
da tuba uterina. a 1 em 12.400 gestações (Ushakov, 1997). Parece que está
Os fatores de risco são similares aos anteriormente discu- crescendo em razão do maior uso de tecnologia de reprodu-
tidos, embora a salpingectomia ipsilateral prévia seja um fator ção assistida, em especial fertilização in vitro e transferência
de risco específico para gravidez cornual (Lau, 1999). Consi- de embrião (Ginsburg, 1994; Pattinson, 1994). Um fator de
derando a proximidade dessa gravidez das artérias uterinas e risco específico para gravidez cervical é antecedente pessoal de
ovarianas, há risco de hemorragia grave, associada a taxa de dilatação e curetagem em gestação prévia, observado em quase
mortalidade, que chega a 2,5% (Tulandi, 2004). 70% dos casos (Hung, 1996; Pisarska, 1999). Dois critérios
O tratamento cirúrgico é feito com ressecção do corno diagnósticos são necessários para confirmar gravidez cervical:
por laparotomia ou por laparoscopia (Seção 41-9, p. 1.035). (1) presença de glândulas cervicais em oposição ao sítio de im-
ÚTERO
FUNDO
ECTÓPICA CORNUAL
A B
FIGURA 7-11 Gravidez cornual. A. Ultrassonografia transvaginal em visão parassagital revelando cavidade uterina vazia e uma massa lateral ao
fundo uterino. (Imagem cedida pela Dra. Elysia Moschos.) B. Fotografia intraoperatória mostrando o fundo uterino e a gravidez cornual protuberante
no corno uterino esquerdo antes da ressecção. (Fotografia cedida pelo Dr. Mario Castellanos.)