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TÉCNICOS FERROVIÁRIOS
Título: Data:
Estratégia de Manutenção de Superestrutura de VP EFC 31/05/2019
Solicitante: Área: Ferrovia:
David Abreu Manutenção de VP EFC
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 4
OBJETIVO E ESCOPO ................................................................................................................................... 4
2 TRILHOS .................................................................................................................................................... 5
INSPEÇÃO DE CAMPO E PREMISSAS DE SUBSTITUIÇÃO DE TRILHOS ................................................................ 5
2.1.1 Desgaste de Trilhos.......................................................................................................................... 5
2.1.2 Método Inspeção .............................................................................................................................. 5
2.1.3 Defeito Superficial - (Rolling Contact Fatigue – RCF) ...................................................................... 7
2.1.3.1 Método Inspeção Visual .............................................................................................................................. 7
2.1.3.2 Método Inspeção Mecanizada – Carro Controle (CC) ................................................................................... 7
2.1.4 RCF em Solda Elétrica ou Solda Aluminotérmica ............................................................................. 9
2.1.5 Manutenção de Trilho instalado nas passagens em nível (PN) ........................................................ 10
2.1.6 Vida Útil ........................................................................................................................................ 10
2.1.7 Trilho de Alta Resistência, Super Perlítico (SP3) JFE Steel Corporation......................................... 11
2.1.8 Estoque de segurança e Desenvolvimento de fornecedores.............................................................. 12
2.1.9 Cuidados especiais para linha não renovada .................................................................................. 13
2.1.10 Cuidados especiais para trilhos em trecho singelo ..................................................................... 13
2.1.11 Reemprego e recolhimento de trilho ........................................................................................... 13
2.1.12 Cadastramento de trilho no Sistema SAP ................................................................................... 14
2.1.13 Boletim de substituição de trilho ................................................................................................ 14
ESMERILHAMENTO MECANIZADO DE TRILHOS E AMVS ............................................................................ 14
2.2.1 Estratégia de Esmerilhamento de Trilhos da EFC – Linha Principal ............................................... 14
2.2.2 Estratégia de Esmerilhamento de AMV da EFC – TU, AMV e PN ................................................... 18
2.2.3 Interseção entre a atividade das esmerilhadoras de trilho e AMV ................................................... 22
2.2.4 Comissionamento da nova frota de esmerilhadoras ........................................................................ 23
ALÍVIO DE TENSÃO TÉRMICA (ATT)......................................................................................................... 23
MODIFICADOR DE ATRITO TOPO DE TRILHO (TOR) ................................................................................... 24
ESTRATÉGIA DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA TRILHOS E SOLDAS ..................................................... 26
2.5.1 Pontos de atenção .......................................................................................................................... 27
2.5.2 Estudo de customização dos ciclos de inspeção mecanizada ........................................................... 27
2.5.3 Inspeção por ultrassom em soldas aluminotérmicas ........................................................................ 28
2.5.4 Inspeção por ultrassom em soldas elétricas móveis (flash butt) ....................................................... 28
2.5.5 Inspeção por ultrassom em soldas elétricas (estaleiro de soldas) .................................................... 28
3 APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA (AMV) ...................................................................................... 29
INSPEÇÃO DETALHADA DE AMVS DA LINHA TRONCO / RFSP..................................................................... 29
INSPEÇÃO DETALHADA DE AMV’S NO TFPM ........................................................................................... 30
3.2.1 Inspeção detalhada AMVs no Terminal Ferroviário de Carajás – TFCJ.......................................... 30
3.2.2 Inspeção detalhada AMVs no Terminal Ferroviário Sudeste do Pará – TFSP ................................. 30
PREMISSAS DE SUBSTITUIÇÃO DOS COMPONENTES DE AMV NA EFC.......................................................... 31
3.3.1 Linha Tronco ................................................................................................................................. 32
3.3.2 TFPM (Terminal Ferroviário da Ponta da Madeira) ...................................................................... 32
3.3.3 TFCJ – Terminal Ferroviário de Carajás ....................................................................................... 32
3.3.4 Premissas de substituição total dos componentes de AMV na EFC.................................................. 33
PREMISSAS PARA MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE AMVS ........................................................................... 33
3.4.1 Atividade para AMVs AREMA e Híbridos ....................................................................................... 34
3.4.2 Atividade para AMVs Tangenciais.................................................................................................. 34
3.4.3 Premissas para manutenção preventiva de AMVs na TFPM e TFCJ ............................................... 35
LUBRIFICAÇÃO/ LIMPEZA DE AMV AREMA ............................................................................................ 36
ESMERILAMENTO DE AMV ...................................................................................................................... 37
CORREÇÃO GEOMÉTRICA MECANIZADA DE AMV ...................................................................................... 37
4 DORMENTES ........................................................................................................................................... 39
INSPEÇÃO DETALHADA DE DORMENTES E FIXAÇÕES .................................................................................. 39
DORMENTES DE CONCRETO ...................................................................................................................... 40
4.2.1 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de concreto para linha corrida .......................... 40
4.2.2 Premissas para manutenção e substituição de dormentes de concreto ............................................. 41
4.2.3 Palmilhas Under Sleeper Pads para dormente de concreto ............................................................. 42
4.2.4 Premissas para cálculo de demanda de dormentes especiais de concreto para AMVs ...................... 43
4.2.5 Premissas para cálculo de demanda de dormentes especiais de concreto para contratrilho em OAE´s
43
DORMENTES DE MADEIRA ........................................................................................................................ 44
4.3.1 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de madeira em linha tronco, ramais, pátios,
terminais e desvios ferroviários.................................................................................................................... 44
4.3.2 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de madeira especiais para AMVs ...................... 48
DORMENTES DE AÇO................................................................................................................................ 49
4.4.1 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de aço em linha corrida .................................... 49
5 FIXAÇÕES FERROVIÁRIAS .................................................................................................................. 51
REVISÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS FIXAÇÕES ............................................................................................... 51
5.1.1 Premissas para cálculo de demanda de fixações ferroviárias .......................................................... 52
5.1.2 Contratrilho para OAEs ................................................................................................................. 54
6 JUNTAS ..................................................................................................................................................... 55
JUNTAS ISOLANTES .................................................................................................................................. 55
JUNTA METÁLICA .................................................................................................................................... 57
7 DESGUARNECIMENTO DE LASTRO................................................................................................... 59
7.1.1 Inspeção de Lastro Ferroviário ...................................................................................................... 59
7.1.2 Inspeção de Lastro após o Desguarnecimento ................................................................................ 61
7.1.3 Premissas para o Desguarnecimento Total do Lastro ..................................................................... 61
8 GEOMETRIA DE VIA FÉRREA ............................................................................................................. 64
CORREÇÃO GEOMÉTRICA CÍCLICA ............................................................................................................. 64
CORREÇÃO GEOMÉTRICA APÓS SUBSTITUIÇÃO DE DORMENTES E TRILHOS .................................................. 66
9 SOLDA ALUMINOTÉRMICA................................................................................................................. 67
FERRAMENTAL E MATERIAIS .................................................................................................................... 67
SOLDA DE REPARO DE BOLETO .................................................................................................................. 68
APLICAÇÃO DE SOLDAS ALUMINOTÉRMICAS EM TRILHOS ........................................................................... 69
9.3.1 Substituição de TLS........................................................................................................................ 69
2
9.3.2 Trilhos fraturados: ......................................................................................................................... 70
9.3.3 Defeitos em trilhos e soldas detectados por ultrassom ..................................................................... 70
9.3.4 Soldas fraturadas ........................................................................................................................... 70
SOLDAS DE APARELHO DE MUDANÇA DE VIA – AMV ............................................................................... 70
SOLDAS PARA SUBSTITUIÇÃO DE JUNTAS ISOLANTES (JIC) ......................................................................... 71
TRILHOS DE TRANSIÇÃO .......................................................................................................................... 71
SOLDA ALUMINOTÉRMICA EM TRECHOS SINGELOS ................................................................................... 71
10 PASSAGEM EM NÍVEL........................................................................................................................... 72
INSPEÇÃO DETALHADA ....................................................................................................................... 72
MANUTENÇÃO .................................................................................................................................... 72
10.2.1 Inspeção visual sensitiva supervisão .......................................................................................... 72
11 ESTALEIRO DE SOLDAS ....................................................................................................................... 74
12 ESTRATÉGIA DE MANUTENÇÃO – EQUIPAMENTOS DE PEQUENO PORTE ............................. 78
13 SOLDAGEM ELÉTRICA MÓVEL.......................................................................................................... 79
14 MANUTENÇÃO EM LINHA SINGELA ................................................................................................. 81
15 SISTEMA INFORMATIZADO ................................................................................................................ 82
CADASTRAMENTO DE TRILHO NO SISTEMA SAP ................................................................................... 82
16 AUTORES ................................................................................................................................................. 83
17 COLABORADORES................................................................................................................................. 83
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1 INTRODUÇÃO
OBJETIVO E ESCOPO
Este documento tem como objetivo definir/revisar a estratégia de manutenção dos ativos
ferroviários de superestrutura de via permanente para a elaboração do Plano Diretor de Manutenção
da Estrada de Ferro Carajás – EFC.
Atividades referentes à infraestrutura ferroviária, como: pontes, túneis, taludes, aterros, bueiros,
passagens (em nível e inferiores), supressão vegetal, estradas de acesso, passarelas e plataformas
ferroviárias estão apresentadas no DOCTEC 16.030, disponível no portal da Engenharia
Ferroviária.
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2 TRILHOS
É obrigatória a prospecção de trilhos assentados na via, essa prospecção deve ser uma
combinação entre Carro Controle e dados fornecidos pelas equipes de campo. As prospecções
devem ser direcionadas para quantificar vida útil e mapear os modos de falha como: Desgaste, RCF
(Rolling Contact Fatigue), defeitos internos (ultrassom).
A área de confiabilidade deve ter controle do modo de substituição de trilhos e controlar
separadamente o percentual de troca de trilhos segundo cada um dos modos de falha. Esses
indicadores devem ser compartilhados com a área de planejamento e engenharia, sempre no
primeiro trimestre de cada ano, em prol de dimensionamento futuro de demanda de substituição de
trilhos.
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Tabela - Categorização por faixa de desgaste de trilhos
Faixa de Desgaste Categorização
Desgaste < 10% LEVE
≥ 28% SEVERO*
≥ 31% SUBSTITUIÇÃO
* Conforme PGS do carro controle: toda massa de trilhos que for categorizado como SEVERO
(28%) já será classificada como prioridade (P2) para monitoramento pela área de confiabilidade.
Quando atingir o limite de 31% deve ser classificado como prioridade (P1) e substituído em no
máximo 60 dias. Caso atinja valores superiores a 32% já se faz obrigatório adotar medidas de
restrição de velocidade de via em prol de se proteger o trilho contra provável fratura.
Por outro lado, trilhos na categoria de desgaste pesado (20 a 28%) devem ser priorizados
para substituição apenas se apresentarem defeito superficial (RCF) de categoria pesado e/ou severo.
Também deve ser priorizado para substituição caso a via apresente defeitos graves de geometria
ou caso o TLS apresente histórico prévio de surgimento de defeitos internos detectados pelo
ultrassom.
RCF severo pontual, presente em região de solda elétrica, deve ser tratado conforme
capítulo específico do assunto neste documento. RCF severo pontual, presente em região de solda
aluminotérmica deve ser retirado através da utilização da solda elétrica móvel (flashbutt).
A medição do desgaste do boleto será feita por meio do sistema de leitura e medição de
perfil do Carro Controle. A área total desgastada do boleto será obtida em função da relação de
sobreposição de um perfil de referência e os perfis medidos no campo nas duas fileiras de trilhos.
Segue abaixo exemplo.
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Figura: Detalhe da sobreposição de um perfil de referência e um perfil medido no campo.
A premissa adotada para inspeção da condição superficial do trilho tem seu foco
direcionado para o planejamento de aquisição e de troca de trilho, auxílio na estratégia e o
planejamento do esmerilhamento mecanizado, a redução de quebras de trilho devido RCF críticos
e, a mitigação de riscos de ocorrências ferroviárias.
A saber que o projeto de aquisição das novas esmerilhadoras da EFC já contempla
tecnologia de identificação de RCF (sistema RailScope), assim como o carro controle também já
possui tecnologia similar (sistema BVSYS). A área de confiabilidade deve ter indicadores de
controle destes defeitos e, no primeiro trimestre de cada ano, apresentar à engenharia um
mapeamento de locais críticos de aparecimento de defeitos RCF.
A inspeção visual de trilhos ocorrerá uma vez por ano, sempre no último trimestre. Esta
inspeção deverá ser feita a pé, auto de linha ou mesmo em acompanhamento de viagem do carro
controle. Deve ser conduzida por dois técnicos que farão a inspeção sobre a via. Cada técnico
deverá inspecionar uma fileira de trilho.
Esta inspeção não poderá e nem deverá ser feita andando pela lateral da via. A extensão de
trilho comprometida por defeito RCF deve ser estratificada por distrito ferroviário e, distribuída
por grau de categorização, ou seja, extensão de RCF LEVE, MODERADO, PESADO e SEVERO.
A inspeção será de responsabilidade do distrito, tendo acompanhamento orientativo das
áreas de Confiabilidade VP.
Outro método pelo qual a inspeção de trilhos deverá ser feita é a mecanizada. O carro
controle neste método é a principal ferramenta para aquisição simultânea dos defeitos durante
realização da inspeção de geometria da via. A inspeção para levantamento dos defeitos deve ser
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bimestral e, o tratamento dos dados tem que ser disponibilizado por fileira de trilho, curva e
tangente. Em razão da limitação tecnológica (grau de resolução da imagem) no sistema
RAILCHECK, fabricante BySys, este método deve prospectar somente defeitos RCF nas
categorias PESADO e SEVERO. Isso, em razão destes defeitos apresentaram visível perda de
material, o que, facilita sua detectibilidade pelo sistema.
Sendo assim, a proposição para priorização dos defeitos em toda extensão de trilhos nas
condições de degradação de RCF (Defeito Superficial) SEVERO e PESADO, deve ser entendidos
como prioridades para substituição.
Para atendimento a substituição de trilhos com RCF, a orientação é praticar envio de barras
(TLS) CUSTOMIZADAS, com barras dimensionadas entre 96 a 360 metros de comprimento. Isso
significa que o comprimento das barras tem que ser sob medida, refletindo assim, a necessidade
real de trilho a ser trocada. Desta maneira, o desperdício de recurso e elevação dos custos de
manutenção da via serão evitados. A seguir, a classificação de níveis de degradação do trilho por
defeito superficial (RCF).
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• Barras (TLS) > 48m que, mesmo apresentando condição superficial do boleto livre de RCF,
tenham histórico de ocorrência de 3 defeitos internos e/ou fraturas;
• Trilhos de um fabricante especifico, que comprovadamente mostre alta taxa de ocorrências
de falhas;
• Trilhos e barras cuja combinação de RCF versus Desgaste reúna condições técnicas
favoráveis para elevar riscos de fraturas;
• Qualquer outra condição cujo julgamento técnico da área de confiabilidade e/ou engenharia
ferroviária, aponte necessidade de troca;
• Trilhos que, comprovadamente sejam detentores de falha de processo de fabricação ou de
origem associada às condições operacionais, estado da via e/ou de deficiências nas práticas
de manutenção vigente;
• Trilhos que, em intervalo de 100 metros, apresente 4 (quatro) ou mais soldas
aluminotérmicas;
As orientações para soldas elétricas instaladas na via, cujo desempenho tem sido
comprometido por defeitos superficiais de RCF, tipo SQUAT, categorias PESADO e SEVERO,
dispostos de modo pontual (spot), ou sequenciados (solda a solda) em intervalos de 24m, devem
ser submetidos a tratamento corretivo adequado. O propósito deste tratamento é reduzir estresses
causados por forças dinâmicas no contato Roda-Trilho sobre SOLDAS ELÉTRICAS defeituosas,
mitigar riscos de quebras de trilhos e, reduzir custos operacionais na linha da EFC.
Para os defeitos de RCF categorias LEVE e MODERADO (fotos A-A1 e B-B1) na figura
abaixo, é orientado que sejam submetidos à prática de esmerilhamento mecanizado.
Para defeitos MODERADOS, orienta-se atuação junto à engenharia ferroviária para
avaliação do melhor cenário a ser aplicado (esmerilhamento corretivo, substituição da barra ou
cenário que melhor se adequar).
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Figura: Padrão recomendado para mapeamento de defeito de RCF tipo SQUAT em SOLDA ELÉTRICA na linha da
EFC. Fonte: Engenharia de Via Permanente, JRSF.
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2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Vida útil de trilhos na EFC 881 974 1000 1050 1150 1300 1400 1500 1500
Estima-se que com a aquisição da nova frota de esmerilhadoras, num período médio de 5
anos (2024) a EFC atingirá a vida útil de 1500 MTBT para trilhos. A saber que na EFC existem
trilhos que já conseguem atingir esta vida útil. Por exemplo, existe uma demanda considerável de
trilhos UHC 2008, 2009 e 2010, estes trilhos possuem carga transportada próximo ao
benchmarking pretendido.
Linha de corte de vida de trilho recomendada para elaboração da curva de volume de troca
de trilho deve ser elaborada a partir da análise descrita no acima. Para fins de base orçamentária, o
vencimento de vida útil dos trilhos não é suficiente para substituição. A vida útil apresentada acima
uma projeção, porém a troca dos trilhos deve ser direcionada pelos fatores já apresentados nesta
estratégia (defeitos RCF, defeitos internos e desgaste de boleto). Daí ressalva-se a importância da
área de confiabilidade apresentar, no primeiro trimestre de cada ano, indicador do percentual de
troca de trilhos, segundo os modos de falha.
2.1.7 Trilho de Alta Resistência, Super Perlítico (SP3) JFE Steel Corporation
• Aplicar de modo predominante em curvas e em linhas com dormente de concreto cuja via
não mostre sinais de excessiva rigidez devida à severa contaminação lastro;
• Aplicar na linha tronco, incluindo RFSP, nas condições descritas acima;
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• Aplicar do modo spot em linhas de dormente de madeira onde a taxa de dormentação
inservível esteja adequada aos parâmetros da estratégia de manutenção de dormentes de
madeira e onde condição do sistema de fixação não ofereça risco de bitola larga (wide
gauge) folga de bitola;
• Aplicação em área de maior risco operacional: pontes, túneis e singelas permanentes.
a) Estratégia de manutenção;
A política para testar novos trilhos na linha principal obedece aos seguintes drivers
(direcionadores) estratégicos:
• Desenvolvimento de novas usinas de trilhos para ampliar o leque de opções;
• Aumento de desempenho quanto aos modos de falhas Fadiga, Desgaste e RCF, visando
aumento de Vida útil e redução do custo de manutenção do trilho;
• Alívio de fluxo de caixa em cenários de crise no mercado do minério de ferro.
Para o período de 2020 – 2024 serão submetidos a teste de campo em linha nova de dormente
de concreto os seguintes trilhos:
• LAHS 390HB da ARCELOR MITTAL (Gijón);
• DHH400 da NIPPON STEEL & SUMITOMO METAL;
• HH 370 da EVRAZ Rússia;
• HEX da NIPPON STEEL;
• UHC 400 XR da Voest Alpine;
• Outros trilhos que a engenharia, em parceria com a área de suprimentos, verificar
viabilidade técnica e comercial
Para o orçamento de 2020 solicita-se que seja considerado uma quantidade adicional de
2.000 toneladas de trilhos, esta quantidade será distribuída entre os trilhos testes que
potencialmente possam ser aplicados na EFC.
Ainda se ressalta a necessidade de se haver um estoque de segurança de no mínimo 4.000
toneladas de trilhos disponíveis no estaleiro de soldas. A função deste estoque é criar um pulmão
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emergencial para ser usado em casos esporádicos de deficiência no fornecimento de trilhos. Caso
seja usado parte deste estoque, o mesmo não deve ser utilizado como trilho de manutenção. Ao fim
de cada ano, esse estoque de segurança deverá ser substituído por trilho adquirido em, no máximo
2 anos, para se garantir a rotatividade dos materiais e também evitar armazenamento contínuo de
trilhos, fator que pode causar oxidação aos trilhos e reduzir a performance dos mesmos.
Trilhos de reemprego (Tennessee, Colorado, Krupp, CSN, Huta Katowice, NSC, NKK,
Sydney Steel, Corus, ou qualquer trilho com data de fabricação superior a 15 anos) devem ser
substituídos durante a etapa de renovação. Demais trilhos cuja combinação: condição superficial
do boleto (RCF pesado ou severo) ou com desgaste acima de 20% (antes da renovação) reúnem
altíssima probabilidade de entrarem em colapso (fratura) em serviço. Em razão disso, devem ser
inseridos no planejamento de troca, visando mitigar risco de descarrilhamento.
• Inspeção por ronda à pé com cobertura quinzenal em todos os trechos de singela, inclusive
nas PNs;
• Garantir taxa de JM/km = 0,3 na linha corrida e eliminar JM em regiões de pontes;
• Esmerilhamento mecanizado customizado, incluindo esmerilhamento na região das PN’s;
• Ciclo de inspeção por ultrassom em, no máximo, 20 dias.
• Contratrilhos conforme ET-Y-45;
• Solda entre trilhos com no máximo 3mm de diferença de altura;
• Diferença máxima de 10% entre desgaste de trilhos (direito/esquerdo) alocados em
tangentes;
• Execução de correção geométrica em no máximo 15 dias após a substituição de TLS.
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• Reemprego de trilhos com desgaste máximo de 20%. Os trilhos têm que estar livre de
trincas ou qualquer RCF nas categorias moderado, pesado e Severo, livre de deformações e de
corrosão superficial na região do patim, em especial na parte inferior;
• Nenhum trilho com histórico de defeitos de fabricação deve ser reutilizado na linha da EFC;
• Nenhum trilho que tenha sido retirado por defeito interno (ultrassom) poderá ser utilizado
para reemprego.
• Não é permitido a transposição de trilhos, em curvas, na linha principal da EFC.
O cadastro de trilho no sistema SAP dever mantido atualizado constantemente. Para isso,
as operações de troca e de instalação devem ser mantidas em rotina diária de atualização no sistema
pelo Distrito. A Engenharia Ferroviária poderá efetuar inspeções e monitoramento de campo para
avaliar grau de aderência entre trilhos trocados versus e cadastrados no sistema.
Boletim para
substituição de trilho - final.xlsx
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• Esmerilhadora de Trilhos PGM 96:
• Linha 01 da EFC = 836,018* km;
• Linha 02 da EFC = 800,353* km;
• Linha 01 do RFSP = 85,431* km;
• Total = 1.731,242 km
*estão sendo desconsideradas as extensões dos TU’s, AMV’s, TE’s e PN’s.
Por se tratar de singela, as regiões da reserva indígena Mãe Maria e a Ponte do Rio
Tocantins recebem um tratamento especial, com 3 passes de esmerilhamento por ciclo. Na singela
da região acima do pátio de Parauapebas, são considerados 2 passes por ciclo, pois a carga trafegada
no local é apenas da Serra Norte. Além disso, devido ao grande volume trafegado na linha 02 em
ligação com a saída do TFCJ e a entrada do TFPM, também são contemplados 2 passes por ciclo
nesses trechos.
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A estratégia de esmerilhamento de trilhos admite a realização de múltiplos passes em locais
além dos mencionados acima, desde que sejam orientados pelo programa do ciclo de
esmerilhamento divulgado pela Engenharia de Ferrovia ou por solicitações feitas para a
Confiabilidade de Via Permanente no PPB (Plano de Priorização Bimestral), com a avaliação do
inspetor de esmerilhamento.
A operação regular de esmerilhamento adota as seguintes premissas:
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Suave Moderado Pesado Severo
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Figura: Perfis de esmerilhamento
Atualmente, o perfil CPG é utilizado apenas nos trilhos novos, com desgaste menor que
1%. Para os trilhos com desgastes maiores que 1%, nas tangentes, são utilizados os perfis CPC e
CPF alternando-os entre os distritos de Via Permanente da EFC. Anualmente, esses perfis são
modificados.
O sistema de gerenciamento de atrito por modificação no topo do boleto (TOR – Top Of
Rail), instalados a partir de 2019, tem o intuito prolongar a vida útil dos trilhos e retardar os ciclos
de esmerilhamento nas regiões de Alto Alegre do Pindaré, Nova Vida e Açailândia. Desta forma,
estão previstos dois ciclos de esmerilhamento nos locais de instalação do TOR para 2020.
Entretanto, devido as adaptações à nova tecnologia, inspeções serão realizadas nestes locais, para
definição adequada na quantidade de passes de esmerilhamento a serem realizados no local.
Para realização do esmerilhamento no local de instalação da barra aplicadora do TOR, deve
ser realizada a sua desmontagem pela equipe de manutenção deste dispositivo. Nos ciclos que essas
regiões não forem esmerilhadas, a região do aplicador será transposta durante a atividade da PGM-
96.
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• Total AMV = 409
• Total TE (AMV pela reta) = 49
• Total PN = 79
O esmerilhamento de AMV deve ser planejado para atender as três condições abaixo:
Diferente do AMV tipo AREMA com jacaré de ponta fixa, o AMV tangencial e o híbrido
permitem o esmerilhamento na região do Jacaré de Ponta Móvel (JPM). Sendo assim, toda esta
extensão pode e deve ser esmerilhada pelo equipamento.
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Figura: Jacaré ponta fixa (esquerda) e ponta móvel (direita)
Devido ainda existir AMV’s na linha principal do modelo AREMA com agulha secante e
jacaré de ponta fixa, o esmerilhamento deste equipamento também poderá ser realizado com a
esmerilhadora de AMV. Porém, é permitido o uso de inclinação até 60° para a bitola na região da
agulha e no jacaré. Além disso, a ponta da agulha não deve ser esmerilhada, assim como toda a
região do núcleo do jacaré (pata de lebre e ponta). Essas regiões deverão ser cuidadas com a
esmerilhadeira manual, observando o perfil aplicado pela esmerilhadora LRG-15 e realizando uma
região de convergência.
Os AMV’s na EFC são esmerilhados com o perfil CPC modificado, com um leve alívio na
região da bitola. Como a região da agulha do AMV não possui a inclinação do trilho, o
esmerilhamento deve ser responsável por executar um alívio no canto da bitola, a fim de reduzir o
contato excessivo da roda nesta zona do boleto.
Para manter uma condição mínima de manutenção preventiva de esmerilhamento no AMV,
os ciclos deverão ser realizados em intervalos máximos de 30 MTBT. Porém, a baixa
disponibilidade do equipamento atual não permite estabelecer este critério. Portanto, os ciclos
deverão ser mantidos com o propósito preventivo, mas o serviço a ser realizado deverá compensar
o alto MTBT trafegado, com adição de passes e redução de velocidade de trabalho.
Baseado nesta condição, o ciclo de esmerilhamento de AMV para 2020 é apresentado
abaixo:
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• Priorização da operação do equipamento durante o período chuvoso (dezembro a
maio);
• Realização dos maiores planos de manutenção do equipamento no período seco (junho
a novembro);
• Cumprimento do Regulamento de Manutenção Ferroviária (RMF) que limita a
quantidade de motores de esmerilhamento e seus subcomponentes inoperantes
(máximo de 02 motores em falha, sendo admissível apenas 01 motor em cada lado);
• Disponibilidade operacional mínima de 60%;
• AMV’s das singelas Mãe Maria e Ponte Rio Tocantins: 6 AMV’s ao total – programação
em um único turno de operação. Em decorrência do alto impacto no tráfego pela
interdição de manutenção, é admitido no máximo, dois turnos de operação da
esmerilhadora para o esmerilhamento dos 6 AMV’s.
• AMV’s da singela de Parauapebas: 2 AMV’s ao total – Considerar como a programação
de um TU (1,5 hora), devido ao deslocamento entre os dois AMV’s.
• AMV’s da linha 3 KM 717-721 (antigo pátio da Locação 47): 2 AMV’s ao total –
deverão ser considerados como TE isolado, esmerilhando apenas pela reta.
• AMV’s do RFSP: 8 ao total – considerar como duas janelas de operação, sendo 4 AMV’s
por turno, devido a distância entre eles.
10 km/h a 12
AMV Novo 3 AMV recém instalado, sem defeito superficial
km/h
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RCF Pesado 6 8 km/h RCF’s evidentes, com destacamento de material
22
neste local, a esmerilhadora de AMV LRG-15 deverá iniciar o trabalho 50m antes e concluir 50m
depois da posição da PN. O inspetor de esmerilhamento de AMV deverá avaliar previamente se a
região da PN possui condições de esmerilhamento, como o espaçamento entre o trilho e a estrutura
da PN e a desobstrução do vão.
Para o esmerilhamento de TE, a esmerilhadora de AMV deverá realizar o trabalho apenas
na posição de reta do AMV, exceto se recomendado pela engenharia para o esmerilhamento
completo do ativo. Como não há placa de SB instalada na região do TE, deverá ser observado o
ponto de interrupção e retorno do trabalho da esmerilhadora de trilhos PGM-96 e adotar esses locais
como referência. Assim, deve-se realizar o esmerilhamento 50m antes e 50m depois dos pontos de
interrupção e retorno identificados, respectivamente.
Mesmo com a definição da interseção de trabalho entre os dois equipamentos, a equipe da
Esmerilhadora de AMV LRG-15 tem a obrigatoriedade de inspecionar visualmente o local para
confirmar o ponto de interrupção do serviço da Esmerilhadora de Trilhos PGM-96. Se for
encontrada qualquer anomalia no esmerilhamento realizado na região de transição, a
Esmerilhadora de AMV LRG-15 deverá estender o seu trecho e refazer o esmerilhamento no local
das marcas de corte irregular.
23
seus valores mínimos e máximos não gerem esforços capazes de provocar a flambagem da linha à
temperatura máxima ou ruptura dos trilhos, soldas ou dos parafusos de junta à temperatura mínima.
Entretanto, na prática, se aceita que o reajustamento de barras se realize dentro de uma faixa
confiável de temperatura (Faixa de Temperatura Neutra) ou fora dela, quando se impõe ao trilho
as condições a que estaria submetido à Temperatura Neutra de Referência.
A operação necessária a promover as condições ideais para o desenvolvimento de tensões
mínimas nos trilhos, decorrentes das variações de temperaturas, denomina-se "Alívio de Tensões
Térmicas" (ATT). Este ATT é executado na Faixa de Temperatura Neutra (FTN) por processo
natural ou, também, fora dela, quando se reproduz as condições do processo natural da FTN por
alongamento das barras para temperaturas inferiores ou por resfriamento para temperaturas
superioras.
Para realização do ATT, serão adquiridos em 2020, os roletes para utilização em ombreira
de fixação fastclip, assim como martelos de bronze para a execução da atividade. Complementando
esses recursos, será adquirido um instrumento para medição de tensão residual a fim de monitorar,
por amostragem, pontos que estão com tensão imposta pela instalação do trilho.
Está sendo desenvolvido um sistema de monitoramento remoto de temperatura dos trilhos
na EFC, com implantação final em 2020. Este artifício poderá ser utilizado para verificação da
temperatura de instalação dos trilhos, realizando assim, um controle de qualidade. Da mesma
forma, este sistema fornecerá informações de locais que necessitarão do ATT. Em longo prazo,
com a obtenção de valores de temperatura dos trilhos plurianual, a Faixa de Temperatura Neutra
será revisada na EFC, por cada região da ferrovia.
24
Entre os projetos aprovados no plano de transformação digital (PTD) está incluso a
instalação de 40 equipamentos modificadores de atrito na região de Açailândia, Nova Vida e parte
dos distritos de Alto Alegre e São Pedro. Entre os anos de 2018 a 2020 os custos relativos ao projeto
estão inclusos no PTD. A partir de 2021 faz-se necessário acrescentar os custos do processo no
orçamento da via permanente.
A primeira etapa da implementação dos modificadores de fricção se concentrará na parte
mais crítica da ferrovia em relação às tensões de tração e curvaturas mais acentuadas. A figura
abaixo mostra o mapa de altimetria do EFC, destacado (pelo quadro verde) está a área onde os
equipamentos serão instalados. Neste primeiro momento, o gerenciamento de atrito estará com
foco entre os quilômetros 330 a 585 da ferrovia (regionais de Nova Vida e Açailândia).
Abaixo está listado o local onde os equipamentos serão instalados na linha principal:
25
535 200 Açailândia 408 740 Nova Vida
529 430 Açailândia 401 250 Nova Vida
524 50 Açailândia 396 400 Nova Vida
517 300 Açailândia 390 940 Nova Vida
511 900 Açailândia 383 500 Nova Vida
505 0 Açailândia 377 100 Nova Vida
497 300 Açailândia 370 500 Nova Vida
491 210 Açailândia 363 300 Nova Vida
484 600 Açailândia 358 750 Alto Alegre
478 200 Açailândia 352 200 Alto Alegre
471 200 Açailândia 346 0 Alto Alegre
464 850 Nova Vida 340 300 Alto Alegre
459 600 Nova Vida 334 0 Alto Alegre
A saber que a não aprovação dos valores listados acima acarretam na interrupção do
programa de lubrificação da EFC e não atingimento dos marcos e ganhos financeiros levantados
no momento da concepção do projeto FE29 (PTD).
A Estratégia de Ensaios não Destrutivos para Trilhos e Soldas de 2020 a 2024 considera os
planos de duplicação e renovação da EFC e RFSP. Foi elaborada, a partir de análise dos dados da
área de preditiva e da Engenharia Ferroviária do Corredor Norte, considerando os níveis de riscos
potenciais de quebras de trilhos dos distritos. Seguem abaixo na Tabela 6 os intervalos definidos
para as inspeções sistemáticas mecanizadas por ultrassom:
26
Tabela - Ciclos de inspeção com Ultrassom
Local Inspeções¹
Linha tronco (linha 1 e linha 2) – ciclo de 30 dias 12²
Ramal Sudeste do Pará – RFSP – ciclo de 45 dias 8
TFPM – trafego de minério
TFPM – linhas de combustíveis 1
TFCJ – linhas dos silos
¹ Quantidade mínima aceitável de inspeções;
² As singelas permanentes deverão ser inspecionadas conforme a frequência definida no PGS de
Gestão da manutenção em singelas permanentes da EFC: 20 dias.
Deverá ser considerada uma reserva de km livres (a definir), a partir da geração do PDMF,
para atender os distritos com maiores potenciais de fraturas.
Necessidade de revisar a capacidade atual da frota de US, com a versão mais atual do
sistema de detecção para toda frota, além de avaliar a estrutura de análise para atender o seguinte
cenário:
• Crescimento exponencial da magnitude de stress sobre os trilhos devido aumento do
MTBT anual (volume);
• Atender premissas associadas á segurança do transporte de trem passageiro;
• Reduzir taxas de defeitos interno e/ou fratura / km;
• Atender aumento da malha L1, L2, terminais e RFSP.
27
4. Número de inspeções executada no ano anterior;
5. Meta de falhas por km do ano.
Toda solda aluminotérmica executada na Estrada de Ferro Carajás deverá ser inspecionada
por ultrassom, com utilização de aparelho manual, no intervalo entre 48 horas até no máximo 7
dias após a execução da solda.
Toda solda elétrica móvel executada na Estrada de Ferro Carajás deverá ser inspecionada
por ultrassom, com utilização de aparelho manual, no intervalo entre 48 horas até no máximo 7
dias após a execução da solda.
Toda solda elétrica executada nos estaleiros de solda da Estrada de Ferro Carajás deverá ser
inspecionada por ultrassom, com aparelho estacionário, ao final da linha de produção de TLS,
antes do carregamento no trem de trilhos.
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3 APARELHOS DE MUDANÇA DE VIA (AMV)
• Linha Tronco
• Terminal Ferroviário Ponta da Madeira
• Terminal Ferroviário Carajás
• Terminal Ferroviário Sudeste do Pará
• Ramal Ferroviário Sudeste do Pará
• Ramal Ferroviário Serra Leste
• Pátios Intermediários dos Distritos
Criticidade 2: É adotada para todos AMVs assentados em Terminais e Pátios com densidade
média de circulação de trens. Para o caso específico do TFPM ver observações de manutenção no
tópico 4.3.9.
29
No primeiro trimestre do ano, todos os AMVs com criticidade 1 e 2 deverão ser
inspecionados. Os dados obtidos na primeira inspeção do ano para os AMVs de criticidade 1 e 2 e
da última inspeção para os de criticidade 3 serão utilizados para elaboração do Plano Diretor de
Manutenção – PDM pelo Planejamento Estratégico.
O ciclo de Inspeção dos AMVs deve obedecer aos intervalos conforme segue:
− Pátio de Recepção:
• Inspeção detalhada – Mensal
• Inspeção visual – Quinzenal
− Pátio de Classificação/Formação:
• Inspeção detalhada – Trimestral
• Inspeção visual – Mensal
Para os AMV’s classificados com criticidade 3 a inspeção visual deverá ser realizada
semestralmente e a detalhada anualmente.
30
Obs.: Os AMVs tangenciais do RFSP instalados na Linha tronco no Ramo 300 deverão ter o
mesmo ciclo de inspeção determinados no item 4.3.1 deste documento.
A substituição dos componentes de AMV deve ocorrer conforme limites técnicos listados
na Tabela 8.
Tabela 8 – Limites Técnicos de substituição de componentes do AMV
Descrição Limites Técnicos
- Jacarés AREMA (inclui linha principal e pátios TFPM, TFCJ, TFSD) – O resultado da
diferença entre a profundidade de canal e o desgaste da asa deve ser maior ou igual a
Substituição de jacarés 39mm. A posição de medição varia de acordo com o número do jacaré, sendo para o plano
AREMA AREMA utilizado atualmente na EFC: Jacaré n°10 – medir a 5 polegadas da ponta prática;
Jacaré n° 12 – medir a 6 polegadas da ponta prática e Jacaré n°20 – medir a 10 polegadas
da ponta prática.
- 450 MTBT ou
Substituição de Jacarés
de Ponta Móvel em - Desgaste de 31% relativos à perda de massa do boleto dos trilhos na agulhagem do jacaré
Dormentação de ou
Concreto e/ou madeira
- Defeitos superficiais severos que venham a comprometer a segurança operacional
- Bitola 1600mm – Desgaste máximo admitido de 8mm.
Substituição de
contratrilhos - Para o caso específico dos AMVs 12 com dormentação em concreto com bitola 1604mm
o desgaste máximo admitido é de 6mm.
• 500 MTBT ou
• Desgaste lateral da agulha máximo admitido de 10mm ou
Substituição de • Desgaste vertical do trilho de encosto máximo admitido de 7mm ou
agulhas AREMA • Altura máxima da ponta da agulha admitida em relação à superfície de rolamento
(Reta) máxima de 22mm e mínima de 13mm (critério válido apenas para agulha com detalhe
6100 do Plano AREMA 221-03) ou
• Espessura da ponta da agulha admitida - mínima de 1,5mm e máxima de 3,2mm
(critério válido apenas para agulha com detalhe 6100 do Plano AREMA 221-03).
− 160 MTBT ou
− Desgaste lateral da agulha máximo admitido de 10mm ou
Substituição de − Desgaste vertical do trilho de encosto máximo admitido de 7mm ou
agulhas AREMA − Altura máxima da ponta da agulha admitida em relação à superfície de rolamento
(Reversa) máxima de 22mm e mínima de 13mm (critério válido apenas para agulha com detalhe
6100 do Plano AREMA 221-03) ou
− Espessura da ponta da agulha admitida - mínima de 1,5mm e máxima de 3,2mm
(critério válido apenas para agulha com detalhe 6100 do Plano AREMA 221-03).
Substituição de − 600 MTBT ou
Agulhas Tangenciais − Desgaste lateral da agulha máximo admitido de 11 mm no dormente 10 ou
(Reta) − Desgaste vertical do trilho de encosto máximo admitido de 7mm ou
31
− Defeitos superficiais severos que venham a comprometer a segurança operacional
Substituição de − 300 MTBT ou
Agulhas Tangenciais − Desgaste lateral da agulha máximo admitido de 11 mm no dormente 10 ou
(Reversa) − Desgaste vertical do trilho de encosto máximo admitido de 7mm ou
− Defeitos superficiais severos que venham a comprometer a segurança operacional
Substituição de • Agulha da Reta = 700 MTBT
Agulhas Curvas Nº12 • Agulha da Reversa = 350 MTBT ou
(Reta/Reversa) em • Desgaste lateral da agulha máximo admitido de 10mm ou
dormentes de concreto • Desgaste vertical do trilho de encosto máximo admitido de 7mm ou
• Defeitos superficiais severos que venham a comprometer a segurança operacional
Substituição de Jacaré
AREMA 12 em
dormentação de • 360 MTBT ou
concreto (jacaré ponta • Quando o resultado da diferença entre a profundidade de canal e o desgaste da asa
espessa e cauda de estiver menor ou igual a 39mm.
baixo impacto)
Para os AMVs AREMA considerar a obrigatoriedade da utilização de agulhas com corte Samson
(detalhe 5100 do Plano AREMA 221-08), conforme disposto a seguir:
32
3.3.4 Premissas de substituição total dos componentes de AMV na EFC
A manutenção preventiva dos AMVs deve ser realizada conforme ciclo estabelecido a seguir:
− Pátios e terminais (exceto TFPM, TFCJ e RFSP)
• Criticidade 1 – até 28 dias, sendo admissível no mínimo 21 dias e no máximo 35 dias;
• Criticidade 2 - até 56 dias, sendo admissível no mínimo 49 dias e no máximo 62 dias;
• Criticidade 3 - Sob demanda, dependendo da inspeção detalhada feita pela equipe de VP;
Obs.: Para os AMVs AREMA instalados na linha tronco manter o Plano Preventivo de 28 dias
com +/- 6 dias.
Obs.: Para os AMVs Tangenciais do Ramo 300 considerar as mesmas premissas adotadas para a
linha tronco.
Periodicidade
TU's.xlsx
33
3.4.1 Atividade para AMVs AREMA e Híbridos
Nesta atividade deverá ser realizado o esmerilamento manual do jacaré, das agulhas, dos
trilhos de encosto e intermediários, correções de nivelamento com socaria manual, alinhamento,
correção de cotas de salvaguarda, substituição de dormentes inservíveis, ajustes de agulha, barras
de conjugação e aparelhos de manobra/máquinas de chave, reaperto de parafusos.
Para as atividades com interferência na Máquina de Chave o trabalho deverá ser realizado
em conjunto com a equipe da Eletroeletrônica.
P.S.: A lubrificação do AMV Tangencial não é recomendada, salvo casos específicos, tais como:
• Problemas de geometria em que requer correção geométrica mecanizada;
34
• Problemas com roletes das agulhas ou jacaré (aguardando material);
• Outros problemas que impeça o bom funcionamento na movimentação por MCH.
O ciclo de manutenção preventiva dos AMVs deve obedecer aos intervalos determinados
conforme as prioridades (P01, P02, P03, P04) conforme a seguir:
PRIORIDADES
P-01 CICLO DE 20 DIAS
P-02 CICLO DE 28 DIAS
P-03 CICLO DE 60 DIAS
P-04 CICLO DE 90 DIAS
RESUMO
CIRCUITO TOTAL P-02 P-01 P-03 P-04
X-01 25 0 21 2 2
X-02 21 0 13 5 3
X-03 26 0 19 1 6
SOMA GERAL 72 0 53 8 11
Pátio de Classificação, formação, carga geral e oficina. Obedecerá a ciclos conforme a seguir:
154 10 P-02
155 10 P-03
CTR / CMR
156 12 P-03
157 12 P-03
158 12 P-03
236 12 P-03
147 12 P-02
146 12 P-02
185 12 P-03
184 12 P-03
178 12 P-03
177 12 P-03
179 12 P-03
180 12 P-03
176 12 P-03
TFPM 1
PIAL
166 12 P-03
167 12 P-03
35
168 12 P-03
162 12 P-02
163 12 P-03
165 12 P-03
161 12 P-02
164 12 P-03
160 12 P-02
AMV PADRÃO
A.R.E.M.A Abril 15..xls
Observação: As inspeções de campo foram orientadas por um estudo feito pela Engenharia
Ferroviária, baseado nas movimentações e solicitações de rotas para as MCHs.
Vale ressaltar que o documento anexo não tem caráter permanente, podendo ser
revisado à medida que a Rota de Fluxo dos trens que entram nos viradores de vagões for sendo
ajustada.
PS: Para maiores detalhes consultar DocTec 12389 - Limite desgastes e ciclos AMV TFPM
Rev1.
Criticidade Frequência
1 Semanal
2 Quinzenal
3 Mensal
36
ESMERILAMENTO DE AMV
Os ciclos de correção geométrica mecanizada para todos os AMVs de linha principal, pátios e
terminais serão:
• AMV Híbrido (Travador Elétrico) : 250 MTBT
• AMV Tangencial: 250 MTBT
• AMV AREMA com dormentação em madeira: 150 MTBT
• AMV AREMA com dormentação em concreto: 250 MTBT
Nos trabalhos de correção geométrica convencional de AMV considerar um passe com dois
recalques por passe.
Entende-se por dois recalques a atividade de elevar a grade efetuando o nivelamento, descer
o conjunto de socaria, efetuar o fechamento das ferramentas de soca e consolidar o lastro, elevar a
banca de socaria mantendo a linha suspensa pelo conjunto de nivelamento e efetuar nova
penetração e fechamento das ferramentas de soca para consolidação final do lastro.
Como regra geral, a extensão adicional de socaria nos AMVs da Linha Tronco adotada é
de no mínimo 30 metros após as placas de seção de bloqueio. O consumo de brita para realização
da atividade é de 53m³ por AMV, considerando:
Nos AMVs de pátio considerar um adicional de socaria de no mínimo 30 metros além do
avanço das agulhas e também além da perna do jacaré, na linha reta e desviada, ou até o encontro
do próximo AE (Avanço do Encosto) do AMV adjacente, quando for o caso.
Quando se tratar de AMVs Tangenciais, deverá ser considerada a correção geométrica
contemplando todo O TU (Travessão Universal) com abrangência das SBs (seções de bloqueio) de
entrada e saída destes, obedecendo à regra de avançar 30 metros após as mesmas. A socaria de
AMV tangencial deve respeitar a geometria do ativo atentando-se para a região do FAKOP,
mantendo o mesmo.
37
Para correção geométrica dos AMVs Tangenciais deve-se utilizar um equipamento de
grande com capacidade de corrigir geometricamente o AMV, tanto na reta quanto no desvio.
Equipamento igual ou superior à Socadora Plasser 09-475-4S.
Para o TFPM, TFCJ e TFSP, onde não haja controle por TBT, considerar:
Observar a regra adotada para estabelecer a criticidade de AMV para os TFPM e TFCJ citada
anteriormente.
38
4 DORMENTES
A matriz de dormentes para a linha tronco da EFC, para o Ramal Ferroviário Sudeste do
Pará e para o Ramal Ferroviário Serra Leste é de dormentes monoblocos de concreto protendido,
inclusive para os aparelhos de mudança de via, pontes lastradas e túneis.
Já a matriz de dormentes para os pátios e terminais é de dormentes de madeira reflorestada,
importada e/ou polímeros.
A estratégia de substituição dos dormentes de madeira por dormentes de concreto na linha
tronco da EFC se mantém através do processo de renovação de linha.
Esta estratégia de manutenção para dormentes se aplica a todas as linhas férreas da EFC, ou
seja, linha tronco, ramais, pátios, terminais e desvios ferroviários.
▪ Identificação da linha;
▪ Segmento;
▪ Posição quilométrica (km início e km fim).
▪ Tipo do dormente;
▪ Tipo da fixação;
▪ Identificação dos dormentes que garantam simultaneamente a bitola e o suporte à carga
vertical transferida pelos trilhos;
▪ Identificação das fixações que garantam simultaneamente a fixação do trilho ao
dormente e o isolamento da sinalização;
39
▪ Quantidade de dormentes inservíveis que não garantam simultaneamente, a bitola e o
suporte a carga vertical transferida pelos trilhos;
▪ Quantidade de dormentes inservíveis em soldas;
▪ Quantidade de dormentes inservíveis em juntas de trilho;
▪ Quantidade de dormentes faltantes (inexistentes);
▪ Quantidade de fixações faltantes (inexistentes) inclusive os elementos faltantes da
fixação;
▪ Quantidade de fixações inservíveis.
DORMENTES DE CONCRETO
4.2.1 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de concreto para linha corrida
40
4.2.2 Premissas para manutenção e substituição de dormentes de concreto
41
Dormentes com parte dos
elementos de fixação
Os elementos do conjunto de quebrados (ombreiras e
Para manutenção e recuperação
Conjuntos de fixação devem estar completos e insertos) e que não é possível
das fixações, ver capítulo de
fixação trabalhar solidariamente ao trilho fazer a recuperação. Dormentes
Fixações.
e ao dormente. em que os insertos não
permitem a aplicação completa
e correta do parafuso.
Dormente de concreto que
Os dormentes de concreto que
sofreu trincas, rachaduras,
sofreram impactos durante uma
Impactos de quebras, desgastes, exposição Considerar as ações referidas a
ocorrência ferroviária devem ser
ocorrências da ferragem e/ou perdeu sua cada tipo de defeito do dormente
verificados criteriosamente um a
ferroviárias função estrutural e defeitos (citados nesta Tabela).
um conforme os critérios
gerados pelas rodas de vagões
anteriores.
ou locomotivas.
Tabela – Principais critérios e condições para inspeção e aceite/refugo de dormentes de concreto durante
manutenção.
Deve ser dada a atenção para que não se faça reparo em dormentes de concreto que devam
ser considerados refugos, e sim necessitam ser substituídos.
Os dormentes de concreto que apresentarem ombreira quebrada deverão ser reparados com
a ombreira modificada. Neste caso não é necessário retirar os dormentes de concreto da linha férrea
para os reparos.
As palmilhas Under Sleeper Pads para dormentes se apresentam como uma excelente
alternativa, em termos técnicos e econômicos, para solucionar parte de importantes desafios da
EFC. O emprego de dormentes de concreto com USPs, resulta em uma menor deterioração e
desenvolvimento da qualidade da via, aumento de sua vida útil, menor necessidade de manutenção
e, por consequência, redução tanto no custo total de manutenção da via como também no custo do
ciclo de vida da superestrutura.
A estratégia de substituição dos dormentes de concreto na EFC, deve ocorrer considerando
que o novo dormente de concreto a ser instalado na linha já contemple em seu conjunto as palmilhas
de elastômeros micro celulares de aplicação na base de dormente monobloco de concreto
protendido, que também são conhecidas como “Under Sleeper Pad – USP”.
Abaixo temos o critério de criticidade de aplicação das palmilhas USP na EFC:
42
A depender da velocidade do aumento do IQL na via, em qualquer trecho da EFC, a
utilização de palmilha Under Sleeper Pad torna-se obrigatória.
4.2.4 Premissas para cálculo de demanda de dormentes especiais de concreto para AMVs
4.2.5 Premissas para cálculo de demanda de dormentes especiais de concreto para contratrilho
em OAE´s
43
De posse da data de entrada dos dormentes de concreto para AMV´s em operação, deverá
ser adotada uma vida útil de 35 anos para o levantamento do quantitativo e planejamento da
substituição de dormentes de concreto em OAE´s antes do final de vida útil. Esta vida útil foi
definida levando em conta os históricos de utilização do material na Vale, em outras ferrovias
“heavy haul” e o que consta na bibliografia técnica sobre o assunto.
Considerando que os dormentes de concreto para OAE´s danificados e/ou faltantes na linha
férrea causam falhas e defeitos na via permanente e não mitigam as consequências de
descarrilamentos, não é permitida a existência de dormentes de concreto danificados ou faltantes
na região de contratrilhos das linhas férreas da EFC e do RFSP. Para o levantamento do quantitativo
de dormentes de concreto para OAE´s a serem substituídos dentro do plano de manutenção,
deverão ser considerados os dados de dormentes de concreto para OAE´s inservíveis e faltantes
levantados na última inspeção de dormentes.
Considerando as peculiaridades dos dormentes especiais de concreto para OAE´s, todos os
dormentes inservíveis e faltantes identificados na região de contratrilhos deverão ser substituídos
imediatamente após a inspeção onde se identificou os dormentes danificados e/ou faltantes.
Também deverá ser mantido um estoque mínimo de dormentes especiais para OAE´s com
o intuito de atendimento a emergências que possam ocorrer em OAE´s com dormentes de concreto.
Este quantitativo leva em consideração o tempo mínimo necessário para a fabricação e a aplicação
de dormentes especiais de concreto para OAE´s.
A estratégia de substituição dos dormentes especiais de concreto contratrilho em OAE´s na
EFC, deve ocorrer considerando que o novo dormente de concreto a ser instalado na linha já
contemple em seu conjunto as palmilhas de elastômeros micro celulares de aplicação na base de
dormente monobloco de concreto protendido, que também são conhecidas como “Under Sleeper
Pad – USP”.
DORMENTES DE MADEIRA
4.3.1 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de madeira em linha tronco, ramais,
pátios, terminais e desvios ferroviários
Tabela - Grupos de linha por limites de tonelagem bruta trafegada diária. Fonte: Normas e Instruções Gerais de Via
Permanente da RFFSA.
44
Tabela – Taxa de dormente inservível admissível. Fonte: Normas e Instruções Gerais de Via Permanente da RFFSA.
A linha tronco da EFC não possui curvas com raio inferior a 350m, sendo assim, poderá ser
adotada a taxa máxima de dormentes inservíveis admissível de 20% por quilômetro. Entretanto,
além das taxas de dormentes inservíveis, em função da velocidade dos trens, perfil de trilho, carga
por eixo e tonelada bruta trafegada (TBT), existe uma quantidade máxima permitida de dormentes
inservíveis em sequência.
45
Como pode ser verificado na tabela mais acima, para fornecer um suporte adequado para o
desempenho dos trilhos, não se admite nenhum sequencial de dormentes identificados como
inservíveis.
Considerando as condições atuais e devido ao cenário de renovação total da via, a Estratégia
de Manutenção não considera a substituição de todos os dormentes de madeira identificados como
inservíveis.
Então, de posse dos relatórios da inspeção detalhada com o mapeamento das condições dos
dormentes individualmente, a definição da demanda necessária deverá ocorrer no mínimo para o
atendimento das exigências da ANTT apontadas no Art. 4° da resolução n°2748, de 12 de junho
de 2008 que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelas Concessionárias de Serviços
Públicos de Transporte Ferroviário de Cargas, no transporte de produtos perigosos.
“IX - nos trechos em tangente, entre dois dormentes inservíveis deve haver, no mínimo,
dois dormentes bons em sequência, limitados a taxa de 20% de dormentes inservíveis;
X - nos trechos em curva, entre dois dormentes inservíveis deve haver, no mínimo, três
dormentes bons em sequência, limitados as seguintes taxas de dormentes inservíveis:
a) 20% para curvas com raio maior ou igual a 350 (trezentos e cinquenta) metros;
b) 15% para curvas com raio maior que 250 (duzentos e cinquenta) metros e menor que
350 (trezentos e cinquenta) metros;
c) 10% para curvas com raio menor ou igual a 250 (duzentos e cinquenta) metros.”
Portanto, a quantidade necessária de dormentes de madeira para linha tronco, ramais, pátios,
terminais e desvios ferroviários a serem substituídos deverá ser calculada de forma que:
• nos trechos em tangente, entre dois dormentes inservíveis, tenha no mínimo dois dormentes
bons em sequência;
• nos trechos em curva, entre dois dormentes inservíveis, tenha no mínimo três dormentes
bons em sequência;
• não tenha dormentes faltantes;
• não tenha dormentes inservíveis ou faltantes em juntas de trilhos e em soldas;
• não tenha dormentes inservíveis ou faltantes em pontes e viadutos;
• a taxa de dormentes inservíveis por quilômetro seja menor que 20%.
46
Para a realização do levantamento quantitativo de dormentes de linha tronco, ramais, pátios,
terminais e desvios ferroviários a serem substituídos dentro do plano de manutenção, deverão ser
considerados os dados de dormentes inservíveis e faltantes levantados na última prospecção.
Os dormentes de polímero deverão ser considerados com o mesmo critério dos dormentes
de madeira.
Além da demanda levantada pela inspeção, deve-se prever um estoque de dormentes de
madeira de 1% sobre o volume total de dormentes aplicados na manutenção. Este estoque se faz
necessário para o atendimento de emergências que possam ocorrer nos trechos com dormentes de
madeira, polímero ou aço.
De posse dos números de demanda necessária para adequar a ferrovia aos parâmetros
mínimos necessários para garantia da segurança operacional do ano subsequente à prospecção, os
cálculos de demanda para os anos subsequentes serão realizados projetando-se uma taxa de
degradação de dormentes com base no histórico dos anos anteriores e na última prospecção
realizada.
Devido a grande variabilidade com relação à vida útil e a inexistência de histórico de data
de assentamento dos dormentes de madeira, define-se que a taxa para cálculo da demanda anual
será obtida fazendo-se uma média do incremento de degradação anual dos últimos 5 anos.
Segue exemplo ilustrativo, tabela abaixo, do cálculo de projeção anual:
Onde:
▪ Qtde (A): quantidade de dormentes inservíveis encontrada na inspeção;
▪ Taxa (A): Taxa de dormentes inservíveis encontrado da inspeção anual (quantidade de
dormentes inservíveis encontrados na prospecção divida pela quantidade de dormentes
existentes);
▪ Qtde (B): quantidade de dormentes substituídos;
▪ Taxa (B): Taxa de dormentes substituídos (quantidade de dormentes substituídos divida
pela quantidade de dormentes existentes);
▪ Qtde (C): quantidade de dormentes degradados anualmente (quantidade de dormentes
inservíveis encontrada na inspeção corrente menos a quantidade de dormentes inservíveis
47
encontrada na inspeção do ano anterior ao corrente mais a quantidade de dormentes
substituídos no ano anterior ao corrente);
▪ Taxa (C): Taxa de incremento da degradação anual de dormentes;
▪ Qtde (D): média aritmética da quantidade de dormentes degradados anualmente nos últimos
4 anos;
▪ Taxa (D): Taxa para projeção da demanda anual futura;
Para este cálculo de projeção da demanda anual futura, as inspeções devem contemplar
sempre o mesmo plano amostral.
Com o cenário de renovação da linha que está ocorrendo na EFC, dormentes de madeira
estão sendo retirados a eito e substituídos por dormentes de concreto. Então, deverá ser mantida a
atividade de segregação dos dormentes de madeira, classificando-os como:
• Dormente Tipo A – dormente para reemprego em linha principal, devendo possuir as
propriedades que permitam o cumprimento de todas as funções requeridas para um
dormente;
• Dormente Tipo B – dormente para reemprego em linha de baixo tráfego, baixa velocidade
ou linhas de desvio. Este dormente apresenta alguns defeitos que podem ser aceitos
considerando o local de aplicação do mesmo.
• Dormente Tipo C – dormente que apresenta qualquer tipo de defeito em toda a sua extensão,
inclusive apodrecimento, não podendo assim ser reempregado na linha férrea, devendo ter
outra destinação.
A demanda final de aquisição de dormentes de madeira será calculada diminuindo-se do
número da demanda, o número de peças que estão sendo segregadas e classificadas como Dormente
Tipo A para aplicação em linha corrida e como Dormente Tipo B para aplicação em pátios e
terminais.
4.3.2 Premissas para cálculo de demanda de dormentes de madeira especiais para AMVs
48
De posse dos números de demanda necessária para adequar os AMVs aos parâmetros
mínimos necessários para garantia da segurança operacional do ano subsequente à prospecção, os
cálculos de demanda para os próximos anos serão realizados projetando-se uma taxa de degradação
de dormentes especiais de AMVs utilizando a mesma metodologia para cálculo da demanda de
dormentes de madeira para linha corrida.
Portanto, a quantidade necessária de dormentes especiais de madeira para AMVs a serem
substituídos deverá ser calculada de forma que:
ii. na região fora da agulha e do jacaré, entre dois dormentes inservíveis, tenha no mínimo três
dormentes bons em sequência;
DORMENTES DE AÇO
A demanda de dormentes de aço para linha corrida deverá ser calcula conforme a
metodologia e Limites Técnicos utilizados para cálculo da demanda de dormentes de madeira para
linha corrida.
Diante do cenário de renovação da linha que está ocorrendo na EFC, os dormentes de aço
serão retirados a eito e substituídos por dormentes de concreto, porém, em alguns trechos os
dormentes de aço estão intercalados com dormentes de madeira, a Estratégia de Manutenção
considera que deverá ser realizada uma análise para definir sobre a homogeneização de tipos de
dormente nestes trechos para não impactar na produtividade do processo de renovação da linha, e
partir daí, calcular a demanda de dormentes conforme o tipo definido para cada trecho.
Os dormentes de aço deverão ser considerados com o mesmo critério, Limites Técnicos e
Estratégia de Manutenção dos dormentes de madeira.
Assim como ocorre com os dormentes de madeira, os dormentes de aço deverão ser
segredados e classificados como:
49
• Dormente Tipo A – dormente de aço para reemprego em linha principal, devendo possuir
as propriedades que permitam o cumprimento de todas as funções requeridas para um
dormente de aço;
• Dormente Tipo C – dormente que apresenta qualquer tipo de defeito em toda a sua extensão,
inclusive trincas, empenos e desgaste, não podendo assim ser reempregado na linha férrea,
devendo ter outra destinação.
50
5 FIXAÇÕES FERROVIÁRIAS
As fixações ferroviárias são elementos que têm a capacidade de manter a pressão de contato
do dormente ao trilho constante, garantindo sua fixação e o retensionamento da via, além de
absorver as vibrações e impactos inerentes à ação do tráfego ferroviário, e também manter o
isolamento do circuito de sinalização da ferrovia. Mas, para isto é necessário que o sistema de
fixação esteja completo e em pleno funcionamento.
A prospecção anual das fixações nos dormentes de concreto, madeira, polímero e aço já
foram descritas anteriormente no item de dormentes.
Tendo em vista estudos e análises dos resultados obtidos anteriormente a este documento,
na EFC e no RFSP os dormentes de madeira e polímero para linha corrida deverão ter fixação
elástica modelo e-clip 2009, e os dormentes de concreto para linha corrida deverão ter a fixação
elástica modelo fastclip FC 1600. Já os dormentes de aço deverão manter o modelo de fixação já
existente nestes dormentes, que é a fixação deenick com isolamento tri-partido.
A substituição da fixação deenick pela fixação e-clip 2009 nos dormentes de madeira para
linha corrida deverá ocorrer de maneira gradual, concomitantemente com a substituição dos
dormentes de madeira e também durante a revisão e consolidação das fixações.
As palmilhas railpads rígidas utilizadas nas primeiras renovações e duplicação da EFC em
dormentes de concreto não apresentaram o desempenho desejado. As mesmas estão danificando e
também contribuindo para os danos na região de apoio do trilho no dormente de concreto, sendo
inutilizadas antes do período de vida útil previsto, que é de 5 anos. Estudos demonstram que a
palmilha railpad utilizada atualmente nos dormentes de concreto tem área de contato com o trilho
e com o dormente de aproximadamente 60%, aumentando assim as tensões aplicadas no dormente
de concreto e contribuindo para a abrasão na região de assentamento do trilho.
A palmilha railpad resiliente de alto desempenho deve ser contemplada para as novas
aplicações em dormente de concreto, e isto abrange todas as demandas de manutenção, renovação
e construção de linha.
Para garantir que as fixações ferroviárias cumpram sua função requerida e a via permanente
tenha um bom índice de qualidade e desempenho, é necessário que todos os conjuntos de fixação
estejam completos e em funcionamento. Para isto é necessário que anualmente seja revisada e
consolidada as fixações ferroviárias ao longo de toda a ferrovia, garantindo assim o atendimento
do Limite Técnico das Fixações.
A revisão e consolidação das fixações consistem nos serviços de correção de bitola,
substituição de todos os elementos de fixação danificados e quebrados, aplicação de todos os
elementos de fixação faltantes, e o reaperto e/ou reposicionamento de elementos de fixação que
estejam frouxos ou posicionados de forma errada, quando necessário e apontado na prospecção de
fixações. Entende-se por elemento de fixação: placa de apoio, ombreira, tirefond, arruela dupla de
51
pressão, grampo ferroviário, palmilha, isoladores laterais e isolador de grampo ferroviário, tala de
junção de trilhos, parafusos, arruelas e porca para tala de junção de trilhos.
Os dormentes de concreto que estiverem com ombreira quebrada deverão ser recuperados
com o uso de ombreira modificada, sem a necessidade de retirar o dormente da linha férrea. Já os
dormentes de concreto que apresentarem desgaste por abrasão na região de assentamento do trilho
deverão ser recuperados com resina epóxi antes da colocação da nova palmilha, sem a necessidade
de retirar o dormente da linha férrea.
A Estratégia de Manutenção considera que os serviços de revisão e consolidação das
fixações deverão ser realizados anualmente em 20% da extensão da linha tronco da ferrovia, de
modo que ao final de cada 5 anos toda a fixação ferroviária ao longo da linha tronco da ferrovia
esteja revisada e consolidada. Estes serviços devem ser planejados e podem ser realizados
conjuntamente com os serviços de substituição de dormentes e/ou com os serviços de substituição
de trilhos.
No serviço de substituição de trilhos deverá ser contemplada obrigatoriamente a aplicação
de elementos de fixação faltantes e a substituição de palmilhas railpad, isoladores e grampos
ferroviários inservíveis.
Tabela – Principais critérios e condições para inspeção e substituição das fixações ferroviárias durante manutenção.
Tipo de Dormente Elemento de Fixação Vida Útil (anos) Critério para Substituição
- Ao atingir a vida útil, ou
- Estar danificado, perder sua função, ou
Grampo ferroviário fastclip 5
- O grampo deve medir carga menor que 900
kgf.
- Ao atingir a vida útil, ou
Ombreira (shoulder) 35
- Estar danificado e/ou perder sua função.
Dormente de
Concreto - Ao atingir a vida útil, ou
Palmilha railpad rígida 5
- Estar danificado e/ou perder sua função.
52
- Ao atingir a vida útil, ou
- Estar danificado, perder sua função, ou
Grampo ferroviário e-clip 2009 5
- O grampo deve medir carga menor que 900
kgf.
- Ao atingir a vida útil, ou
Dormente de Madeira Placa de apoio e-clip 15
- Estar danificado e/ou perder sua função.
e/ou Polímero
- Ao atingir a vida útil, ou
Tirefond SS8 24mm 5
- Estar danificado e/ou perder sua função.
53
5.1.2 Contratrilho para OAEs
A fim de garantir a segurança e gerar o menor impacto na manutenção da via permanente, será
adotado na EFC o uso de contratrilhos internos. De modo a garantir a função requerida do
contratrilho em obras de arte especiais, os mesmos deverão ter inspeção e manutenção periódica,
além de cumprir as premissas a seguir:
▪ Não deverão ter dormentes e nem fixação inservíveis na parte curva e parte reta do
contratrilho;
▪ A junção dos trilhos de contratrilho deverá ser feita com solda elétrica/aluminotérmica ou
com talas de junção, sendo que estas deverão ter todos os 6 parafusos aplicados e apertados;
▪ Não deverá ter nenhuma descontinuidade de trilhos de contratrilho;
▪ A aplicação dos trilhos do contratrilho deverá seguir os mesmos critérios da aplicação do
trilho de rolamento, com atenção especial à aplicação dentro da faixa de temperatura neutra;
▪ Em caso de descarrilamento e danos nos materiais do contratrilho, os mesmos deverão ser
substituídos imediatamente;
▪ Deverá ser mantido como estoque estratégico dois conjuntos de parte curva de contratrilho
(dormentes, chaparia, fixações, ponteira, etc.) para aplicação imediata em caso de danos em
contratrilhos aplicados na linha férrea.
54
6 JUNTAS
JUNTAS ISOLANTES
Para todo serviço de renovação mecanizada todas as JICs deverão ser substituídas.
55
Essa estratégia de manutenção das JICs, se aplica para os circuitos CV1 e CV2 e a todas as
JICs ao longo da EFC que não estejam intercaladas entre os circuitos CV3, inclusive nas OAE’s
(ex: a ponte de Tocantins). O ciclo de manutenção das JICs, devem obedecer a periodicidade da
manutenção preventiva dos AMVs.
Nos trechos com dormentes de concreto, todas as JICs, deverão ser instaladas em dormente
de concreto com tubulação interna para permitir a passagem dos cabos de sinalização e correção
geométrica mecanizada. A quantidade de dormentes de concreto com tubulação deve ser indicada
pela área da eletroeletrônica, conforme quantidade de cabos e posição.
56
Figura: Dormente de concreto com tubulação interna.
Fonte: Fornecedor Cavan.
JUNTA METÁLICA
As juntas de trilho metálicas são compostas por talas de junção, parafusos, porcas e arruelas
de pressão. As talas de junção são responsáveis pela união entre as extremidades de dois trilhos
garantindo o seu nivelamento e alinhamento para que funcionem perfeitamente solidários sob a
ação do tráfego ferroviário.
57
As inspeções e manutenções em Juntas Isolantes Coladas e Juntas Metálicas devem ocorrer
em conformidade com a tabela abaixo e determinado no PRO – 001160 – Manutenção de Juntas
EFC com periodicidade de 28 dias entre as manutenções.
Para o levantamento do quantitativo de componentes de talas de junção a serem
substituídas/aplicadas dentro do plano de manutenção, deverão ser considerados os dados de
fixações inservíveis e faltantes levantados na última inspeção detalhada de dormentes e fixações,
o consumo anual médio e também a vida útil dos componentes da junta metálica e a data de
aplicação dos elementos de fixação.
Para a diminuição e mitigação do afrouxamento dos parafusos das juntas metálicas, deve
ser utilizado porcas auto-travantes nas talas metálicas instaladas em trechos de grande impacto e
vibração. Após a eliminação das juntas metálicas, as porcas auto-travantes devem ser reutilizadas,
exceto nos casos em que elas estejam danificadas e sem condições de uso.
Para a realização do levantamento quantitativo das juntas metálicas de linha tronco, ramais,
pátios, terminais e desvios ferroviários a serem implementadas as porcas auto-travantes, deve-se
considerar dentro do plano de manutenção, os dados levantados na última prospecção com os
pontos que apresentam maiores desgastes e impactos na operação e manutenção.
Para que haja uma aderência a taxa admissível de Juntas Metálicas na EFC, deve-se definir
um plano de mitigação em conjunto com equipe de trilhos e soldas para eliminação de Juntas
Metálicas.
58
7 DESGUARNECIMENTO DE LASTRO
59
• Identificação do local (posição quilométrica, número da linha, sentido, etc.) – incluindo
coordenadas GPS se possível;
• Estado e condições de drenagem superficial;
• Data da última intervenção e motivos considerados para decisão da intervenção;
• Condições climáticas;
• Área localizada em corte ou aterro;
• Geometria do lastro (ombro, altura e largura);
• Fotos do local;
• Condição em que a via permanente se encontra (umidade excessiva, contendo grande
quantidade de finos, laqueados, defeitos superficiais em trilhos, etc.);
• Análise Granulométrica e definição do percentual de finos através do Índice de Qualidade
do Lastro – IQL da inspeção anterior.
• Quantidade e extensão de laqueados;
• Leira de desguarnecimentos anteriores;
• Condição dos dispositivos de drenagem dentro de túneis, pontes e viadutos lastrados;
60
7.1.2 Inspeção de Lastro após o Desguarnecimento
A vida útil do lastro na linha será em função da solicitação e de suas próprias características,
sendo a definição do plano de manutenção baseado em seu desempenho ou na análise mecanicista.
A compreensão do modelo baseado no desempenho necessita de uma análise significante do
histórico (tráfego, atividades de manutenção, condição da infraestrutura, clima, etc.).
O desguarnecimento total de lastro na EFC deve ocorrer conforme os limites técnicos propostos e
listados na Tabela abaixo.
Tabela – Limites Técnicos para desguarnecimento total de lastro na EFC.
61
O cálculo do consumo de lastro e projeção do serviço de desguarnecimento para os anos
seguintes deve ser estimado utilizando os dados das inspeções realizadas no ciclo do ano corrente
e o histórico de inspeções dos anos anteriores.
Sobre a influência da estação chuvosa nos serviços de desguarnecimento total de lastro na
EFC, devem ser consideradas as recomendações descritas no Documento Técnico 16.879, onde é
descrito o melhor período para se desguarnecer a linha:
Para que não tenha sua qualidade prejudicada em função da ocorrência de chuvas, os serviços de
desguarnecimento total de lastro deverão ser evitados nos períodos descritos abaixo:
Para estes períodos de dificuldade de trabalho devido ao período chuvoso, caso seja
executado os serviços de desguarnecimento, serão necessárias experiências de produtividade para
62
a Desguarnecedora de Lastro, que deverão ser conclusivas, para que a estratégia seja adotada com
critério técnico viável.
Quando o serviço de desguarnecimento de lastro for realizado durante o período de chuva,
o que não é recomendável, dados os danos que causa na plataforma ferroviária, não poderá em
hipótese alguma ter reaproveitamento do lastro retirado devido aos finos aderidos nos grãos da
brita.
Para a realização do serviço de desguarnecimento total de lastro, o trecho a ser
desguarnecido deverá ser previamente preparado, ou seja, deverão ser retirados todos os materiais
(trilhos, dormentes, material metálico de fixação, leiras de rejeito de desguarnecimento) da
plataforma, e os dispositivos de drenagem deverão estar em plena condição de funcionamento.
Caso o rejeito do desguarnecimento seja disposto ao longo da plataforma durante o serviço de
desguarnecimento, a retirada deste rejeito deverá ocorrer o mais breve possível de forma a não
comprometer a drenagem da plataforma.
Para confirmação dos limites técnicos está sendo realizado o Projeto Definição do Ciclo
Ideal de Desguarnecimento de Lastro na EFC, com foco na análise da mecânica do pavimento para
verificar o módulo de via ideal para o desguarnecimento em função da taxa de contaminação.
Pretende-se investigar também a altura de lastro abaixo do dormente e o PCV (Percentual de
Contaminação de Vazios) para se determinar a taxa de contaminação admissível para a EFC.
As inspeções e o desguarnecimento de lastro das linhas de pátios e terminais serão
priorizados pela área de Confiabilidade de Via Permanente.
63
8 GEOMETRIA DE VIA FÉRREA
Para todos os serviços de correção geométrica, vale ressaltar que conforme o RMF é proibida
a realização de correção geométrica com Socadora de Linha sem disponibilidade da Reguladora de
Lastro para complementação dos trabalhos.
Cíclica: Socaria preventiva contínua para manter as características geométricas da linha férrea, que
não será definida sua execução a partir de defeitos, mas pode ser considerada se ao longo do trecho
socado houverem trechos intercalados com defeitos identificados pela manutenção de via
permanente ou análise de degradação via carro controle e Módulo de Via;
Corretiva: Socaria solicitada a partir de um defeito localizado após inspeção ou medição do carro
controle e que apresenta risco operacional. Essa tem caráter exclusivo de socaria corretiva.
Os valores considerados para socaria cíclica e corretiva estão dispostos na tabela abaixo.
Local Ciclo
Os valores determinados na tabela acima poderão ser revistos a partir do momento que
forem conhecidos os índices de qualidade do lastro (IQL) previstos no tópico de desguarnecimento.
Para priorização das atividades (corretivas) deverão ser analisados os relatórios das inspeções do
carro controle ou dos dados obtidos através do cruzamento de parâmetros das inspeções com vagão
instrumentado e carro controle.
Os parâmetros e limites da tabela abaixo deverão ser adotados nas análises dos dados
obtidos nas inspeções por carro controle. Os resultados destas análises orientarão o planejamento
de correção geométrica, indicando quando e onde deverão ser programadas as intervenções na via
permanente.
64
O STD é um indicador adicional para análise das condições geométricas da via; o mesmo é
obtido pelo cálculo do desvio padrão dos dados de nivelamento longitudinal de cada fila de trilhos
coletados pelo carro controle, num bloco de 100 metros de via.
Pelas análises da Equipe de Confiabilidade da EFC ao longo dos últimos anos, valores de
STD acima de 1,6 mm indicam necessidade de intervenções e acima de 2,5 mm são considerados
como críticos.
Os valores das colunas “Limites de segurança”, caso atingidos, exigirão restrições de
velocidade, pois são limites últimos de segurança.
STD Nivelamento (25m) STD_Niv TG / CV 25 m 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0
Limite de bitola fechada Bitola- TG / CV -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13 -13
Nos trabalhos de correção geométrica Cíclica de Via Férrea considerar uma inserção e um
recalque apenas para cada passe no caso de utilização de dormentes de madeira, polímero e
concreto, e duas inserções com dois recalques por passe no caso de utilização de dormentes de aço.
Em trechos com dormentação mista (madeira e aço), a correção geométrica deve ser
executada socando inicialmente os dormentes de madeira; finalizada a socaria, a profundidade da
65
soca deve ser ajustada para dormentes de aço e um novo passe deverá ser realizado com dois
recalques nos dormentes de aço.
O levante médio fica próximo de 15 mm a 20 mm, o que representa a necessidade de
descarga de em média 126 m3 de brita por quilômetro de linha, considerando que o perfil de lastro
atual da ferrovia já não está conforme preconizado em projeto.
Nos trabalhos de correção geométrica após desguarnecimento de Via Férrea com dormentes
de aço deverão ser considerados seis passes com a máquina socadora efetuando dois recalques por
passe.
Nos trabalhos de correção geométrica após desguarnecimento de Via Férrea com dormentes
de madeira e concreto considerar quatro passes e um recalque apenas em cada passe.
66
9 SOLDA ALUMINOTÉRMICA
FERRAMENTAL E MATERIAIS
67
As soldas aluminotérmicas Railtech são compostas por Kits de solda. Cada kit deve conter:
▪ Cadinho, sendo 1unidade por solda;
▪ Kit de porção + forma tripartida, 1 kit por solda;
▪ Balde com pasta de vedação, com 10 Kg, aplica-se para 03 soldas;
▪ Tubo de pasta, 1 unidade aplica-se para 06 soldas.
Atualmente, estão homologadas para a EFC somente as soldas Railtech, sendo três
modelos: Normal, Reparo e Híbrida. Segue os detalhes:
▪ Solda Normal: possui um padrão de folga de 25±2mm, e diferença de altura do boleto de
até 6mm. A ser executada conforme padrão PRO 20966;
▪ Solda Híbrida: aplicação em casos cujo desgaste dos trilhos esteja entre 6,0mm até 8,0mm
– máximo (os critérios e padrões para aplicação estão descritos PRO 20966);
▪ Solda de Reparo: o padrão de utilização é para folgas de 68 ± 3mm (os critérios e padrões
para aplicação estão descritos no PRO 20966).
68
Será testada na EFC a solda aluminotérmica para reparo de boleto, solda modelo HWR
(Head Wash Repair). Esta solda foi desenvolvida para ser utilizada em defeitos pontuais
localizados nos boletos dos trilhos, e a princípio, é facilmente aplicada em defeitos com até 25mm
de profundidade e até 70mm de comprimento. A Engenharia Ferroviária está desenvolvendo o
procedimento para aplicação desta solda e os primeiros testes estão previstos para ocorrer no
segundo semestre de 2019
69
Com a implantação do processo de soldagem elétrica móvel na EFC estima-se a redução de 1320
soldas aluminotérmicas por ano aplicadas na substituição de TLS, conforme VPL para a aquisição
dos equipamentos de soldagem.
Deve-se dimensionar dois kits de soldas por fratura. As quantidades anuais de soldas
utilizadas para a reparação de trilhos fraturados deve-se levar em conta os seguintes critérios:
A) Histórico do número de fraturas de trilhos no ano anterior;
B) Expectativa de fraturas de trilhos para o ano corrente.
Para o cálculo de aplicação, deve ser considerado o histórico de defeitos dos tipos P, M e
G identificados pelo Carro Ultrassom no ano anterior. Para cada defeito do tipo P, M ou G são
necessários 2 (dois) kits de solda aluminotérmica normal.
70
• Para o caso dos jacarés de ponta fixa instalados em dormentação de madeira, não há a
necessidade de soldas aluminotérmicas;
• Para os jacarés de ponta fixa instalados em dormentação de concreto, adotar 4 kits de solda
aluminotérmica para cada jacaré a ser substituído.
Devem ser considerados 2 (dois) kits de solda aluminotérmica para cada JIC substituída ou
instalada em lugar de junta encapsulada. Para o atendimento a falhas, a demanda de kits deve ser
calculada considerando um kit para cada falha em JICs ocorrida no ano anterior. Para todo serviço
de renovação mecanizada de linha todas as JICs deverão ser substituídas.
TRILHOS DE TRANSIÇÃO
Os trilhos de transição são componentes de via fabricados por meio da usinagem do boleto
de trilhos novos, assemelhando-se a trilhos com boleto desgastado. A redução da altura do boleto
do trilho de uma extremidade a outra deverá ser 1mm para cada 1metro de comprimento do trilho.
Para a EFC serão considerados 02 (dois) modelos de Trilho de Transição, ambos com 07 metros
de comprimento:
• Trilho de Transição 0 – 7mm, conforme ET-Y-0818;
• Trilho de Transição 5 – 12mm, conforme ET-Y-0918.
Os trilhos de transição deverão ser aplicados nas junções soldadas que apresentarem
diferença de perfil entre as extremidades dos trilhos superior aos limites definidos para a soldagem
aluminotérmica e soldagem elétrica móvel.
Para solda aluminotérmica utilizando forma normal e/ou de reparo, o limite de desgaste entre
os trilhos deve ser: até 3mm no topo e na lateral até 5mm.
71
10 PASSAGEM EM NÍVEL
INSPEÇÃO DETALHADA
MANUTENÇÃO
Na inspeção detalhada realizada no segundo semestre do ano, deverá ser definido o escopo
detalhado do trabalho para o ano subsequente.
Durante esta inspeção deverão ser analisados de forma visual e sensitiva aspectos da
superestrutura e geometria da via do trecho.
Trimestralmente deverá ser realizada uma inspeção detalhada em segmentos onde estão
instalados Waysides e RHs onde se encontram instalados o Hot box e Hot wheel, contemplando
estado dos dormentes, fixações, trilhos, lastro e geometria. As intervenções de manutenção manuais
da via neste segmento serão condicionadas ao resultado destas inspeções. Deverá ser contemplado
nesta inspeção trecho de 50 metros antes e 50 metros após o equipamento de medição. No caso de
necessidade de intervenções as mesmas deverão ocorrer sempre em conjunto com equipe de
eletroeletrônica.
72
Para atender exigências do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas) deverão ser realizadas em
conjunto com equipe das minas, inspeções trimestrais nas balanças ferroviárias, para definição de
necessidade de manutenção por condição.
73
11 ESTALEIRO DE SOLDAS
INICIO FINAL
TLS TLS
74
• Os furos do inicio e final do TLS deverão ser biselados conforme padrão abaixo:
1 mm
1 mm
Para garantia da qualidade das soldas executadas nas plantas de soldagem, todo o processo
de soldagem deverá ser monitorado por meio de ensaios diários e amostrais. O controle de
qualidade deverá ocorrer em todas as soldas produzidas pelo Estaleiro por meio dos seguintes
parâmetros:
• Acompanhamento da qualidade da solda por meio do relatório gráfico gerado pela
Máquina de Solda;
• Acompanhamento do gráfico de geometria da solda gerado pela Prensa Quadrilateral;
• Acompanhamento do gráfico de geometria da solda esmerilhada na região do boleto
gerado pela Máquina de Esmerilhar Boleto;
• Inspeção por ultrassom em todas as soldas com aparelho estacionário ao final da linha
de produção. Além do equipamento estacionário deverá ser considerada a
disponibilização de equipamento portátil para dupla verificação em caso de detecção
pelo equipamento estacionário. Deverá ser considerado também inspetor de ultrassom
para todos os turnos de operação da planta de soldagem.
75
• A cada novo tipo de trilho a ser soldado para ajuste da programação da máquina de
soldas;
• 2 vezes por ano ou a cada 10.000 soldas para verificação de perda de eficiência do
processo de soldagem;
• Sob demanda para verificações diversas (avaliação de fraturas, manutenção da máquina
de solda, implantação e/ou alteração de processos relacionados a soldagem – abrasivos,
resfriamento, etc).
Os ensaios deverão atestar as propriedades mecânicas e características metalúrgicas das
soldas. Deverão ser realizados os seguintes ensaios:
• Dureza Superficial;
• Dureza do Perfil Longitudinal;
• Ensaio de Flexão Estática;
• Ensaios de Fadiga;
• Macroestrutura;
• Microestrutura.
Todos os ensaios, procedimentos, equipamentos e relatórios deverão estar em conformidade
com as Normas e Padrões vigentes, a saber:
• AREMA 2016: Trilhos;
• EN 14587: Rail Aplications – Track – Flash Butt Welding of Rails;
• ABNT NBR 11449: Trilho Vignole – Solda – Determinação de resistência à fadiga.
Em função dos elevados custos dos ativos de produção de TLS e para assegurar a
disponibilidade desses ativos, faz-se necessário indicar os ciclos de manutenção, assim como os
parâmetros de desempenho dos equipamentos. A Estratégia de Manutenção dos Equipamentos do
Estaleiro de Soldas da EFC é regida pelo DOCTEC 16.871 e encontram-se no documento anexo.
Estrategia de
Manutenção de Equipamentos de Estaleiro de Soldas EFC rev03.docx
76
77
12 ESTRATÉGIA DE MANUTENÇÃO – EQUIPAMENTOS DE PEQUENO PORTE
Documento Tecnico
14656 Rev 03.docx
78
13 SOLDAGEM ELÉTRICA MÓVEL
79
Para a EFC estão sendo adquiridas 03 (três) Máquinas Móveis de Soldagem de Trilho a
serem utilizadas nas atividades de substituição de TLS, eliminação de defeitos pontuais e juntas
metálicas. O objetivo de aplicação desta técnica é efetuar a redução gradual da aplicação de
soldas aluminotérmicas ao longo da EFC.
Para o planejamento das atividades nas quais haverá a substituição da solda
aluminotérmica pela solda elétrica com Máquina Móvel deverão ser considerados os mesmos
recursos de apoio utilizados atualmente para a movimentação de trilhos, corte de trilhos, retirada
e aplicação de fixação e socaria.
Para a operação das Máquinas de Solda deverá ser considerado um QLP de 02 operadores
por equipamento.
80
14 MANUTENÇÃO EM LINHA SINGELA
Em decorrência dos riscos operacionais decorrentes das linhas singelas foi estabelecido uma
estratégia de manutenção diferenciada para essas regiões.
Essa estratégia está contida no PGS Gestão da manutenção em singelas permanentes da EFC.
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15 SISTEMA INFORMATIZADO
O cadastro de trilho no sistema SAP dever mantido atualizado constantemente. Para isso, as
operações de troca e de instalação devem ser mantidas em rotina diária de atualização no sistema
pelo Distrito. A cada 60 dias deverá ser efetuada pela área de PCM de Via Permanente inspeções
e monitoramento de campo para avaliar grau de aderência entre trilhos trocados versus e
cadastrados no sistema.
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16 AUTORES
Engenharia de Ferrovia:
• Adelman Benigno
• Brás Oliveira
• Emmanuel Deiró
• Eric Pretti
• Ezequias Carneiro
• Jailson Melo
• Kelvyane M. Sousa Rafful
• Matheus Souza
• Ricardo Souza
• Victor Rogério
17 COLABORADORES
• Yanka Samara
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