O documento discute a análise e interpretação de recursos expressivos em linguagens, analisando a natureza, função, organização e estrutura de textos em relação aos seus contextos de produção e recepção.
O documento discute a análise e interpretação de recursos expressivos em linguagens, analisando a natureza, função, organização e estrutura de textos em relação aos seus contextos de produção e recepção.
O documento discute a análise e interpretação de recursos expressivos em linguagens, analisando a natureza, função, organização e estrutura de textos em relação aos seus contextos de produção e recepção.
expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção. Competência de área 5
Analisar, interpretar e aplicar recursos
expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção. RECURSOS EXPRESSIVOS DAS LINGUAGENS
Expressão: elemento material organizado atrelado a um
conteúdo/significado
Na poesia (gênero tido como bastante "expressivo”):
Recursos sonoros: rima, aliterações, assonâncias, tamanho do verso Recursos visuais: Cor, grafia, disposição dos versos no papel, os chamados recursos tipográficos ANÁLISE X INTERPRETAÇÃO
Análise (objetiva): compreensão “factual” do texto;
aspectos formais da “superfície” textual; identificação de recursos expressivos.
Interpretação (variável): operação que envolve indicar
certa possibilidade de significação de um texto a partir de sua materialidade No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.
(Carlos Drummond de Andrade)
PRODUÇÃO E RECEPÇÃO
Diferenciação temporal do momento em que a leitura se dá.
Produção (escritura) - temporalidade fixa: 1) o que o autor
pensou (crítica genética); 2) as condições históricas do momento de sua produção, bem como a recepção da obra nesse momento
Recepção (leitura) - temporalidade variável: 1) o que o texto
pode significar no contexto em que é lido; 2) as diferentes reações à obra em contextos variados Para exemplo do tom que iria dominar, até entre críticos notáveis pela sutileza, sirva um trecho tomado à primeira exposição de conjunto da obra machadiana, publicada em 1917: Passemos agora a Dom Casmurro. É um livro cruel. Bento Santiago, alma cândida e boa, submissa e confiante, feita para o sacrifício e para a ternura, ama desde criança a sua deliciosa vizinha, Capitolina, — Capitu, como lhe chamavam em família. Esta Capitu é uma das mais belas e fortes criações de Machado de Assis. Ela traz o engano e a perfídia nos olhos cheios de sedução e de graça. Dissimulada por índole, a insídia é nela, por assim dizer, instintiva e talvez inconsciente. Bento Santiago, que a mãe queria fosse padre, consegue escapar ao destino que lhe preparavam, forma-se em direito e casa com a companheira de infância. Capitu engana-o com seu melhor amigo, e Bento Santiago vem a saber que não é seu o filho que presumia do casal. A traição da mulher torna-o cético e quase mau. A adesão do crítico ao ponto de vista a ser questionado não podia ser mais completa. (A poesia envenenada de Dom Casmurro – Roberto Schwarz) NATUREZA, FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA
Natureza: caracterização mais abrangente de um texto,
conjunto de aspectos que o texto carrega de seu contexto. Podemos pensar metaforicamente como o ambiente e as relações que o texto estabelece com ele.
Função: A competência não fala em texto literário, isso fica
explícito no texto da competência. Todo texto literário possui a função de ser arte, de ser literatura; visto que outros textos não são feitos buscando um efeito artístico (e nem todos os que buscam isso alcançam...), a função deve ser vista além do literário. Estrutura: formas de organização textual que podem ser observadas em diversos textos, que permitem: 1) a construção e identificação do texto literário como um todo orgânico; 2) a identificação e classificação de textos diferentes por formas comuns de estruturação. O romance, o soneto, a epopeia e uma batalha de rap possuem cada um uma estrutura que define sua organização e lhes permitem serem catalogados como tal (organização cognitiva)
Organização: em oposição ao termo estrutura, que se refere a uma
segmentação mais macro, a organização se refere aos elementos internos dos textos e suas formas de interação e organização. Um romance (estrutura) pode ser organizado de uma forma mais ou menos linear. Exemplo da Paixão segudo GH, de Clarice Lispector. Natureza: Poesia galego-portuguesa Função: Compilar, na forma escrita, poemas orais de uma determinada época Organização: canções, pequenos poemas rimados e metrificados; Estrutura: sequência de poemas (canções); podem ser organizados pelas temáticas (amigo, amor, escárnio)