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2B Ped: Curso Online de Pedagogia para Concursos

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

Autoras: Silvana Carneiro e Ludmilla Fonsêca

O desenvolvimento da aprendizagem está diretamente relacionado à evolução


humana. A historicidade, o passado, o presente e hereditariedade são funções
neurológicas e experiências de aprendizagem, são fatores que contribuem diretamente
para o desenvolvimento do sujeito.

Para uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento da aprendizagem, se


faz necessário compreender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, dentro
da perspectiva psicológica do desenvolvimento. Neste contexto, crescimento refere-se
ao desenvolvimento do corpo, diretamente relacionado com aspectos físicos e idade do
ser humano, sendo parado quando o ser humano alcança sua maturidade biológica.
Desenvolvimento, por sua vez, está diretamente relacionado aos aspectos qualitativos
desde o nascimento até a morte.

O desenvolvimento humano está relacionado ao desenvolvimento mental e


crescimento orgânico e está organizado em fases e faixas etárias dispostos da seguinte
maneira: pré-natal (da concepção ao nascimento), infância (do nascimento aos 12 anos),
adolescência (dos 13 aos 18 anos), adulto jovem (dos 18 aos 40 anos), adulto intermediário
(dos 40 aos 60 anos) e adulto idoso (acima de 65 anos).

Alguns fatores influenciam diretamente o desenvolvimento humano, são eles:


maturação, hereditariedade, crescimento orgânico e meio.

Para Bock (2008), maturação é o fator que está diretamente ligado ao padrão de
comportamento e através dela percebemos a evolução da criança, enquanto a
hereditariedade corresponde à carga genética que herdamos dos nossos pais. Segundo
a mesma autora, a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não
se desenvolver.
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O crescimento orgânico refere-se às mudanças que acontecem no organismo, e


estão relacionadas ao processo de maturação ou ao meio em que a criança está inserida.
E “meio” refere-se ao conjunto de influências e estimulações ambientais que o sujeito
recebe.

Bock (2008) cita que o desenvolvimento humano deve ser entendido como uma
globalidade, mas, para efeito de estudo, ele tem sido abordado a partir de quatro
aspectos básicos: aspecto físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social.

Tomando como base as contribuições da autora, é possível compreender os


conceitos dos aspectos do desenvolvimento humano de forma clara. Para Bock (2008),
o aspecto-físico motor refere-se à maturação neurofisiológica, à capacidade de
manipulação e ao exercício do próprio corpo. Aspecto intelectual é a capacidade de
raciocínio, e o afetivo-emocional refere-se ao modo com que o indivíduo integra as suas
experiências. O aspecto social, como o próprio nome diz, está relacionado à forma como
o sujeito reage diante das situações que envolvem outras pessoas.

É possível perceber que todos estes aspectos estão interligados e que se


interconectam estabelecendo uma relação entre si.

Bock (2008) cita que:

"Se analisarmos melhor cada um desses exemplos, vamos descobrir


que todos os outros aspectos estão presentes em cada um dos casos.
E é sempre assim. Não é possível encontrar um exemplo “puro”,
porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente."
BOCK. 2008. Pág. 131

É importante destacar que fatores como maturação e hereditariedade,


experiência ativa (contato), interação social e equilibração (incorpora novas ideias)
contribuem de forma significativa para o desenvolvimento do sujeito. Além dos
aspectos biológicos e psicológicos da criança, o nível socioeconômico (acesso), a religião
e cultura, a estrutura familiar e a forma de comunicação entre pais e filhos também
interferem diretamente no desenvolvimento.
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Jean Piaget organiza o desenvolvimento humano tomando como base o


surgimento de novas qualidades de pensamento. Os estágios elaborados por Piaget
estão organizados por idade e levam em consideração o pensamento da criança
constituído pelas suas sensações (sensório) e pelos seus movimentos (motor), ou seja,
elas aprendem manuseando objetos do meio em que estão inseridas. Desta forma, uma
criança, ao ter seu desenvolvimento analisado com base nas perspectivas de Piaget, leva
em consideração alguns fatores que influenciam o desenvolvimento humano, ficando
em mais evidência a maturação.

Os estágios elaborados por Piaget recebem nomenclaturas específicas e são


organizados a partir de uma determinada faixa etária. São elas: Sensório-motor (0 – 2
anos), pré-operatório (2 – 7/8 anos), operatório-concreto ( 8 – 11 anos) e operatório-formal
(11/12 anos em diante).

Book (2008) cita que,

"Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de


melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os
indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa
seqüência, porém o início e o término de cada uma delas dependem
das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais,
sociais. Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e
não uma norma rígida." BOOK. 2008. Pág. 132

Podemos perceber que os estágios ou períodos definidos por Jean Piaget são
organizados a partir da faixa etária dos indivíduos. Porém, se faz necessário
compreender que eles não podem ser entendidos como uma forma pronta e complexa,
pois variam de um sujeito para o outro, levando em consideração os fatores que
influenciam no seu desenvolvimento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINSON, Rita L. et al. Introdução à Psicologia. Trad. Dayse Batista. 11ª ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.

BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de psicologia do desenvolvimento. São


Paulo: Ática, 2008.

BEE, Helen; BOYD, Denise. A Criança em Desenvolvimento. 12. ed. Tradução:


Cristina Monteiro. Porto Alegre: Artmed, 2011.

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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