Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Disciplina: Seminário de pesquisa em Formação de Professores


Professora: Rejane Dias Araújo
Estudante: Philipe Silva de Lima Paulino
Texto: Entrevistas individuais e grupais; Aspectos éticos e bioéticos na entrevista em
pesquisa; A entrevista em pesquisas qualitativas.

O objetivo geral dos textos, pode-se dizer, que seja complexificar o debate acerca
da teoria que subsidia a realização de entrevistas como coleta de dados e produção de
conhecimento dentro da seara de pesquisas de caráter qualitativo. Os três textos versam,
sob diferentes perspectivas, a olharem sobre esse recurso a fim de dar “corpo” a jovens
ou experientes pesquisadores.
O texto de Duarte (2004), por nós, foi encarado como um direcionamento claro de
múltiplas ferramentas operacionais e conceituais para o que fazer com as entrevistas em
nossa pesquisa, pois, seu artigo esclarece os direcionamentos básicos da técnica de
coleta. Bem como evidência os limites, as potências e, principalmente, os desafios.
Das primeiras contribuições que Duarte nos trouxe, a de que não necessariamente
pesquisas de caráter qualitativo dependem de entrevistas é uma delas. Por nossa
formação inicial ser em História, isso sempre nos foi claro, visto que a utilização em
sujeitos vivos na pesquisa histórica é bem limitada, visto a temporalidade da raça
humana. Apesar do ramo História Oral. Ainda assim, julgamos que esse adendo facilita
nosso entendimento do processo, pois submete a entrevista a uma possibilidade e não
uma condição da pesquisa qualitativa.
Assim como quando ela diz que entrevistas não são adequadas a todos os
objetivos de pesquisa e nem objetos, visto que a realização da mesma pode comprometer
seriamente os entrevistados, dado os seus contextos. A mesma cita os exemplos de
questões de professores lidando com sua gestão.
Acerca do texto de D’Espindola e França (2016), iniciamos o mesmo acreditando
que ele partiria de uma outra premissa do que seriam os impactos da entrevista nos
entrevistados. Pois, nos transparece, pelo título e pelo resumo do mesmo que seria
discutido a subjetividade dos entrevistados, bem como quais são os impactos da
realização de entrevistas de modo mais complexo.
Algo mais profundo, mas somente nas considerações que entendemos que o
propósito é que entrevistas, por alcançar as subjetividades, podem acessar questões
tensas e de difícil controle por parte do pesquisador, após lançadas. Assim, as tensões
são, em, por exemplo, se na ausência de cuidado dos entrevistadores, questionarem a
uma criança que não conhece seu pai como foi o último dia dos pais com seu pai.
Nesse sentido, a preocupação com as subjetividades se fez claro, pois, apesar de
nós, pesquisadores, termos um acesso mínimo com a vida dos entrevistados, deixamos
marcas com as perguntas feitas. Marcas essas que podem ser restritas a como observam
a própria formação, seja sob a perspectiva da atividade de supervisão, que se faz nosso
interesse de pesquisa, ou de dimensões profundas como a percepção de si enquanto
sujeito no mundo, de modo mais amplo.
Assim, se faz necessário cautela e noção dos impactos da mesma. Não só como
recurso de obtenção de novos dados, mas essencialmente, por um período controlado,
serem duas pessoas em conexão, apesar do propósito científico.
Posto isto, os três textos, mais do que terem oferecido direcionamento do que é e
como se realizar, ainda que de caráter instrumental, uma entrevista, podemos entender
que a mesma não se restringe a isso, pois evoca múltiplas relações sociais no aparente
simples fato de realizar perguntas.

Você também pode gostar