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FISSURAS EM UM PAINEL DE
CONCRETO PRÉ-FABRICADO
RLT.LAU-687.22-01
CLIENTE: T&A
OBRA: Hemobrás
ATT.: Vitor Almeida | vitor@tea.com.br
Joaquim Nascimento | joaquim@tea.com.br
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................... 3
2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO E ANAMNESE DOS PROBLEMAS ...................................................................... 4
3. APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA VISTORIA REALIZADA......................................................... 6
4. ENSAIOS.................................................................................................................................................................. 8
4.1 PACOMETRIA ............................................................................................................................................................. 8
4.2 ESCLEROMETRIA ........................................................................................................................................................ 9
5. COMENTÁRIOS SOBRE OS DOCUMENTOS FORNECIDOS, ENSAIOS REALIZADOS E PROCESSO DE FABRICAÇÃO......11
6. DIAGNÓSTICO DAS ORIGENS PROVÁVEIS PARA OS PROBLEMAS ENCONTRADOS ..................................................12
7. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA A RECUPERAÇÃO .................................................................................13
ANEXO A – DOCUMENTOS FORNECIDOS PELA T&A ........................................................................................................16
ANEXO B – RESULTADOS DO ENSAIO DE PACOMETRIA E MAPEAMENTO DAS FISSURAS NO PAINEL ESCOPO DO
TRABALHO ......................................................................................................................................................................19
ANEXO C – RESULTADOS DO ENSAIO DE ESCLEROMETRIA ..............................................................................................23
ANEXO D – RELATÓRIO FOTOGRÁFICO............................................................................................................................27
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Recife, 11 de novembro de 2022
1. INTRODUÇÃO
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O estudo contempla uma breve descrição do empreendimento, levantamento dos problemas,
resultado da vistoria, resultado dos ensaios, diagnóstico das causas prováveis e procedimentos
recomendados para a recuperação.
No dia 03/11/2022 foi realizada a inspeção visual e ensaios de esclerometria e pacometria com
o intuito de examinar a ocorrência das fissuras nos painéis e elencar quais as possíveis origens das
manifestações patológicas observadas e procedimentos para recuperação.
A T&A forneceu as plantas de forma da fachada leste e os detalhes dos painéis utilizados, bem
como o certificado da qualidade, todos os documentos se encontram no ANEXO A desse relatório. O
painel analisado tem seção de 1,80mX10,99m, com espessura de 12cm e fck de projeto de 50Mpa,
apresentando fck=53Mpa com 28 dias, de acordo com certificado da qualidade fornecido pelo cliente.
Segundo relatado pelo cliente, a empresa responsável pela execução da obra, MPD, notificou a
T&A a respeito do problema em 15 de setembro de 2022, informando a identificação de fissuras no
painel PF01, situado entre os pilares P10 e P11, conforme Figura 1.
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Além do painel indicado pelo cliente no início das tratativas, na vistoria foram apontados pelo
representante da T&A mais três painéis que apresentam fissuras na fachada leste, porém em menor
grau de intensidade. Logo, foi verificado um total de quatro peças que apresentam as lesões em um
montante de aproximadamente setecentos painéis na fachada de todo o empreendimento. Ressalta-
se que não foram observados todos os painéis individualmente.
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3. APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS NA VISTORIA REALIZADA
A seguir serão apresentas as fotos da vistoria, com indicação do painel (PF01 entre os pilares
P10 e P11) escopo desse trabalho, bem como dos outros três nos quais foram apontadas fissuras no
dia da vistoria (PF02 entre os pilares P13 e P14; PF01 entre os pilares P11 e P12; e PF12 entre os pilares
P08 e P09).
Foto 3 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11. Foto 4 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11.
Foto 5 - Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11. Foto 6 - Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11.
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Foto 7 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11. Foto 8 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e
P11.
Foto 9 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11. Foto 10 – Painel (PF01) fissurado entre os pilares P10 e P11.
Foto 11 - Painel (PF02) fissurado entre os pilares P13 e P14. Foto 12 - Painel (PF02) fissurado entre os pilares P13 e P14.
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Foto 13 - Painel (PF01) fissurado entre os pilares P11 e P12. Foto 14 - Painel (PF01) fissurado entre os pilares P11 e P12.
Foto 15 - Painel (PF12) fissurado entre os pilares P08 e P09. Foto 16 - Painel (PF12) fissurado entre os pilares P08 e P09.
4. ENSAIOS
4.1 Pacometria
A pacometria é um ensaio não destrutivo, que utiliza equipamento baseado em sensores que
funcionam por indução eletromagnética, sendo capaz de detectar objetos ferro magnéticos, como por
exemplo, as barras de aço dentro das estruturas de concreto armado e assim verificar quantidade,
posição e estimar o cobrimento das armaduras.
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Anexo ao final deste documento está o relatório completo do ensaio de pacometria com os
resultados de todas as leituras e a indicação dos elementos (ANEXO B). Ao todo foram ensaiados 02
painéis de concreto pré-fabricado instalados na fachada leste.
O ensaio foi realizado no painel que apresenta as lesões (PF01 entre os pilares P10 e P11) e em
um painel de referência (PF01 entre os pilares P11 e P12), as leituras foram realizadas em trechos de
3,92mx1,78m e 3,85m x 1,78m, respectivamente. As leituras de cobrimento, tomadas em relação as
telas, por sua vez apresentaram valores médios de 32,73mm no painel fissurado e de 29,4 no de
referência.
Analisando os documentos com os detalhes dos painéis, é possível verificar que o cobrimento
de projeto é de 30 mm, não sendo possível admitir que a ocorrência das fissuras esteja diretamente
relacionada ao cobrimento encontrado nas peças, tendo em vista que a placa de referência apresentou
valores mais baixos e não foram encontradas lesões nesse painel.
Destaca-se que nas placas onde há manchamentos formando o “desenho” das telas, não
foram identificados pontos com cobrimento inferior a 20 mm, indicando que a tela não está encostada
na superfície do concreto.
4.2 Esclerometria
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Os resultados da esclerometria apresentaram valores estimados de resistência à compressão
variando de 52,93 MPa a 73,96 MPa no painel fissurado e de 61,90 MPa a 64,97 MPa no de referência,
ressalta-se que há uma dispersão de +ou- 7,5 MPa. Logo, todas as estimativas de valores obtidos no
ensaio estão acima do valor de projeto que é de 50 MPa.
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5. COMENTÁRIOS SOBRE OS DOCUMENTOS FORNECIDOS, ENSAIOS REALIZADOS E PROCESSO DE
FABRICAÇÃO
Abordando o elemento PF01 entre os pilares P10 e P11, escopo da proposta, alguns
comentários se fazem relevantes quanto à análise de documentos, resultado das inspeções visuais e
ensaios realizados.
Primeiramente, quanto aos parâmetros indicados nos projetos, com base no conjunto de
documentos fornecidos pela T&A, as peças foram projetadas com cobrimento das armaduras igual a
30mm e o concreto de resistência característica (fck) maior ou igual à 50MPa.
Com base no controle tecnológico do concreto, documento este também fornecido pela
empresa contratante, a referida peça possui resistência fck= 53MPa. Além do controle tecnológico, o
ensaio de esclerometria realizada na mesma peça, também apresentou valores de resistência
superiores ao de projeto. Os resultados do ensaio de esclerometria podem ser melhor apreciados no
anexo C deste relatório.
O painel PF01 entre os pilares P10 e P11, apresentou valor de cobrimento médio de 32,73mm.
Já o painel de referência apresentou o valor médio de 29,4 mm.
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Por fim, quanto aos procedimentos de fabricação das peças, o fabricante informou que possui
cinco formas para o processo, onde quatro unidades são de concretagem na vertical e uma do tipo
“basculante” onde se concreta na horizontal, mas retira o painel da forma na vertical, não exercendo
esforços de flexão na peça. Também foi informado que todo o transporte e armazenamento é feito
com os painéis posicionados na vertical, bem como transportada e armazenada na vertical.
Levando em consideração que apenas 4 dos aproximadamente 700 painéis (cerca de 0,57%)
instalados apresentaram algum tipo de lesão, não se pode associar o quadro fissuratório ao modelo
adotado no processo fabril ou material.
Destaca-se que não foi possível, tomando como referência os documentos fornecidos e as
informações dadas pela empresa contratante, chegar à conclusão se os painéis já saíram da T&A com
as fissuras ou se essas lesões surgiram depois que as peças foram aplicadas.
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• Movimentação térmica: os elementos estão expostos a variações de temperatura, tais
variações resultam em uma variação dimensional dos materiais, seja por dilatação ou
contração, e esses movimentos são limitados pelos vínculos que envolvem os
componentes do elemento, surgindo, por esse motivo, tensões que poderão ocasionar
o aparecimento de fissuras;
Diante do apresentado neste item e no anterior, ser taxativo quanto a associação do quadro
fissuratório a uma única causa ou origem é um processo bastante melindroso, uma vez que diversos
agentes atuam em conjunto para o surgimento de manifestações patológicas nas estruturas de
concreto armado. Tomando como referência os documentos fornecidos, as informações coletadas e a
vistoria realizada, não foi possível chegar à conclusão de qual seria a causa raiz do problema. Ainda
assim, o quadro fissuratório observado não possui características que indiquem a perda de estabilidade
do elemento avaliado e que coloque em risco o desempenho da estrutura e consequentemente leve a
danos físicos ou materiais aos usuários.
Levando em consideração as informações passadas pelo cliente, juntamente com o que foi
observado na vistoria, possivelmente se tratam de fissuras passivas, porém como a edificação é nova,
eventuais movimentações podem provocar a reabertura das fissuras tratadas ou ainda o surgimento
de novas lesões.
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Sikacryl – 203: para fissuras consideradas não estruturais, onde o objetivo é apenas
selar a fissura com material impermeável, é indicado que se utilize materiais flexíveis e
normatizados para resistir às pressões hidrostáticas, garantindo estanqueidade.
Fissuras superficiais podem ser tratadas com colmatação superficial, abrindo um sulco
com disco de corte circular em formato de “v” (dimensão aproximada de 20mm X 10
mm, conforme Figura 2) ao longo da extensão da fissura, limpar e escovar a abertura
removendo qualquer material solto e pulverulento e aplicar o material. Vale lembrar
que é importante seguir todas as recomendações do fabricante, vide embalagem do
produto. Os produtos sugeridos podem ser substituídos por outros similares com
equivalência técnica comprovada que desempenhem o mesmo papel.
Figura 2 - Sulco em formato de “v” com dimensão aproximada de 20mm X 10 mm (Thomaz, Ercio, 19491).
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Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação / Ercio Thomaz, --São Paulo: Pini: Escolar Politécnica da
Universidade de São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1989.
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Como dito anteriormente, a produção dos elementos de concreto armado, a exemplo dos pré-
fabricados utilizados na fachada, envolve uma grande complexidade de fatores que interferem no seu
comportamento, contudo é possível afirmar que as lesões visíveis não possuem características que
indiquem a perda de estabilidade do elemento avaliado e que coloque em risco o desempenho da
estrutura.
Sem mais para o momento, colocamo-nos a inteira disposição para quaisquer maiores
esclarecimentos.
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