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Um sentido interior que distingue as ações certas das ações erradas, a internalização das normas
parentais e sociais e um reflexo da integridade e totalidade da pessoa.
(Benjamin, 2004 citado por Lachman, 2014)
Violar qualquer uma destas características poderia causar discórdia moral porque ameaçaria a
integridade da pessoa. (Lachman, 2014)
O respeito pela consciência é semelhante ao princípio ético do respeito pela autonomia da pessoa
– o respeito estende-se a si mesmo, ou seja, os mesmos deveres que temos para com os outros,
temos para connosco. (American Nurses Association , 2001 citado por Lachman, 2014)
Integridade moral
Quando os indivíduos agem contrariamente às suas convicções arraigadas, a ligação entre os princípios e
as ações é cortada.
Esta auto-traição poderia levar à perda de auto-respeito. Assim, abster-se de participar em certos
procedimentos médicos/clínicos/enfermagem pode ser considerado como um esforço do indivíduo para
proteger a sua integridade pessoal, uma vez que as escolhas têm consequência para o carácter moral da
pessoa. (Lachman, 2014)
OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA
tomada de posição decorrente de algumas divergências que poderão surgir entre o dever de respeitar a
lei, as normas institucionais ou ordens de superiores, e a liberdade da pessoa, a sua consciência moral, as
suas convicções religiosas.”
recusa por parte de uma pessoa, baseada em sérias razões de consciência, a realizar certos atos ou a
participar em determinadas atividades que ordena a lei ou a autoridade competente.”
O verdadeiro objetor de consciência procura a coerência ética, a paz das raízes do seu eu, ao não atender
gravemente contra a sua consciência, nem contra os princípios gerais da moralidade.
A objeção de consciência não deve ser baseada no interesse próprio, discriminação ou preconceito.
Constituição da República Portuguesa Título II, Capítulo I – Direitos, liberdades e garantias pessoais.
Art 41º- nº 1 – A liberdade de consciência, religião e de culto é inviolável; n 6º – É garantido o direito à
objeção de consciência.
Lei 6/84, de 11 de Maio – Lei do aborto; Art 4º- nº 1 – É garantido o direito à objeção de consciência.
Lei 3/84, de 24 de Março – Lei da Educação Sexual e Planeamento Familiar- Art 11º – Prevê o direito à
objeção de consciência perante a inseminação artificial.
A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 2, da Constituição, o
seguinte:
É assegurado aos médicos o direito à objecção de consciência, quando solicitados para a prática da
inseminação artificial ou de esterilização voluntária.
A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), 168.º, n.º 1, alínea c), e 169.º, n.º
2, da Constituição, o seguinte:
ARTIGO 4.º
1 - É assegurado aos médicos e demais profissionais de saúde, relativamente a quaisquer actos respeitantes à
interrupção da gravidez voluntária e lícita, o direito à objecção de consciência.
2 - A objecção de consciência é manifestada em documento assinado pelo objector e a sua decisão deve ser
imediatamente comunicada à mulher grávida ou a quem no seu lugar pode prestar o consentimento, nos termos
do artigo 141.º do Código Penal.
REQUISITOS PARA INVOCAR OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA
É necessário estarmos perante um incumprimento de uma norma jurídica impositiva para o objetor,
que dele exige um determinado comportamento ativo ou passivo.
REDOC, Art.º 4º - Define o âmbito do exercício de objeção de consciência: uma ordem ou prescrição, cuja
intervenção de enfermagem a desenvolver esteja em oposição às convicções filosóficas, religiosas, morais
ou éticas do enfermeiro, que fundamentam as razões de consciência e a recusa.
É necessário que a ordem jurídica tolere esse comportamento isentando-o de qualquer sanção.
O incumprimento ter por base razões de consciência que levam o objetor a rejeitar uma ação eticamente
absurda para a sua pessoa.
REDOC, Art.º 7º - Define dever de respeito devido pelo objetor às convicções dos utentes e equipa de saúde.
Art.º 9º - Define ilegitimidade da objeção de consciência: comprovação de exercício anterior ou
contemporâneo da ação que pretende recusar sem que se tenham alterado os fundamentos da objeção.