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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

PROFESSORA: Fátima M Leite Cruz


DISCENTES: Daniella Ferreira Cordeiro e Milena Gomes da Silva

Referência: SANTIAGO, Mylene Cristina; SANTOS; Mônica Pereira dos; MELO, Sandra Cordeiro de.
Inclusão em educação: processos de avaliação em questão. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro,
v.25, n. 96, p. 632-651, jul./set. 2017

SÍNTESE

No artigo “ Inclusão em Educação: processos de avaliação em questão’’, Mylene


Cristina, Mônica Pereira e Sandra Cordeiro, dissertam sobre o processo de avaliação e
inclusão no âmbito educacional, levando em consideração os seguintes aspectos: a influência
do diagnóstico médico aos alunos que fazem uso do atendimento educacional, as políticas
avaliativas e propostas de mudanças dessas políticas avaliativas em larga escala. Através de
reflexões das autoras acerca da Pesquisa do Observatório Nacional de Educação Especial
(ONEESP), que desenvolve produções científicas na área de Educação Especial.
De início é interessante destacar que o Atendimento Educacional Especializado
(AEE), tem como objetivo dar subsídios suficientes para o pleno desenvolvimento do aluno,
com planejamentos e organização de recursos pedagógicos, além de analisar a melhor forma
de promover uma acessibilidade ao aluno sem ser excludente durante sua trajetória
acadêmica. Dessa forma, para ter acesso e direito ao AEE o aluno vai precisar passar por uma
avaliação e de um parecer pedagógico do professor vigente, mas só isso não vai garantir esse
serviço. O aluno vai precisar de um laudo médico e de uma análise de um Agente Pedagógico
de Educação Especial para identificar se o discente vai precisar fazer uso do atendimento e da
sala de recursos.
Além do mais, o esboço dos meios avaliativos retratam quem o exerce e sua
funcionalidade. Com isso as barreiras e os desafios se tornam nítidos durante todo o percurso
feito pelo aluno. O texto discorre sobre a vasta quantidade de laudos e também a falta dele, e
de como isso causa impacto nas relações de aprendizagem e acesso a recursos pedagógicos
necessários para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
O currículo educacional, segue uma proposta organizacional baseada nos parâmetros
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas segue influências políticas, sociais e
culturais. Dessa forma, alguns professores seguem algumas práticas pedagógicas que não
abrangem as especificidades dos alunos que fazem uso do sistema de AEE e daqueles que
precisam de um acompanhamento específico e não tem um laudo médico, e acaba ficando
sem nenhuma assistência na sala de aula. Ademais, a prática educacional muitas vezes não
condiz com a avaliação da aprendizagem da criança, principalmente na Educação Inclusiva,
que ocorre avaliações durante o ano de ensino sem critérios que devem levar em consideração
as especificidades dos alunos, atividades muitas vezes triviais, que buscam apenas ocupar o
aluno durante certo tempo, além de não levar em consideração o tempo de aprendizagem de
cada aluno e sempre com finalidade de classificar o aluno e passar ele de ano letivo.
A despeito disso, trago uma experiência pessoal (Daniella) na qual um aluno de 8
anos, com o Transtorno do Espectro Autista teve durante meses uma educação negligenciada
por simplesmente a professora só desenvolver atividades que não continham um conteúdo ou
progressão do mesmo, sendo uma atividade voltada a ocupar o tempo do aluno e de desenho.
Além da organização da rede educacional que acaba criando uma barreira durante o
processo de inclusão de um aluno, na qual costuma dificultar o ingresso do aluno e a
permanência do mesmo. Dessa maneira, a professora não realizava uma avaliação processual
e muito menos o desenvolvimento de um currículo que buscasse a progressão desse aluno.
Dessa forma, consolida como a base da prática pedagógica pelo professor, o currículo e a
avaliação estão ligados entre si, para ofertar uma educação de qualidade e ambos aspectos
precisam progredir de maneira uniforme.
Dado ao exposto, podemos chegar numa conclusão de que os sistemas educacionais
fazem usos de mecanismos homogêneos (currículo padrão, comportamento padrão, a mesma
forma avaliativa e etc) no qual deveria ser o oposto, cada pessoa tem seu método e tempo de
aprendizagem diferente, nada é homogêneo e a avaliação deveria ser um reflexo disso.
Porém, a mesma acaba sendo usada como uma forma de determinar um valor ao aluno, e na
educação especial isso acaba ficando mais grave, já que cada indivíduo vai precisar de uma
flexibilização no currículo, na maneira de avaliar e também nos recursos utilizados durante
esse processo, levando em consideração as suas especificidades. E muitas vezes as
instituições acabam excluindo os alunos, mesmo quando se encontram matriculados, um
exemplo disso é o aluno da educação especial não realizar a Provinha Brasil pelo simples fato
da escola não querer ficar com o ranking um pouco mais baixo. Poderia existir uma
adaptação da prova e uma mediação para incluir os alunos, mas o que importa para essas
escolas é garantir números altos e se manter firme em rankings.

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