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D.HENRIQUE
D. Afonso Henriques D. Afonso Henriques Sistematização
Espada:
A bênção como espada,
Confere luminosidade (tudo à sua
volta se torna claro);
A espada como bênção! Defesa dos valores (morais, religiosos,
nacionais);
Símbolo de cavalaria união mística
entre o cavaleiro e a espada;
Valor profético;
Símbolo:
- Da Guerra Santa da guerra
interior;
- Do verbo, da palavra;
- Da conquista do conhecimento;
- Da libertação dos desejos;
- Da espiritualidade;
- Da vontade divina;
N’Os Lusíadas, como não podia
deixar de ser, é dado um destaque
D. Afonso Henriques Intertextualidade enorme a D. Afonso Henriques,
figura que preenche as estrofes 28
a 84 do canto III. Ele é o fundador
Em nenhuma outra cousa confiado, da nação, o escolhido por deus que
Senão no sumo Deus, que o Céu regia, legitima o seu poder ao aparecer-
Que tão pouco era o povo batizado, lhe na batalha de Ourique. De
Que para um só cem resto, a lenda de Ourique, muito
Mouros haveria. alimentada desde o século XVI,
Julga qualquer juízo sossegado serviu para conferir uma dimensão
Por mais temeridade que ousadia, sagrada ao nascimento de Portugal.
Cometer um tamanho ajuntamento, Na Mensagem, curiosamente, o
Que para um cavaleiro houvesse cento. poema dedicado a D. Afonso
Henriques não refere a lenda, mas
Cinco Reis Mouros são os inimigos, ela está lá, implícita, através da
Dos quais o principal Ismar se chama; espada/bênção.
Todos experimentados nos perigos
Da guerra, onde se alcança a ilustre fama.
Seguem guerreiras damas seus amigos,
Imitando a formosa e forte Dama,
De quem tanto os Troianos se ajudaram,
E as que o Termodonte já gostaram.
Análise Deus.
ANÁLISE DO POEMA
O poema é um autorretrato de D.
Fernando, visto que o seu discurso se
encontra na 1ª pessoa. Temos como
exemplo o uso de “me” nos versos
1,3,6,8,“eu” nos versos 1 e 11 e as formas
verbais na 1ª pessoa do singular “vou”
(v.11) e temo (v.13), entre outros. O
poema pode ser dividido em três partes: a
D. FERNANDO INFANTE DE PORTUGAL consagração do infante (dos versos 1 a 7),
a vontade de mudança e conquista (dos
Deu-me Deus o seu gládio porque eu faça versos 8 a 12) e determinação e coragem
(dos versos 13 a 15).
A sua santa guerra.
O gládio simboliza o poder com que Deus
Sagrou-me seu em honra e em desgraça, investe o herói para que ele possa fazer
cumprir o destino de Portugal.
Às horas em que um frio vento passa
Em consequência da ação divina, o "eu" é
Por sobre a fria terra. consumido por uma "febre de Além" (v.8).
Essa febre participa, como o gesto a que
Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou- conduz, da predestinação divina do herói. É
me algo que lhe é dado, que faz parte da sua
própria condição, como ser depositário de
A fronte com o olhar; um destino que se cumpre através dele,
como acontece com D. Fernando.
E esta febre de Além, que me consome,
Mesmo nos casos onde o grande
E este querer grandeza são seu nome empreendimento a que se propuseram
falhou, os heróis na Mensagem mantêm
Dentro em mim a vibrar. viva a chama do desejo e do sonho,
impulsionados por essa febre deve fazer,
E eu vou, e a luz do gládio erguido dá de descobrir, de criar, a que se juntam o
seu destemor confiante por se sentirem
Em minha face calma. cheios de Deus.
Cheio de Deus, não temo o que virá, Dir-se-ia, em suma, que nessa "febre de
Além", nessa ânsia de Absoluto, reside um
Pois, venha o que vier, nunca será dos aspetos mais importantes da
exemplaridade do herói na Mensagem
de Jesus Cristo à virgem Maria (Lc 1, 26-38)
Essa "febre de Além" impele o herói à ação Num segundo momento o sujeito poético
- o que se concretiza na 3ª estrofe. invoca o “rosto” materno de D. Filipa, o rosto
da mãe que cuida – séria – dos seus filhos,
Os três últimos versos do poema exprimem com o olhar atento e preocupado.
o destemor e a confiança com que o herói
A invocação desta figura materna é de grande
se lança na ação por se encontrar imbuído importância, visto que está em causa o futuro
do espírito de Deus. Não importa se essa dos seus filhos – os Portugueses. “Princesa do
ação se concretizará ou não em obra feita, Santo Graal” pode ter diversas interpretações.
o que interessa é a própria ação. D. Filipa de Lencastre era princesa inglesa da
casa dos Plantagenetas. Por outro lado, há
D. FILIPA DE LENCASTRE quem dê ao Santo Graal um sentido simbólico
absoluto – o de representar o sangue de
Que enigma havia em teu seio Cristo. E se assim for, “princesa do Santo
Graal” significará a origem de uma linhagem
Que só génios concebia? com o sangue nobre, o sangue de Cristo,
origem divina e providencial do Império ainda
por nascer. Seja como for, é certo que ela foi
Que arcanjo teus sonhos veio
o “humano ventre do Império”,
nomeadamente gerando o Infante D.
Velar, maternos, um dia? Henrique, e podendo assim ser considerada –
pelo sangue – protetora, “madrinha” do
Volve a nós teu rosto sério, futuro de Portugal.
Madrinha de Portugal!
ANÁLISE DO POEMA