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Tema do trabalho: PIS e COFINS na importação de serviços.

O presente trabalho trata de um problema relacionado especificamente quanto à


incidência do PIS e da COFINS na importação de serviços, principalmente no que diz
respeito à hipótese de incidência em que os serviços sejam executados no exterior, e
seus resultados se verifiquem no país. Sendo que, mencionado tema se apresenta com
extrema relevância diante da insegurança jurídica que assola os contribuintes, uma vez
que a doutrina e jurisprudência pátria não chegam a um conceito uníssono capaz de
definir referida incidência por não definir quando o resultado seria aqui verificado.
Diante disso, será abordado especificamente o significado jurídico de resultado
dos serviços. Mais especificamente, meu trabalho buscará responder a definição e
extensão do resultado dos serviços prestados no exterior e com resultado verificado no
país, diante de referidas premissas: esse conceito está diretamente relacionado com o
objetivo pretendido pelo seu tomador ao contratá-lo, que certamente não é a execução
do serviço em si, mas o benefício dele decorrente? Ou, no caso de serviço contratado
do exterior por pessoa aqui residente, no qual o resultado produzido se aliaria a
vantagem obtida no exterior?
Ao delimitar essas questões como abordagem quanto à incidência do PIS e da
COFINS na importação de serviços o presente trabalho busca o enfoque nos pontos
divergentes sobre o assunto, buscando uma solução de uma questão que parece ter
cunho não só jurídico, mas também axiológico e material do termo resultado. Essa linha
de pesquisa leva em consideração principalmente o fato de que para atingir o resultado
pretendido no art. 1º, §1º, II da Lei n. 10.865/2004, ou seja, a incidência de referidas
contribuições em serviços que sejam executados no exterior, e seus resultados
verificados no país deve haver a análise do resultado sob a perspectiva intrínseca do
legislador aliada ao significado de serviço.
Há dois argumentos que vem sido debatido sobre o tema, o primeiro consiste na
observância de que serviços são os esforços de pessoas, desenvolvidos em favor de
outrem, com conteúdo econômico, tendente a produzir uma utilidade material ou
imaterial, de forma que o dito resultado mostra-se exatamente como respectiva
vantagem decorrente do serviço, visto que é o seu fim, o motivo, o objeto da contratação
e do pagamento, sendo que assim o resultado se daria com a simples obtenção de
repercussão econômica, de forma que tal entendimento abrangeria praticamente a
totalidade dos serviços provenientes do exterior, uma vez que motivação das pessoas
jurídicas com fins lucrativos para a contratação de serviços é, justamente, a repercussão
econômica.
No entanto, aoutra corrente argumenta que deve-se verificar o resultado material
dos serviços no país, de forma que estariam abrangidos os serviços realmente
considerados como importações, a exemplo de projetos e consultorias para
empreendimentos brasileiros, de forma que não incidiria o PIS e a COFINS nos serviços
realizados no exterior a pessoas aqui residentes quando seu resultado material não se dê
aqui no país.
Nesse ínterim a pesquisa buscará identificar todos os argumentos pertinentes ao
debate, visando construir um rol completo de alegações em apoio a uma e outra posição,
buscando dessa forma dirimir o entendimento completamente oposto da doutrina e
jurisprudência quanto ao resultado. Nesse sentido, serão considerados para a pesquisa
textos de doutrina, soluções de consulta da Receita Federal, decisões de tribunais
administrativos como o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e o
Conselho Municipal de Tributos de São Paulo (CMT) e decisões judiciais do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), de modo que ao identificar
os melhores argumentos a pesquisa buscará verificar quais deles poderão solucionar a
discussão.
Assim, a metodologia da pesquisa parte do pressuposto de que a discussão
jurídica sobre o resultado do serviço em se tratando de PIS/COFINS vem sido pouco
discutido. Dito isso, o presente trabalho busca aproveitar através da discussão sobre o
status jurídico do tema, concluir pela melhor forma de definição do que vem a ser
resultado do serviço, buscando findar o entendimento completamente oposto e
divergente da doutrina e jurisprudência trazendo luz às sombras e colocando um “ponto
final” na insegurança jurídica que assola o tema.

Referências
ASHIKAGA, Carlos Eduardo Garcia. Análise da tributação na importação e
exportação. 5. Ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.

XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 6. Ed. Rio de Janeiro:


Editora Forense, 2004.

BARROSO, Regina Maria Fernandes; VALADÃO, Marcos Aurélio Pereira. O


PIS/COFINS na importação de serviços: parametrização da incidência e sua
constitucionalidade. Revista de Direito Internacional Econômico e Tributário, Brasília,
V.8, n.1, p. 1-31, 2013.

BRASIL. Lei n. 10.865, de 30 de abril de 2004. Disponível em:


<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/2004/lei10865.htm>. Acesso em
23/09/2014.

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