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RA: 00209777
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E-mail: tiago.ferreira@edu.unipar.br
lucas.rodrigues.02@edu.unipar.br
00211606
- GUSTAVO: 201,202
Gustavo Refundini
RA: 00211621
gustavo.refundini@edu.unipar.br
- AECIO: 199,200
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RA: 00209588
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- ANDRÉ 203
RA: 00211620
andre.oliveira.00@edu.unipar.br
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de
trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou
agrícola:
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar
de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra
pessoa ou contra coisa:
Pouco importa se a greve teve emprego de violência ou pacífica, basta a interrupção dos serviços.
A tentativa é admissível uma vez que o iter criminis é passível de fracionamento, a exemplo da
intenção frustrada pela não adesão dos demais trabalhadores ao movimento, ou mesmo que haja a
adesão de todos, o Estado assume a sua execução evitando a paralisação da obra ou serviço.
Classificação - Trata-se de crime comum podendo ser praticado por qualquer pessoa. Crime material,
pois somente se consuma com a produção do resultado. De concurso necessário, pois exige
participação de mais de uma pessoa. Instantâneo, pois se consuma no momento da prática violenta
contra a pessoa ou coisa. E plurissubsistente, pois não se aperfeiçoa com ato único.
Contemporaneamente, Cezar Roberto Bitencourt faz coro com Nelson Hungria ao afirmar que,
sob a égide da Constituição Polaca, o legislador de 1940 criminalizou a prática de greve ou do
lockout, pacíficos ou não, de atividades públicas ou de interesse social.
Após a imposição do Código Penal, inúmeras leis disciplinam o direito de greve, ampliando ou
restringindo esse direito, dentre as quais se destacam:
i) a Lei n. 4.330/1964 que, segundo Paulo José da Costa Júnior, teria revogado o crime previsto
no art. 201, admitindo-a apenas em atividades fundamentais;13
ii) a Lei n. 7.789/1989, a atual Lei de Greve, que revogou a Lei n. 4.330, disciplinou a greve,
definiu as atividades essenciais e regulou o atendimento das atividades inadiáveis da
comunidade.
Na doutrina penal, portanto, parece não existir dúvidas de que, após a promulgação da
Constituição de 1988 e da Lei 7.789/1989, o tipo penal está revogado. Prevalece, atualmente, o
entendimento de Alberto Silva Franco de que caso seja usada violência ou grave ameaça para a
interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo, então o delito cometido será aquele
do art. 200 do CP. Em conclusão, a penalização ou tipificação da conduta antes descrita no
revogado art. 201 como crime é que ficará na dependência da lei complementar a que se refere
o art. 37, VII, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, à qual cometeu a
tarefa de estabelecer os limites do direito de greve e as sanções cabíveis.
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de
impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o
O dispositivo prevê dois crimes, quais sejam Invadir ou ocupar estabelecimento com intuito de
impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho e danificar estabelecimento ou as coisas nele
existentes ou delas dispor com o fim de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho.
No primeiro crime temos o verbo INVADIR, no qual significa ingressar sem autorização e OCUPAR
que envolve tomar posse de algo.
O segundo crime se refere a sabotagem, que ocorre quando se DANIFICA ou dispõem das coisas
existentes no estabelecimento.
Elementos objetivos - 1ª ação típica é invadir, ocupar conforme o caput. 2ª ação consiste em danificar
o estabelecimento ou coisas existentes em ato de vandalismo, e a última vender ou doar bens
existentes da empresa.
Elementos subjetivos - Dolo específico com o fim de agir livre e conscientemente de invadir, ocupar e
danificar bens e objetos existentes nos estabelecimentos mencionados.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
● Crimes comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa;
● Crime formal (invasão): a consumação independe da ocorrência do resultado
naturalístico, ou material (sabotagem): o resultado naturalístico deve ocorrer
no mundo fático para que o crime seja consumado;
● Crimes dolosos (não há previsão de modalidade culposa);
● Crimes praticados de forma livre: o delito pode ser cometido de qualquer
maneira, porque o tipo penal não prevê uma forma específica para a sua
execução;
● Crimes unissubjetivos: basta uma única pessoa praticar a conduta para a
realização dele;
● Crimes plurissubsistentes: a conduta pode ser fracionada em vários atos e,
portanto, há possibilidade de tentativa;
● Crime instantâneo (sabotagem): há consumação imediata, em único instante,
ou seja, uma vez encerrado está consumado, ou permanente (invasão): a
consumação se prolonga no tempo, enquanto está sendo praticado, está
sendo consumado;
● Crimes de menor potencial ofensivo: conforme o art. 61 da Lei n. 9.099/95, os
crimes de menor potencial ofensivo são crimes em que a pena máxima não é
superior a dois anos. Por isso, eles serão processados e julgados a partir do
rito sumaríssimo previsto nessa lei, e também atraem para si a possibilidade
de aplicação de despenalizadoras, como a transação penal e a suspensão
condicional do processo.
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do
trabalho:
Frustrar (enganar ou iludir), mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Sujeito ativo
Qualquer pessoa
Sujeito passivo
Objetos jurídicos
Objetos materiais
Frustrar (enganar ou iludir), mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho (caput)
; obrigar ou coagir alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida (inciso I, § 1.º); impedir alguém de se desligar de serviços de
qualquer natureza, mediante coação ou por meio de retenção de seus documentos pessoais ou contratuais (inciso
II, § 1.º). A pena é de detenção, de um a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. É preciso
atentar para o disposto no art. 149 do Código Penal, que definiu a retenção do empregado, de qualquer modo, no
lugar de trabalho como redução à condição análoga à de escravo (mais grave e mais recente); logo, este tipo
penal prevalece sobre o tipo do art. 203, conforme a situação fática apresentada.
Não há na forma do caput. Quanto aos incisos I e II, é a vontade de impedir o desligamento do
trabalho
É o dolo
Classificação
Comum; material (caput e inciso II) e formal (inciso I); de forma livre; comissivo; instantâneo ou
Tentativa
É admissível.
Particularidade
Momento consumativo
Quando ocorrer a frustração do direito ou o impedimento de deixar o serviço (caput e inciso II) ou
Eleva-se de um sexto a um terço se a vítima é menor de 18 anos, idosa (maior de 60 anos), gestante,
Para fins de notícia, segue o caso em que o empresário Sidnei Piva de Jesus recebeu uma ordem judicial da juíza
Luciana Menezes Scorzado para entregar senhas bancárias, pois havia suspeita de apropriação indevida de
valores das empresas recuperandas para criar empresas paralelas, o que ocasionou prejuízos milionários aos
passageiros e aos tripulantes que se viram despojados de seus direitos trabalhistas
https://diariodotransporte.com.br/2022/03/16/justica-determina-que-sidnei-piva-entregue-senhas-bancarias-e-qu
e-nao-mantenha-contato-com-qualquer-pessoa-da-itapemirim/
Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do
trabalho:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Núcleo do tipo
É o “constranger”, ou seja obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo contra a
sua vontade, valendo-se da violência e grave ameaça.
Objetividade jurídica:
Objeto material:
É a pessoa que suporta a conduta criminosa.
Qualquer pessoa ou também pessoa jurídica pode ser sujeito ativo no delito de
atentado à liberdade de trabalho, e no polo passivo a mesma regra do ativo,
entretanto no art. 197, II, 1ª parte, em que a vítima é o proprietário ao invés do
empregado.
Consumação e tentativa
O artigo 197 se divide em três pólos, um em que o fato consuma-se com o efetivo
exercício ou suspensão do exercício de arte, profissão ou ofício pela violência moral
ou física, em razão da violência, o indivíduo trabalha quando não devia ou é
suspende aquilo que deveria fazer e o último que consuma-se com a participação
de greve ou paralisação. A tentativa é permitida.
1.Exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou
indústria. O verbo “exercer” (desempenhar ou praticar) liga-se à habitualidade em relação à
arte, ofício, profissão ou indústria, abrangendo, destarte, todas as formas de atividade
econômica. Todavia, o Código Penal disciplina somente as atividades exercidas por
particulares, pois há regras específicas para as hipóteses em que são ofendidas funções
públicas (exemplos: art. 197 da Lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 17
da Lei 7.170/1983 – Crimes contra a Segurança Nacional etc.). Essas atividades devem ser
lícitas, pois, se ilícitas, não estará caracterizado o crime contra a organização do trabalho. Arte
é qualquer forma de atividade econômica que depende de técnica ou especial. Ofício é
qualquer ocupação remunerada e habitual, consistente na prestação de serviços manuais.
Profissão é toda e qualquer espécie de atividade, material ou intelectual, desempenhada
habitualmente com intuito de lucro. Compreende o comércio e as profissões liberais
(exemplos: advogados, médicos, dentistas etc.). A Indústria, finalmente, é a atividade
econômica destinada à transformação de produtos orgânicos ou inorgânicos, visando
adequá-los às necessidades humanas. Disponível em: (Direito penal 2 - parte especial (ARTS.
121 a 212) Cleber Masson)
Objetividade jurídica
É a liberdade de trabalho.
Objeto material
Elemento subjetivo
Consumação e tentativa
Ação penal
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
O delito de exercício de atividade com infração de decisão administrativa não era tratado no
código penal do império, de 1830, nem no código republicano, de 1890, sendo novidade trazida pelo
código penal de 1940.
Núcleo do tipo
O núcleo do tipo é "exercer" que equivale a praticar ou
desempenhar. O verbo empregado pelo legislador
transmite a clara ideia de habitualidade, pois é equivocado
afirmar que alguém exerce determinada atividade uma
única vez. Trata-se, portanto,de crime habitual; é
composto por uma reiteração de atos, os quais
representam um indiferente penal se isoladamente
considerados.
Atividade significa qualquer trabalho, ocupação ou
profissão, desde que de natureza lícita (exemplos:
médicos, dentistas, engenheiros, advogados etc.).
O crime reclama a existência de decisão administrativa
anterior (emanada de qualquer órgão da Administração
Pública, federal, estadual, distrital ou municipal), que
impede o exercício da atividade pelo sujeito. E o caso do
advogado que tem o exercício da sua profissão suspenso
pelo Conselho de Ética da Ordem dos Advogados do
Brasil, na forma prevista nos arts. 70 a 74 da Lei
8.906/1994, e pelos arts. 55 a 69 do Código de Ética e
Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil.
A decisão judicial não é abarcada pelo dispositivo em
análise, pois a desobediència à ordem judicial poderá
configurar o delito previsto no art. 359 do Código Penal
(crime de desobediência à decisão judicial sobre perda ou
suspensão de direito). O exercício ilegal de função
pública, por sua vez, configura o delito previsto no art. 324
do Código Penal.
(Direito penal 2 - parte especial (ARTS. 121 a 212) Cleber
Masson)
objetividade jurídica:
objeto material:
É a atividade que foi desempenhada por quem estava impedido de fazê-la por
decisão administrativa.
sujeito ativo:
sujeito passivo:
O estado, eis que suas decisões administrativas devem sem cumpridas por quem a
elas se sujeitam.
Elemento subjetivo:
Consumação e tentativa:
Se dá com o desempenho reiterado e contínuo da atividade o qual estava proibido de fazer. Tratando
de crime de mera conduta
AÇÃO PENAL:
Pública e incondicionada.
COMPETÊNCIA:
Em regra trata-se da Justiça estadual, será da competência Federal quando o crime for praticado em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, nos termos do art. 109, inciso IV,da CF.
CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. PENAL E
PROCESSUAL PENAL. EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA COM A INSCRIÇÃO NA
ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL SUSPENSA. CONFIGURAÇÃO
DO DELITO DO ART. 205 DO CÓDIGO
PENAL. CONFLITO CONHECIDO
PARA DECLARAR COMPETENTE O
JUÍZO FEDERAL SUSCITANTE.
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território
estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de
1993)
É aliciamento, seduzir ou angariar trabalhadores mediante fraude para trabalho no exterior com
falsas promessas de condições de trabalho e salário.
Núcleo do tipo:
Tutela o interesse do Brasil em manter seus trabalhadores, a mão de obra, em territorio nacional.
Objeto material:
Sujeito ativo:
Sujeito passivo:
Elemento subjetivo:
Consumação e tentativa:
Trata-se de crime formal, dispensa-se a efetiva saída dos trabalhadores do Brasil, consuma-se já
com o recrutamento mediante fraude, sendo um crime de resultado cortado ou de consumação
antecipada.
É possível tentativa.
Ação penal:
Pública incondicionada..
Competência:
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do
território nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de
29.12.1998)
REFERÊNCIAS:
https://www.peticoesonline.com.br/art-205-cp#:~:text=Art.,a%20dois%20anos%2C%20ou%2
0multa.&text=PENAL.
https://thomsonreuters.jusbrasil.com.br/doutrina/secao/1620615157/331consideracoes-inicia
is-capitulo-33-exercicio-de-atividade-com-infracao-de-decisao-administrativa-art-205-direito-
penal-parte-especial-arts-155-a-234-b
https://www.peticoesonline.com.br/art-206-cp#:~:text=Art.,(tr%C3%AAs)%20anos%20e%20
multa.
SOUZA, Luciano. art. 197 In: Souza, Luciano. Direito Penal: Parte Especial:
Arts.155 a 234-B. São Paulo (SP): Editora Revista dos tribunais. 2020.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: 10 ed. rev. atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Forense, 2014.